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DIREITO MATERIAL

DO TRABALHO II
FACULDADE VALE DO CRICARÉ 1

Prof. Daniel Salume


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DURAÇÃO DO TRABALHO

A limitação do tempo de duração do trabalho tem como


fundamento três aspectos importantes, quais sejam:

• Saúde física • Vida social • Vive bem,


e mental do familiar e trabalha
trabalhador amizades bem,
produz bem

Biológicos Sociais Econômicos

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TRABALHO EXTRAORDINÁRIO
Tempo à
disposição do
empregador – Art.
4º CLT
Prontidão
Tempo à
Horas in itinere
disposição

Intervalos não
Tempo Sobreaviso
Previstos em Lei
Computado
na Jornada
além do
limite legal “Compensado”
ou Intervalo não
contratual concedido
“Não
compensado”
Trabalho além da
jornada -
Tolerância

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Tempo à Disposição do Empregador – Art. 4º CLT

Todo o tempo em que o empregado permanece à disposição da empresa,


trabalhando ou não, deve ser computado na jornada, independentemente das
atribuições exercidas ou do local.

Art. 4º, CLT - Considera-se como


de serviço efetivo o período em
que o empregado esteja à
disposição do empregador,
aguardando ou executando
ordens, salvo disposição especial
expressamente consignada.

A lei criou exceções a esta regra, quando adotou sistema menos rígido para os
ferroviários, aeronautas, petroleiros, eletricitários, motoristas profissionais de
passageiros e cargas, dentre outros.
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Tempo à Disposição do Empregador – Art. 4º CLT

Ex. 01: “Começa Semana que vem”: Quando entrevistado, em 15.07.2015, Pedro foi
informado por seu empregador que o seu contrato de trabalho iniciaria dia
01.08.2015, eis que aprovado no teste admissional. No dia marcado, compareceu a
empresa e antes do início das atividades, foi informado pelo seu patrão que diante
de um imprevisto, a data seria remarcada para o mês subsequente, pedindo que
Pedro aguardasse o chamado em casa. Não ocorrendo o chamado, Pedro
comparece a empresa e é informado da recusa na contratação. O tempo que Pedro
foi mantido à disposição da empresa, é considerado como serviço prestado, logo,
deve ser remunerado.

Ex. 02: “Almoço de 03, 04 horas”: O empregado trabalha das 07:00 às 19:00 hrs, com
intervalo intrajornada (repouso e alimentação) das 12:00 às 16:00 hrs. Neste caso, tem
direito a receber duas horas extras diárias, vez que ultrapassado o limite máximo de
duas horas de intervalo e de 8hrs da jornada diária. Art. 71, CLT c/c Súm 118, TST.
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Tempo à Disposição do Empregador – Art. 4º CLT

Jurisprudência

TEMPO GASTO COM CAFÉ DA MANHÃ. TEMPO À DISPOSIÇÃO DO


EMPREGADOR. INCIDÊNCIA DA SÚMULA Nº 118 DO TST . É incontroverso,
nos autos, que havia um tempo destinado ao café da manhã, entre às
7h15min e 7h30min, antes do início da jornada de trabalho. Para o
Tribunal Regional, esse tempo não pode ser considerado à disposição do
empregador. Com efeito, por ser tratar de período não previsto em lei e
que enseja o elastecimento da jornada, deve ser remunerado como hora
extraordinária, conforme o disposto na Súmula nº 118 do TST, segundo a
qual: "Os intervalos concedidos pelo empregador na jornada de
trabalho, não previstos em lei, representam tempo à disposição da
empresa, remunerados como serviço extraordinário, se acrescidos ao
final da jornada". Precedentes. Recurso de revista conhecido e provido.
(TST - RR: 12791620135040103 , Relator: José Roberto Freire Pimenta, Data
de Julgamento: 08/04/2015, 2ª Turma, Data de Publicação: DEJT
17/04/2015)

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Tempo à Disposição do Empregador – Art. 4º CLT

Jurisprudência

HORAS EXTRAS. INTERVALOS NÃO PREVISTOS EM LEI. TEMPO À


DISPOSIÇÃO. Nos termos dos art. 4º e 71, "caput", da CLT, interpretados
pela Súmula nº 118 do C. TST, os intervalos não previstos em lei devem ser
considerados como jornada efetiva, sendo utilizados para o cômputo
das horas extras. Trata-se de medida que visa compatibilizar a
organização empresarial do empregador com os direitos do empregado
de respeito ao convívio social e familiar, bem como de lazer e
educação. No presente caso, o autor gozava de mais de um intervalo
intrajornada, todos com mais de duas horas de duração. Aplicando os
direitos em espécie, convém reconhecer como efetivamente gozados os
intervalos para alimentação no almoço (2h) e jantar (1h), sendo
considerado como horas extras os intervalos excedentes. Recurso
ordinário do autor parcialmente procedente para majorar a
condenação de horas extras. (TRT-4 - RO: 00009649620125040531 RS
0000964-96.2012.5.04.0531, Relator: FLÁVIA LORENA PACHECO, Data de
Julgamento: 03/04/2014, Vara do Trabalho de Farroupilha)

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Tempo à Disposição do Empregador – Art. 4º CLT

Ex. 03: “Aguarda um minutinho que quero falar com você”: Preparando para deixar
o trabalho, após cumprida a jornada integral, encontra seu chefe imediato que lhe
pede para aguardar um minuto pois quer conversar sobre um ponto do trabalho. O
trabalhador senta no sofá, aguarda, e após 50 minutos, seu chefe volta e diz que é
melhor deixar para conversar no dia seguinte.

Ex. 04: “Uma longa caminhada..”: O empregado chega no portão principal da


empresa as 07:30 hrs. Percorre caminhando pelo único local existente por 30 minutos,
até o local em que bate o ponto. Será tempo à disposição, desde que supere 10
minutos diários. Súmula 429 do TST.

Ex. 05: “Hora de colocar o uniforme”: Marcos, que trabalha na Petrobrás, e tem
jornada de trabalha das 10:00 às 16:00 hrs, é obrigado a chegar diariamente às 09:00
hrs para trocar de roupa e vestir os EPI‟s. Súmula 366 do TST.
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Tempo à Disposição do Empregador – Art. 4º CLT

Jurisprudência

HORAS IN ITINERE. TEMPO GASTO ENTRE A PORTARIA DA EMPRESA E O


SETOR DE TRABALHO. TEMPO À DISPOSIÇÃO DO EMPREGADOR. SÚMULA
Nº 429 DO TST. Considera-se à disposição do empregador, na forma do
art. 4º da CLT, o tempo necessário ao deslocamento do trabalhador entre
a portaria da empresa e o local de trabalho, desde que supere o limite
de 10 (dez) minutos diários. Assim, nos termos da súmula, se, nesse trajeto,
caminhando ou sendo transportado em condução fornecida por seu
empregador, o trabalhador gasta mais de dez minutos diários - vale
afirmar, somado o tempo despendido na entrada e na saída da empresa
-, esse será considerado como à disposição do empregador, nos termos
do artigo 4º da CLT. Recurso de revista conhecido e provido . (TST - RR:
2680007620055020466 268000-76.2005.5.02.0466, Relator: José Roberto
Freire Pimenta, Data de Julgamento: 16/10/2013, 2ª Turma, Data de
Publicação: DEJT 25/10/2013)

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Tempo à Disposição do Empregador – Art. 4º CLT

Ex. 06: “Curso de Aperfeiçoamento”: Lucas, é obrigado pelo seu empregador, a fazer
curso de aperfeiçoamento, fora da sua jornada de trabalho.

Ex. 07: “Ginástica Laboral”: Maria, diariamente, antes do início da jornada, tem que
fazer junto com todos os outros empregados da empresa.

Ex. 08: “Reza nossa de cada dia”: Por ser muito religioso, todos os dias, antes dos
empregados saírem para o almoço, José reuni a equipe e faz pregação de 25
minutos, onde, todos os empregados são obrigados a participar.

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Tempo à Disposição do Empregador – Art. 4º CLT

Jurisprudência

RECURSO DE REVISTA. HORAS EXTRAS. PARTICIPAÇÃO EM CURSOS DE


APERFEIÇOAMENTO. TEMPO À DISPOSIÇÃO DO EMPREGADOR. Na
hipótese, o Regional aplicou corretamente o art. 4º, da CLT que
considera como de serviço efetivo o período em que o empregado
esteja à disposição do empregador. Constatada a particularidade de
que os cursos de aperfeiçoamento atendiam mais aos interesse da
reclamada do que do empregado, são devidas as horas extras, em face
da participação da reclamante em cursos de aperfeiçoamento fora do
horário de trabalho. Divergência jurisprudencial inespecífica, porquanto
não parte das mesmas premissas fáticas delineadas no acórdão do
Regional. Incidências das Súmulas nºs 23 e 296, I, do TST. Recurso de
revista de que não se conhece. (TST - RR: 1509005120025010008 150900-
51.2002.5.01.0008, Relator: Kátia Magalhães Arruda, Data de Julgamento:
26/08/2009, 5ª Turma,, Data de Publicação: 04/09/2009)

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Tempo à Disposição do Empregador – Art. 4º CLT

Jurisprudência

TRT-PR-15-01-2010 GINÁSTICA LABORAL. ATIVIDADE DE PREVENÇÃO DE


DOENÇAS OCUPACIONAIS. TEMPO À DISPOSIÇÃO DO EMPREGADOR. O
período de realização de ginástica laboral, por não possuir previsão
legal, importa em tempo à disposição do empregador, como
instrumento para evitar o surgimento de doença ocupacional, devendo
ser computado na jornada de trabalho. Nesse sentido estabelece a
Súmula 118 do C. TST, ao preceituar que os intervalos concedidos pelo
empregador na jornada de trabalho, não previstos em lei, representam
tempo à disposição da empresa, remunerados como serviço
extraordinário, se acrescidos ao final da jornada. (TRT-9 30830200816903
PR 30830-2008-16-9-0-3, Relator: LUIZ CELSO NAPP, 4A. TURMA, Data de
Publicação: 15/01/2010)

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Horas in Itinere
Art. 58, § 2º, CLT: O tempo despendido pelo
empregado até o local de trabalho e para o
seu retorno, por qualquer meio de
transporte, não será computado na jornada
de trabalho, salvo quando, tratando-se de
local de difícil acesso ou não servido por
transporte público, o empregador fornecer a
condução.

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Horas in Itinere
Súmula nº 90 do TST

I - O tempo despendido pelo empregado, em condução fornecida pelo empregador,


até o local de trabalho de difícil acesso, ou não servido por transporte público
regular, e para o seu retorno é computável na jornada de trabalho. (ex-Súmula nº 90 -
RA 80/1978, DJ 10.11.1978)

II - A incompatibilidade entre os horários de início e término da jornada do


empregado e os do transporte público regular é circunstância que também gera o
direito às horas "in itinere". (ex-OJ nº 50 da SBDI-1 - inserida em 01.02.1995)

III - A mera insuficiência de transporte público não enseja o pagamento de horas "in
itinere". (ex-Súmula nº 324 – Res. 16/1993, DJ 21.12.1993)

IV - Se houver transporte público regular em parte do trajeto percorrido em condução


da empresa, as horas "in itinere" remuneradas limitam-se ao trecho não alcançado
pelo transporte público. (ex-Súmula nº 325 – Res. 17/1993, DJ 21.12.1993)

V - Considerando que as horas "in itinere" são computáveis na jornada de trabalho, o


tempo que extrapola a jornada legal é considerado como extraordinário e sobre ele
deve incidir o adicional respectivo. (ex-OJ nº 236 da SBDI-1 - inserida em 20.06.2001)

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Horas in Itinere

Súmula nº 320 do TST

HORAS "IN ITINERE". OBRIGATORIEDADE DE CÔMPUTO NA JORNADA DE TRABALHO


(mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003

O fato de o empregador cobrar, parcialmente ou não, importância pelo transporte


fornecido, para local de difícil acesso ou não servido por transporte regular, não
afasta o direito à percepção das horas "in itinere".

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Horas in Itinere

Jurisprudência

HORAS “IN ITINERE”. LOCAL DE DIFÍCIL ACESSO. INDEFERIMENTO: “Se o


estabelecimento onde eram prestados os serviços está situado em local
notoriamente servido de transporte público e regular, não se configura
como local de difícil acesso. Indevido o pagamento de horas in itinere”.
Recurso ordinário do autor a que se nega provimento.” (TRT 2ª Região -
11ª Turma - RO 20090198179 - Relatora: Dora Vaz Trevinõ - Data da
publicação: 31.03.2009)

HORAS IN ITINERE. O pagamento de horas in itinere, em condução


fornecida pelo empregador, é devido quando o local da prestação dos
serviços for de difícil acesso e não servido por transporte público regular.
Não comprovando a ré a existência de transporte regular que sirva o
trecho, deve responder pelo pagamento das horas in itinere. - Juiz José
Ernesto Manzi - Publicado no TRTSC/DOE em 15.05.2009. Processo: Nº:
00161-2008-025-12-00-0

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Horas in Itinere

Jurisprudência

HORAS IN ITINERE. REQUISITOS. ARTIGO 58, § 2º, DA CLT. O § 2º do art. 58 da CLT


dispõe que „o tempo despendido pelo empregado até o local de trabalho e para
o seu retorno, por qualquer meio de transporte, não será computado na jornada
de trabalho, salvo quando, tratando-se de local de difícil acesso ou não servido
por transporte público, o empregador fornecer a condução. O texto do artigo 58,
§ 2º, da CLT é claro ao dizer que basta que o local não seja servido por transporte
público para que o tempo despendido pelo Empregado até o local de trabalho e
para o seu retorno, por qualquer meio de transporte fornecido pelo empregador,
seja computado na jornada de trabalho. Vale ressaltar que o legislador utilizou a
conjunção alternativa „ou‟ e não a conjunção aditiva „e‟ ao citar as duas
condições („local de difícil acesso ou não servido por transporte público‟) para a
configuração das horas in itinere. Portanto, como o preposto da Reclamada
acabou por confessar que o Reclamante utilizava transporte fornecido pela
empresa para se deslocar de sua residência para a sede da Reclamada e desta
para sua residência, há que ser mantida a decisão monocrática que condenou a
Ré ao pagamento das horas in itinere, no total de quarenta minutos por dia.
Recurso Ordinário ao qual se nega provimento. (TRT23. RO - 00884.2007.021.23.00-2.
Publicado em: 02/04/08. 2ª Turma. Relator: DESEMBARGADORA MARIA BERENICE)

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Horas in Itinere

Jurisprudência
HORAS “IN ITINERE”. TRANSPORTE FORNECIDO PELO EMPREGADOR EM
SUBSTITUIÇÃO AO TRANSPORTE PÚBLICO REGULAR. O transporte fornecido pelo
empregador, em boas condições, com horário certo e pontos definidos, que
desonera o trabalhador dos custos, transita próximo a sua residência e o deixa
dentro do pátio da empresa, evidentemente lhe é mais favorável que a utilização
de transporte público, nem sempre tão regular, pois lhe confere maior
comodidade. Logo, o fato de ser fornecido pela empresa, não pode atuar como
fundamento para o pagamento de horas “in itinere” diante do evidente benefício
aos obreiros. - Juiz Luiz Carlos Roveda - Publicado no TRTSC/DOE em 16.06.2009

HORAS IN ITINERE. LOCALIDADE DA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS NÃO ATENDIDA POR


TRANSPORTE PÚBLICO REGULAR DURANTE PARTE DA CONTRATUALIDADE. Se
durante determinado período da contratualidade não havia transporte público
regular até o local da prestação dos serviços, o tempo de deslocamento em
transporte particular fornecido pela empresa, ainda que gratuito, deve integrar a
jornada laboral, pois tal fornecimento configura necessidade para o
desenvolvimento do próprio empreendimento, e não mero benefício ao
empregado (Súmula n. 90, inc. I, do TST). - Juiz Garibaldi T. P. Ferreira - Publicado no
TRTSC/DOE em 08.10.2008. Processo: nº: 00197-2006-012-12-00-5
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Horas in Itinere

Jurisprudência – Acordo/Convenção Coletiva

HORAS IN ITINERE. CONVENÇÃO COLETIVA DE TRABALHO. É válida a cláusula


prevista em norma coletiva segundo a qual o tempo despendido entre a
residência do trabalhador e o canteiro de obras não será computado como hora
in itinere quando a empresa fornecer o transporte, desde que fique caracterizada
a vantagem para o trabalhador no uso desse transporte. - Juiz Roberto Basilone
Leite - Publicado no TRTSC/DOE em 07-07-2009 Processo: nº 01353-2007-012-12-00-6
.
HORAS IN ITINERE. PREVISÃO CONVENCIONAL NÃO CONVALIDADA. Inaplicável o
acordo coletivo que prevê a desconsideração do tempo in itinere na jornada de
trabalho quando, ao contrário dos casos em que a empresa possui local definido
e fornece transporte aos trabalhadores de outros municípios para beneficiá-los, a
variação diária de local e horário torna indispensável o fornecimento do
transporte como forma de viabilizar a atividade econômica. Com efeito, havendo
conflito de direitos, quais sejam, de um lado o respeito aos instrumentos coletivos e,
de outro, os direitos mínimos garantidos aos trabalhadores - de receber salário pelo
tempo trabalhado e sob subordinação, devem ser privilegiados estes últimos. - Juiz
Hélio Bastida Lopes - Publicado no TRTSC/DOE em 05.08.2009. Processo: nº: 00283-
2008-012-12-00-0 Ementa

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Horas in Itinere

Jurisprudência – Empregado que utiliza transporte próprio

HORAS IN ITINERE. UTILIZAÇÃO DE VEÍCULO PRÓPRIO. PERSISTÊNCIA DO DIREITO DO


EMPREGADO. O pagamento das horas in itinere está relacionado com o interesse
do empregador em viabilizar o seu empreendimento em local de difícil acesso ou
não servido por transporte regular público. O fato de o trabalhador lançar mão de
veículo próprio para chegar ao seu local de trabalho apenas beneficia o
empregador, que, além de não necessitar disponibilizar transporte ao empregado,
somente tem a obrigação de retribuir o tempo efetivamente gasto no seu
deslocamento, não raras vezes muito menor do que aquele que seria efetivado
pelo meio de transporte disponibilizado à generalidade dos trabalhadores da
empresa. O direito se torna ainda mais inafastável se o trabalhador se utiliza de
veículo próprio para chegar ao seu local de trabalho por pura necessidade,
quando o empregador nem sequer lhe disponibiliza transporte. - Juíza Águeda
Maria L. Pereira - Publicado no TRTSC/DOE em 13.03.2009. Processo: Nº: 01454-2006-
053-12-00-1

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Horas in Itinere

Jurisprudência – Empregado que utiliza transporte próprio

HORAS IN ITINERE. PRINCÍPIO DA IGUALDADE. Para chegar no horário ao


seu local de trabalho, a maioria dos trabalhadores gasta considerável
tempo no trajeto, deslocando-se por conta própria, sem cogitar o
cômputo daquele tempo como à disposição da empresa para efeito de
remuneração. Assim, tratar diferente o empregado que se desloca ao
serviço em condução fornecida pelo empregador significa ferir de morte
o princípio da igualdade consagrado na Constituição Federal, sob o qual
se deve curvar esta Justiça. (TRT 12ª Região, Processo: Nº: 00070-2008-025-
12-00-4)

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Sobreaviso e Prontidão
Quando o trabalhador fica obrigado a portar qualquer tipo de
intercomunicador, como BIP, celular, pager, laptop, dentre outros, para
ser chamado, vez ou outra, para trabalhar ou para resolver problemas da
empresa à distância, terá direito a remuneração deste tempo à
disposição. Não se pode comprar o empregador que, ao final da
jornada, pode se desligar do trabalha e relaxar, com aquele que, apesar
de ter saído do ambiente laboral, ainda leva consigo um prolongamento
do ofício, tendo que responder com habitualidade aos chamados do
empregador. Súmula 428, do TST.

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Sobreaviso e Prontidão

Súmula nº 428 do TST

SOBREAVISO APLICAÇÃO ANALÓGICA DO ART. 244, § 2º DA CLT (redação


alterada na sessão do Tribunal Pleno realizada em 14.09.2012) - Res. 185/2012,
DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012

I - O uso de instrumentos telemáticos ou informatizados fornecidos pela


empresa ao empregado, por si só, não caracteriza o regime de sobreaviso.

II - Considera-se em sobreaviso o empregado que, à distância e submetido a


controle patronal por instrumentos telemáticos ou informatizados, permanecer
em regime de plantão ou equivalente, aguardando a qualquer momento o
chamado para o serviço durante o período de descanso.

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Sobreaviso e Prontidão
Direito a “Desconexão”: Direito que o trabalhador tem de se
afastar totalmente do ambiente de trabalho, preservando seus
momentos de relaxamento, de lazer, seu ambiente domiciliar.

HORAS DE SOBREAVISO. DIREITO À DESCONEXÃO. Tempo livre é aquele no qual a


subjetividade do trabalhador se distancia dos problemas, questões e compromissos
- potenciais ou efetivos - concernentes ao mundo do trabalho permitindo-lhe -
esquecer- e descansar, repousar e usufruir de seu direito ao lazer (CRFB, Art. 6º). Em
contraponto, o tempo em que o empregado deve permanecer conectado à
empresa, ainda que por meio do aparelho celular, é tempo de trabalho e deve ser
remunerado. As horas de sobreaviso, diante da desterritorialidade do trabalho no
mundo contemporâneo, não se definem pela exigência da fixação a um local
aguardando ordens, mas pela fixação a um aparelho móvel que aprisiona seu
portador às demandas potenciais do empregador. A utilização da analogia é
admitida expressamente pelo art. 8º da CLT e se constitui em importante recurso de
integração das lacunas surgidas diante das transformações tecnológicas e
produtivas e se constitui em importante modo de atualização do Direito do
Trabalho e uma das razões para a permanência da CLT. Recurso patronal a que se
nega provimento. (TRT-1 - RR: 01538005420095010204 RJ , Relator: Sayonara Grillo
Coutinho Leonardo da Silva, Data de Julgamento: 16/03/2015, Sétima Turma, Data
de Publicação: 24/04/2015)

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Sobreaviso e Prontidão

Diferença entre Sobreaviso e Prontidão

§ 2º, Art. 244, CLT: Considera-se de "sobre-aviso" o empregado efetivo,


que permanecer em sua própria casa, aguardando a qualquer momento
o chamado para o serviço. Cada escala de "sobre-aviso" será, no
máximo, de vinte e quatro horas, As horas de "sobre-aviso", para todos os
efeitos, serão contadas à razão de 1/3 (um terço) do salário

§ 3º, Art. 244, CLT Considera-se de "prontidão" o empregado que ficar nas
dependências da estrada, aguardando ordens. A escala de prontidão
será, no máximo, de doze horas. As horas de prontidão serão, para todos
os efeitos, contadas à razão de 2/3 (dois terços) do salário-hora normal.

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Sobreaviso e Prontidão

Quando ao Sobreaviso:

 Ferroviários (art. 244, p. 2º, CLT): Duração máxima de 24hrs e


remuneração de + 1/3 do valor da hora normal;

 Petroleiros (art. 5º, p. 1º, Lei 5.811/72): Correspondente a hora extra, loja,
+ 50% do valor da hora trabalhada;

 Aeronautas (art. 25º, Lei 7.183/84): Duração máxima de 12hrs e


remuneração de + 1/3 do valor da hora normal, desde que não
ultrapasse dois sobreavisos por semana e oito por mês;

 Eletricitários (Jurisprudência – Analogia com art. 244, p. 2º da CLT c/c


Súm. 229, TST): +1/3 das parcelas de natureza salarial

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Sobreaviso e Prontidão

Quando ao Prontidão:

 Ferroviários (art. 244, p. 3º, CLT): Duração máxima de 24hrs e


remuneração de + 2/3 do valor da hora normal;

 Aeronautas (art. 26º, Lei 7.183/84): Remunerado como hora normal;

 Motoristas de Transporte Rodoviário de Cargas (Lei 12.619/2012 = Art. 235-


C, da CLT): O tempo de espera para carga ou descarga do veículo no
embarcador ou destinatário ou para fiscalização da mercadoria em
barreira alfandegárias ou fiscais, será pago o valor da hora com acréscimo
de 30%, não tendo natureza salarial;

 Motoristas Profissional de Carga ou de Passageiro : Descansando no


veículo em movimento, em dupla de motoristas em revezamento: será
pago o valor da hora com acréscimo de 30%;

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Sobreaviso e Prontidão

Jurisprudência
"SOBREAVISO. APLICAÇÃO ANALÓGICA DO ART. 244, PARÁGRAFO 2º, DA CLT. I - O uso de
instrumentos telemáticos ou informatizados fornecidos pela empresa ao empregado, por si só, não
caracteriza o regime de sobreaviso. II - Considera-se de sobreaviso o empregado que, à distância
e submetido a controle patronal por instrumentos telemáticos ou informatizados, permanecer em
regime de plantão ou equivalente, aguardando a qualquer momento o chamado para o serviço
durante o período de descanso". Da referida súmula, verifica-se que o mero uso de aparelho
celular, somente considerado esse aspecto fático, não configura o regime de sobreaviso, pelo
mesmo motivo de o empregado não permanecer em sua casa aguardando o chamado para o
serviço, podendo, pois, deslocar-se livremente ou até dedicar-se a outra atividade em seu
período de descanso. Deve haver a comprovação de que o empregado, de fato, estava à
disposição do empregador. Na hipótese, o Regional chegou à conclusão de que "a autora,
durante todo o período de safra, laborava em regime de sobreaviso", porquanto as provas
produzidas nos autos confirmaram que "tanto a autora como os demais plantonistas tinham a sua
liberdade de locomoção limitada, uma vez que, ao serem escalados para o plantão, não
poderiam se ausentar da cidade de São Miguel dos Campos, permanecendo todo o tempo à
disposição da empresa". A Corte a quo consignou, ainda, que os depoimentos colhidos
corroboraram a tese que "a reclamante ficava de plantão e era acionada pelo celular, quando
necessário". Caracterizada ficou, portanto, a restrição de locomoção da trabalhadora,
porquanto poderia ser chamada para prestar serviço a qualquer momento. Ante o exposto,
verifica-se que a decisão em que se deferiu o adicional de sobreaviso à reclamante está de
acordo com o disposto na Súmula nº 428, item II, do TST . Recurso de revista não conhecido .

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Sobreaviso e Prontidão

Jurisprudência

RECURSO DE REVISTA. HORAS DE SOBREAVISO. Ficou evidenciado no acórdão


regional que o reclamante, nas horas destinadas ao seu descanso, esteve escalado
em regime de plantão para ser acionado, via telefone fixo ou celular, em situações
de emergência na empresa. Dessa forma, ainda que sua locomoção não estivesse
totalmente comprometida, ficava sempre no aguardo das chamadas da empresa ,
que poderiam acontecer a qualquer momento, para a efetiva prestação de labor.
Nessas circunstâncias, tem-se como configuradas horas de sobreaviso, tal como
preconiza o item II da Súmula 428 do TST. Recurso de revista conhecido e provido. (TST
- RR: 7973520135240031 , Relator: Augusto César Leite de Carvalho, Data de
Julgamento: 18/03/2015, 6ª Turma, Data de Publicação: DEJT 20/03/2015).

HORAS DE SOBREAVISO. AERONAUTA. Comprovado que o autor ficava à espera de


chamados para comparecer aos vôos de emergência que a empresa realizava. (TRT-
4 - RO: 00011521720105040028 RS 0001152-17.2010.5.04.0028, Relator: RICARDO
CARVALHO FRAGA, Data de Julgamento: 02/10/2013, 28ª Vara do Trabalho de Porto
Alegre)

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Sobreaviso e Prontidão

Jurisprudência

AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. SOBREAVISO. ELETRICITÁRIOS.


APLICAÇÃO ANALÓGICA DO ARTIGO 244, § 2º, DA CLT. SÚMULA 229/TST. Em recurso
de revista, a reclamada sustenta que -o regime de sobreaviso apenas poderá ser
caracterizado e pago na forma prevista em norma coletiva, eis que apenas é
aplicável nas hipóteses do art. 244, par.2º, da CLT- (fl. 295). (...) O Tribunal Superior do
Trabalho, por meio da Súmula 229, firmou entendimento de que o artigo 244, § 2º, da
CLT, se aplica aos eletricitários. Estando a decisão a quo em consonância com a
jurisprudência desta Corte, nega-se provimento ao agravo (Súmula 333/TST). Agravo
de instrumento a que se nega provimento. (TST - AIRR: 1236412019985040661 123641-
20.1998.5.04.0661, Relator: Horácio Raymundo de Senna Pires, Data de Julgamento:
25/03/2009, 6ª Turma,, Data de Publicação: 07/04/2009)

HORAS EXTRAS - REGIME DE SOBREAVISO - PETROLEIRO - TRABALHO ALÉM DA


JORNADA PREVISTA EM LEI - CABIMENTO. O empregado que, no regime de sobreaviso
estabelecido pelo art. 5º, da Lei nº 5.811/72, comprova haver laborado acima das 12
(doze) horas diárias, faz jus ao recebimento de horas extras. (TRT-20 128200700520000
SE 00128-2007-005-20-00-0, Data de Publicação: DJ/SE de 24/09/2008)

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Intervalo não previsto em Lei

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Intervalo não previsto em Lei

Toda vez que o empregador, conceder ao empregado, intervalos


intrajornada ou interjornada, semanal ou anual, não previsto em lei,
estará mantendo seu empregado à disposição.

Ex.: Trabalho executado das 08:00 às 17:00 hrs, com intervalo de 01 hora
para descanso e alimentação e dois intervalos de 15 minutos, um no turno
da manhã e outro no turno da parte para café. Neste caso, os dois
intervalos de 15 minutos serão considerados tempo a disposição, mesmo
que o trabalhador usufrua, de fato, do descanso. Súmula 118, TST.

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Intervalo não Concedido ou Suprimido

A concessão do intervalo para repouso e alimentação previsto no artigo 71


da CLT é norma de medicina e segurança do trabalho e, por isso, direito de
ordem pública. Como regra, o empregador não pode suprimir
unilateralmente ou bilateralmente o período de descanso previsto em lei.
Frisa-se que nem a Norma Coletiva poderá suprimir ou fracionar o intervalo,
salvo raros casos autorizados por lei.

Ex. Para os motoristas em viagens de longa distância (acima de 24hrs), o


inciso I, do art. 235-D da CLT, garantiu intervalo mínimo de 30 (trinta) minutos
para descanso a cada 4 (quatro) horas de tempo ininterrupto de direção,
podendo ser fracionado o tempo de direção e o de intervalo de descanso,
desde que não completadas as 4 (quatro) horas ininterruptas de direção.

A jurisprudência tem negado validade às cláusulas normativas que


suprimem ou fracionam intervalos de descanso e alimentação para outros
trabalhadores, que não sejam motoristas, conforme jurisprudência no
próximo slide. Súmula 437, do TST.

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Intervalo não Concedido ou Suprimido
Súmula nº 437 do TST

INTERVALO INTRAJORNADA PARA REPOUSO E ALIMENTAÇÃO. APLICAÇÃO DO ART. 71


DA CLT. I - Após a edição da Lei nº 8.923/94, a não-concessão ou a concessão parcial
do intervalo intrajornada mínimo, para repouso e alimentação, a empregados
urbanos e rurais, implica o pagamento total do período correspondente, e não
apenas daquele suprimido, com acréscimo de, no mínimo, 50% sobre o valor da
remuneração da hora normal de trabalho (art. 71 da CLT), sem prejuízo do cômputo
da efetiva jornada de labor para efeito de remuneração. II - É inválida cláusula de
acordo ou convenção coletiva de trabalho contemplando a supressão ou redução
do intervalo intrajornada porque este constitui medida de higiene, saúde e
segurança do trabalho, garantido por norma de ordem pública (art. 71 da CLT e art.
7º, XXII, da CF/1988), infenso à negociação coletiva. III - Possui natureza salarial a
parcela prevista no art. 71, § 4º, da CLT, com redação introduzida pela Lei nº 8.923, de
27 de julho de 1994, quando não concedido ou reduzido pelo empregador o
intervalo mínimo intrajornada para repouso e alimentação, repercutindo, assim, no
cálculo de outras parcelas salariais. IV - Ultrapassada habitualmente a jornada de seis
horas de trabalho, é devido o gozo do intervalo intrajornada mínimo de uma hora,
obrigando o empregador a remunerar o período para descanso e alimentação não
usufruído como extra, acrescido do respectivo adicional, na forma prevista no art. 71,
caput e § 4º da CLT.
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Intervalo não Concedido ou Suprimido

Jurisprudência

RECURSO DE REVISTA. HORAS EXTRAS. INTERVALO INTRAJORNADA


PARCIALMENTE CONCEDIDO. REDUÇÃO PREVISTA EM ACORDO COLETIVO.
IMPOSSIBILIDADE. 1. A Corte de origem entendeu pela validade da cláusula
coletiva mediante a qual prevista a redução do intervalo intrajornada para
30 minutos, sob o fundamento do reconhecimento constitucional da
negociação coletiva. 2. A teor do item II da Súmula 437 do TST "É inválida
cláusula de acordo ou convenção coletiva de trabalho contemplando a
supressão ou redução do intervalo intrajornada porque este constitui
medida de higiene, saúde e segurança do trabalho, garantido por norma
de ordem pública (art. 71 da CLT e art. 7º, XXII, da CF/1988), infenso à
negociação coletiva" . 3. Decisão regional em contrariedade à
jurisprudência pacífica desta Corte Superior. Precedentes. Recurso de
revista conhecido e provido, no tema. (TST - RR: 10131720115020083 ,
Relator: Hugo Carlos Scheuermann, Data de Julgamento: 13/05/2015, 1ª
Turma, Data de Publicação: DEJT 22/05/2015)

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Intervalo não Concedido ou Suprimido

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Intervalo Concedido Parcialmente
SÚM-437 INTERVALO INTRAJORNADA PARA REPOUSO E ALIMENTA-ÇÃO. APLICAÇÃO
DO ART. 71 DA CLT (conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs 307, 342, 354, 380
e 381 da SBDI-1) - Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012
I - Após a edição da Lei nº 8.923/94, a não-concessão ou a concessão parcial do
intervalo intrajornada mínimo, para repouso e alimentação, a empregados urbanos e
rurais, implica o pagamento total do período correspondente, e não apenas daquele
suprimido, com acréscimo de, no mínimo, 50% sobre o valor da remuneração da hora
normal de trabalho (art. 71 da CLT), sem prejuízo do cômputo da efetiva jornada de
labor para efeito de remuneração.
II - É inválida cláusula de acordo ou convenção coletiva de trabalho contemplando a
supressão ou redução do intervalo intrajornada porque este constitui medida de
higiene, saúde e segurança do trabalho, garantido por norma de ordem pública (art.
71 da CLT e art. 7º, XXII, da CF/1988), infenso à negociação coletiva.
III - Possui natureza salarial a parcela prevista no art. 71, § 4º, da CLT, com redação
introduzida pela Lei nº 8.923, de 27 de julho de 1994, quando não concedido ou
reduzido pelo empregador o intervalo mínimo intrajornada para repouso e
alimentação, repercutindo, assim, no cálculo de outras parcelas salariais.
IV - Ultrapassada habitualmente a jornada de seis horas de trabalho, é devido o gozo
do intervalo intrajornada mínimo de uma hora, obrigando o empregador a remunerar
o período para descanso e alimentação não usufruído como extra, acrescido do
respectivo adicional, na forma prevista no art. 71, caput e § 4º da CLT.
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Intervalo Concedido Parcialmente
SÚM-437 INTERVALO INTRAJORNADA PARA REPOUSO E ALIMENTA-ÇÃO. APLICAÇÃO
DO ART. 71 DA CLT (conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs 307, 342, 354, 380
e 381 da SBDI-1) - Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012
I - Após a edição da Lei nº 8.923/94, a não-concessão ou a concessão parcial do
intervalo intrajornada mínimo, para repouso e alimentação, a empregados urbanos e
rurais, implica o pagamento total do período correspondente, e não apenas daquele
suprimido, com acréscimo de, no mínimo, 50% sobre o valor da remuneração da hora
normal de trabalho (art. 71 da CLT), sem prejuízo do cômputo da efetiva jornada de
labor para efeito de remuneração.
II - É inválida cláusula de acordo ou convenção coletiva de trabalho contemplando a
supressão ou redução do intervalo intrajornada porque este constitui medida de
higiene, saúde e segurança do trabalho, garantido por norma de ordem pública (art.
71 da CLT e art. 7º, XXII, da CF/1988), infenso à negociação coletiva.
III - Possui natureza salarial a parcela prevista no art. 71, § 4º, da CLT, com redação
introduzida pela Lei nº 8.923, de 27 de julho de 1994, quando não concedido ou
reduzido pelo empregador o intervalo mínimo intrajornada para repouso e
alimentação, repercutindo, assim, no cálculo de outras parcelas salariais.
IV - Ultrapassada habitualmente a jornada de seis horas de trabalho, é devido o gozo
do intervalo intrajornada mínimo de uma hora, obrigando o empregador a remunerar
o período para descanso e alimentação não usufruído como extra, acrescido do
respectivo adicional, na forma prevista no art. 71, caput e § 4º da CLT.
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Intervalo Concedido Parcialmente

Jurisprudência

RECURSO DE REVISTA. PROCESSO ELETRÔNICO - CONCESSÃO PARCIAL. INTERVALO


INTRAJORNADA . O Tribunal Regional contrariou a Súmula 437, I, do TST, a qual dispõe
que após a edição da Lei nº 8.923/94, a não concessão ou a concessão parcial do
intervalo intrajornada mínimo, para repouso e alimentação, a empregados urbanos e
rurais, implica o pagamento total do período correspondente, e não apenas daquele
suprimido, com acréscimo de, no mínimo, 50% sobre o valor da remuneração da
hora normal de trabalho (art. 71 da CLT), sem prejuízo do cômputo da efetiva jornada
de labor para efeito de remuneração ". Recurso de Revista conhecido e provido .
HONORÁRIOS PERICIAIS. PARTE SUCUMBENTE NO OBJETO DA PERÍCIA. BENEFICIÁRIA
DA JUSTIÇA GRATUITA. Nos termos da OJ 387da SBDI-1 do TST, a União é responsável
pelo pagamento dos honorários de perito quando a parte sucumbente no objeto da
perícia for beneficiária de assistência judiciária gratuita, observado o disposto nos
artigos 1º, 2º e 5º da Resolução nº 35/2007 do Conselho Superior da Justiça do
Trabalho - CSJT. Recurso de Revista conhecido e provido . (TST - RR:
7124006720095090663 712400-67.2009.5.09.0663, Relator: Márcio Eurico Vitral Amaro,
Data de Julgamento: 11/09/2013, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT 13/09/2013)

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Intervalo Concedido Parcialmente

Jurisprudência

RECURSO DE REVISTA - INTERVALO INTRAJORNADA - CONCESSÃO PARCIAL -


PAGAMENTO TOTAL DO INTERVALO COMO HORAS EXTRAORDINÁRIAS. A
concessão parcial do intervalo intrajornada implica o pagamento do
período total correspondente ao intervalo com acréscimo de, no mínimo,
50% sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho. Incide a
Súmula nº 437, I, do TST . Recurso de revista conhecido e provido. (TST - RR:
15223420115150002 , Relator: Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, Data de
Julgamento: 04/03/2015, 7ª Turma, Data de Publicação: DEJT 06/03/2015)

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Trabalho além da Jornada

A duração do trabalho está limitada, em regra, a 8 horas por dia, no limite de 44


horas semanais – Art. 7º, XIII da CRFB de 1988. Todo trabalho acima destes patamares
é considerado como extraordinário.

Jurisprudência:

HORAS EXTRAS. MÓDULO DIÁRIO E SEMANAL. ART. 7º INCISO XIII DA CRFB. O dispositivo
constitucional estabelece a jornada de trabalho máxima em oito horas diárias e 44
horas semanais. São devidas como extraordinárias as horas extras laboradas além do
módulo diário (da oitava diária de labor), ainda que não ultrapassado o módulo
semanal (de 44h de trabalho). Recurso do autor a que se dá provimento. (TRT-1 - RO:
00110311820135010031 RJ , Relator: LEONARDO DIAS BORGES, Data de Julgamento:
19/01/2015, Décima Turma, Data de Publicação: 25/03/2015)

O limite máximo de labor de duas horas por dia, previsto no artigo 59 da CLT, dirige-se
ao empregador, que está proibido de exigir do empregado trabalho além deste
parâmetro. Se, todavia, o empregado de fato trabalhou mais horas extras, tem direito
à remuneração de todas, sem qualquer limitação, conforme súmula 376 do TST.

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Trabalho além da Jornada
Art. 7º, CRFB/88: São direitos dos trabalhadores
urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:

XIII - duração do trabalho normal não superior a


oito horas diárias e quarenta e quatro semanais,
facultada a compensação de horários e a
redução da jornada, mediante acordo ou
convenção coletiva de trabalho;

Súmula nº 376 do TST

HORAS EXTRAS. LIMITAÇÃO. ART. 59 DA CLT. REFLEXOS (conversão das Orientações


Jurisprudenciais nºs 89 e 117 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005

I - A limitação legal da jornada suplementar a duas horas diárias não exime o


empregador de pagar todas as horas trabalhadas. (ex-OJ nº 117 da SBDI-1 - inserida
em 20.11.1997)

II - O valor das horas extras habitualmente prestadas integra o cálculo dos haveres
trabalhistas, independentemente da limitação prevista no "caput" do art. 59 da CLT.
(ex-OJ nº 89 da SBDI-1 - inserida em 28.04.1997)
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Trabalho além da Jornada

Os minutos que antecedem e que sucedem a jornada devem ser desprezados se não
ultrapassarem 5 (cinco) minutos por entrada e por saída, desde que a soma não seja
superior a 10 (dez) minutos, conforme súmula 366 do TST.

Súmula nº 366 do TST

CARTÃO DE PONTO. REGISTRO. HORAS EXTRAS. MINUTOS QUE ANTECEDEM E SUCEDEM


A JORNADA DE TRABALHO (nova redação) - Res. 197/2015 - DEJT divulgado em 14, 15
e 18.05.2015

Não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária as variações


de horário do registro de ponto não excedentes de cinco minutos, observado o limite
máximo de dez minutos diários. Se ultrapassado esse limite, será considerada como
extra a totalidade do tempo que exceder a jornada normal, pois configurado tempo
à disposição do empregador, não importando as atividades desenvolvidas pelo
empregado ao longo do tempo residual (troca de uniforme, lanche, higiene pessoal,
etc).

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Trabalho além da Jornada

Ex.: O empregado que chega 3 minutos antes e sai 5 minutos depois da sua jornada,
não tem direito a receber os 8 minutos extratas. No entanto, se chega 6 minutos antes
e sai no horário normal, terá direito ao pagamento dos 6 minutos extras acrescidos de
50% (cinquenta por cento). Da mesma forma se chegar 3 minutos depois e sair treze
minutos depois, eis que extrapola o limite de minutos.

Quanto aos acordos ou as convenções coletivas que elastecem o limite de 5 (cinco)


minutos que antecedem e/ou sucedem a jornada, nos termos da súmula 449 do TST,
não mais são possíveis.

Súmula nº 449 do TST

MINUTOS QUE ANTECEDEM E SUCEDEM A JORNADA DE TRABALHO. LEI Nº 10.243, DE


19.06.2001. NORMA COLETIVA. FlEXIBILIZAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. (conversão da
Orientação Jurisprudencial nº 372 da SBDI-1) – Res. 194/2014, DEJT divulgado em 21,
22 e 23.05.2014 A partir da vigência da Lei nº 10.243, de 19.06.2001, que acrescentou
o § 1º ao art. 58 da CLT, não mais prevalece cláusula prevista em convenção ou
acordo coletivo que elastece o limite de 5 minutos que antecedem e sucedem a
jornada de trabalho para fins de apuração das horas extras.

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Trabalho além da Jornada

Quanto a pré-contratação de horas extras, entendeu o TST por meio da súmula 199
que só é válida, se destinada a evento esporádico, como ocorre com os vendedores
na época de natal.

Súmula nº 199 do TST

BANCÁRIO. PRÉ-CONTRATAÇÃO DE HORAS EXTRAS (incorporadas as Orientações


Jurisprudenciais nºs 48 e 63 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005

I - A contratação do serviço suplementar, quando da admissão do trabalhador


bancário, é nula. Os valores assim ajustados apenas remuneram a jornada normal,
sendo devidas as horas extras com o adicional de, no mínimo, 50% (cinqüenta por
cento), as quais não configuram pré-contratação, se pactuadas após a admissão do
bancário. (ex-Súmula nº 199 – alterada pela Res. 41/1995, DJ 21.02.1995 - e ex-OJ nº 48
da SBDI-1 - inserida em 25.11.1996)

II - Em se tratando de horas extras pré-contratadas, opera-se a prescrição total se a


ação não for ajuizada no prazo de cinco anos, a partir da data em que foram
suprimidas. (ex-OJ nº 63 da SBDI-1 - inserida em 14.03.1994)

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Trabalho além da Jornada

Jurisprudência:

RADIALISTA. HORAS EXTRAS PRÉ-CONTRATADAS. APLICAÇÃO DA SÚMULA 199. A pré-


contratação de horas extraordinárias é vedada, conforme entendimento
consubstanciado na Súmula 199 do C.TST. (TRT-1 - RO: 5362420125010006 RJ , Relator:
Valmir De Araujo Carvalho, Data de Julgamento: 16/10/2013, Segunda Turma, Data
de Publicação: 30-10-2013)

BANCÁRIO. HORAS EXTRAS PRÉ-CONTRATADAS. As horas extras pagas representavam


gratificação ajustada, motivo pelo qual os valores quitados a tal título remuneravam
apenas a jornada normal, sendo aplicável à hipótese o entendimento
consubstanciado através da Súmula nº 199, inciso I do C. TST. (TRT-2 - RO:
30569220125020 SP 00030569220125020049 A28, Relator: CLAUDIA ZERATI, Data de
Julgamento: 12/11/2013, 11ª TURMA, Data de Publicação: 21/11/2013)

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Regime de Compensação de Jornada

Compensação
Banco de Horas
Tradicional

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Regime de Compensação de Jornada
O regime de compensação ocorre quando houver aumento da
jornada em um dia pela correspondente diminuição em outro, de
forma a garantir o módulo semanal, mensal e até anual de horas
trabalhadas.

A compensação de jornada é gênero cujas espécies são:


compensação tradicional e banco de horas.

Compensação Banco de Horas


Tradicional
É aquela em que o Se assemelha a uma
módulo semanal ou conta, com débitos e
mensal é respeitado e o créditos, onde o
horário de trabalho por empregado que fizer
dia é fixado horas extras, ao invés de
previamente. recebê-las, as acumula,
Ex. Folga aos sábados. para no prazo máximo
Ex. Escala 12x36 de 1 ano, compensá-las
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