Sei sulla pagina 1di 6

Pivetim

Délcio Teobaldo
Capa  Speto
Nível leitor  A partir de 12 anos
Anos escolares  7º e 8º
Temas Crianças carentes e infratoras / Vida nas ruas / Pobreza e violência /
Trabalho infantil / Puberdade
GUIA DE LEITURA
PARA O PROFESSOR

2ª edição
Série Vermelha
168 páginas

O livro Relato brutal de um menino de rua em luta O autor Délcio Teobaldo nasceu em 1953,
pela sobrevivência. Em meio aos economicamente em Ponte Nova, Minas Gerais, e reside
desvalidos, o protagonista desfia suas lembranças atualmente em Maricá, Rio de Janeiro.
Músico, artista plástico e pesquisador de
numa narrativa sensível e comovedora, alternando
culturas populares, também atua como
passado e presente, poesia e choque.
jornalista, diretor e produtor de cinema e
Pela voz desse narrador, emerge o espaço social das televisão, roteirista. Como autor, publicou
grandes cidades, que agrega diferentes tipos humanos: A filosofia das tradições afro-brasileiras;
do menor abandonado ao policial corrupto, do Cantos de fé, de trabalho e de orgia –
comerciante (camarada ou explorador) às gangues O jongo rural de Angra dos Reis e,
rivais em disputa por território, aos jornaleiros, que para o público infantojuvenil, Isto é coisa
da idade e Quatro trancados no quarto,
facultam o acesso à informação, aos velhos benfazejos,
entre outros títulos.
que alimentam pombos e gatos nas praças.
A permanente ameaça da fome, a criminalidade e a
violência definem as coordenadas em que transcorre
a história de Pivetim, encadeada pelo fio da memória
e da fantasia, mas interrompida por lances de
tragédia (estupro, assassinato, sequestro, aborto). Um
testemunho dos que vivem à margem em metrópoles
marcadas pela desigualdade.
Pivetim Délcio Teobaldo

Mergulhando INTERPRETANDO O TEXTO


na temática
Infância e abandono
TRABALHO INFANTIL
O romance se inicia com a desagregação do núcleo familiar
Apesar da proibição do trabalho
do protagonista, abandonado pelos pais quando tinha aproxida-
infantil e da existência do Estatuto da
mente 8 anos. Tal desagregação, determinada sobretudo pela po-
Criança e do Adolescente, a exploração
econômica de crianças ainda persiste
breza, foi desencadeada pelo roubo da bolsa de dona Felicidade,
no Brasil. Segundo dados do Instituto avó de Pivetim, cuja pensão sustentava os demais familiares. O
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) roubo, praticado pelo cunhado do garoto (com a colaboração do
divulgados em 2015, 3,3 milhões de próprio), precipita a ruína da família: seca a fonte de subsistência
crianças e adolescentes de 5 a 17 e, em seguida, a avó morre.
anos exercem algum tipo de trabalho, Pivetim passa então a viver nas ruas. Encontra abrigo em uma
remunerado ou não, principalmente em comunidade de carentes e infratores, que dormem sob uma mar-
atividades agrícolas. quise no centro da cidade.
Para obter informações mais A certa altura, para sobreviver, Pivetim passa a fazer “bicos” nos
detalhadas acerca desse grave proble- restaurantes, vendendo flores e amendoins e lavando pratos. No
ma, consulte os seguintes sites: entanto, boa parte do escasso dinheiro obtido dessa maneira vai
embora por causa das comissões que ele tem de pagar ao patrão
Cartilhas sobre trabalho infantil ilus-
tradas por Ziraldo: e ao vigilante particular que o extorque, supostamente em troca
de segurança. Vemos aqui o problema do trabalho infantil, que
• http://www.crianca.mppr.mp.br/
arquivos/File/publi/ziraldo/cartilha_
impede o menino de estudar e brincar, tolhendo seu desenvolvi-
viva_trabalho.pdf mento físico e psicológico e o expondo a uma série de riscos.
• http://www.crianca.mppr.mp.br/
arquivos/File/publi/ziraldo/cartilha_ Mundos sobrepostos
trabalho_infantil.pdf A paisagem social descrita pelo romance compõe um verda-
deiro painel etnográfico de tipos urbanos, orientados por códi-
Índices e informações gerais sobre
trabalho infantil:
gos e valores específicos. O espaço físico é marcado pela segre-
gação socioeconômica, em que se cruzam pedintes e infratores,
• http://censo2010.ibge.gov.br/apps/
jornaleiros e donos de restaurante, velhos e crianças. Ressaltam-
trabalhoinfantil/outros/graficos.html
• http://br.reuters.com/article/topNews/
-se assim a distância e os pactos entre os representantes da ordem
idBRKCN0T21BU20151113 e os fora da lei, entre os “de menores” e os “sujeitos-homens”, en-
• http://www.fnpeti.org.br tre meninos e meninas etc. Pivetim é uma espécie de figura me-
diadora, que transita por vários mundos e sobrepõe perspectivas
ETNOGRAFIA URBANA em um relato marcado pela alternância entre realidade e deva-
Etnografia é a ciência que investiga
neio, numa espécie de contraponto que estrutura a narrativa.
e descreve as práticas e saberes dos
indivíduos de determinado grupo A churrasca e as práticas de extermínio
social, seus costumes, crenças, hábitos, Dentre os muitos horrores a que está sujeita a população em
tradições. Na etnografia urbana, tal situação de rua, figuram as práticas de extermínio, muitas vezes
investigação toma por objeto os levadas a cabo por agentes da lei, contando amiúde com o apoio
espaços da cidade. mais ou menos velado de alguns segmentos da sociedade.

2
* Os destaques remetem ao item Mergulhando na temática.
Pivetim Délcio Teobaldo

Tais práticas, sobretudo na região central das grandes metró-


poles, com frequência estão comprometidas com propósitos de
segregação social, que, submetendo o espaço público a interes-
No caso das tribos urbanas, a cultura
ses privados, dele retiram a população pobre.
grupal é definida não apenas pelo
modo de falar, de se vestir, de se
Em Pivetim, o episódio da churrasca ilustra de modo contun-
apresentar socialmente, de circular, dente essa mentalidade segregacionista e parece aludir a um fato
mas pelo conjunto de práticas cotidianas real ocorrido há mais de quinze anos na cidade do Rio de Janeiro:
adotadas por seus membros. Temas a chacina da Calendária. Tal tragédia aconteceu na madrugada de
etnográficos como limites de território, 23 de julho de 1993, nas imediações da Igreja da Candelária, cen-
alianças e rivalidades, divisão de
tro histórico do Rio, e resultou na morte de seis menores de rua (e
tarefas, hierarquia e partilha, tabus e
de dois adultos sem-teto), assassinados a tiro pela polícia militar.
proibições aparecem em Pivetim à
medida que a narrativa se desenvolve.
A notícia correu o mundo e provocou protestos de diversos
órgãos internacionais ligados à proteção da criança.
Deve-se sobretudo à literatura de
tradição naturalista a ficcionalização
de dados etnográficos, o desejo de
Tralhas, cacarecos, cacaréus
representar a sociedade de modo Sem referências estáveis (ambiente físico acolhedor e víncu-
abrangente, com mistura de diferentes los familiares duradouros e seguros), os moradores de rua cos-
registros de linguagem (vejam-se, por tumam encontrar dificuldades na construção da própria identi-
exemplo, a reprodução do jargão da dade. Acossados muitas vezes por um passado traumático e um
rua — fruto de cuidadosa pesquisa do
futuro sem perspectivas, eles frequentemente se limitam à frui-
autor — e seu contraponto com a fala
“objetiva” dos noticiários de tevê, nas
ção do presente imediato, numa sucessão de momentos descon-
passagens dedicadas à repercussão da tínuos, o que implica enorme ônus subjetivo.
churrasca). Não é casual que muitos desses indivíduos carreguem consigo
uma série de objetos aparentemente sem valor, espécie de lastro
A CONSTRUÇÃO DO CONTRAPONTO
A palavra contraponto designa para a elaboração de uma história pessoal menos lacunar e frag-
originalmente um tipo de composição mentária, vestígios de experiências partilhadas que garantem um
musical em que duas ou mais linhas mínimo de autorreconhecimento. Donde as tralhas que acumu-
melódicas se desenvolvem ao mesmo lam, os cacarecos que guardam com grande zelo: as fotos, anéis e
tempo de modo harmonioso. Na literatura, colares do Que Fedor, os recortes do Maravilha, a embalagem do
o contraponto define igualmente o doce que levou Pivetim a enganar a própria avó.
recurso ao simultaneísmo, em que São verdadeiros tesouros, objetos biográficos que se tornam
sequências narrativas se alternam em
símbolos da vida de seus donos. Graças a tais objetos, o sujeito
contrastes de tempo, de ponto de vista,
pode encontrar fora de si um apoio para a memória.
de tom e/ou de atmosfera. Essa técnica
narrativa foi empregada de modo
notável pelo escritor norte-americano Em Pivetim, vemos exemplos da técnica contrapontística
Aldous Huxley (1894-1963) no romance no uso de flashbacks e no contraste entre cenas de
Contraponto, de 1928. Mais perto de violência/opressão e momentos mais oníricos e poéticos (como
nós, o escritor gaúcho Érico Veríssimo o devaneio do circo, as cenas com o velho dos pombos e a
(1905-1975) se valeu dessa técnica no mulher dos gatos). Veja-se em mais detalhe a cena em que
romance Caminhos cruzados, de 1935, o menino é libertado do cativeiro, imediatamente seguida
livro cuja trama é organizada a partir pela lembrança do muro com cacos de vidro colorido,
de vários focos narrativos. que brilhavam ao sol e “cantavam”, dedilhados pela chuva.

3
Pivetim Délcio Teobaldo

DIALOGANDO COM OS ALUNOS

SEGREGAÇÃO SOCIAL ANTES DA LEITURA


Nas grandes cidades brasileiras, o • Como aquecimento para a leitura, pode-se começar estimulan-
problema da população em situação do a turma a refletir sobre o título do livro, Pivetim. Corruptela
de rua é grave e assumiu propor- de “pivetinho”? Seria instigante consultar o dicionário, que traz
ções alarmantes nos últimos anos. no verbete a conotação pejorativa do termo pivete: “menino
Apenas no município de São Paulo, que rouba, geralmente vive nas ruas ou trabalha para ladrões”
por exemplo, estudo realizado pela (Houaiss). Verificar se o emprego da forma diminutiva reforça
Fundação Instituto de Pesquisas os aspectos negativos ligados ao termo (como em “doutorzi-
Econômicas (Fipe) em 2015 revelou nho”, “povinho”, “livreco”) ou os atenua, nomeando o menino
cerca de 15.905 moradores de rua, de rua de modo mais afetuoso.
um crescimento de mais de 10% em A partir daí, o professor poderia instar os alunos a expor o que
relação à avaliação feita pela Fipe eles sabem sobre a vida desses menores, socializando experiên-
em 2011, quando foram registrados cias: veem algum em seus trajetos pela cidade? Já leram livros
14.478 casos. sobre o assunto? Viram documentários? Filmes?

As respostas para tal problema divi-


DURANTE A LEITURA
dem urbanistas, sociólogos, políticos e
a população de modo geral. Frequen- • O autor de Pivetim soube retirar grande efeito do uso de gí-
temente as políticas públicas para essa rias e expressões coloquiais que estilizam o modo de falar do
população se restringem à “solução” povo da rua. Assó, caô, defensa, mermão, brodagem, churrasca,
dos albergues (com número insufi- os home... são muitos os exemplos que o aluno pode recolher
ciente de vagas e condições de aten- ao longo do livro. O professor poderia então pedir aos alunos
dimento precárias), sem pensar em
que elaborem uma lista desses termos e expressões de cunho
alternativas de trabalho e habitação.
oral, ponto de partida para uma pesquisa mais ampla sobre
Com relação às áreas urbanas de uso
gírias. As gírias presentes no livro definem alguma cidade ou
comum, como praças, jardins e
região do Brasil? Remetem a classes sociais ou a grupos espe-
cíficos? São utilizadas exclusivamente no ambiente urbano ou
calçadas, sobretudo nas áreas centrais,
incorporam elementos de extração rural? É possível “datá-las”
o discurso dos poderes públicos
de alguma maneira? Elas ainda estão em uso ou já começam a
costuma confundir revitalização
ser coisa do passado?
urbana com segregação social, pro-
A partir dessa discussão, sugere-se a elaboração de novas listas,
movendo reformas a fim de expulsar
que representem o modo de falar de outros grupos, locais e
os moradores de rua (como o cerca-
épocas: o jargão policial, o médico, o esportivo, as gírias da eli-
mento de praças, a substituição de
te, o “internetês”, expressões mais usadas por adolescentes, por
bancos por assentos em que não se
gente mais velha etc.
pode dormir). Desse modo, desfaz-
-se a vocação democrática da cidade
• Outro elemento que contribui fortemente para a caracteriza-
ção dos personagens são os objetos biográficos de cada um.
como espaço de emancipação, de
Bala Perdida leva um pedaço de metal, supostamente o esti-
troca e de hospitalidade, local de
lhaço da bala que o feriu; Que Fedor carrega um envelope com
encontro entre indivíduos de diferen-
documentos e fotos da família que já teve e perdeu; Maravilha
tes origens, posições sociais, credos,
coleciona recortes de jornal com imagens da família que almeja
convicções, que se reconhecem
ter, e assim por diante.
mutuamente como detentores de
Com base nisso, sugere-se um exercício de produção textual
direitos e se vinculam por meio de
em que os alunos se dividam em grupos e componham um
obrigações recíprocas.
personagem a partir de cinco objetos que serão apresentados à

4
Pivetim Délcio Teobaldo

classe. Cada grupo expõe sua “coleção” aos demais, que podem
lançar questões sobre o dono daqueles objetos: é homem ou
mulher? Qual sua idade, seus hábitos, suas manias? Onde guar-
OBJETOS BIOGRÁFICOS
da os objetos? Há quanto tempo os carrega? Após responder
Como forma de resistir à fragmentação
às questões, cada grupo deve elaborar, por escrito, um retrato
da história pessoal (fruto da dissolução
do personagem no qual apareçam esses objetos. A atividade se
do lar, da perda das referências familia- encerra com a exposição das redações num painel, se possível,
res e da vida sob permanente risco), ilustrado por imagens dos objetos nelas mencionados.
os meninos de rua recorrem a objetos
prosaicos e ordinários sobre os quais
projetam lembranças, experiências DEPOIS DA LEITURA
e desejos. Isso lhes dá a sensação de • No Brasil atual, a despeito das proibições legais, algumas famí-
pertencer à sociedade, a ilusão de lias ainda permitem que suas crianças trabalhem. Por quê?
raízes e permanência, reafirmando sua Um debate pode ser proposto. A classe será dividida em dois
identidade sempre que esses objetos blocos: um deles assumirá o ponto de vista da família, com
são manuseados ou evocados. argumentos que justifiquem a necessidade de uma criança ou
Segundo a pensadora francesa Viollete pré-adolescente trabalhar; o outro rebaterá os argumentos. As-
Morin (L’Objet. Communications sumir um ponto de vista pouco defensável é um exercício de
13, 1969), esses pertences aparente- persuasão muito produtivo.
mente inúteis são ‘objetos biográficos’, Para organizar a discussão, é necessário marcar o tempo de
encarnações materiais de nossa me- cada aluno na apresentação de argumentos. Isso é importante
mória que nos ajudam a recompor de- para que aprenda a ser conciso e organize sua fala. Pode ser
terminado momento ou cena vivida. permitida a réplica e a tréplica, dependendo da decisão do gru-
Uma foto, um livro, uma notícia de po. É importante lembrar que os argumentos devem basear-se
jornal, um relógio velho, um folheto em fatos e, se possível, em dados concretos.
de viagem, uma flor seca estabelecem Outra proposta é a discussão de como a sociedade pode ajudar
um vínculo concreto, material, entre a acabar com o trabalho infantil. O que cada estado, município,
as emoções vividas e a sombra das empresa ou loja comercial pode fazer, coletiva ou individual-
lembranças que guardamos. Ainda mente, para evitar atividades que explorem crianças.
a esse respeito, comenta a psicóloga • A leitura de Pivetim chama a atenção do leitor pela mediação
social Ecléa Bosi: “Se a mobilidade e literária de dados factuais. De um lado, há o objetivo de retratar
a contingência acompanham nossas a realidade com crueza; de outro, o filtro ficcional, garantido
relações, há algo que desejamos que pelo manejo de recursos como a linguagem figurada, o ritmo
permaneça imóvel [...]: o conjunto de sincopado das frases curtas, as interrupções líricas que criam
objetos que nos rodeiam. [...] Mais um contraponto para as cenas de violência etc. As cenas do
que uma sensação estética ou de uti- romance causam impacto no leitor porque falam de tragédias
lidade, eles nos dão um assentimento muito concretas, mas o impacto seria o mesmo se o infortúnio
à nossa posição no mundo, à nossa viesse estampado em forma de notícia? “A dor da gente não sai
identidade; e os que estiveram sempre no jornal”, ensina a letra de um antigo samba.
conosco falam à nossa alma em sua Um exercício interessante para refinar a percepção da distância
língua natal. [...] Quanto mais volta- entre o registro factual e a transfiguração literária seria com-
dos ao uso cotidiano, mais expressivos parar, no capítulo 29, o diálogo entre os sequestradores de
são os objetos: os metais se arredon- Pivetim a respeito da churrasca e a notícia de tevê no final (a
dam, se ovalam, os cabos de madeira cobertura jornalística ressurge no capítulo seguinte no capítulo
brilham pelo contato com as mãos, 33). Vale a pena observar detidamente as diferenças de ritmo,
tudo perde as arestas e se abranda. de linguagem e de ponto de vista.

5
Pivetim Délcio Teobaldo

O exercício poderia prosseguir com a transposição de outra


cena do romance para a linguagem jornalística (por exemplo, a
morte de Que Fedor) e, inversamente, com a transformação de
Diferentes são os ambientes arruma-
uma notícia de jornal em um diálogo fictício entre dois mora-
dos para patentear status, como um
dores de rua.
décor de teatro: há objetos que a moda • Por fim, sugere-se que os alunos pesquisem um pouco o con-
valoriza, mas não se enraízam nos ceito gentrificação (de gentry, termo inglês usado para se referir
interiores ou têm garantia por um ano, à pequena nobreza) ou “enobrecimento urbano” (que designa
não envelhecem com o dono, apenas
um conjunto de intervenções urbanísticas destinadas à valori-
zação imobiliária de determinados espaços da cidade mediante
se deterioram.
a expulsão de moradores tradicionais, em geral pertencentes às
Só o objeto biográfico é insubstituível: as classes economicamente desfavorecidas).
coisas que envelhecem conosco nos dão A pesquisa poderia incluir visitas a albergues da prefeitura,
a pacífica sensação de continuidade”. bem como entrevistas com urbanistas, agentes do governo,
(BOSI, Ecléa. A substância social da membros de associações de bairro e moradores de rua.
memória: sob o signo de Benjamin.
As informações resultantes dessa investigação poderiam ser
In: O tempo vivo da memória: ensaios apresentadas sob a forma de seminário ou expostas em um
de psicologia social. São Paulo: Ateliê grande mural para o restante da escola.
Editorial, 2003.)

PARA SABER MAIS Elaboração do guia Laiz Barbosa de Carvalho – Professora da Escola
Livros Suíço-Brasileira de São Paulo; preparação Fabio Weintraub;
• Amado, Jorge. Capitães da areia. São revisão Márcia Menin

Paulo: Companhia das Letras, 2009.


Romance que trata dos meninos
narrando a história do ponto de vista de Buscapé, garoto
abandonados que vivem em trapiches
pobre da comunidade que resiste aos apelos do narcotráfico.
na cidade de Salvador, Bahia.
• Como nascem os anjos. Direção: Murilo Sales.
• Binder, Hannes; Tezner, Liza. Irmãos
Brasil: Riofilme, 1996. 96 min.
pretos. São Paulo: Edições SM, 2006.
Após o assassinato involuntário do chefe do tráfico no mor-
Vendido pela família, afetada pela mi-
ro Dona Marta, Rio de Janeiro, Maguila foge da favela com
séria em decorrência da seca, garoto
Branquinha, menina de 13 anos que se apresenta como sua
de treze anos é obrigado a trabalhar
mulher. De roldão, levam outra criança, Japa, fiel amigo de
como limpador de chaminés.
Branquinha. No meio da fuga, o trio invade a casa de um
• Lins, Paulo. Cidade de Deus. São Pau-
norte-americano em um bairro grã-fino, tornando-o refém.
lo: Companhia das Letras, 2007.
• Ônibus 174. Direção: José Padilha. Brasil: Riofilme, 2002.
Um retrato da vida na favela carioca
133 min.
Cidade de Deus: das origens de
Documentário sobre o sequestro de um ônibus urbano na
conjunto habitacional popular até sua
Zona Sul do Rio de Janeiro, conduzido por um sobrevivente
conversão em reduto do narcotráfico.
da chacina da Candelária.
Filmes • Pixote, a lei do mais fraco. Direção: Hector Babenco. Brasil:
• Cidade de Deus. Direção: Fernando Embrafilme/HB Films, 1981. 127 min.
Meireles. Brasil: O2 Filmes, Clássico sobre o tema da infância desamparada, o filme
2002. 130 min. conta a história de um menino que, abandonado pelos
Baseado no romance homônimo de pais, passa por reformatórios e vai parar na rua, onde se
Paulo Lins, o filme simplifica a mul- torna traficante de drogas, cafetão e assassino, tudo antes
tiplicidade de perspectivas do livro, de completar 12 anos.

Potrebbero piacerti anche