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1/2009
SUMÁRIO
1.Introdução ...................................................................................................................... 3
8. Conclusão ................................................................................................................... 63
2
1. Introdução.
A seguir, será feita pesquisa acerca da história da Petrobras no que se refere à sua
natureza jurídica de sociedade de economia mista, abordando aspectos jurídicos, empresariais
e econômicos, de forma a contextualizar sua atuação como um grande agente econômico no
Brasil desde a sua criação na década de 1950. Serão identificados os normativos jurídicos
relacionados à regulação do setor petrolífero no Brasil, especialmente com a promulgação da
Lei n.º 9.748/97 (Lei do Petróleo) e do Decreto n.º 2.745/98. Nesse sentido, serão analisados,
ainda, os fundamentos, fático e jurídico, em que se editou o aludido Decreto, trazendo
considerações acerca da Lei n. 9.748/97.
3
licitatório a ser aplicado no âmbito da Petrobras: Lei n.º 8.666/93 (Licitações e Contratos
Administrativos) ou o regulamento licitatório aprovado pelo aludido decreto.
Por sua vez, o STF vem concedendo provimentos liminares em favor da Petrobras,
afirmando, em sede cautelar, que o Decreto n.º 2.745/98 é constitucional.
Com relação ao tema, cabem ser feitas, ainda, algumas considerações teóricas
iniciais.
4
Inicialmente, esclarece-se que o art. 173, § 1º, inciso III, da Constituição da
República, estabeleceu que a regulamentação de licitações e contratos das entidades da
Administração Indireta que exploram atividade econômica deveria ser tratada por lei,
conforme se verifica a seguir:
"§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista
e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de
bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre:
(...)
III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios
da administração pública;"
No entanto, a Lei n.º 9.478/97 remeteu tal competência para a esfera normativa
hierárquica de nível inferior, ao estabelecer em seu art. 67 que "os contratos celebrados pela
PETROBRAS, para aquisição de bens e serviços, serão precedidos de procedimento
licitatório simplificado, a ser definido em decreto do Presidente da República."
Nestes termos, a matéria foi submetida ao Decreto n.º 2.745/98, que aprovou o
Regulamento do Procedimento Licitatório Simplificado da Petrobras, conforme previsto no
art. 67 acima citado.
"8.1. determinar à Petrobras que se abstenha de aplicar às suas licitações e contratos o Decreto
2.745/98 e o artigo 67 da Lei 9.478/97, em razão de sua inconstitucionalidade, e observe os
ditames da Lei 8.666/93 e o seu anterior regulamento próprio, até a edição da lei de que trata o
§ 1º do artigo 173 da Constituição Federal, na redação dada pela Emenda Constitucional
19/98;
8.2. aceitar como legítimos os procedimentos praticados, no âmbito da Petrobras, com arrimo
nas referidas normas, ante a presunção de legalidade então operante;
5
8.3. dar ciência à Petrobras do entendimento consignado no item 8.1 retro, alertando-a de que
os atos doravante praticados com base nos referidos dispositivos serão considerados como
irregulares por esta Corte e implicarão na responsabilização pessoal dos agentes que lhes
derem causa, devendo a entidade valer-se, na realização de suas licitações e celebração de seus
contratos, das prescrições contidas na Lei nº 8.666/93;"
6
2. A Reforma Administrativa no Brasil.
Após a edição da Emenda Constitucional n.º 19/98, foi dada nova redação ao aludido
§ 1º, nos seguintes termos:
7
Assim, não se pode afirmar, ainda, que, após a Emenda nº 19, as empresas públicas,
sociedades de economia mista e suas subsidiárias exploradoras de atividade econômica, ficam
imediatamente submetidas, integralmente, ao regime jurídico próprio das empresas privadas,
sem nenhuma ressalva ou óbice legal, pois o texto anterior do art. 173 já contemplava esse
mandamento. Marçal Justen Filho1, abordando a questão, assevera que:
Sobre esse ponto, cabe trazer preciosa lição do renomado Celso Antônio Bandeira de
2
Mello :
1
Informativo Licitações e Contratos nº 54 – agosto/98 – Revista Zênite – Informação e consultoria em
administração pública.
8
mudança deste estado de coisas em face da nova redação atribuída ao inciso XXVII do art.
22 da Constituição. De acordo com seus termos, vale dizer, dos introduzidos pelo Emendão,
compete legislativamente à União expedir “normas gerais de licitação e contratação, em
todas as modalidades para as administrações diretas, autárquicas e fundacionais da União,
Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as
empresas públicase sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1º, III”.
(...)
2
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Licitação nas estatais em face da E.C. nº 19. Revista Diálogo Jurídico,
Salvador, CAJ - Centro de Atualização Jurídica, nº. 12, março, 2002. Disponível na Internet:
9
de 21.06.93, com suas alterações posteriores. Já as empresas estatais exploradoras de
atividade econômica futuramente terão suas licitações e contratos regidos pela lei a que se
refere o art. 22, XXVII, da Constituição Federal, com a redação que lhe deu o Emendão,
isto é, na conformidade do Estatuto para elas previsto no art. 173 da Lei Magna. Enquanto
isto não ocorrer persistirão regidas pela lei nº 8.666, com as ressalvas inicialmente feitas.
Contudo, com o advento da EC 19/98, esse preceito ganhou nova redação para
determinar que a lei estabeleceria o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de
economia mista e de suas subsidiárias que explorassem atividade econômica de produção
ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, elencando a disciplina que deveria
constar desse estatuto jurídico. Dessa forma, esclareceu que o constituinte visou, nesses
dois momentos, proteger a atividade dessas sociedades exploradoras de atividade
econômica, pondo-as sob o regime das empresas privadas, para garantir que mantivessem o
mesmo desempenho das demaisempresas que atuam no mercado, de modo a afastar
qualquer mecanismo de proteção ou de privilégios. Nesse sentido, aduziu que a submissão
legal da Petrobrás a um regime diferenciado de licitação estaria justificado pelo fato de que,
com a relativização do monopólio do petróleo trazida pela EC 9/95, a empresa passou a
exercer a atividade econômica de exploração do petróleo em regime de livre competição
com as empresas privadas concessionárias da atividade, as quais, frise-se, não estão
submetidas às regras rígidas de licitação e contratação da Lei 8.666/93. Em conseqüência,
reputou não ser possível conciliar o regime previsto nessa lei com a agilidade própria do
10
mercado de afretamento. Daí observar que a interpretação que afasta a aplicação do art. 1º,
parágrafo único, do aludido diploma ser uma conseqüência direta da própria natureza
constitucional da sociedade de economia mista, tal como declarado pelo constituinte
originário e reiterado pelo constituinte derivado.
(...)
Essas ponderações são parcialmente procedentes, sem dúvida. Não podem ser
acolhidas quando pretendem eliminar, de modo absoluto, os controles sobre tais ‘empresas’
por três motivos principais.
3
BOLETIM ESPECIAL n° 23 - OUT/NOV 2008 – Procuradoria Geral do TCE-RJ - Fonte: Informativo STF nº
522, 29 de setembro a 3 de outubro de 2008
4
JUSTEN FILHO. Marçal. Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos, 6ª ed. Rev. e ampl.
1999. Dialética. São Paulo.
11
Em primeiro lugar, o art. 37 e os demais dispositivos constitucionais não
excluíram as empresas estatais da submissão ao regime jurídico basilar atinente à atividade
administrativa do estado. A intervenção no domínio econômico não exclui a aplicação de
todos os princípios que norteiam e constrangem a atividade administrativa. Logo, não é
possível invocar a atuação no mercado (privado) como fundamento para alterar a natureza
jurídica das pessoas criadas e controladas pelo Estado.
“Ao contrário do que alega a recorrente, não verifico óbice à aplicabilidade das
regras estampadas na Lei 8.666/1993 no âmbito da Petrobras. A interpretação sistemática
da própria lei maior reforça a convicção de que o estatuto federal de licitações e contratos é
norma de observância obrigatória pelas sociedades de economia mista. Como bem salientou
a instrução, o art. 173, § 1º, inciso III, da Carta Magna é norma constitucional de eficácia
limitada, a exigir que lei disponha sobre licitação e contratos das empresas estatais,
observados os princípios da administração pública. A considerar que, até o presente
momento, não foi publicado o referido diploma legal, incide na espécie a Lei 8.666/1993,
em cumprimento ao disposto no art. 37, caput e inciso XXI, da Constituição da República.
12
É evidente que o tribunal tem admitido temperamentos na aplicação da lei
8.666/1993 quando a utilização da norma legal em sua inteireza implica risco à atividade-
fim da empresa estatal, em ambiente concorrencial com a iniciativa privada (nesse sentido:
acórdão 121/1998, decisão 1.383/2002, acórdão 624/2003, todos do plenário).
Constata-se, então, que o regime jurídico é híbrido, pois é exigida dessas estatais a
prestação de contas ao TCU, a realização de concurso público e de licitações, bem como a
observância dos princípios insculpido no art. 37 da Constituição da República.
13
Contudo Celso Antônio Bandeira de Mello ensina que o regime não é misto, mas
apenas publico, apesar de possuir características de direito privado (regime trabalhista e a
forma societária de S/A).
No entanto, não se pode olvidar a disposição contida no art. 119 da Lei n.º 8.666/93,
que assim dispõe:
Nota-se que, em que pese o preceito acima, os regulamentos devem obediência aos
ditames da Lei n.º 8.666/93. Não podem os regulamentos editados de acordo com a art. 119
inovarem a ordem jurídica e contrariar os mandamentos da Lei de Licitações.
14
3. A Regulação do Petróleo no Brasil.
Com a edição da Lei n.º 2.004/53, foi autorizada a constituição da Petróleo Brasileiro
S/A – Petrobras, com o objetivo de executar as atividades do setor petróleo no Brasil em
nome da União. Assim, a Petrobras iniciou suas atividades com o acervo recebido do antigo
Conselho Nacional do Petróleo (CNP), que manteve sua função fiscalizadora sobre o setor.
15
nacionais e internacionais e uma presença mais efetiva no exterior. A companhia busca o
crescimento no mercado brasileiro de petróleo e derivados, com o maior retorno possível aos
seus acionistas, preparando-se para se tornar uma corporação internacional de energia, líder
na América Latina. E dentro dessas grandes linhas, as metas a cumprir são as de alcançar a
mesma excelência conseguida nas tecnologias de prospecção em ambientes complexos,
sobretudo em águas profundas, em todos os segmentos do setor petróleo - seja na distribuição,
no refino, nas atividades internacionais e, sobretudo, nas questões ambientais.
16
Iv – o transporte marítimo do petróleo bruto de origem nacional ou de derivados
básicos de petróleo produzidos no país, bem assim o transporte, por meio de conduto, de
petróleo bruto, seus derivados e gás natural de qualquer origem;
II – as condições de contratação;
Ao regulamentar esse dispositivo, foi promulgada a Lei n.º 9.748/97, que dispôs
sobre a política energética nacional, as atividades relativas ao monopólio do petróleo.
Com dito alhures, essa emenda alterou o art. 173 da Constituição da República,
permitindo que normas gerais de licitação e contratação para as empresas públicas, das -
sociedades de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de
produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços fossem definidas em
estatuto jurídico próprio, sob a forma de lei ordinária.
Posteriormente, com fundamento no citado art. 67 da lei n.º 9.478/97, foi proferido o
Decreto n.º 2.745/98, que estabelece o Regulamento do Procedimento Licitatório
Simplificado da Petrobras, o qual vem sendo utilizado pelas emrpesas que compõem o grupo,
deixando-se de lado a aplicação da Lei n.º 8.666/93.
17
Cabe registrar que a Lei n.º 9.478/97 veio regulamentar os §§ 1º e 2º do art. 177 da
Constituição da República. Além disso, por meio do art. 67, autorizou ao Poder Executivo
editar decreto, estabelecendo normas de licitação e contrato no âmbito do Petrobras.
(...)
É de se notar que o art. 22 da Constituição Federal não teve sua redação alterada por
emenda. Além disso, as condições de contratação são exclusivas da União no que se refere à
exploração de hidrocarbonetos fluidos, de acordo com a previsão do § 1º do art. 177 da CF88.
Nesse sentido, para que sejam realizadas as contratações das atividades previstas no referido
parágrafo deve ser observada a lei em sentido estrito.
Observa-se que o art. 5º da Lei n.º 9.478/97 disciplinou a matéria para as atividades
econômicas tratadas no art. 177 da Constituição, nos seguintes termos:” as atividades
econômicas de que trata o artigo anterior serão reguladas e fiscalizadas pela união e
poderão ser exercidas, mediante concessão ou autorização, por empresas constituídas sob as
leis brasileiras, com sede e administração no país.”
Repise-se que, com o art. 67 da Lei nº 9.478/97, foi autorizada a edição de decreto
para tratar da licitação e da contratação no âmbito da Petrobras. Há que se ressaltar também
que a Lei n.º 9.478/97, nesse ponto, não revogou a Lei n.º 8.666/93, pois, nos termos do § 1º
do art. 2º da LICC, não foi expressa nesse sentido, não se mostrou incompatível, nem
modificou as disposições ali contidas.
Como dito acima, com a edição da EC n.º 19/98, a Constituição considerou que as
sociedades de economia mista e suas subsidiárias que explorem atividade econômica de
produção ou comercialização de bens fossem sujeitas ao regime jurídico próprio das empresas
privadas, delegando a respectiva regulamentação à lei ordinária específica.
18
É sabido que há peculiaridades que distinguem as Estatais das empresas privadas,
visto que aquelas observam os princípios da indisponibilidade e da preponderância do
interesse público, devem prestar contas e realizar licitações e concursos públicos. Por sua vez
as empresas privadas agem de acordo com a autonomia de vontades, fazendo tudo aquilo que
a lei não proíba.
No entanto, até que essa lei seja elaborada, permanence vigente a Lei n.º 8.666/93.
De acordo com Marçal Justen Filho5:
(...)
19
“Acórdão nº 1125/2007 - TCU – Plenário (TC-010.437/2000-6)
1 - até que seja editada lei dispondo sobre licitações e contratos das empresas
estatais e sociedades de economia mista, devem estas observar os preceitos da lei 8.666/93
e os princípios e regras da administração pública.
Não há que se falar que a eficiência e a economicidade não são alcançadas em razão
de se observar os ditames da Lei de Licitações, pois esses princípios encontram-se previstos
na Lei nº 8.666/93. Sobre tal aspecto, cumpre trazer a lume lição de Marçal Justen Filho6:
Logo, esses problemas não serão superados através de mero câmbio legislativo.
Se uma nova legislação for editada e vier a ser aplicada segundo os mesmos critérios
hermenêuticos ora adotados, o resultado continuará a ser desastroso.”
5
JUSTEN FILHO. Marçal. Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos, 6ª ed. Rev. e ampl.
1999. Dialética. São Paulo.
6
JUSTEN FILHO. Marçal. Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos, 6ª ed. Rev. e ampl.
1999. Dialética. São Paulo.
20
O art. 67 da Lei nº 9.478/97 não pode ser visto como um instrumento de delegação
de competências que são constitucionalmente definidas, pois ao executivo não foi dado um
“cheque em branco”. Ao regulamento, não é permitido criar, inovar, em matéria legislativa. A
delegação legislativa stricto sensu, é exercida por um diploma específico: a lei delegada.
“Ainda no que tange à legislação que norteia o tema, com a promulgação da Lei
nº 9.478/97, que em seu Capítulo IX trata da Petrobras, há dispositivo sobre o procedimento
licitatório da Companhia no art. 67 deste diploma, que estabeleceu para a empresa a
realização de procedimento licitatório simplificado, definido por decreto presidencial.
21
4. O controle de constitucionalidade pelo Tribunal de Contas da União.
Em relevante e minucioso artigo, Carlos Ayres Britto7 leciona de forma cabal acerca
do regime jurídico aplicado aos Tribunais de Contas:
“2.1. Feita a ressalva, começo por dizer que o Tribunal de Contas da União não é
órgão do Congresso Nacional, não é órgão do Poder Legislativo. Quem assim me autoriza a
falar é a Constituição Federal, com todas as letras do seu art. 44, litteris: “O Poder
Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados
e do Senado Federal” (negrito à parte). Logo, o Parlamento brasileiro não se compõe do
Tribunal de Contas da União. Da sua estrutura orgânica ou formal deixa de fazer parte a
Corte Federal de Contas e o mesmo é de se dizer para a dualidade Poder
Legislativo/Tribunal de Contas, no âmbito das demais pessoas estatais de base territorial e
natureza federada.
(...)
(...)
6.1. Com esta separação conceitual, fica evidenciado que os Tribunais de Contas
não exercem a chamada função jurisdicional do Estado. A função jurisdicional do Estado é
exclusiva do Poder Judiciário e é por isso que as Cortes de Contas: a) não fazem parte da
relação dos órgãos componenciais desse Poder (o Judiciário), como se vê da simples leitura
do art. 92 da Lex Legum; b) também não se integram no rol das instituições que foram
categorizadas como instituições essenciais a tal função (a jurisdicional), a partir do art. 127
do mesmo Código Político de 1988.
7
BRITTO, Carlos Ayres. O Regime Constitucional dos Tribunais de Contas. Revista Diálogo Jurídico,
Salvador, CAJ - Centro de Atualização Jurídica, v. I, nº. 9, dezembro, 2001. Disponível em:
<http://www.direitopublico.com.br>. Acesso em: 19/02/2009.
22
um devido processo legal (ou seja, com as vestes do contraditório e da ampla defesa), se
alguém passa à condição de sujeito passivo ou acusado, propriamente.
6.4. Neste lanço, é de se enfatizar que o Magno Texto Federal não falou de atos
do presidente do TCU. Falou de atos da própria Corte de Contas, enquanto pressupostos de
ajuizamento dos citados remédios heróicos. Remédios que têm por objeto, como sabido, a
tutela de direitos subjetivos ou direitos referidos a alguém em particular. E em se tratando
de direito não amparado por habeas corpus nem por habeas data, mas também privados dos
atributos da certeza e liquidez, resta patente que sua defesa em juízo pode se dar por ação
ordinária.
Diante das sábias lições acima, cumpre asseverar que, apesar de não exercer função
jurisdicional, o Tribunal de Contas da União desempenha sua atividade-fim de controle
externo com contornos jurisdicionais nos termos da Constituição.
23
“Atualmente não há mais dúvida de que o Tribunal de Contas da União possui a
prerrogativa para apreciar a constitucionalidade de leis e atos normativos, quando do
exercício de suas atribuições estabelecidas na Constituição Federal. Tanto a doutrina quanto
a jurisprudência têm sido uniformes no sentido de que a Corte de Contas pode e deve se
manifestar acerca da constitucionalidade de leis e atos normativos, em matérias de sua
competência.
De acordo com a aludida autora, as questões analisadas pelo TCU, no âmbito de suas
competências constitucionais previstas nos arts. 70 e 71 da CF88, passam pelo exame da
legalidade dos atos e contratos celebrados pela Administração Pública, o que, em última
análise depara-se com o controle de constitucionalidade das leis.
24
73 c/c art. 96 da CF88, os Ministros do TCU equiparam-se aos Ministros do Superior
Tribunal de Justiça - STJ.
Não obstante isso, o art. 71, § 4°, lhe comete o julgamento da regularidade das
contas dos administradores e demais responsáveis por bens ou dinheiros públicos, o que
implica em investi-lo no parcial exercício da função judicante. Não bem pelo emprego da
palavra julgamento, mas sim pelo sentido definitivo da manifestação da corte, pois se a
regularidade das contas pudesse dar lugar à nova apreciação (pelo Poder Judiciário), o seu
pronunciamento resultaria em mero e inútil formalismo. Sob esse aspecto restrito (o
criminal fica à justiça da União) a Corte de Contas decide conclusivamente. Os órgãos do
Poder Judiciário carecem de jurisdição para examiná-lo. (FAGUNDES, 1967, p.50-51).
“Se bem que seja igualmente ilegal o ato que infringe a Constituição e o ato que
infringe lei ordinária, porque o Poder Judiciário e, no caso do art. 77, I, II e III, o Tribunal
de Contas tem, em ambos os casos, de decretar a nulidade, pode dar-se que o ato esteja
conforme a lei e não conforme a Constituição, por ser a lei mesma contra a lei. A lei, que
contra ela é, seria, então inconstitucional. A constitucionalidade [sic] não é mais do que
espécie – a espécie mais conspícua – de ilegalidade. O Tribunal de Contas pode apreciá-la e
decretar a nulidade do contrato, por maioria absoluta de votos dos seus membros (art. 200:
“os tribunais”).”
8
MIRANDA, Pontes de. Comentários à Constituição de 1967, com a Emenda nº 1, de 1969. Rio de Janeiro,
Guanabara, 1987, vol. V.
9
MIRANDA, Pontes de. Comentários à Constituição de 1967, com a Emenda nº 1, de 1969. Rio de Janeiro,
Guanabara, 1987, vol. V.
10
FERNANDES, Jorge Ulisses Jacoby. A apreciação da constitucionalidade das normas pelos Tribunais de
Contas. L&C: Revista de Licitações e Contratos, v.5, n.51, p.16-21, set. 2002.
25
“Há os que entendam, todavia, que essa competência há de ser exercida,
incidentalmente, pelas referidas Cortes, na apreciação do caso concreto, no qual se
verifique a eventual aplicação de lei ou ato tido por inconstitucional. Ainda nessa hipótese,
não se deveria olvidar o disposto no art. 97 da Constituição, qual seja de quorum
qualificado. [...] Se a constitucionalidade é declarada incidentalmente (art. 97 da
Constituição Federal), então não poderá o agente eximir-se de culpa por seus atos, porque
terá agido em desobediência à decisão do Tribunal, no exercício do seu poder de dizer da
constitucionalidade, enfocando-se aqui a Súmula n° 347/STF.”
O art. 66 da Lei n.º 8.443/92 (Lei Orgânica do TCU) dispõe que a competência do
Tribunal será regulada pelo seu Regimento Interno. Por sua vez, a alínea “e” do inciso I do
art. 15 da Resolução TCU n.º 155/2002 (Regimento Interno do TCU) estabelece que compete
privativamente ao Plenário, dirigido pelo Presidente do Tribunal, deliberar originariamente
sobre conflito de lei ou de ato normativo do poder público com a Constituição Federal, em
matéria da competência do Tribunal.
26
centrada na criação de um sistema jurídico estruturado de maneira hierárquica”, não sendo
razoável supor que o controle concentre-se num único Poder.
(…)
(…)
(…)
27
atuação do Tribunal de Contas serve a um incentivo para que o Chefe do Poder Executivo,
não podendo dar cumprimento à lei, por reconhecê-la inconstitucional, exerça a titularidade
que lhe é conferida no artigo 102 da Carta Magna. Evita-se, assim, que norma incompatível
com outra que lhe é superior permaneça em vigor, provocando efeitos que, posteriormente,
por força de manutenção da ordem jurídica e em obediência à segurança jurídica, acabarão
por ser preservadas. Repita-se, aqui, que, também nesse diapasão, ou o controle exercido
pelo Tribunal de Contas é célere e antecipado, ou de nada servirá. A atuação do Tribunal de
Contas faz-se sentir, ainda, quando o Ministério Público encaminha decisão da Corte ou
cópia de sua representação ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios ou ao
Ministério Público Federal e o Procurador-Geral de Justiça ou o Procurador-Geral da
República, respectivamente, ajuizam as competentes ações perante o Tribunal de Justiça ou
o Supremo Tribunal Federal.
Em entendimento oposto, Roberto Wagner Lima Nogueira12 assevera que, ainda que
os Tribunais de Contas possam apreciar a constitucionalidade das leis e atos do Poder Público,
nos termos do Enunciado n.º 347 da Súmula do STF, essa apreciação não se reveste de caráter
conclusivo. Segundo esse autor:
12
NOGUEIRA, Roberto Wagner Lima. Tribunais de Contas e o poder de julgar sob a ótica do Direito Financeiro
e Tributário . Jus Navigandi, Teresina, ano 8, n. 131, 14 nov. 2003. Disponível em:
<http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=4470>. Acesso em: 13 fev. 2009
28
O STF, há tempos, já se pronunciou a respeito desse tema, quando o Ministro
Moreira Alves, em julgado de 29 de março de 1990, publicado na RTJ 151/133, assim se
pronunciou, verbis:
“Assinale-se, por outro lado, que as exigências da vida moderna não só impõem
ao legislador um dever de agir, mas também lhe cobram uma resposta rápida e eficaz aos
problemas que se colocam (dever de agir com a possível presteza e eficácia). É exatamente
a formulação apressada (e, não raras vezes, irrefletida) de atos normativos que acaba
ocasionando as suas maiores deficiências: a incompletude, a incompatibilidade com a
sistemática vigente, incongruência, inconstitucionalidade, etc.”
No entanto, deve se levar em conta que a Petrobras, pela sua importância no cenário
econômico nacional e internacional, teria tempo hábil de elaborar prosta de lei no Congresso
Nacional, visando a regulamentar nos termos do art. 173 da Constituição, seu estatuto
jurídico, em especial seu regulamento licitatório, visto que o TCU já questionou, em 2002, a
constitucionalidade do Decreto n.º 2.745/98.
13
MENDES, Gilmar. Questões fundamentais de técnica legislativa. Revista Diálogo Jurídico, Salvador, CAJ -
Centro de Atualização Jurídica, v. 1, nº. 7, outubro, 2001. Disponível em: <http://www.direitopublico.com.br>.
Acesso em: 19/02/2009.
29
situadas em planos diversos. Nem sempre se logra observar esses limites normativos com o
necessário rigor. Fatores políticos ou razões econômico-financeiras ou de outra índole
acabam prevalecendo no processo legislativo, dando azo à aprovação de leis
manifestamente inconstitucionais ou de regulamentos flagrantemente ilegais. Assinale-se,
porém, que a aprovação da lei não garante sequer a sua aplicação, pois é muito provável --
sobretudo quando se tratar de matéria concernente a direitos individuais -- que as questões
controvertidas sejam submetidas ao Judiciário.
(...)
14
MENDES, Gilmar. Questões fundamentais de técnica legislativa. Revista Diálogo Jurídico, Salvador, CAJ -
Centro de Atualização Jurídica, v. 1, nº. 7, outubro, 2001. Disponível em: <http://www.direitopublico.com.br>.
Acesso em: 19/02/2009.
15 COELHO, Inocêncio Mártires. Constitucionalidade/Inconstitucionalidade: Uma questão política?. Revista
Diálogo Jurídico, Salvador, CAJ - Centro de Atualização Jurídica, nº. 12, março, 2002. Disponível na Internet:
<http://www.direitopublico.com.br>. Acesso em: xx de xxxxxxxx de xxxx.
30
indeterminados cuja densificação depende da pré-compreensão e da ideologia dos
magistrados que exercem a jurisdição constitucional.”
31
3. Decisão judicial proferida em caso concreto, suspensiva de determinação do
tcu, não vincula os julgamentos desta corte, em face da independência de jurisdição
constitucionalmente prevista e da súmula/stf n° 347.
(...)
32
Na didática lição de Maria Sylvia Zanella Di Pietro16, “decreto é a forma de que se
revestem os atos individuais ou gerais, emanados do chefe do poder executivo (Presidente da
República, Governador e Prefeito)”.
A aludida autora continua ensinando que o decreto “pode conter, da mesma forma
que a lei, regras gerais e abstratas que se dirigem a todas as pessoas que se encontram na
mesma situação (decreto geral) ou pode dirigir-se a pessoa ou grupo de pessoas
determinadas”.
Quando comparado à lei, que é ato normativo originário (porque cria direito
novo originário de órgão estatal dotado de competência própria derivada da constituição), o
decreto regulamentar é ato normativo derivado (porque não cria direito novo, mas apenas
estabelece normas que permitam explicitar a forma de execução da lei).”
No que se refere às espécies de Decreto, Di Pietro assevera que estes podem ser:
Por sua vez, não se pode deixar de trazer doutrina de Celso Ribeiro Bastos17, ao tratar
de forma singular a questão do Poder Regulamentar no Direito Brasileiro:
16
DI PIETRO. Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 13ª ed. 2001. Ed. Atlas. São Paulo.
17
BASTOS. Celso Ribeiro. Curso de Direito Constitucional.18ª edição. 1997. Editora Saraiva. São Paulo.
33
“Os regulamentos, nos diversos sistemas jurídicos, podem ser de três tipos: os
autônomos ou independentes, os delegados e os de execução. Os autônomos, encontráveis
em certos países europeus, apresentam a característica de independerem de lei que os
fundamente. Extraem sua validade diretamente da constituição e são realizados pelo
executivo para a expressão de sua competência sobre matérias não reservadas à lei. Inovam
a ordem jurídica, pelo que eqüivalem, de certa forma, a uma lei baixada pela
Administração. A propósito, vale lembrar aqui a exata lição de Oswaldo Aranha Bandeira
de Mello: ‘os regulamentos independentes ou autônomos, na verdade, são verdadeiras leis,
e assim chamados tão-somente porque emanados pelo poder executivo, pois não constituem
desenvolvimento de qualquer lei ordinária, mas correspondem ao exercício da prerrogativa
de legislar a ele reconhecida com base no direito constitucional. São, realmente,
sancionados e promulgados em virtude de competência constitucional expressa, ou de
costume constitucional, ou, ainda, de construção do texto constitucional, que confere ao
poder executivo a faculdade de legislar, isoladamente, sem a participação do poder
legislativo, e competência alheia a qualquer lei ordinária da qual seja complemento’
(Princípios Gerais de Direito Administrativo, Forense, p. 303).
34
desenvolver as existentes na lei. Eis porque serão sempre ‘secundum legem’ sob pena de
extravazamento ilegal de sua esfera de competência.”
(...)
18
MEIRELLES. Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 24ª ed. 1999. Malheiros Editores. São Paulo.
35
Regulamentos – os regulamentos são atos administrativos, postos em vigência
por decreto, para especificar os mandamentos da lei ou prover situações ainda não
disciplinadas por lei. Desta conceituação ressaltam os caracteres marcantes do regulamento:
ato administrativo (e não legislativo); ato explicativo ou supletivo da lei; ato
hierarquicamente inferior à lei; ato de eficácia externa.
(...)
Como ato inferior à lei, o regulamento não pode contrariá-la ou ir além do que
ela permite. No que o regulamento infringir ou extravasar da lei, é írrito ou nulo, por
caracterizar situação de ilegalidade. Quando o regulamento visa a explicar a lei
(regulamento de execução), terá que se cingir ao que a lei contém; quando se tratar de
regulamento destinado a prover situações não contempladas em lei (regulamento autônomo
ou independente), terá de se ater aos limites de competência do executivo, não podendo,
nunca, invadir as reservas da lei, isto é, suprir a lei naquilo que é de exclusiva competência
da norma legislativa (lei em sentido formal e material). Assim sendo, o regulamento jamais
poderá instituir ou majorar tributos, criar cargos, aumentar vencimentos, perdoar dívidas
ativas, conceder isenções tributárias e o mais que depender de lei propriamente dita.
Por fim, cumpre destacar a lúcida doutrina de Celso Antônio Bandeira de Mello19
acerca das diferenças entre a lei e o regulamento no Direito Brasileiro:
“3. No Brasil, entre a lei e o regulamento não existe diferença apenas quanto à
origem. Não é tão-só o fato de uma provir do Legislativo e outro do Executivo o que os
aparta. Também não é apenas a posição de supremacia da lei sobre o regulamento o que os
discrimina. Esta característica faz com que o regulamento não possa contrariar a lei e firma
seu caráter subordinado em relação a ela, mas não, basta para esgotar a disseptação entre
ambos no Direito Brasileiro.”
19
MELLO. Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 11ª ed. 1999. Malheiros Editores.
São Paulo.
20
MELLO. Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 11ª ed. 1999. Malheiros Editores.
São Paulo.
36
4. O texto constitucional brasileiro, em seu art. 5º, II, expressamente estatui que:
‘ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei’.
(...)
(...)
37
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar
aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos;
Por meio da ADI 2564, o STF considerou que as hipóteses do art. 84, inciso VI, da
Constituição da República são mesmo de decreto autônomo.
Conforme visto acima, parte da doutrina ainda entende que não existe decreto
autônomo, tendo em vista que, por se tratar de cláusulas pétreas (Art. 60, §4º, CF88), fica
caracterizada violação à separação de poderes. Não há como o Executivo legislar por meio de
decreto autônomo, sem que haja lei. Além disso, ninguém é obrigado a fazer ou deixar de
fazer algo senão em virtude de lei. Esse é o posicionamento do Celso Antônio Bandeira de
Mello.
Nos termos do art. 84, inciso IV, da Constituição Federal, cabe ao Chefe do Poder
Executivo expedir decretos e regulamentos para fiel execução das leis. Trata-se do chamado
21
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 27ª ed. São Paulo:Malheiros, p.124, 2002.
38
“decreto executivo”. Por sua vez, há o denominado “decreto autônomo”, previsto no inciso VI
do art. 84, com redação dada pela EC 32/2001, que, conforme ensinamento de Maria Sylvia
Di Pietro22, “inova na ordem jurídica porque estabelece normas sobre matérias não
disciplinadas em lei; ele não completa nem desenvolve nenhuma lei prévia”.
O jurista José Levi Mello do Amaral Júnior24,ensina acerca das chamadas normas
primárias e as secundárias, nos seguintes termos:
“A Constituição de 1988, em seu art. 59, refere sete espécies normativas que, por
estarem fundadas diretamente no texto constitucional, têm natureza de normas primárias.
22
DI PIETRO, Maria Sylvia. Direito administrativo.19ª ed. São Paulo:Atlas, p. 102, 2006
23
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 27ª ed. São Paulo:Malheiros, 2002.
24
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/revista/Rev_49/artigos/art_Levi.htm Artigos, Pareceres, Memoriais e
Petições Decreto autônomo: questões polêmicas
39
Daí as seguintes colocações de Manoel Gonçalves Ferreira Filho:
"Desse ato normativo inicial [a Constituição – nota nossa] deriva toda a ordem
jurídica. Todavia, de imediato decorrem dele atos que, embora em nível inferior quanto à
origem, já que estabelecidos por poder por ele canalizado, têm eficácia igual em
conseqüência de sua própria determinação. [é o caso das emendas constitucionais – nota
nossa]
(...)
Do ato inicial, todavia, ainda derivam outros atos que podem ser ditos primários,
porque são os que, em sua eficácia, aparecem como o primeiro nível dos atos derivados da
Constituição. Caracterizam-se por serem atos só fundados na Constituição."
40
Na lição de Jorge Miranda25, as normas da Constituição "projectam-se sobre todo o
sistema jurídico, sobre as normas e os actos que o dinamizam, sobre o poder e a comunidade
política, conformando-os de harmonia com os seus valores e critérios e trazendo-lhes um
novo fundamento de validade ou de autoridade".
25
MIRANDA, Jorge. Manual de direito constitucional. 2. ed. Coimbra: Coimbra Editora, 1988. t. II, p. 238.
26
AMARAL JUNIOR. José Levi Mello do. Decreto Autônomo: Questões polêmicas. Artigo extraído do site:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/revista/Rev_49/artigos/art_Levi.htm
41
Ao discorrer sobre a questão do decreto, Denis Borges Barbosa, em artigo entitulado
“A Eficácia do Decreto Autônomo no Direito Brasileiro”, aduz que:
(…)
(…)
(…)
Porém a mais útil conclusão a se retirar do art. 87 é que nem todos os decretos
normativos são regulamentares. Com efeito, se pode o Ministro baixar instruções para a
execução de um decreto, que não seja regulamento, certamente tal decreto terá cunho
normativo; não se conceberá a expedição de instruções para um decreto que tenha a
natureza de ato condição.
42
Mas a fonte do poder do Executivo pode ter hierarquia infraconstitucional, e nem
por isso o ato pelo qual o Presidente, Governador ou Prefeito terá natureza necessariamente
subordinada.
(…)
.....................................................
27
COSTA, Ricardo Martins. O decreto presidencial à luz da Emenda Constitucional nº 32 . Jus Navigandi,
Teresina, ano 7, n. 63, mar. 2003. Disponível em: <http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=3844>. Acesso
em: 20 fev. 2009
43
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;
......................................................(NR)"
44
DECISÃO: O Governador do Estado de São Paulo propõe ação direta, com
pedido de medida cautelar, na qual questiona a constitucionalidade do artigo 49, §§ 1º e 2º,
da Lei n. 1.810/97 do Estado de Mato Grosso do Sul, bem como dos artigos 2º, inciso I, 3º e
4º, do decreto n. 10.100/00 e dos artigos 2º, inciso I, 3º, 4º e 6º, do decreto n. 10.178/00 ,
ambos daquela unidade federativa. (…) 14. A ação direta também não pode ser conhecida
no tocante aos decretos atacados, pois estes se limitam a regulamentar o regime de
substituição tributária nas operações interestaduais instituído pelos artigos 48, 49 e 50-A da
Lei n. 1.810/97. Encontram fundamento naquela lei, possuindo mero caráter regulamentar.
15. Esta Corte já assentou ser incabível a ação direta contra atos dotados de caráter
regulamentar. 16. No julgamento da ADI n. 2.207 , ressaltou o Ministro CELSO DE
MELLO: "A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, ao refletir esse entendimento,
firmou-se no sentido de repelir a possibilidade de controle jurisdicional de
constitucionalidade, por via de ação, nas situações em que a impugnação in abstracto venha
a incidir sobre atos, que, não obstante veiculadores de conteúdo normativo, ostentem
natureza meramente ancilar ou secundário, precisamente porque editados em função das
leis a que aderem e cujo texto pretendem regulamentar ou implementar". 18. Em outra
oportunidade, firmou-se que: "AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE.
DECRETO Nº 3.721, DE 8.01.2001, QUE ALTERA OS ARTIGOS 20, II E 31, INCISOS
IV E V DO DECRETO Nº 81.240, DE 20.01.78. LEI Nº 6.435, DE 15.07.77, QUE
DISCIPLINA O FUNCIONAMENTO DAS ENTIDADES FECHADAS DE
PREVIDÊNCIA FECHADA. DECRETO AUTÔNOMO. INEXISTÊNCIA. É firme a
jurisprudência deste Supremo Tribunal no sentido de que a questão relativa ao decreto que,
a pretexto de regulamentar determinada lei, extrapola o seu âmbito de incidência, é tema
que se situa no plano da legalidade, e não no da constitucionalidade. No caso, o decreto em
exame não possui natureza autônoma, circunscrevendo-se em área que, por força da Lei nº
6.435/77, é passível de regulamentação, relativa à determinação de padrões mínimos
adequados de segurança econômico-financeira para os planos de benefícios ou para a
preservação da liquidez e da solvência dos planos de benefícios isoladamente e da entidade
de previdência privada no seu conjunto. Ação direta de inconstitucionalidade não
conhecida". [ADI n. 2.387, Relatora para o Acórdão a Ministra ELLEN GRACIE, DJ de
05/12/2003]. 19. No mesmo sentido: ADI n. 3.383, Relator o Ministro CARLOS
VELLOSO, DJ de 03/06/2005; e ADI/MC n. 1.383, Relator o Ministro MOREIRA
ALVES, DJ de 18/10/1996. Não conheço desta ação direta e determino o seu arquivamento.
Publique-se. Brasília, 24 de outubro de 2005.
45
6. A Regulamentação do art. 173 da Constituição da República.
Pelo ineditismo do tema, cumpre trazer o disposto na Decisão n.º 663/2002 – TCU –
Plenário, que abordou de forma acurada a questão da inconstitucionalidade do Decreto n.º
2.745/98, in verbis:
46
6. Assim, resta claro que o decreto nº 2.745/98, que aprovou o regulamento do
procedimento licitatório simplificado da petrobrás, veio a regulamentar o art. 67 da lei nº
9.478/97.
(...)
31.é oportuno que se diga que o afastamento, por este tribunal, da aplicação do
art. 67 da lei nº 9.478/97 e do decreto nº 2.745/98, não implica em dizer que a petrobrás
deve se utilizar, de forma irrestrita, da integralidade dos comandos inseridos na lei nº
8.666/93 para toda e qualquer situação. Existem particularidades inerentes às sociedades de
economia mista que conduzem à necessidade de soluções não contempladas naquele
diploma.”
47
Outro ponto a ser abordado refere-se ao Parecer da AGU n.º AC-15, de 12/06/2004,
o qual conclui que o Regulamento Licitatório Simplificado aprovado pelo Decreto n.º
2.745/98 é aplicável a todo o grupo Petrobras, devendo ser aplicado e observado, vigentes a
Lei nº 9478/97, inclusive o seu art. 67, e o Decreto nº 2745/98, salvo decisão judicial, na
instância própria, pela inconstitucionalidade, visto como não é facultativa a observância da
lei.
2 - À Petrobras devem ser aplicadas as regras da Lei n. 8.666/93, até que seja
editada a lei prevista no art. 173, § 1º, da Constituição, e não as do Decreto n. 2.745/98,
que, a pretexto de regulamentar a Lei n. 9.478/97, acabou por inovar no mundo jurídico,
trazendo dispositivos que deveriam constar de lei.
48
No mesmo sentido, citam-se outros precedentes: Acórdão nº 2332/2006-TCU-2ª
Câmara (TC-016.170/2005-2) Acórdão nº 1765/2006 - TCU – Plenário (TC–009.465/2005-9)
e Acórdão nº 805/2006-TCU-Plenário (TC-020.567/2005-5).
2 - Até que seja editada lei dispondo sobre licitações e contratos das empresas
estatais e sociedades de economia mista, devem estas observar os preceitos da Lei 8.666/93
e os princípios e regras da Administração Pública.
49
3 - Com a redação dada pela Emenda n. 19/98, a Constituição Federal não
recepcionou as disposições contidas no artigo 67 da Lei 9.478/97.
Relatório:
(...)
50
O procedimento licitatório e o de contratação, assim como os contratos
celebrados foram todos regidos Procedimento Licitatório Simplificado aprovado pelo
presidencial Decreto nº 2745/98, decorrente do art. 67 da Lei nº 9478/97, e o objeto do
Parecer AC 15 do Advogado-Geral da União, aprovado pelo Exmo. Sr. Presidente da
República, como publicado no DOU de 19/07/2004 (doc. 12), o que, nos termos do art. 40,
§ 1º, da Lei Complementar nº 73/93, vincula a Administração Federal, da qual a Impetrante
faz parte como sociedade de economia mista que é. A decisão objeto desta impetração,
como posto desde o primeiro acórdão que julgou o relatório de auditoria (Acórdão nº
1663/2005 – TCU – Plenário, Sessão de 19/10/2005), passando pelo que julgou o pedido de
reexame àquele apresentado (Acórdão nº 2176/2007 – TCU – Plenário), mantido pelo
acórdão que julgou os embargos de declaração (Acórdão nº 1398/2008 – TCU – Plenário),
relativamente aos sobreditos Presidencial Decreto nº 2745/98, art. 67 da Lei nº 9478, e
Parecer AC 15, que lastrearam as contratações pelo Procedimento Licitatório Simplificado,
deixa estadeado que:
51
Constitucional nº 9, de 09/11/1995, que alterou, dentre outros comandos, o § 1º do art. 177
da CRFB, ao permitir que a UNIÃO contrate com empresas estatais e privadas a realização
de tais atividades, até então executadas, única e exclusivamente, pela Impetrante, lançando-
a, onde historicamente nunca esteve, nos regimes de livre concorrência e competição, bem
como no de igualdade de condições com empresas do setor privado, como se infere dos
arts. 2º, inc. II, da Lei nº 2004/53, 61, § 1º, da Lei nº 9478/97, 173, § 1º, incs. II e III, e § 2º,
da CRFB (EC nº. 19/1998).
52
Nos moldes do art. 44 da CRFB, o Congresso Nacional é composto pela Câmara
dos Deputados e pelo Senado Federal. A teor do art. 71, caput, da CRFB, o Tribunal de
Contas da União auxilia o Congresso Nacional no exercício do controle externo relativo à
fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da UNIÃO e
entidades da Administração direta e indireta. Não poderá, pois, o TCU, Impetrado, órgão
auxiliar do Congresso Nacional, se arvorar em um quarto Poder da República ou assumir a
competência do Poder Judiciário para, daí, se lançar contra o Poder Legislativo que tem de
auxiliar e que aprovou a Lei nº 9478/97, declarando a inconstitucionalidade de dispositivo
legal que passou pelo crivo de tal Poder” (fls. 5-7).
Sobrevém, então, a Lei nº 9478/97, cujo art. 61, § 1º, acaba por determinar que
as atividades econômicas da Impetrante sejam desenvolvidas em caráter de livre
competição com outras empresas, em função das condições de mercado. No entanto, o
Poder Legislativo foi muito arguto e cauteloso haja vista que ao mesmo tempo em que
inseria a Impetrante num ambiente de livre concorrência, de livre competição com outras
empresas, e regido em função das condições de mercado, onde agilidade é fundamental,
dela, pelo art. 67 da Lei nº 9478/97, cuidou livrar do inadequado e incompatível sistema de
licitação e contratação imposto pela Lei nº 8666/93, autorizando a UNIÃO FEDERAL, na
pessoa do Exmo. Sr. Presidente da República, a definir procedimento licitatório
simplificado mediante decreto, seara esta de competência privativa da União, como
estampado no art. 22, inc. XXVII, da CRFB.
53
Mandado de Segurança” (fls. 10-11). 3. Invoca o Impetrante os fundamentos da Questão
de Ordem na Medida Cautelar na Ação Cautelar n. 1.193 para lastrear o requerimento de
medida liminar neste mandado de segurança, anoando que:
DECIDO.
54
6. Note-se que todos os precedentes acima mencionados foram baseados na
liminar deferida pelo Ministro Gilmar Mendes no Mandado de Segurança n. 25.888, com
pedidos idênticos aos deste mandado de segurança, para o qual: “Existe plausibilidade
jurídica no pedido. A EC n° 9/95, apesar de ter mantido o monopólio estatal da atividade
econômica relacionada ao petróleo e ao gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos,
acabou com o monopólio do exercício dessa atividade. Em outros termos, a EC n° 9/95, ao
alterar o texto constitucional de 1988, continuou a abrigar o monopólio da atividade do
petróleo, porém, flexibilizou a sua execução, permitindo que empresas privadas participem
dessa atividade econômica, mediante a celebração, com a União, de contratos
administrativos de concessão de exploração de bem público.
55
7. Pelo exposto, defiro a medida liminar, para suspender os efeitos do Acórdão n.
1.398/2008, proferido pelo Plenário do Tribunal de Contas da União, até o julgamento de
mérito da presente ação.
DECISÃO:
56
pelo Decreto n° 2.745/98, do Exmo. Sr. Presidente da República, o qual possui lastro legal
no art. 67 da Lei n° 9.478/97. Sustentou, ainda, que o Parecer AC-15, da Advocacia-Geral
da União, aprovado pelo Exmo. Sr. Presidente da República, vinculante para a
administração pública federal, conclui que a Petrobrás e suas subsidiárias devem se
submeter às regras do citado Decreto n° 2.745/98.
O TCU decidiu não acolher as demais alegações da Petrobrás, com base nos
seguintes fundamentos:
57
opinião do TCU, a quem cabe tão só julgar a regularidade das contas'. d) após a Emenda
Constitucional n° 9/95, que alterou o § 1o do art. 177 da Constituição, a impetrante passou
a atuar na exploração do petróleo em regime de livre concorrência com outras empresas.
Com isso, o art. 67 da Lei n° 9.478/97 determinou a submissão da impetrante a um
procedimento licitatório simplificado, afastando a aplicação da Lei n° 8.666/93, que
estabelece um regime de licitação e contratação inadequado para a atuação da empresa num
ambiente de livre competição.
Passo a decidir.
Em situação análoga a dos autos, deferi pedido de medida liminar para suspender
os efeitos de decisão proferida pelo TCU, nos seguintes termos:
(...)
58
privadas num âmbito de livre concorrência. A hipótese prevista no art. 177, § 1o, da
CRFB/88, que relativizou o monopólio do petróleo, remete à lei a disciplina dessa forma
especial de contratação.
59
controle difuso de constitucionalidade. A amplitude do direito de propositura faz com que
até mesmo pleitos tipicamente individuais sejam submetidos ao Supremo Tribunal Federal
mediante ação direta de inconstitucionalidade. Assim, o processo de controle abstrato de
normas cumpre entre nós uma dupla função: atua tanto como instrumento de defesa da
ordem objetiva, quanto como instrumento de defesa de posições subjetivas. Assim, a
própria evolução do sistema de controle de constitucionalidade no Brasil, verificada desde
então, está a demonstrar a necessidade de se reavaliar a subsistência da Súmula 347 em face
da ordem constitucional instaurada com a Constituição de 1988. A urgência da pretensão
cautelar também parece clara, diante das conseqüências de ordem econômica e política que
serão suportadas pela impetrante caso tenha que cumprir imediatamente a decisão atacada.
Tais fatores estão a indicar a necessidade da suspensão cautelar da decisão proferida pelo
TCU, até o julgamento final deste mandado de segurança.
60
7. Comparação entre o Decreto n.º 2.745/98 e a Lei n.º 8.666/93.
61
e) a instituição do tipo de licitação “de melhor preço”, em vez “de menor preço”,
de acordo com o subitem 3.2 do Regulamento Licitatório aprovado pelo Decreto n.º
2.745/98;
62
8. Conclusão.
Deve ser levado em conta que o único diploma legal regedor das licitações e
contratos para a Administração Pública é a Lei nº 8.666/93. Cabe tão-somente à Petrobras
obedecê-lo, até que seja publicado o estatuto jurídico previsto no art. 173, § 1º, da
Constituição Federal.
63
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