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A psicologia do desporto pelo mundo

José Augusto Alves, António José Lourenço y Luís Filipe Cid


http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 8 - N° 55 - Diciembre de 2002

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    Assim, este autor considera como primeiro período o dos “percursores” ou


“pioneiros”, tendo decorrido de 1890 a 1920 devido à procura de se relacionar
o desporto com a psicologia. De 1920 a 1930 e de 1930 a 1945, as “fases
preparatórias” caracterizaram-se fundamentalmente pela tentativa de se definir
o conceito de psicologia do desporto com base nos estudos efectuados ao
atleta e a todo o fenómeno desportivo em geral. O terceiro período, designado
por “primeira etapa de desenvolvimento” e correspondendo ao hiato temporal
de 1946 a 1965, reconheceu a psicologia do desporto não só como um
fenómeno possuidor de características específicas, como também, sendo uma
nova área da psicologia geral. Nesta fase, surgiram tal como já referimos
anteriormente, em algumas Universidades, laboratórios acentuando-se desta
forma, os chamados trabalhos no terreno. De 1966 a 1977 a “fase da
autonomia”  marcou a história da psicologia do desporto por ter sido durante
este intervalo de tempo que ela se tornou num ramo autónomo da psicologia
geral. No entanto, só no período seguinte, de 1978 a 1981 é que a psicologia
do desporto efectivou a sua “especificidade” através da apresentação de novas
áreas de investigação associadas ao desporto. O período seguinte caracterizou-
se pela forte intervenção no desporto de alta competição, acentuando-se desta
forma a especificidade anteriormente referida. Era uma psicologia do desporto
virada para o rendimento desportivo a qual adoptou o nome de período
da “definição da originalidade” e decorreu entre 1982 e 1985. De 86 a 87,
época da “especialização” verificou-se o aperfeiçoamento de determinadas
técnicas, nomeadamente a do treino mental, assim como o desenvolvimento de
estratégias como a preparação psicológica, sendo privilegiadas as cognitivas. A
esta fase, seguiu-se a da “excelência”, de 1988 a 1990, em que a psicologia do
desporto se dedica quase exclusivamente à alta performance através da
preparação mental dos seus atletas. Finalmente surge-nos, na última década, a
fase da “confirmação” que, também pelo rigor revelado nas suas investigações,
conferiu a aceitação universal e indiscutível da psicologia do desporto.

A psicologia do desporto em Portugal

    Comparativamente com os restantes países da Europa e da América do


Norte, podemos considerar que a Psicologia do Desporto em Portugal surgiu
mais tarde (Cruz, 1996). Podemos mesmo, segundo Serpa (1995) situar a sua
origem no ano de 1940, com o aparecimento do então Instituto Nacional de
Educação Física (actual Faculdade de Motricidade Humana - F.M.H.) e a
introdução das cadeiras de psicologia geral e aplicada, que tinham um peso
importante nos seus planos curriculares.
    Os primeiros contributos, realizados na década de 60, por Aníbal Costa, Alves
Vieira, Noronha Feio e Paula Brito (Brito, 1990; Serpa, 1995 e Cruz, 1996),
iniciaram o processo de estudo e divulgação da psicologia do desporto,
despertando o interesse dos profissionais de psicologia e de educação física. No
entanto, o mérito do nascimento deste ramo da psicologia deve ser atribuído a
António Paula Brito, “verdadeiro pai da psicologia do desporto em
Portugal”  (Cruz, 1996: 31). A sua actividade de investigação, formação e
intervenção neste domínio foi e continua a ser, um marco histórico e um ponto
de referência para todos aqueles que se dedicam ao estudo e investigação
nesta área.

    É em plena década de 70, que se começam a concretizar os passos mais


significativos rumo ao desenvolvimento da psicologia do desporto (Brito, 1990;
Serpa, 1995; Alves, Brito e Serpa, 1996 e Cruz, 1996). No ano de 1975, para
além do referido instituto de educação física em Lisboa também no Porto,
através do Instituto Superior de Educação Física (actual Faculdade de Ciências
do Desporto e de Educação Física), se começa a privilegiar a psicologia nos
planos curriculares.

    Em 1978, cria-se a Sociedade Portuguesa de Psicologia Desportiva (SPPD),


embora só viesse a ser fundada oficialmente em 1980. Nesse mesmo ano
(1978), para além da intervenção prolongada e sistemática de um psicólogo na
Federação Portuguesa de Judo e da integração de apoio psicológico nos
esquemas de trabalho da Comissão de Preparação Olímpica, foi criado o
primeiro laboratório de psicologia do desporto no Instituto Superior de
Educação Física (antigo I.N.E.F. e actual F.M.H.) da Universidade de Lisboa,
sendo também incluída uma disciplina específica desta área nos seus planos
curriculares.

    A intervenção da psicologia no desporto português foi-se alargando nos anos


seguintes. Esse desenvolvimento foi acompanhado, em simultâneo, pelo ensino
superior e pelos agentes desportivos. A década de 80 tornou-se um marco
importante no desenvolvimento desta especialidade em Portugal,
principalmente no que se refere à investigação e produção científica. As áreas
preferenciais de estudo situam-se nos aspectos emocionais e ansiedade,
preparação psicológica, reaciometria, atenção/concentração e liderança (Brito,
1990 e Cruz, 1996).

    O período dourado da psicologia do desporto, fase por excelência de


implementação e enraizamento deste domínio no nosso país, verificou-se em
plena década de 90, onde se recuperou parte significativa do atraso em relação
aos outros países mundiais (Cruz, 1996). O contributo decisivo para tal
progresso deveu-se em muito à realização de várias jornadas e seminários
nacionais e internacionais, um pouco por toda a parte, atingindo-se o apogeu
com o VIII Congresso Mundial em Lisboa, no ano de 1993. Este evento viria a
juntar no nosso país várias centenas de especialistas de todo o mundo.
    A produção científica aumentou significativamente, quer em termos de
publicações, quer da realização de provas de doutoramento e mestrado na área
específica da psicologia do desporto. Neste sentido, o papel de várias
universidades e alguns politécnicos, tem sido preponderante, através da
inclusão de disciplinas específicas da área nas licenciaturas de ciências do
desporto, educação física e psicologia. A criação de laboratórios e a realização
de pós-graduações, mestrados e doutoramentos têm também contribuído de
forma decisiva para o desenvolvimento deste domínio. Segundo Cruz (1996) o
primeiro mestrado em Psicologia do Desporto foi lançado pela Universidade do
Minho em 1994. Actualmente a Faculdade de Motricidade Humana e a Escola
Superior de Desporto de Rio Maior também o leccionam.

    Segundo dados de Serpa (1995) e Cruz (1996), existem no nosso país oito
pólos principais de estudo e investigação: Universidade do Minho, Faculdade de
Motricidade Humana, Centro de Medicina Desportiva do Sul, Universidade de
Trás-os-Montes e Alto Douro, Faculdade de Ciências do Desporto e de
Educação Física da Universidade do Porto e da Universidade de Coimbra,
Instituto Superior de Psicologia Aplicada de Lisboa e a Escola Superior de
Educação da Guarda. Actualmente, a Escola Superior de Desporto de Rio Maior
também constitui um ponto de referência, iniciando-se no ano lectivo de
2002/2003 a primeira licenciatura de Psicologia do Desporto e Exercício em
Portugal.

    Segundo Brito (1990) até ao início da década de 90, o número de trabalhos


publicados em Portugal rondou os 100, sendo desenvolvidos temas em várias
áreas, tais como: ansiedade; factores emocionais; preparação psicológica;
perfis psicológicos; reaciometria; atenção; concentração; liderança; relação
treinador-atleta; controlo emocional; agressividade e outros. Nos últimos anos,
a psicologia desportiva nacional “tem vindo a evidenciar um salto qualitativo
claro e notório, no desenvolvimento académico e profissional”  (Cruz, 1996: 34).
A investigação desenvolve-se a bom ritmo, assim como o intercâmbio
internacional, onde Portugal se situa no pelotão da frente. Começam também a
ser mais frequentes os pedidos de intervenção no terreno do treino desportivo,
não só das equipas e atletas de alta competição, mas também nos escalões de
formação, reconhecendo-se assim o inestimável papel desta ciência na
preparação desportiva.

    Em suma, de acordo com Fonseca (2001: 120), actualmente parece ser
pacífico declarar que este ramo da Psicologia “ganhou claramente a batalha da
quantidade, ou da sua afirmação”. Importa agora cada vez mais travar “de
forma empenhada e sustentada, a batalha da qualidade”.

Bibliografia

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