17/12/2018
O Dragão no Começo da Aventura
I
magine poder começar um RPG imediatamente no
meio de uma batalha caótica, em meio à destruição
causada por um dragão vermelho terrível? Parece
uma boa forma de iniciar uma campanha, já
deixando os jogadores preocupados e empolgados?
Bem, é isso que busco ajudar vocês a criarem hoje
através desse módulo!
Meu Projeto com Vocês (Receba mais
PDFs)
Sou o Leonardo Schabbach, criador do premiado podcast
Pensando RPG e do blog Pensando Dungeons & Dragons, e
esse é um projeto de PDFs e e-books que envolverá módulos
de RPG e dungeons, pequenas ambientações para vilões,
aventuras e mais. Aqui pretendo trazer diferentes tipos de
materiais de RPG para vocês, enviando-os sempre por e-mail
(embora vá colocar no site também).
Por isso mesmo, indico a todos que assinem a nossa
newsletter no site, para que possam receber sempre o
material (PDFs e E-books).
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Mais sobre meus livros (importante)
Além das ambientações e módulos de RPG, tenho
também uma série de ficção de fantasia
fortemente baseada nas aventuras de D&D (Os
Arautos dos Anciões).
Anciões) A ideia é criar uma série de
pequenas histórias (como uma série literária) em
que vou desenvolver um grupo de personagens e
suas aventuras ao longo do tempo. A primeira
pequena aventura já saiu. E pode ser encontrada na
Amazon para leitura (mesmo que você não tenha
Kindle, basta baixar o APP do Kindle para Ipad,
Celular ou PC e ler com extrema qualidade). Logo,
se gostar do que escrevo e quiser ajudar a manter o
projeto de materiais de RPG, você pode comprar e
ler o livro!
Basta clicar aqui, comprar, curtir e ajudar!
O Dragão no Começo
Como dito, esse módulo busca trazer algumas ideias
diferentes de como se iniciar uma campanha, de nível baixo,
utilizando um encontro com um poderoso dragão, que poderá
ou não ser utilizado mais a frente na sua aventura. Como
muito dos módulos que crio, tento torná-lo flexível a ser
encaixado em qualquer RPG. E, por isso, dou instruções de
como utilizar as ideias aqui contidas em situações variadas.
Pretendo trazer também exemplos de narração para que você
possa utilizar integral ou parcialmente na aventura.
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Por que um dragão logo
no começo?
A ideia de se iniciar com um ataque de dragão no começo da
aventura é para já dar um tom mais dramático ao jogo - e de
certa forma empolgar os jogadores. No entanto, a ideia não é
que eles enfrentem o dragão, mas que precisem escapar da
cidade que é atacada, podendo já perder amigos, parentes ou
objetos importantes no caminho. Toda essa destruição une o
grupo mais facilmente, pois os força, imediatamente, a
passar por cima de dificuldades em conjunto. Além disso,
cria-se também um possível vilão recorrente (como será
trabalhado adiante) muito interessante. Abre-se, ainda,
espaço para o mistério em sua aventura. Afinal, como um
dragão ancião aparece assim do nada para destruir uma
cidade? Quais são seus planos? Ele foi manipulado? O que
está ocorrendo para que algo terrível assim tenha acontecido,
uma vez que não é normal que um dragão ancião ataque uma
grande cidade desta forma, até pelo seu instinto de
autopreservação? Isto é, embora a criatura seja
extremamente poderosa, atacar uma grande cidade é sempre
perigoso por causa do número de defensores e de melhores
fortificações. Logo, tem-se um mistério que pode ser
levantado pelos jogadores ou por algum NPC para que já se
tenham ganchos interessantes de aventura, ganchos que
envolvem um mistério a ser descoberto. E mistérios
costumam gerar jogadores bem mais engajados ao longo da
campanha e até fora dela, já que discutem entre si para
especular sobre as razões para o ataque do dragão. E isso
gera, naturalmente, mais diversão.
Qual o nível da aventura?
Como usar o e-book?
Como dito, a ideia é que seja a abertura de uma campanha.
Logo, deve envolver personagens de primeiro nível, podendo
haver subidas de nível ainda dentro desse módulo de
aventura. Vale lembrar que essa fuga da cidade também pode
ser usada como uma aventura de uma ou duas sessões. De
qualquer modo, você poderá usar o módulo de duas formas.
Uma delas envolve apenas dar as ideias de como utilizar o
dragão, de plantar alguns mistérios e de fazer como você -
como mestre - preferir. A outra consiste em utilizar algumas
tabelas randômicas para sortear eventos que os jogadores
podem encontrar.
Neste caso, há duas formas possíveis de se utilizar os
efeitos randômicos. Caso seus jogadores gostem da
imprevisibilidade do dado, você poderá pedir eventualmente
que, após se movimentarem algum tempo pela cidade, eles
rolem o dado e você veja o que aconteceu. A outra forma, que
eu particularmente prefiro, é colocar algumas opções para os
jogadores no começo da aventura (como aqui será indicado) e
rolar o que irá acontecer, para que você possa criar em cima
do que foi gerado randomicamente, como sempre falo no
Podcast do Pensando RPG (vale checar no Spotify e
agregadores de podcast - clique aqui e veja no SPOTIFY).
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Logo, agora irei dar alguns exemplos de narrativa e uma ideia
geral de como iniciar uma campanha utilizando um dragão
ancião. Irei também dar algumas opções de mistérios
envolvendo o dragão e de como ele pode ser utilizado no
futuro da campanha. Depois, colocarei algumas tabelas
randômicas e indicações de como estruturar a aventura para
quem quiser.
Início da Aventura. Como
juntar o grupo?
Essa aventura é feita para ser adaptável a qualquer campanha
que se jogue, mesmo que não seja de D&D ou de jogos
similares no sistema d20 (embora seja mais voltada para
eles). Ela deve ser iniciada, portanto, em alguma grande
cidade, famosa por sua corte e por um poder mercantil
intenso, que deve ser importante dentro do mundo em que se
joga, mas não deve ser a cidade mais importante do cenário.
O jogo começa com o ataque já realizado. Os jogadores
podem ter as mais variadas ambientações. Afinal, por ser
uma grande cidade, ela abarca desde mercadores, até
ladinos, clérigos, mercenários, músicos, etc. Por algum
motivo, durante o ataque, o grupo de jogadores foi isolado em
um determinado local, com mais alguns habitantes, e precisa
arrumar um jeito de sair dali. Neste caso, sugerir que alguns
dos jogadores tenham ambientações interligadas é bastante
útil, uma vez que, caso dois personagens já se conheçam, será
natural que eles puxem todo o grupo a tomar decisões.
Podem ser ligações até rasas, como dois mercadores que já
se conhecem ou dois mercenários que já trabalharam juntos.
A partir de então, eles terão que tomar suas escolhas para
conseguir fugir vivos da cidade ou sobreviver nela.
Informações para o Mestre
(Ambientação)
Gorak, o Perverso, é um dragão vermelho ancião que,
aparentemente por ganância, decidiu tomar uma das cidades
mais valiosas do reino para si. Há, no entanto, algo de
estranho nessa empreitada. Por mais que um dragão ancião
seja perigoso o suficiente para tomar uma cidade de tal
importância, trata-se de uma ação razoavelmente perigosa.
Além disso, exatamente por ser uma cidade importante, é
esperado que reforços e heróis venham para derrotar o
dragão. Ele estaria, por isso, declarando guerra. Deixe que os
jogadores façam testes e dê algumas pistas desse
estranhamento para levantar o mistério. Ou, numa campanha
mais Old School, permita que os jogadores conversem com
pessoas na sala e consigam dicas de que isso é de fato algo
estranho.
Além disso, há ainda mais coisas estranhas no ataque do
dragão à cidade. Ele vem com um pequeno contingente de
Meio-Dragões vermelhos, talvez seus filhos, que servem
como generais para um pequenos exército de Kobolds e
Homens-Lagarto. Alguns desses Homens-Lagarto (poucos)
possuem ainda Wyverns como montaria. Ou seja, o dragão
veio preparado para a guerra. Mas seria somente ele a suprir
tais exércitos. Haveria algum movimento por trás daquilo
tudo?
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Por que o uso dos Wyverns?
Em uma aventura de nível 1, colocar Wyverns e
Meio-Dragões não seria algo perigoso para a
campanha? E sim. A resposta é sim. Mas
justamente para que os jogadores sintam o medo e
o terror do ataque. E saibam que precisam tomar
muito cuidado para, ao se movimentarem, não
alertarem nenhum dos comandantes Meio-Dragões
ou alguns dos patrulheiros de Wyvern. Isso
significa lutar sem fazer tanto barulho, pensar
muito em cada movimentação, etc. É algo que trará
desafio ao jogo e peso às decisões dos jogadores.
Afinal, não há como sair dali simplesmente
matando tudo pelo caminho. Além disso, abre-se a
possibilidade de os jogadores, por medo,
preferirem sobreviver dentro da cidade ou, até,
quem sabe se oferecerem como servos para o
dragão.
O ideal é que haja respostas para esses mistérios. E que você,
como mestre, já tenha os desenvolvido ou os desenvolva
conforme os próprios jogadores forem criando suas teorias e
descobrindo pistas. Aqui, descrevo uma possibilidade de uso
que acho interessante e que posso desenvolver até como um
módulo mais longo de campanha que envolve o Culto
Elemental (Maligno).
Caso gostem da ideia, deixem-me saber que posso
continuar com essa ambientação. Mas utilizarei aqui essas
ideias para mostrar como vocês podem desenvolver o
mistério trazido pela invasão do Dragão.
O Culto Elemental
(Maligno)
Ignar é um poderoso sacerdote humano, líder do Culto
Elemental. Trata-se de um poderoso feiticeiro louco, que
busca trazer os elementais lendários - Terra (Zaratan), Água
(Leviathan), Ar (Elder Tempest) e Fogo (Phoenix), todos
presentes no livro Mordenkainen's Tome of Foes - para que
eles, na forma dessas criaturas apocalípticas, tragam a
destruição e acelerem o que ele chama de processo de
punição da humanidade, trazendo o caos e a redenção natural
para um povo que quase destruiu a terra. Ele, naturalmente,
é apoiado também por uma facção grande de druidas, que
pensam da mesma forma. E está também disposto a fazer o
sacrifício necessário para invocar tais criaturas, uma vez que,
para invocar entidades tão poderosas, o processo costuma
tirar a vida do invocador. Vale lembrar que Ignar não é mais
poderoso do que o dragão ancião e, no caso de uma
campanha longa, deve ser o chefe final da aventura, quando
os jogadores estiverem entre o nível 11 a 13. O dragão pode
estar sempre presente e ser uma ameaça que deve ser
evitada. Mesmo numa luta final, os heróis poderiam enfrentar
Ignar em algum templo dentro de uma grande caverna, no
topo de uma montanha, precisando evitar o dragão para
chegar até lá. Caso os jogadores decidam se unir ao culto
elemental, eles então precisarão enfrentar os heróis que
querem impedir os planos de Ignar.
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O Plano de Ignar e o
Motivo da Invasão
O sacerdote tem um objetivo simples, invocar um ou mais
dos elementais lendários e acelerar o apocalipse. E todo o
seu culto de feiticeiros e druidas busca este mesmo objetivo.
Vale lembrar que o Culto Elemental tem seus membros
também em outras classes, pessoas infiltradas na nobreza,
etc. Algo que pode ser bem útil ao longo de uma campanha.
Mas por que invadir a cidade? Bem, o que o Culto descobriu é
que aquela específica cidade tem em seu solo um tipo raro de
rocha, que possui pouco valor para a maioria das pessoas,
mas que é absolutamente essencial (em quantidades
enormes) para se realizar o feitiço de invocação de um ou
mais elementais lendários. Logo, tornou-se necessário não só
invadir como também tomar a cidade. Somente assim, seria
possível criar uma enorme área de mineiração, utilizando,
inclusive, os próprios habitantes como escravos para escavar.
Isso, ao longo da campanha, gera até um desenvolvimento
interessante. Afinal, caso os jogadores continuem observando
a cidade ou recebendo notícias sobre ela, sobre a sua
transformação em um campo de mineiração gigantesco, isso
pode os colocar na trilha certa de investigação.
Logo, a invasão à cidade se deu por este motivo. Ignar
pretende escavar grandes quantidades da rocha e invocar os
elementais. Você, como mestre, pode definir se ele invocará
um de cada vez, gerando uma aventura em que os jogadores
buscam impedir essas invocações, ou os quatro de uma vez
só, trazendo o apocalipse total (o que eu sugeriria, por causa
dos planos de Ignar). No caso da opção dos quatro, isso
permite aos jogadores sabotarem ou roubarem os
carregamentos de rocha para atrasar os planos do feiticeiro.
Onde será feito o Ritual?
Como dito, sugere-se que toda a rocha extraída do
campo de mineiração seja levada por um longo
caminho até uma grande montanha. Nela, existe
um templo sagrado do Culto Elemental, dentro de
uma grandiosa caverna, que possui energia o
suficiente para a realização do ritual. O processo
longo de transporte das rochas permite,
naturalmente, que os jogadores possam interceptar
a carga e atrapalhar os planos do culto sem
enfrentar Ignar ou o dragão diretamente. Permite
também a vocês criar outras cidades e outras
pequenas conspirações com as quais os jogadores
podem lidar conforme sobem de nível.
Os Planos do Dragão
Naturalmente, um dragão vermelho ancião dificilmente
submeter-se-ia aos planos de um mero feiticeiro mortal.
Gorak finge ser um grande fiel do Culto Elemental e diz que
procura também trazer o apocalipse. No entanto, por toda a
vaidade e ganância dos dragões cromáticos, ele acredita que
pode invocar e controlar os elementais lendários.
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E, em realidade, um Dragão Ancião é tão poderoso quanto um
deles (mas não todos juntos). No entanto, este pode ser um
ponto em que a vaidade do dragão o traia, já que ele não
poderá controlar tais criaturas. Todavia, aqui pode-se incluir
uma outra linha de aventuras, em que o dragão, com seus
próprios seguidores, procura por um artefato mágico que o
permita controlar um dos elementais ou até mesmo todos.
Tudo isso, certamente, gera muitas possibilidades de
investigação, além também de permitir que o jogadores criem
intriga entre o dragão e Ignar, especialmente se tiverem se
submetido a eles como servos.
Na invasão à cidade, o dragão Gorak foi forçado a levar pelo
menos alguns dos membros de nível moderadamente elevado
do Culto, como druídas, bárbaros, etc. Isso porque Ignar
naturalmente se mantém desconfiado. E isso ocorreu, pois o
dragão fez questão de movimentar apenas os seus servos
para a invasão da cidade, levando uma milícia de Wyverns,
Meio-Dragões, Homens-Lagarto e Kobolds. Afinal, ele quer
ter o controle total sobre as rochas, para que o ritual seja
apenas feito quando ele achar que esta preparado para
controlar os elementais lendários. Desconfiado, Ignar exigiu
que ao menos alguns dos membros do Culto estivessem
envolvidos na negociação, plantando assim alguns espiões
para investigar as ações do dragão.
Cena inicial e
desenvolvimento
O jogo começa na capela (ou catedral) central da cidade. Os
personagens dos jogadores correram e buscaram abrigo ali
no momento em que o dragão atacou a cidade. Em termos de
descrição, pode-se dizer que o dragão atacou de surpresa,
destruindo todas as defesas junto com os cavaleiros de
Wyverns e, somente depois, o seu pequeno exército veio.
Afinal, ele não queria estragar a surpresa do ataque (haverá
um box com uma breve descrição para se utilizar no início
como exemplo). Agora, os personagens estão presos ali,
mantendo algumas barricadas. Assim que o jogo começa,
eles podem conversar com as outras pessoas presentes e
descobrir mais sobre a cidade e sobre possíveis planos de
fuga. O sacristão avisará aos jogadores que há uma passagem
secreta por debaixo do santuário que leva até um beco
próximo aos limites da cidade. Por ali, seria possível escapar,
tomando os cuidados necessários, uma vez que o número de
servos do dragão ainda não é suficiente para vigiar toda a
muralha da cidade. No entanto, será difícil escapar da própria
visão do dragão e de seus patrulheiros. Todavia, caso o grupo
consiga de fato escapar pelos muros, o mais provável é que os
dragões e seus servos não os persigam, ao menos não com
muito contingente, uma vez que, pelo tamanho da cidade, há
muito mais com o que se preocupar e o que controlar lá
dentro.
Os jogadores, então, podem optar por tentar escapar
sozinhos, tentar escapar junto com as pessoas que estão no
santuário (não são muitas, mas dificultam muito passar
despercebido), tentar manter as defesas no santuário/migrar
de construção para construção organizando uma resistência
ou se entregar ao dragão se oferecendo como servos. Para
isso, é interessante se narrar uma cena (vista pelas frestas
das barricadas do santuário) em que pessoas prometem
seguir o dragão e ele, embora os trate como vermes, aceite
desde que ofertem riquezas, pouprando suas vidas.
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Caso os jogadores optem por fugir, aí sim trago para vocês
algumas tabelas randômicas para ilustrar algumas
possibilidades do que pode ocorrer. Vale lembrar também
que a opção de se entregar como servo (seja verdadeiramente
ou para tentar espionar e escapar) também pode gerar
grandes aventuras e uma longa e tensa conversa com o
próprio dragão! Enfim, aqui segue também um exemplo de
narração para abrir a aventura.
A Chegada do Dragão
Vocês se encontram em (Cidade com nome a sua
escolha). Ao longo do dia, mergulham nas suas
ruas estreitas... mas cheias de pessoas e de um
barulho intenso de movimentação, típico de um
grande centro mercantil. Vocês sentem o cheiro
gostoso das carnes grelhadas de uma das tavernas
mais famosas da cidade, o sussurro de conversas
paralelas por todas as direções e o som de rodas e
de ferramentas de uma comunidade grande e viva.
No entanto, ao cair da tarde, um urro terrível cruza
o ar, como um grito de terror e de augúrio. A
espinha de vocês gela, vocês engolem em seco. E
o grito se espalha, ecoando por toda a cidade e
colocando todas as pessoas em polvorosa.
Crianças choram, os pais as pegam e carregam no
colo. No rosto, uma expressão de horror, de quem
procura desesperadamente por abrigo. Dos céus,
desce um monstruoso dragão vermelho, cuspindo
um fogo ardente e intenso nas torres da cidade,
obliterando seus guardas, derretendo pedra e
metal. A cidade pega fogo. O despero cresce. Nada
escapa e nada parece sobreviver. Vocês correm em
desespero até a pequena catedral da cidade, que
parece dar algum tipo de proteção. Algumas horas
se passam e o som de metal batendo contra o chão
e contra escudos indica que o dragão trouxe
reforços. Pelas frestas das barricadas que agora
bloqueiam as janelas da catedral, vocês vêem um
pequeno exército de terríveis criaturas... Homens-
Lagarto, Kobolds, alguns generais que parecem
com dragões humanóides e até mesmo algumas
criaturas dracônicas, com escamas prateadas e uma
espécie de ferrão em seu rabo. A cidade está
citiada. E vocês cercados... (a partir daí, você pode
falar das outras pessoas no local, deixar que eles
perguntem sobre o que tem no santuário, etc).
Após a Primeira Decisão
Aqui coloco algumas tabelas randômicas, para que você
possa criar algumas possibilidades do que pode acontecer
nessa aventura após a tomada da primeira decisão. Neste
caso, a primeira rolagem (na tabela 1) acontece caso 1 ) os
jogadores decidam fugir, seja com as pessoas presentes no
santuário ou não, e 2) se decidirem fazer uma resistência e
vagar pela cidade ou salvar mais pessoas. Nesse caso, mais
rolagens provavelmente serão feitas. Caso os jogadores
decidam colaborar com o dragão, aí serão necessários cenas
tensas de conversa com os Meio-Dragões e, após, com o
próprio Gorak.
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Há também uma tabela 2 com alguns encontros randômicos,
que pode ser utilizado em conjunto com a tabela um ou não.
Lembrando que a rolagem randômica serve para seguir
como guia para a aventura, mas não precisa ser usada ou
seguida à risca. Outros eventos podem ser rolados também.
E, por fim, há uma terceira tabela com locais onde é possível
se fazer um descanso longo (curto também, mas os
descansos curtos são mais fáceis de serem criados pelos
próprios jogadores). Isso se torna importante, pois, como o
nível é ainda muito baixo, após alguns encontros com
inimigos (de 2 a 4), é interessante se dar a possibilidade de
descanso para os jogadores. No entanto, eles não precisam
saber disso e até perder a oportunidade de descansar.
Tabela de Eventos Randômicos
Dado Evento randômico
1-2 Um desmoronamento bloqueia o caminho, seja no
esgoto, por onde podem tentar fugir, ou pedras
bloqueando o caminho que eles precisavam seguir.
Os jogadores precisam encontrar outro caminho
(role outro evento) ou tentar desbloquear o
caminho, quebrando ou removendo os destroços
(nesse caso role um encontro randômico)
3-4 Os jogadores escutam barulhos de passos que
podem que levam a um encontro randômico (role
um encontro randômico - se os jogadores
estiverem escondidos, eles apenas observam o que
acontece e decidem o que fazer)
5-6 Os jogadores escutam um barulho intenso de bater
de asas e um Wyvern passa voando por suas
cabeças. Eles não sabem se foram percebidos ou
não e precisam lidar com isso.
7-8 Os jogadores encontram um Wyvern caído e ferido,
quase morto. Caso se aproximem, vêem um o corpo
de um comandante da cidade. O corpo possui um
chaveiro com a chave mestra da cidade. Agora eles
podem procurar pelos caminhos mais diversos
(esgotos, portões principais ou não, prédios
públicos, etc)
9-10 O grupo se depara com criminosos que, na
confusão, fugiram da prisão da cidade. Eles lutam
em conjunto contra dois homens-lagarto montados
em um Wyvern (que está preso ao chão por cordas).
Os criminosos não tratam bem os jogadores e
ameaçam. Mas uma conversa e negociação é mais
do que possível, ainda mais se os jogadores
ajudarem no combate. Essa pode ser uma boa,
porém perigosa, forma de escapar com aliados
inusitados. O Wyvern não pode voar, mas ataca
normalmente, o que pode ser um combate mortal,
embora se tenha a ajuda dos criminosos
A tabela de eventos randômicos pode deve ser utilizada
para definir logo o primeiro acontecimento da trama, mas
pode, naturalmente, ser utilizada outras vezes, tanto
randomicamente quanto por escolha do mestre. E,
novamente, são só algumas boas ideias a se trabalhar, mas
não obrigatórias. Agora segue a tabela de encontros
randômicos.
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Tabela de Encontros Randômicos
Dado Encontro randômico
1-2 Um Wyvern, com dois homens-lagarto montados
em suas costas, aterrisa muito próximo aos
jogadores, mas nenhum deles os vê
automaticamente. Esconder-se é possível e até
mesmo fácil, já que um Wyvern é um combate
absolutamente mortal nesse nível, mas os jogadores
podem ficar tentados a usar diferentes estratégias,
conversar, etc. Se atacarem, caso sejam derrotados,
serão levados com vida como prisioneiros, pois o
dragão quer novos servos e escravos
3-4 Os jogadores dão de frente com três homens
lagartos que fazem sorrateiramente sua patrulha. O
encontro surpreende tanto o grupo quanto os
monstros, por ser quase um "esbarrão". Os
homens-lagarto também buscam fazer prisioneiros
5-6 Os jogadores escutam barulho de alguém pedindo
por ajuda, preso em algum escombro. Se forem
ajudar, 5 kobolds atacam em uma armadilha. Se
qualquer personagem tiver uma percepção passiva
de 14, o grupo não é surpreendido e rola iniciativa
normalmente. Caso algum jogador ativamente faça
um teste de percepção antes de ajudar a pessoa
(Dificuldade 14), ele verá os Kobolds escondidos e
espalhados. A pessoa presa é de fato alguém
pedindo ajuda que os Kobolds usaram como isca.
Eles não obedecem o Dragão nesse caso, pois
querem matar em vez de fazer prisioneiros, levando
as riquezas para seu mestre. Em um dos encontros
randômicos desse tipo, a pessoa salva pode ser
alguém importante, ou alguém que pode ajudar os
jogadores a melhor navegar pela cidade (ou até
mesmo ser um membro do grupo de criminosos
que pode vir a ajudar os jogadores, como visto nos
eventos randômicos)
7-8 Os jogadores escutam o barulho de 1d6 Kobolds
atacando pessoas na rua ou em algum tipo de
estabelecimento
9-10 Aqui 1d4 homens-lagarto descobrem o rastro dos
jogadores e tentam surpreendê-los. Jogue a
furtividade deles contra a percepção passiva mais
alta do grupo ou contra a percepção ativa de valor
mais alto (alguém que desconfia de que pode estar
sendo seguido e se mantém sempre de vigia)
E agora segue a tabela de alguns eventos, que parecerão
eventos randômicos, mas que servem na verdade como
localidades em que os jogadores podem descansar com
absoluta segurança. Valendo lembrar que, mesmo que optem
pela fuga, ainda encontrarão muita dificuldade pelo caminho,
o que vale mais de uma rolagem nos eventos e encontros
randômicos. Caso decidam vagar pela cidade para salvar
mais pessoas e coletar mais informações, aí os eventos serão
ainda mais valiosos e recorrentes, assim como os locais para
descansar.
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Tabela de Locais de Descanso
Dado Locais de Descanso
1-2 Os jogadores escutam barulhos de humanos
conversando em uma casa de madeira. Ela está
barricada. Lá dentro há alguns membros do exército
com algumas pessoas se protegendo do ataque
3-4 Um grande pedaço de construção se choca com o
chão na frente dos jogadores (um grande sino que
cai de uma torre ou algo parecido). O chão desaba e
eles caem. Um teste de Acrobacia (Dificuldade 12)
é necessário para não receber 1d4 de dano na
queda. O desmoronamento bloqueia a saída. Os
jogadores se vêem em uma galeria rochosa ainda
não descoberta (é o tipo de rocha que Ignar quer
mineirar). Acham estranho e podem pesquisar um
pouco sobre aquela estranha rocha (com testes de
história, arcana, etc), que revela ser uma rocha de
pouco valor, mas que já foi importante para antigas
sociedades, só não se sabe o porquê. Um teste ativo
de percepção ou investigação (Dificuldade 10)
revela também uma pequena corrente de água pura.
Os jogadores podem descansar ali. Depois,
seguindo a corrente, encontram um pedaço de
parede mais frágil por onde ela passa. Quebrando-o,
saem em um riacho próximo ao centro da cidade. A
saída criada por eles fica bem escondida na
plantação e pode ser usada como local de descanso
recorrente. Sair no centro da cidade significa que
andaram significativamente para "trás" na rota de
fuga
5-6 Os jogadores escutam o barulho de alguém os
chamando. É um humano, que gera certa
desconfiança (embora seja de confiança) que os
chama de um pequeno buraco que leva aos esgotos.
Ali, é possível se fazer um descanso longo sem
problemas
7-8 Os jogadores encontram a entrada para o esgoto,
vazia. Se não andarem muito para dentro de outras
câmaras, podem descansar por ali.
Enfim, essas são todas as tabelas e as sugestões para a
aventura de vocês. Espero que tenham gostado e que
divulguem e apoiem sempre o trabalho! Grande abraço a
todos!
5/5