Sei sulla pagina 1di 16

Karl Marx

Fonte: https://beduka.com/blog/materias/filosofia/principais-ideias-karl-marx/
Olá pessoal! No texto de hoje vamos discutir um autor que sempre foi motivo de
controvérsias, de ódios e amores, e que hoje está na boca de muita gente (mesmo que
alguns conheçam tão pouco). Estamos falando de um certo alemão barbudo bastante
crítico de nossa sociedade capitalista, Karl Marx (1818-1883).
Marx viveu toda sua vida no século XIX, justamente no período em que o
capitalismo já havia se consolidado na Europa e avançava à pleno vapor com seus
incríveis maquinários pelo mundo, transformando toda a sociedade em volta e a vida
das pessoas de uma forma nunca antes vista. Tendo sido um grande estudioso, Marx
sempre se inquietou pela excessiva atenção que os filósofos de sua época davam ao
mundo teórico, aos conceitos, às discussões, etc, se importando pouco com o mundo
material que os cercava e com os problemas reais de pessoas de carne e osso. Por isso,
Marx buscou desenvolver um pensamento concentrado na análise da sociedade em que
vivia e de seus problemas, pois acreditava que era função dos estudiosos pensar,
analisar e criar ferramentas para entender e transformar o mundo.

Biografia
Fonte: https://blogdaboitempo.com.br/2017/01/30/michael-lowy-o-jovem-marx-e-o-
furto-de-madeira/

Nascido em 1818 na Prússia, região hoje parte da Alemanha, Marx foi o terceiro
de nove filhos. Vindo de uma família de classe média, seu pai, Herschel Marx, foi um
advogado e conselheiro de justiça, e sua mãe, Henriette Pressburg, uma judia nascida na
Holanda. Karl Marx estudou em sua juventude nas Universidades de Bonn e de Berlim,
na Alemanha, quando teve contato com alguns proeminentes filósofos que ingressavam
o Clube de Doutores, entidade responsável por aprofundar os estudos a partir da
filosofia de Georg Wilhelm Friedrich Hegel, professor e reitor da Universidade de
Berlim, considerado um dos maiores filósofos de todos os tempos. Neste período em
que Marx iniciou a defesa de seu pensamento direcionado ao olhar para o mundo real
em detrimento de uma atenção excessiva às preocupações teóricas.
Ao terminar seu doutorado em 1841, Marx se mudou para a cidade alemã de
Colônia após ter sido impedido de lecionar em Berlim, tornando-se redator-chefe da
revista “Gazeta Renana”. Neste mesmo ano conhece Friedrich Engels, co-autor de
diversos livros escritos por Marx e grande amigo. Mas, no ano seguinte é forçado a
mudar-se para Paris, por sua revista ter sido fechada. Em 1843 casa-se com Jenny von
Westphalen, filha de um barão da Prussia. Porém, apesar da origem nobre de sua
esposa, o casal passou por inúmeras dificuldades financeiras, e apenas três de seus sete
filhos chegou à vida adulta. Ao longo de sua vida, Marx escreveu inúmeras obras que o
transformaram em um dos maiores filósofos (e sociólogo, jornalista, economista) do
mundo, influenciado e transformando os movimentos socialistas e comunistas para
sempre. Entre suas principais obras, podemos apontar algumas:
A Ideologia Alemã (1846) (Marx e Engels)
O Manifesto Comunista (1848) (Marx e Engels)
Trabalho Assalariado e Capital (1849)
O 18 Brumário de Luís Bonaparte (1852)
Contribuição à Crítica da Economia Política (1859)
O Capital (1867)

Classes Sociais

Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/classe-social.htm

Talvez, um dos conceitos centrais na obra de Marx e que permeia todos os seus
livros seja a ideia de “classe social”, tendo grande importância para a compreensão das
análises do autor sobre a sociedade capitalista. Se pudermos definir de maneira direta o
que é classe social para Marx, seria assim: classe social é a unidade básica de análise do
pensamento marxista. O que isso quer dizer?
Basicamente, a atenção de Marx se volta à sociedade de forma mais geral e suas
transformações, portanto se sua unidade de análise (aquilo que se analisa) fosse o
indivíduo, seria difícil falar do todo. Assim, a ideia de classe social permite com que
seja possível fazer generalizações. Marx, em uma análise sobre a história da
humanidade, percebeu uma tendência à formação de agrupamentos nos quais os
indivíduos que compartilhavam de certos trabalhos e funções tendiam a se assemelhar
em termos de condições materiais de riqueza ou pobreza. Do período das cavernas até a
sociedade capitalista, as condições materiais foram se tornando mais complexas com
casas surgindo, cidades, tecnologias de produção e etc., fazendo com que a divisão do
trabalho se tornasse cada vez maior e mais complexa. As classes sociais, portanto, são
os aglomerados de indivíduos que compartilham de trabalhos semelhantes e,
consequentemente, compartilham de níveis de riqueza semelhantes. Assim, classe social
diz respeito a posição que o indivíduo ocupa em relação aos meios de produção (tudo
aquilo que fica entre o sujeito que trabalha e o objeto trabalhado, a saber, as ferramentas
e tecnologias de produção, por exemplo). Em sua análise da História da humanidade,
Marx dá atenção às classes sociais formadas em cada período histórico e as formas
como se opõem, pois, se classes são diferentes, a tendência geral é que seus interesses
sejam diferentes. Por exemplo: em uma sociedade escravista, as classes de senhores de
escravos e os escravos são opostas, pois possuem interesses que divergem entre si.
Numa sociedade feudal, os senhores feudais possuem interesse em extrair impostos
sobre os frutos cultivados pelos agricultores, que logicamente não pagam tais taxas por
vontade própria, pois os ganhos do senhor significam perdas para o agricultor. Assim,
em uma sociedade capitalista, a oposição central se dá entre os burgueses, a classe que
possui propriedade privada dos meios de produção (máquinas e fábricas) e os
proletariados, classe esta que não possui nada além de sua força de trabalho, portanto
trabalha e produz a riqueza por meio do maquinário que pertence ao burguês.
Se, então, Marx olha para o mundo utilizando a ideia de classe como unidade de
análise, esta análise nos apresenta sempre as diferentes classes como conflituosas, pois
os interesses de uma vão de encontro aos interesses de outra. Esta é a famosa ideia de
“luta de classes” em Marx, imortalizada na célebre frase: “A história de todas as
sociedades até agora tem sido a história das lutas de classe” (ENGELS; MARX, 2005,
p.10)

Materialismo histórico-dialético
Fonte: http://multirio.rio.rj.gov.br/index.php/leia/reportagens-
artigos/reportagens/13827-bicenten%C3%A1rio-de-nascimento-de-karl-marx

“Mas que palavrão é esse?” Calma! Vamos ver como essa ideia é fácil de
compreender e como é extremamente importante para entender o resto do pensamento
do barbudo alemão. Como vimos no tópico anterior, uma das coisas que deixava Marx
mais irritado era a atenção que os grandes filósofos da época davam para pensar o
mundo e interpretá-lo, sem nunca se levantarem das cadeiras e levarem suas ideias para
passear fora da sala de aula: “Os filósofos não fizeram mais que interpretar o mundo de
forma diferente, trata-se porém de transformá-lo” (MARX, 1999, p.8). Com o objetivo
então de reformular as ideias correntes, Marx sugere que a correta análise da história
humana seja por um viés materialista, ou seja, que dê atenção às condições materiais
dos seres humanos e às formas como estes transformam o mundo.
Para Marx, o que distingue o ser-humano de outros animais do mundo é a
capacidade deste empregar o esforço para gerar seu próprio sustento, modificando a
natureza (transformando, por exemplo, árvores em pedaços de madeira para construção
de casas, mesas, cadeiras e etc), ou seja, o que nos distingue de outros seres é nossa
capacidade de trabalho, de projetar alguma coisa racionalmente e se esforçar para
realiza-la. É o trabalho que define o Homem, que permite sua sobrevivência, que
levanta casas, muros, que coloca comida na mesa, que constrói cidades, países e todo o
mundo como conhecemos – o que o torna algo material, não uma ideia abstrata apenas.
Dessa maneira, como vimos acima, a análise marxista da História humana é pautada
pela luta de classes, e esta tem por característica essencial o viés materialista, ou seja,
voltado para as condições materiais de sobrevivência e produção de riquezas. Então
temos, até agora, duas ideias centrais: 1) o materialismo diz respeito às formas de
análise de Marx, que dão ênfase nas condições materiais de trabalho e produção da
humanidade. 2) o aspecto histórico reflete a forma com que Marx olha para a história da
humanidade: pela luta de classes. Resta agora saber o último ponto: a ideia de dialética.
Tendo grande apreço por Hegel, Marx toma a ideia de dialética deste autor e a
transforma em um método de análise. O que isso quer dizer? Ora, se como falamos
acima, as classes sociais são vistas por Marx como antagônicas entre si, pois seus
interesses são sempre contrários, o confronto entre esses interesses gera uma nova
conformação social decorrida do confronto de classes. Bem, se lembrarmos um pouco
da História do século XVIII, veremos que os comerciantes burgueses da Europa se
confrontaram com os reis e a nobreza europeia para tirá-los do poder e dando origem ao
capitalismo, um modelo econômico que se regula pelo mercado, não por vontades e
decretos reais. Está é uma análise dialética, pois podemos pensar a nobreza e realeza
(tese) como tendo interesses opostos à burguesia (antítese), o que gerou conflitos
culminando no fim absolutismo e início do capitalismo (síntese), que por sua vez
produz classes contrárias que confrontam seus interesses, produzindo novos arranjos
sociais. Ou seja, ao falar de dialética, estamos falando de um método de análise que
pensa as transformações sociais ao longo da história pela luta de classe (tese x antítese)
que produz novas modalidades sociais (síntese), mas que também geram classes opostas
condenadas ao confronto até o fim. Mas esse confronto dura para sempre? Não! Para
Marx, o capitalismo seria o modelo social em que a oposição de classes – burguesia x
proletariado – produziria maior desigualdade entre elas, e o confronto inevitável destes
interesses opostos produziria uma sociedade que aboliria o modelo de classes, o
socialismo e posteriormente o comunismo.

Capitalismo
Fonte: https://medium.com/@yatahaze/o-capitalismo-n%C3%A3o-s%C3%A3o-
apenas-trocas-volunt%C3%A1rias-1897408f05ed
Chegamos aqui a um dos pontos mais importantes para entender Marx, a saber,
sua concepção sobre o capitalismo. Como dito anteriormente, o confronto entre
burgueses e realeza produziu a destruição desta última classe e permitindo a ascensão
do capitalismo enquanto modelo de sociedade hegemônico (até os dias atuais). O
capitalismo, para Marx, se define como um modo de produção, ou seja, o modo como a
riqueza na sociedade é produzida. Ah, uma coisa é importante de não se confundir: meio
de produção diz respeito à tecnologia e ferramentas disponíveis ao longo da história
para que os seres humanos realizem seus trabalhos, já o modo de produção remete as
formas de organização social na produção de riqueza (o capitalismo é um modo de
produção específico). O modo de produção capitalista se define pela oposição entre
burgueses – aqueles que possuem os meios de produção (máquinas, fábricas e etc) – e o
proletariado – aqueles sujeitos que só possuem a força de trabalho a oferecer. Este
proletário não tem vínculo com a terra, seu nome não importa e nem sua religião, pois o
importante no capitalismo é o que o sujeito possui para trocar no mercado. Ora, se o
proletário nada possui além de sua disposição de trabalhar, é justamente isso que lhe
resta vender em troca de uma remuneração (salário).
Os donos dos meios de produção, os capitalistas, então empregam estes
proletários em suas fábricas durante um determinado número de horas (que na época de
Marx, podia chega a quase 16 horas diárias) para trabalhar em suas máquinas e produzir
mercadorias para venda. A mercadoria é tudo aquilo que é produzido apenas para se
vender no mercado, não para consumo próprio (afinal, é muito difícil imaginar que o
dono de uma fábrica de notebooks precise de milhares destes). Mas, qual o “pulo do
gato” no capitalismo, que o diferencia de outros modos de produção? Bem, a grande
diferença é que a mercadoria produzida não é do trabalhador que a fabricou, mas do
dono da máquina/fábrica. Então, o trabalhador não é dono do que produziu justamente
porque não tem condições de arcar com os custos elevados de uma máquina.
Espere aí, mas o trabalhador não recebe um salário pelo trabalho? Sim, recebe,
mas este é sempre inferior à riqueza produzida pelo mesmo, e é essa diferença que Marx
chama de mais-valia.

Mais-valia

Fonte: https://www.politize.com.br/mais-valia/
Seguindo adiante, podemos perceber que o modo de produção capitalista
consiste de uma classe, a burguesia, que contrata a classe de trabalhadores para em um
determinado número de horas diárias trabalhe em suas máquinas e produza as
mercadorias. O salário que o burguês (patrão) paga ao trabalhador deve, por excelência,
ser inferior à riqueza produzida por este trabalhador. Esta diferença entre o valor pago e
a riqueza produzida é aquilo que Marx chama de “mais-valia”. Vamos pensar com um
exemplo simples, sem tantas variáveis: se 50 trabalhadores conseguem produzir 100
carros em um mês, e cada carro é vendido por R$50.000, o valor total no fim do mês é
de R$5.000.000. Porém, o salário de cada trabalhador, suponhamos, seja de R$2.000
(total de R$100.000 em salários). Temos uma diferença aqui de R$4.900.000 Esta é a
mais valia? Ainda não, já chegamos lá. Suponhamos que os custos com matéria-prima,
água, manutenção das máquinas, energia elétrica e impostos gire em torno de
R$1.000.000. Assim, nos resta o valor de R$3.900.000 (salário dos 50 trabalhadores –
R$2.000 cada e R$1.000.000 de custos extras). Esta é a mais-valia que Marx se refere
como absoluta, pois é extraída do trabalhador pelo burguês, ainda que este burguês não
tenha trabalhado na produção de camisas, sendo apenas o dono das máquinas. Porém,
ainda há também a mais-valia relativa, que diz respeito às transformações tecnológicas
que permitem aumento na produção no mesmo espaço de tempo. De volta ao exemplo:
imagine que nesta fábrica de carros o proprietário compre máquinas com mais
tecnologia que permitam a produção de 150 carros ao mês. Agora, com as contas exatas
(mesmo que esse não seja nosso forte XD), o total na venda de camisas passa a ser de
R$7.500.000. Se os custos com impostos, manutenção, contas e etc seguem o mesmo
padrão, tal como o salário do sujeito que trabalha, o patrão passa a ter um lucro de
R$6.400.000 mensais. Em resumo, podemos notar que a mais-valia, seja absoluta ou
relativa, refere-se à diferença entre a riqueza produzida pelo proletário e o salário que
recebe em troca.

Alienação e Fetichismo

Fonte: https://resistenciaantisocialismo.wordpress.com/2013/11/01/a-alienacao-do-
trabalho/

Agora é a hora para pergunta: “seguindo as ideias de Marx, por que o


trabalhador não se revolta contra este patrão, já que o patrão precisa do trabalhador para
lucrar?”. Marx responderia: “por conta da alienação, do fetichismo e da relação
infraestrutura e superestrutura”. Então nos resta perguntar de volta: “Quê?”.
Vamos por partes: Marx já percebia que esta relação em que o trabalhador é
nitidamente a parte mais prejudicada ainda que fosse o componente mais necessário no
processo de produção, não era facilmente percebida assim. A complexa divisão do
trabalho na sociedade capitalista faz com que em fábricas, por exemplo, o trabalho seja
tão dividido que cada trabalhador passa a ser responsável por uma parte do processo de
produção. Se em uma sociedade feudal o sapateiro negociava diretamente o couro,
produzia o sapato como um todo e o vendia, este sapateiro, segundo Marx, via o sapato
produzido como uma extensão de si mesmo, algo relacionado diretamente com o
produtor. Mas, numa sociedade capitalista, se cada trabalhador produz uma pequena
parte do produto final, não vendo no mesmo uma extensão do seu trabalho, seja pela
divisão do trabalho ou, principalmente, pelo produto do trabalho não ser seu. Desta
maneira, o trabalhador passa a ser alienado do seu produto do trabalho, isto é, separado
do mesmo, tanto em termos de propriedade objetiva sobre o fruto do trabalho, como na
percepção deste como algo diferente de si.
Por consequência, o produto passa a ser visto como tendo um valor em si
mesmo. Se para Marx o que define o valor de troca de um produto é justamente a
quantidade de horas necessárias para se produzir (se uma mesa demora 4 horas para se
fabricar e uma cadeira leva 2 horas, então uma mesa equivaleria a 2 cadeiras), o valor
do mesmo está diretamente associado ao trabalho humano. Ou seja, não é o produto que
possui valor de troca (custo) em si, mas é o trabalho humano que lhe confere valor.
Mas, quando o sujeito não se vê como produtor da mercadoria e essa passa a ser
propriedade de seu patrão, as pessoas percebem as coisas desvinculadas de seu processo
de produção, como se tivessem valor independente. Isso é o que Marx chama de
fetichismo da mercadoria, uma característica marcante do capitalismo. Resta agora
saber o que seria a tal infraestrutura e superestrutura.

Infraestrutura e Superestrutura

Fonte: https://direitomarx.wordpress.com/2017/10/12/marx-para-ensino-medio/
Este é mais um ponto central para pensar a ideia do que é uma sociedade
capitalista para Karl Marx. Pelo autor dar grande ênfase no aspecto material de sua
análise, a questão da infraestrutura é central, pois define a base material da sociedade,
ou seja, os meios de produção disponíveis, as relações entre classes, a divisão do
trabalho e etc, ou seja, todo o aspecto material. Por sua vez, a superestrutura seria toda a
ideologia (não, não é a música do Cazuza) e seus aparatos que tem por objetivo uma
normalização das explorações e relações de classe.
Para Marx, a configuração social do capitalismo, ou seja, os conflitos de classe,
a organização do trabalho e etc, são configuradas conforme as transformações
históricas. Isso quer dizer que nenhuma sociedade e nenhuma situação social seria uma
expressão universal ou parte da natureza. As transformações sociais apenas acontecem
em ambientes formados por lutas anteriores, são sempre formações artificiais: “Os
homens fazem sua própria história, mas não a fazem como querem; não a fazem sob
circunstâncias de sua escolha, e sim sob aquelas com que se defrontam diretamente,
legadas e transmitidas pelo passado” (MARX, 2011, p.25). Porém, como observa Marx,
ao longo de toda a história, as classes dominantes se apropriam de formas de governo
que tem por função desenvolver estruturas de direito, ordens sociais, religiosas e etc que
busquem legitimar a garantir sua soberania. No capitalismo, Marx observa que as
classes burguesas financiam políticos para que estes governem segundo suas vontades,
moldam o direito para que projeta a propriedade privada de seus meios de produção,
produz religiões e discursos religiosos que legitimam essas formas de riqueza e etc.
Estes aparelhos (superestruturas) são condicionados às formas da infraestrutura que dita
o real jogo e conflito de classes, cabendo a esta superestrutura garantir que os
explorados normalizem a própria exploração como algo natural, um direito legítimo.

Comunismo

Fonte: https://conhecimentocientifico.r7.com/comunismo/
Chegando ao último tópico (ufa!), cabe postular o ideal marxista para um
sociedade pós-capitalista. Se Marx entendia as classes como forças opostas condenadas
à luta, o capitalismo oporia as classes proletárias (reais produtoras da riqueza social) aos
burgueses (classe minoritária que controla os meios de produção) até que este confronto
levasse à tomada do poder pela classe trabalhadora. O que se geraria a partir de então
seria o fim do conflito de classes, pois pela primeira vez o poder estaria nas mãos do
povo, dos produtores de riqueza.
De início, Marx destaca a necessidade de implantação de uma “ditadura do
proletariado”, que nada remete à ideia de ditadura como forma de opressão popular. O
termo ditadura refletiria a forma como as classes populares tomariam o poder,
instituindo uma radicalidade da igualdade distributiva da riqueza, sem que poucos se
apropriem da maior parte da riqueza. Em suma, seria a formação de um governo
transitório que tanto garanta que os burgueses não retomem o poder, como seria uma
maneira de organizar uma sociedade com base no bem comum compartilhado,
defendido como valor a ser ensinado como base de produção de riqueza. Trata-se então
de pensar que não mais a produção estaria orientada para o lucro de poucos, mas sim
para o usufruto de todos. Quando este último passo for alcançado, poderia ser possível
alcançar a plenitude de um modelo social comunista, em que o Estado seria abolido e
qualquer forma de opressão que dele venha, formando um sociedade de sujeitos
plenamente livres, mas que ao invés de priorizar o bem individual sobre o coletivo, teria
por função última prover o máximo a todos, de maneira igualitária.
PS: pra quem ainda não sabe, o símbolo do comunismo mostra o entrelaçamento
da foice e o martelo, representando a união dos trabalhadores do campo e das cidades.

Sugestão de filmes
Tempos Modernos (Charles Chaplin, EUA, 1936)
O Jovem Marx (Raoul Peck, França, 2017)
Ilha das Flores (Jorge Furtado, Brasil, 1989)
Pocilga (Pier Paolo Pasolini, Itália, 1969)
A Classe Operária vai ao Paraíso (Elio Petri, Itália, 1971)

Questões
retiradas do site https://blogdoenem.com.br/karl-marx-simulado-enem/

1) A respeito do materialismo histórico de Karl Marx, verifica-se que é uma


a) teoria da história que analisa o processo real e concreto, enfatizando o modo de
produção e reprodução dos bens materiais necessários para a sobrevivência
humana e que passa a ser determinada pela luta de classes em determinadas
sociedades.
b) concepção que considera que a matéria é a origem do universo e da sociedade, e
que ela muda historicamente transformando o homem e a natureza, sendo por
isso que Marx intitulou essa concepção com a junção das palavras materialismo
e história.
c) concepção historicista que compreende que a única ideologia válida é o
materialismo originado com o iluminismo e aperfeiçoado por Augusto Comte,
sendo a divergência de Marx com esses antecessores apenas política, já que ele
propunha uma concepção revolucionária diferentemente deles.
d) concepção da história que defende que o processo histórico é determinado
exclusivamente pelos interesses econômicos e materiais, sendo devido a isso que
Marx atribuiu o nome “materialismo” à sua concepção em oposição ao
“idealismo”, que defende que as pessoas perseguem seus ideais.
RESPOSTA: letra A

2) Em sua 11.ª tese sobre Feuerbach, Karl Marx (1818-1883) afirma que “Os
Filósofos até hoje interpretaram o mundo, cabe agora transformá-lo”. Muitos
marxistas interpretaram mal a frase de Marx e abandonaram livros, teoria e
partiram para a prática, negligenciando o significado da noção de práxis em
Marx. Nesse sentido, tem-se que

a) a tese marxista estimulava a prática e não a teoria, já que a ideia de práxis


privilegia o fazer em detrimento do pensar, o que levaria à condenação da
filosofia como teoria pura.
b) a tese marxista criticava a filosofia por não favorecer uma práxis revolucionária
na qual toda prática suscita a reflexão, que por sua vez vai incidir sobre a prática
reorientando uma ação transformadora.
c) a noção de práxis em Marx exige que a filosofia sempre permaneça nos limites
do conhecimento teórico, pois a práxis humana deve ser conduzida por peritos
técnicos e não por filósofos.
d) a idéia de práxis em Marx foi desvirtuada por aqueles que não perceberam que
existe uma ruptura entre teoria e prática, e que o trabalho intelectual deve
prevalecer sobre o trabalho manual.
RESPOSTA: letra B

3) “Antes de tudo, o trabalho é um processo de que participam o homem e a


natureza, processo em que o ser humano com sua própria ação impulsiona,
regula e controla seu intercâmbio material com a Natureza”.
Marx, Karl. O capital. São Paulo: Abril Cultural, 1983. v. I. p. 149.
Partindo das concepções marxianas sobre o trabalho, assinale a alternativa
correta.

a) Na luta pela sobrevivência ou na busca por controlar os recursos naturais, a


história da humanidade sempre esteve ligada ao trabalho.
b) Na visão marxiana, a luta de classes não se refere de nenhuma forma ou grau
ao trabalho enquanto atividade social que satisfaz as necessidades coletivas e
socializa os indivíduos.
c) A sedentarização levou a primeira divisão do trabalho: a divisão técnica.
Posteriormente, com o avanço das forças produtivas, ela foi substituída pela
divisão sexual e, mais adiante, pela divisão social.
d) A concepção de trabalho coletivo, exterior ao ser humano, atividade criativa
e autocriativa, que transforma o indivíduo e a natureza, no intuito de
satisfazer as necessidades individuais e sociais, não pode ser vinculado ao
conceito de práxis concebido por Karl Marx.
RESPOSTA: letra A

4) A condição essencial da existência e da supremacia da classe burguesa é a


acumulação da riqueza nas mãos dos particulares, a formação e o crescimento do
capital; a condição de existência do capital é o trabalho assalariado. […] O
desenvolvimento da grande indústria socava o terreno em que a burguesia
assentou o seu regime de produção e de apropriação dos produtos. A burguesia
produz, sobretudo, seus próprios coveiros. Sua queda e a vitória do proletariado
são igualmente inevitáveis.
(Karl Marx e Friedrich Engels. “Manifesto Comunista”. Obras escolhidas, vol.
1, s/d.)
Entre as características do pensamento marxista, é correto citar

a) a caracterização da sociedade capitalista como jurídica e socialmente


igualitária.
b) o princípio de que a história é movida pela luta de classes e a defesa da
revolução proletária.
c) a celebração do triunfo da revolução proletária europeia e o desconsolo
perante o avanço imperialista.
d) o reconhecimento da importância do trabalho da burguesia na
construção de uma ordem socialmente justa.
RESPOSTA: letra B

5) Karl Marx, mediante análise dos mecanismos econômicos e sociais do


capitalismo, criou uma série de conceitos econômicos, políticos e sociais que
foram a base da ideologia socialista.
Acerca do Marxismo, todas as alternativas estão corretas, exceto a:

a) Para a Revolução Socialista, o comunismo representaria o fim das


desigualdades econômicas e sociais.
b) O Socialismo Científico de Marx defendia uma proposta
revolucionária para o proletariado.
c) Para Marx, a exploração do operariado ficava evidente no conceito
de mais-valia.
d) O Marxismo defende que os meios de produção sejam controlados
pela iniciativa privada, deixando ao Estado a administração das
empresas públicas.
RESPOSTA: letra D

Bibliografia
ENGELS, Friedrich; MARX, Karl. O Manifesto Comunista. 15.ed. São Paulo. Paz e Terra,
2005.
MARX, Karl. O Capital: critica da economia política – vol. I. São Paulo: Abril Cultural.
1984.

______. Teses sobre Feuerbach. Versão digital eBooks Brasil. 1999. Disponível em:
http://www.ebooksbrasil.org/adobeebook/feuerbach.pdf Acesso em 15 jul. 2020

______. O Dezoito Brumário de Luís Bonaparte. São Paulo: Boitempo Editorial, 2011

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ. Seguindo para mais um


clássico da Sociologia: A crítica da sociedade capitalista. Disponível em:
http://www.sociologia.seed.pr.gov.br/arquivos/File/classicos_sociologia/sociologia_livro.pdf
Acesso em 15 jul. 2020

SILVA, Ronei Sampaio. Conceitos fundamentais de Marx: O que são classes sociais e luta
de classes. Disponível em: https://cafecomsociologia.com/para-entender-de-uma-vez-os-
conceitos-de-classes-socais-e-luta-de-classes-em-marx/ Acesso em 15 jul. 2020

Potrebbero piacerti anche