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A bioética surge para solucionar e resolver muitas vezes os conflitos existentes das interações humanas no âmbito das
ciências da saúde ou ciências da vida, em tudo aquilo que envolve questões morais e dos sistemas de valores que
chamamos de ética.
O termo bioética é constantemente usado nas práticas que envolvem assuntos relacionados com a medicina. Com o
crescimento de pesquisas envolvendo assuntos como mapeamento de DNA (deoxyribonucleic acid, em português ácido
desoxirribonucleico) e códigos genéticos, novas áreas precisaram ser inseridas neste contexto.
Portanto a bioética acaba por envolver uma série de outras áreas, como a biologia, a psicologia, sociologia, filosofia,
teologia, direito, antropologia e ecologia, todas analisando a bioética conforme seus valores e conhecimentos.
A bioética tem a função de assegurar o bem estar das pessoas, garantindo e evitando possíveis danos que possam ocorrer
aos seus interesses. O dever da bioética é proporcionar ao profissional e aos que são atendidos por ele, o direito ao
respeito e a vontade, respeitado suas crenças e os valores de cada indivíduo.
FONTE: https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/medicina/o-que-significa-bioetica/50873
[...] Com foco em discutir questões, a área tenta encontrar a melhor forma de resolver casos e dilemas que surgiram
com o avanço da biotecnologia, da genética e dos próprios valores e direitos humanos, prezando sempre a conduta
humana e levando em consideração toda a diversidade moral que há e todas as áreas do conhecimento que, de alguma
forma, têm implicações em nosso dia a dia.
A bioética atribui-se a função fascinante de dar plenitude de sentido aos conhecimentos no campo das ciências, da vida
e da saúde e orientar a expansão dos conhecimentos técnicos e científicos para o bem autêntico e integral da pessoa
humana. A definição mais aceita do termo bioética é, sem duvida aquela dada pela Enciclopédia da Bioética: “É o
estudo sistemático do comportamento perspectivo a luz dos valores e princípios morais”.
Van Potter alarga o âmbito de estudo da bioética ao fenômeno ainda em toda a sua amplitude, presente nas relações
dos viventes entre si e deles com o ambiente. Podemos subdividir a disciplina em 3 (três) âmbitos:
A bioética humana (bioética medica ou ética biomédica),
A biomédica animal (que se ocupa com temas próprios da vida animal, tais como: direitos dos animais,
problemas éticos relacionados com a experimentação biomédica, ética das intervenções sobre o patrimônio
genético das espécies…)
A bioética ambiental, que se interessa com as questões de valor relacionados com o impacto do homem sobre
o ambiente natural (ecologia e justiça, desenvolvimento sustentável, biodiversidade, alimentação
transgênica…).
A ética é parte da filosofia: considera concepções de fundo acerca da vida, do universo, do ser humano e de
seu destino, institui princípios e valores que orientam pessoas e sociedades. Uma pessoa é ética quando se orienta
por princípios e convicções. Dizemos, então, que tem caráter e boa índole.
A ciência baseia se em pesquisas, investigações metódicas e sistemáticas e nas exigências de que as teorias
sejam internamente coerentes e digam a verdade sobre a realidade. A ciência é o conhecimento que resulta de
um trabalho racional.
As experiências científicas são realizadas apenas para verificar e confirmar as demonstrações teóricas e não
para produzir o conhecimento do objeto, pois este é conhecido exclusivamente pelo pensamento. O objeto
científico é matemático, por quer a realidade possui uma estrutura matemática.
A concepção empirista afirma que a ciência é uma interpretação dos fatos baseada em observações e
experimentos que permitem estabelecer induções que ao serem completadas oferecem a definição do objeto,
suas propriedades e suas leis de funcionamento.
FONTE: https://www.coladaweb.com/biologia/bioetica
BIOÉTICA E O SISTEMA CONSTITUCIONAL BRASILEIRO
A Constituição brasileira garante o que já foi conquistado. Os estudos ficam na esfera da interpretação e aplicabilidade
da norma constitucional, principalmente as normas pragmáticas.
Quanto ao Genoma Humano, o texto constitucional o protege, como parte do meio ambiente (art. 225, parágrafo 1.º,
inciso II). Assim, deve-se interpretar que qualquer manipulação do patrimônio genético é uma forma de interferência
ao meio ambiente.
A relação entre os estudos relativos à ética e às regras constitucionais são infinitas, podendo dizer que se trata de
"combinações matemáticas". Os temas tratados nos estudos bioéticos (aborto, esterilização, reprodução assistida,
genética, técnicas alternativas de reprodução, acompanhamento do suicídio, morte, operações transexuais,
comercialização e doação de órgãos, a nova teoria da sexualidade, casamento entre pessoas do mesmo sexo entre
outros temas) combinam-se com um enorme sistema jurídico. Seja ele privado ou público.
Mas a ética é uma disciplina prática. E, apesar da unicidade da Ciência Jurídica, a análise é constitucional.
Primeiro aspecto a ser apresentado diz respeito à limitação das experiências biológicas ou médicas, por serem as
mesmas as propulsoras de tais discussões. Como nos ensina Alexandre de Moraes, "a Constituição Federal prevê duas
espécies de pesquisas: científica e tecnológica. A pesquisa científica básica receberá tratamento prioritário do Estado,
tendo em vista o bem público e o progresso das ciências. A pesquisa tecnológica voltar-se-á preponderantemente para a
solução dos problemas brasileiros e para o desenvolvimento do sistema produtivo nacional e regional" (Direito
Constitucional, Editora Atlas, 1999). Assim, a norma constitucional consagrou a liberdade de criação científica como um
dos direitos fundamentais, tornando-a, assim, a regra que deve comandar toda atuação na área das ciências, além do
que, conforme o artigo 218 da Constituição Federal, "o Estado promoverá e incentivará o desenvolvimento científico, a
pesquisa e a capacitação tecnológicas". A liberdade de pesquisa é pressuposto da atividade científica. Não há atividade
científica se a pesquisa sofre algum tipo de controle.
O direito à vida representa outro aspecto importante na discussão bioética. Este direito é o mais fundamental de
todos os direitos, já que sem ele, a existência dos outros seriam em vão. O início da vida deve ser definido pelos
profissionais das biociências. Aos juristas cabe apenas a sua aplicação e o enquadramento legal, como ensinou Thereza
Baptista Mattos, em A proteção do nascituro. Segundo o entendimento da Biologia, a vida começa com a fecundação do
óvulo pelo espermatozóide, formando o zigoto (ovo) e, portanto, o potencial de vida está na gravidez, já que o embrião
ou feto possui uma carga genética própria, e que não se confunde nem com a carga genética da mãe ou com a do pai. E
muitas vezes nem mesmo existe qualquer semelhança, quando se trata de doação de óvulos ou espermatozóides. Este
aspecto jurídico remete a dois grandes desafios, e de grande polêmica: o aborto legal e a eutanásia.
O direito ao aborto legal e à sua regulamentação estão em absoluta consonância com a ordem jurídica brasileira,
principalmente nos casos permitidos pelo Direito Penal, ao contrário do que afirmam alguns juristas, como Hélio Bicudo
e Ives Gandra da Silva Martins, que sustentam que a discussão do aborto legal não tem levado em conta o texto da
Constituição. Afirmam que não houve a recepção pela Constituição de 1988 quanto à legislação penal concernente a
estes casos de gravidez em que o aborto é permitido.
Mas, o mesmo raciocínio se aplica às outras hipóteses de aborto, na medida em que não o pune quando não há
outro meio de salvar a vida da gestante ou em caso de prenhez resultante de estupro? O porquê de não punir o aborto
nessas hipóteses, excluindo o crime, está na razão de que o valor da vida deve ser conjugado com o valor da dignidade
humana (mesmo o direito à vida não é absoluto). Entendeu o legislador penal que não seria razoável punir
criminalmente uma mulher que sofre risco de vida fatal, necessitando a interrupção da gravidez, assim como não seria
razoável punir criminalmente uma mulher que já sofreu a traumática e dolorosa violênciado estupro, sendo submetida
a um tratamento cruel e degradante. O valor constitucional protegido, nessas hipóteses, é a vida e a dignidade de
tantas mulheres. O aborto legal há de ser tratado também como uma questão relacionada à cidadania e à saúde
pública, e não apenas como uma questão de segurança pública, mero caso de polícia. Vem a tona outro direito
fundamental, a saúde pública, assegurado pela Carta de 1988.
Com o avanço da medicina, a discussão quanto ao aborto da gravidez resultante de estupro torna-se ainda mais
intensa, pois esta forma de gravidez pode ser evitada com a chamada "pílula do dia seguinte". É claro que tal
procedimento dependerá muito do caso real, e mais ainda, da existência de dogmas religiosos e morais, que, além do
Direito, são outras fontes reguladoras da vida em sociedade.
A eutanásia, além do direito à vida, trata do direito à integridade da pessoa humana e sua tutela. Para o jurista Ives
Gandra Martins, "o homem não tem o direito de tirar a vida do seu semelhante, mas desligar aparelhos não é matar.
Não há polêmica porque não há choque nenhum com o direito canônico ou o direito natural. O direito à vida é se
manter vivo com os próprios meios". Os que defendem esta prática, comum em alguns países e estados norte-
americanos, com devidas e particulares restrições, alegam que doentes incuráveis terão a escolha da morte imediata ou
a escolha de uma expectativa de vida e agonia prolongada. Percebe-se que se trata de argumentos baseados mais na
emoção do que na razão. Por enquanto, a eutanásia, constitucionalmente e penalmente é proibido no nosso sistema
jurídico. A seara está em seguir um dos princípios fundamentais da nossa República (a dignidade da pessoa humana,
artigo 1.º da Constituição Federal), se considerarmos os propósitos da eutanásia digna, ou garantir o direito à vida, se
não considerarmos o direito de morrer parte deste direito fundamental. Caso uma nova visão desta prática domine
nosso sistema jurídico, infraconstitucionalmente deverá ocorrer uma revolução nas nossas normas, pois as
consequências são inúmeras, seja no Direito Penal, no Direito de Família, das Sucessões, ou entre outros institutos
jurídicos.
A Constituição Federal do Brasil estabelece, em seu capítulo referente aos Direitos e Garantias Fundamentais, que a
vida e também a integridade física, são bens indisponíveis, imprescritíveis, insuscetíveis de alienação. Ninguém poderá
deles dispor, porém traz algumas exceções. A Constituição Federal permite o transplante de órgãos, no parágrafo 4.º do
artigo 199, ofertando diretrizes para a sua realização, assim como para a transfusão de sangue.
A Lei n.º 9.434/97 disciplina a remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano a partir da presunção de
autorização na ausência de manifestação em contrário. A lei estabelece que ao homem é lícita a doação de órgãos,
tecidos ou partes do corpo para fins de transplante (art. 199, parágrafo 4.º da Constituição Federal e Lei 9434/97).
"Para fins de transplante".
Mas, como fica as doações de óvulos e espermatozóides? Será este um procedimento que fere o texto constitucional?
O texto Constitucional e mesmo a lei específica não dispõem acerca da doação de espermatozóides ou óvulos.
Importante se indagar se o objeto deste contrato firmado em Clínicas Particulares, especializadas neste tipo de
procedimento, é legal e não agride o direito indisponível à vida. Entende-se que esta doação é perfeitamente possível,
posto que a legislação brasileira só admite que há vida quando o óvulo é fecundado e passa à condição de feto. Não
havendo qualquer disparidade quanto ao texto legal, é mister ressaltar que a legislação referente a doações reza ainda
que estas deverão ser gratuitas, mas o que tem ocorrido, muitas vezes é justamente o contrário. A realidade tem
mostrado que poucos são os que têm acesso a estes métodos, em virtude dos altos custos do tratamento, fazendo com
que esta doação perca as características próprias deste instituto, para assumir a posição de contrato oneroso
estabelecido entre as partes, realizando, assim, uma verdadeira comercialização. E, mesmo não se tendo, ainda, a vida
ou o potencial de vida, não seriam partes do corpo humano estas células? E sendo assim, a inseminação artificial é uma
modalidade de doação?
FONTE: https://jus.com.br/artigos/1841/estudos-da-bioetica-e-o-sistema-constitucional-brasileiro
PESQUISADORES RESSUSCITARAM CÉLULAS DE MAMUTE DE 28 MIL ANOS
Cientistas japoneses reviveram células do mamute Yuka, que viveu há mais de 28 mil anos. Os pesquisadores
extraíram a medula óssea e o tecido muscular dos restos de Yuka, que estavam bem preservados, e implantaram o
material em óvulos de camundongos.
Eles observaram que as células demonstraram sinais de atividade celular: foi registrada a ativação completa do
núcleo, processo que antecede a clivagem (cada uma das divisões do zigoto). Apesar de divisões celulares não terem
sido confirmadas, os cientistas esperam, em breve, avançar a pesquisa.
Os restos de 28 mil anos de idade de um mamute lanoso, chamado "Yuka", foram encontrados no permafrost
siberiano. Aqui recuperamos as estruturas semelhantes a núcleos menos danificadas dos restos e visualizamos sua
dinâmica em oócitos vivos de camundongos após a transferência nuclear. Análises proteômicas demonstraram a
presença de componentes nucleares nos restos. Estruturas semelhantes a núcleos encontradas no homogenato de
tecido foram positivas para histonas e laminas por imunocoloração. Nos oócitos reconstruídos, os núcleos dos
mamutes mostraram a montagem do fuso, incorporação de histonas e formação nuclear parcial; no entanto, a
ativação completa dos núcleos para clivagem não foi confirmada. Os níveis de dano no DNA, que variaram entre os
núcleos, foram comparáveis aos espermatozóides de camundongo descongelados e congelados e foram reduzidos
em alguns oócitos reconstruídos.
FONTE: https://www.nature.com/articles/s41598-019-40546-1
Uma segunda pessoa com HIV foi curada?
Os pesquisadores dizem que é cedo demais para falar em cura, mas é fato que, mais um paciente, já está em período
de remissão do vírus HIV.
Cientistas relataram que o feito veio a partir de um transplante de células-tronco, realizado em 2016, por conta de
uma leucemia. O doador das células possuía uma mutação genética no gene CCR5, que lhe conferia resistência ao vírus
HIV.
Embora a iniciativa dificilmente resolva o problema de 37 milhões de pessoas que estão infectadas pelo vírus, ela
aponta a novas estratégias que poderiam se tornar aplicáveis. O último caso de remissão total (e cura) do vírus
aconteceu há cerca de 12 anos.
Timothy Ray Brown, também conhecido como o “paciente de Berlim”, a única pessoa a ser curada do HIV, pode
finalmente ter companhia. Uma década depois de Brown se tornar famoso graças a um transplante de células-tronco
que eliminou sua infecção pelo HIV, um transplante semelhante de um doador que tem células resistentes ao HIV
parece ter curado outro homem, apelidado de “paciente londrino”.
Para tratar o câncer de sangue, ambos os homens infectados pelo HIV receberam transplantes de células-tronco de
pessoas portadoras de uma mutação no gene CCR5, uma molécula da superfície celular que muitas cepas do HIV usam
para infectar células. De antemão, cada um tinha sido tratado com produtos químicos tóxicos em um regime de
"condicionamento" destinado a matar suas células cancerosas existentes na medula óssea. Depois que as células
sanguíneas resistentes ao HIV derivadas do transplante suplantaram as células vulneráveis dos receptores, os dois
pacientes pararam de tomar os medicamentos anti-retrovirais (ARV) que estavam diminuindo suas infecções.
FONTE: https://www.sciencemag.org/news/2019/03/has-second-person-hiv-been-cured