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UMA ANÁLISE CRÍTICA DAS RESOLUÇÕES 284 E 398 COMO CRITÉRIO PARA A

DEFINIÇÃO DA ÁREA DE COBERTURA PARA OS SISTEMAS DE TV DIGITAL ATSC,


DVB-T E IDSB-T
Geraldo Gil R. Gomes Luciano L. Mendes
Professor Professor
INATEL INATEL
ge@inatel.br lucianol@inatel.br
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Resumo: A Resolução no 398, de 7 de abril de 2005 [1] introduz modificações na Resolução no 284, de 7 de
dezembro de 2001 [2] que, entre outras coisas, passa a considerar o Plano de Distribuição dos Canais de TV
Digital para o estudo de viabilidade técnica, utilizando os mesmos parâmetros para a definição dos contornos
1, 2 e 3 definidos para TV analógica. Este trabalho faz uma análise crítica das Resoluções 284 e 398 sob o
ponto de vista de área de cobertura dos contornos 1, 2 e 3 para os sistemas ATSC, DVB-T e ISDB-T, levando-
se em conta parâmetros que definem a qualidade da imagem, comparando-os com a qualidade subjetiva de
imagem da TV analógica. Os resultados mostram que os valores de intensidade de campo, definidos para na
Resolução no 284, não podem ser os únicos parâmetros para a definição da área de cobertura, uma vez que a
disparidade dos resultados implicam em áreas de coberturas diferentes e podem produzir equívocos no
dimensionamento da potência de transmissão.

1. INTRODUÇÃO
O principal objetivo deste trabalho é apresentar uma análise da área de cobertura obtida a partir dos valores
de intensidade de campo para os contorno 1, 2 e 3 definidos na Resolução no 398, de 7 de abril de 2005, tanto para
TV analógica quanto para TV digital. Entretanto, essa não é uma análise muito simples pois o sistema de TV
analógica não possui equivalência direta com os sistemas de TV digital. Isso se deve, entre outras coisas, ao fato de
que a degradação do sinal da TV analógica aumenta gradativamente com a distância entre o transmissor e o receptor,
ao passo que nos sistemas de TV digital, esta degradação ocorre de forma abrupta à uma dada distância entre o
transmissor e o receptor. Para isso, a abordagem utilizada aqui considera que a área efetivamente coberta é aquela
cujo contorno corresponde à uma relação sinal/ruído de vídeo aceitável para o caso de TV analógica e, para TV
digital, considera que a área de cobertura corresponde ao contorno em que a degradação abrupta ocorre.

O ponto de partida para a análise é a determinação do valor da potência recebida obtida a partir do valor da
intensidade de campo, que permitem determinar o valor da relação entre a potência da portadora e a potência do
ruído na entrada do receptor (RPR). Para o sinal de TV analógico, a RPR pode ser convertida diretamente para
relação entre a potência de pico do sinal de vídeo e a potência de ruído (RSR). Para o sinal de TV digital a RPR pode
ser convertida para taxa de erro de bit, parâmetro que determina a qualidade de um sinal digital. No entanto, para a
análise da área de cobertura, o mais importante é saber a partir de que taxa de erro de bit o decodificador do sinal de
vídeo deixa de funcionar adequadamente e passa a introduzir imperfeições perceptíveis na imagem. O valor em que
essa taxa de erro ocorre é chamado neste trabalho de relação portadora/ruído de limiar.

Assim sendo, a densidade de potência de um sinal, S, dada em W/m2, pode ser obtida fazendo

E2
S= , (1)
η

onde E é a intensidade de campo, em V/m, e η é a impedância intrínseca do meio que é igual a 377 Ω [3]. Por sua
vez, a potência recebida por uma antena depende de sua área efetiva dada por
λ2 ⋅ D
Aer = , (2)

onde Aer é a área efetiva da antena receptora, em m2, λ é o comprimento de onda, em m, e D é a diretividade da
antena de recepção. Finalmente, a potência de recepção, Pr, em W, pode ser calculada fazendo

Pr = S ⋅ Aer . (3)

A potência de ruído térmico nos terminais da antena pode ser calculada a partir de

N = k ⋅ T ⋅ B, . (4)

onde N é a potência de ruído térmico, em W, k é a constante de Boltzmann que vale 1,38 × 10-23 J/K, T é a
temperatura ambiente, em K, e B é a largura de faixa do canal, em Hz. No Brasil a temperatura média ambiente é
considerada igual a 300 K e a largura de faixa dos canais para difusão de TV é igual a 6 MHz. Logo, a relação
portadora ruído no receptor pode ser determinada por meio de

P 1
RPR = r ⋅ , (5)
N F
onde F é a figura de ruído do receptor. Se as potências de sinal e de ruído estiverem em dBW ou dBm e a figura de
ruído do receptor estiver em dB, então (5) transforma-se em

RPR = Pr − N − F . (6)

2. CONSIDERAÇÕES SOBRE O DESEMPENHO DA TV ANALÓGICA


Uma vez conhecido o valor de RPR no receptor, em dB, pode-se determinar a RSR do sinal de vídeo, tamém
em dB, por meio de [4]

RSR ≅ RPR − 4 . (6)

Geralmente, a qualidade de um sinal de vídeo a partir do valor de sua RSR está associada a uma escala
(TASO) com cinco níveis de qualidade subjetiva, cujos valores estão apresentados na Tabela 1.

TABELA 1 – ESCALA TASO DE QUALIDADE SUBJETIVA DE VÍDEO.

Escala TASO Qualidade de vídeo RSR de Vídeo


1 Excelente > 41 dB
2 Fina 33 dB – 41 dB
3 Passável 28 dB – 33 dB
4 Marginal 23 dB – 28 dB
5 Inferior 17 dB – 23 dB
- Não utilizável < 17 dB

Porém, de acordo com (2) e (5), para a determinação da RSR é necessário conhecer os valores da diretividade
da antena de recepção e a figura de ruído do receptor, respectivamente. Assim, tomando como antena receptora
padrão o dipolo de meia onda, então D = 2,15 dB. Note que a escolha desta antena deve-se exclusivamente à
conveniência, pois é uma antena de fácil construção, com características muito bem definidas e a sua diretividade é
aproximadamente igual ao ganho, em relação à antena isotrópica. Na prática e em especial para os canais em UHF, a
construção de antenas mais diretivas é simples e barata. A figura de ruído do receptor será arbitrada como F = 10 dB,
um valor conservador considerando-se a disponibilidade de dispositivos de estado sólido de baixo ruído encontrados
no mercado.

Desta forma, por meio das equações de (1) a (6), dos valores de intensidade de campo dos Contornos 1, 2 e 3
definidos pela Resolução no 398, pode-se determinar os valores de Pr, RPR e RSR, sobre os três contornos, para os
canais de 7 a 13 e de 14 a 69. Os resultados estão apresentados na Tabela 2 e 3.

TABELA 2 – PARÂMETROS DE RECEPÇÃO PARA OS CANAIS DE 7 A 13


( COM UM DIPOLO DE MEIA ONDA E FIGURA DE RUÍDO + PERDAS = 10 dB).

Parâmetros Contorno 1 Contorno 2 Contorno 3


Intensidade de Campo 77 dBµV 71 dBµV 60 dBµV
Potência Recebida -42,9 dBm -48,9 dBm -59,9 dBm
Relação Portadora/Ruído 53,1 dB 47,1 dB 36,1 dB
Relação Sinal/Ruído de vídeo analógico 49,1 dB 43,1 dB 32,1 dB

TABELA 3 – PARÂMETROS DE RECEPÇÃO PARA OS CANAIS DE 14 A 69


( COM UM DIPOLO DE MEIA ONDA E FIGURA DE RUÍDO + PERDAS = 10 dB).

Parâmetros Contorno 1 Contorno 2 Contorno 3


Intensidade de Campo 80 dBµV 74 dBµV 70 dBµV
Potência Recebida -52 dBm -58 dBm -62 dBm
Relação Portadora/Ruído 44,1 dB 38,1 dB 34,1 dB
Relação Sinal/Ruído de vídeo analógico 40,1 dB 34,1 dB 30,1 dB

A Resolução no 398 determina que a zona urbana esteja contida pelo Contorno 2. Observe que tanto para os
canais em VHF como em UHF, a RSR dentro do Contorno 2 possui nível 2 (Fina) ou nível 1 (Excelente) e no
Contorno 3 a RSR é, pelo menos, nível 3 (Passável). Note que neste aspecto, o valor da intensidade de campo
definido para o Contorno 3 tem a virtude de poder ser adequadamente associado à uma área de cobertura de interesse
da emissora, uma vez que um pouco além do Contorno 3 a RSR passa para nível 4 (Marginal), nas condições F(50,
50).

3. CONSIDERAÇÕES SOBRE O DESEMPENHO DOS PADRÕES DE TV DIGITAL


Antes de realizar a análise sobre o desempenho dos padrões de televisão digital, é necessário esclarecer o fato
de que TV Digital não significa, necessariamente, TV de alta definição. Na realidade, existem três formatos possíveis
de TV Digital, listados a seguir [5]:

• SDTV (Standard Definition Television): este formato possui uma resolução de 640 colunas por 480 linhas,
resultando em uma relação de aspecto de 4:3. Este formato é equivalente aos padrões de TV analógica existentes
hoje. A varredura da imagem pode ser entrelaçada com uma taxa de 60 campos por segundo ou progressiva com
uma taxa de 30 quadros por segundo.
• EDTV (Enhanced Definition Television): este formato possui uma melhor qualidade de imagem, uma vez que
apresenta uma resolução de 1280 colunas por 720 linhas. A relação de aspecto resultante é de 16:9, que é a
mesma relação de aspecto empregada no cinema. A varredura é progressiva com uma taxa de 30 quadros por
segundo.
• HDTV (High Definition Television): este formato apresenta a melhor resolução possível hoje em um sistema de
TV Digital. Possui uma resolução de 1920 colunas por 1080 linhas, também com uma relação de aspecto de
16:9. A imagem é formada através de varredura entrelaçada, com uma taxa de 60 campos por segundo.
Atualmente, existem três padrões de TV Digital disponíveis comercialmente no mercado mundial. O padrão
ATSC (Advanced Television System Commitee) [6] foi desenvolvido nos EUA. Este padrão foi concebido com o
intuito de transmitir imagens no formato HDTV. Por este motivo, a flexibilidade de configuração do sistema é
limitada. O padrão DVB-T (Digital Video Broadcasting – Terrestrial) [7] foi desenvolvido na Europa com o objetivo
de atender as necessidades dos diferentes países. Inicialmente, foi empregado para a transmissão de sinais no formato
SDTV, mas possui opções de configuração para a transmissão de sinais EDTV e HDTV. Já o padrão ISDB-T
(Integrated Service of Digital Broadcasting – Terrestrial) [8] foi desenvolvido pelo Japão e foi baseado no padrão
DVB-T. Os japoneses melhoraram o desempenho do padrão para a recepção móvel e também flexibilizaram a
transmissão, permitindo a segmentação de banda.

Todos os padrões listados possuem vantagens e desvantagens, porém não é objetivo deste trabalho realizar
uma comparação entre os mesmos. Para determinar a área de cobertura dos diferentes padrões, é necessário conhecer
o desempenho do sistema em canais AWGN (Additive White Gaussian Noise). No caso do DVB-T e do ISDB-T, o
desempenho do padrão depende da configuração dos parâmetros. Os parâmetros escolhidos são apresentados na
Tabela 4 e, para esta análise, definiu-se os parâmetros que maximizam o desempenho do sistema em canais AWGN,
reduzindo a proteção com relação aos múltiplos percursos.
Para a transmissão de sinais HDTV, a taxa de transmissão deve ser superior à 19,3Mb/s, enquanto que para EDTV e
SDTV, a taxa deve ser superior à 12Mb/s e 5,9Mb/s, respectivamente.

TABELA 4 – CARACTERÍSTICAS DE TRANSMISSÃO DOS SISTEMAS ATSC, DVB-T E ISDB-T


PARA HDTV, EDTV E SDTV.

Definição Parâmetros ATSC DVB-T ISDB-T


Taxa de transmissão 19,39 Mb/s 19,76 Mb/s 19,33 Mb/s
Código externo RS (207, 187) RS (204, 188)
TCM Convolucional Convolucional
HDTV Código interno
Rc = 2/3 Rc = 3/4 Rc = 3/4
COFDM COFDM
Modulação 8-VSB 64-QAM 64-QAM
TG = 1/16 TG = 1/16
Relação Portadora/Ruído 15 dB 18 dB 20,1 dB
Taxa de transmissão N.A. 12,064 Mb/s 12,17 Mb/s
Código externo N.A. RS (204, 188)
Convolucional Convolucional
EDTV Código interno N.A.
Rc = 2/3 Rc = 3/4
COFDM COFDM
Modulação N.A. 16-QAM 16-QAM
TG = 1/32 TG = 1/8
Relação Portadora/Ruído N.A. 11,1 dB 14,6 dB
Taxa de transmissão N.A. 6,032 Mb/s 5,9 Mb/s
Código externo N.A. RS (204, 188)
Convolucional Convolucional
SDTV Código interno N.A.
Rc = 2/3 Rc = 2/3
COFDM COFDM
Modulação N.A. QPSK QPSK
TG = 1/32 TG = 1/32
Relação Portadora/Ruído N.A. 4,9 dB 6,6 dB
Devido à complexidade de analisar analiticamente o desempenho dos padrões de TV Digital, o desempenho
dos mesmos foram levantados através de simulação computacional [6][9][10]. Os valores de RPR apresentados na
Tabela 4 foram fornecidos pelos desenvolvedores dos padrões e consideraram, além do canal AWGN, um perfeito
sincronismo entre transmissor e receptor.

A qualidade da imagem em um padrão de TV Digital é medida através da TEB (taxa de erro de bit) entregue
ao decodificador de vídeo, para uma dada relação RPR na entrada do receptor. No caso da Tabela 4, os valores de
RPR apresentados resultam em uma TEB igual a 10-11, que é a taxa de erro de bit necessária para que o decodificador
de vídeo MPEG-2 (Moving Picture Expert Group – 2) apresente uma qualidade de vídeo satisfatória em sua saída.

4. ANÁLISE DAS ÁREAS DE COBERTURA PARA OS PADRÕES DE TV DIGITAL


Com o auxílio das curvas F(50, 50) [2], como método para a determinação da área de cobertura e com o
auxílio dos valores de RSR e RPR apresentados nas Tabelas 1, 2, 3 e 4, pode-se determinar o raio de um contorno de
acordo com a intensidade de campo que resulta em cada valor específico de RSR e RPR. Desta forma, além da
determinação dos raios dos contornos 1, 2 e 3 é possível determinar contornos para quaisquer valores de RSR ou RPR
para os canais em VHF e UHF.

As Tabelas 5 e 6 apresentam os raios dos contornos 1, 2 e 3 de acordo com [2], para os canais de 7 a 13 e de
14 a 69, respectivamente. Apresentam ainda os raios dos contornos correspondentes às RSR's níveis TASO 3, 4 e 5
para TV analógica e os raios dos contornos correspondentes às RPR's de limiar para os padrões ATSC, DVB-T e
ISDB-T, em HDTV, EDTV e SDTV, de acordo com os parâmetros de transmissão definidos na Tabela 4 para cada
um dos padrões. Os raios dos contornos foram obtidos considerando-se a altura da antena de transmissão 150 m
acima do nível médio do terreno (HNMT) e potência efetivamente irradiada (ERP) igual a 1 kW.

TABELA 5 – RAIOS DOS CONTORNO PARA RECEPÇÃO DE TV ANALÓGICA E DIGITAL CANAIS DE 7 A 13,
F(50, 50), 1 kW ERP E HNMT = 150 m.

Condições Parâmetros Raio


Contorno 1 ≅ 10 km
Resoluções
284 e 398 Contorno 2 ≅ 14 km
Contorno 3 (TASO 3) ≅ 27 km
Relação Sinal/Ruído de vídeo analógico = 28 dB (limite TASO 3) ≅ 33 km
TV analógica Relação Sinal/Ruído de vídeo analógico = 23 dB (limite TASO 4) ≅ 42 km
Relação Sinal/Ruído de vídeo analógico = 17 dB (limite TASO 5) ≅ 52 km
Relação Portadora/Ruído de limiar - ATSC ≅ 66 km
HDTV Relação Portadora/Ruído de limiar - DVB-T ≅ 60 km
Relação Portadora/Ruído de limiar - ISDB ≅ 56 km
Relação Portadora/Ruído de limiar - DVB-T ≅ 74 km
EDTV
Relação Portadora/Ruído de limiar - ISDB ≅ 67 km
Relação Portadora/Ruído de limiar - DVB-T ≅ 86 km
SDTV
Relação Portadora/Ruído de limiar - ISDB ≅ 84 km
TABELA 6 – RAIOS DOS CONTORNO PARA RECEPÇÃO DE TV ANALÓGICA E DIGITAL CANAIS DE 14 A 69,
F(50, 50), 1 kW ERP E HNMT = 150 m.

Condições Parâmetros Raio


Contorno 1 ≅ 7 km
Resoluções
284 e 398 Contorno 2 ≅ 10 km
Contorno 3 (TASO 3) ≅ 12 km
Relação Sinal/Ruído de vídeo analógico = 28 dB (limite TASO 3) ≅ 14 km
TV analógica Relação Sinal/Ruído de vídeo analógico = 23 dB (limite TASO 4) ≅ 19 km
Relação Sinal/Ruído de vídeo analógico = 17 dB (limite TASO 5) ≅ 26 km
C/N de limiar ATSC ≅ 34 km
HDTV C/N de limiar DVB-T ≅ 31 km
C/N de limiar ISDB ≅ 28 km
C/N de limiar DVB-T ≅ 40 km
EDTV
C/N de limiar ISDB ≅ 35 km
C/N de limiar DVB-T ≅ 48 km
SDTV
C/N de limiar ISDB ≅ 46 km

Para os canais em VHF, verifica-se, conforme mencionado anteriormente, que o raio do contorno 3 (27 km)
está próximo do raio do contorno correspondente à fronteira entre as RSR "Aceitável" e "Marginal" (33 km para RSR
= 28 dB). Por sua vez, os raios dos contornos em que não se percebe degradação da qualidade para os padrões de TV
digital se estendem desde 56 km até 86 km, dependendo do padrão da definição.

Situação semelhante ocorre com os canais em UHF. Tem-se 12 km de raio para o contorno 3 e 14 km de raio
para o contorno onde a RSR é igual a 28 dB. Os limites de cobertura para os sistemas de TV digital se estendem
desde 28 km até 48 km, dependendo do padrão e da definição.

Em nenhuma das duas faixas de freqüências o contorno 3 define uma área de cobertura para os padrões de TV
digital. Em outras palavras, aparentemente não existe nenhuma relação entre os valores de intensidade de campo que
definem os contornos 1, 2 e 3 e a área de cobertura proporcionada pelos padrões de TV digital, seja para HDTV,
EDTV ou SDTV.

Assim sendo, quais seriam os valores das potências ERP para os padrões de TV digital nas resoluções HDTV,
EDTV e SDTV que resultariam em uma área de cobertura correspondente ao contorno onde a RSR é igual a 28 dB
para a TV analógica? A redução de potência seria significativa? Essas questões estão respondida na Tabela 7.

TABELA 7 – ERP PARA TV DIGITAL NECESSÁRIA PARA PRODUZIR O CONTORNO DE LIMIAR IGUAL AO CONTORNO
DEFINIDO PELA RELAÇÃO SINAL/RUÍDO DE VÍDEO ANALÓGICO IGUAL A 28 dB.

Condições Parâmetro ERP


TV analógica Relação Sinal/Ruído = 28 dB 1 kW
C/N de limiar ATSC ≅ 20 W
HDTV C/N de limiar DVB-T ≅ 40 W
C/N de limiar ISDB ≅ 64,6 W
C/N de limiar DVB-T ≅ 8,1 W
EDTV
C/N de limiar ISDB ≅ 18,2 W
C/N de limiar DVB-T ≅2W
SDTV
C/N de limiar ISDB ≅ 2,9 W
De acordo com os resultados apresentados na Tabela 7 nota-se claramente que uma redução de potência considerável
pode ser obtida se a área de cobertura for confinada à um raio um pouco maior do que o raio do contorno 3.

5. CONCLUSÕES
Os resultados apresentados neste trabalho indicam que os raios dos contornos 1, 2 e 3, apresentados nas
Tabelas 5 e 6, obtidos pelas curvas F(50, 50) a partir de valores de intensidade de campo definidos pela Resolução
no 284 não correspondem a área efetivamente coberta quando o sinal transmitido é um sinal de padrão de TV digital.
Ao contrário do que acontece com TV analógica, onde o contorno 3 pode ser uma boa referência no que diz respeito
à área de cobertura, para TV digital, o raio do contorno 3 é significativamente menor do que o contorno definido pela
RPR de limiar. Em termos práticos, isso significa que se um raio um pouco maior do que raio do contorno 3, obtido
para TV analógica, for usado como uma referência para a área de cobertura para os sistemas de TV digital, a
potência ERP pode ser significativamente reduzida, mesmo considerando a transmissão em HDTV.

Certamente, não se deve ignorar a diferença existente entre os sistemas analógicos e digital, isto é, enquanto
no primeiro a degradação ocorre de forma progressiva, aumentando com o distanciamento entre o transmissor e o
receptor, nos sistemas digitais isso ocorre de forma abrupta. Conseqüentemente, poder-se-ia argumentar que para o
sistema analógico, uma área maior do que a definida pelo contorno 3 poderia ser considerada como área de cobertura
desde que a qualidade do sinal de vídeo fosse relaxada para, por exemplo, níveis 4 ou 5 (Marginal ou Inferior).
Entretanto, esse não seria um argumento realista e ainda que o fosse, então, os resultados sugerem que ao invés de se
cobrir grandes áreas com um único ponto de transmissão para TV digital, isso poderia ser feito com mais de um
ponto de transmissão, em rede de freqüência única com potências mais baixas. Uma rede de freqüência única
permitiria, inclusive, um melhor aproveitamento do espectro, uma vez que os contornos protegidos teriam raio
significativamente menor.

Outra característica interessante, conseqüência da flexibilidade dos sistemas DVB-T e ISDB-T, é que quando
o canal for utilizado exclusivamente para a transmissão de HDTV, EDTV ou SDTV, com os parâmetros
apresentados na Tabela 4, poder-se-ia adotar um controle na potência de transmissão de forma que a mesma área
possa ser coberta com economia de potência quando EDTV ou SDTV fossem as definições escolhidas para a
transmissão.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] AGÊNCIA NACIONAL DE TELECOMUNICAÇÕES. Resolução no 398, de 7 de abril de 2005: Alteração do
regulamento técnico para a prestação do serviço de radiodifusão de sons e imagens e do serviço de
retransmissão de televisão, aprovado pela Resolução Anatel no 284. Brasília, 2005.

[2] AGÊNCIA NACIONAL DE TELECOMUNICAÇÕES. Resolução no 284, de 7 de dezembro de 2001:


Regulamento técnico para a prestação do serviço de radiodifusão de sons e imagens e do serviço de
retransmissão de televisão. Brasília, 2001.

[3] RIBEIRO, José Antônio Justino. Propagação das ondas eletromagnéticas: princípios e aplicações. São
Paulo: Érica, 2004. 390 p. ISBN 85-7194-993-X.

[4] GOMES, Geraldo Gil R. Faixa Dinâmica - O caso de Recepção de Sinais de TV em UHF. Revista da
Sociedade Brasileira de Engenharia de TV, no 2 - Ano 1 - 1989.

[5] MENDES, Luciano e Fasolo, Sandro, “Introdução a Televisão Digital”, Semana Internacional das
Telecomunicações – SIT’02, INATEL, 2002.

[6] ATSC Standard A/53, Digital Television Standard, 1995.


[7] EUROPEAN TELECOMMUNICATION STANDARD. ETS 300 744, “Digital Video Broadcasting (DVB);
Framing structure, channel coding and modulation for digital Terrestrial television (DVB-T)”, ETSI, 1997.

[8] TERRESTRIAL INTEGRATED SERVICES DIGITAL BROADCASTING. ISDB-T : Specification of


Channel Coding, Framing Structure and Modulation, 1998.

[9] WU, Yi Yan, “Performance Comparison of ATSC 8-VSB and DVB-T COFDM Transmission Systems for
DTTB”. In: ICC’99, 1999. Anais.

[10] ITU Radiocommunication Study Groups, Document 11A/Jyy-E, 1999.

SOBRE OS AUTORES

Geraldo Gil Ramundo Gomes concluiu o Curso Técnico em Eletrônica, Escola Técnica de Eletrônica “Francisco
Moreira da Costa” de Sta. Rita do Sapucaí, MG, em 1976. É graduado em Engenharia de Operações em
Telecomunicações e Engenharia Elétrica opção Eletrônica, INATEL, em 1979 e 1981, respectivamente. É pós-
graduado em Administração de Empresas com concentração em Finanças e Organização (1983). É Mestre e Doutor
em Enga Elétrica, pela UNICAMP, em 1997 e 2002, respectivamente. Possui diversos cursos de extensão entre os
quais alguns na área de Projetos na FHTE, Esslingen, Alemanha, 1996. Trabalhou na iniciativa privada com
automação e controle (1981-1985) e em P&D de repetidores e transmissores de TV em VHF e UHF, ocupando os
cargos de Engenheiro e Gerente de Projetos (1985-1991). Está no INATEL desde 1991. É professor Titular desde
1992. Além da docência, foi Gerente de Projetos (1991-1993) e Gerente Geral (1994-1996) do Centro de Projetos –
PRODEP. Atualmente integra o grupo de pesquisa em TV digital. Foi Coordenador Adjunto de Pós–Graduação
(2003-2005). Possui vários trabalhos apresentados em eventos científicos nacionais e internacionais. Áreas de
interesse: Modulação Codificada, Modulação em Portadoras Múltiplas, Rádio Digital, Comunicações por Satélite e
TV Digital.

Luciano Leonel Mendes concluiu o Curso Técnico em eletrônica pela Escola Técnica Professor Everardo Passos,
ETEP, de São José dos Campos, SP, em 1995. É Engenheiro Eletricista com ênfase em Eletrônica e
Telecomunicações pelo Instituto Nacional de Telecomunicações, INATEL, em 2001. Durante seus estudos no
INATEL, cursou o terceiro ano de engenharia na Universidade Estadual de Nova Jersey – Rutgers University, onde
esteve de agosto de 1998 até agosto de 1999, por meio de bolsa da CAPES. Ao retornar para o INATEL, ingressou
no Grupo de Pesquisa em Comunicações sem Fio. Em agosto de 2001 foi contratado pelo INATEL onde, além
participar do Grupo de Pesquisa, tornou-se o responsável pelos Laboratórios de Pós-graduação e Pesquisa.
Atualmente integra o grupo de pesquisadores em TV Digital. Concluiu seu mestrado em 2003 no INATEL com a
tese “Análise de Desempenho de Sistemas Multiportadoras em Canais com Ceifamento de Pico”. Possui diversos
trabalhos apresentados em simpósios nacionais e internacionais. Suas principais áreas de interesse são: Teoria das
Comunicações Digitais, TV Digital, Sistemas de Comunicações Móveis e Processamento Digital de Sinais.

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