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Título : Julgamento – Planilha de preços – Saneamento – Possibilidade –


Condições

PERGUNTAS E RESPOSTAS - 389/254/ABR/2015

PERGUNTA 1 - JULGAMENTO

De acordo com a IN nº 02/08 e as orientações do TCU, em que


casos a planilha de preços pode ser corrigida? Quais as condições para haver a correção de
erros na planilha que decorram de determinação legal?

O art. 24 da IN nº 02/08 da SLTI/MPOG estabelece:

Quando a modalidade de licitação for pregão, a planilha de custos e formação de preços deverá ser
entregue e analisada no momento da aceitação do lance vencedor, em que poderá ser ajustada, se
possível, para refletir corretamente os custos envolvidos na contratação, desde que não haja
majoração do preço proposto.

Por sua vez, o art. 29-A da mesma Instrução Normativa prevê:

a análise da exequibilidade de preços nos serviços continuados com dedicação exclusiva da mão de
obra do prestador deverá ser realizada com o auxílio da planilha de custos e formação de preços, a
ser preenchida pelo licitante em relação à sua proposta final de preço.

E, no seu § 2º, assegura:

Art. 29-A (...)

§ 2º Erros no preenchimento da Planilha não são motivo suficiente para a desclassificação da


proposta, quando a Planilha puder ser ajustada sem a necessidade de majoração do preço ofertado, e
desde que se comprove que este é suficiente para arcar com todos os custos da contratação.

Como se vê, os dispositivos permitem a correção de eventuais erros na planilha de composição


dos custos e formação dos preços que sejam constatados durante a realização da análise de
exequibilidade da proposta. Para essa correção, fica vedada a majoração do preço inicialmente
proposto.

A correta aplicação dessa disciplina pressupõe compreender a sistemática empregada para a


formação do preço desses contratos, que toma em conta o custo que decorre da execução do objeto e
onera a contratada.

Desse modo, em contratos de prestação de serviços continuados com dedicação exclusiva da


mão de obra do prestador, o principal item de custo é a remuneração dos empregados que serão
alocados na execução da atividade, acrescido dos encargos sociais e trabalhistas que a legislação
determina. Somam-se, ainda, os custos dos benefícios mensais e diários concedidos aos
trabalhadores, os custos dos insumos diversos, materiais e equipamentos utilizados na execução dos
serviços. Sobre essa base de cálculo devem ser aplicados os percentuais do LDI (custos indiretos,
lucro e tributos).

Nesses termos, outra não é a finalidade da planilha de custos e formação de preços senão
detalhar os componentes de custo que incidem na formação do preço dos serviços.

Daí porque o preenchimento da planilha deve refletir o efetivo encargo financeiro que decorre dos
componentes de custos que oneram a execução do serviço, de modo a tornar factível a análise de
aceitabilidade/exequibilidade de sua proposta pelo pregoeiro.

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Dito isso, importante registrar que existem componentes de custos formadores do preço que
decorrem de lei, de modo que, a rigor, não variam de empresa para empresa (a exemplo do percentual
de INSS e FGTS). Por outro lado, alguns componentes de custos não permitem a definição do custo
exato a ser considerado, pois variam conforme a realidade de cada empresa.

No primeiro caso, cabe à empresa adotar valor em sua planilha de custos e formação de preços
compatível com aquele que espelha o custo determinado pelo respectivo instrumento legal. 1

No Acórdão nº 669/2008 – Plenário, o TCU determinou à Administração o dever de, ao examinar a


exequibilidade do preço proposto na licitação, observar

os diversos dispositivos legais atinentes ao Direito Tributário e ao Direito Trabalhista com vistas à
correta análise dos demonstrativos de formação de preços quando das futuras contratações de
prestação de serviços de tecnologia da informação por alocação de postos de trabalho, rejeitando as
propostas que eventualmente contenham parcelas ou percentuais indevidos, por exemplo, no item
referente a seguro por acidente de trabalho.

Essa também foi a orientação adotada pelo Tribunal de Contas da União no Acórdão nº
1.597/2010 – Plenário.

Para os componentes de custos cujos valores decorrem da realidade de cada empresa, a


princípio, a Administração não pode arbitrar o valor a ser adotado, pois tal prática, além de não
encontrar permissivo legal, configuraria a definição de preços mínimos, o que é vedado pelo art. 40,
inc. X, da Lei nº 8.666/93.

Exatamente nesse sentido formou-se a decisão do Tribunal Regional Federal da 5ª Região no


AGTR nº 67.014/RN, ao entender que

Com relação aos serviços de vigilância, os custos com ‘auxílio doença’, ‘licença
paternidade/maternidade’, ‘faltas legais’ e ‘acidente de trabalho’ dependem fundamentalmente,
das políticas de recursos humanos e de segurança do trabalho de cada empresa, inexistindo
parâmetros legais que permitam taxá-los de simbólicos ou irrisórios.

Em vista desse cenário, pode-se concluir que, caso os percentuais determinados pela norma
competente que impõe uma obrigação legal não sejam observados, nos termos do art. 24 c/c art. 29-A,
§ 2º, ambos da IN nº 02/08, admite-se deferir prazo à licitante para que ela ajuste sua planilha a fim de
refletir corretamente os custos envolvidos na contratação, desde que não haja majoração do preço
proposto.

Caso a licitante se recuse a proceder à correção necessária, a Consultoria Zênite entende que o
pregoeiro não estará obrigado a desclassificar sua proposta, de plano. Explica-se.

A licitante se vincula ao preço ofertado para a execução do serviço, servindo a planilha de custos
para demonstrar a adequação de sua composição em face dos valores praticados e, assim, permitir à
Administração avaliar sua exequibilidade. Caso a licitante elabore planilha de custos e formação de
preços considerando valores equivocados para componentes de custos determinados pela
legislação e se recuse a corrigir esse defeito, a Administração, de ofício, poderá fazer esse ajuste, de
modo a considerar o efetivo ônus que alcança a contratada. Para tanto, deverá proceder à correção do
valor do insumo cotado em divergência com a norma legal e diminuir a diferença do valor do lucro
inicialmente cotado. Nesse caso, se o valor global da proposta apresentado na licitação continuar se
mostrando exequível, ou seja, suficiente para viabilizar a execução do objeto segundo os efetivos
custos que oneram a contratada, a licitante poderá ser compelida a honrar sua proposta.

Essa orientação encontra amparo nas entrelinhas da tese defendida pelo Ministro Relator no
Acórdão nº 4.621/2009 da 2ª Câmara do Tribunal de Contas da União:

Voto

Releva ainda saber o procedimento a ser adotado quando a Administração constata que há evidente
equívoco em um ou mais dos itens indicados pelas licitantes.

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Não penso que o procedimento seja simplesmente desclassificar o licitante. Penso sim que deva ser
avaliado o impacto financeiro da ocorrência e verificar se a proposta, mesmo com a falha, continuaria
a preencher os requisitos da legislação que rege as licitações públicas – preços exeqüíveis e
compatíveis com os de mercado.

Exemplifico. Digamos que no quesito férias legais, em evidente desacerto com as normas trabalhistas,
uma licitante aponha o porcentual de zero por cento. Entretanto, avaliando-se a margem de lucro da
empresa, verifica-se que poderia haver uma diminuição dessa margem para cobrir os custos de férias
e ainda garantir-se a exeqüibilidade da proposta.

Em tendo apresentado essa licitante o menor preço, parece-me que ofenderia os princípios da
razoabilidade e da economicidade desclassificar a proposta mais vantajosa e exeqüível por um erro
que, além de poder ser caracterizado como formal, também não prejudicou a análise do preço global
de acordo com as normas pertinentes.

(...)

Raciocínio idêntico aplica-se quando a cotação de item da planilha apresenta valor maior do que o
esperado. Ora, o efeito prático de tal erro, mantendo-se o mesmo preço global, seria que o lucro
indicado na proposta deveria ser acrescido do equivalente financeiro à redução de valor do referido
item da planilha.

Contudo, considerando as divergências e incertezas que ainda envolvem o tema do saneamento,


a Consultoria Zênite sugere que a possibilidade de o próprio pregoeiro corrigir de ofício equívocos
verificados na cotação de componentes de custos determinados pela legislação seja prevista em
cláusula editalícia. Com isso, confere-se a segurança necessária para a correção de erros na planilha
de custos.

Em vista do exposto, de acordo com a IN nº 02/08 e as orientações do TCU, defeitos constantes


da planilha de custos e formação de preços que constituem erro que, além de poderem ser
caracterizados como formais, também não prejudiquem a análise do preço global de acordo com as
normas pertinentes, admitem seu saneamento pelo próprio licitante em qualquer caso.

As condições principais para o saneamento são a ausência de necessidade de majoração do


preço ofertado e a demonstração de que, com o saneamento, o valor global inicialmente proposto é
suficiente para arcar com todos os custos que decorrem da execução do futuro contrato.

Ainda, entende-se pela possibilidade de o pregoeiro corrigir de ofício a planilha de custos e


formação de preços, no que diz respeito a equívocos cometidos em itens cujos valores/percentuais
decorrem de previsão legal. Para tanto, recomenda-se que o edital traga previsão nesse sentido,
esclarecendo que o pregoeiro fará a correção do valor do insumo cotado em divergência com a norma
legal e diminuirá a diferença do valor do lucro inicialmente cotado, mantendo o valor global ofertado.

Como citar este texto:


Julgamento – Planilha de preços – Saneamento – Possibilidade – Condições. Revista Zênite –
Informativo de Licitações e Contratos (ILC), Curitiba: Zênite, n. 254, p. 389, abr. 2015, seção Perguntas
e Respostas.

1 Por instrumento legal entenda-se lei, sentença normativa, acordo coletivo, convenção coletiva ou
qualquer outro ato que imponha sua obediência de forma obrigatória.

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