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Avaliação do uso da escala modificada de Borg na crise asmática

Avaliação do uso da Escala Modificada de Borg


na crise asmática

Tatiane G. de Liz Cavallazzi1


Rodrigo S. Cavallazzi2
Tatiana de Medeiros Colletti Cavalcante3
Ana Rita de Cássia Bettencourt4
Solange Diccini5

Cavallazzi TGL, Cavallazzi RS, Cavalcante TMC, Bettencourt ARC, Diccini S. Avaliação do
uso da Escala Modificada de Borg na crise asmática Acta Paul Enferm 2005; 18(1):39-45.

RESUMO: A dispnéia é a maior causa de incapacidade e redução da qualidade de vida para


pacientes com doenças respiratórias como é o caso da asma. Os objetivos deste estudo foram
verificar o grau de dispnéia dos pacientes em crise asmática pela Escala Modificada de Borg e
a correlação da melhora do grau de dispnéia com a melhora da função pulmonar verificada pelo
Pico de Fluxo Expiratório (PFE). Foram incluídos 40 pacientes asmáticos em crise aguda, atendi-
dos no serviço de Pronto Atendimento em Pneumologia do Hospital São Paulo, no período de
setembro à dezembro de 2003. Antes e após o tratamento, os seguintes dados foram coletados:
freqüência cardíaca (FC), freqüência respiratória (FR), PFE e saturação periférica de oxigênio
(SpO ). O paciente era questionado sobre sua percepção da dispnéia pela Escala Modificada de
2
Borg. No pré-tratamento ocorreu uma tendência dos valores altos da escala de Borg estarem
relacionados aos valores baixos do PFE, invertendo esta relação no pós-tratamento. Esta esca-
la é rápida, barata e de fácil aplicabilidade na avaliação de pacientes asmáticos. Pode ser
utilizada por profissionais de saúde para a avaliação inicial dos pacientes em crise, bem como
sua resposta ao tratamento.

Descritores: Enfermagem; Doença pulmonar; Dispnéia. Asma

• Artigo recebido em 30/07/04 e aprovado em 27/01/05

INTRODUÇÃO fator isolado mais importante, na li- Asma é uma doença inflamató-
mitação da capacidade do indivíduo ria crônica das vias aéreas, potenci-
Em pacientes com doenças res- nas funções básicas do dia-a-dia, fa- almente fatal, caracterizada por
piratórias, o sintoma de dispnéia é zendo com que este procure logo o hiper-reatividade brônquica a estí-
um dos mais comuns e pode de- serviço de saúde (2). Os pacientes ex- mulos variados. Afeta cerca de 10%
monstrar uma complicação signifi- pressam a sensação de dispnéia de da população, sendo considerada um
cativa. A sensação de dispnéia é uma diferentes formas como “falta de sério problema de saúde pública (4).
experiência sensorial que é percebi- ar”, “angústia no peito” ou em ter- No Brasil, em 1996, a asma foi a
da, interpretada e medida pelo indi- mos de incapacidade funcional como: quarta causa de internação nos hos-
víduo (1). A dificuldade ou descon- “não posso mais limpar minha pitais do Sistema Único de Saúde e é
forto respiratório é provavelmente o casa”(3) . responsável por uma média de 2000

1
Enfermeira Especialista em Pneumologia modalidade residência pela Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP.
2
Médico Especialista em Pneumologia pela UNIFESP
3
Enfermeira Especialista em Cardiologia modalidade residência pela UNIFESP. Enfermeira técnico-administrativa do Departamen
to de Enfermagem da UNIFESP
4
Doutor em Ciências; Professor Adjunto da Disciplina de Fundamentos de Enfermagem e Enfermagem Médico Cirúrgica do
Departamento de Enfermagem da UNIFESP. E-mail anarita@denf.epm.br
5
Doutor em Ciências; Professor Adjunto da Disciplina de Fundamentos de Enfermagem e Enfermagem Médico Cirúrgica do
Departamento de Enfermagem da UNIFESP

Acta Paul Enferm 2005; 18(1):39-45 39


Cavallazzi TGL, Cavallazzi RS, Cavalcante TMC, Bettencourt ARC, Diccini S.

óbitos/ano, aproximadamente 70% vidade da doença. Esses pacientes o Brometo de Ipratrópio por nebu-
destes, durante hospitalizações dos pa- apresentam poucos sintomas a des- lização contínua com fluxo de oxi-
cientes(5). A dispnéia na asma resulta peito da intensa obstrução. gênio de 6 l/min, ou através de
da dissociação entre a atividade do A literatura mostra que vários aerossol dosimetrado com espaçador
centro respiratório motor e dos estí- instrumentos foram propostos para de grande volume (650ml).
mulos aferentes dos receptores das avaliação da intensidade da dispnéia, Na sala de inalação, antes da
vias aéreas. O desequilíbrio entre a incluindo métodos de entrevista, administração da terapêutica (pré-
força gerada pelos músculos respira- questionários auto-aplicados e esca- tratamento) e na alta do paciente
tórios e as alterações resultantes las numéricas e visuais(8). A Escala (pós-tratamento), um dos pesquisa-
no comprimento muscular e nos Modificada de Borg, pode ser utili- dores coletou os seguintes dados:
volumes pulmonares, constitui uma zada para quantificar a dispnéia e a SpO2, freqüência cardíaca (FC), fre-
desvantagem mecânica adicional sua aplicação é feita de forma dire- qüência respiratória (FR) e PFE. O
durante a inspiração. Estímulos ta, no momento em que o paciente paciente era questionado sobre sua
aferentes de receptores vagais, está apresentando a dispnéia(8). percepção de dispnéia, pela aplica-
mecanorreceptores localizados na Assim, este estudo tem por ob- ção da Escala Modificada de Borg(8).
parede torácica e quimiorrecepto- jetivos verificar o grau de dispnéia Esta é uma escala vertical quanti-
res são responsáveis pela retroali- dos pacientes com crise de asma ficada de 0 a 10, onde 0 representa
mentação de informações para o tron- utilizando a Escala Modificada de nenhum sintoma e 10 representa sin-
co cerebral. O trabalho respiratório e Borg, no pré e pós-tratamento e toma máximo (Figura 1). Os paci-
as pressões intrabrônquicas e trans- analisar a correlação entre a entes eram orientados para escolher
torácicas alteradas parecem contri- melhora do grau de dispnéia pela uma única pontuação que refletisse
buir para o desconforto da dispnéia(4). Escala Modificada de Borg com a o seu grau de dispnéia, no pré e pós-
A avaliação do paciente com melhora da função pulmonar, no pré tratamento.
dispnéia, que chega ao serviço de e pós-tratamento.
0 Nenhuma
emergência ou ao serviço de pron- 0,5 Muito, muito leve
to-atendimento, usualmente inclui MÉTODO 1 Muito leve
freqüência respiratória, oximetria de 2 Leve
pulso (para verificar a saturação pe- Estudo do tipo transversal reali- 3 Moderada
riférica de oxigênio, SpO2), cor da zado no serviço de pronto atendi- 4 Pouco intensa
5 Intensa
pele, ausculta respiratória, habilida- mento em Pneumologia do Hospital
6
de de falar e o que desencadeou o São Paulo, no período de setembro 7 Muito intensa
episódio. Alguns serviços fazem a a dezembro de 2003. 8
medida de pico de fluxo expiratório A amostra foi constituída por paci- 9 Muito, muito intensa
(PFE) como parte da avaliação em entes com diagnóstico de crise asmáti- 10 Máxima
pacientes asmáticos, mas esta é uma ca(5) , de ambos os sexos, com idade
prática pouco comum no Brasil. De superior à 16 anos. Foram excluídos Figura 1 - Escala Modificada de Borg
qualquer modo, os pacientes não são pacientes portadores de outras patolo- Na análise estatística, as varia-
rotineiramente questionados sobre a gias capazes de produzir dispnéia ções encontradas nos parâmetros
intensidade ou grau de sua dispnéia. (cardiopatia, doenças musculares e FC, FR e SpO2, foram avaliadas pelo
Em uma doença crônica como a outras doenças pulmonares). teste t de Student. Foi utilizado o
asma, a opinião do paciente em rela- Este estudo foi aprovado pelo coeficiente de correlação por pos-
ção à sua percepção de melhora ou Comitê de Ética em Pesquisa da tos de Spearman para avaliar a as-
piora exerce uma importante influ- UNIFESP e os pacientes assinaram sociação entre as variações nos
ência na determinação da necessida- o termo de consentimento livre e es- parâmetros PFE e a Escala Modifi-
de de medicamentos e uso de servi- clarecido. cada de Borg. Adotou-se o nível de
ços de saúde(6). A avaliação inade- O atendimento inicial do paciente significância de 0,05 (a = 5%) e ní-
quada por médicos e pacientes pode era feito pela equipe médica do Ser- veis descritivos (p) inferiores a esse
retardar a identificação da obstrução viço de Pronto Atendimento de valor foram considerados signifi-
brônquica, concorrendo para trata- Pneumologia, o qual realizava o di- cante e representados por *.
mento inadequado e morte inespe- agnóstico de crise asmática e pres-
rada de pacientes(7). crevia o tratamento, seguindo o RESULTADOS
Alguns pacientes são incapazes algoritmo do Consenso Brasileiro no
de perceber a intensidade da obstru- Manejo da Asma(5). Os medicamen- Foram estudados 40 pacientes
ção brônquica, subestimando a gra- tos prescritos foram B2-agonistas e com diagnóstico de crise de asma.

40 Acta Paul Enferm 2005; 18(1):39-45


Avaliação do uso da escala modificada de Borg na crise asmática

No quadro 1 podemos obser- res da Escala Modificada de de asma pré e pós-tratamento.


var o grau de dispnéia pelos esco- Borg dos pacientes em crise

Quadro 1 – Grau de dispnéia pelos escores da Escala Modificada de Borg dos pacientes em crise de asma pré e pós
tratamento. (São Paulo, 2003)

Paciente E score da E scala Modificada de E score da E scala Modificada de


B org pré- tratamento B org pós- tratamento

1 5 2
2 5 3
3 10 3
4 8 5
5 5 2
6 5 1
7 9 4
8 6 5
9 10 0
10 8 6
11 5 2
12 5 2
13 4 1
14 10 8
15 0 0
16 10 5
17 4 2
18 10 6
19 8 4
20 3 1
21 5 2
22 6 0
23 6 3
24 5 2
25 5 2
26 5 3
27 5 2
28 7 4
29 6 3
30 10 3
31 4 2
32 4 2
33 10 2
34 3 1
35 5 1
36 3 2
37 10 5
38 10 0
39 8 0
40 5 5

No Quadro 2 podemos obser- cardíaca (FC), freqüência respirató- gênio (SpO2) dos pacientes pré e pós-
var a média das variáveis freqüência ria (FR) e saturação periférica de oxi- tratamento com broncodilatadores.

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Cavallazzi TGL, Cavallazzi RS, Cavalcante TMC, Bettencourt ARC, Diccini S.

Quadro 2 – Comparação da média (±dp) da FC, FR, SpO e PFE pré e pós-tratamento em pacientes em crise de asma.
2
São Paulo, 2003

Média (± dp) Média (± dp)


Variáveis p
Pré- tratamento Pós- tratamento

FC (bpm) 85,9 (16,4) 89,7 (17,2) p = 0,085


FR (rpm) 22,5 ( 4,7) 19,6 (4,2) p = 0,002*
2
SpO 95,5 ( 1,9) 96,3 (1,6) p = 0,002*
PFE (1/min) 202 (71,1) 292 (78,1) p < 0,001*

Test t de Student

A média de freqüência cardíaca nuiu para 19,6 rpm (dp = 4,2 rpm) no A média do PFE dos pacientes
dos pacientes era de 85,9 bpm pós-tratamento. Foi encontrada uma era de 202 l/min (dp = 71,1) na ava-
(dp = 16,4 bpm) na avaliação pré redução média de 2,9 rpm, sendo que liação pré e aumentou para 292 l/min
e aumentou para 89,7 bpm essa variação se mostrou estatisti- (dp = 78,1) no pós-tratamento. Foi
(dp = 17,2 bpm) no pós tratamento. camente significante (p = 0,002). encontrado um aumento médio de
Apesar do aumento médio de A média de SpO2 dos pacientes 90 l/min, sendo essa variação esta-
3,8 bpm, essa variação não se era de 95,5 % (dp = 1,9 %) na ava- tisticamente significante (p < 0,001).
mostrou estatisticamente signi- liação pré e aumentou para 96,3 % Outro ponto estudado foi a cor-
ficante (p = 0,085). (dp = 1,6 %) no pós tratamento. Foi relação entre PFE e os escores da
A média de freqüência respira- encontrado um aumento médio de Escala Modificada de Borg na avali-
tória dos pacientes era de 22,5 rpm 0,78%, sendo essa variação estatis- ação pré-tratamento broncodilatador
(dp = 4,7 rpm) na avaliação pré e dimi- ticamente significante (p = 0,002). evidenciado na Figura 2.

rs = -0,29
400 p = 0,067

350
PFE - pré tratamento

300
250
200
150
100
50
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Borg - pré tratamento

Figura 2 - Correlação entre PFE e Escala Modificada de Borg na avaliação pré-tratamento

Na avaliação pré-tratamento foi de os valores altos da Escala de Borg A Figura 3 demonstra a correla-
encontrada correlação negativa não estarem relacionados aos valores bai- ção entre PFE e os valores da Esca-
significante (rs = -0,29 p = 0,067). xos de PFE, porém não evidenciada la Modificada de Borg na avaliação
O resultado mostra uma tendência estatisticamente. pós-tratamento broncodilatador.

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Avaliação do uso da escala modificada de Borg na crise asmática

rs = -0,08
500 p = 0,631

450
400

PFE - pós tratamento


350
300
250
200
150
100
50
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Borg - pós tratamento

Figura 3 - Correlação entre PFE e Escala Modificada de Borg na avaliação pós-tratamento

Na avaliação pós-tratamento foi como a SpO2 e o PFE, além da ava- da medida de pico de fluxo
encontrada correlação negativa não liação clínica habitual no manejo da expiratório (PFE) como indicador de
significante (rs = -0,08 p = 0,631). crise de asma. De acordo com de- calibre brônquico e como preditor
terminadas situações, preconiza tam- das agudizações é recomendado na
DISCUSSÃO bém a realização de gasometria arte- literatura especializada (12).
rial, radiografia do tórax, hemo- Parâmetros objetivos de função
As crises de asma habitualmen- grama e eletrólitos (5). Consideramos pulmonar são importantes para ava-
te evoluem com progressiva obstru- necessárias e importantes a utiliza- liação da intensidade da obstrução
ção brônquica em intervalos que va- ção de ferramentas adicionais na ava- brônquica em asmáticos. No pre-
riam de algumas horas até muitos liação de pacientes com crise de sente estudo evidenciamos que no
dias. Em alguns pacientes os episó- asma e sua resposta ao tratamento. pré-tratamento valores altos da Es-
dios de asma caracterizam-se por Observou-se neste estudo, uma cala Modificada de Borg estão as-
início abrupto e inesperado, poden- relação estatisticamente significante sociados a valores baixos de PFE,
do ocasionar a morte em alguns mi- entre a freqüência respiratória, a sa- correlação esta invertida no pós-tra-
nutos (7). turação de oxigênio e o PFE, no pré tamento, onde valores altos de PFE
Neste estudo, observou-se que e pós-tratamento. Em todos estes estão associados a baixos valores
após a instituição da terapêutica parâmetros respiratórios descritos, da Escala Modificada de Borg. Di-
broncodilatadora, os valores da houve uma melhora significativa nos ante desta realidade, podemos ob-
Escala Modificada de Borg, sofre- valores pré e pós-tratamento, de- servar a melhora tanto da função
ram decréscimo importante em monstrando assim a eficácia do tra- pulmonar quanto da dispnéia, ape-
relação ao pré-tratamento, na mai- tamento proposto. Segundo estudos, sar da relação PFE e Escala Modi-
oria dos casos. Isto reflete, mes- além da modificação do ambiente e ficada de Borg no pré e pós-trata-
mo que indiretamente, a melhora do comportamento do asmático, é mento não apresentar associação
da dispnéia após o tratamento, essencial que se dê atenção ao con- significante. Estes dados foram se-
dado este já demonstrado em al- trole ou avaliação da sintomatologia, melhantes aos encontrados em ou-
gumas pesquisas (9-11). principalmente a dispnéia, a tosse e tros estudos (7,9,11).
O Consenso Brasileiro no Ma- a sensação de opressão torácica (12). A Escala Modificada de Borg
nejo da Asma, em 2002, preconiza a Para isso o esquema medicamentoso nos pareceu um instrumento adicio-
utilização de parâmetros objetivos deve conter broncodilatador. O uso nal rápido, barato e de fácil aplica-

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Cavallazzi TGL, Cavallazzi RS, Cavalcante TMC, Bettencourt ARC, Diccini S.

bilidade na avaliação de pacientes Alguns autores estudaram a per- lação estaticamente significante en-
com crise de asma. Pode ser utili- cepção da dispnéia associada à obs- tre as pontuações da Escala Modifi-
zada por profissionais de saúde en- trução ao fluxo aéreo induzida por cada de Borg e as medidas do PFE,
carregados de realizar a avaliação histamina em 45 asmáticos, utilizan- nem antes nem após o tratamento.
inicial de pacientes com crise de do a Escala Modificada de Borg (11). O uso da Escala Modificada de Borg
asma, assim como a resposta ao A dispnéia estava presente em paci- não substitui o parâmetro fisiológi-
tratamento. entes com e sem obstrução ao fluxo co PFE na avaliação de pacientes
A má percepção da dispnéia por aéreo no início do estudo, mas paci- com crise de asma e seu tratamen-
pacientes e profissionais de saúde, entes com obstrução ao fluxo aéreo to, mas pode ser utilizada como um
pode atrasar a identificação da gra- obtiveram graus similares de dispnéia recurso adicional. Acreditamos as-
vidade da obstrução brônquica, re- somente quando eram consideravel- sim, que mais estudos devam ser de-
tardar o tratamento adequado e con- mente mais obstruídos pela indução. senvolvidos sobre este assunto.
tribuir para mortes inesperadas por Estes autores sugerem que a adap-
asma (7). Alguns pacientes são inca- tação temporal pode ser responsá- REFERÊNCIAS
pazes de perceber a intensidade da vel pela variabilidade da dispnéia
1. Kendrick KR, Smith RM. Usefulness
obstrução brônquica, subestimando em asmáticos, logo, a adaptação
of modif 0-10 Borg Scale in assessing
a gravidade da doença. Uma pobre temporal limitaria a utilidade da
degree of dyspnea in patients with
percepção da asma pode levar ao Escala Modificada de Borg na avali-
COPD and Asthma. J Emerg Nurs 2000;
atraso no início do tratamento apro- ação inicial de pacientes com crise 26(3):216-22.
priado, o que é provavelmente um de asma, uma vez que pacientes
dos fatores principais que contribu- mais obstruídos podem ter grau de 2. Mahler DA, Wells CK. Evaluation of
em para a morte na asma (9). Portan- dispnéia similar a outros pacientes clinical methods for rating dyspnea.
to, mensurações objetivas da limita- menos graves (11). No entanto, não Chest 1988; 93(3):580-83.
ção ao fluxo aéreo são cruciais para invalida o seu uso na avaliação da 3. Sociedade Brasileira de Pneumologia e
a avaliação de pacientes com asma resposta ao tratamento, como mos- Tisiologia (SBPT). Manual de pneu-
moderada a grave, em serviços de tramos neste estudo. mologia: consultas rápidas. Brasília;
emergência (7). Uma das limitações deste estu- 2002.
A Escala Modificada de Borg do foi o pequeno número de pacien-
tem sido utilizada principalmente para tes (erro tipo II) e o fato de que a 4. Machado AS. Dispnéia aguda e morte
avaliar a percepção de dispnéia pe- percepção de dispnéia é influencia- súbita em pacientes com má percepção
los indivíduos em situação de exer- da de forma direta pelas condições da intensidade da obstrução brônquica.
cício físico, embora recentemente emocionais e psicológicas dos paci- J Pneumol 2001; 27(6):341-44.
alguns trabalhos a tenham utilizado entes além dos fatores fisiopato- 5. Sociedade Brasileira de Pneumologia e
em pacientes com doenças pulmo- lógicos envolvidos. A ausência de Tisiologia (SBPT). III Consenso Brasi-
nares obstrutivas (asma ou DPOC) significância estatística nas correla- leiro no Manejo da Asma. J Pneumol
após indução de broncocons- ções analisadas indica a necessidade 2002; 28(1):28.
trição (10,13-17). A Escala Modificada de mais estudos sobre este assunto.
6. Morogón EM. Percepción de mejoría
de Borg foi bem sucedida na avalia- Entretanto os pacientes tratados ti-
en los pacientes com asma. Arch
ção da dispnéia associada à bron- veram uma diminuição estatistica-
Bronconeumal 2002; 38(10):468-72.
coconstrição induzida em pacientes mente significante na sua pontuação
asmáticos (13). Portanto, a literatura e a escala se mostrou de fácil 7. Machado AS. Má percepção da limita-
médica nos proporciona uma base aplicabilidade. ção aos fluxos aéreos em pacientes com
fisiológica para a realização deste asma moderada a grave. J Pneumol
estudo. CONCLUSÃO 2001; 27(4):185-92
Estudos realizados demonstra- 8. Burneto AF. Comparação entre a escala
ram que o escore de percepção da Como esperado, os resultados modificada de Borg e a escala de Borg
dispnéia é relacionado a marcadores deste estudo mostraram que houve modificada análago visual aplicadas em
inflamatórios na expectoração uma diminuição significativa da pon- pacientes com dispnéia. Rev Bras Ciênc
brônquica, os quais sugerem que a tuação da Escala Modificada de Mov 1989; 3(1):34-40.
percepção da dispnéia assim como Borg, da freqüência respiratória e o
os marcadores inflamatórios de vias aumento significante da SpO2 e PFE 9. Jang AS, Choi IS. Relationship between
aéreas podem ser considerados para após a instituição do tratamento. Cha- the perception of dyspnoea and airway
avaliação da gravidade clínica da ma a atenção o aumento médio de inflammatory markers. Respi Med
asma(9). 90 l/min do PFE. Não houve corre- 2002; 96:150-4.

44 Acta Paul Enferm 2005; 18(1):39-45


Avaliação do uso da escala modificada de Borg na crise asmática

10. Grant S. A comparasion of the repro- 13. Chetta A. Assesment of breathlessness 16. Rutgers SR. Borg scores before and
ducibility and sensitivity to change of perception by Borg scale in asthmatic after challenge with adenosine 5’-
visual analogue scales, Borg scales, and patients: reproducibility and applica- monophosphate and methacholine in
Likert scales in normal subjects during bility to different stimuli. J Asthma subjects with COPD and asthma. Eur
submaximal exercise. Chest 1999;116 2003; 40(3):323-9. Respir J 2000; 16(3):486-90.
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14. Pfeifer KA. Reliability and validity of 17. Mador MJ. Reproducibility of Borg
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34(12):2057-61.
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2001. p. 201-10. scale in healthy individuals: a meta-
analysis. J Sports Sci 2002; 20(11):
873-99.

Cavallazzi TGL, Cavallazzi RS, Cavalcante TMC, Bettencourt ARC, Cavallazzi TGL, Cavallazzi RS, Cavalcante TMC, Bettencourt ARC,
Diccini S. [Evaluation of the use of the Modified Scale of Borg in Diccini S. [Evaluación del uso de la Escala Modificada de Borg en
the asthmatic crisis.] Acta Paul Enferm 2005; 18(1):39-45. la crisis de asma.] Acta Paul Enferm 2005; 18(1):39-45.

ABSTRACT: The dyspnea is the biggest cause of incapacity and RESUMEN:La disnea es probablemente, el factor aislado más im-
reduction of the quality of life for patients with respiratory illnesses portante en la limitación de la capacidad de pacientes con asma
as it is the case of the asthma. Being thus, the respiratory difficulty para el desempeño de las funciones básicas del dia a dia. En
is probably the more important isolated factor in the limitation of the consecuencia da esse sintoma, esos pacientes procuran con
capacity of the individual in the basic functions of day-by-day, frecuencia, los servicios de atención de salud. Considerando la
making with that this looks the health services. The objective of necesidad de uma evaluación acurada de ese síntoma, este estudio
this study was to verify the degree of dyspnea of the patients in tuvo como objetivos: evaluar el grado de dísnea de pacientes en
asthmatic crisis for the scored on the Modif Borg Scale and the crisis de asma, utilizando la escala modificada de Borg y verificar
correlation of improvement of the degree of dyspnea for the same la correlación entre la majoria del grado de dísnea y la mejoria de la
one with the improvement of the pulmonary function verified by función pulmonar, verificada por el Pico de Flujo Expiratorio (PFE) y
Peak expiratory Flow (PEF). A total of 40 asthmatic patients in la saturación de oxígeno (SpO2) . Participaron del estudio 40 paci-
acute crisis taken care of in the service of Attendance in entes en crisis aguda de asma, atendidos de septiembre a diciembre
Pneumologia of the São Paulo Hospital, were included, in the period de 2003 en el servicio de Pronto Atendimento em Pneumologia del
of september to the december of 2003. Before and after the clinical Hospital São Paulo, por medio de uma entrevista semi- estructurada
treatment, the subsequent data were colected: cardiac rate (FC), que evalua a percepcion de la dísnea por parte del paciente, los
respiratory rate (FR), PEF and peripherical oxygen saturation (SpO2) datos relativos al grado da dísnea, que en la escala de Borg varía
and the patient was questionado about your perception of the de 0 a 10 (da ausencia del síntoma al grado máximo del mismo) e la
dyspnea for the Modif Borg Scale. The punctuation of this scale evaluación del PFE y del SpO2 fue realizada antes y depués de
varies of 0 the 10 (of none to the dyspnea highest). The results haberse instituido el tratamiento clínico. Los resultados apuntaron
had pointed a trend of the high values of the Modif Scale of Borg to uma tendencia a que valores altos de la escala de Borg estan
be related to the low values of PEF in the daily pay-treatment, relacionados a valores bajos de PFE antes del tratamiento y que
inverting this relation in the post-cure. This scale in them seemed esta relación se inverte después del tratamiento. Nostra opinión es
a fast, cheap additional instrument and of easy applicability in the que esta escala constituye un instrumento adicional rápido, barato
evaluation of asthmatic patients, being able to be used by health y de fácil aplicación para la evaluación inicial da essos pacientes
professionals who carry through the initial evaluation of the patients en crisis, bien coma para la respuosta al tratamiento.
in crisis as well as its reply to the treatment.
Descriptores: Enfermería; Enfermedad pulmonar; Dísnea. Asma
Descriptors: Nursing; Pulmonary disease; Dyspnea. Asthma

Acta Paul Enferm 2005; 18(1):39-45 45

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