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A. SOCIEDADE E DIREITO
1. INTRODUÇÃO AO DIREITO
Da realidade <Direito>, tanto se pode dizer que é conhecida de toda a gente, como é
desconhecida do homem comum.
Mesmo o leigo, por mais iletrado que seja, consegue orientar-se na percepção do fenómeno
jurídico. Recordar antes de mais que os seus direitos, o que lhe é devido e o que deve aos
outros; Menciona Juízes, Advogados, Escrivãs; pensa em tribunais e prisões. Nada disto vem
a despropósito, pelo que podemos dizer que este leigo terá do Direito uma noção muito mais
aproximada do que sobre Astronomia ou Biologia, ou até Física se nestes não for
particularmente versados.
O Direito é uma Ordem da Sociedade. Uma Ordem e não a Ordem, repara-se, porque
na sociedade outras ordens se encontram. O nosso estudo deve ser uma iniciação a ordem
jurídica da sociedade.
O Direito é uma realidade muito vasta, foram-se por isso desenhando dentro dele algumas
partes ou divisões, que se chamam ramos do Direito – Direito Administrativo, Direito
Criminal, etc. Mas agora pretendemos considerar em conjunto toda essa ordem da Sociedade
que designamos direito e não apenas alguns ramos deste.
Nomeadamente, não nos restringiremos ao chamado < < Direito Civil >>, de que depois
teremos a oportunidade de falar longamente. A nossa análise deve-nos pois levar à
compreensão do Direito nos seus elementos permanentes. Pretendemos realizar uma
introdução ao Direito que desemboque numa teoria Geral do fenómeno jurídico.
A História demonstra que, desde os primórdios, o homem sempre viveu em comunidade com
os seus semelhantes. A razão da sua sociedade corresponde as tendências mais profundas do
homem, pois que este, por instinto e po necessidade, sempre procurou na convivência a
melhor satisfação das suas necessidades.
As pessoas e condutas têm entre si um lugar demarcado. Estão numa certa ordem. Isto permite
à sociedade sobreviver e atingir os seus fins. A ordem é assim um dado primário da
observação sociológica. Toda a ordem social implica um complexo de normas propostas a
observância dos seus membros.
É a norma que demarca a harmoniza as condutas dos vários sujeitos, tornando possível atingir
em conjunto a finalidade pretendida.
Contudo, é preciso distinguir estas leis, que se dirigem à vontade humana e se propõe nortear
as condutas, das leis da natureza que são indissociáveis e exprimem uma relação necessária
entre dois seres.
A ordem natural é assim uma ordem de necessidade: tem de existir tal e qual, as suas leis não
são substituíveis.
Exemplo: Torna-se evidente que entre a infinidade dos astros, há uma maravilhosa ordem, que
o homem só lentamente vai descobrindo, se cada um não ocupasse uma posição determinada
no conjunto, teríamos o caos.
Se passarmos porém desta ordem da natureza para a ordem social, verificamos que toda a
norma exprime um dever ser e é essencialmente viciáveis. A violação só atinge a norma na
sua eficácia, não a atinge na sua validade.
A ordem social pode ser, portanto, perturbada, porque o homem é livre, podendo rebelar-se
contra ela. No entanto, logo se reconstitui, pois sem ordem, nenhuma sociedade pode
subsistir.
O Direito é intrínseco na própria ordem social. Se toda a sociedade tem uma ordem, ela tem
também, desde o início, uma ordem jurídica. Pode a determinação desta suscitar dificuldades,
na medida em que pode concorrer com outras ordens.
No entanto, é sempre possível distinguir o que é e não é Direito e confirmar que a vida social
só é possível porque os homens acatam regras que visam instituir a Paz, Segurança Jurídica e
dirimir os conflitos de interesses que inevitavelmente surge nas relações sociais.
2. DIREITO
O dia-a-dia vai forjando em cada homem uma noção aproximada do que seja Direito. Há
certos fenómenos sociais, como os que se ligam à actividade dos tribunais ou dos notários,
que todos consideram imediatamente relativos ao Direito. A palavra Direito pertence até a
linguagem corrente – basta recordarmos as expressões: <não há direito>, << é de meu
direito >> - sem que, os que a usam, se apercebam da sua grande ambiguidade.
Há muitas acepções do termo “Direito”. Vamos nos referir apenas as mais comuns.
1ª – A de ciência do Direito que será o estudo das melhores formas de conseguir tecnicamente
a atribuição a cada um o que é seu – É a chamada acepção epistemológica.
2ª – Quando se fala do Direito como conjunto de normas, escritas ou não, então aí está-se
perante a actividade normativa do Direito. É a acepção do Direito Objectivo.
3ª – Quando se dá o poder ou faculdade ao titular de um Direito objectivo, de agir ou não de
acordo com o conteúdo daquele, ou de exercer ou não o direito que lhe é devido pelo Direito
Objectivo – É a acepção do Direito Subjectivo.
A continuação da análise demonstra que entram na sua composição quatro ordens diferentes,
que traduzem aspectos também diferentes do dever, inerentes à vida do homem em sociedade.
Por outras palavras; o Direito não está isolado, Começa mesmo historicamente por
dificilmente se diferenciar das outras ordens sociais normativas, ou seja desses conjuntos de
regras, prescrições ou
CONCEITO
O DIREITO, visa na sua função de meio de disciplina social, realizar determinados valores,
fundamentalmente a certeza dessa disciplina e a segurança da vida dos homens, por um lado,
e a rectidão ou razoabilidade das soluções, por outro. Abrange com estes termos (rectidão e
razoabilidade), a justiça, a utilidade, a oportunidade e a exequibilidade prática. Em suma, o
Direito é sistema de normas de conduta social, assistido de protecção coactiva.
Existem vários sentidos do termo “Direito”. Todavia, iremos nos referir, a título
exemplificativo, aos mais comuns.
1º - Sentido comum, é tomado em termos genéricos, sem se atender o seu alcance. Qualquer
leigo em direito, ao menos conhece alguns dos seus direitos, o que lhe é devido e o que deve
aos outros, menciona os juízes, advogados, pensa em tribunais, prisões, mas sem ter a
consciência da realidade abstracta e transcendente que é o direito.
3º - Sentido real, teremos os direitos reais como direitos absolutos e inerentes a una coisa e
funcionalmente dirigidos à afectação desta aos interesses do sujeito; ou por outras palavras, é
o poder de exigir de todos os outros indivíduos uma atitude de respeito pelo exercício de
determinados poderes sobre uma coisa. De entre os direitos reais existentes, os principais são:
A propriedade, o usufruto e a servidão.
7º - Direito natural, são certas normas de conduta que por serem inerentes a própria natureza
do homem, são anteriores e superiores ao Estado. É uma designação próxima da de <
<Direitos do Homem>> , e com significado afim.
8º - Direito positivo, é constituído pelas leis, com existência efectiva e que se formam na
sociedade em vista da organização desta e da pacífica convivência dos indivíduos. Ele
provém da vontade mais ou menos arbitrária dos homens que normalmente procuram criá-los
tão perfeito quanto possível, mas que pela fraqueza e contingências das suas forças fazem
quase obra precária. É o direito que a sociedade cria, com uma expressão exterior sensível e
tangível.
Mandamentos que com ela, se impõe ao homem em sociedade, e que são os alicerces da
ordem social de que falávamos.
Diz respeito às relações do Homem com Deus, com os deuses, ou mais geralmente, com o
sagrado, por oposição ao imanente, habitual, quotidiano e profano, exclusivamente material.
A sua máxima fundamental poderá ser “amar a Deus acima de todas as coisas”.
O não cumprimento das normas religiosas, pose acarretar primariamente punições extra -
terrenas.
Em todo o caso, o que é socialmente punido é a manifestação exterior de ligação com o
divino.
A moral respeita, quer tenha uma referência religiosa ou laica como seu fundamento, aos
deveres de cada um para consigo mesmo e para com a sociedade, numa perspectiva de
dignidade e/ou solidariedade.
A ordem moral caracteriza-se por um conjunto de imperativos impostos aos indivíduos pela
sua própria consciência ética, de tal modo que o seu incumprimento, não é necessariamente
sancionado pelos juízes sociais de reprovação, mas pela reprovação dinâmica da sua própria
consciência.
Exemplo: o não cumprimento de normas morais traz como consequência, para o indivíduo
que as aceite mas desreipeita, o remorso.
Trata-se de normas de polidez, boa educação, civismo e por vezes de um cerimonial mais ou
menos complexo consoante o refinamento da sociedade e do círculo social em causa; e que
contribuem para atenuar as tensões, facilitar as relações, e tipificar os comportamentos,
adequando-os à situação.
A sua máxima poderia ser a do Gentleman inglês: dá sempre para o bolo social um bocadinho
mais do que retirares dele “Assim também com a simpatia, nas suas diversas formas, como se
sabe, as normas de trato social variam muito de círculo social para círculo social.
Exemplo: Não usar gravata tanto é em certos lugares uma terrível falta de maneiras, como
usá-la, noutros sítios, uma imperdoável falta de gosto e uma intolerável “caretice”, como
diriam os brasileiros.
Exemplo: O duelo.
Esta ordena os aspectos mais importantes da convivência social e exprime-se através de regras
jurídicas. Os valores que visa atingir são a justiça, a segurança e a paz social.
Entre as ordens normativas, que acabamos de estudar, e o Direito pode sugerir relações de
coincidência, de indiferença e de conflito.
Há numerosas relações de coincidência entre todas estas ordens, pois não podemos esquecer
que durante largo tempo, existiu entre elas total identificação e, só com progresso
civilizacional se foi tomando consciência do âmbito próprio década uma destas ordens.
Por exemplo, as regras, entre <não matar> ou <não furtar> são normas jurídicas, de moral e
de grande parte das religiões.
Analisemos agora separadamente as relações que podem surgir entre cada uma das ordens
normativas e o direito.
I. MORAL / DIREITO
Entre esta ordem e o Direito, há largas zonas de concidência, pos deficilmente, se poderia
conceber uma ordem jurídica totalmente contraria aos conceitos morais vigentes numa dada
sociedade.
Assim se verifica pelo menos, o respeito daquelas regras morais que são vitais e cuja
observância é indispensável à convivência entre os membros duma determinada comunidade
como, por exemplo, as regras (não matar) ou (não furtar).
Relações de indiferença – podemos constatar que muitos dos preconceitos jurídicos são
irrelevantes para a moral, como por exemplo, os meramente organizativos ou técnicos, entre
os quais podemos apontar as regras de trânsito e as regulam a produção industrial ou as
sociedades comerciais,
Relações de conflito – pode acontecer, em algumas vezes, que certas regras de Direito se
encontrem em oposição a regra de moral. Exemplo: (não matar), em alguns países a pena de
morte
A maior parte dos usos sociais são completamente indiferentes ao Direito, como por exemplo,
os relativos à moda ou cortesia, o que leva ao estabelecimento de reacções de indiferença
entre a ordem jurídica e a do “trato social”.
Por vezes, o Direito torna ilícito certos usos sociais considerados prejudicais ou
inconvenientes para a sociedade, o que será uma relação de conflito entre as duas ordens, É o
caso do duelo ou desafio já anteriormente referido, que subsistiu durante anos, apesar da
legislação que o proíba, porque a sua não-aceitação, implicava penosa desclassificação social.
Pelo contrário, também sucede, o Direito elevar a categoria de normas jurídicas usos que se
desenvolveram na prática.
Enfim, por tudo o que dissemos podemos concluir que entre o Direito e as restantes ordens
normativas que fazem parte da ordem social, ocorre historicamente uma constante assimilação
e desassimilação de conteúdos.
Já vimos que uma norma pode pertencer a diversas ordens como (não matar) ou não furtar),
ou pode deixar de ser jurídica e continuar como moral ou religiosa como a despenalização do
aborto ou das drogas leves em alguns países ou pelo contrário adquirir carácter jurídico
quando antes era um simples uso social.
4. A NORMA JURÍDICA
4.1. INTRODUÇÃO
Em regra, o comportamento dos cidadãos é conforme com o Direito; no seu dia a dia eles
observam espontaneamente uma grande variedade de normas de conduta jurídica e outras, da
realidade social.
Porém, quando há comportamento que se desviam dos imperativos da ordem jurídica, ou por
outras palavras, quando acontecem violações das suas normas derivadas de actos contrários ao
Direito (actos ilícitos), a ordem jurídica procura defender-se recorrendo aos meios de
protecção ou tutela jurídica tanto preventivas como repressivas.
Repare-se, que em todo este sistema de defesa da ordem jurídica sobressai a <<coercibilidade
>>.
4.3.1. IMPERATIVIDADE
No entanto, para muitos autores, certas normas não ordenam nem proíbem umas condutas,
designadamente as normas permissivas.
Porém, outros autores entendem que esse imperativo existe sempre mais ou menos expresso
ou encoberto na norma.
Significa que a norma se refere a toda uma categoria mais ou menos ampla de pessoas e não a
destinatários singularmente determinados.
Uma norma pode ter como destinatário uma determinada pessoa e ser geral. Assim acontece,
por exemplo, com as regras constitucionais que definem as competências e os deveres do
Presidente da Republica e que se destinam a uma categoria de pessoa e não a uma pessoa em
concreto.
Exemplo, uma lei ordena aos proprietários de certa região, o abate de determinadas espécies
de animais.
4.3.1. COERCIBILIDADE
Esta regra é:
- Genérica, porque visa uma pluralidade indefinida de pessoas -< Quem ...>.
- Susceptível de imposição coactiva de sanções – porque o lesado pode recorrer aos tribunais
para obter a reparação do dano causado.
Previsão/ Hipótese – tipo legal, a situação hipotética subsumida na norma jurídica como
sendo a que é idóneo a que é capaz com que o agente, o sujeito que nela se encontra se possa
sujeitar ao que se encontra previstos na tese, na mesma norma.
Há autores que defendem a existência de um terceiro elemento, a sanção. E essa vai ser a
nossa orientação, pelo que:
Sanção – será o prémio positivo ou negativo a que a pessoa se vai sujeitar, beneficiar uma vez
se encontrado na situação prevista pela norma.
Exemplo: Artos 130, 483, doCódigo Civil; Artos 349,294,353 do Código Penal.
A) QUANTO A IMPERATIVIDADE
Validade territorial.
Regionais – que se aplicam numa determinada região (Decretos das regiões antónomas);
Locais – que se aplicam no território de uma autarquia local posturas e regulamentos dos
Conselhos Municipais).
Normas Gerais: estabelecem o regime regra para o sector das relações que as regulam
(art.219 do C.Civil – regime de consensalidade).
Normas Supletiva: é uma norma de outro tipo (imperatividade ou permitivas) mas que a
cresce de uma nota essencial particular: aplica-se aos negócios juridicos só se as partes não
tiverem excluido a sua aplicação. Ex. art. 878 do C.Civil.
Normas Interpretativa: é aquela que esclarece o sentido do outro trecho com valor jurídico;
Ex. art. 1º do C.Civil.
Normas Directas – são normas que tem várioso destinatários da vida social.
Normas completas – as que podem produzir efeitos só por si e contém uma relação
juridica, imperativa ou permitiva. Art. 1323 do C.Civil
Normas incompletas – definem pela negativa – não produzem efeitos só por si tem que ligar-
se a outras normas. Art.874 do C.Civil.
Normas de Estatuição Material – são normas que projectam o seu comando sobre a vida
social: a sua estatuição reputa-se a actos dessa vida ( não matar, entregar objectos, art.1323 do
C.Civil). Nesse caso estão normas stritu sensu e nos acrescentar-lhes, as normas permissivas
em que se refiram a actos materiais;
Normas de estatuição jurídica – são normas lato sensu, cujo conteúdo se esgota no plano
juiridico, reflexamente, claro, vão traduzir em ultimo análise em normas de estatuição ( ou
conteúdo) material, mas, tal como se nos apresentam, têm outro sentido. Art.130 do Código
Civil.
Normas ordenadoras: tem previsão estatuição de uma sanção que vem repostada em
outras normas juridicas.Tem geralmente como destinatário ao
autoridade do Estado mas há excepção – art. 983, da
responsabilidade civil dos particulares, não depende de nenhum do
Estado.Responsabilidade em factos ilícitos.
Normas não autônomas: é aquela que por si não tem um sentido completo ( falta-lhe toda
ou parte do hipotese toda a parte da estatuição, só o obtendo por
remissão para as outras normas, tais são as normas remissivas,
norma de devolução ou normas indirectas.
B) QUANTO À SANCIONALIDADE
Norma Perfeita – Lex perfecta – é aquela cuja sanção é a nulidade do acto, mas sem sanção;
Leges Perfect – regras contrárias aos bons costumes ou a ordem pública (compromisso de um
cônjuge perante outro de “confessar” certas violações dos deveres conjugais),
mas não punivel.
Normas menos perfeita/ lex minus quam perfecta- é aquela cuja sanção é outra que não a
nulidade.Exemplo: A venda ao produto depois da
hora regulamenta do encerramento não acarrecta
a nulidade da venda, mas implica uma pena
(multa) para o comerciante.
Normas mais que perfeita – lex magis quam perfectua legas plus quam perfecta – é
aquela que comporta sanções a nulidade e outra ainda (pena).
Exemplo: o contrato pelo qual os pais negoceiam com outrem os “favore” de uma filha: o
negócio é nulo (art.280 nº 2, do Cod.Civil), e demais disso, é passivel de uma sanção penal
Norma imperfeita – leges nuperfectal e que não tem sanção não importa qualquer espécie
de sanção.Tais normas que tem por destinatários certos orgãos superiores do Estado, quando a
sua violação não é susceptivel de sanção jurídica.
FONTES DE DIREITO
A ordem jurídica é uma realidade histórica, cujo conteúdo são as normas jurídicas. Importa
agora saber como e onde nascem essas normas e como revelam aos particulares.
A expressão Fontes de Direito não tem sido utilizada pelos diversos autores, no mesmo
sentido.
A lei;
O costume;
A jurisprudênciae; e
A doutrina;
As fontes imediatas são que têm força vinculativa própria, sendo portanto os verdadeiros
modos de produção do Direito. Ex: A Lei
As fontes mediatas, não tendo força vinculativa própria, são contudo importantes pelo modo
como influenciam o processo de formação e revelação da norma jurídicas. Ex: O costume,
jurisprudência e doutrina.
Segundo alguns autores só a Lei é considerada verdadeira fonte de Direito, isto é, fonte
imediata de Direito, todas as outras são fontes mediatas.
1. 1. 2. A LEI
A lei é o processo de formação ou criação do Direito que se traduz numa declaração solene e
directa da norma juridical, efectuada por uma autoridade competente. A lei é assim uma
norma jurídica de criação deliberada.
O COSTUME
A base de todo o costume é uma repetição de práticas sociais que podemos designar por uso.
Mas não basta o uso, para que o costume exista, é necessário ainda que essas práticas sejam
acompanhadas da consciência da sua obrigatoriedade. Pois só quando as pessoas se
convencerem de que aquela prática não representa algo de arbitrário, mas é antes vinculativa e
essencial à vida da comunidade, é que pode dizer-se que há um verdadeiro costume, e que a
prática levou à criação duma norma jurídica.
Outros autores, entendem que o Costume só constituirá verdadeira fonte de Direito, quando o
Estado reconhecer que as normas jurídicas podem nascer directamente da vontade popular.
O nosso código Civil, não apresenta o costume como fonte imediata do Direito e apenas
admite que os “usos” tenham relevância jurídica, quando a lei para eles remeta, ou seja, como
fontes mediatas de Direito.
O art.º 3º Código Civil fala-nos do valor jurídico dos usos, e no seu nº 1 diz-nos que:“Os usos
que não forem contrários aos princípios da boa fé, são juridicamente relevantes, quando a lei o
determine”.
A JURISPRUDÊNCIA
Uma questão que se coloca é a de saber, se esses modos de decidir têm validade além do
processo, criando regras para casos futuros.
É o que acontece nos sistemas jurídicos Inglês e Americano, em que a jurisprudência é fonte
de Direitos.
Em princípio, não é assim que se passa entre nós. O juíz tem de julgar unicamente de
“harmonia com a lei e a sua consciência “ (arti. 8º, Cód. Civil), sendo perfeitamente
irrelevante que a sua decisão contrarie a que tenha siso tomada por outro tribunal.
Nas situações normais, a jurisprudência não é fonte de direito, no entanto, na medida em que
ao longo dos tempos vai explicitando uma determinada “consciência jurídica geral”
contribuirá para a formação de verdadeiras normas jurídicas.
A este princípio, há que indicar uma importante excepção. Em certos casos, a jurisprodência
dos tribunais superiores (Supremo Tribunal) deve ser considerada autêntica fonte de Direito
refiro-me aos ASSENTOS.
Art.º 2º C.C.
A DOUTRINA
A doutrina, entre nós não é considerada fonte de Direito. Quando muito podemos chamar-lhe
fonte mediata, para acentuar a sua relevância prática e a maneira como contribui quer para a
formação quer para a relevância do Direito.
2. A LEI
2.1. CONCEITOS E ESPÉCIES.
A lei ocupa hoje em dia um lugar privilegiado na “Teoria das Fontes de Direito”, de tal
maneira que alguns a consideram até a única fonte admissível.
Como decorre do nº 2 do citado artigo, “são Leis, todas as disposições genéricas provindas
de orgãos estaduais competentes”.
Lei em Sentido Material, é todo o acto normativo emanado de um órgão do Estado, mesmo
que não incumbido de função legislativa desde que contenha uma verdadeira regra jurídica.
Exemplos:
Há várias categorias de leis, pelo que surgem difíceis problemas quando se trata de aferir o
seu valor relativo. É pois necessário, estabelecer entre elas uma determinada ordenação ou
hierarquia.
Da hierarquia das leis resulta que as leis de hierarquia inferior não podem contrariar as leis de
hierarquia superior, antes têm de se conformar com elas, as leis de hierarquia igual ou
superior podem contrariar leis de hierarquia igual ou inferior a então diz-se que a lei mais
recente revoga a lei mais antiga.
A hierarquia das leis depende na hierarquia das fontes em que estão contidas e têm que ser
analisadas em paralelo com a hierarquia dos correspondentes aspectos do poder legislativo.
Leis Constitucionais, e
Leis Ordinárias.
LEIS CONSTITUCIONAIS
LEIS ORDINÁRIAS
A Assembleia da República,é considerada o órgão legislativo por excelência (art. 169 C.R.M)
e dela provêm as leis e resoluções (art. 182 C. R. M.), porém só a lei se destina a estabelecer
verdadeiras regras jurídicas.
Constituição
Leis Constitucionais
Lei AR
Resolução
Tratados ou Convenções Internacionais
Decreto
Despacho Presidente da República
Decreto-Lei
Decreto Conselho de Ministros
Resoluções
Diploma Ministerial
Despacho Ministerial Conselho de Ministros
Circulares
Posturas __________ Conselho Municipal
Estabelecemos os tipos ou categorias de leis existentes no nosso direito. Vejamos agora como
as leis se fazem e como cessa o seu valor vinculativo ou vigência.
4. VÍCIOS DA LEI
Os vícios da lei podem ser de três tipos:
- Ineficácia Jurídica,
- Inexistência Jurídica,
- Invalidade Jurídica.
INEFICÁCIA JURÍDICA, é quando o conteúdo de uma nova lei criada, torna-se destituída
de força vinculada geral e sem consequências jurídicas.
Exemplo: A falta de publicação de uma lei, implica a não produção dos efeitos a que o acto se
dirige.
Exemplo: A falta de promulgação (assinatura) do P.R. numa lei aprovada pela A.R.
INVALIDADE JURÍDICA, surge quando o acto que deveria ser fonte de Direito fica sem
valor e pode ser revistida de duas formas:
Nulidade visa a defesa de interesses públicos e pode ser arguida a qualquer tempo.
Exemplo: A feitura de leis por parte de um orgão não competente para tal.
Anulabilidade, visa defender o interesse dos particulares, pode ser arguida dentro de um
determinado tempo, estabelecido por lei.
Exemplo: Uma lei que obriga os cidadãos a tomar certa atitude. Se ela for de todo
manifestante prejudicial ao interesse legítimo dos particulares, terá que ser cumprida até que
os orgãos competentes a declarem anulada.
A lei ficará em princípio ilimitadamente em vigor. O decurso do tempo por maior que seja,
não é razão suficiente para que a lei cesse a sua vigencia.
A Revogação total ocorre quando todas as disposições de uma lei antiga são atingidas,
também são conhecidas por ab-rogação.
Exemplo: uma lei nova estabelece que todo o dispositivo legal concernente a determinado
assunto fica revogado.
A Revogação parcial dá-se quando só algumas disposições da lei antiga são revogadas, pela
lei nova, também conhecida por derrogação.
Exemplo: uma lei nova que revoga apenas arguns artigos da lei antiga.
Importa ainda salientar que “a lei geral não revoga a lei especial, excepto se outra for a
intenção inequívoca do legislador”.
A lei especial tem em conta situações particulares que não são valoradas pela lei geral,
presumindo o legislador que a mudança desta não afecta esse regime particular.
A APLICAÇÃO DA LEI
I. A INTERPRETAÇÃO DA LEI
Por vezes, diz-se que a Lei clara não necessita de interpretação(IN CLARIS NON FIT
INTERPRETATIO).
É um erro. Pois para aplicar a lei, é sempre necessário entendê-la ou compreendê-la, isso é a
interpretação. Esta pode ser mais ou menos fácil, mas é sempre necessária.
1. FORMAS DE INTERPRETAÇÃO
Pelo critério da sua fonte e valor, a interpretação diz-se autêntica, oficial, judicial e
doutrinária.
A essa lei, que fixa o sentido decisivo da lei interpretada, chama-se lei interpretativa. Nota
esta forma de interpretação é vinculativa, isto é, tem a força vinculativa da própria lei.
Exemplo: Se uma lei da AR após publicação suscitar fortes dúvidas acerca do seu exacto
sentido e alcance, pode o orgão donde emanou (A.R.), fazer a sua interpretação através de
uma lei nova (lei interpretativa).
A interpretação autêntica é realizada igualmente pelos Assentos.Note-se uma vez que são
vinculativos, porque certos autores lhes reconhecem a natureza de lei interpretativas, desde
que atenda a interpretação em sentido amplo, isto é, abragendo a interpretação e integração de
lacunas.
Exemplo: A interpretação que um ministro fizer por circular, a certa norma, só é vinculativa
ao seu ministério por obediência hierárquica, mas não vincula para além disso.
3. Interpretação Judicial, é a realizada pelos tribunais num processo (salvo o caso particular
dos assentos), só tem valor vinculativo ao processo em si. Fora disso, pode persuadir pela
forma e exactidão dos argumentos, nã mais.
Não tem força vinculativa, mas apenas a força ou poder de persuassão que resulta do prestígio
do intérprete ou da utilização de uma metodologia jurídica correcta.
2. FINALIDADES DA INTERPRETAÇÃO
Exemplo: O que tenha em vista o legislador moçambicano ao aprovar a lei dos feriados
muçulumanos?
II. A Interpretação objectiva, procura determinar o sentido da lei em si, desligada da pessoa
ou pessoas que a fizeram. Emprega-se aqui o termo “Mens Legis”.
III. A Interpretação Histórica, tem por finalidade reconstituir o sentido que a lei tinha no
momento da sua elaboração e entrada em vigor.
Exemplo com a lei das nacionalidades o que determinou o seu surgimento, e o que pretende
regulamente.
IV. A Interpretação Actualista, tem por finalidade determinar o sentido que a lei tem no
momento da sua aplicação.
3. ELEMENTOS DA INTERPRETAÇÃO
A letra da lei representa o ponto de partida da interpretação, é o seu elemento base, pois a
principal tarefa do interprete é ler a lei e ver o que aí se diz.
Contudo, o exame literal do texto não nos resolve todos os problemas da interpretação, terá
que se recorrer a outros elementos devido às dificuldades que o texto legislativo
frequentemente composta e que dificultam a determinação do seu sentido e alcance.
Por tudo isto se compreende que além da letra é indispensável considerar o espírito da lei,
pois apreende o sentido das leis não é só conhecer as suas palavras, mas penetrar na sua foça e
poder.
Os argumentos deste tipo, que repousam ainda numa maior justificabilidade lógica da solução
(permitir, proibir), para outros casos que não o previsto – Chamam-se Argumentos por
maioria de razão. < < a fortiori>>.
Mas em sentido técnico-jurídico significa a não presença de uma pessoa, ignorando-se o seu
paradeiro.
Elemento Sistemático
Elemento Histórico, e
Elemento Teológico
Através do contexto da lei, ponderam-se as relações que a norma a interpretar tem com
conjunto de disposições a que ela pertence e que regulam a mesma matéria.
Por sua vez, os lugares paralelos, compreendem as disposições legais que regulam problemas
normativos paralelos ou institutos afins do disciplinado pela norma a interpretar.
Como a norma constitui um elemento de um ordenamento global e unitário, resulta que a sua
interpretação deve ser feita numa perspectiva de globalidade e unidade, dentro do espirito do
sistema.
Procedentes normativos,
Trabalhos preparatórios,
Occasio legis
Os Precedentes Normativos, são constituídos tanto pelas normas que vigoraram em períodos
anteriores que são objecto da história de Direito, como pelas normas do Direito estrangeiro
que tiveram influência na formação da lei.
Todos estes elementos podem ser úteis para definição da vontade real do legislador e afastar
interpretações que nã estejam em consonância com o que ele pretendia.
3. ELEMENTO TELEOLÓGICO, consiste na razão de ser da lei “ratio legis”, no fim que
o legislador teve em vista ao eleborar a norma.
4. OS RESULTADOS DA INTERPRETAÇÃO
Feita a interpretação da lei, com auxílio dos elementos referidos anteriormente, o intérprete
chegará a um dos seguintes resultados ou modalidades de interpretação:
Interpretação Declarativa,
Interpretaçã Extensiva,
Interpretaçã Restritiva.
A interpretação declarativa pode ser lata ou restrita, consoante se considere o sentido mais
amplo ou, mais restrito de alguma ou algumas palavras da lei que têm mais do que um
sentido.
Pode ser interpretada num sentido mais lato – ser humano – interpretação declarativa lata.
Pode ser interpretada num sentido mais restrito – ser humano do sexo masculino –
interpretação declarativa escrita.
Nestes casos, torna-se necessário alargar o texto legal dando-lhe um alcance conforme ao
pesamento legislativo, fazendo corresponder a letra da lei ao seu espirito. (Art. 877º nº 1 C.C.)
3. A Interpretação Restrita, é o contrário da extensiva. Neste caso, a letra da lei vai além do
seu espirito por o legislador disse mais do que aquilo que pretendia.
O intérprete deve então restringir o texto isto é, incurtar o segnificado das palavras
empregadas pela lei, de modo à harmoniza-lo com o pensamento legislativo.
1. NOÇÃO: A Lacuna jurídica (caso omisso) existe quando uma determinada situação
merecedora de tutela jurídica não se encontra por vista na lei.
Torna-se então necessário perante estas situações não previstas na lei, mas carecidas de
regulamentção jurídica, fazer aquilo que se chama a integração de lacunas, que será
atividade que visa precisamente encontrar solução jurídica para os casos omissos.
Para haver integração, há que averiguar primeiramente que não há nenhuma regra aplicável,
isto é, que o caso não está especificamente regulado, o que presupõe, obviamente, uma prévia
interpretação.
Deste modo, “a integração supõe a interpretação (em sentido técnico) mas não é ela própria a
interpretação”
Poderá parecer estranho que a ordem jurídica contenha lacunas, mas por mais competente que
seja o legislador, nunca consegue prever, todas as relações da vida social com relevância
jurídica.
2. ESPÉCIES DE LACUNAS
Certas situações são imprevisíveis no momento da elaboração da lei enquanto que outras,
embora previsíveis escapam a previsão do legislador em face da enorme complexidade de
formas da vida social.
Ainda que se verifique uma lacuna, o caso concreto tem de ser resolvido, pois de outro modo
violar-se-ia o disposto no art. 8º, do C.C.
3. FORMAS DE INTEGRAÇÃO
Art. 10º
(Integração de lacunas)
1. Os casos que a lei não preveja são regulados segundo a norma aplicável aos
casos análologos.
Este artigo, consagra assim dois métodos para a resolução dos casos omissos:
a) A ANALOGIA
Sempre que seja possível, recorre-se à anologia, que consiste em aplicar ao caso omisso, a
mesma norma reguladora de qualquer caso análogo.
Assim por exemplo: a circulação aérea quando surgiu provocou uma lacuna da lei durante
algum tempo, mas as mesmas que existiam sobre a navegação e transporte marítimos
puderam em grande parte aplicar-se por analogia, pelas muitas semelhanças qye havia entre
os dois tipos de transporte.
Apesar das razões apontadas para o uso da analogia, verifica-se que em certos casos a lei a
proíbe:
Verificando-se uma lacuna da lei, e na falta de caso análogo, o art. 10º, nº 3 C.C., manda que
Resolvida segundo a norma que o próprio interprete criaria, se houvesse de legislar dentro do
espírito do sistema”.
Assim, o intérprete não é remetido para juízo de equidade, isto é, para a justiça do caso
concreto, antes tem de decidir segundo uma regra que contemple a categoria de casos em que
se enquadre o caso omisso, válida apenas para esse caso.
Isto significa que essa norma não tem carácter vinculativo para futuros casos ou para outros
julgadores.
Daí porém a mutabilidade do direito e o aparecimento de novas normas que vão substituir
outras, que melhor se adaptem às modificações que vão surgindo na sociedade.
Porém, o facto de surgir uma nova lei, não implica o corte radical na continuidade da vida
social, pois há situações jurídicas que tendo-se constituído no passado, isto é antes da entrada
em vigor da nova lei, se prolonga no futuro, sob a vigência desta, entrando assim em contacto
com duas ou mais leis que sucedem no tempo.
Por outro lado, as relações jurídicas não se desenvolvem apenas no quadro nacional, pois
também podem entrar em contacto com mais de um ordenamento jurídico estadual ou porque
os sujeitos da relação pertencem a Estados diferentes ou o próprio objecto a que ela respeita
se situa num outro Estado, ou os seus efeitos se vão produzir noutro, etc.
* O regime de administração dos bens do casal, é alterado por uma nova lei.
* Determinado indivíduo pratica um facto, que na altura era considerado criminoso e punível
com prisão até 6 meses. Entretanto, antes do julgamento surge uma nova lei que deixa de
considerar tal facto punível.
Casos como estes e outros muito mais complexos surgem constantemente pois cada vez são
mais numerosos e frequentes as alterações e inovações legislativas, o que acontece com
particular acuidade na nossa época.
Porém, na maior parte das vezes e na grande maioria dos casos, o legislador nada diz sobre a
lei aplicável a situações em que se suscita um problema de aplicação de leis no tempo.
Neste caso, o principio que se pode invocar e para o qual é remetido o jurista é “o da não
retroactividade da lei”, de harmonia com o precentuado no art. 12º do C.C. (32(.
Art. 12º
Aplicação das leis no tempo.
( Princípio geral)
1. A lei só dispõe para o futuro, ainda que lhe seja atribuída eficácia retroactiva,
presume-se que ficam ressalvados os efeitos já produzidos pelos factos que a lei se
destina a regular.
Mas a regra é a de que a lei só dispõe para o futuro, isto é, não tem efeitos retroactivos.
Como excepção áquela regra temos a lei interpretativa que tem efeitos retroactivos, porque se
integra na lei interpretada art. 13º, nº 1.
Já que as leis interpretativas são aquelas que fazem a interpretação autêntica de outras leis
anteriores, entende-se que são retroactivas porque actuam sobre o passado.
Como já sabemos, cada Estado tem a sua própria ordem jurídica interna, o seu Direito.
Porém as relações sociais transcendem o âmbito dos Estado e estabelecem-se quer entre
indivíduos de Estado diferentes, quer entre os próprios Estados.
Deste modo resulta, que os Estados não aplicam exclusivamente o seu Direito interno no seu
espaço, e tenham por vezes que aplicar nos seus tribunais as leis de outros Estados.
Entram assim em concorrência leis estrangeiras com as leis do próprio Estado, dentro do seu
próprio território, quando uma situação jurídica se produz de modo a relacionar-se com mais
de um ordenamento jurídico estadual.
Surgem assim os conflitos das leis no espaço que são decididos mediante as regras de
conflito, que permitem determinar qual de entre as leis em contacto com a situação deve ser
decrerada competente para a regular.
Tais regras constituem o objectivo do Direito Internacional Privado e estão contidas nos
artigos 15º a 65º do C.C.
A- RAMOS DE DIREITO
I. RAZÕES DA DIVISÃO
Passamos agora à divisão das instituições e regras atendendo ao seu conteúdo. A ordem
jurídica é uma, mas o seu estudo impõe a demarcação de sectores. A esses sectores se chama
tradicionalmente os ramos do direito.
O conteúdo de cada ramo deve ser estruturado por intermédio de princípios gerais próprios
desse ramo. Isto permite um aprofundamento coordenado das matérias nele abrangidas.
A primeira e mais tradicional divisão do Direito é a que distingue entre Direito Público e
Direito Privado.
Esta distinção tem sido polémica, ao longo dos tempos, sendo vários os critérios de distinção
proposto pelos diversos autores.
De acordo com este critério, o Direito Público, teria como objectivo a satisfação de interesses
públicos, pelo contrário, o Direito Privado, visaria a satisfação de interesse privados.
As normas que regulam por exemplo a fixação dos impostos, que determinam as penas
aplicáveis aos diversos crimes, etc., sua vez, as normas que regulam os direitos e deveres dos
compradores e vendedores são incluídos no Direito Privado.
Com efeito é difícil dizer se uma norma regula interesses da colectividade (públicos) ou se
tutela interesses privados.
Na verdade, todas as normas jurídicas, mesmo as de Direito Privado são criadas no interesse
público, porque os interesses protegidos pelo Direito, mesmo os individuais devem ter certa
relevância pública.
Exemplo: As normas que fixam as penas para os diversos crimes, procuram defender a
segurança da colectividade, garantir a paz social e nessa medida tutelar interesses públicos.
Por seu turno, as normas de Direito Público visam regular a conduta dos homens em
sociedade e tutelam também os interesses dos particulares.
Alguns autores procuram reformular este critério e basear a distinção entre Direito Público e
Direito Privado, tendo em conta a natureza do interesse predominantemente tutelado pela
norma.
Também esta modalidade levanta as maiores dificuldades, não facultando uma distinção entre
as diversas normas. Com efeito, é na maioria das vezes difícil distinguir qual é o interesse –
privado ou público - que é predominantemente tutelado, passando a distinção a estar
dependente de critérios de valoração.
Assim, se para alguns autores predomina em determinadas normas um interesse geral, outros
autores virão neles tutelados predominantemente interesses particulares.
De acordo comeste critério, o Direito Público, é constituído pelas normas que regulam as
relações em que intervenha o Estado ou qualquer ente público em geral; o Direito Privado, é
constituído pelas normas que regulam as relações entre particulares.
Este critério também é sujeito a críticas, uma vez que o Estado e demais entes públicos podem
actuar e frequentemente actuam, nos mesmos termos que qualquer particular.
Exemplo: quando o Estado celebra com outro ente público um contrato de compra a venda, as
normas do contrato não deixam de ser de Direito Privado, para passarem a ser de Direito
Público.
Para alguns autores este parece ser o critério mais adequado. Segundo ele a destrinça entre o
Direito Público e Direito Privado, fundamenta-se na posição relativa dos sujeitos da relação
social regulada pela norma.
Assim, o Direito Público disciplina as relações jurídicas que se estabelecem entre o Estado
(ou outros entes públicos) os particulares, intervindo o Estado numa posição de supremacia,
isto é, como entidade dotada de poder soberano << imperium>>; as normas de Direito
Privado, regulam as relações sociais entre particulares ou em que intervenham o Estado (ou
outros entes públicos) desprovidos do seu <<imperium>>.
Pelo contrário, certas relações tributárias que se estabelecem entre os particulares e o Estado,
e em que este intervém com o seu poder soberano, dizem-se de Direito Público.
É evidente que estes dois ramos de Direito, o Direito Público e o Direito Privado, não
constituem dois compartimentos estanques, separados de forma absolita. Pelo contrário,
existem muitos pontos de conexão entre eles.
I. DIREITO CONSTITUCIONAL
I.1 CONSTITUIÇÃO
A Constituição pode ser definida como a lei fundamental dum país, que fixa os grandes
princípios da organização política e da ordem jurídica em geral e os direitos e deveres
fundamentais dos cidadãos.
O nosso país tem uma história constitucional muito nova, pois, só apenas com a
independência é que tivemos a nossa primeira constituição. Ela sofreu várias alterações, mas
só foi definitivamente revogada em 1990, tendo vigorado até 20 de Janeiro com alterações
resultantes nomeadamente da aplicação do Acordo Geral de Paz, assinado em Roma em 1992,
implantação das autarquias em 1997 e por força da necessidade e para fazer face aos pleitos
eleitorais de 1998 e 1999.
A partir de 21 de Janeiro de 2005, passou a vigora a nossa terceira constituição, aprovada pela
Assembleia da República aos 16 de Novembro de 2006.
Exemplo: O Estado pode executar o património do devedor para realização dos créditos não
voluntariamente satisfeitos, sem necessidade de declaração judicial prévia do seu direito.
O Direito Financeiro regula assim as formas de recolha, gestão e aplicação dos meios
financeiros do Estado. Esses meios financeiros, são obtidos através de impostos e taxas,
receitas patrimoniais e empréstimos públicos.
Incidência – é a definição geral e abstracta, feita pela lei, dos actos ou situações sujeitos a
impostos e das pessoas sobre as quais recai o dever de prestar.
É o conjunto de normas jurídicas que procuram qualificar determinados factos como crimes e
fixam os pressupostos da aplicação de sanções criminais correspondentes (penas e medidas de
segurança).
O Direito Criminal indica não só os diversos tipos de crimes, mas também as condições em
que existe culpa, bem como as modalidades da culpa (dolo ou negligência), as circunstâncias
agravantes atenuantes do crime, as condições e os termos em que pode ser decretada uma
medida de segurança, etc.
Como se referiu atrás o critério mais adequado para alguns autores, é o que define Direito
Privado, como um conjunto de normas que regulam as relações sociais que se estabelecem
entre os particulares ou entre os particulares e o Estado (ou outros estes públicos) desde que
estes intervenham em pé de igualdade com os particulares.
O Direito Civil, é o direito privado comum ou direito-regra, cujo campo de acção tende a
abranger todas as relações de Direito Privado. É o núcleo fundamental do Direito privado.
Daí que em relação aos outros ramos do Direito privado, seja considerado um direito
subsidiário, isto é, sempre que surja um caso a resolver que não esteja previsto nesses ramos,
ter-se-á que recorrer às normas contidas no Direito Civil.
O título I, contém uma << teoria geral da lei >> (teoria das fontes de direito, teoria da
interpretação o aplicação da lei, teoria da aplicação da lei no tempo e teoria da aplicação da lei
no espaço).
O título II, contém uma << teoria geral das relações juridicas >> (a teoria geral do facto
jurídico, a das pessoas, a das coisas, e a do exercício de direitos e das provas.
Regula um tipo particular de relação jurídica, a que se chama obrigação, relação jurídica
obrigacional ou relação jurídicas de crédito.
Também se designa por Direitos reais, cuja instituição central é a propriedade (mas regula
também o usufruto, uso e habitação, direito de superfície e servidão predial).
De acordo com o art. 1º do novo Código Comercial:<< A lei comercial regula a actividade
dos empresários comercias, bem como os actos considerados comerciais.>>
Aparentemente, a determinação do campo da lei comercial seria facilitada pelo confronto com
o conceito de comércio – actividade de mediação entre a produção e o consumo de bens.
No entanto, o conceito jurídico de comércio é muito mais extenso e guia-se pelos princípios
da Celeridade, Reforço do crédito, Boa fé, e Fim lucrativo da actividade comercial
DIREITO DO TRABALHO
O Direito do Trabalho estuda as normas jurídicas que regem as relações de trabalho: os
direitos e obrigações dos trabalhadores face à entidade patronal e, de ambos (trabalhadores e
entidade patronal), face ao Estado.
Para se falar de relação jurídica, tem que se falar primeiro das situações sociais, que se
revelam nas relações entre as pessoas. Estes casos da vida real, conforme a importância que
têm ou não têm na vida da comunidade, podem ou não ter protecção jurídica. Assim, as
situação jurídicas dividem-se em dois grandes grupos:
São ajurídicas as situações sociais que não têm protecção legal, não têm relevância para o
Direito.
2. A RELAÇÃO JURÍDICA
NOÇÃO
Vamos em seguida debruçar-nos sobre a Relação Jurídica pela sua importãncia para a Teoria
Geral do direito Civil e porque, em certo sentido, redunda uma Teoria Geral do direito
Sujectivo.
A Expressão relação jurídica pode ser tomada em dois sentidos: Amplo e Restrito ou
técnico.
Num sentido amplo, relação jurídica é toda e qualquer relação da vida social disciplinada
pelo direito, isto é, juridicamente relevante.
Esta noção é extremamente ampla e vaga, e apenas não estão incluidas neste sentido as
relações da vida social estranhas ao direito como a amizade, gratidão, etc.
Num sentido restrito ou técnico, relação jurídica é a relação da vida social disciplinada
pelo direito, mediante a atribuição a um sujeito de um direito subjectivo e a imposição a
outro de um dever juridico ou de uma sujeição.
a) OS SUJEITOS
b) O OBJECTO
c) O FACTO JURÍDICO
d) A GARANTIA
SUJEITOS da relação jurídica são as pessoas entre as quais ela se estabelece. São os titulares
do direito subjectivo e das posições passivas correspondentes – dever jurídico ou sujeição.
Esse efeito poderá ser o de criar, modificar ou extinguir uma relação jurídica.
Suponhamos que Alberto vendeu a Bonifácio uma casa. Estabeleceu-se entre ambos uma
relação em que se distinguem os seguintes elementos:
Objecto – a casa
Garantia – a faculdade que Alberto e Bonifácio dispõem de recorrer ao tribunal para obrigar o
outro a cumprir a sua obrigação, no caso de recusa.
Só existe um direito subjectivo quando o seu tiutlar é livre de exercer ou não, o que significa
que o exercírcio do poder conferido por esse direito está dependente da vontade do respectivo
sujeito.
OS SUJEITOS
Como pessoas jurídicas que são, os sujeitos são dotados de personalidade jurídica, que é a
aptidão para ser titular de relações jurídicas, ou seja, de direito e vinculações.
Também o Direito Objectivo atribui persanalidade jurídica a certas organizações que têm um
substracto social e uma individualidade própria tais como uma sociedade comercial, um
partido político ou um sindicato, para que possam ser titulares de relações jurídicas e para
uma melhor consecução dos fins sociais ou colectivos que se propõem.
PESSOAS SINGULARES
Na história do Direito, são conhecidas situações em que a personalidade jurídica era negada a
certos seres humanos – os escravos – que eram tratados no Direito Romano como coisas, isto
é, como objecto de direito e não como sujeito destes.
Idêntica situação recaía sobre determiandos pessoas autoras de crimes graves, a que
correspondiam também certas penas criminais graves, extintivas da personalidade jurídica.
PERSONALIDADE JURÍDICA
Titularidade é a ligação efectiva entre o direito subjectivo e a pessoa em quem está investido.
A personalidade jurídica é inerente a todos os seres humanos, pois radica na sua natureza e
pertence-lhe por direito originário.
Art. 68º
(Termo da personalidade)
Direitos de personalidade
São verdadeiros direitos subjectivos que tem por objecto certas manifestações de
personalidade humana física, a sua honra, a sua liberdade física e psicológica, a sua imagem,
o seu nome, a intimidade da sua vida privada, etc.
não patrimoniais ou pessoais – porque não são susceptíveis de expressão pecuniária, embora a
violação desses direitos possa implicar uma reparação monetária.
Nos nossos dias, multiplicam-se as iniciativas em torno da defesa dos direitos do homem,
tanto a nível de Estado como de organizações privadas de renome internacional, como é o
caso da << Amnistia Internacional >>, criada em 1961, á qual foi atribuído o Prémio Nobel da
Paz em 1977.
Em Moçambique, temos a Liga de Defesa dos Direitos Humanos, que visa a defesa da
dignidade da pessoa humana e denunciar as violações que os direitos do homem sofrem ainda
em grande número de Estados contamporâneos.
CAPACIDADE JURIDICA
As pessoas podem ser sujeitos de quaisquer relações jurídicas, salvo disposição legal em
contrário; nisto consiste a sua capacidade jurídica.
Mais rigorosamente podemos dizer que a capacidade jurídica é a aptidão para ser titular de um
circulo maior ou menor de relações jurídicas.
Nota-se que o que está agora em causa não é já a aptidão para a titularidade, mas sim para o
exercício de direitos.
“ Enquanto a capacidade jurídica é uma simples condição de gozo, uma posição estática, a
capacidade de agir denota uma actividade dinâmica, o poder de pôr em movimento os
direitos, de produzir transformações mediante actuação jurídica própria.” .
Artigo 130º
Efeitos da maioridade
Aquele que perfizer vinte e um anos de idade adquire plena capacidade de exercício de
direitos, ficando habilitado a reger a sua pessoa e a dispor dos seus bens.
Artigo 133º
Efeitos da emancipação
Com efeito, pode suceder uma pessoa ser titular de direitos, isto é, ter capacidade de gozo e
não os poder exercer por lhe faltar a necessária idoneidade para actuar juridicamente, ou seja,
a necessidade capacidade de exercício de direito.
A incapacidade de exercício pode ser genérica ou especifica (consoante se refira aos actos
jurídicos em geral ou a alguns em especial), e pode ser suprida.
Deste modo, não podendo certas pessoas exercer os seus direitos, torna-se necessário recorrer
a certas formas legais de suprimento da incapacidade de exercício e que são.
A assistência, a outra forma de suprimento da incapacidade, tem lugar quando a lei permite
agir o assistente.
Em regra, qualquer pessoa pode ser titular de quaisquer direitos o adstrita a quaisquer
vinculações, tal vimos pelo artigo 67º do C.C., nisso consiste a sua capacidade jurídica
(capacidade de gozo).
No entanto, esse mesmo preceito revela que podem existir excepções: << As pessoas podem
ser sujeitos de qualquer relações jurídicas, salvo disposição…>>
O menor, tendo como todas as pessoa singulares capacidade geral de gozo, sofre de certas
incapacidades concretas de gozo, do C.C., que lhes retira respectivamente a possibilidade de
poderem ser tutores ou testar. Na mesma situação se encontram os interditos
A incapacidade de gozo é insuprível, isto é, o incapaz não pode ser substituído na prática dos
actos jurídicos a que ela se refere, nem os pode praticar com autorização de outra entidade sob
pena de nulidade dos mesmos.
AS INCAPACIDADES DE EXERCICIO
- MENORIDADE,
- INTERDIÇÃO,
- INABILITAÇÃO
O interesse visado com o estabelecimento das incapacidades é determinado pela defesa dos
interesses do próprio incapaz.
Artigo 122º
Menores
São menores as pessoas de um e outro anexo enquanto não perfizerem vinte e um anos de
idade.
Artigo 123º
Incapacidade dos menores
Artigo 127º
2. Pelos actos relativos à profissão, arte ou ofício do menor e pelos actos praticados
no exercício dessa profissão, arte oi fício só respondem bens de que o menor tiver
livre disposição.
Artigo 138º
Pessoas sujeito a interdição
1. Podem ser interditos do exercício dos seus direitos todos aqueles que por
anomalia psíquica, surdez-mudez ou cegueira se mostrem incapazes de
governar suas pessoas e bens.
2. As interdições são aplicáveis a maiores, mas podem ser requeridas e
decretadas dentro do ano anteiror à maioridade, para produzirem os seus
efeitos a partir do dia em que o menor se torne maior.
Para alguém ser considerado interdito é necessário que a sua incapacidade seja declarada por
sentença judicial, no termo do processo especial que se abriu para esse fim. A partir daí é que
existirá a interdição e a consequente incapacidade de exercício de direito.
O interdito tem um regime jurídico semelhante ao menor, quer quanto ao valor dos actos
praticados, quer quanto aos meios de suprir a sua incapacidade.
A incapacidade por interdição só cessará se desaparecer o motivo natural que o motivo natural
que a originou. Todavia, para que esse efeito se verifique, é necessário que se requeira no
Tribunal <<o levantamento da interdição>> pelo interdito ou qualquer das pessoas com
legitimidade para o fazer, consoante o preceituado no artigo 151º.
Os motivos que determinam a inabilitação são os mesmos da interdição mas revestidos de menor
gravidade, a que se juntam ainda certos modos habituais de comportamento, como a
prodigalidade (39), o abuso de bebidas alcoólicas ou de estupefacientes.
Artigo 152º
Pessoas sujeitas a inabilitação
A inabilitação resulta também de uma sentença jurídica proferida no termo de uma acção
interposta para esse fim.
PESSOAS COLECTIVA
Personalidade Jurídica
Acabamos de referir a capacidade das pessoas singulars, mas também existem as pessoas
colectivas que, como já referimos, são as organizações destinadas à realização de interesses
comuns ou colectivos, às ordem jurídica atribui personalidade jurídica, sendo, pois,
susceptíveis de serem titulares de direitos e vinculações.
Capacidade Jurídica
Ao contrário do que acontece com as pessoas singulares, a capacidade de gozo está limitada
aos direitos e vinculações adequados à prossecução dos seus interesses, conforme o
preceituado no Código Civil.
Artigo 160º
Capacidade
Quanto à corrente de opinião que perece mais adequada juridicamente, considera aplicável às
pessoa colectivas o principio da capacidade genérica de exercício, pois a lei dota-se de órgão,
através dos quais elas actuam juridicamente, tal como as pessoas singular o fazem.
2. O OBJECTO
O objecto da Relação Jurídica é tudo aquilo sobre que incidem os poderes do titular activo da
relação. É corrente identificar-se o objecto da Relação Jurídica com o objecto do Direito
Subjectivo, que constitui o lado activo da mesma relação.
O Direito Subjectivo existe, tendo em vista a satisfação de interesses. Para isso, a Ordem
Jurídica põe à disposição da pessoa um certo bem ( 42). Esse bem é que constitui o objecto de
direito subjectivos em geral.
- OBJECTO IMEDIATO
- OBJECTO MEDIATO
Objecto Imediato – Quando os poderes do titular activos incidem directamente sobre o bem,
sem que se interponha qualquer mediador.
Exemplo: Quando afirmo que tenho direito aos meus livros, enuncio um poder direito. Os
livros são assim o objecto imediato da relação de propriedade de que eu sou titular activo.
Objecto mediato – quando os poderes do titular activo incidem indirectamente sobre o bem.
Exemplo: Quando digo que tenho direito à entrega de um livro que me é devido, este constitui
o objecto mediato do meu direito.
No exemplo anterior, o objectivo imediato seria a entrega do bem (livro). Deste modo se o
devedor alienar o respectivo livro, eu fico sem o direito sobre ele, embora possa exigir ao
devedor a correspondente indemnização.
Esta distinção entre objecto imediato e mediato, nem sempre se verifica, pois nos direitos
reais não há intermediário entre o titular de um direito e o bem. O proprietário está em
contacto directo com o objecto do seu direito, como vimos no 1ë exemplo.
Porém a distinção verifica-se nas obrigações (direitos de crédito) de prestação de coisa certa e
determinada. Nelas, o objecto imediato do direito do credor é a prestação do devedor – o acto
da entrega da coisa devida – e o objecto medito é a própria coisa.
Assim, entre o credor (ou o seu direito) e a coisa, intromete-se a pessoa do devedor, como
vimos no 2º exemplo.
2. PESSOAS,
3. PRESTAÇÕES,
4. COISAS
Pessoas
No Direito moderno as pessoas só podem ser objecto da Relação Jurídica nos denominados
poderes-deveres ou poderes funcionais, que não são verdadeiros direito subjectivos.
Os direitos inseridos no poder paternal ou no poder tutelar não conferem qualquer domínio
sobre a pessoa do filho ou do puplio, no interesse dos pais ou do tutor. São meramente
Prestações
Denomina-se prestação à conduta a que o devedor está obrigado. Por exemplo, nos direitos de
crédito, o objecto não é rigorosamente uma coisa, mais sim o comportamento do devedor.
Coisas
Artigo 202º
Noção
1. Diz-se coisa tudo aquilo que pode ser objecto de relações jurídicas.
2. Considera-se porém fora do comércio todas as coisas que a pessoa e prestação serão
coisas?
O FACTO JURÍDICO
Facto Jurídico é todo o facto da vida social que produz efeitos jurídicos, constituindo,
modificando ou extinguindo, relações jurídicas.
Uma das possíveis classificações dos factos jurídicos assenta na distinção entre factos
jurídicos voluntários ou actos jurídicos e factos jurídicos involuntários ou naturais.
* Actos jurídicos lícitos são aqueles que estão em conformidade com a Ordem
Jurídica.
* Actos jurídicos ilícitos são os que contrariam a ordem jurídica e implicam uma
sanção para o seu autor.
Exemplo: O homicídio, o furto, etc.
* Simples actos jurídicos, são factos jurídicos voluntários, cujos efeitos jurídicos,
embora eventualmente concordantes com a vontade dos seus autores, não são todavia
determinados pelo conteúdo desta vontade, mas directa e imperativamente pela lei.
Exemplo: Com a criação de uma obra de arte adquirem-se direito de autor, mesmo que não
tenha sido essa a intenção do artista.
* Dolosos, quando existe por parte do indivíduo o propósito de fazer mal, ou de prejudicar.
Exemplo: Acidente de viação provocado por condutor que não respeita o sinal vermelho
devido a distração.