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A diarréia consiste na eliminação de Umas são agudas, isto é, têm início
fezes com um conteúdo aquoso maior do mais ou menos repentino e duração cur-
que o normal. Em conseqüência, as fe- ta. Em geral, reconhecem uma causa
zes diarréicas são de consist;fncia pas- tóxica ou infecciosa. Outras, ao contrá-
tosa ou aquosa. o número de evacua- rio, são persistentes, de evolução contí-
ções não importa ao conceito de diarréia. nua ou intermitente. São as diarréias
Sendo assim, podemos estar em face de crônicas que, realmente, constituirão o
um paciente com diarréia evacuando objetivo dêste relatório.
apenas uma vez ao dia e, ao contrário, é Na maioria das vezes que o clínico
possível encontrar pacientes com consti- se defronta com êsse problema, o quadro
pação embora evacuando 2 ou 3 vezes diarréico está bastante afastado de sua
nas 24 horas. As fezes normais são cons- condição pura, natural. A própria evolu-
tituídas de 100 a 200 ml. de água, 2 a ção da doença de que a diarréia é apenas
5 mEq. de Na, 10 a 20 mEq. de K e 20 a um sinal, a simples persistência da diar-
30,0 g. de matérias sólidas. Com a diar- réia já são, por si mesmas, condições ca-
réia, o conteúdo aquoso aumenta, poden- pazes de alterar o quadro clínico, confe-
do atingir 2 ou mais litros ao dia. Para- rindo-lhe caracteristicas diferentes daque-
lelamente as perdas de Na aumentam, las originàriamente apresentadas. Por
atingindo mesmo 200 mEq. ao dia, mas outro lado, os pacientes restringem ou
as perdas de K são sempre bem meno- alteram os seus hábitos dietéticos, a
res. (1) maior ou menor ingestão de álcool, o
A disenteria consiste na associação uso do fumo, o que contribue também
de cólicas abdominais, tenesmo (ou pu- para tornar o comportamento intestinal
xas) e eliminação de muco, sangue e/ou diferente daquêle verificado no inicio da
pus. E' necessário estabelecer com pre- moléstia.
cisão a diferença entre êsses conceitos, o Na complexidade e variabilidade dos
de diarréia e de disenteria, uma vez que sintomas e sinais, caberá ao clínico uma
expressam situações diferentes. investigação paciente e cuidadosa da
A diarréia é um dos sinais mais co- história clínica, um exame físico minu-
muns de disfunção do trato gastro-intes- cioso, para depois lançar mão dos varia-
tinal, obedecendo a uma multiplicidade dos recursos propedêuticos de que pode
de causas, locais, abdominais ou sistê- e deve dispor na determinação étiopato-
micas. gênica das diarréias crônicas.
1 · INFECÇõES B -VItais
Oastroenterlte vlral
A -- Baetérlcas Oastroenterlte epidêmica, não bactériea
Dlsenterla bacllar Oastroenterlte aguda, não bactérica
Salmonelose Doença elo vOmito
Enterocollte estatuoeócla Dlsenterla vira!
Enterlte tuberculosa Diarréia epidêmica elo recém nascido
Cólera Estomatlte e diarréia das crianças
Diarréia por coll pato&enlco Infecção pelo vlrus Echo
94 ANAIS DA FACULDADE DE MEDICINA DE PORTO ALEGRE
2. DIET~:TICAS
Antibióticos
Parasslmpátlcom!métlcos
A - Envenenamento alimentar Purgativos. enemas, etc.
Intoxicação por produtos bactér!cos
Envenenamento alimentar estafllocóclco 7. INFLAMACAO LOCAL
Envenenamento por Streptococcus. Proteus. Clos-
trldlum Intracolo-retal
Alimentos tóxicos Corpo estranho, etc.
Alimentos contaminados por venenos Inorgânicos Extracolo-retal
B - Superallmentação Apendicite
Excesso de Ingestão de gorduras DI vertlcullte cólica ou de delgado
Excesso de Ingestão de celulose
C - Apetite pervertido 8. NEUROGJ:NICAS
Diarréia por Ingestão de areia
D - Alergia aUmentar Diabetes mellltus
E - Deficiência nutritiva Tabes dorsalls
Pelagra Vagotomla
Alcoolismo crônico
9. PSICOG~NICAS
gligenciado na maioria das vezes. Fezes mente dita das fezes são fundamentais.
Volumosas, pálidas, com cheiro lembran- Em recente publicação, Londero (34)
do o de manteiga rançosa deveriam fa- discutiu com autoridade e experiência
zer o clínico suspeitar de esteatorréia. A êsses diferentes aspectos do problema
presença nas fezes de alimentos não di- abordado. Lembramos, apenas, que na
~er~dos permitiria, igualmente, ao pro- experiência dos autores o meio MIF re-
fissiOnal localizar o processo causal. A presentaria a solução para aquêles ca-
existência de quantidade apreciável de sos em que o material deva ser enviado
sangue, muco ou pus seriam também a local distante para ser examinado. Em
elementos a anotar porque de impor- meio MIF - e parece ser essa uma ob-
tância diagnóstica. servação generalizada - há conservação
b - A microscopia das fezes deve dos parasitas que se mantém tal como
ser exame de rotina. A pesquisa de fi- no momento da emissão das fezes. Na
bras de carne não digerida, bem como pesquisa das formas vegetativas das ame-
de glóbulos de gordura neutra ou de cris- bas - em fezes diarréicas, portanto, os
tais de ácidos gordurosos seriam elemen- cuidados são maiores. Pela própria bio-
tos de importância na caracterização logia do protozoário, o exame deve ser
diagnóstica das diarréias crônicas. Em feito nos primeiros 15 minutos após a eli-
quantidades apreciáveis estabeleceriam o minação das fezes. Se essa não for feita
diagnóstico de creatorréia e/ou esteator- no próprio laboratório, as fezes devem
réia, sem entretanto, permitir um diag- ser guardadas em garrafas térmicas,
nóstico diferencial das causas que a de- aquecidas a 37°C., e tão cedo quanto
terminaram. Os processos de digestão e possível enviadas ao laboratório para
absorção intestinais estão de tal modo exame. E' a experiência de Lôndero que
interdependentes que o defeito num in- essa situação constitue outra das vanta-
fluencia o outro, não havendo, assim, gens do emprêgo da solução MIF, que
fundamento para a diferenciação das es- permitiria uma conservação adequada
teatorréias em idiopática e pancreática do material sem os requisitos e cuidados
na base de um excesso de cristais de áci- acima apontados. Até o momento, o re-
dos gordurosos ou de gorduras neutras, lator não teve experiência pessoal com a
respectivamente. Alguns autores cha- solução MIF.
mam a atenção para a importância da Dos diferentes métodos propostos na
Presença de um excesso de grãos de ami- sistemática do exame parasitológico de
do nas fezes. Na experiência dêste rela- fezes, temos larga experiência com os
tor, no entanto, êste é um dado sem va- métodos de Faust, Ritchie e Baermann.
lor clínico. E' nossa impresão ser o método de Faust
. O exame parasitológico é recurso superior aos demais na pesquisa de cis-
Imprescindível. Muitas vezes elucida um tos de amebas; ao contrário, temos evi-
diagnóstico, apontando a presença de dência que o método de Ritchie é supe-
Protozoários e;ou helmintos como ele- rior ao de Faust na pesquisa de ovos de
mentos determinantes da diarréia. Sob Trichuris. Em relação aos ovos de As-
ê~se aspecto, não há ainda por parte dos caris e Necator ambos os métodos se
diferentes laboratórios uma sistematiza- equivalem. Entretanto, no diagnóstico
ção de técnicas na pesquisa dêsses dife- das larvas de Strongyloides stercoralis é
rentes elementos. As preferências pen- indiscutível a vantagem do método de
dem para êsse ou aquêle método e a és- Baermann sôbre os demais. Sob êsse as-
se propósito é útil lembrar a excelente pecto a nossa experiência é demasiado
tese de Leal de Morais (33), onde êsses conclusiva. (15) A microscopia das fe-
assuntos são discutidos. Para cada pa- zes ainda pode revelar a presença de leu-
rasita ou grupo de parasitas há proces- cócitos, degenerados ou não, eritrócitos,
sos eletivos que são necessários usar sis- etc., de grande significação diagnóstica.
t~mática e racionalmente, de modo a A pesquisa de sangue oculto deve
diag~osticar tão amplamente quanto ser obrigatória, embora alguns autores,
Poss1ve1 os parasitas infectantes. O tem- Todd e Sanford, (35) p. ex., apenas atri-
po que decorre entre a colheita do ma- buam valor quando o resultado é negati-
terial e o exame, bem como os cuidados vo. Os métodos aconselhados são inúme-
que se devem ter na colheita pràpria- ros. Entretanto, na experiência do rela-
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