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TURISMO SUSTENTÁVEL:

O DESAFIO DA INOVAÇÃO E DA TRADIÇÃO

Graça Joaquim

Escola de Hotelaria e Turismo do Estoril

Introdução

A abordagem do Turismo Sustentável, no âmbito das jornadas de Turismo em


Espaços Naturais e Rurais, é uma abordagem local do fenómeno turístico, devedora
de década e meia de investigação e das complexas relações do turismo com os
processos de desenvolvimento local, com particular incidência no Alentejo. Dos
primórdios do turismo em espaço rural, de meados da década de 80 do século
passado, ao projecto de demonstração e experimentação, que agora nos ocupa em
Alcácer do Sal, muitas experiências melhores e piores, em termos de sucesso
empresarial, nos têm feito reflectir sobre o papel do turismo no contexto dos
processos de desenvolvimento que se querem sustentáveis.
A sustentabilidade, que alguns autores, já designaram de a quadratura do
círculo, ao postular a simultaneidade da rentabilidade económica, equidade social e
preservação dos ecossistemas, é um desafio que as populações locais enfrentam,
dispondo actualmente de um conjunto de instrumentos onde a tradição materializada
pelas especificidades locais e a inovação , produto do partenariado local com os
poderes públicos e a comunidade científica, se torna hoje possível, pela profunda
alteração do perfil dos visitantes. Da valorização da gastronomia, da centralidade do
contacto com a natureza, de um outro olhar sobre o outro, têm vindo a ser cada vez
melhor sucedidas experiências de desenvolvimento que articulam tradição e inovação.
Dos itinerários temáticos, integrados e específicos, da multiplicidade de formas de
alojamento em espaço rural, das experiências de educação ambiental, as receitas estão
aí, para serem bem sucedidas ou fracassarem, tanto pelo (des)envolvimento local,
como pela verticalização da economia, ou pela promissora tensão entre a globalização
e o reforço(reconstrução) das identidades locais.
Num mundo de profecias não cumpridas, tenhamos a humildade de aprender
com o terreno e de afirmar que a sustentabilidade não é um processo fácil. É possível,
ou como afirmou há uns anos uma grande cientista desta área, refiro-me a Marie-
Françoise Lanfant, “Que o impossível se torne provável”.

Os Novos Turismos: O Discurso

Gostava de vos contar duas histórias. Quando em 1989, o Professor Afonso de


Barros, me convidou, para ser sua assistente de investigação, com um projecto sobre
turismo em espaço rural, no Alentejo, fiquei simultaneamente felicíssima, porque
investigação era o meu grande sonho, e desconsolada, por ser sobre turismo. Para
quem acabava uma licenciatura em sociologia rural, o turismo não era um objecto de
investigação “sério”. Rapidamente percebi, que não estava sozinha neste meu
preconceito. Para além da condescendência da academia, por uma área pouco nobre
da investigação, numa das muitas entrevistas realizadas, esta, a um alto responsável
da CCR do Alentejo, este afirmou, peremptoriamente que o turismo em espaço rural
não tinha lugar no Alentejo, por um lado porque o Alentejo não teria vocação
turística, e por outro, porque isto do turismo rural era uma questão de moda, destinada
a recuperar o património, já que existiam uns fundos comunitários para isso.
Aconselhou-me ainda, “já que era uma rapariga nova” a dedicar-me a estudar coisas
mais promissoras.
No ano seguinte, no âmbito de um mestrado, a pedido também do Professor
Afonso de Barros, fui participar numa sessão sobre turismo em espaço rural, e quando
explicava aos colegas a tipologia do agro-turismo, uma colega interrogou-me,
bastante surpreendida, se eu tinha a certeza, de que alguém pagaria para passar as suas
férias numa quinta, em contacto com as actividades agrícolas.
Passou menos de uma década e meia, e repare-se como o discurso mudou
radicalmente. Hoje não há Plano Director Municipal, que não tenha o turismo como
instrumento de desenvolvimento estratégico, numa multiplicidade de nomenclaturas
que vão do turismo rural, ao sustentável, natureza, aventura , cultural, suave, discreto,
ecoturismo, enfim o “bom turismo”, por oposição ao “mau turismo” das multidões. O
turismo como instrumento conservacionista, da natureza, dos modos de vida locais, da
tradição. O mundo da autenticidade e da genuinidade. De preferência um turismo sem
turistas.
Devemos interrogar-nos sobre esta recorrência social que se traduz na colagem
do princípio de autenticidade e identidade aos espaços rurais no processo de atracção
do consumo turístico. Rambaud sustenta que o imaginário colectivo não cessa de criar
estas comunidades carregadas de utopia, onde a centralidade da aldeia na cena social
resulta, em grande medida, de mecanismos de crise e ruptura social, encaminhando os
actores sociais para uma valorização do passado centrada no mundo
rural.(Rambaud:1980).
Mas como afirma Ribeiro ”a procura de destinos alternativos aos
convencionais que, nos últimos anos, se tem vindo a esboçar, em resultado sobretudo
de mudanças socioculturais entretanto registadas, apesar das inequívocas tendências
de afirmação que revela, tem, de facto, uma expressão ainda muito incipiente e muito
modesta, que a deixam a uma incomensurável distância das opções clássicas
dominantes”.(Ribeiro:2003;199).Ou seja, muito distante do discurso sobre as ”novas”
formas de turismo e o seu papel preponderante na animação e reconversão dos
campos, tanto como mecanismo de conservação das formas de vidas locais , como de
protecção da natureza. O binómio identidade e natureza, como produto vendável e
estruturante do desenvolvimento dos espaços naturais e rurais.
Lanfant defende a tese de que o fenómeno turístico se está a formar no ponto
de articulação dos mundos moderno e tradicional, industrial e arcaico, rural e urbano,
afirmando que “nós observamos que as sociedades de acolhimento, perante a
necessidade de se oferecerem como produto turístico à venda no mercado de oferta,
encontram-se num processo de comercialização da sua cultura (…). Estas sociedades
estão submetidas a uma contradição muito importante (…) onde são chamadas a abrir-
se ao exterior e a modernizar-se pela função turística; as sociedades locais estão ao
mesmo tempo implicadas num reinvestimento do seu passado, reestruturação do seu
património, na manutenção e revitalização das suas tradições. Podemos dizer que
todas as vilas que dispõem de um castelo, de uma igreja romana ou gótica, de uma
fábrica que deixou de funcionar, de uma quinta - último traço de um passado
camponês - se lançam em operações de restauração na perspectiva do futuro turístico.
E nestes lugares, o turista pode ter a certeza de encontrar um ancião, o último, que lhe
pode falar do que foi a vida tradicional. O “tradicional” chama fortemente os turistas,
estando em curso uma reintrodução massiva nos produtos turísticos deste tipo de
primitividade necessária para a boa venda do produto”(Lanfant:1992;174).
Mas este produto turístico, é na afirmação de um alto responsável que
entrevistei, um turismo com as seguintes características: ”São compatíveis com os
objectivos da área protegida que dirijo, as actividades turísticas que não implicam
com o espírito da natureza, ruralidade e sossego que a caracteriza e que, por outro
lado, venham ao encontro das necessidades reais das populações locais sem perversão
da sua cultura e vivência, isto é sem transformar a população local em vendedores de
amendoins”. Este testemunho tem vários anos, e refere-se a uma das zonas mais
deprimidas do País, onde a desertificação e a ausência de alternativas sócio-
económicas se têm agravado.
Ou talvez, como afirma Carminda Cavaco, ”muitos processos de mudança dos
espaços rurais, e em particular de abandono, são irreversíveis, mesmo a longo prazo,
para a felicidade das populações que tendo nascido nesses lugares puderam ir ao
encontro de outros horizontes, oportunidades e espaços de vida”.(Cavaco:2003;198).
A descoincidência entre os discursos dos citadinos nostálgicos, da
administração local e central, de muitos técnicos, e a realidade das novas formas de
turismo nos espaços naturais e rurais, é profundamente penalizadora dos processos de
desenvolvimento rural, que se querem, assentes, prioritariamente, no turismo.

Os Novos Turismos: A prática

Em menos de uma década e meia passou-se da invisibilidade do turismo, que


era coisa do Algarve e das praias, para a panaceia do turismo como instrumento de
reanimação dos campos. O instrumento por excelência da passagem do mundo
agrícola para o mundo rural.
Qual é a realidade que hoje temos? Temos um modelo de desnvolvimento
turístico, onde o turismo balnear representa cerca de 90%,temos cerca de 2/3 da
população a residir nas áreas metroplolitanas de Lisboa e do Porto, temos um país
claramente litoralizado, com fortes assimetrias entre o litoral e o interior, temos um
indicador de pobreza a nível nacional muito próximo dos 30%.E temos um discurso
sobre os modelos de desenvolvimento, que no mínimo se reporta a um país virtual.
Falamos como turistas, viajantes, conversa de café, enfim temos um debate
sobre o turismo claramente ideológico, absolutamente desfasado da realidade turística
do país.
Quando olhamos para o terreno, quando estamos no terreno, quando
refectimos sobre o resultado dos nossos e de outros trabalhos, esta situação faz-me
pensar que o país não fez a transição do mundo agrícola para o mundo rural, apesar de
todos os instrumentos de que temos disposto desde a adesão à União Europeia.
Existindo um consenso tão generalizado, tanto ao nível político, como técnico,
sobre a importância estratégica do turismo, como instrumento de reanimação dos
campos, eu diria um consenso perigoso, porque pode encobrir uma incapacidade de
definir estratégias complementares(e na minha modesta opinião o turismo em espaços
naturais e rurais só pode ser por definição, complementar, e não o contrário), o que é
que aconteceu então nesta década e meia, onde o discurso catapultou o turismo como
salvação dos espaços rurais e naturais, e no concreto pouco aconteceu.
Penso que esta situação se deve, ao entendimento sobre o que é o turismo
sustentável, e a um modelo, que continua a privilegiar o “small is beautiful”, incapaz
de perceber que no turismo, indústria altamente verticalizada, as estratégias de
comercialização e distribuição, são vitais.
E que mesmo numa lógica de complementaridade com outras actividades, o
turismo não funciona por geração espontânea. Não basta estarmos numa das regiões
mais preservadas da Europa para os turistas nos visitarem, e constituírem um
importante suporte sócio-económico das regiões deprimidas.

Sustentabilidade: A Inovação
O turismo sustentável reporta-se a um modelo de desenvolvimento e não a um
tipo de turismo. É um modelo tripartido, onde à rentabilidade económica, e á
preservação dos ecossistemas, se alia a equidade social, isto é a distribuição da
riqueza. O incipiente turismo que existe no Alentejo, não é nem social, nem
economicamente sustentável. Não tenho conhecimentos que me permitam afirmar se é
ambientalmente sustentável, já que os critérios estéticos não bastam para avaliar a
sustentabilidade ecológica.
O Turismo sustentável engloba todos os tipos de turismo, o rural, o aventura, o
cultural, o balnear, e por aí adiante. Estamos a falar de um modelo de
desenvolvimento, que pretende ser em simultâneo um instrumento de ordenamento do
território, e um instrumento de fixação das populações.
Permitam-me que partilhe convosco, uma outra reflexão que tenho vindo a
desenvolver. Não serve o desenvolvimento local, o desenvolvimento sustentável e o
turismo sustentável, uma lógica de costas voltadas entre um “bom turismo” e um
“mau turismo”. A lógica de integração territorial, pelo tipo de verticalização que o
sector tem em termos de comercialização e distribuição não se compadece com este
discurso ideológico, que revela uma profunda ignorância sobre o turismo. Articular
produtos turísticos diferentes, articular ofertas diferenciadas, ter produtos
complementares, articular o interior e o litoral ,ter itinerários que possam articular
formas de alojamento distintas e ofertas de animação distintas, em suma articular o
território e articular com os nossos vizinhos espanhóis é absolutamente fundamental.
Sob pena de continuarmos a ter a situação que temos no Alentejo, com formas de
turismo alternativas, diferenciadas, claramente incipientes, que não têm
sustentabilidade económica e social.
Uma região que não é capaz de fixar os seus filhos, uma região que não é
capaz de criar emprego, é uma região que está condenada.

Sustentabilidade: A tradição

Existe do ponto de vista da conservação da natureza, uma confusão


generalizada. Uma coisa é a preservação dos ecossistemas, outra é a relação com a
natureza. Do ponto de vista estritamente ecológico existem espaços naturais aos quais
nada obsta a que sejam intensivamente utilizados, como existem outros que devem ser
integralmente preservados. Precisamos de ter uma carta de conservação da natureza
clara, tanto nas interdições,como no resto. Quando o próprio ICN se questiona sobre
os seus próprios critérios de classificação alguma coisa vai mal. ”É arriscado
considerar de uma maneira geral as actuais áreas classificadas como os valores mais
salientes do nosso património natural e cultural. Não existe nenhum estudo
sistemático sobre esses valores a nível nacional que permita seguramente tirar tal
conclusão. Se algumas áreas actuais poderão ser tidas como indiscutivelmente
elegíveis para um sistema de áreas classificadas, outras poderão levantar algumas
dúvidas, pelo menos quanto ao nível de importância de que se revestem(nacional,
regional ou local). Só encontramos uma lógica para parte das classificações
existentes:a busca de áreas onde a pressão humana conduziu tradicionalmente a uma
ocupação menos intensa, ou por apresentarem limitações de produtividade(zonas
montanhosas), ou por a sua produtividade não ter sido reconhecida em termos
económicos, mas apenas recentemente em termos ecológicos”(Raposo:1987;93).
Outra coisa, são os nossos critérios estéticos, que nos levam hoje, urbanos,
intelectuais, classes médias a valorizar(discursiva e simbolicamente) os verdes e
castanhos dos campos, como se os dourados e azuis das praias(que frequentamos) não
fizessem eles também parte de ecossistemas, muitas vezes bastante sensíveis.
E a preservação da tradição levou, na última década, ao florescimento de
aldeias cenário, fantasmas, propriedade de citadinos, que nos poucos fins de semana
que passam na aldeia alentejana, carregados de compras dos hipermercados da capital,
se arriscam a ir aliviar o stress, para um Alentejo sem alentejanos.
“ Uma tradição que é esvaziada de conteúdo, comercializada, torna-se uma
herança ou um kitsch, um berloque sem valor que se compra na loja do aeroporto.
Quando tratada pela indústria da herança, a herança é a tradição refeita em termos de
espectáculo. Os edifícios reconstruídos em locais de interesse turístico podem parecer
esplêndidos, e a reconstrução pode ter sido autêntica até ao mais ínfimo pormenor.
Mas a herança assim protegida deixa de ser alimentada pelo sangue vital da tradição,
a qual está em conexão com a experiência da vida corrente”.(Giddens:2000;51).

Sustentabilidade: Inovação e Tradição

Defendo que o Alentejo deve apostar em meia dúzia de unidades turísticas de


média dimensão, bem integradas no território, e deve envidar todos os esforços para
se articular com o Algarve e com Espanha e oferecer produtos complementares, com
identidade própria.
Acho que o Algarve e o Alentejo têm modelos de desenvolvimento turístico
deiferenciados. Aldeias e cidades turísticas não são realidades comparáveis, e é
preciso não esquecer que a procura turística de sol e praia, é parcialmente a mesma
dos chamados novos turismos.
O Alentejo encontra-se hoje emparedado entre uma diminuta procura turística
altamente selectiva, elistista,e sobretudo baseada nas residências secundárias, e o
Algarve das cidades turísticas onde aqueles que têm casa no Alentejo, passam as
férias.
À especialização turística algarvia, o Alentejo deve contrapor a
complementaridade turística, numa lógica de articulação tanto com o Algarve como
com Espanha.
A integração territorial e a diversificação articulada da oferta e dos produtos
turísticos, só pode trazer benefícios tanto para o Alentejo como para o Algarve. Mas
para que tal aconteça é preciso vencer a desconfiança sobre o “monstro turístico
algarvio”, e a inércia que tem vindo a transformar o Alentejo na reserva urbana dos
nossos viajantes de fim de semana prolongado.
Atente-se na seguinte reflexão de Figueiredo: ”Pelas características das
procuras e consumos destes ambientes rurais, não é surpreendente que, como vimos,
os visitantes do PNM e da Serra da Freita não considerarem como aspectos graves o
esvaziamento da paisagem rural de alguns elementos que a constituem e que,
entendemos nós, são fundamentais para a sua continuidade: o Homem e a actividade
agrícola. Isto significa qie para os visitantes destas áreas, o ambiente rural se constitui
como um símbolo na medida em que o percepcionam como natural. Para os
residentes, inversamente, são as ameaças de desaparecimento de alguns dos aspectos
que humanizam e dão forma à paisagem rural, que consideram mais susseptíveis de
degradar o ambiente. A esta percepção subjaz a visão do ambiente rural como vivido.
Ao contrário, às percepções dos visitantes está essencialmente subjacente o seu
entendimento como desejado” (Figueiredo:2003;164).
Uma década antes do citado trabalho de Elizabete Figueiredo, Dickens
afirmava: ”Voltamos a algo muito próximo do conceito de fetichismo de Marx - a
noção de consumo verde. Esta forma de mercado baseada no ambiente, tem sido
frequentemente criticada por promover o consumo destes produtos como solução para
os problemas ambientais do mundo, falhando no reconhecimento de que o consumo é
o problema e não a solução. Mas o significado do consumo verde é actualmente muito
mais profundo.(…)As relações sociais envolvidas na produção de bens verdes
mantém-se aparentemente incontroversas. Estas abstracções fetichizadas apagam as
relações e condições de produção, celebrando os produtos naturais como possuindo
poderes místicos” (Dickens:1993).

Reflexões Finais

Inovação e Tradição num contexto de sustentabilidade, pressupõe em primeiro


lugar, espaços vividos, habitados, com estratégias realistas de desenvolvimento sócio-
ecómico, onde a fixação de populações é o factor determinante. Se a estratégia passa
pelo desenvovimento turístico dos espaços naturais e rurais, eu diria, deve também
passar, mas a complementaridade com outras actividades é fundamental e constitui
um factor determinante no próprio sucesso do turismo. A especialização turística, por
definição não é compatível com o espaço rural. Quando existe, passsamos a ter uma
realidade diferente, a das cidades turísticas, o que manifestamente não é o propósito,
mesmo dos que defendem que o turismo é factor preponderante no desenvolvimento
de zonas deprimidas.
Mas a natureza das actividades turísticas, que constituem hoje uma das mais
importantes indústrias mundiais, com elevada capacidade de comercialização e
distribuição, exige uma maior profissionalização do turismo nos espaços rurais e
naturais, e uma maior capacidade de articulação com as formas de turismo
dominantes no País, assim como uma maior integração territorial.
O turismo não funciona por geração espontânea, e a visitação esporádica não
resolve os graves problemas sócio económicos das regiões do interior. O preconceito
instalado sobre o turismo balnear e sobretudo sobre o Algarve, tem cegado os
responsáveis locais e os técnicos e tem impedido a procura de parcerias e a utlização
de canais de comercialização e distribuição já maduros no País, e que poderão ser
utilizados para ofertas complementares. A diversificação de produtos, que já está
contemplada no Plano Nacional de Turismo em 1989, tem sido feita de forma isolada
e de costas voltadas para os circuitos existentes. A integração territorial de produtos e
de ofertas distintas, continua a constituir um tabu. Entre o liberalismo selvagem, que
não reconhece valores ecológicos e culturais, e o ambientalismo radical que só
reconhece florzinhas e passarinhos, encontra-se a maior parte do País cada vez mais
despovoado, desertificado e abandonado.

Bibliografia
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