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2017
ANÁLISE E DIMENSIONAMENTO DE UMA TORRE
DE AÇO DE TELECOMUNICAÇÕES
Rio de Janeiro
Setembro de 2017
ANÁLISE E DIMENSIONAMENTO DE UMA TORRE
DE AÇO DE TELECOMUNICAÇÕES
Examinado por:
_____________________________________________
Prof. Silvia Corbani, D.Sc., EP/UFRJ
_____________________________________________
Prof. Eduardo de Miranda Batista, D.Sc., EP/UFRJ
_____________________________________________
Prof. Ana Beatriz de Carvalho Gonzaga e Silva, D.Sc., EP/UFRJ
Rio de Janeiro,
04 de Setembro de 2017.
Ficha Catalográfica
Rothier, Ricardo Gonçalves da Fonseca
Análise e Dimensionamento de uma Torre de Aço
de Telecomunicações/ Ricardo Gonçalves da Fonseca
Rothier. – Rio de Janeiro: UFRJ/ Escola Politécnica, 2017.
xviii, 77 p. il.; 29,7 cm
Orientadora: Silvia Corbani
Projeto de Graduação – UFRJ/Escola Politécnica/
Engenharia Civil, 2017.
Referencias Bibliográficas: p. 59-60
1 Aço. 2. Dimensionamento. 3. Análise Estrutural.
I. Corbani, Silvia. II. Universidade Federal do Rio de Janeiro,
UFRJ, Curso de Engenharia Civil. III. Análise e
Dimensionamento de uma Torre de Aço de
Telecomunicações.
iv
Agradecimentos
v
Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/UFRJ como parte
Setembro/2017
vi
Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of the
September/2017
vii
Sumário
Agradecimentos ................................................................................................ v
Sumário ........................................................................................................... viii
Lista de figuras .................................................................................................. x
Lista de tabelas ............................................................................................... xiii
Lista de abreviaturas ....................................................................................... xv
Lista de símbolos ............................................................................................ xvi
Letras romanas ............................................................................................ xvi
Letras gregas ............................................................................................. xviii
1. Introdução ............................................................................................... 1
1.1. Descrição do problema ........................................................................ 1
1.2. Objetivo ................................................................................................ 1
1.3. Organização do trabalho ...................................................................... 2
2. Revisão bibliográfica................................................................................ 3
2.1. Tipos de estruturas verticais ................................................................ 3
2.1.1. Torres autoportantes ...................................................................... 3
2.1.2. Torres estaiadas ............................................................................ 5
2.1.3. Postes ............................................................................................ 6
2.2. Materiais utilizados............................................................................... 7
2.3. Tipos de antenas e suportes ................................................................ 7
2.4. Principais patologias e causas de colapso ......................................... 10
3. Considerações do projeto ...................................................................... 13
3.1. Normas utilizadas para o dimensionamento ....................................... 13
3.2. Estados limites ................................................................................... 14
3.2.1. Estado limite último ...................................................................... 15
3.2.2. Estado limite de serviço ............................................................... 16
3.2.3. Limite máximo de esbeltez dos elementos ................................... 17
3.3. Ações consideradas ........................................................................... 18
3.3.1. Ações permanentes ..................................................................... 18
3.3.2. Ações de sobrecarga ................................................................... 19
viii
3.3.3. Ações de temperatura .................................................................. 19
3.3.4. Ações de vento ............................................................................ 19
3.4. Análise linear ..................................................................................... 22
3.4.1. Modelagem da torre no programa Robot...................................... 23
3.4.2. Método dos elementos finitos....................................................... 23
3.5. Análise não-linear .............................................................................. 25
3.6. Dimensionamento da estrutura .......................................................... 26
4. Estudo de caso ...................................................................................... 29
4.1. Descrição da estrutura vertical ........................................................... 29
4.2. Modelagem no programa Robot ......................................................... 32
4.3. Ações atuantes na estrutura .............................................................. 34
4.3.1. Ações permanentes ..................................................................... 34
4.3.2. Ações de sobrecarga ................................................................... 36
4.3.3. Ações de temperatura .................................................................. 37
4.3.4. Ações de vento ............................................................................ 37
4.4. Combinações das ações .................................................................... 44
4.5. Análise elástico-linear ........................................................................ 45
4.5.1. Estabilidade ................................................................................. 45
4.5.2. Verificação estado limite último .................................................... 46
4.5.3. Verificação estado limite de serviço ............................................. 50
4.6. Análise não linear geométrica ............................................................ 52
4.6.1. Estudo da torre ............................................................................ 52
4.6.2. Estudo de uma viga com momento fletor aplicado ....................... 55
5. Conclusão ............................................................................................. 60
6. Bibliografia ............................................................................................. 61
Anexo A – Tabelas de coeficientes para cálculos nos estados limites ............. 63
Anexo B – Cálculo do carregamento do vento ................................................. 65
Anexo C – Detalhamento do dimensionamento dos elementos ....................... 71
ix
Lista de figuras
Figura 1 – Torre autoportante (a) Modelo computacional; (b) Vista de uma torre
existente (Zampiron, 2008). .......................................................................................... 4
Figura 2 – Tipos de reticulados para torres autoportantes (a) Contraventamento
tipo “K” (b) Contraventamento tipo “XBX” (c) Contraventamento tipo “V” (d)
Contraventamento tipo “W” (e) Contraventamento tipo “XX” (Sharma, et al., 2015). ..... 4
Figura 3 – Torre estaiada (a) Configuração estrutural (Guimarães, 2008) (b) Vista
de uma torre existente (Murteira, 2010). ....................................................................... 5
Figura 4 – Poste para telecomunicações (a) Configuração estrutural (Battista, et
al., 2007) (b) Vista de um poste existente (Murteira, 2010). .......................................... 6
Figura 5 – Tipos de Antena (a) Antena parabólica cheia (SHF) (RFS, 2013) (b)
Antenas de RF (SHF); (c) Antena yagi (VHF) (d) Antena parabólica vazada (UHF). ..... 8
Figura 6 – Suporte de canto (Sigma, 2014). ...................................................... 9
Figura 7 – Suporte de face (Sigma, 2014). ........................................................ 9
Figura 8 – Suporte tipo cinta (Sigma, 2014). ................................................... 10
Figura 9 – Causas de colapso de estruturas verticais para telecomunicações
(DAVIES, 2011). (a) Califórnia, 18 de março de 2008 (b) Waterloo, 24 de fevereiro de
2007 (c) Camden County, NC, 11 de dezembro de 2007 (d) La Mirada, CA, 19 de
dezembro de 2004 (d) Tulsa, Oklahoma, 14 de dezembro de 2009. ........................... 12
Figura 10 – Disposição das antenas de uma torre autoportante. Fonte: (SDT-
240-410-600, 1997). ................................................................................................... 19
Figura 11 - Ação do vento: (a) na direção frontal à face (b) na direção da diagonal.
................................................................................................................................... 21
Figura 12 – (SDT-240-400-702, 1997) Força aplicada em cada nó considerando
(a) Vento incidente frontal à face (b) Vento incidente diagonal à face. ........................ 22
Figura 13 – Elemento de pórtico espacial. ....................................................... 24
Figura 14 – Método incremental para análise de segunda ordem. Adaptado
(Autodesk, 2017). ....................................................................................................... 26
x
Figura 15 – Desenho unifilar da torre autoportante: (a) Vista frontal no Autocad e
(b) vista tridimensional no Robot. ................................................................................ 29
Figura 16 – Definição da nomenclatura dos elementos da torre. ..................... 30
Figura 17 - Seção transversal do perfil cantoneira de abas iguais usado no
modelo. ....................................................................................................................... 31
Figura 18 – Detalhe das ligações dos elementos da torre. Adaptado (Prosystem,
2015). ......................................................................................................................... 33
Figura 19 – Apoios na base da estrutura. ........................................................ 34
Figura 20 – Disposição dos acessórios (antenas, plataformas e escadas) na
estrutura vertical (a) Corte vertical; (b) Planta Baixa; .................................................. 35
Figura 21 – Aplicação das ações verticais. (a) Peso das antenas; (b) Peso das
plataformas; (c) Peso das escadas; (d) Ação de sobrecarga. ..................................... 36
Figura 22 – Carga de temperatura (a) detalhe no módulo 1; (b) Detalhe do valor
da carga...................................................................................................................... 37
Figura 23 – Ação do vento na estrutura vertical. (a) Vento Frontal; (b) Vento
Diagonal. .................................................................................................................... 41
Figura 24 – Aplicação do vento frontal: (a) Força do vento nas antenas; (b) Força
do vento nas plataformas; (c) Força do vento na escada. ........................................... 43
Figura 25 - Aplicação do vento diagonal: (a) Força do vento nas antenas; (b)
Força do vento nas plataformas; (c) Força do vento na escada. ................................. 43
Figura 26 – Orientações dos eixos locais dos elementos. ............................... 46
Figura 27 – Elementos com esforços internos solicitantes limites.................... 48
Figura 28 – Identificação dos nós superiores da torre. .................................... 50
Figura 29 – Deformação máxima na torre. ...................................................... 52
Figura 30 – Seções que foram simplificadas. .................................................. 53
Figura 31 – Modelo simplificado recebendo carga de vento na estrutura (a) vento
frontal; (b) vento diagonal. .......................................................................................... 54
Figura 32 – Modelo de viga com momento fletor aplicado para a análise não-
linear. .......................................................................................................................... 55
Figura 33 – Posição de equilíbrio deformada para a análise não-linear. .......... 56
Figura 34 – Deformação na análise linear. ...................................................... 58
Figura 35 – Deformação na análise não liinear................................................ 59
Figura 36 - Isopletas da velocidade básica 𝑉0 (m/s). Fonte: (NBR6123, 1988).
................................................................................................................................... 66
Figura 37 – Fator Topográfico 𝑆1(𝑧). ............................................................... 67
Figura 38 - Coeficiente de arrasto 𝐶𝑎, para torres reticuladas formadas por barras
prismáticas de cantos vivos. (NBR6123, 1988). ......................................................... 69
xi
Figura 39 - fator de proteção 𝜂, para dois ou mais reticulados paralelos
igualmente afastado. Fonte: (NBR6123, 1988). .......................................................... 70
Figura 40 – Eixos cantoneira. .......................................................................... 75
Figura 41 – Comprimentos de flamabgem global em torno dos eixos principais
de inércia devido ao momento fletor. .......................................................................... 77
xii
Lista de tabelas
xiii
Tabela 24 - Fatores de combinação. Fonte: (NBR8800, 2008). ...................... 64
Tabela 25 – Valores dos coeficientes de segurança (NBR8800, 2008). .......... 64
Tabela 26 - Fator de rugosidade 𝑆2. Fonte (NBR6123, 1988). ........................ 68
Tabela 27 - Ffator estatístico 𝑆3. (NBR6123, 1988). ....................................... 68
xiv
Lista de abreviaturas
xv
Lista de símbolos
Letras romanas
𝑁𝑖 – Funções de interpolação para o método dos elementos finitos
𝑆𝑑 – Esforço solicitante de cálculo no estado limite último
𝑅𝑑 – Resistência de cálculo
𝐹𝑆 – Combinação de esforços no estado limite de serviço
𝐺𝑖 – Ação permanente atuante na estrutura
𝑄𝑗 – Ação variável atuante na estrutura
𝑄𝑎 – Cargas Acidentais devido à montagem ou alguns casos especiais
𝑇 – Carregamento devido à variação de temperatura
𝐹𝑎 – Força de arrasto devido ao vento
𝐾 – Coeficiente de flambagem
𝐿 – Comprimento do elemento de barra
𝑖 – Raio de giração da seção transversal
𝐼 – Momento de inércia da seção transversal
𝐽 – Constante de torção da seção transversal
𝐴 – Área da seção transversal
𝐶𝑎 – Coeficiente de arrasto
𝐶𝑎𝛼 – Coeficiente de arrasto com vento incidindo com ângulo 𝛼
𝑞 – Pressão dinâmica do vento sobre a estrutura
𝐴𝑒 – Área frontal efetiva: área da projeção ortogonal da edificação, estrutura ou
elemento estrutural sobre um plano perpendicular à direção do vento (“área de sombra”)
𝑉𝑘 – Velocidade característica do vento.
𝑉0 – Velocidade básica do vento, variando de acordo com as isopletas de
velocidade básica presente no anexo 1.
𝑆1 – Fator topográfico que leva em consideração as variações do relevo do
terreno.
xvi
𝑆2 – Fator que considera o efeito da rugosidade do terreno, as dimensões da
edificação e a altura da mesma sobre o terreno.
𝑆3 – Fator estatístico que considera o grau de segurança e a vida útil da estrutura.
𝑧 – Aaltura medida a partir da superfície do terreno no ponto considerado
𝑑 – Diferença de nível entre a base e o topo do talude
𝑔 – Aceleração da gravidade
𝑉𝑛 – Esforço cortante resistente
𝐹𝑣 – Esforço cortante solicitante
𝑓𝑦 – Tensão de escoamento do aço
𝑓𝑢 – Tensão de ruptura do aço
𝐸 – Módulo de elasticidade do aço
𝐺 – Módulo de elasticidade transversal do aço
𝐴𝑤 – Área efetiva de cisalhamento
𝐴𝑔 – Área bruta da seção
𝐶𝑣 – Coeficiente de força cortante
𝐶𝑏 – Fator de modificação para diagrama de momento fletor não-uniforme
𝑏 – Largura da alma
𝑡 – Espessura da alma
𝑢𝑥 , 𝑢𝑦 , 𝑢𝑧 – Deslocamento nos eixos X, Y e Z, respectivamente
𝑈 – Eixo principal máximo
𝑉 – Eixo principal mínimo
𝑀𝑦 – Momento fletor resistente devido ao escoamento da barra
𝑀𝑒 – Momento fletor resistente de flambagem local elástica
𝑀𝑛 – Momento fletor resistente nominal
𝑀𝑑 – Momento fletor solicitante
𝑁𝑒 – Força axial resistente de flambagem elástica
𝑁𝑟 – Força normal resistente da barra
𝑁𝑑 – Esforço normal solicitante
𝑊 – Módulo elástico da seção
𝑆𝑐 – Módulo elástico da seção na base comprimida
𝑄 – Fator de redução devido a flambagem local
𝜒 – Fator de redução devido a flambagem global
𝐶𝑤 – Constante de empenamento da seção transversal
𝑟0 – Raio de giração polar da seção bruta em relação ao centro de cisalhamento
xvii
Letras gregas
𝛼 – Ângulo de incidência da carga de vento
𝜂 – Fator de proteção, em reticulados paralelos
𝜔 – Índice de área exposta
𝜃 – Inclinação média do talude ou encosta do morro
𝛾𝑔 – Coeficientes de ponderação das ações permanentes
𝛾𝑚 – Coeficiente de segurança para a resistência
𝛾𝑞𝑗 – Coeficientes de ponderação das ações variáveis
ψ𝑗 – Fatores de redução de combinação
𝜆 – Índice de esbeltez de uma barra prismática
𝜆0 – Índice de esbeltez reduzido de uma barra prismática
𝜎𝑀 – Tensão na barra devido ao momento fletor solicitante
𝜎𝐹 – Tensão na barra devido ao esforço normal solicitante
𝜈 – Coeficiente de Poisson do aço
𝛽 – Coeficiente de dilatação térmica do aço
𝜌 – Massa específica do aço
𝜙𝑋𝑍 , 𝜙𝑌𝑍 , 𝜙𝑋𝑌 – Rotação nos planos XZ, YZ e XY, respectivamente
xviii
1. Introdução
1.2. Objetivo
Este trabalho apresenta o dimensionamento de uma torre autoportante de
telecomunicações usando normas e procedimentos consolidados, de forma a garantir a
segurança da estrutura. Além de uma análise crítica dos resultados para avaliar os
1
elementos com maiores solicitações internas e definir a ação que provoca maiores
solicitações nos elementos.
Também será realizada uma análise não linear na estrutura comparando-a com
a análise linear, de modo a classificá-la quanto à sua flexibilidade e indicar a
necessidade da consideração dos efeitos de segunda ordem nas análises de torres de
telecomunicações.
2
2. Revisão bibliográfica
3
Figura 1 (b) mostra uma vista de uma torre autoportante real. Enquanto que na Figura
2 são mostrados alguns dos diferentes tipos de treliçados que a torre autoportante pode
ser concebida.
Montantes retos
Montantes
Figura 1 – Torre autoportante (a) Modelo computacional; (b) Vista de uma torre existente (Zampiron,
2008).
Figura 2 – Tipos de reticulados para torres autoportantes (a) Contraventamento tipo “K” (b)
Contraventamento tipo “XBX” (c) Contraventamento tipo “V” (d) Contraventamento tipo “W” (e)
Contraventamento tipo “XX” (Sharma, et al., 2015).
4
antenas do Sistema Móvel Celular; e (iv) Torres Auto-Suportadas Leves Rurais (TASL-
R), que são aquelas que suportam antenas na frequência de VHF.
Figura 3 – Torre estaiada (a) Configuração estrutural (Guimarães, 2008) (b) Vista de uma torre existente
(Murteira, 2010).
5
2.1.3. Postes
Estas estruturas são tubos circulares com diâmetros diferentes, conforme
ilustrado na Figura 4. A seção do tubo se modifica com a altura do poste com diâmetro
máximo (seção M1) próximo a base do poste e diâmetro mínimo na extremidade mais
alta do poste (seção M8). São mais esbeltas do que as torres estaiadas e autoportantes
(em torno de 2 a 3 metros de lado), se auto suportam sem auxílio de estais e tem altura
máxima em torno de 60 metros. Pode ser feito de aço ou concreto, tendo seu processo
de montagem e construção mais rápido que os das torres (Zampiron, 2008).
Figura 4 – Poste para telecomunicações (a) Configuração estrutural (Battista, et al., 2007) (b) Vista de um
poste existente (Murteira, 2010).
6
2.2. Materiais utilizados
Na descrição dos diferentes tipos de estruturas verticais acima, foram citados
dois materiais de construção: aço e concreto. Estes são os principais materiais utilizados
para estruturas de telecomunicações sendo sua escolha feita de acordo com custo,
desempenho estrutural e peso.
O concreto armado é utilizado em postes auto-suportados de até 60 metros, pois
além dessa altura o custo passa a ser muito elevado devido à grande quantidade de
material requerida. O aço é um material utilizado para postes, torres autoportantes e
estaiadas. Sua elevada resistência à tração e facilidade de modelagem e transporte
facilita sua utilização para os dois últimos casos citados (Zampiron, 2008).
7
Figura 5 – Tipos de Antena (a) Antena parabólica cheia (SHF) (RFS, 2013) (b) Antenas de RF (SHF); (c)
Antena yagi (VHF) (d) Antena parabólica vazada (UHF).
Para instalar as antenas nas torres são necessários suportes que variam de
acordo com tamanho e peso da antena a ser instalada, tipo e dimensões da estrutura
vertical. Uma vez que a direção das ondas de cada antena é calculada em projeto para
efetiva transmissão de dados, é importante ressaltar que os suportes devem garantir
que não ocorra nenhum movimento de translação ou de rotação com as antenas.
A seguir serão apresentados alguns suportes de antenas, com enfoque nas
antenas SHF, ou seja, antenas de telecomunicações. Em torres autoportantes e
estaiadas, as antenas de RF e antenas parabólicas de até 1,2 metros de diâmetro são
instaladas com auxílio de suportes projetados para o montante da torre, que se ligam à
torre em 2 pontos, como pode ser visto na Figura 6.
8
Figura 6 – Suporte de canto (Sigma, 2014).
Montante
Montante
9
Figura 8 – Suporte tipo cinta (Sigma, 2014).
10
elementos metálicos, relaxamento dos estais e problemas nas ligações e ancoragens
(Murteira, 2010).
Além de seguir as normas vigentes no local de construção, considerando todas
as hipóteses possíveis para o dimensionamento, algumas medidas construtivas também
devem ser tomadas para que se evite o colapso das estruturas, como, por exemplo, a
aplicação de proteção anticorrosiva nos elementos metálicos das torres, que geralmente
se dá através da galvanização dos mesmos. Deve-se também analisar e dimensionar
corretamente as ligações, pois algumas falhas ocorreram nas ligações.
Uma pesquisa (DAVIES, 2011) realizada com o intuito de se levantar as
principais causas das estruturas já colapsadas nos Estados Unidos confirma que as
patologias citadas acima são de fato causadores do colapso. Este artigo criou um
ranking com as cinco maiores causas de colapso em seu país:
1 – Erros de Construção – 31%
2 – Gelo – 29%
3 – Vento Especial – 19%
4 – Acidentes Aéreos – 11%
5 – Rompimento das Fundações e/ou Ligações – 10%
A causa que lidera o ranking acima, erros de construção, na maioria das vezes
ocorre por falta de conhecimento do engenheiro e da equipe de construção, que não
executam de maneira correta a obra, como pode ser visto na Figura 9 (a).
Causas naturais também aparecem no topo das causas de rompimento das
torres. No caso do gelo, por exemplo, sua ação não era considerada de forma correta e
foi introduzida na norma americana apenas em 2006. Assim como o gelo, os ventos
especiais também eram considerados de forma equivocada, com mapas de vento
simplificados e ultrapassados, o que foi superado com o desenvolvimento nos estudos
das ações provocadas pelo vento. Atualmente, esses projetos antigos calculados com
considerações equivocadas em relação aos esforços devido a fenômenos naturais são
considerados obsoletos. Nas Figura 9 (b) e (c), são apresentadas estruturas colapsadas
devido à ação do gelo e do vento, respectivamente.
Acidentes aéreos também causaram o colapso de estruturas verticais para
telecomunicações, seja de helicópteros, monomotores ou até aviões militares, como
pode ser visto na Figura 9 (d). Alguns cuidados estão sendo tomados afim de minimizar
esses acidentes, como, por exemplo, o uso de sinalizadores nas torres para melhor sua
visibilidade aos pilotos e o registro para mapeamento no plano de voo dos pontos onde
se encontram essas estruturas.
Os 10% restantes dos acidentes estudados ocorreram devido a falha da
fundação e ancoragem dos estais (Figura 9 (e)). Como citado anteriormente, erros de
11
projeto e corrosão são os principais fatores que levam a falhas nas fundações e
ancoragens.
Figura 9 – Causas de colapso de estruturas verticais para telecomunicações (DAVIES, 2011). (a)
Califórnia, 18 de março de 2008 (b) Waterloo, 24 de fevereiro de 2007 (c) Camden County, NC, 11 de
dezembro de 2007 (d) La Mirada, CA, 19 de dezembro de 2004 (d) Tulsa, Oklahoma, 14 de dezembro de
2009.
12
3. Considerações do projeto
13
3.2. Estados limites
De acordo com a literatura (PFEIL & PFEIL, 2009), o estado limite é
caracterizado no momento em que uma estrutura deixa de atender seus objetivos, seja
por não garantir a segurança ou por não garantir o bom desempenho da mesma. Para
satisfazer os objetivos citados, a análise em estados limites é dividida em duas formas:
- Estado limite último (ELU): este caso está ligado diretamente à segurança da
estrutura, analisando a possibilidade de colapso da mesma, que pode ocorrer por perda
de equilíbrio como corpo rígido, ruptura de uma seção ou ligação, flambagem ou
também ruptura por fadiga.
- Estado limite de serviço (ELS): esta análise é feita de forma a garantir o bom
desempenho da estrutura, ou seja, para que suas condições de uso não sejam afetadas
e que provoque ao usuário a total sensação de segurança. Dessa forma, é necessário
garantir que não ocorra deformações e/ou vibrações excessivas.
Para que esses critérios de estados limites sejam atendidos, o Método das
Tensões Admissíveis era utilizado até meados dos anos 1980 pelas normas até então
vigentes. Este método é feito considerando-se a tensão de escoamento como resistente,
eliminando a análise plástica. Se baseia apenas na minoração da tensão resistente do
material, sendo então o dimensionamento satisfatório quando a tensão solicitante
máxima é inferior à essa resistência minorada, não sendo aplicado nenhum fator de
majoração às cargas atuantes. A definição desse coeficiente leva em conta incertezas
em relação ao carregamento, à precisão da modelagem, imperfeições da estrutura e às
características mecânicas dos materiais. A grande limitação do método se encontra
justamente no fato de todas essas incertezas serem representadas por apenas um fator,
não reproduzindo corretamente a realidade.
Com o passar do tempo e a evolução dos estudos, as normas começaram a
adotar o Método dos Estados Limites, também conhecido pela sigla norte-americana
LFRD (Load Factor and Resistance Design), onde fatores são aplicados às cargas e às
resistências. Este método utiliza diferentes fatores de majoração para cada carga
aplicada, combinando-as de diferentes formas para se obter o maior esforço solicitante
possível 𝑆𝑑 , enquanto a resistência interna do material continua a ser minorada para se
chegar na resistência 𝑅𝑑 . Cada coeficiente, seja de majoração ou minoração, é definido
através de estudos de probabilidade de colapso, através do método de análise de
confiabilidade (PFEIL & PFEIL, 2009).
14
3.2.1. Estado limite último
A análise de estado limite último deve atender à condição: 𝑆𝑑 ≤ 𝑅𝑑 . A norma
brasileira para projetos de estruturas de aço (NBR8800, 2008) define que a combinação
de esforços solicitantes na estrutura Sd pode ser obtida com a expressão (1).
𝑛 𝑛
15
devido à falta de detalhamento nesta etapa pelos procedimentos da Telebrás (SDT-240-
400-702, 1997 e SDT-240-410-600, 1997).
𝐹𝑆 = ∑ 𝐺 + ∑(ψ2𝑗 𝑄𝑗 ) (3)
𝑗=1
Combinação frequente:
𝑛
𝐹𝑆 = ∑ 𝐺 + ψ1 𝑄1 + ∑(ψ2𝑗 𝑄𝑗 ) (4)
𝑗=2
𝐹𝑆 = ∑ 𝐺 + 𝑄1 + ∑(ψ1 𝑄𝑗 ) (5)
𝑗=2
16
Para este projeto, o estado limite de serviço será analisado a partir do ângulo
máximo de rotação em relação ao eixo vertical da estrutura, conforme procedimento
(SDT-240-410-600, 1997). As deflexões obtidas na análise computacional devem ter os
valores máximos definidos na Tabela 1.
17
que define o comprimento efetivo de flambagem de cada barra, variando conforme os
tipos de apoios nas extremidades das hastes. 𝑖 é o raio de giração da seção em relação
ao eixo de flambagem, que é definido por 𝑖 = √𝐼 ⁄𝐴, onde o momento de inércia I e a
área 𝐴 são propriedades geométricas.
18
Figura 10 – Disposição das antenas de uma torre autoportante. Fonte: (SDT-240-410-600, 1997).
19
analisadas neste trabalho, esta é a ação mais crítica, ou seja, é o tipo de ação que mais
causou colapsos em torres de telecomunicações. Por esta razão, ações de vento serão
analisadas mais detalhadamente.
Existem diversos componentes que podem influenciar na força resultante do
vento que será aplicada na estrutura, por exemplo, variação da velocidade média em
diferentes regiões, proximidade de morros e encostas, geometria da estrutura, entre
outros.
A norma (NBR6123, 1988) apresenta três métodos diferentes de encontrar a
força devido ao vento que atua em uma torre, são estes: coeficientes de pressão,
coeficientes de forma e coeficientes de força. Para este trabalho será adotado o
procedimento onde a força global do vento sobre uma torre é calculada através dos
coeficientes de força.
Resumidamente, este procedimento tem como expressão final a equação (7),
sendo, então, 𝐹𝑎 a força de arrasto na estrutura provocada pelo vento em uma
determinada altura.
𝐹𝑎 = 𝐶𝑎 𝑞𝐴𝑒 (7)
20
de arrasto são definidos a partir de recomendações de normas e práticas, não sendo
necessário um novo procedimento de cálculo.
Quanto à direção na qual essa força é aplicada, o padrão da Telebrás (SDT-240-
400-702, 1997) sugere que se leve em conta duas hipóteses de aplicação do vento em
torre de seção quadrada:
Carregamento 1: vento na direção frontal à face, conforme Figura 11;
Carregamento 2: vento na direção da diagonal, com ângulo 𝛼 = 45°, conforme
Figura 11.
Dessa forma, é possível analisar todos os efeitos que a força do vento pode
causar em uma estrutura de seção quadrada, e utilizar o caso mais desfavorável para
análise.
Caso o carregamento seja aplicado no programa computacional diretamente
conforme mostrado na Figura 11, alguns efeitos que ocorrem na torre seriam
suprimidos. Portanto, a norma NBR6123 (1988) indica que os carregamentos sejam
aplicados nas quatro faces da seção transversal da estrutura, divididos em componentes
normal e transversal. Cada fator multiplicador da força de arrasto para tal aplicação está
indicado na Tabela 2.
(a) (b)
Figura 11 - Ação do vento: (a) na direção frontal à face (b) na direção da diagonal.
Tabela 2 - Componentes de força de arrasto nas faces das torres reticuladas de seção quadrada
Adaptado de (NBR6123, 1988).
1 𝜂
n 0 0
Frontal 1+𝜂 1+𝜂
t 0 0 0 0
n 0,20 0,20 0,15 0,15
Diagonal
t 0,20 0,20 0,15 0,15
21
onde 𝜂 é o fator de proteção para reticulados paralelos, conforme NBR6123
(1988), cujo detalhamento de cálculo se encontra em anexo.
As cargas de cada face serão aplicadas como forças pontuais nos dois nós da
face, onde o elemento horizontal se encontra com o montante principal da torre, ou seja,
as cargas serão aplicadas nos nós 1, 2, 3 e 4, conforme indicado na Figura 12. É
importante ressaltar que, devido aos métodos de cálculos dos parâmetros, o módulo da
força de arrasto aplicado varia conforme a direção de aplicação da mesma, frontal ou
diagonal. Essa diferença está melhor explicada no Anexo B.
Figura 12 – (SDT-240-400-702, 1997) Força aplicada em cada nó considerando (a) Vento incidente
frontal à face (b) Vento incidente diagonal à face.
22
3.4.1. Modelagem da torre no programa Robot
O programa em título foi escolhido pela sua capacidade de analisar estruturas
que devem ser modeladas tridimensionalmente com elementos de pórticos. Este
programa conta com uma interface gráfica de fácil visualização e sistema de
apresentação de resultados que facilita seu uso posterior, através do plugin Results
Connetc que exporta estas informações para o programa Excel para que a estrutura
seja então dimensionada.
Neste trabalho, a geometria da estrutura foi definida e desenhada no programa
AutoCad (Autodesk, 2017) e, posteriormente, exportada para o programa Robot
(Autodesk, 2017). Com um vasto banco de dados de seção transversal e de materiais
prescritos por norma (ANSI/AISC360-05, 2005), foi possível criar um modelo estrutural
da torre.
23
Figura 13 – Elemento de pórtico espacial.
𝑇
𝑢 = {𝑢1 , 𝑢2 } = [𝑢𝑥1 , 𝑢𝑦1 , 𝑢𝑧1 , 𝜙𝑥1 , 𝜙𝑦1 , 𝜙𝑧1 , 𝑢𝑥2 , 𝑢𝑦2 , 𝑢𝑧2 , 𝜙𝑥2 , 𝜙𝑦2 , 𝜙𝑧2 ] (9)
24
Tabela 3 – Funções de interpolação utilizadas na análise elástico-linear no programa Robot
(Autodesk, 2017).
onde:
𝜉 = 𝑥/𝐿;
6𝐸𝐼𝑧 6𝐸𝐼𝑦
𝜅={ , }, para os planos XY e XZ, respectivamente.
𝜅𝑦 𝐺𝐴𝐿2 𝜅𝑧 𝐺𝐴𝐿2
25
quando o estado de equilíbrio é atingido para um determinado incremento de carga, as
iterações são interrompidas devido à sua convergência. Quanto mais divisões de
incrementos de carga, maior a precisão no deslocamento da estrutura. Este processo
está demonstrado na Figura 14. O Robot (Autodesk, 2017) utiliza o método BFGS, de
acordo com seu manual, a cada iteração para encontrar a solução do problema não
linear. Este é um dos métodos quase-Newton para resolver modelos de minimização de
funções não lineares (Oliveira, et al., 2009).
Figura 14 – Método incremental para análise de segunda ordem. Adaptado (Autodesk, 2017).
26
Por não existir esforço de flexão imposto nos elementos e por não existir
contenção lateral nos elementos, a flambagem nos elementos devido aos esforços
externos foi considerada no eixo principal de momento de inércia mínimo, ou seja, no
eixo de menor resistência ao esforço fletor nestes elementos.
Inicialmente o dimensionamento foi realizado conforme a norma brasileira para
projetos de estruturas de aço (NBR8800, 2008), porém esta não faz uma abordagem
completa para o estudo de cantoneiras, não incluindo cálculos importantes como o do
momento fletor resistente. Desta forma, o dimensionamento usará procedimentos da
ANSI/AISC360-05 (2005), quando o cálculo necessário não estiver na NBR8800 (2008).
Como informado anteriormente, os elementos estruturais são considerados viga-
colunas, sendo dimensionados considerando a força axial, esforço cortante e momentos
fletores atuantes. Por não existir carga de torção imposta às hastes, não será feita
verificação específica para esse tipo de esforço.
O dimensionamento é feito estimando-se as seções de cada elemento, e então
estas são verificadas de acordo com os critérios da norma. Calcula-se os esforços
resistentes de cada elemento e verifica-se a capacidade destes de suportar os esforços
solicitantes. Caso todas as seções atendam aos requisitos, a estrutura está
dimensionada, caso contrário, mudam-se as dimensões das seções não-satisfatórias
para que estas atendam aos esforços solicitantes. O dimensionamento das ligações não
está no escopo deste trabalho.
Todo o cálculo de dimensionamento deste trabalho foi feito com o programa
Excel equipado com o plugin Results Conect. Este plugin dá a liberdade de manipular
os dados e resultados da análise do programa Robot da forma como o projetista desejar.
Foram extraídos para o Excel todos os esforços solicitantes em cada barra, assim como
as propriedades de cada elemento para o cálculo dos esforços resistentes.
Abaixo, um fluxograma resume o processo de dimensionamento realizado neste
trabalho, enquanto o detalhamento deste procedimento de cálculo se encontra no Anexo
C – Detalhamento do dimensionamento dos elementos.
27
Dimensionamento dos elementos estruturais da torre
Programa Robot
Definição do modelo estrutural
Programa Excel
Extração de dados para dimensionamento:
- Esforços internos solicitantes máximos em cada barra para todas combinações de ações
- Dados das barras (seção, comprimento, propriedades geométricas, material, etc.)
- Deslocamentos máximos nos nós superiores para todas as combinações
SIM
Cálculo da força normal resistente (NBR8800, 2008)
𝑁𝑑 𝑁𝑑 8 𝑀𝑑
≥ 0,2 → +
≤1 NÃO
𝑁𝑟 𝑁𝑟 9 𝑀 𝑟 (NBR8800, 2008)
𝑁𝑑 𝑁𝑑 𝑀𝑑
< 0,2 → + ≤1
𝑁𝑟 2𝑁𝑟 𝑀𝑟
SIM
Cálculo da força cortante resistente (NBR8800, 2008)
NÃO
𝐹𝑣 ≤ 𝑉𝑛 (NBR8800, 2008)
SIM
Análise dos deslocamentos máximos da torre (SDT-240-410-600, 1997)
NÃO
𝜙 ≤ 𝜙𝑀𝐴𝑋 (SDT-240-410-600, 1997)
SIM
Estrutura dimensionada
28
4. Estudo de caso
(a) (b)
Figura 15 – Desenho unifilar da torre autoportante: (a) Vista frontal no Autocad e (b) vista
tridimensional no Robot.
29
Esta torre foi classificada como Torre Auto-Suportada Pesada (TASP), segundo
a definição do padrão da Telebrás (SDT-240-410-600, 1997), por ser uma estrutura de
aço galvanizado, que suporta antenas de frequência SHF (antenas utilizadas para
transmissão de dados de telecomunicações).
Os elementos constituintes da torre são classificados de acordo com seu
posicionamento e função estrutural, conforme indicado na Figura 16, onde cada cor na
estrutura representa um elemento, identificados na legenda. Todos os elementos
constituintes desta torre estão na Figura 16, portanto, não foram considerados
elementos de travamento em relação à torção da torre, que ligariam o ponto médio de
duas horizontais principais de faces perpendiculares, localizadas na mesma altura.
Os perfis de aço usados na estrutura são cantoneiras com abas iguais. Estes
perfis foram pré-dimensionados e padronizados em intervalos de altura da torre. As
30
dimensões dos perfis foram diminuídas de acordo com a altura de cada elemento para
reduzir as solicitações de peso próprio e diminuir a área efetiva exposta, reduzindo
também a carga de vento e economizando em material. Por exemplo, o montante
localizado próximo a base da torre possui uma seção transversal maior que o montante
localizado a uma altura de 50 m.
Apesar da intenção de otimizar os perfis de aço para atender os motivos citados,
é necessário também compreender que para facilitar o processo construtivo, não se
pode variar demasiadamente os perfis. Portanto, foram adotados 2 (dois) intervalos de
perfis de aço: (i) altura entre base da torre, 0 m, a 33 m (módulos 1, 2, 3, 4 e 5); (ii) altura
33 m até o topo da torre, 60 m (módulos 6, 7, 8, 9 10 e 11). As seções transversais estão
dispostas na Tabela 4 e Figura 16. As medidas são apresentadas primeiramente na
unidade polegada, conforme padrão normativo e comercial, e também na unidade
métrica, conforme utilizados nos cálculos deste trabalho.
31
Tabela 5 - Dimensões e propriedades das seções. Adaptado de (PFEIL & PFEIL, 2009).
32
Abaixo será detalhado como são feitas as ligações entre elementos da torre e a
Figura 18 ilustra como são feitas as conexões de parafuso de uma torre real.
- Os montantes não apresentam rótulas ao longo do seu comprimento, sendo
então a ligação, entre duas barras de montante consecutivas, considerada rígida;
- Os membros horizontais se apoiam nos montantes com ligações rotuladas em
suas extremidades;
- As diagonais principais se apoiam nos elementos horizontais e montantes
através de ligações rotuladas;
- As diagonais secundárias se apoiam nas diagonais principais, elementos
horizontais e montantes através de ligações rotuladas;
- As horizontais secundárias se apoiam nas diagonais principais, elementos
horizontais e montantes através de ligações rotuladas;
Figura 18 – Detalhe das ligações dos elementos da torre. Adaptado (Prosystem, 2015).
A definição do tipo de fundação não está no escopo deste trabalho, por isso
foram considerados apoios do segundo gênero em cada base da torre, conforme
ilustrado na Figura 19. Esta hipótese torna o dimensionamento da estrutura de aço a
favor da segurança, pois este tipo de apoio impede apenas os movimentos de translação
nos três eixos, sendo os esforços fletores dos montantes absorvidos pelo corpo rígido
da estrutura como um todo. Em um apoio engastado, os esforços fletores nos montantes
seriam absorvidos pelos apoios, não sendo transferidos aos elementos horizontais e
diagonais conforme ocorre com o apoio do segundo gênero.
33
Figura 19 – Apoios na base da estrutura.
34
da torre. De acordo com o manual do fabricante (RFS, 2013), o peso de cada antena é
420 kg (4,12 kN). Assim, será aplicada uma força vertical de 2,06 kN em cada montante
de uma face onde os suportes estão apoiados, conforme Figura 21 (a).
Figura 20 – Disposição dos acessórios (antenas, plataformas e escadas) na estrutura vertical (a) Corte
vertical; (b) Planta Baixa;
35
Tabela 6 - Força peso da escada.
Figura 21 – Aplicação das ações verticais. (a) Peso das antenas; (b) Peso das plataformas; (c) Peso das
escadas; (d) Ação de sobrecarga.
36
4.3.3. Ações de temperatura
A partir do procedimento da Telebrás (SDT-240-410-600, 1997), não é
necessário conhecer as condições climáticas do local da torre para calcular a variação
de temperatura, basta aplicar a variação de 15 °C nos elementos. Os esforços internos,
neste caso, são calculados pelo programa de análise estrutural Robot, aplicando-se a
variação de temperatura em todas as barras da estrutura, conforme mostrado na vista
frontal do módulo 1 da estrutura na Figura 22 (a). Nesta figura, existem três símbolos
em cada elemento indicando que foi considerado esta variação de temperatura de nos
três eixos locais de cada barra (x, y e z), conforme detalhado na Figura 22 (b). Para este
trabalho, não foi considerado o efeito de dilatação linear nas barras.
(a) (b)
Figura 22 – Carga de temperatura (a) detalhe no módulo 1; (b) Detalhe do valor da carga.
37
Considerando que a torre estudada está localizada no Rio de Janeiro, podemos
ver nas Isopletas da velocidade básica do vento na Figura 36 que 𝑉0 = 35𝑚/𝑠.
Como a estrutura analisada se localiza em uma área com taludes, estando no
topo de um talude com 𝜃 = 10°, conforme mostra a Figura 37.
Calculando então 𝑆1(𝑧)
60
𝑆1(𝑧) = 1,0 + (2,5 − ) × tan(10° − 3°) = 1,184
60
Avaliou-se a estrutura como pertencente à categoria III, por estar em região
plana com obstáculos esparsos e poucos quebra-ventos de árvores e edificações.
Também se definiu a estrutura na Classe C, por ter sua maior dimensão (vertical),
excedendo 50 metros. Pela Tabela 25, o coeficiente 𝑆2 varia de acordo com a altura
estudada e seu valor será apresentado na Tabela 7.
Por ser uma central de comunicação, o último topográfico toma o valor 𝑆3 = 1,10.
A partir dos valores definidos, a equação (33) foi utilizada para definir a pressão
dinâmica do vento, presente na Tabela 7. É importante notar que os valores das alturas
usados na Tabela 7 são os mesmos das alturas apresentadas na Tabela 26, de modo
a não ser necessário adotar nenhuma aproximação por interpolação.
Para o cálculo do índice de área exposta em cada módulo, foi utilizada a equação
(37). Os resultados são apresentados na Tabela 8. A partir dos dados apresentados
nesta tabela e da Figura 38, temos os valores para os coeficientes de arrasto também
na Tabela 8. Note que esse coeficiente varia de acordo com o módulo e ângulo de
aplicação, conforme as equações (38) e (39). Portanto,
Para vento na direção frontal (𝛼 = 0°):
0
𝐾𝛼 = 1 + = 1,00
125
𝐶𝑎𝛼 = 1,00𝐶𝑎
38
Para vento na direção diagonal (𝛼 = 45°):
45
𝐾𝛼 = 1 + = 1,36 → 𝐾𝛼 = 1,16
125
𝐶𝑎𝛼 = 1,16𝐶𝑎
Tabela 8 - Coeficientes de arrasto.
𝐶𝑎𝛼
Área Área do
efetiva Contorno φ 0° 45°
(m²) (m²)
Módulo 1 8,35 46,27 0,18 2,97 3,45
Módulo 2 8,70 39,71 0,22 2,82 3,27
Módulo 3 8,19 33,59 0,24 2,63 3,05
Módulo 4 7,69 27,90 0,28 2,60 3,02
Módulo 5 7,74 22,63 0,34 2,40 2,78
Módulo 6 5,15 17,82 0,29 2,52 2,92
Módulo 7 4,25 11,77 0,36 2,35 2,73
Módulo 8 2,41 8,28 0,29 2,52 2,92
Módulo 9 2,41 8,28 0,29 2,52 2,92
Módulo 10 2,41 8,28 0,29 2,52 2,92
Módulo 11 2,41 8,28 0,29 2,52 2,92
39
Conforme explicado no item 3.3.4, deve-se dividir a ação das forças por faces, e
posteriormente aplicar metade dessa força de face em cada nó da mesma. Utilizando
os componentes da Tabela 2 e as forças encontradas na Tabela 9, a força aplicada em
cada nó, devido ao vento frontal é apresentada na Tabela 10, e devido ao vento diagonal
na Tabela 11. Note que os valores da Tabela 11 serão aplicados nas duas direções de
cada nó, de acordo com a Figura 12.
40
1,86 kN 1,86 kN 1,60 kN
2,73 kN
2,13 kN
1,86 kN 1,86 kN 1,60 kN
2,73 kN
2,13 kN
1,86 kN 1,86 kN 1,60 kN
2,73 kN
2,13 kN
3,89 kN 3,63 kN
5,05 kN 3,11 kN
4,15 kN
5,93 kN
5,91 kN
5,87 kN
6,27 kN
5,62 kN 4,97 kN
6,61 kN 4,26 kN
5,68 kN
(a) (b)
Figura 23 – Ação do vento na estrutura vertical. (a) Vento Frontal; (b) Vento Diagonal.
41
Tabela 12 - Força horizontal na escada devido ao vento.
Largura da Comprimento 𝐶𝑎 𝐹𝑎
Altura (m) q (N/m²)
seção (m) (m) (kN)
𝐶𝑎 𝐹𝑎
Altura (m) Largura (m) Comprimento (m) q (N/m²)
(kN)
𝐶𝑎 𝐹𝑎
Altura (m) Diâmetro (m) Área (m) q (N/m²)
(kN)
42
Figura 24 – Aplicação do vento frontal: (a) Força do vento nas antenas; (b) Força do vento nas
plataformas; (c) Força do vento na escada.
Figura 25 - Aplicação do vento diagonal: (a) Força do vento nas antenas; (b) Força do vento nas
plataformas; (c) Força do vento na escada.
43
4.4. Combinações das ações
As combinações do estado limite último são:
Combinação 1: (i) ações permanentes: de peso próprio, de peso da escada, de
peso das plataformas e de peso das antenas desfavoráveis; (ii) ações variáveis: de
sobrecarga, de vento e de temperatura desfavoráveis, com sobrecarga assumida como
ação predominante:
𝐹𝑈 = 1,3𝐺 + 1,5𝑄𝑎 + 1,4 × 0,6𝐹𝑎 + 1,2 × 0,6𝑇 (13)
44
Combinação 7: Ações de ventos dominantes
𝐹𝑆 = 𝐺 + 𝐹𝑎 + 0,4𝑄𝑎 + 0,5𝑇 (19)
45
horizontais principais: o eixo local z sempre perpendicular à face (maior comprimento
de flambagem) e o eixo local y sempre paralelo à face (menor comprimento de
flambagem).
FLEXO-COMPRESSÃO
A equação de conformidade dos elementos sob flexo-compressão é
𝑁𝑑 𝑁𝑑 8 𝑀𝑑
𝑃𝑎𝑟𝑎 ≥ 0,2 + ≤ 1,0
𝑁𝑟 𝑁𝑟 9 𝑀𝑟
(21)
𝑁𝑑 𝑁𝑑 𝑀𝑑
𝑃𝑎𝑟𝑎 < 0,2 + ≤ 1,0
𝑁𝑟 2𝑁𝑟 𝑀𝑟
Abaixo serão apresentados os valores máximos de verificação da flexo-
compressão em cada elemento da torre, de acordo com (21), sabendo que em todos os
𝑁𝑑
casos com valores de verificação elevados, 𝑁𝑟
≥ 0,2.
46
Montantes
𝑁𝑑 8 𝑀𝑑
+ = 1,0
𝑁𝑟 9 𝑀𝑟
Diagonais Principais
𝑁𝑑 8 𝑀𝑑
+ = 1,0
𝑁𝑟 9 𝑀𝑟
Horizontais Principais
𝑁𝑑 8 𝑀𝑑
+ = 0,4
𝑁𝑟 9 𝑀𝑟
Diagonais Secundárias
𝑁𝑑 8 𝑀𝑑
+ = 0,5
𝑁𝑟 9 𝑀𝑟
Horizontais Secundárias
𝑁𝑑 8 𝑀𝑑
+ = 0,3
𝑁𝑟 9 𝑀𝑟
47
permitido por norma. Portanto, para evitar que barras trabalhem com seu limite de
solicitação, é recomendável que as antenas sejam colocadas devidamente afastadas.
O elevado esforço interno nas barras do módulo 1 pode ser explicado pelo fato
deste ser o módulo mais solicitado da torre, de um modo geral. Por estar na base, este
é claramente o módulo que recebe maior carregamento vertical, ou seja, toda carga
peso existente na estrutura. Além disso, é o módulo com o maior esforço fletor
solicitante, uma vez que a distância entre a aplicação das cargas horizontais à este
módulo é maior que a distância para os outros módulos.
48
Pelas hipóteses das rótulas na estrutura descritos no item 3.6, sabe-se que o
momento fletor solicitante será menor que o esforço normal solicitante nas barras. Isso
de fato acontece na estrutura, conforme Tabela 16. Nesta tabela estão apresentados,
em porcentagem, os valores máximos das razões entre a tensão normal no elemento
devido ao momento fletor solicitante e a tensão normal no elemento devido à força
normal solicitante. Apesar do momento fletor solicitante ter sido considerado em todas
as análises por terem sido realizadas em uma planilha programada do Excel, nota-se
que estes poderiam ter sido desprezados nos cálculos das horizontais e diagonais
secundárias. Isso é justificável porque todas as cargas aplicadas são pontuais em nós,
principalmente nós em que coincidem com montante e extremidade das horizontais
principais, sendo transferido apenas esforços normais através das ligações rotuladas.
O alto valor percentual apresentado para as horizontais principais estão justificados pela
aplicação das forças verticais devido a escada, plataforma e ação de sobrecarga,
conforme Figura 21, onde está claro que a força aplicada no meio da barra provoca um
momento fletor na mesma.
Tabela 16 – Tensões solicitante.
𝜎𝑀
⁄𝜎𝐹
Montantes 1,2%
Diagonais Principais 8,6%
Horizontais Principais 17,8%
Diagonais Secundárias 0,3%
Horizontais Secundárias 0,0%
ESFORÇO CORTANTE
A verificação dos esforços cortantes foi realizada para garantir que os elementos
estruturais de fato suportam os esforços internos solicitantes apesar de se saber que
este tipo de esforço terá um baixo valor porque todas as cargas foram aplicadas nos
nós da estrutura. O esforço cortante de cálculo deve ser menor que o esforço cortante
resistente, conforme expressão (22).
𝐹 𝑣 ≤ 𝑉𝑛 (22)
Para esta verificação, foi extraído para o Excel, através do plugin Results
Connect, o maior valor de esforço cortante em cada barra e em cada combinação de
ação no estado limite último, para os eixos locais y e z. Também foi calculado o esforço
cortante resistente em todas as seções. A Tabela 17 confirma que a estrutura está
verificada para o esforço cortante, mostrando o esforço resistente em cada seção de
49
cada elemento, assim como o esforço cortante máximo dentre as barras deste tipo de
elemento, considerando também a subdivisão do tipo de elemento pelas seções.
Para a hipótese do vento frontal, não há deslocamento no eixo global y, uma vez
que todas as cargas horizontais são aplicadas no sentido do eixo x. Enquanto que para
o vento diagonal, haverá rotação em ambos os eixos, com a maior deformação no
50
sentido da resultante da força aplicada, ou seja, com um ângulo de 45° a partir do eixo
x, conforme figuras Figura 11 e Figura 12.
Conforme Tabela 18, todas as rotações estão verificadas no estado limite de
serviço. Nesta tabela é possível confirmar que, conforme esperado, a combinação com
a força do vento como dominante causa um deslocamento horizontal muito maior, e
consequente maior rotação da estrutura. A Figura 29 ilustra a torre deformada para a
hipótese de vento frontal, com suas respectivas dimensões, em um desenho sem escala
para que seja possível visualizar a deformação.
Vento Frontal
Nó Comb. 𝑢𝑥 (cm) 𝑢𝑦 (cm) 𝑢𝑧 (cm) 𝜙𝑋𝑍 𝜙𝑌𝑍 𝜙𝑋𝑌𝑍
17 1 4,61 -0,01 0,54 0°2"38' 0°0"0' -
17 2 15,44 -0,01 0,90 0°8"50' 0°0"0' -
17 3 4,60 -0,02 1,04 0°2"38' 0°0"0' -
33 1 4,63 -0,01 0,23 0°2"39' 0°0"0' -
33 2 15,46 -0,02 -0,13 0°8"51' 0°0"0' -
33 3 4,64 -0,02 0,73 0°2"39' 0°0"0' -
146 1 4,63 0,01 0,23 0°2"39' 0°0"0' -
146 2 15,45 0,00 -0,13 0°8"50' 0°0"0' -
146 3 4,64 0,01 0,73 0°2"39' 0°0"0' -
239 1 4,61 0,01 0,54 0°2"38' 0°0"0' -
239 2 15,43 0,01 0,90 0°8"50' 0°0"0' -
239 3 4,60 0,01 1,04 0°2"38' 0°0"0' -
Vento Diagonal
Nó Comb. 𝑢𝑥 (cm) 𝑢𝑦 (cm) 𝑢𝑧 (cm) 𝜙𝑋𝑍 𝜙𝑌𝑍 𝜙𝑋𝑌𝑍
17 1 3,41 3,43 0,57 0°1"57' 0°1"57' 0°2"46'
17 2 11,43 11,45 1,02 0°6"33' 0°6"33' 0°9"16'
17 3 3,40 3,42 1,08 0°1"56' 0°1"57' 0°2"45'
33 1 3,43 2,27 0,38 0°1"57' 0°1"17' 0°2"21'
33 2 11,45 7,58 0,36 0°6"33' 0°4"20' 0°7"52'
33 3 3,44 2,25 0,88 0°1"58' 0°1"17' 0°2"21'
146 1 2,27 2,28 0,21 0°1"17' 0°1"18' 0°1"50'
146 2 7,57 7,60 -0,19 0°4"20' 0°4"21' 0°6"8'
146 3 2,27 2,29 0,71 0°1"18' 0°1"18' 0°1"50'
239 1 2,25 3,45 0,38 0°1"17' 0°1"58' 0°2"21'
239 2 7,56 11,47 0,36 0°4"19' 0°6"34' 0°7"52'
239 3 2,24 3,45 0,88 0°1"17' 0°1"58' 0°2"21'
51
Figura 29 – Deformação máxima na torre.
52
Figura 30 – Seções que foram simplificadas.
53
Figura 31 – Modelo simplificado recebendo carga de vento na estrutura (a) vento frontal; (b)
vento diagonal.
54
Era de se esperar que os resultados da análise linear e da análise não linear
resultassem em valores diferentes de deslocamentos, o que cria a possibilidade desse
resultado ter ocorrido devido a uma inconsistência na análise não linear do programa
Robot (Autodesk, 2017). Para avaliar essa hipótese, será apresentado abaixo uma
análise não linear para um problema não-linear com solução analítica conhecida.
Figura 32 – Modelo de viga com momento fletor aplicado para a análise não-linear.
𝐿 = 100 𝑚𝑚
𝑀 = 7,86 N ∗ mm
Material:
𝐸 = 12000 𝐺𝑃𝑎
Seção Transversal:
𝑏 = 1,0 mm
ℎ = 0,5 mm
𝐴 = 0,5 mm²
𝐼 = 0,01042 mm4
A carga aplicada irá impor uma deformação conforme mostrado na Figura 33,
com deslocamentos nos eixos x e y para a consideração da análise não linear.
55
Figura 33 – Posição de equilíbrio deformada para a análise não-linear.
56
𝐿
𝜙𝑥𝑦 = (29)
𝑟
𝑢𝑦,𝑁𝐿 = 𝑅(1 − cos 𝜙) (30)
𝑢𝑥,𝑁𝐿 = 𝑅 sin 𝑅 − 𝐿 (31)
onde:
𝑀 = Momento total aplicado
𝐸 = Módulo de elasticidade do material
𝐼 = Momento de inércia da seção
𝑟 = Raio de curvatura formado com a deformação da barra
𝐿 = Comprimento da barra
𝜙𝑥𝑦 = Ângulo de rotação em x=L
𝑢𝑦,𝐿 = Deformação vertical na análise linear
𝑢𝑦,𝑁𝐿 = Deformação vertical na análise não-linear
𝑢𝑥,𝑁𝐿 = Deformação horizontal na análise não-linear
Utilizando o programa Excel, os resultados de deslocamento e rotação na
extremidade livre da barra para a solução analítica são mostrados na Tabela 21 e os
resultados da solução computacional na Tabela 22.
57
Tabela 22 – Resultados da solução computacional do problema.
58
Figura 35 – Deformação na análise não liinear.
59
5. Conclusão
60
6. Bibliografia
61
NBR6123, A., 1988. Forças devidas ao vento em edificações. Rio de Janeiro:
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas.
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(Metodo dos Estados Limites). Rio de Janeiro: ABNT - Associação Brasileira de Normas
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para telecomunicações visando o projeto de novo modelo de torre autoportante, Porto
Alegre, RS, Brasil: Tese de Mestrado, Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
62
Anexo A – Tabelas de coeficientes
para cálculos nos estados limites
Combinações
Ações Especiais ou
Normais Excepcionais
de construção
Peso próprio de estruturas 1,25
1,15 (1,00) 1,10 (1,00)
metálicas (1,00)
Peso próprio de estruturas pré- 1,30
1,20 (1,00) 1,15 (1,00)
moldadas (1,00)
Peso próprio de estruturas
moldadas no local e de elementos 1,35
1,25 (1,00) 1,15 (1,00)
construtivos industrializados e (1,00)
Permanentes empuxos permanentes
Peso próprio de elementos
1,40
construtivos industrializados com 1,30 (1,00) 1,20 (1,00)
(1,00)
adições in loco
Peso próprio de elementos
1,50
construtivos em geral e 1,40 (1,00) 1,30 (1,00)
(1,00)
equipamentos
Indiretas 1,20 (0) 1,20 (0) 0 (0)
Efeito de temperatura 1,20 1,00 1,00
63
Tabela 24 - Fatores de combinação. Fonte: (NBR8800, 2008).
Ações ψ0 ψ1 ψ2
Locais que não há predominância de pesos e de
equipamentos que permanecem fixos por
0,5 0,4 0,3
longos períodos de tempo, nem de elevadas
concentrações de pessoas
Cargas
acidentais de Locais em que há predominância de pesos e de
edifício equipamentos que permanecem fixos por
0,7 0,6 0,4
longos períodos de tempo, ou de elevadas
concentrações de pessoas
Bibliotecas, arquivos, depósitos, oficinas e
0,8 0,7 0,6
garagens e sobrecargas em coberturas
Pressão dinâmica do vento nas estruturas em
Vento 0,6 0,3 0,0
geral
Variações uniformes de temperatura em relação
Temperatura 0,6 0,5 0,3
à média anual local
Passarelas de pedestres 0,6 0,4 0,3
Cargas móveis Vigas de rolamento de pontes rolantes 1,0 0,8 0,5
e seus efeitos Pilares e outros elementos ou sobrestruturas
dinâmicos que suportam vigas de rolamento de pontes 0,7 0,6 0,4
rolantes
64
Anexo B – Cálculo do carregamento
do vento
65
Figura 36 - Isopletas da velocidade básica 𝑉0 (m/s). Fonte: (NBR6123, 1988).
66
Figura 37 – Fator Topográfico 𝑆1(𝑧) .
67
Tabela 26 - Fator de rugosidade 𝑆2 . Fonte (NBR6123, 1988).
Categoria
I II III IV V
Z (m)
Classe Classe Classe Classe Classe
A B C A B C A B C A B C A B C
5 1,06 1,04 1,01 0,94 0,92 0,89 0,88 0,86 0,82 0,79 0,76 0,73 0,74 0,72 0,67
10 1,10 1,09 1,06 1,00 0,98 0,95 0,94 0,92 0,88 0,86 0,83 0,80 0,74 0,72 0,67
15 1,13 1,12 1,09 1,04 1,02 0,99 0,98 0,96 0,93 0,90 0,88 0,84 0,79 0,76 0,72
20 1,15 1,14 1,12 1,06 1,04 1,02 1,01 0,99 0,96 0,93 0,91 0,88 0,82 0,80 0,76
30 1,17 1,17 1,15 1,10 1,08 1,06 1,05 1,03 1,00 0,98 0,96 0,93 0,87 0,85 0,82
40 1,20 1,19 1,17 1,13 1,11 1,09 1,08 1,06 1,04 1,01 0,99 0,96 0,91 0,89 0,86
50 1,21 1,21 1,19 1,15 1,13 1,12 1,10 1,09 1,06 1,04 1,02 0,99 0,94 0,93 0,89
60 1,22 1,22 1,21 1,16 1,15 1,14 1,12 1,11 1,09 1,07 1,04 1,02 0,97 0,95 0,92
80 1,25 1,24 1,23 1,19 1,18 1,17 1,16 1,14 1,12 1,10 1,08 1,06 1,01 1,00 0,97
100 1,26 1,26 1,25 1,22 1,21 1,20 1,18 1,17 1,15 1,13 1,11 1,09 1,05 1,03 1,01
120 1,28 1,28 1,27 1,24 1,23 1,22 1,20 1,20 1,18 1,16 1,14 1,12 1,07 1,06 1,04
140 1,29 1,29 1,28 1,25 1,24 1,24 1,22 1,22 1,20 1,18 1,16 1,14 1,10 1,09 1,07
160 1,30 1,30 1,29 1,27 1,26 1,25 1,24 1,23 1,22 1,20 1,18 1,16 1,12 1,11 1,10
180 1,31 1,31 1,31 1,28 1,27 1,27 1,26 1,25 1,23 1,22 1,20 1,18 1,14 1,14 1,12
200 1,32 1,32 1,32 1,29 1,28 1,28 1,27 1,26 1,25 1,23 1,21 1,20 1,16 1,16 1,14
250 1,34 1,34 1,33 1,31 1,31 1,31 1,30 1,29 1,28 1,27 1,25 1,23 1,20 1,20 1,18
300 - - - 1,34 1,33 1,33 1,32 1,32 1,31 1,29 1,27 1,26 1,23 1,23 1,22
350 - - - - - - 1,34 1,34 1,33 1,32 1,30 1,29 1,26 1,26 1,26
400 - - - - - - - - - 1,34 1,32 1,32 1,29 1,29 1,29
420 - - - - - - - - - 1,35 1,35 1,33 1,30 1,30 1,30
450 - - - - - - - - - - - - 1,32 1,32 1,32
500 - - - - - - - - - - - - 1,34 1,34 1,34
Grupo Descrição S3
Edificações cuja ruína total ou parcial pode afetar a
segurança ou possibilidade de socorro a pessoas após
1 sua tempestade destrutiva (hospitais, quartéis de 1,10
bombeiros e de forças de segurança, centrais de
comunicação, etc.)
68
Finalmente, o próximo passo é a determinação do coeficiente de arrasto 𝐶𝑎 . Para
isso, a norma (NBR6123, 1988) indica que é necessário encontrar o Índice de área
exposta, ou seja, a razão entre a área frontal efetiva de um reticulado e a área frontal
da superfície limitada pelo contorno do reticulado, conforme equação (37).
𝐴𝑒
𝜔= (37)
𝐴𝑡
A partir desses valores, encontra-se o coeficiente de arrasto 𝐶𝑎 para cada
módulo, de acordo com seu respectivo índice de área exposta, utilizando a Figura 38.
Figura 38 - Coeficiente de arrasto 𝐶𝑎 , para torres reticuladas formadas por barras prismáticas de cantos
vivos. (NBR6123, 1988).
Onde
𝛼
𝐾𝛼 = 1 + 125 ≤ 1,16. (39)
69
Figura 39 - fator de proteção 𝜂, para dois ou mais reticulados paralelos igualmente afastado. Fonte:
(NBR6123, 1988).
70
Anexo C – Detalhamento do
dimensionamento dos elementos
71
esforços normais (𝑁𝑑 ⁄𝑁𝑟 ) versus momentos fletores (𝑀𝑑 ⁄𝑀𝑟 ) conta com uma variação
de sua reta na região de esforços normais reduzidos, a equação (43) foi então
desenvolvida para a verificação de flexo-compressão.
𝑁𝑑 𝑁𝑑 8 𝑀𝑑
𝑃𝑎𝑟𝑎 ≥ 0,2 + ≤ 1,0
𝑁𝑟 𝑁𝑟 9 𝑀𝑟
𝑁𝑑 𝑁𝑑 𝑀𝑑 (43)
𝑃𝑎𝑟𝑎 < 0,2 + ≤ 1,0
𝑁𝑟 2𝑁𝑟 𝑀𝑟
Os esforços solicitantes normais (𝑁𝑑 ) e fletores (𝑀𝑑 ) em cada barra são gerados
automaticamente pelo Robot no Excel através do plug-in “Results Connect”. Enquanto
os esforços resistentes são calculados a partir das propriedades geométricas e
mecânicas de cada barra, conforme 4.1, com as expressões descritas a seguir.
A norma brasileira (NBR8800, 2008) traz uma abordagem completa em relação
ao cálculo dos esforços normais, contemplando também os casos de cantoneiras,
portanto esta norma será utilizada neste trabalho. Porém, esta deixa a desejar no cálculo
do momento fletor resistente, por não especificar critérios para as particularidades de
uma cantoneira. Por isso, este trabalho utilizará os critérios definidos na norma
americana (ANSI/AISC360-05, 2005) para definição dos momentos fletores resistentes.
Antes de calcular o esforço normal resistente, é necessário verificar o índice de
esbeltez das barras conforme item 3.2.3. Sendo aprovada neste parâmetro, devemos
então partir para o cálculo do esforço normal resistente, ou seja, o valor do esforço
normal que causará instabilidade à haste. Este limite pode ser dado na tensão de
escoamento do aço, na perda de instabilidade por flambagem global ou na perda de
instabilidade por flambagem local. Existem critérios a partir de parâmetros como o índice
de esbeltez que classificam as barras e determinam qual dos mecanismos citados
anteriormente se dará a perda de instabilidade da barra.
A norma brasileira (NBR8800, 2008) define a força axial resistente de cálculo,
que pode ser visualizada na expressão (44). Esta equação considera todos os
mecanismos possíveis de perda de instabilidade através dos parâmetros 𝜒 e 𝑄 para
flambagem global e local, respectivamente. Note que tirando esses parâmetros, a
equação se resume ao esforço resistente por compressão no limite de escoamento da
barra, com a tensão de escoamento 𝑓𝑦 multiplicado pela área 𝐴𝑔 , reduzido pelo fator
𝛾𝑎1 .
𝜒𝑄𝐴𝑔 𝑓𝑦
𝑁𝑟 = (44)
𝛾𝑎1
72
O fator de redução 𝜒 devido à perda de estabilidade por flambagem global é
dado nas equações (46) e (47) considerando o índice de esbeltez reduzido 𝜆0 como
parâmetro. Este, por sua vez, é definido na expressão (45), onde 𝑁𝑒 é a força axial de
flambagem elástica.
𝑄𝐴𝑔 𝑓𝑦
𝜆0 = √ (45)
𝑁𝑒
Para 𝜆0 ≤ 1,5:
2
𝜒 = 0,658𝜆0 (46)
Para 𝜆0 > 1,5:
0,877
𝜒= (47)
𝜆0 2
Sendo 𝑁𝑒𝑦 a carga crítica para flambagem elástica por flexão em relação ao eixo
y e 𝑁𝑒𝑧 a flambagem por torção em relação ao eixo longitudinal z, dados por (50) e (51),
respectivamente.
𝜋 2 𝐸𝐼𝑦
𝑁𝑒𝑦 = 2 (50)
(𝐾𝑦 𝐿𝑦 )
73
1 𝜋 2 𝐸𝐶𝑤
𝑁𝑒𝑧 = [ + 𝐺𝐽] (51)
𝑟0 2 (𝐾𝑧 𝐿𝑧 )2
Onde:
𝐾𝑥 𝐿𝑥 , 𝐾𝑦 𝐿𝑦 , 𝐾𝑧 𝐿𝑧 são os comprimentos de flambagem em relação aos eixos x, y
e z, respectivamente;
𝐾𝑥 , 𝐾𝑦 , 𝐾𝑧 são os ceficientes de flambagem em relação aos eixos x, y e z,
respectivamente;
𝐼𝑥 , 𝐼𝑦 são os momentos de inércia em relação aos eixos x, y e z, respectivamente;
𝐸 é modo de elasticidade do aço;
𝐶𝑤 é a constante de empenamento da seção transversal;
𝐺 é o módulo de elasticidade transversal do aço;
𝐽 é a constante de torção da seção transversal;
𝑟0 é o raio de giração polar da seção bruta em relação ao centro de cisalhamento,
dado por(52), onde 𝑟𝑥 e 𝑟𝑦 são os raios de giração em relação a x e y e 𝑥0 e 𝑦0 são as
coordenadas do centro de cisalhamento em relação a x e y.
𝑟0 = √𝑟𝑥 2 + 𝑟𝑦 2 + 𝑥0 2 + 𝑦0 2 (52)
𝐾𝑥 𝐿𝑥 = 45𝑟𝑥 + 𝐿𝑥 (54)
74
𝑦𝑏 𝑓
𝑄 = 1,340 − 0,76 𝑡 √ 𝐸 (55)
𝑏 𝐸
Para ≤ 0,91√ :
𝑡 𝑓𝑦
0,53𝐸
𝑄= 𝑏 2 (56)
𝑓𝑦 ( )
𝑡
75
𝑀𝑦 = 𝑓𝑦 𝑊 (57)
Onde:
𝑓𝑦 é a tensão de escoamento do aço
𝑊 é o módulo elástico da seção
não se aplica
𝐸 𝑏 𝐸
0,54√𝑓 < 𝑡
≤ 0,91√𝑓 - Seção Semicompacta:
𝑦 𝑦
𝑏 𝑓𝑦
𝑀𝑛 = 𝑓𝑦 𝑆𝑐 (2,43 − 1,72 √ )
𝑡 𝐸 (58)
𝑏 𝐸
> 0,91√ - Seção esbelta:
𝑡 𝑓𝑦
0,71𝐸
𝑀𝑛 = 𝑆𝑐 (59)
𝑏 2
( )
𝑡
76
instabilidade em torno dos eixos principais de inércia, considerando-se então o
comprimento 𝐿 conforme Figura 41.
Figura 41 – Comprimentos de flamabgem global em torno dos eixos principais de inércia devido
ao momento fletor.
𝑀𝑦
𝑀𝑛 = (1,92 − 1,17√ ) 𝑀𝑦 ≤ 1,5𝑀𝑦 (62)
𝑀𝑒
77