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PERGUNTA 1 - JULGAMENTO
Quando a modalidade de licitação for pregão, a planilha de custos e formação de preços deverá ser
entregue e analisada no momento da aceitação do lance vencedor, em que poderá ser ajustada, se
possível, para refletir corretamente os custos envolvidos na contratação, desde que não haja
majoração do preço proposto.
a análise da exequibilidade de preços nos serviços continuados com dedicação exclusiva da mão de
obra do prestador deverá ser realizada com o auxílio da planilha de custos e formação de preços, a
ser preenchida pelo licitante em relação à sua proposta final de preço.
Nesses termos, outra não é a finalidade da planilha de custos e formação de preços senão
detalhar os componentes de custo que incidem na formação do preço dos serviços.
Daí porque o preenchimento da planilha deve refletir o efetivo encargo financeiro que decorre dos
componentes de custos que oneram a execução do serviço, de modo a tornar factível a análise de
aceitabilidade/exequibilidade de sua proposta pelo pregoeiro.
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Dito isso, importante registrar que existem componentes de custos formadores do preço que
decorrem de lei, de modo que, a rigor, não variam de empresa para empresa (a exemplo do percentual
de INSS e FGTS). Por outro lado, alguns componentes de custos não permitem a definição do custo
exato a ser considerado, pois variam conforme a realidade de cada empresa.
No primeiro caso, cabe à empresa adotar valor em sua planilha de custos e formação de preços
compatível com aquele que espelha o custo determinado pelo respectivo instrumento legal. 1
os diversos dispositivos legais atinentes ao Direito Tributário e ao Direito Trabalhista com vistas à
correta análise dos demonstrativos de formação de preços quando das futuras contratações de
prestação de serviços de tecnologia da informação por alocação de postos de trabalho, rejeitando as
propostas que eventualmente contenham parcelas ou percentuais indevidos, por exemplo, no item
referente a seguro por acidente de trabalho.
Essa também foi a orientação adotada pelo Tribunal de Contas da União no Acórdão nº
1.597/2010 – Plenário.
Com relação aos serviços de vigilância, os custos com ‘auxílio doença’, ‘licença
paternidade/maternidade’, ‘faltas legais’ e ‘acidente de trabalho’ dependem fundamentalmente,
das políticas de recursos humanos e de segurança do trabalho de cada empresa, inexistindo
parâmetros legais que permitam taxá-los de simbólicos ou irrisórios.
Em vista desse cenário, pode-se concluir que, caso os percentuais determinados pela norma
competente que impõe uma obrigação legal não sejam observados, nos termos do art. 24 c/c art. 29-A,
§ 2º, ambos da IN nº 02/08, admite-se deferir prazo à licitante para que ela ajuste sua planilha a fim de
refletir corretamente os custos envolvidos na contratação, desde que não haja majoração do preço
proposto.
Caso a licitante se recuse a proceder à correção necessária, a Consultoria Zênite entende que o
pregoeiro não estará obrigado a desclassificar sua proposta, de plano. Explica-se.
A licitante se vincula ao preço ofertado para a execução do serviço, servindo a planilha de custos
para demonstrar a adequação de sua composição em face dos valores praticados e, assim, permitir à
Administração avaliar sua exequibilidade. Caso a licitante elabore planilha de custos e formação de
preços considerando valores equivocados para componentes de custos determinados pela
legislação e se recuse a corrigir esse defeito, a Administração, de ofício, poderá fazer esse ajuste, de
modo a considerar o efetivo ônus que alcança a contratada. Para tanto, deverá proceder à correção do
valor do insumo cotado em divergência com a norma legal e diminuir a diferença do valor do lucro
inicialmente cotado. Nesse caso, se o valor global da proposta apresentado na licitação continuar se
mostrando exequível, ou seja, suficiente para viabilizar a execução do objeto segundo os efetivos
custos que oneram a contratada, a licitante poderá ser compelida a honrar sua proposta.
Essa orientação encontra amparo nas entrelinhas da tese defendida pelo Ministro Relator no
Acórdão nº 4.621/2009 da 2ª Câmara do Tribunal de Contas da União:
Voto
Releva ainda saber o procedimento a ser adotado quando a Administração constata que há evidente
equívoco em um ou mais dos itens indicados pelas licitantes.
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Não penso que o procedimento seja simplesmente desclassificar o licitante. Penso sim que deva ser
avaliado o impacto financeiro da ocorrência e verificar se a proposta, mesmo com a falha, continuaria
a preencher os requisitos da legislação que rege as licitações públicas – preços exeqüíveis e
compatíveis com os de mercado.
Exemplifico. Digamos que no quesito férias legais, em evidente desacerto com as normas trabalhistas,
uma licitante aponha o porcentual de zero por cento. Entretanto, avaliando-se a margem de lucro da
empresa, verifica-se que poderia haver uma diminuição dessa margem para cobrir os custos de férias
e ainda garantir-se a exeqüibilidade da proposta.
Em tendo apresentado essa licitante o menor preço, parece-me que ofenderia os princípios da
razoabilidade e da economicidade desclassificar a proposta mais vantajosa e exeqüível por um erro
que, além de poder ser caracterizado como formal, também não prejudicou a análise do preço global
de acordo com as normas pertinentes.
(...)
Raciocínio idêntico aplica-se quando a cotação de item da planilha apresenta valor maior do que o
esperado. Ora, o efeito prático de tal erro, mantendo-se o mesmo preço global, seria que o lucro
indicado na proposta deveria ser acrescido do equivalente financeiro à redução de valor do referido
item da planilha.
1 Por instrumento legal entenda-se lei, sentença normativa, acordo coletivo, convenção coletiva ou
qualquer outro ato que imponha sua obediência de forma obrigatória.
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