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A interpretação católica da Bíblia: desfazendo os mitos

Autor: Dave Armstrong


Fonte: http://www.themichigancatholic.org
Tradução: Fábio Salgado de Carvalho

Contrariamente à alegação de alguns, os católicos realmente têm uma ampla liberdade


para ler e interpretar a Bíblia (contanto, obviamente, que eles a leiam com a
intenção de dar suporte às doutrinas da Igreja).

Estamos, também, livres para ler diferentes versões das Sagradas Escrituras,
embora, normalmente, dê-se maior prioridade às versões católicas. A minha própria
tradução favorita é a "Revised Standard Version" (RSV), que foi aprovada em uma
edição católica com apenas alguns esclarecimentos.

O Venerável Papa Pio XII, na sua encíclica papal de 1943, "Divino Afflante
Spiritu", escreveu:

"Antes, o decreto Tridentino nem sequer proíbe que, para uso e proveito dos
fiéis e para facilitar a inteligência da divina palavra, se façam traduções em
línguas vulgares, e precisamente dos textos originais [...]. Bem preparado com o
conhecimento das línguas antigas e com os recursos da crítica, aplique-se o exegeta
católico àquele que é o principal de todos os seus deveres: indagar e expor o
sentido genuíno dos Livros Sagrados. Neste trabalho tenham os intérpretes bem
presente que o seu maior cuidado deve ser distinguir claramente e precisar qual
seja o sentido literal das palavras bíblicas.". (final da parte 2 e início da 3).

A Constituição sobre a Revelação Divina do Segundo Concílio Vaticano ("Dei Verbum")


concordou:

"É preciso que os fiéis tenham acesso patente à Sagrada Escritura. [...] visto
que a palavra de Deus deve estar sempre acessível a todos, a Igreja procura com
solicitude maternal que se façam traduções aptas e fiéis nas várias línguas,
sobretudo a partir dos textos originais dos livros sagrados. Se porém [...] essas
traduções se fizerem em colaboração com os irmãos separados, poderão ser usadas por
todos os cristãos.". (capítulo 6, seção 22)

A "New American Bible" (a minha cópia tem o Novo Testamento revisado de 1986:
Nelson, 1987) contém um artigo preliminar, "O propósito da Bíblia" (p. xii):

"Quando Pio XII emitiu a sua encíclica 'Divino Afflante Spiritu', em 1943, a
porta foi aberta para novas traduções católicas que não dependiam da Vulgata Latina
de São Jerônimo. Devido ao grande crescimento do conhecimento das línguas bíblicas
antigas, traduções oficiais diretamente delas foram encorajadas [...]. A 'Revised
Standard Version' é a menos interpretativa de todas [...]. A Bíblia de Jerusalém e
a 'New English Bible' esforçam-se por uma linguagem ainda mais contemporânea [...].
A 'New American Bible' [...] é a primeira tradução católica americana que foi
baseada nas línguas originais, ou na forma mais antiga do texto, em vez da
Vulgata.".

Os católicos não são obrigados a interpretar cada versículo da Bíblia de acordo com
alguma proclamação dogmática da Igreja. Este é outro mito comum que muitas vezes
escutamos de nossos estimados amigos protestantes (e muitos católicos, também, não
conhecem nada diferente disso). De fato, o católico fiel ortodoxo deve interpretar
o que ele depreende das Escrituras em concordância com a Igreja e com a Tradição.
Esta, entretanto, é uma noção radical e controversa?
De fato, os protestantes crêem, em grande medida, no mesmo. Cada protestante age da
mesma maneira no que diz respeito à sua própria tradição denominacional. Nenhum
calvinista de cinco pontos pode afirmar --- contra a sua própria tradição --- que
um versículo da Bíblia prova a apostasia ou a queda ou o desejo de Deus pela
salvação universal em detrimento da expiação limitada (embora, na verdade, existam
muitas dessas passagens). Ele não pode negar a depravação total por meio do uso de
qualquer texto ou a graça irresistível. Isto não está permitido. A tradição
calvinista (reformada/presbiteriana) dita que essas doutrinas, e apenas elas, podem
ser encontradas nas Escrituras.

Desse modo, com efeito, exige-se uma certa interpretação dos versículos da Bíblia
que tenha sido historicamente usada para apoiar os ensinamentos calvinistas.
Ironicamente, este é um dos ataques que os protestantes freqüentemente usam para
acusar os seus irmãos católicos: é-lhes dito pela Igreja "como pensar" sobre a
interpretação bíblica.

Praticamente todos os cristãos têm restrições ortodoxas e dogmáticas a que


obedecem. O exegeta católico é limitado em muito pouco e tem praticamente tanta
liberdade de investigação quanto um protestante. O artigo da "Catholic
Encyclopedia" de 1913 sobre a "Exegese Bíblia" afirma:

"O comentador católico está obrigado a aderir à interpretação dos textos que a
Igreja definiu de forma expressa ou implicitamente. O número destes textos é
pequeno, de forma que o comentador pode, facilmente, evitar qualquer transgressão
desse princípio.".

Aos católicos, é permitido traduzir do grego, de acordo com o conhecimento


arqueológico e textual mais recente, fazer uso de diferentes traduções e até mesmo
cooperar com projetos de tradução ecumênicos, como aquele do RSV ou da NEB. E você
e eu estamos autorizados a interpretar livremente praticamente qualquer texto por
conta própria, desde que não o façamos contra um dogma da Igreja (eu não poderia,
por exemplo, alegar que João 1.1 não ensina a divindade de Jesus ou que Ele não
seja o Filho de Deus).

Apenas poucos versículos bíblicos foram definidos de forma estrita pela Igreja e,
mesmo assim, apenas em aplicações específicas (na maior parte, em um sentido
negativo: i.e., a passagem não pode significar X no tocante à doutrina Y). Tais
passagens incluem Mateus 18.18 (absolvição e perdão dos pecados pelos padres),
Lucas 22.19 (Eucaristia), João 3.5 (Batismo), João 20.22-23 (absolvição e perdão
dos pecados pelos padres), Romanos 5.12 (pecado original), 1 Coríntios 11.24
(Eucaristia), Tiago 6.14 (a instituição do Sacramento da Unção dos Enfermos).

Além disso, em várias casos, mas não em todos, a categoria de tais passagens diz
respeito a Mateus 16.16 e a João 1.42, no tocante a São Pedro ser o líder da
Igreja.

Infelizmente, muitas pessoas erroneamente afirmam que pelo fato de os católicos


estarem obrigados a acreditar nos ensinamentos da sua Igreja eles "devem",
portanto, ser não racionais e como leitores "robóticos" que não podem,
simplesmente, ler a Bíblia pelo que ela é e pensar por si mesmos (um estereótipo
equivocado conhecido como "sola ecclesia": "a Igreja somente"). Isto pode ser
descartado como sendo um exemplo da falácia da falsa dicotomia.

Nenhum católico é obrigado a seguir "cegamente" a uma autoridade. A nós é permitido


pensar e exercitar a razão como qualquer outro cristão e devemos ser resistentes e
refutar essas caricaturas cartunistas da Igreja.

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