Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
PRÓLOGO
CORO: A história não quer se repetir. O amanhã não quer ser outra face do
hoje.
JOY: Essa triste rotina dos séculos começou com o ouro e a prata, seguiu com
o açúcar, o tabaco, o guano, o salitre, o cobre, o estanho, a borracha, o cacau,
a banana, o café, o petróleo... O que nos legaram esses esplendores? Nem
herança, nem bonança.
JOY: O hoje tem sido o lugar onde dar de comer aos carros é mais importantes
do que dar de comer às pessoas.
(Música alta, clima de quermesse. Uma música andina alegre é tocada, algo
que remeta à um universo ameríndio [ proposta de música: “así tocan los
indios” de Los Gaiteros de San Jacinto]. Um mestre de cerimônias incentiva as
pessoas a participarem da festa. O clima da festa “Voluntários da Pátria”
pretende transitar da percepção de uma real festividade, para uma festividade
bizarra, hipnótica, fascista, atemporal )
MC: (fala no microfone) Pode chegar! A casa é nossa!. A alegria é a marca do
nosso povo, integra nosso espírito nacional! Essa festa é do povo, pro povo e
com o povo. É ou não é? Todos somos, ou não somos, voluntários que dão
suas vidas procurando exercer suas profissões da melhor maneira possível?
Somos todos construtores dessa nação! Produzindo pro seu senhor, cumprindo
com seu papel no exercício do seu melhor. Aumenta o som! Esquente o peito
com a cachaça pernambucana que traz a tradição brasileira na sua ardência.
INTERPRETE: (Pega O microfone que estava pendurado pra falar) Uns dirão:
são só palavras! Mas eu creio no poder das palavras, na força das palavras.
Creio que fazemos coisas com as palavras e que também as palavras fazem
coisas conosco. As palavras determinam nosso pensamento, porque não
pensamos com pensamentos, mas com palavras! Não pensamos a partir de
uma suposta genialidade ou inteligência, mas a partir das nossas palavras. E
pensar não é somente raciocinar, ou calcular, ou argumentar, como nos tem
sido ensinado algumas vezes. Mas é, sobretudo, dar sentido ao que somos e
ao que nos acontece. E isso - o sentido ou o sentido – é o que tem haver com
as palavras. Portanto, também tem haver com as palavras o modo como nos
colocamos diante de nós mesmos, diante dos outros e diante do mundo em
que vivemos. Larrosa Bondía.