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Hidroxicloroquina (?

) --- O dia em que a ciência parou

Por Luis Claudio Correia – Professor associado da UFBA, Diretor do Centro de medicina baseada
em evidência da Bahia.

O texto foi escrito em referência a um trabalho francês publicado em 17/03/2020 por Gautret
et al. no International Journal of Antimicrobial Agents que motivou a regulamentação pelo
FDA da hidroxicloroquina para tratamento de pacientes graves por Covid-19 em 19/03/2020.
No texto o professor além de críticas a metodologia utilizada no trabalho, discute a
importância do rigor científico ainda que no gravíssimo cenário de uma pandemia.

Em resumo, não há evidência confiável para uso da Hidroxicloroquina associado ou não a


azitromicina para o tratamento de doentes graves infectados pelo COVID19 devendo o
estudo ser descartado.

Os erros metodológicos apontados pelo professor são:

1) Pequeno número de pacientes (26 usaram hidroxicloroquina, 16 grupo controle).


2) Não randomização dos pacientes.
3) Além de não randomizar, criou viés, pois os pacientes que recusavam tratamento
continuavam no estudo, porém no “grupo controle”. Além dos pacientes com critérios
de exclusão (comorbidades, contraindicações a droga) terem sido colocados no grupo
controle.
4) Exclusão dos pacientes que não concluíram o tratamento, sendo que 5 dos 6 pacientes
que não concluíram apresentaram piora (3 foram transferidos ao CTI, 1 morreu, 1
apresentou vômitos)
5) Dos pacientes que receberam hidroxicloroquina (n=26), 6 receberam azitromicina o
que poderia indicar um maior atenção ou cuidados adjuntos de um centro de
tratamento para outro.
6) O resultado considerado é um desfecho substituto (Negativação virológica
do swab nasal no sexto dia) o que não quer dizer, necessariamente, melhor desfecho
clínico.

“ Há evidências de que a droga tem ação antiviral in vitro. Isso traz plausibilidade,
que não deve ser confundida com probabilidade. A probabilidade é principalmente
influenciada por dados clínicos geradores de hipótese (análise específica) e
comportamento do ecossistema científico em casos semelhantes (análise genérica).
Não temos dados empíricos prévios e é incomum que tratamento de um tipo de
condição (malária, protozoário) tenha eficácia relevante em outra condição (viral). A
estimativa probabilística deve ser feita assim, pensando no todo, e não na
especificidade trazida por argumentos de plausibilidade.

Desta forma, começamos por um tratamento de probabilidade pré-teste muito


baixa, nos deparamos com um estudo que não tem valor em modificar esta
probabilidade, e terminamos com a ilusão de um tratamento com alta probabilidade
de benefício.”

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