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Semestral.
610 p.
CDU-34 (05)
ISSN 2236-3009
Cognitio Juris
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Impresso no Brasil
Printed in Brazil
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SUMÁRIO
ARTIGOS
CARA PRA BATER, MAS SEM COVARDIA, O TAPA VAI DOER, BARRIGA
VAZIA : PROBLEMATIZANDO O SISTEMA DE JUSTIÇA CRIMINAL E
SUAS VERDADES A PARTIR DA PESQUISA EMPÍRICA COM
COMPOSITORES DE RAP
Mari Cristina de Freitas Fagundes; Ana Clara Correa Henning......... 144
8| Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
SOBRE A REVISTA
CONSELHO CIENTÍFICO
Markus Samuel Leite Norat
Brasil
Membro-Diretor Geral e Editorial
Doutorando em Ciências Jurídicas e Sociais; Pós-Graduação em Direito
Eletrônico; Pós-Graduação em Direito Civil, Processo Civil e Direito do
Consumidor pela UNIASSELVI - Centro Universitário Leonardo da Vinci -
ICPG - Instituto Catarinense de Pós Graduação; Pós-Graduação em Direito
de Família; Pós-Graduação em Direito do Trabalho e Direito Processual do
Trabalho pela ESA-PB - Escola Superior da Advocacia da Paraíba -
Faculdade Maurício de Nassau; Pós-Graduação em Direito Ambiental pelo
Centro Universitário de João Pessoa - UNIPÊ; Extensão universitária em
Direito Digital pela Escola Paulista da Magistratura do Tribunal de Justiça
de São Paulo; Extensão universitária em Didática Aplicada pela UGF;
Extensão universitária em Novas Tecnologias da Aprendizagem: Novas
Plataformas pela UGF; Extensão universitária em Políticas Educacionais
pela Universidade Gama Filho; Extensão universitária em Aspectos
Filosóficos pela UGF; Curso de Capacitação em Direito do Consumidor VA
pela Escola Nacional de Defesa do Consumidor - ENDC-DPDC-SENACON-
Ministério da Justiça; Curso de Proteção de Dados Pessoais pela ENDC;
Curso de Defesa da Concorrência VA pela ENDC; Curso de Crimes Contra as
Relações de Consumo pela ENDC; Curso para o Jovem Consumidor pela
ENDC; Curso de Formação de Tutores 1 DC pela ENDC; Curso de Formação
de Tutores 2 DC pela ENDC; Curso de Práticas Eleitorais pela Escola
Superior de Advocacia da OAB PB; Advogado; Coordenador do
Departamento de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão das Faculdades de
Ensino Superior da Paraíba - FESP Faculdades; Professor do Centro
Universitário de João Pessoa - UNIPÊ; Professor do Departamento de Pós-
Graduação da Fundação Escola Superior do Ministério Público da Paraíba;
Professor da Escola Nacional de Defesa do Consumidor do Ministério da
Justiça; Membro Coordenador Editorial de Livros Jurídicos da Editora Edijur
(São Paulo); Membro-Diretor Geral e Editorial da Revista Científica Jurídica
Cognitio Juris, ISSN 2236-3009, www.cognitiojuris.com; Membro
Coordenador Editorial da Revista Ciência Jurídica, ISSN 2318-1354;
Membro do Conselho Editorial da Revista Luso-Brasileira de Direito do
14 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
Brasil
Membro do Conselho Científico
Master em "Teoria Crítica en Derechos Humanos y Globalización" pela
Universidad Pablo de Olavide, Sevilla - Espanha; Mestre em Direito
Processual e Cidadania pela UNIPAR/PR; Professor da Escola Superior da
Magistratura Trabalhista da Paraíba – ESMAT 13; Professor da graduação e
da pós-g aduaç o latu se su do u so de Di eito do Ce t o U i e sit io
de João Pessoa – UNIPÊ; Juiz do Trabalho no Estado da Paraíba.
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científico, que tratem de qualquer área do Direito.
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Submissão Eletrônica
32 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
Avaliação
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APRESENTAÇÃO
Resumo
O presente artigo tem por objetivo analisar os diversos contornos
que contribuem para a existência da atual crise política no Brasil.
Para tanto, por meio do método dedutivo de abordagem, o presente
estudo utiliza-se da teoria desenvolvida por Roberto Mangabeira
Unger para melhor compreendê-la. Ao final, após a utilização das
técnicas de pesquisa bibliográfica e documental, conclui-se que, há
uma incipiente necessidade de reformulação da estrutura
presidencialista brasileira, por meio da introdução de um sistema de
mútua dissolução e substituição dos poderes ou mecanismo similar,
que seja capaz de realmente equilibrar os poderes e retirar a
democracia nacional da sujeição de divergências frívolas entre
Legislativo e Executivo.
Palavras chave: Crise política. Presidencialismo. Roberto Mangabeira
Unger.
Summary
This article aims to analyze the various outlines that contribute to the
existence of the current political crisis in Brazil. Therefore, through
the deductive reasoning methodology, the present study uses the
theory developed by Roberto Mangabeira Unger to better
1
Bacharel em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.
Mestranda em Direito Público pela Pontifícia Universidade Católica de Minas
Gerais.
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1 INTRODUÇÃO
Desde o fim de 2013 o país vivencia uma expressiva crise política que
culminou em 31 agosto de 2016 com a destituição da ex-Presidente
Dilma Rousseff por meio de um impeachment presidencial.
Considera-se que a insatisfação popular foi o leitmotiv da retirada
prematura do poder da ex-Presidente no início de seu segundo
mandato, contudo, a ocorrência de um segundo impeachment após a
redemocratização do país traz indícios de um desequilíbrio no
sistema presidencialista, ao qual precisa ser dedicado a atenção.
No modelo de presidencialismo adotado no país, além da formação
de coligações eleitorais, aliança feita entre partidos com a finalidade
de disputar as eleições, como ocorreu nas últimas eleições
presidenciais em que, a ex-Presidente Dilma Rousseff, candidata pelo
Partido dos Trabalhadores (PT) formou chapa com seu vice Michel
Temer, do Partido do Movimento Democrático do Brasil (PMDB), o
presidente eleito precisa da formação de coalizões entre partidos,
que vão para além daqueles com os quais constituiu a coligação2.
Essas alianças, então, são formadas, a primeira para eleger o
candidato e a segunda para lhe garantir governabilidade, uma vez
que, Executivo e Legislativo apesar de independentes, como
preceitua o princípio da separação de poderes, também têm suas
2
Uma vez que após eleito, a coligação pode ser desfeita.
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3
Aspe to este ue sof eu odifi aç es deste a es ita dos A tigos
Fede alistas .
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4
Unger (2001) ainda afirma mais, que: o p eside ialis o a e i a o,
copiado no Brasil, como em toda a América Latina, foi desenhado por
Madison para favorecer a perpetuação dos impasses entre os Poderes do
Estado, se p e ue a políti a ge asse p opostas t a sfo ado as. . ,
p. 123).
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O sistema de mútua dissolução e substituição dos poderes
arquitetado por Unger foi publicado em 2001, por meio de sua obra
A segu da ia: p ese te e futu o do B asil , se imaginarmos que
este sistema tivesse sido levado a tona e sido integrado ao sistema
jurídico nacional naquela época, talvez os contornos dos
acontecimentos políticos de 2015 e 2016 tivessem sido outros.
52 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
REFERÊNCIAS
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<https://politica3unifesp.files.wordpress.com/2013/01/74783229-
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dez. 2016.
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BRASIL. Constituição (1988) Constituição da República Federativa do
Brasil. Rio de Janeiro, 1891. Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocomp
ilado.htm>. Acesso em: 24 dez. 2016.
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the Executive. Texas (College Station): The Texas University Press.
LIMONGI, Fernando. A democracia no Brasil: presidencialismo,
coalizão partidária e processo decisório. Novos Estudos - Cebrap,
São Paulo, n. 76, p. 17-41, nov. 2006. Disponível em: <
http://www.scielo.br/pdf/nec/n76/02.pdf>. Acesso em: 24 dez. 2016.
54 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
5
Mestranda em Direito pela Universidade Católica de Pernambuco
(UNICAP). Especialista em Direito Público pela Faculdade de Direito Prof.
Damásio de Jesus. Professora no Curso de Direito da Faculdade
Metropolitana da Grande Recife (FMGR). Advogada.
6
Graduada em Direito pela Faculdade Metropolitana da Grande Recife
(FMGR). Advogada.
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preserved the principle of the dignity of the human person. For the
development of this article, was used as a methodological aspect of
the literature review, with the purpose of observing and expose the
main approaches on the subject.
Keywords: Transvestites/transsexuals. Social name. Dignity of the
human person. Work environment.
INTRODUÇÃO
O ambiente de trabalho, na sua função, se caracteriza
como um espaço democrático, onde além da realização das
atividades inerentes aos funcionários, particulariza-se por ser um
ambiente social, devendo ser um espaço onde se desenvolva
pensamentos críticos e precipuamente questões sociais, incluindo as
relações de gênero.
A partir do momento em que se compreendem as
diferenças sexuais e culturais da coletividade, maquinalmente a
sociedade assemelha valores e ideias sobre a questão sexual,
diferenciando o que é o homem e o que é a mulher. Fato que após tal
distinção representa-se a questão do gênero.
Ocorre que através de tal definição, automaticamente se
passa a estabelecer regras e padrões individuais, apontando assim o
que seria próprio para o homem e o que seria próprio para a mulher,
admitindo-se tais atitudes como decorrentes do comportamento
natural do ser humano.
Compreende-se então que o gênero tem relação direta
com os valores, comportamentos, desejos e disposição social sobre a
questão sexual. Por isso é necessário que se compreenda como é
formada a diferença de gênero, mais precisamente a identidade
sexual. Faz-se necessário que a sociedade, não somente na visão do
ambiente de trabalho, perceba que estes juízos se tratam de
questões pregressas de parte da coletividade e ainda se desmistifique
tais conceitos, para que assim a dignidade da pessoa humana seja
devidamente respeitada e possa abranger todos os cidadãos.
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1. DO NOME SOCIAL
2 A QUESTÃO DO GÊNERO
As relações de gênero dizem respeito às relações
sociais, englobando a estas a percepção humana sobre as diferenças
entre homens e mulheres e o que se permite a cada um. Torna-se
assim uma relação desigual imposta pela sociedade, o que influencia
na construção da identidade sexual.
O conceito de gênero engloba todos os sistemas de
relações entre os indivíduos, podendo ainda incluir o sexo biológico,
porém não é por este determinado, nem determina diretamente a
sexualidade. O gênero, não poderia expandir-se para outros
contextos sem obter um novo significado, visto as transformações
sofridas.
Quando as diferenças entre o feminino e o masculino
são exacerbadas, não se está permitindo que se construa a visão de
uma identidade de gênero, o que gera conflitos, tanto psicológicos
como relacionais. Tais assuntos são objetos de estudos psicológicos
há anos. Na maioria das explicações psicológicas desse campo
preponderou o pressuposto biológico, considerando naturais as
diferenças constitutivas dos seres humanos. (LAGO et al, 2008).
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Percebe-se que o nome social é um instituto que
merece ser tratado com grande estima, pois o mesmo representa
toda a construção acerca da vida do ser humano. Externa-se este na
forma que o indivíduo se autoafirma perante a sociedade.
O gênero esclarece a natureza de mudança nominal,
a qual travestis/transexuais submetem-se, uma vez que representa a
ide tidade se ual, o juízo ue o ho e faz de si es o,
externando este diante de todas as suas relações sociais.
O sexo biológico e a orientação sexual dos indivíduos,
não são fatores determinantes para formação da identidade de
gênero do mesmo, se quer influenciam na construção nominal deste,
por não possuírem relação com os sentimentos internos do ser.
O reconhecimento da necessidade de adequação entre o
nome e a pessoa, é papel fundamental na proteção a salvaguarda da
identidade, tratando-se de um direito de defesa da personalidade.
Negar a possibilidade de utilização deste prenome
configura cerceamento da extensão do princípio constitucional da
dignidade da pessoa humana, que deve se expandir a todos os
cidadãos. Outro princípio previsto no ordenamento jurídico pátrio,
através da Carta Magna de 1988, que legitima a utilização de um
nome condizente com a identidade do indivíduo, é o da igualdade,
que visa à proibição de qualquer forma de discriminação e
preconceito.
A utilização do prenome social é uma grande conquista
alcançada por essa minoria, onde em função daquele, os indivíduos
de fato poderão se inserir na sociedade e se afirmar enquanto
pessoa.
O ambiente de trabalho não se difere do âmbito social,
uma vez que há ali relações entre pessoas, que são essenciais para a
existência do referido. Para que aconteça a inclusão dos
travestis/transexuais deve-se reconhecer a identidade de gênero
destes.
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REFERÊNCIAS
BARROSO, Luís Roberto. A dignidade da pessoa humana no direito
constitucional contemporâneo: A construção de um conceito jurídico
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Editora Fórum, 2014.
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exigência de atestados de gravidez e esterilização, e outras práticas
discriminatórias, para efeitos admissionais ou de permanência da
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República. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Brasília, DF: 1995.
82 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
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417dbf1aa0e09cb10e39/!ut/p/z1/rVTfk5owEP
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de dezembro de 2016.
RIBEIRO, Ana Beatriz Ramalho de Oliveira. A lei 9.029/95 no combate
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<http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_a
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órgãos públicos do Estado de São Paulo e dá providências correlatas.
Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. São Paulo, SP: 2010.
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<http://www.al.sp.gov.br/repositorio/legislacao/decreto/2010/decre
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São Paulo: Editora Saraiva, 2014.
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<http://emporiododireito.com.br/identidades-de-genero-e-direito-
do-trabalho-pela-necessaria-protecao-ao-nome-social-dos-traba
86 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
lhadores-trans-e-travestis-no-ambiente-laboral-por-guilherme-
wunsch/>. Acesso em: 07 de dezembro de 2016.
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7
Advogado. Pós-graduado em Direito do Trabalho e Processual do Trabalho,
Direito Público e Direito Privado.
Auditor – COPASA. Mestrando em Direito Ambiental e Desenvolvimento
Sustentável.
88 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
1 INTRODUÇÃO
Este artigo tem como objetivo estudar a Preservação dos Recursos
Hídricos como Mecanismo Indispensável para a Mineração no Brasil.
É de conhecimento global a importância e indispensabilidade da água
para a atividade de mineração. Logo, se não houver ações imediatas
para preservar a água disponível, ainda que a atividade da mineração
não acabe, será sensivelmente atingida, encarecendo sobremaneira
seu custo. Portanto, partiremos de uma perspectiva de que a água,
recurso natural escasso e insubstituível, é indispensável para a
continuidade da atividade de mineração no Brasil.
Embora a água seja indispensável para todas as atividades humanas,
é indubitável que a atividade minerária seja uma das mais
impactantes para os recursos hídricos, tanto no consumo quanto na
poluição.
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Os bens da União são assim chamados porque é ela, a União, que irá
estabelecer as normas e critérios para sua exploração e também
preservação.
V – Lavagem do minério;
VI – Concentração gravítica;
VII – Processos hidrometalúrgicos e
pirometalúrgicos;
VIII – Preparação de reagentes.
(Freitas, 2012. Pág. 6)
Dessa forma, verificamos que a mineração utiliza água em diversos
dos seus processos, o que justifica tão elevado consumo.
Entretanto, destacamos novamente a necessidade de adotar
procedimentos para que o consumo seja sustentável, garantido
assim a manutenção deste insubstituível e importante recurso
natural para as futuras gerações.
Conforme o Instituto Brasileiro de Mineração – IBRAM:
A água é um recurso natural abundante e
encontrada principalmente nos mares e
oceanos, que cobrem 71% da superfície da
Terra. No entanto, 97% de toda a água
existente é água salgada e apenas 3% é
água doce. Cabe ressaltar que cerca de 2%
dos 3% da água doce do mundo está
congelado nos polos, e apenas 1% é água
doce encontrada no estado líquido.
(IBRAM. 2013. Pág. 87).
O Instituto Brasileiro de Mineração – IBRAM, em estudo mais
complexo, apresentou as interações da água em processos de
mineração. Desse estudo, podemos constatar que o processo de
lavras utiliza grande quantidade de água no desmonte hidráulico,
lavagem de equipamentos e transporte de materiais. Além disso, na
aspersão de pistas e praças para controle de emissão de poeira.
Nos processos de barragens, tanto nas de contenção de sedimentos
quanto nas de rejeito, a água e utilizada na construção de
estruturas com o objetivo de conter sedimentos carreados em
períodos de chuva, garantindo a qualidade do efluente final, no
Cognitio Juris – www.cognitiojuris.com | 101
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ante o exposto, constatamos que a água é recurso indispensável para
as atividades da mineração. Verificamos, também, que a mineração,
embora cause grandes e graves impactos ambientais, é essencial ao
desenvolvimento da humanidade e à boa qualidade de vida da
população. Portanto, ambas são essenciais à sociedade.
Entendemos ser impensável a supressão ou mesmo redução da
atividade de mineração no mundo. Seria uma estagnação, quiçá um
retrocesso imenso, uma vez que todas as tecnologias, todo conforto
e todas os bens e coisas indispensáveis à humanidade dependem
direta ou indiretamente da mineração.
Por essa razão, devemos preservar os bens naturais que são
indispensáveis à atividade da mineração, dentre eles a água, objeto
central do nosso estudo.
A água, como vimos, é importantíssima em diversos processos da
mineração. Podemos ousar dizer que ambos, água e mineração, cada
um na sua proporção, são indispensáveis à vida humana na terra. Por
isso, devemos preservá-las.
110 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Paulo Santos de. O meio ambiente e sua sistematização
constitucional: Breves considerações. In: Âmbito Jurídico, Rio Grande,
XI, n. 52, abr. 2008. Disponível em: <http://www.ambito-
juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo
_id=2666>. Acesso em 30 abr. 2017.
ANTUNES, Paulo de Bessa. Direito Ambiental. 16ª ed. São Paulo:
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reimpressão. Revista, atualizada e ampliada. Belo Horizonte: Del Rey.
2013.
Cognitio Juris – www.cognitiojuris.com | 111
8
Doutor em Políticas Públicas e Formação Humana pela Universidade
Estadual do Rio de Janeiro e Mestre em Ciências Jurídicas pela Universidade
Federal da Paraíba, Professor de Direito do Centro Universitário de João
Pessoa – UNIPÊ.
9
Bacharel em Direito pelo Centro Universitário de João Pessoa – UNIPÊ.
Cognitio Juris – www.cognitiojuris.com | 113
1 INTRODUÇÃO
A preocupação com a relação homem-natureza é milenar. O
homem primitivo ao se sedentarizar e a intervir na natureza, através
da criação de técnicas de produção, visando à subsistência de seus
povoados, inconscientemente, estipulava as bases dessa questão que
perdura até os dias atuais. Nesse contexto, de modo precário, surgia
114 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
Art. 18 - Independentemente de
autorização, os Estados podem legislar, no
caso de haver lei federal sobre a matéria,
para suprir-lhes as deficiências ou atender
às peculiaridades locais, desde que não
dispensem ou diminuam es exigências da lei
federal, ou, em não havendo lei federal e
até que esta regule, sobre os seguintes
assuntos: [...]
a) riquezas do subsolo, mineração,
metalurgia, águas, energia hidrelétrica,
florestas, caça e pesca e sua exploração; [...]
e) medidas de polícia para proteção das
plantas e dos rebanhos contra as moléstias
ou agentes nocivos.
13
De acordo com o art. 8° da Resolução CONAMA 237/97: O Poder Público,
no exercício de sua competência de controle, expedirá as seguintes licenças:
I - Licença Prévia (LP) - concedida na fase preliminar do planejamento do
empreendimento ou atividade aprovando sua localização e concepção,
atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e
condicionantes a serem atendidos nas
próximas fases de sua implementação;
II - Licença de Instalação (LI) - autoriza a instalação do empreendimento ou
atividade de acordo com as especifi cações constantes dos planos,
programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle
ambiental e demais condicionantes, da qual constituem
motivo determinante;
III - Licença de Operação (LO) - autoriza a operação da atividade ou
empreendimento, após a verificação do efetivo cumprimento do que consta
128 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
4 AERÓDROMOS
Pesquisas relacionadas ao tema aeródromo ficam muito
restritas à área governamental, não havendo incentivos específicos
134 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Constituição Federal de 1988 recebeu a alcunha de
Co stituiç o Ve de pela ele ia dada uestão ambiental. Foi o
p i ei o C digo a t aze a e p ess o eio a ie te esta do
presentes dezoito vezes ao longo de seus artigos.
A legislação brasileira avançou em matéria ambiental
acompanhando o movimento de redemocratização da década de 80.
Em 1981, o Brasil criou a lei 6.938 que estabeleceu a Política Nacional
do Meio Ambiente, o que foi um marco no direito ambiental
nacional. E, dentre as várias transformações causadas por essa
norma, destacamos a criação do Sistema Nacional de Meio Ambiente
(SISNAMA) e a normatização do licenciamento como um instrumento
dessa nova abordagem da política ambiental.
Após análise no processo do CEOV, defendemos que deveria
ter sido apresentado, no processo o requerimento de licença
ambiental, o Estudo de Impacto Ambiental, pois o empreendimento
possui grande potencial poluidor, como classificado pelo próprio
CEOV. Entendemos ser necessário o EIA deste empreendimento, pois
não cabe ao órgão licenciador fazer a distinção entre aeródromo ou
aeroclube ou aeroporto e sim fazer a análise da possibilidade de
impacto ambiental, pois as definições estão disponíveis no CBA,
segundo artigos supracitados.
Conclui-se, então, que a omissão do EIA dificultará as futuras
atividades e o diálogo entre a sociedade e o CEOV, tendo em vista
que o processo de AIA não acaba com a expedição da licença.
REFERÊNCIAS
Cognitio Juris – www.cognitiojuris.com | 143
17
Doutoranda em Sociologia pela Universidade Federal da Paraíba. Mestra
em Sociologia pela Universidade Federal de Pelotas. Especialista em Direito
Penal e Processual Penal pelo Complexo Educacional Damásio de Jesus.
18
Professora Adjunta na Universidade Federal de Pelotas. Doutora em
Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina. Mestra em Direito pela
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Mestra em Educação
pela Universidade Federal de Pelotas. Especialista em Direito pela Unisinos.
Cognitio Juris – www.cognitiojuris.com | 145
Introdução
Buscamos aqui apresentar parte de uma pesquisa empírica
realizada no decorrer dos anos de 2014 e 2015, na cidade de Pelotas,
Rio Grande do Sul, Brasil. O objetivo da investigação foi o de
compreender como os compositores de Rap entrevistados
compreendiam o sistema de justiça criminal. A discussão que neste
artigo travamos busca problematizar algumas verdades jurídicas
como igualdade e dignidade humana, a partir de letras de rap e de
entrevistas realizadas com os sujeitos mencionados.
Para isso, trouxemos para o debate o enunciado
i tualidades , demonstrando como chegamos até ele e a sua
potencialidade para pensar o sistema de justiça criminal para além de
códigos e manuais. Além disso, trata-se de um conceito desenvolvido
por Michel Foucault, teórico que sustenta essa escrita e parte da
metodologia que alicerçou a pesquisa.
Nessa senda, com olhos no presente, abordamos o conceito
de sujeição criminal, sinalizando como alguns sujeitos tendem a ser
entendidos como mais criminosos que outros. Diante dessa
abordagem, problematizamos como a ciência jurídica, além de um
importante mecanismo de segurança e ordem, também elege
sujeitos como potencialmente criminosos.
Para efetuar uma melhor abordagem, dividimos o artigo em
três tópicos: primeiramente, efetuamos uma contextualização
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19
Voltaremos a esse ponto abaixo, discutindo a sociedade de normalização
a partir da modernidade.
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20
A pesquisa empírica ocorreu entre os anos de 2014 e 2015 na cidade de
Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil. Nessa oportunidade, foram entrevistados
oito compositores de Rap do município, onde estes demarcaram a existência
de t s ge aç es do Rap: a p i ei a tida o o p e u so a desse itmo
usi al, e gajada o u p otesto ais i isi o, fala do do p e o eito
policial e das desigualdades sociais e raciais; a segunda, reproduzindo parte
desse discurso, mas comprometida, também, em dar maior visibilidade ao
Rap aproximando-se de outros âmbitos; e a terceira, composta a partir dos
anos 2000 e que se preocupa em trazer questões políticas e sociais, mas que
entende que o Rap N o p e isa fi a jo a do sa gue os ou idos das
pessoas , o fo e afi a Pok So a, o po e te da te ei a ge aç o.
Questões que abordaremos adiante.
150 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
ritmo aqui analisado não sejam atravessados por essas questões, não
tragam em suas rimas resquícios desse passado não tão distante;
passado este que constitui a história do parentesco de alguns
entrevistados.
Esses pontilhados históricos se fazem pertinentes para que
possa os ade t a o ue e te de os po políti o a e o ia
das letras e como chegamos até ao Rap para falar em sistema de
justiça criminal. Cabe aqui, desde já, sinalizarmos que esse embate
político travado ao longo dos anos exigiu do Rap e de suas
enunciações modificações nas temáticas abordadas. Ao nos
referirmos a abordagem política, queremos destacar as relações de
poder que o Rap recebeu e propaga através de suas letras. Não são
poucos os artifícios utilizados pelos compositores, para que suas
letras sejam ouvidas e alcancem outros locais que não só o bairro
onde se encontram. Ressaltam a necessidade de construir o
presente, mirando o passado, e valendo-se de outros mecanismos
para proferir seus ditos.
É uma visão minha, não é uma visão que eu
acho que tem que [...], na real, mas eu
acredito que tem que buscar a raiz, tem que
ir aos primórdios, tá ligado? Tipo, tem que ir
lá na raiz pra encontrar o novo pra pelo
menos estruturar uma linha de
pensamento, pra saber por onde andar e se
tu for buscar a raiz do Rap tu vai ver: era um
protesto, né? O que não te impede de fazer
outras coisas, mas era pra isso. Então, pô,
vamo pensar um pouco, vamo arranjar um
jeito de fazer tudo isso junto, tá ligado?
(Zudizilla, componente da terceira geração
do Rap pelotense – FAGUNDES, 2015, p.
36).
Cognitio Juris – www.cognitiojuris.com | 151
21
Destacamos que além desse enunciado, chegamos a outros dois: viver na
e li a e ju e tude, os uais suste ta a o dis u so de Resist ia f e te
ao sistema de justiça criminal, enunciado pelo Rap. A pesquisa está
especificada em FAGUNDES, 2015.
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22
Para um maior aprofundamento quanto aos conceitos de poder
disciplinar, exame e biopoder, sugerimos as seguintes leituras: Foucault,
2009, 1996 e 2005, respectivamente.
158 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
23
Frise-se que as ferramentas de gestão da população criadas pela
biopolítica não atingem somente o direito, pois outras áreas do
conhecimento também se valem desses poderes que conhecem o corpo
individual e a população, como a medicina, a sociologia, psicologia, etc. O
poder disciplinar e o biopoder são ferramentas que constroem a sociedade
de normalização, a qual se vale desses conhecimentos científicos e dos
saberes tidos como das pessoas (FOUCAULT, 2005).
160 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
24
Os Mapas da Violência também são estatísticas que buscam evidenciar
percentuais sobre violência no Brasil. Como já destacado neste texto, não se
entende como uma verdade última o pontuado nos mapas, justamente
porque são estimativas elaboradas através de certos recortes
metodológicos, sendo isso, inclusive, destacado no próprio mapa
(WAISELFISZ, 2014, p. 150), mas não se nega a potencialidade desse estudo
na criação de subjetividades, além de possibilitar verificar o quanto
necessita-se confessar para conhecer a população em diferentes localidades
e, a partir disso, tomar-se medidas de contenção.
Cognitio Juris – www.cognitiojuris.com | 165
Referências
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Paulo. In.: Novos estudos CEBRAP, n. 43, novembro de 1995. p-p. 26-
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170 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
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172 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
Fernanda Trentin25
Karina Souza26
CONSIDERATIONS ON MEDIATION
25
Mestre em Direito pela UFSC. Advogada e professora do Curso de Direito
da UNOESC.
26
Bacharel em Direito pela UNOESC. Escrivã judicial do
Tribunal de Justiça de Santa Catarina.
174 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
and extrajudicial.
Keywords: mediation, conflicts, consensual solution
1 INTRODUÇÃO
Com a entrada em vigor da Lei de Mediação (Lei 13.140, de
26 de junho de 2015) e logo em seguida, do novo Código de
Processo Civil (Lei 13.105, de 16 de março de 2015) o instituto da
mediação passou a ser incorporado por definitivo no sistema
jurídico brasileiro.
Com a aprovação dos dispositivos supra citados e
principalmente com o atual quadro judiciário brasileiro, que se
mostra cada vez mais sobrecarregado de ações e o número de lides
envolvendo conflitos familiares cresce a cada dia, é que se dá maior
importância a soluções consensuais de resolução de conflitos, como a
mediação.
Desta forma, a Mediação, enquanto um método alternativa
de composição de conflitos familiares, pode tornar-se um mecanismo
mais eficiente e efetivo, motivo pelo qual será abordada no presente
artigo.
2 O CONFLITO
O conflito pode considerado como a ruptura da harmonia
que existe entre as inter-relações humanas e expressa para
Mendonça (2006) a subversão dos papéis estabelecidos no
relacionamento, seja este estabelecido de maneira tácita, contratual
ou ainda explicitamente. Relata ainda o autor, que a harmonia é o
respeito dessas funções tratadas em conjunto, e a possibilidade de
convivência pacífica e prazerosa de duas ou mais pessoas que
assumem a sua existência e função.
Surgindo o conflito, imediatamente pensa-se nas formas
existentes para minimizar, senão resolver essa desarmonia. Assim,
para Ávila (2004) a Mediação é o processo de gestão de conflitos que
Cognitio Juris – www.cognitiojuris.com | 175
3.1 A Arbitragem:
A arbitragem pode ser definida como uma técnica que visa
solucionar questões de interesse de duas ou mais pessoas, físicas ou
jurídicas, sobre as quais as partes possam dispor livremente em
termos de renúncia e transação. O árbitro terá poderes para decidir
pelas partes por delegação expressa dos envolvidos, resultante de
uma convenção privada, (GARCEZ, 2004).
Nem todas as questões poderão ser submetidas à
a it age . A lei . / disp e e seu a t. º: As pessoas apazes
de contratar poderão valer-se da arbitragem para dirimir litígios
elati os a di eitos pat i o iais dispo í eis.
Sobre o instituto Ávila (2004), entende que este não favorece
o diálogo, direto entre as partes, uma vez que voluntariamente
elegem um terceiro imparcial e neutro que irá tomar a decisão em
seu lugar.
Sobre a arbitragem Garcez (2004, p. 71):
A arbitragem decorre da vontade expressa
pelas partes na convenção arbitral, que é
gênero, da qual são espécies a cláusula
compromissória (introduzida nos contratos
para submeter qualquer questão contratual
futura a este método) e o compromisso
arbitral (termo que detalha a arbitragem
182 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
3.2 A Conciliação
Acerca do instituto da conciliação Ávila (2004) o define como
sendo um processo que objetiva uma relação positiva entre os
envolvidos, bem como a diminuição do impacto do conflito.
Favorecendo o estabelecimento de um clima de confiança e a
melhoria da comunicação, contudo o conciliador poderá impor e
conduzir o acordo sem necessariamente preocupar-se com a
satisfação dos envolvidos.
No Brasil, o instituto vem sendo vinculado ao procedimento
judicial e exercido por juízes, togados ou leigos, ou por conciliadores
184 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
3.3 Negociação
No que tange ao instituto da Negociação, Ávila (2004) o
define como um conjunto de discussões entre as partes em conflito
que se unem voluntária e temporariamente com a intenção de
resolver os pontos em litígio, a negociação poderá ser feita com a
ajuda de um terceiro normalmente um advogado.
Acerca do tema, Neto (2006) depreende que a negociação é a
base dos demais institutos alternativos de composição de conflitos,
quais sejam a mediação a conciliação e a arbitragem, destacando que
o último é tido como método adversal de composição de conflitos.
Desta a ai da ue a ego iaç o pode se o eituada o o o
processo na qual as partes comunicam suas divergências à outra, por
meio de reuniões, discussões e compromissos, na tentativa de
resolvê-los A e i a A it atio Assotiatio – AAA).
Tentar parecer uma pessoa diferente da que se é nas mesas
de negociações, representa um risco excessivo, porque não se pode
dissimular o tempo todo. O negociador dissimulado poderá ter
perdido a confiança dos demais interlocutores e a sua própria
segurança à mesa de negociações, (GARCEZ, 2004).
3.4 Mediação
Sobre uma compreensão mais ampla do instituto da
Mediação, pode-se afirmar que todos somos mediadores, uma vez
que em algum momento de nossas vidas, já intervimos em uma
discussão entre pessoas de nossas relações, e as auxiliamos na
chegada de uma solução para o problema. Pode-se afirmar que todos
possuímos alguma experiência intuitiva na resolução de conflitos
(AZEVEDO, 2009).
O autor faz esta definição sobre a Mediação justamente para
diferenciar a mediação empírica que todos têm algum conhecimento,
186 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
aplicada a este tipo de conflito. Uma vez que o seu objetivo não é
reconciliar um casal em crise, sendo assim, uma forma de auxílio ao
casal separando, para que possam negociar seus desacordos,
direcionando seu divórcio se ocupando dos filhos, uma vez que a
relação parental jamais será extinta, e continuarão sendo pais ainda
que não exista mais a relação conjugal.
Neste norte, Garcez (2004) defende que quanto mais nos
aproximamos da solução judicial do conflito maiores serão os custos
emocionais, financeiros, e de tempo. Neste sentido a Mediação
ocupa um lugar privilegiado, logo após a negociação, sendo uma
solução alternativa de composição de conflitos de maior crescimento
em todo o mundo. A Mediação é uma união das teorias e práticas das
disciplinas da psicologia, assessoria, direito, além de outros serviços
relacionados no campo das relações humanas.
Para o autor a meta das pessoas envolvidas na mediação não
é levar os envolvidos aos tribunais, triunfando sobre os oponentes,
mas sim recuperar ou melhorar a satisfação das necessidades dos
envolvidos.
Corroborando para esta ideia, Tartuce (2008), destaca que a
grande vantagem da Mediação é permitir a continuidade da relação
entre as partes em uma perspectiva futura.
Acerca do instituto da Mediação técnica Yarn apud Azevedo
(2009), traz ótima definição:
[…]
um processo autocompositivo segundo o
qual as partes em disputa são auxiliadas por
uma terceira parte, neutra ao conflito, ou
um painel de pessoas sem interesse na
causa, para auxiliá-las a chegar a uma
composição. Trata-se de uma negociação
assistida ou facilitada pou um mais terceiros
na qual se desenvolve processo composto
por vários atos procedimentais pelos quais
188 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A inserção da mediação nas audiências previstas nos arts. 303
3 334 do CPC certamente beneficiarão as partes, na condição de ter
Cognitio Juris – www.cognitiojuris.com | 189
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Abstract: the paper formulates and delimits the hypothesis that the
efficacy of the norms that recognize the rights of citizenship in Brazil,
thus understood the entirety of civilians, political and social rights of
the citizens, and the corresponding duties of the State, is a problem of
constitutionalisation of the Law, just as this phenomenon occurs in
the Brazilian experience, starting with the promulgation of the
Constitution of 1988.
Keywords: Aplicability. Citizenship. Effectiveness.
Introdução
No Brasil, a eficácia das normas constitucionais, em
geral, e das normas que reconhecem os direitos de cidadania, em
particular, é, por si só, um problema jurídico em aberto. Há diversas
60 So e os is os de a alizaç o ou a a alizaç o da
Constituição, no bojo do fenômeno da constitucionalização do Direito, a
e ela o ue ha a de u i uidade o stitu io al , e Da iel Sa e to
(in: SOUZA NETO; SARMENTO, 2007, p. 113-148).
61 Nas palavras de Barroso (2013, p. 387), a Constituição de 1988
te a i tude sup e a de si oliza a t a essia de o ti a asilei a e de
ter contribuído decisivamente para a consolidação do mais longo período de
estabilidade política da história do país. Não é pouco. Mas não se trata da
Constituição da nossa maturidade institucional. É a constituição das nossas
216 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
circunstâncias. Por vício e por virtude, seu texto final expressa uma
heterogênea mistura de interesses legítimos de trabalhadores, classes
econômicas e categorias funcionais, cumulados com paternalismos, reservas
de mercado e privilégios. A euforia constituinte – saudável e inevitável após
tantos anos de exclusão da sociedade civil – levou a uma Carta que, mais do
ue a alíti a, p oli a e o po ati a . No es o se tido, essalta do o
a te di ige te da Co stituiç o asilei a de , ue pa e e i pli a a
constitucionalização de tudo, mas pode incidir na constitucionalização de
nada, v. Gilberto Bercovici (in: SOUZA NETO; SARMENTO, 2007, p. 167-175).
62 Sobre questões relativas ao ganho ou déficit democráticos da
filtragem constitucional, v. Sarmento (in: SOUZA NETO; SARMENTO, 2007, p.
134-142). Para uma crítica a possíveis excessos na filtragem constitucional,
sobretudo na exagerada invocação de princípios, v. Paulo Ricardo Schier (in:
SOUZA NETO; SARMENTO, 2007, p. 251-269).
Cognitio Juris – www.cognitiojuris.com | 217
Considerações Finais
É possível afirmar que existem três ordens de problemas
jurídicos relativos aos direitos de cidadania, entendidos como uma
forma particular dos direitos fundamentais, na qual se ressalta o
vínculo político-jurídico entre o cidadão e o Estado: o problema da
legitimidade, relacionado ao constitucionalismo, isto é, às decisões
constituintes sobre o Estado de Direito; o problema da validade,
relacionado à constitucionalidade, isto é, à conformação dos atos
estatais às normas constitucionais; e o problema da eficácia,
relacionado à constitucionalização, isto é, à função da Constituição
na vida social e política.
No Brasil, avultam os problemas da legitimidade e da
eficácia. Com efeito, a eficácia dos direitos de cidadania em nosso
país é tanto um problema do constitucionalismo quanto da
constitucionalização à brasileira.
Cognitio Juris – www.cognitiojuris.com | 225
Referências Bibliográficas
BARACHO, José Alfredo de Oliveira. Teoria Geral da Cidadania: a
plenitude da cidadania e as garantias constitucionais e processuais.
São Paulo: Saraiva, 1995.
226 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
72
Graduado em Direito pela UFPE. Mestrando em Direito pela UFPE, na área
de Hermenêutica Jurídica. Advogado.
230 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
INTRODUÇÃO
O presente artigo tem como objetivo apresentar algumas
maneiras, ainda que de forma sucinta, pelas quais o Princípio da
Proporcionalidade, protagonista na dogmática jurídica
contemporânea, tem se relacionado com a esfera do Direito
Processual, a partir de sua aplicação a certos princípios processuais e,
particularmente, através de seu vínculo com o Princípio do Devido
Processo Legal.
Para tanto, buscou-se traçar algumas noções teóricas da
Proporcionalidade, bem como situá-la historicamente, inicialmente
partindo da ideia de Juízo de Ponderação e das teorias ponderativas
de princípios (que ganharam espaço a partir do momento em que a
constituição se tornou protagonista na esfera jurídica). Além disso,
procurou-se mostrar também a evolução da Proporcionalidade, no
que se refere à sua fase inicial, restrita ao Direito Administrativo, e à
sua fase atual, após um nítido procedimento de constitucionalização.
Em momento posterior, será realizado um desenvolvimento
histórico do Princípio do Devido Processo Legal, que remete a
Cognitio Juris – www.cognitiojuris.com | 231
73
Para Rousseau, o parlamento e a lei represe ta ia a o tade ge al de
um povo, a qual se diferencia das vontades particulares, por buscar o bem
comum da sociedade. Paulo Gustavo Gonet Branco afirma que Rousseau
acreditava que o que viesse do parlamento, por meio de leis gerais, refletiria
necessariamente o bem comum e, por isso, nenhuma pessoa racional
poderia deixar de aderir ao comando. Coagi-los a tanto significa respeitar a
232 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
75
Idem, p. 38.
234 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
76
Idem, p. 48.
Cognitio Juris – www.cognitiojuris.com | 235
77
É o exemplo do caso colacionado a seguir, em que há uma disputa pela
posse de um terreno no estado do RS. Por se tratar de bem da União, não
entra em questão a possibilidade de transferência da propriedade por
usucapião. Na situação, a pessoa jurídica de direito privado América Latina
Logística Malha Sul S.A. (ALL) requer a reintegração na posse de uma antiga
garagem da União, objeto de contrato de arrendamento, há anos
desati ada, a ual e se do utilizada o o asa po u a tigo o ado
de rua e sua família. Como se verifica, trata-se de um clássico exemplo de
conflito entre direitos de primeira e de segunda gerações. Segue trecho do
voto do relator: Co pulsa do os autos, e ifi o ue e a auto a, o a
apelada, nem a proprietária do bem (União Federal) dão qualquer
destinação social ao imóvel, enquanto o apelante reside no local juntamente
com sua família. Tenho que há evidente colisão de direitos. E, em casos
como o presente, deve-se aplicar o método da ponderação, através do qual
se avalia, na situação concreta, se a satisfação de um direito fundamental
(direito à propriedade) justifica a não-satisfação do outro (direito à
moradia). Diante disso, tenho que a solução mais adequada ao feito é a
efo a da se te ça, a te do o apela te a posse do e . BRASIL.
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul. 17ª Câmara Cível.
Apelação Cível n. 70056294556/Comarca de Rosário do Sul. Relator: ALVES
DA SILVA, Luiz Renato. Data de publicação: 18-11-2013, p. 4. Disponível em:
<http://tj-rs.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/113376768/apelacao-civel-ac-
70056294556-rs/inteiro-teor-113376777>. Acesso em: 10-01-2017.
236 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
78
PERELMAN, Chaïm. Lógica Jurídica. São Paulo: Martins Fontes, 2004, p.
95.
Cognitio Juris – www.cognitiojuris.com | 237
79
BOBBIO, Norberto. A Era dos Direitos. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004, p. 6.
80
Para o Realismo Jurídico, as teorias interpretativas, a legislação, os
princípios jurídicos têm apenas uma função de justificação em uma decisão
judicial, previamente tomada por razões ocultas, quais sejam, os juízos
subjetivos dos magistrados. A esse respeito, afirma Luis Alberto Warat o
seguinte: Nega do ue as o as ju ídi as possi ilitem uma previsão
infinita das consequências jurídicas, os realistas chegam a produzir um
exagerado ceticismo frente a ditas normas gerais. Negam-lhe todo valor.
Afirmam alguns, inclusive, que as normas gerais são um conjunto de
enunciados metafísicos que cumprem somente a função retórica de justificar
as decisões dos juízes. Assim, o pensamento realista em relação ao
formalista é um pensamento iconoclasta. Não deixa, entretanto, de construir
ídolos substitutivos. Para o realismo a atividade do juiz é basicamente um
ato de vontade, devendo-se considerar como fontes dessa vontade todos os
motivos que influem em seu ato de decisão. O realismo chega, inclusive, a
afirmar em suas vertentes extremas, que a lei é só um álibi que permite
encobrir, tecnicamente, os juízos subjetivos de valor do juiz. Dito de outra
forma, a lei outorgaria uma estrutura racional aos componentes irracionais
que determinam a decisão do juiz. Levada às últimas consequências, esta
postura afirma que uma dor qualquer, a opinião da sogra do juiz, sua
situação social, o clima do tribunal, os meios de comunicação são, em
muitas hipóteses, as causas reais dos processos de elaboração das decisões,
o ati a e te disfa çadas. I WARAT, Luis Alberto. Introdução Geral ao
Direito: interpretação da lei, temas para uma reformulação. Porto Alegre:
Sergio Antonio Fabris Editor, 1994, p. 57.
238 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
81
GONET BRANCO, Paulo Gustavo. Juízo de Ponderação na Jurisdição
Constitucional – pressupostos de fato e teóricos reveladores de seu papel e
de seus limites. Tese apresentada ao Programa de Doutorado em Direito da
Cognitio Juris – www.cognitiojuris.com | 239
84
DWORKIN, Ronald. Levando os Direitos a Sério. São Paulo: Martins
Fontes, 2010, pp. 39-42.
242 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
85
Idem, p. 165.
86
ALEXY, Robert. Teoria dos Direitos Fundamentais. São Paulo: Malheiros
Editores, 2011, p. 43.
Cognitio Juris – www.cognitiojuris.com | 243
87
Idem, pp. 90-91.
88
Idem, pp. 116-117.
244 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
89
NEVES, Marcelo. Entre Hidra e Hércules – princípios e regras
constitucionais como diferença paradoxal do sistema jurídico. São Paulo:
Martins Fontes, 2014, pp. 64-65.
246 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
90
GRABITZ, Eberhard. Der Grundsatz der Verhältnismässigkeit in der
Rechts-prechung des Bundesverfassungsgerichts. Aör, 1973/498, pp. 569 e
570. Apud BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional. 15º ed. São
Paulo: Malheiros Editores, 2004, p. 395.
91
HODNIKI, Juliana Ferreira; GUERRA, Renata Rocha. Aplicação do Princípio
da Proporcionalidade no Devido Processo Legal. Artigo apresentado como
resultado do Programa de Bolsa Institucional de Iniciação Científica
(PIBIC/CNPQ), Projeto: F- 011/2005. Uberlândia, 2005, p. 3.
Cognitio Juris – www.cognitiojuris.com | 247
92
Idem, pp. 3 e 4.
248 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
93
GONET BRANCO, Paulo Gustavo. Juízo de Ponderação na Jurisdição
Constitucional – pressupostos de fato e teóricos reveladores de seu papel e
de seus limites. Tese apresentada ao Programa de Doutorado em Direito da
UnB, como requisito para a obtenção do título de Doutor em Direito.
Brasília, 2008, pp. 208 e 209.
Cognitio Juris – www.cognitiojuris.com | 249
94
Nome original do tópico. In PEREIRA, Ruitemberg Nunes. O Princípio do
Devido Processo Legal Substantivo. Rio de Janeiro: Renovar, 2005, p. 5.
95
Idem, pp. 5 e 6.
250 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
96
Idem, pp. 10-12.
Cognitio Juris – www.cognitiojuris.com | 251
97
Idem, pp. 13-15.
98
Idem, pp. 17-23.
252 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
99
Idem, pp. 25-27.
100
Nome original do tópico. In PEREIRA, Ruitemberg Nunes. O Princípio do
Devido Processo Legal Substantivo. Rio de Janeiro: Renovar, 2005, p. 27.
Cognitio Juris – www.cognitiojuris.com | 253
101
Idem, pp. 27-30.
102
Idem, pp. 30-36.
254 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
103
Idem, pp. 37 e 38.
Cognitio Juris – www.cognitiojuris.com | 255
104
Idem, pp. 40-45.
256 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
105
Idem, pp. 46-48.
106
Idem, p. 53.
107
Idem, pp. 56 e 57.
Cognitio Juris – www.cognitiojuris.com | 257
108
Observe-se que em Portugal, por exemplo, não se utiliza a expressão
de ido p o esso legal , as si u a e ui ale te: p o esso e uitati o .
109
DIDIER JR., Fredie. Curso de Direito Processual Civil: introdução ao
Direito Processual Civil, parte geral e processo de conhecimento – vol. 1. 18ª
ed. Salvador: Ed. Jus Podivm, 2016, pp. 65 e 66.
258 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
110
MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz; MITIDIERO, Daniel.
Novo Curso de Processo Civil: Teoria do Processo Civil – vol. 1. 2ª ed. São
Paulo: Ed. Revista dos Tribunais, 2016, pp. 541 e 542.
111
DIDIER JR., Fredie. Curso de Direito Processual Civil: introdução ao
Direito Processual Civil, parte geral e processo de conhecimento – vol. 1. 18ª
ed. Salvador: Ed. Jus Podivm, 2016, p. 67.
Cognitio Juris – www.cognitiojuris.com | 259
112
Idem, p. 69.
113
Idem, p. 69.
260 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
114
Idem, p. 68.
Cognitio Juris – www.cognitiojuris.com | 261
115
Idem, p. 69.
116
Idem, pp. 69 e 70.
262 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
117
Idem, pp. 71 e 72.
Cognitio Juris – www.cognitiojuris.com | 263
118
MATTOS, Sérgio Luís Wetzel de. Devido Processo Legal e Proteção de
Direitos. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2009, p. 97. Apud DIDIER JR.,
Fredie. Curso de Direito Processual Civil: introdução ao Direito Processual
Civil, parte geral e processo de conhecimento – vol. 1. 18ª ed. Salvador: Ed.
Jus Podivm, 2016, p. 71.
Cognitio Juris – www.cognitiojuris.com | 265
119
ÁVILA, Humberto. O ue é Devido P o esso Legal ? . Revista de
Processo. São Paulo: RT, 2008, n. 163, p. 57. Apud DIDIER JR., Fredie. Curso
de Direito Processual Civil: introdução ao Direito Processual Civil, parte
geral e processo de conhecimento – vol. 1. 18ª ed. Salvador: Ed. Jus Podivm,
2016, p. 73.
266 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
120
HODNIKI, Juliana Ferreira; GUERRA, Renata Rocha. Aplicação do Princípio
da Proporcionalidade no Devido Processo Legal. Artigo apresentado como
resultado do Programa de Bolsa Institucional de Iniciação Científica
(PIBIC/CNPQ), Projeto: F- 011/2005. Uberlândia, 2005, p. 16.
Cognitio Juris – www.cognitiojuris.com | 267
121
TJRS - AgI 70.001.229.517, 3ª Câm. Cív., rel. Dês. Augusto Otávio Stern, j.
14-09-2000. In HODNIKI, Juliana Ferreira; GUERRA, Renata Rocha. Aplicação
do Princípio da Proporcionalidade no Devido Processo Legal. Artigo
apresentado como resultado do Programa de Bolsa Institucional de Iniciação
Científica (PIBIC/CNPQ), Projeto: F- 011/2005. Uberlândia, 2005, p. 16.
122
Idem, pp. 16 e 17.
268 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
123
TJRS – Agravo de Instrumento Nº 70064855562, Vigésima Câmara Cível,
Relator: Carlos Cini Marchionatti, Julgado em 12/11/2015.
Cognitio Juris – www.cognitiojuris.com | 269
124
HODNIKI, Juliana Ferreira; GUERRA, Renata Rocha. Aplicação do Princípio
da Proporcionalidade no Devido Processo Legal. Artigo apresentado como
resultado do Programa de Bolsa Institucional de Iniciação Científica
(PIBIC/CNPQ), Projeto: F- 011/2005. Uberlândia, 2005, p. 18.
270 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
CONCLUSÃO
O artigo procurou oferecer, inicialmente, uma breve visão
histórica do Princípio da Proporcionalidade, abordando a sua fase
inicial, limitada ao Direito Administrativo, e seu momento atual,
expandido aos demais ramos jurídicos, inclusive o processual, em
razão de ter adquirido status constitucional, tornando-se um
elemento imprescindível nos principais ordenamentos jurídicos
ocidentais.
Nesse contexto, a fim de aprofundar a compreensão do
Princípio, foi traçado igualmente um panorama evolutivo da relação
entre lei e constituição no direito europeu continental, desde o
positivismo legalista do século XIX, marcado pela supremacia da lei,
até o pós-positivismo da segunda metade do século XX e do século
XXI, protagonizado pela constituição, pelo juízo de ponderação e pelo
próprio Princípio da Proporcionalidade. Apresentou-se ainda algumas
das principais teorias ponderativas de princípios: a de Ronald
Dworkin e a de Robert Alexy – essa última centrada justamente na
Proporcionalidade.
Posteriormente, procedeu-se à descrição de outra evolução
histórica, dessa vez do Princípio do Devido Processo Legal, mostrando
a sua origem nos direitos medievais germânico e inglês, ressaltando a
sua feição substantiva nesse momento embrionário.
Por fim, o mesmo princípio processual foi conceituado no
direito brasileiro contemporâneo, tanto em sua dimensão
procedimental como substantiva, destacando-se, porém, o modo
como essa última fundamenta o Princípio da Proporcionalidade (e da
Razoabilidade), em uma verdadeira criação jurídica nacional.
Ademais, no último subcapítulo, buscou-se ainda apresentar
Cognitio Juris – www.cognitiojuris.com | 271
REFERÊNCIAS
ALEXY, Robert. Teoria dos Direitos Fundamentais. São Paulo:
Malheiros Editores, 2011.
BOBBIO, Norberto. A Era dos Direitos. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional. 15º ed. São
Paulo: Malheiros Editores, 2004.
DIDIER JR., Fredie. Curso de Direito Processual Civil: introdução ao
Direito Processual Civil, parte geral e processo de conhecimento –
vol. 1. 18ª ed. Salvador: Ed. Jus Podivm, 2016.
DWORKIN, Ronald. Levando os Direitos a Sério. São Paulo: Martins
Fontes, 2010.
GONET BRANCO, Paulo Gustavo. Juízo de Ponderação na Jurisdição
Constitucional – pressupostos de fato e teóricos reveladores de seu
papel e de seus limites. Tese apresentada ao Programa de Doutorado
em Direito da UnB, como requisito para a obtenção do título de
Doutor em Direito. Brasília, 2008.
HART, Herbert Lionel Adolphus. O Conceito de Direito. São Paulo:
Martins Fontes, 2009.
HODNIKI, Juliana Ferreira; GUERRA, Renata Rocha. Aplicação do
Princípio da Proporcionalidade no Devido Processo Legal. Artigo
apresentado como resultado do Programa de Bolsa Institucional de
272 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
ABSTRACT: The present work aims to analyse the main aspects of the
theories of economic development, starting with some stylized facts
of development/underdevelopment and later discussing the
contribution of some pioneer thinkers on the subject: Paul
Rosenstein-Roda a d his Big Bush Theo , Rag a Nu kse a d his
Bala ed G o th Theo a d fi all , Al e t O. Hi s h a a d his
125
Mestranda em Direito Políticas Públicas e Desenvolvimento Regional pelo
Centro Universitário do Pará –, Graduada em Direito pelo Centro
Universitário do Pará - CESUPA.
274 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
1. INTRODUÇÃO
A história do pensamento econômico126 ensina que, a idéia
de dese ol i e to e o i o – no sentido de progresso regular
e prosperidade crescente – já estava presente em boa parte das
preocupações dos economistas clássicos. Entretanto, o que veio a
ficar conhecido como Desenvolvimento Econômico tem uma origem
muito mais recente. Durante e depois da Segunda Grande Guerra
Mundial, as condições de pobreza, analfabetismo, doenças,
desigualdade de renda, riqueza e mortalidade nos países de base
sócio-econômica agrária, despertou um forte interesse,
especialmente no Ocidente, pelo conhecimento das causas destes
desarranjos. A pesquisa de modos pelos quais fosse possível levar as
populações sofridas a escapar da miséria e caminhar para uma
prosperidade igualitária gerou doutrinas de toda ordem – políticas,
econômicas, filosóficas, sociológicas entre outras- que até os dias de
hoje não lograram forjar uma episteme única. Resulta disso que se
busca agora, através de uma abordagem transdisciplinar e
transversal, o instrumental analítico mais acurado para enfrentar o
desafio de produzir uma transformação social e econômica em todos
os povos do planeta.
126
BLAUG, Mark, Economic Theory in Retrospect 4TH CAMBRIDGE. Cambridge
University Press, 1988...
Cognitio Juris – www.cognitiojuris.com | 275
127
Por uma questão metodológica, o presente trabalho não fará uso das
ha adas teo ias hete odo as do dese ol i e to e o i o
(estruturalistas, marxistas, da dependência econômica, entre outras geradas
na América Latina principalmente.). Um ponto em comum entre elas é a
ênfase nos fatores externos para explicar a ausência do desenvolvimento
econômico. Embora o conjunto das teorias não seja uniforme – o que levou
seus íti os a se efe i e a elas o o To e de Ba el JAMES M. CYPHER
AND JAMES L. DIETZ THE PROCESS OF ECONOMIC DEVELOPMENT 2009
LONDON ROUTLEDGE 3rd ED.,pp189), há muitos insights interessantes
quando examinadas separadamente. A tentativa de sistematizá-las está fora
do escopo neste estudo. O presente trabalho, por seu turno, busca a
compreensão do fenômeno do desenvolvimento econômico enfatizando as
questões fundamentais que são lhes são internas.
276 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
128
WILLIAMSON, Oliver. . The Economic Institutions of Capitalism. The free
Press. New York. 1987. p. 43-67.
Cognitio Juris – www.cognitiojuris.com | 277
129
NICHOLSON, Walter and CHRISTOPHER, Snyder . Microeconomic Theory
Basic Principles and Extensions. Ed. Thompson. USA., 2008. p 670.
278 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
130
ROSTOW, Walt. The Stages of Economic Growth: a non-communist
manifesto. Cambridge: Cambridge University Press, 1960.
Cognitio Juris – www.cognitiojuris.com | 279
131
SOLOW, Robert. A Contribution to the Theory of Economic Growth,
Quarterly Journal of Economics, n. 70, February, p 6594. 1956.
280 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
133
ROSESTEIN, Roda . atu a Fa iti Saltu i Ge ald Meie e Dudle See s
(Eds.), Pioneers in Development. Owford: Oxford University Press, 1984. p.
207-21.
282 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
acessado por crianças cujos pais pudessem pagar pelo ensino. Ora
nesse caso, crianças inteligentes e com boa disposição física e
intelectual para estudo não teria acesso a este. Se uma situação
dessa natureza for conduzida somente pelos interesses de mercado,
a força de trabalho formada nestas condições seria subqualificada e
deficiente. Ademais, o pote ial es o dido da futu a fo ça de
trabalho pode vir a ser nunca descoberto e bem utilizado se a oferta
de apital so ial si o o o es olas, ha ilidades, e si o e t e
outros tiver de ser provida unicamente pelos interesses de mercado).
O exemplo referido ilustra a estrutura analítica de Rosestein-Rodan
quando este argumenta que os mecanismos de mercado não criariam
ade uada e te o apital so ial si o e ta pou o p o e ia as
o diç es e ess ias pa a t a sfo a o pote ial es o dido em
pote ial efeti o . Pa a o pe esse estado das a tes egati o se ia
necessária uma intervenção governamental promovendo um big
push através de massivos investimentos públicos em capital social
básico e investimentos complementares que desencadeariam ondas
sucessivas de pequenos e grandes investimentos pelo setor privado
rompendo, assim com a inércia que mantinha o status quo reinante.
De forma sucinta poderemos elencar as principais
contribuições de Rosestein-Rodan à Teoria do Desenvolvimento
Econômico:
a) Em primeiro lugar, o autor dava ênfase ao que
ha a a de dese p ego disfa çado , ou seja, a ueles
trabalhadores, especialmente na agricultura que recebiam
pagamentos absurdamente baixos, ou mesmo nenhum tipo
de pagamento e cujo esforço de trabalho resultava em
insignificante aumento da renda social. Esses trabalhadores
poderiam ser atraídos pelos investimentos públicos em alta
escala elevando assim a oferta de trabalhadores para os
p og a as pú li os de fo aç o de apital so ial si o e
seus investimentos complementares tidos como
Cognitio Juris – www.cognitiojuris.com | 283
134
HIRSCHMEN, Albert O. The Strategy of Economic Development. New
Haven, CT: Yale University Press, 1959.
Cognitio Juris – www.cognitiojuris.com | 289
135
www.un.org/millenniumgoals/.../report-2013/mdg-r , acessado em 20
de janeiro de 2014.p. 5.
Cognitio Juris – www.cognitiojuris.com | 293
136
Ibdem,. p. 6.
137
Ibdem, p. 7.
138
www.un.org/millenniumgoals/.../report-2013/mdg-r , acessado em 20 de
janeiro de 2014. p. 7.
294 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
139
Ibdem, p. 7.
140
Ibdem p .7.
141
Ibdem, p. 7.
Cognitio Juris – www.cognitiojuris.com | 295
142
Ibdem, p .8.
143
www.un.org/millenniumgoals/.../report-2013/mdg-r , acessado em 20
de janeiro de 2014.p. 8
144
Ibdem, p 10.
145
Ibdem, p.10.
296 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
146
Ibdem, p.11.
147
Ibdem, p.11..
148
CELEANO, Danielli, SANTOS, Daniel e VERÍSSIMO, Adalberto. O Estado da
Amazônia Indicadores. A Amazônia e os Objetivos do Milênio, 2010...
Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia. p.14
Cognitio Juris – www.cognitiojuris.com | 297
149
Ibdem, p.14.
150
Ibdem, p.15.
151
Ibdem p. 15.
152
O Estado da Amazônia Indicadores. A Amazônia e os Objetivos do
Milênio, 2010..Danielli Celenano, Daniel Santos, Adalberto Veríssimo.
IMAZON. Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia p.17.
298 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
153
Ibdem p. 19.
154
Ibdem p. 20.
Cognitio Juris – www.cognitiojuris.com | 299
155
O Estado da Amazônia Indicadores. A Amazônia e os Objetivos do
Milênio, 2010..Danielli Celenano, Daniel Santos, Adalberto Veríssimo.
IMAZON. Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia p.22.
156
Ibidem p. 22.
157
Ibidem p. 25.
300 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
5. CONCLUSÃO
O presente estudo buscou descrever o desenvolvimento
econômico como um fenômeno ainda incompreendido na sua
totalidade não só pelos pensadores pioneiros, na sua dimensão
teórica, como também pelas agências internacionais, muito
especialmente as Nações Unidas na sua dimensão prática.
Após uma breve resenha sobre a contribuição individual
desses pensadores, Paul Rosenstein-Rodan, Ragnar Nurkse e Albert.
O. Hirschmen restou evidenciado que guardavam entre si muito mais
semelhanças do que diferenças.
Os três têm forte influência keynesiana dos anos 30 e 40,
onde se sobressaia a ideia de que a situação de subdesenvolvimento
Cognitio Juris – www.cognitiojuris.com | 301
REFERÊNCIAS
ABARWALA, A e SINGH. A Economia do Subdesenvolvimento. 1, ed.
Rio de Janeiro: Contraponto, 2010.
BARROS, Ricardo Paes de MESDONÇA, Rosane. A evolução do bem-
estar, pobreza e desigualdade no Brasil ao longo das três últimas
décadas – 1960/90. Pesquisa e Planejamento Econômico, v. 25, n.1,
1995.
304 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
158
Mestre em Filosofia e Teoria Geral do Direito pela Universidade de São
Paulo (USP). Graduada em Direito pela Universidade de São Paulo
(USP). Graduanda em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo (USP).
Cognitio Juris – www.cognitiojuris.com | 307
159
E o t aposiç o ao di eito ige te dia te de g os estatais, de t e
eles, os tribunais.
160
EHRLICH, 1986, p. 378.
161
EHRLICH, 1986, pp. 379-381.
162
Nesse sentido, conforme destaca Ehrlich: A grande maioria das decisões
judiciárias baseia-se nos hábitos, relações de posse, em contratos, estatutos,
declarações de última vontade constatados pelos tribunais. Se quisermos
compreender as generalizações, as uniformizações e as outras formas de
criações de normas do juiz e do legislador, devemos conhecer antes de mais
nada as bases que as motivaram (EHRLICH, 1986, p. 384).
308 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
163
KELSEN, 1984, p. 464.
164
KELSEN, 1984, pp. 467-468.
165
KELSEN, 1984, p. 470; JACOBSON; SCHLINK, 2000, p. 82.
166
Desde que transitada em julgado.
167
KELSEN, 1984, pp. 470-471.
Cognitio Juris – www.cognitiojuris.com | 309
168
A teoria de Kelsen, inclusive, não impediria que os órgãos judiciais
escolhessem a interpretação que julgassem mais adequada com base na
o se aç o do di eito i o de dete i ada so iedade.
169
EHRLICH; KELSEN, 1992, p. 20.
170
Em tradução livre: Esta posição de Ehrlich [de que, mesmo nos sistemas
jurídicos fechados, o momento da decisão representa uma abertura para a
sociedade, com a possibilidade de ingresso de elementos propriamente
sociais no sistema jurídico], mesmo sendo criticada por Kelsen, não difere,
310 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
174
EHRLICH; KELSEN; WEBER, 2010, pp. 3-5; HERTOGH, 2009, pp. 129-130.
175
EHRLICH; KELSEN; WEBER, 2010, pp.6-7.
176
JACOBSON; SCHLINK, 2000, pp. 76-77, 57-58.
177
EHRLICH; KELSEN, 1992, pp. 13-14.
178
EHRLICH; KELSEN; WEBER, 2010, p. 8.
312 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
ser feito não seria possível deduzir logicamente que aquilo deveria
ser feito. Na visão do autor, para fazer deco e de u se u
de e -se se ia e ess io p essupo a e ist ia de u a o a
jurídica, ética ou lógica, por exemplo. Do mesmo modo, também não
se ia possí el deduzi logi a e te e hu a p oposiç o do se a
pa ti de p oposiç es do de e -se .179
179
HERTOGH, 2009, pp. 130-131.
180
EHRLICH; KELSEN; WEBER, 2010, p. XV.
181
EHRLICH; KELSEN; WEBER, 2010, pp. 16-17; EHRLICH; KELSEN; WEBER,
2010, p. XIV.
Cognitio Juris – www.cognitiojuris.com | 313
182
EHRLICH; KELSEN; WEBER, 2010, pp. 11-13; HERTOGH, 2009, pp. 131-132.
183
EHRLICH; KELSEN; WEBER, 2010, p. XIV.
184
EHRLICH; KELSEN; WEBER, 2010, pp. 14-15; HERTOGH, 2009, p. 132.
185
EHRLICH; KELSEN; WEBER, 2010, p. 31; HERTOGH, 2009, p. 133.
186
EHRLICH; KELSEN; WEBER, 2010, p. XIV; EHRLICH; KELSEN, 1992, p. 21.
187
EHRLICH; KELSEN; WEBER, 2010, p. XV.
188
EHRLICH; KELSEN, 1992, p. 31.
314 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
189
EHRLICH; KELSEN; WEBER, 2010, p. 22; EHRLICH; KELSEN; WEBER, 2010,
p. XV; HERTOGH, 2009, p. 133; JACOBSON; SCHLINK, 2000, pp; 76-77, 59-60.
190
EHRLICH; KELSEN; WEBER, 2010, pp. 23-24.
Cognitio Juris – www.cognitiojuris.com | 315
191
E t aduç o li e: U a so iologia ue o se o upa dos alo es, as
das valorações dos homens, não é uma ciência valorativa, mas explicativa de
valores. Nessa ciência, o direito não é uma norma pressuposta como válida
nem um valor objetivo, mas um evento real indiferente aos valores, um
comportamento humano, psíquico ou físico, cultivado na sua regularidade.
A rigor, seu objeto não é o direito, mas o modo de pensar, de sentir e de
querer o direito, ou seja, a opinião que os homens têm sobre o direito, e
ue, po isso, faze ou dei a de faze .
192
EHRLICH; KELSEN; WEBER, 2010, pp. 25-26.
193
EHRLICH; KELSEN; WEBER, 2010, pp. 27-28; EHRLICH; KELSEN, 1992, p.
28.
194
Desse modo, Ehrlich confundiria a gênese da regulação jurídica com a
própria regulação jurídica e o lugar que comporta a premissa e a condição
para a criação de um novo direito com o próprio direito
195
EHRLICH; KELSEN; WEBER, 2010, p. 23; HERTOGH, 2009, pp. 131-132.
316 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
196
HERTOGH, 2009, pp. 131-132.
197
EHRLICH; KELSEN; WEBER, 2010, p. 34; EHRLICH; KELSEN, 1992, pp. 12-
13, 17.
198
Ao contrário de sua teoria de identificação entre o direito e o Estado
(EHRLICH; KELSEN; WEBER, 2010, p. XIV; EHRLICH; KELSEN, 1992, pp. 12-13;
HERTOGH, 2009, p. 133).
199
EHRLICH; KELSEN; WEBER, 2010, p. 37.
200
EHRLICH; KELSEN; WEBER, 2010, p. 40.
Cognitio Juris – www.cognitiojuris.com | 317
201
KELSEN, 1984, p. 469; JACOBSON; SCHLINK, 2000, pp. 76-77, 82-83.
318 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
202
KELSEN, 1984, p. 109.
Cognitio Juris – www.cognitiojuris.com | 319
203
KELSEN, 1984, pp. 134-135.
204
As p oposiç es ou e u iados os uais a i ia ju ídi a des e e estas
relações [jurídicas] devem, como proposições jurídicas, ser distinguidas das
normas jurídicas que são produzidas pelos órgãos jurídicos a fim de por eles
se e apli adas e se e o se adas pelos desti at ios do Di eito.
(KELSEN, 1984, p. 111).
320 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
205
KELSEN, 1984, pp. 75, 87.
206
KELSEN, 1984, pp. 385-386.
Cognitio Juris – www.cognitiojuris.com | 321
207
KELSEN, 1984, p. 87.
322 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
REFERÊNCIAS
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René Ernani Gertz. Brasília: UnB, 1986.
______, Eugen; KELSEN, Hans. Scienza giuridica e sociologia del
diritto. Napoli: Edizioni Scientifiche Italiane, 1992.
______, Eugen; KELSEN, Hans; WEBER, Max. Verso un concetto
sociologico di diritto. Milano: Giuffrè, 2010.
HERTOGH, Marc (ed.). Living Law. Reconsidering Eugen Ehrlich.
Oxford: Hart, 2009, pp. 127-156.
JACOBSON, Arthur J.; SCHLINK, Bernhard (ed.). Weimar. A
Jurisprudence of Crisis. Berkeley: University of California Press, 2000,
pp. 57-62 e 76-83.
KELSEN, Hans. Teoria Pura do Direito. Trad. de João. Baptista
Machado. Coimbra: Arménio Amado, 1984.
Cognitio Juris – www.cognitiojuris.com | 323
INTRODUÇÃO
208
Joao Manoel Grott, Engenheiro Florestal, Engenheiro de Segurança do
Trabalho, Advogado, Mestre em Direito Sócio Econômico, Professor da
Universidade Estadual de Ponta Grossa
324 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
O DIREITO DE PROPRIEDADE
O direito de propriedade corresponde ao livre exercício de
uso, gozo e disposição sobre a coisa. Temos a noção de abuso da
Cognitio Juris – www.cognitiojuris.com | 325
209
MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de Direito Civil. Atualizada por
Carlos Alberto Dabus Maluf, 37ª ed., São Paulo: Saraiva, 2003, v. 3.
210
GONDINHO, André Osório. Função social da propriedade. In: TEPEDINO,
Gustavo (Coord.). Problemas de Direito Civil-Constitucional. Rio de
Janeiro: Renovar, 2000. p. 397-433.
326 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
211
KATAOKA, Eduardo Takemi. Declínio do Individualismo e Propriedade.
In: Problemas de Direito Civil-Constitucional, 2000, p. 465.
Cognitio Juris – www.cognitiojuris.com | 327
212
. GRAU, Eros Roberto. Enciclopédia Saraiva de Direito, Função Social da
Propriedade. São Paulo: Saraiva, 1977, v. 39.
328 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
213
FIGUEIREDO, Guilherme José Purvin de. A Propriedade no Direito
Ambiental. Revista, atualizada e ampliada, 3ª ed., São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2008, p. 93-94.
Cognitio Juris – www.cognitiojuris.com | 331
214
FIORILLO, Celso Antônio Pacheco. Curso de Direito Ambiental Brasileiro.
10ª. Edição, rev., atual. e ampliada. Editora Saraiva. São Paulo. 2009. P. 159
332 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
215
MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito Ambiental Brasileiro. São Paulo:
Malheiros Editores, 2008, p. 737 a 757
216 MILARÉ, Édis. Direito do Ambiente. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2014
Cognitio Juris – www.cognitiojuris.com | 333
CONCLUSÃO
A proteção ambiental tem configurado grande preocupação
do legislador, que tenta atender tanto aos interesses individuais do
proprietário, como também aos interesses metaindividuais da
proteção ao meio ambiente.
Ainda que a propriedade seja um direito privado, temos
que ela não pode ser livremente exercida quando põe em cheque o
interesse coletivo.
Neste sentido, as leis ambientais devem dedicar-se a limitar
a livre disposição da propriedade em proteção aos Direitos
344 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
REFERÊNCIAS
FIORILLO, Celso Antônio Pacheco. Curso de Direito Ambiental
Brasileiro. 10ª. Edição, rev., atual. e ampliada. Editora Saraiva. São
Paulo. 2009. P. 159
FIGUEIREDO, Guilherme José Purvin de. A Propriedade no Direito
Ambiental. Revista, atualizada e ampliada, 3ª ed., São Paulo: Revista
dos Tribunais, 2008, p. 93-94.
GONDINHO, André Osório. Função social da propriedade. In:
TEPEDINO, Gustavo (Coord.). Problemas de Direito Civil-
Constitucional. Rio de Janeiro: Renovar, 2000. p. 397-433.
GRAU, Eros Roberto. Enciclopédia Saraiva de Direito, Função Social
da Propriedade. São Paulo: Saraiva, 1977, v. 39.
KATAOKA, Eduardo Takemi. Declínio do Individualismo e
Propriedade. In: Problemas de Direito Civil-Constitucional, 2000, p.
465.
MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito Ambiental Brasileiro. São
Paulo: Malheiros Editores, 2008, p. 737 a 757
MILARÉ, Édis. Direito do Ambiente. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2014
MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de Direito Civil. Atualizada
por Carlos Alberto Dabus Maluf, 37ª ed., São Paulo: Saraiva, 2003, v.
3.
Cognitio Juris – www.cognitiojuris.com | 345
http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=311,
Acessado em 17/09/2014 às 9:12
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-
2014/2012/lei/l12651.htm - Acessado em 17/09/2014 às 10:06
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-
2014/2012/lei/l12651.htm
Acessado em 20/09/2014 às 10:09
http://www.infoescola.com/direito/novo-codigo-florestal/Acessado
em 20/09/2014 às 10:46
https://www.metodista.br/revistas/revistasunimep/index.php/direit
o/article/viewFile/1200/1020, acessado em 20/09/2014 às 10:48
http://zeitune.wordpress.com/2011/05/25/a-funcao-social-da-
propriedade-e-o-novo-codigo-florestal/, Acessado em 20/09/2014 às
11:30
BRASIL. Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012. Dispõe Sobre A
Proteção da Vegetação Nativa; Altera As Leis nos 6.938, de 31 de
Agosto de 1981, 9.393, de 19 de Dezembro de 1996, e 11.428, de 22
de Dezembro de 2006; Revoga As Leis nos 4.771, de 15 de Setembro
de 1965, e 7.754, de 14 de Abril de 1989, e A Medida Provisória no
2.166-67, de 24 de Agosto de 2001; e Dá Outras Providências.
346 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
217
Oficial de Promotoria no Ministério Público do Paraná. Graduada em
Direito pela Univel- Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Cascavel-
PR. Pós-Graduanda em Direito Penal e Processo Penal pela Universidade
Cândido Mendes-Rio de Janeiro-RJ. Aluna especial de Mestrado, pela
Universidade Especial do Oeste do Paraná Unioeste, na disciplina de
Teoria Política; curso Ciências Sociais.
Cognitio Juris – www.cognitiojuris.com | 347
considerazione tecnica.
1 INTRODUÇÃO
A evolução social torna atitudes dantes suportadas e tomadas
como aceitáveis em discursos eivados de preconceitos e incitação ao
ódio.
A Liberdade de expressão é princípio basilar do Estado
Democrático de direito, sendo legitimada no artigo 5º da Constituição
Pátria, mas por vezes o mesmo é suprimido e tem sua dimensão
diminuída tanto pela doutrina, como pelo judiciário.
É consagrado desde primórdios tempos, onde filósofos e
pensadores já enalteciam sua importância para a construção de uma
sociedade livre e democrática, onde seus cidadãos tem o direito de
expressar suas ideias e defendê-las, sem por isso sofrer qualquer
retaliação.
A história nos mostra, por diversas vezes, que a tentativa de
suprimir e sufocar um pensamento, crença, ideologia ou qualquer
manifestação, acarreta danos irreparáveis em uma comunidade. A
defesa desse pilar torna-se, portanto, algo indispensável a
manutenção de uma sociedade justa e igualitária.
Tornando a Liberdade de expressão um direito preferencial,
esbarra-se no contraponto de sua exacerbação. Quais são seus
limites? E estes devem existir? É, principalmente na tentativa de seu
controle, que se percebe os problemas oriundos de sua extensão. Em
uma visão clássica da doutrina, este deve ser mantido até que seu
dis u so se to e pe igoso pa a a so iedade, teo ia do lea a d
p ese t da ge 218. Em uma visão mais atual, a técnica da
ponderação é o meio mais utilizado, para uma dosimetria dos
princípios conflitantes, já que os mesmos não obedecem a uma
hierarquia.
O Hate Speech, discurso de ódio, é a verbalização de
218
Princípio do Perigo Claro e Presente.
Cognitio Juris – www.cognitiojuris.com | 349
2 LIBERDADE DE EXPRESSÃO
A Liberdade de Expressão, direito previsto pelo artigo 5º, IV
da Constituição Federal, é oriunda de tempos primórdios,
considerada pilar das sociedades ocidentais e democráticas, sendo
difícil precisar seu surgimento. Foi tratada por filósofos como o
ale o Hegel, a o a P i ípios da Filosofia do Di eito o a o de
1821, e mesmo antes dele por Kant, Fichte e Schelling.
De forma mais contemporânea, pode-se observar sua
350 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
o seguinte arcabouço,
concluir
219
Jurisprudência da Corte Interamericana de Direitos Humanos / Secretaria
Nacional de Justiça, Comissão de Anistia, Corte Interamericana de
Direitos Humanos. Tradução da Corte Interamericana de Direitos
Humanos. Brasília : Ministério da Justiça, 2014. (p.42)
Cognitio Juris – www.cognitiojuris.com | 355
ponderando que este já foi tema que não levantava maiores debates.
Apenas em 1917 no julgamento do caso Schenck v. United States (249
U.S. 47. 1918) que novos olhares se lançaram sobre o assunto, sendo
apli ada e t o a teo ia do clear and perfect danger P i ípio do
Perigo Claro e Presente) pelo magistrado Oliver Holmes Jr., conforme
nos detalha Sarmento (2009).
Esta teoria instituída pela jurisprudência norte-americana,
sustentava que a Liberdade de expressão deveria ser mantida até que
sua externalização se tornasse uma conduta perigosa, onde não se
poderia, portanto, invocar a 1ª emenda. Em casos que se seguiram
este posi io a e to foi a tido, at ue a teo ia da Fai ess
Do t i e se i stalou. Sa e to e pli a ue tal
posicionamento começou a ser aplicado na década de 80 do século
passado e foi criada pela FCC (Federal Communications Comission).
Artigo 4.º
Todos os Estados deverão tomar medidas
efetivas para rever as políticas
governamentais e outras políticas públicas e
para revogar leis e regulamentos que
tenham como consequência a criação e
perpetuação da discriminação racial onde
quer que ela ainda exista. Deverão aprovar
360 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
4 CASOS CONCRETOS
5 TÉCNICA DA PONDERAÇÃO
220
Considera os conflitos apenas aparentes, e busca não a ponderação mas a
aplicação da norma mais adequada. (SARMENTO, 2009)
221
Associada a categorização. Defende que só pode haver restrição aos
direitos se a Constituição expressamente autorizar. (SARMENTO, 2009)
Cognitio Juris – www.cognitiojuris.com | 379
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ALEXY, Robert. Teoría de los derechos fundamentales. Trad. Ernesto
Garzón Valdés. Madrid: Centro de Estudios Políticos y
Constitucionales, 2001.
BARCELLOS, Ana Paula. Alguns Parâmetros Normativos para a
Ponderação Constitucional. In: BARROSO, Luis Roberto (Org.). A Nova
Interpretação Constitucional: Ponderação, Direitos Fundamentais e
Relações Privadas. Rio de Janeiro: Renovar, 2003
BARROSO, Luís Roberto. Colisão entre liberdade de expressão e
direitos da personalidade. Critérios de ponderação. Interpretação
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http://www.fd.uc.pt/hrc/pdf/papers/RaisaDuarteSilvaRibeiro.pdf
Acesso: 25 jun 2015.
SÃO PAULO, Tribunal de Justiça. Ação Civil Pública Indenização por
Danos Morais 1098711-29.2014.8.26.0100. Autor: Defensoria Pública
do estado de São Paulo; Réu: José Levy Fidelix da Cruz. 18ª Vara Cível
- Foro Central Cível, Julgador: Renata Barros Souto Maior Baião.
Disponível em:
http://esaj.tjsp.jus.br/cpo/pg/show.do?processo.codigo=2S000EEID0
000&processo.foro=100 Acesso em: 10 jul 2015.
SARMENTO, Daniel. A liberdade de expressão e o problema do "hate
speech". In: Cristiano Chaves. (Org.). Leituras Complementares de
Direito Civil. O direito civil-constitucional em concreto. 2ª
ed.Salvador: Jus Podivm, 2009, v. , p. 39-96.
SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 8. ed.
São Paulo:
Malheiros, 1992.
SILVA, Rosane Leal da. Discurso de Ódio em redes sociais:
jurisprudência brasileira. REVISTA DIREITO GV, SÃO PAULO . P. 445-
468 | JUL-DEZ 2011.
STRECK, Lenio Luiz. Verdade e consenso: constituição, hermenêutica
e teorias discursivas.. 5ª ed. São Paulo: Saraiva, 2014.
TAVARES, André Ramos. Direito Constitucional Brasileiro
Concretizado. São Paulo : Editora Método, 2006.
384 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
222
Mestre e Doutorando em Ciência Política pela Universidade Federal
de Pernambuco (UFPE), Especialista em Gestão Pública pelo Instituto
Cuiabano de Educação (ICE), Graduado em Direito pela UFMT, professor de
Direito no IFMT.
223
Graduado em Direito pela Universidade Federal de Mato Grosso
(UFMT), auxiliar em administração (servidor público federal) no Instituto
Federal de Mato Grosso (IFMT).
Cognitio Juris – www.cognitiojuris.com | 385
1 INTRODUÇÃO
A Administração Pública é como um organismo em constante
desenvolvimento: dadas certas transformações políticas
governamentais e sociais, que refletem a preocupação com a melhor
eficiência das ações produzidas por ela, esta tende a se transformar
para melhor atender às demandas da sociedade a qual está ligada.
Na realização das diversas missões dos órgãos, que compõe a
Administração Pública, é importante retratar que se aplicam recursos
orçamentários que advêm dos impostos e outras formas de receitas
em uma série de bens e serviços dos quais necessita dispor,
ressaltando que uma parte considerável dessas aquisições são
realizadas através dos contratos públicos firmados pela
Administração.
Uma dessas necessidades realizadas mediante contrato
administrativo é da aquisição de passagens de transporte de pessoas,
tanto aéreas quanto terrestres, e outras modalidades. Passagens que
serão utilizadas por servidores em missão, alunos de Instituições de
Ensino Federais em intercâmbios, por agentes políticos em encontros
diplomáticos, dentre muitos outros motivos.
Portanto, os serviços de agenciamento de viagens mostram-
se importantes para o bom funcionamento do Estado. Apesar disso, a
386 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
224
A título elucidativo é de se afirmar que o contrato ora em questão é
oriundo da minuta que compôs o Edital de Licitação.
225
Isto, principalmente, porque a Administração responde subsidiariamente
pelos encargos previdenciários dos empregados imbuídos da citada
execução.
394 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
226
Alguns contratos administrativos caracterizam os contratos de serviços
de agenciamento de viagens como contratos de fornecimento de passagens.
O termo está relacionado com a descrição legal do fornecedor de produtos
turísticos conforme o artigo 3º da Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990:
"Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada,
nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que
desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção,
transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de
produtos ou prestação de serviços" (BRASIL, 1990).
398 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
227
Observe que não se trata da compra direta resultante do
Credenciamento nº 01/2014-CENTRAL que foi realizado entre a UNIÃO, por
intermédio da Central de Compras e Contratações do Ministério do
Planejamento, Orçamento e Gestão e empresas de transporte aéreo regular.
Mas, sim da compra direta em seu sentido genérico para fins desta
explanação.
402 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
5 CONCLUSÃO
Os órgãos da Administração Pública necessitam da constante
aquisição de passagens aéreas para as mais diversas finalidades,
portanto, a contratação desse serviço mostra-se necessário para a
plena consecução das atividades estatais.
Nesse ínterim, esta pesquisa tratou da contratação e
execução dos serviços de agenciamento de passagens aéreas,
buscando aproximar o conteúdo normativo e teórico desse tema à
Cognitio Juris – www.cognitiojuris.com | 411
REFERÊNCIAS
228
Que alterou a forma de aquisição de passagens, atribuindo exclusividade
à Central de Compras e Contratações, do Ministério do Planejamento,
Orçamento e Gestão, quando essa aquisição ocorrer pelos órgãos da
administração direta do Poder Executivo federal.
412 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
ABSTRACT: This article discusses how the abuse of law was treated
under the Civil Code of 1916, as well as during the validity of the
current Civil Code of 2002. It exposes the existing controversies
regarding the concept of unlawfulness and antijuridicity. It addresses
the discussions about the nature of abuse of law: this as an unlawful
229
Mestrando do Programa de Pós-graduação em Sociologia e Direito da
Universidade Federal Fluminense (UFF) e bacharel em Direito pela
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)
Cognitio Juris – www.cognitiojuris.com | 417
act or as an unlawful act of a sui generis nature, which does not fit
either as a lawful act or as an unlawful act. It addresses the effects
arising from the practice of an unlawful act, as well as an abusive act,
emphasizing that not always the duty to indemnify will be a
necessary consequence of civil liability. In the case of an abusive act,
it is observed the consolidation of the understanding according to
which objective liability is applied, and the agent is not guilty.
Keywords: abuse of law, antijuridicity, civil liability
1 INTRODUÇÃO
230
CORDEIRO, António Manuel da Rocha e Menezes. Da boa-fé no
direito civil. Coimbra: Almedina, 1984. Vol. II. p. 901
231
O abuso de direito é constatado no instante da violação do elemento
axiológico da norma. Instala-se a contrariedade entre o comportamento
comissivo ou omissivo do indivíduo e o fundamento valorativo-material
do p e eito. FARIAS e ROSENVALD, , p. ..
418 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
2 ABUSO DE DIREITO
232
CARPENA, 2003, p. 381
Cognitio Juris – www.cognitiojuris.com | 419
233
MARTINS-COSTA, 2007, p. 507.
234
Art. 160 do Código Civil de 1916. Não constituem atos ilícitos:
I - Os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito
reconhecido.
235
MARTINS-COSTA, 2007, p. 508.
420 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
236
MARTINS-COSTA, 2007, p. 511
237
A atual lei de locações tratou do assunto ao estabelecer, em seu
a t. , pa g afo ú i o, alte ado pela lei . / , ue não se
admitirá a emenda da mora se o locatário já houver utilizado essa
faculdade nos 24 (vinte e quatro) meses imediatamente anteriores à
propositura da ação .
238
Atualmente também é possível que o devedor purgue a mora em
ação de busca e apreensão de bem alienado fiduciariamente, pagando a
integralidade da dívida pendente, nos termos do art. 3º, § 2º do decreto-
lei 911/69. Tal integralidade deve ser entendida como o débito vencido
até a data da decisão do juiz e não toda a dívida financiada.
A falta de pagamento do devedor que, notificado para emendar a mora
não o faz em 10 dias, implica em rescisão do contrato, em matéria de
condomínio em edificações e as incorporações imobiliárias (art. 63 da lei
4.591/64).
Em contratos de empréstimo com garantia hipotecária, se o devedor não
purgar a mora, o agente fiduciário poderá realizar o leilão público do
bem garantido. (art. 32 do decreto-lei 70/66).
Cognitio Juris – www.cognitiojuris.com | 421
239
CARPENA, Heloísa. O a uso de di eito de di eito o C digo C il de
. In TEPEDINO Gustavo (coord.), A Parte Geral do Novo Código
Civil. Estudos na Perspectiva Civil-Constitucional. Rio de Janeiro - São
Paulo: Editora Renovar, 2ª Edição revista, 2003, p. 381.
240
CARPENA, 2003, p. 378.
241
JORDÃO, 2006, p.101.
242
CARPENA. 2003, p. 381.
422 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
243
CARPENA. 2003, p. 383.
244
Art. 159 do CC/1916: Aquele que, por ação ou omissão voluntária,
negligência, ou imprudência, violar direito, ou causar prejuízo a outrem,
fica obrigado a reparar o dano.
Cognitio Juris – www.cognitiojuris.com | 423
245
MARTINS-COSTA, 2007, p. 522.
246
[...] se ia ais o eto dize ue o ato lí ito fo te das o igaç es
(dever originário), enquanto o ato ilícito é fonte da responsabilidade
(obrigação sucessiva, conseqüente ao descumprimento da obrigação
o igi ia CAVALIERI FILHO, , p. .
247
FARIAS, Cristiano Chaves de; ROSENVALD, Nelson. Direito Civil: Teoria
Geral. 8. ed., 2 tiragem. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010., p. 588.
424 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
248
Art. 12 do CDC: O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou
estrangeiro, e o importador respondem, independentemente da
existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos
consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação,
construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou
acondicionamento de seus produtos, bem como por informações
insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos.
249
Art. 19 do CDC: Os fornecedores respondem solidariamente pelos vícios
de quantidade do produto sempre que, respeitadas as variações
decorrentes de sua natureza, seu conteúdo líquido for inferior às
indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou de
mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir, alternativamente e
à sua escolha: [...]
250
Art. 18 do CDC: Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou
não duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou
quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que
se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles
decorrentes da disparidade, com a indicações constantes do recipiente,
da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas as
variações decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor exigir a
substituição das partes viciadas.
251
Art. 929 do Código Civil: Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso
do inciso II do art. 188, não forem culpados do perigo, assistir-lhes-á
direito à indenização do prejuízo que sofreram.
Cognitio Juris – www.cognitiojuris.com | 425
252
CAVALIERI FILHO, Sérgio. Programa de Responsabilidade Civil. 9. ed. rev.
e atual. São Paulo: Atlas, 2010. p. 548.
253
CAVALIERI FILHO, 2010, p. 550.
254
Art. 1285 do Código Civil: O dono do prédio que não tiver acesso a via
pública, nascente ou porto, pode, mediante pagamento de indenização
cabal, constranger o vizinho a lhe dar passagem, cujo rumo será
judicialmente fixado, se necessário.
426 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
255
JORDÃO, Eduardo Ferreira. Repensando a Teoria do Abuso de Direito.
Salvador: JusPODIVM, 2006. p. 99.
256
Pode-se tirar daí, desde logo, uma conclusão lógica: a de que o ato
ilícito nunca será aquilo que os penalistas chamam de crime de mera
conduta; será sempre um delito material, com resultado de dano. Sem
dano, pode haver responsabilidade penal, mas não há responsabilidade
i il. CAVALIERI FILHO, , p. 3).
257
BRAGA NETTO, 2003, apud JORDÃO, 2006, p.122.
258
Em contratos de seguro, se o segurado agravar intencionalmente o risco
que foi objeto do contrato, perderá o direito à garantia (art. 768 do
Código Civil). Perderá ainda o direito à garantia se omitir informações ou
fizer declarações inexatas que possam influir na aceitação da proposta
(art. 766 do Código Civil).
No direito de família também encontramos efeitos caducificantes
decorrentes de ato ilícito, como na perda do poder familiar (art. 1638 do
Código Civil).
Cognitio Juris – www.cognitiojuris.com | 427
261
Po esse e fo ue subjetivista, a ilicitude só atinge sua plenitude quando
a conduta contrária ao valor que a norma visa a atingir (ilicitude objetiva)
decorre da vontade do agente; ou, em outras palavras, quando o
comportamento objetivamente lícito fo ta ulposo. CAVALIERI
FILHO, 2010, p. 9.).
262
O a t. esta ele e ue X ato ilí ito , e o ue ato ilí ito X , o
que é coisa bem diversa (dizer que X é ato ilícito não é forçosamente
dizer que X seja a única espécie de ato ilícito ou que a definição de ato
ilí ito seja X . JORDÃO, , p. ..
263
A culpa não é o único critério para se reconhecer a ilicitude; aponta
MARTINS-COSTA (2007, p. 520) para outros critérios como o da
confiança, do risco.
264
FERREIRA, Keila Pacheco. O abuso de direito nas relações obrigacionais.
Belo Horizonte: Del Rey. 2007. p. 32
265
FERREIRA, 2007, p. 32
Cognitio Juris – www.cognitiojuris.com | 429
266
Art. 927 do Código Civil: Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187),
causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano,
independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando
a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por
sua natureza, risco para os direitos de outrem. (grifo nosso)
267
JORDÃO, 2006, p.126.
430 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Vimos que parte da doutrina classifica a ilicitude em
objetiva e subjetiva. A simples contrariedade ao ordenamento
jurídico, por um lado, seria suficiente para caracterizar a ilicitude na
268
CAVALIERI FILHO, 2010, p. 548.
269
JORDÃO, 2006, p.127.
Cognitio Juris – www.cognitiojuris.com | 431
REFERÊNCIAS
BRAGA NETTO, Felipe Peixoto. Teoria dos ilícitos civis. Belo
Horizonte: Del Rey, 2003.
CARPENA, Heloísa. O a uso de di eito de di eito o C digo Civil de
. In TEPEDINO Gustavo (coord.), A Parte Geral do Novo Código
Civil. Estudos na Perspectiva Civil-Constitucional. Rio de Janeiro -
São Paulo: Editora Renovar, 2ª Edição revista, 2003.
CAVALIERI FILHO, Sérgio. Programa de Responsabilidade Civil. 9. ed.
rev. e atual. São Paulo: Atlas, 2010.
CORDEIRO, António Manuel da Rocha e Menezes. Da boa-fé no
direito civil. Coimbra: Almedina, 1984. Vol. II.
FARIAS, Cristiano Chaves de; ROSENVALD, Nelson. Direito Civil:
Teoria Geral. 8. ed., 2 tiragem. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010.
FERREIRA, Keila Pacheco. O abuso de direito nas relações
obrigacionais. Belo Horizonte: Del Rey. 2007.
JORDÃO, Eduardo Ferreira. Repensando a Teoria do Abuso de
Direito. Salvador: JusPODIVM, 2006.
MARTINS-COSTA Judith. Os avatares do abuso de direito e o rumo
Cognitio Juris – www.cognitiojuris.com | 433
270
Possui graduação em direito pela Universidade Estadual da Paraíba
(2008). Mestrando em serviço social pela Universidade Federal da Paraíba
(2016) Atualmente é Membro de corpo editorial do Cognitio Juris ISSN 2236-
3009, Membro no grupo de pesquisa ARCUS - Ações em Rede Coordenadas
no Universo Social, da Universidade Federal de Pernambuco. Membro do
grupo de estudos sobre pobreza e desigualdade Social (GEPDES) DSS
/UFPB e Advogado da Ordem dos Advogados do Brasil - PB. Tem experiência
na área de Direito, com ênfase em Direito do trabalho e Direitos sociais:
Atuando principalmente nos seguintes temas: Assédio moral no ambiente
de trabalho, precarização do trabalho e questão social.
271
Doutorando em Ciências Jurídicas e Sociais; Pós-Graduação em Direito do
Consumidor; Pós-Graduação em Direito Eletrônico; Pós-Graduação em
Direito Civil, Processo Civil e Direito do Consumidor pela UNIASSELVI -
Centro Universitário Leonardo da Vinci - ICPG - Instituto Catarinense de Pós
Graduação; Pós-Graduação em Direito de Família; Pós-Graduação em Direito
do Trabalho e Direito Processual do Trabalho pela ESA-PB - Escola Superior
da Advocacia da Paraíba - Faculdade Maurício de Nassau; Pós-Graduação em
Direito Ambiental pelo Centro Universitário de João Pessoa - UNIPÊ;
Extensão universitária em Direito Digital pela Escola Paulista da Magistratura
do Tribunal de Justiça de São Paulo; Extensão universitária em Didática
Aplicada pela UGF; Extensão universitária em Novas Tecnologias da
Aprendizagem: Novas Plataformas pela UGF; Extensão universitária em
Políticas Educacionais pela Universidade Gama Filho; Extensão universitária
em Aspectos Filosóficos pela UGF; Curso de Capacitação em Direito do
Consumidor VA pela Escola Nacional de Defesa do Consumidor - ENDC-
DPDC-SENACON-Ministério da Justiça; Curso de Proteção de Dados Pessoais
pela ENDC; Curso de Defesa da Concorrência VA pela ENDC; Curso de Crimes
Contra as Relações de Consumo pela ENDC; Curso para o Jovem Consumidor
pela ENDC; Curso de Formação de Tutores 1 DC pela ENDC; Curso de
Formação de Tutores 2 DC pela ENDC; Curso de Práticas Eleitorais pela
Cognitio Juris – www.cognitiojuris.com | 435
1 INTRODUÇÃO
O estudo sobre assédio moral não nasceu no campo das
relações humanas. Foi utilizado pela primeira vez na área da Biologia,
através das observações realizadas por Konrad Lorenz, na década de
1960, cujos resultados identificaram o comportamento agressivo do
grupo de animais de pequeno porte físico em situações de invasões
de território por outros animais. Por meio de intimidações e atitudes
438 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
6 CONCLUSÕES
7 REFERÊNCIAS
BARRETO, Margarida, Assédio moral no trabalho, São Paulo:
Cengage learning, 2008.
BRASIL. Anais da Conferência Nacional de Gays, Lésbicas, Bissexuais,
Travestis e Transexuais - GLBT. Brasília: SEDH, 2008.
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Promoção da Cidadania e dos Direitos Humanos LGBT. Brasília,
2009.
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http://www.tst.jus.br/noticias>. Acesso em: 19 jul. 2016.
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2003.
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no trabalho: Aspectos legais. In: Rompendo o silêncio: homofobia e
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Cognitio Juris – www.cognitiojuris.com | 457
preconceito-contra-transexuais-no-mercado-de-trabalho-2970.html>.
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MELLO NETO, José Baptista de. AGNOLETI, Michelle. Trabalho e
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MOTT, L. Homo-afetividade e direitos humanos. Estudos Feministas,
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http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/especiais/homofobia-
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VENCO, Selma. Centrais de Teleatividades: o surgimento dos colarinhos
furta-cores?, in Infoproletários: a degradação real do trabalho virtual, São
Paulo, Boitempo, 2009.
458 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
272
Mestre em Direito pela Universidade Federal de Sergipe – UFS. Bacharel
em Direito pela Universidade Federal da Bahia – UFBA. Oficial de Registro
Civil no Estado da Bahia.
Cognitio Juris – www.cognitiojuris.com | 459
INTRODUÇÃO
O presente artigo analisa a relevância da pesquisa científica
para o Direito, inclusive no tocante às decisões judiciais que afetam
uma coletividade de indivíduos. Dentre essas decisões abrangentes, o
estudo recai no julgamento da medida cautelar na ação declaratória
de constitucionalidade n. 43/DF, ocasião em que o Supremo Tribunal
Federal entendeu pela possibilidade de execução da pena privativa
de liberdade antes do trânsito em julgado de sentença penal
condenatória, desde que existente provimento jurisdicional de
tribunal de segunda instância.
De início, trabalha-se com conceitos de pesquisa científica
460 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
5. CONCLUSÕES
5.1. Como ciência humana e aplicada, o Direito se projeta
na sociedade como um conhecimento crítico e reflexivo inerente às
relações humanas. A aparente objetividade da ciência a insere em
lugar de destaque em relação a outros meios de convencimento, em
especial a partir de afirmações e evidências;
5.2. Uma tese é um trabalho original de pesquisa que exige
o prévio e profundo conhecimento sobre determinado argumento
utilizado por outros pesquisadores. Nas ciências humanas, a
descoberta não exige invenções revolucionárias, mas uma maneira
inédita de ler e compreender um texto clássico ou uma realidade
social, ou ainda promover a releitura de precedentes;
5.3. O argumento atua como intermediário de uma
discussão crítica e reflexiva. Além da expectativa de que o
pesquisador faça afirmações relativamente inéditas e relevantes para
a coletividade, o leitor tem a expectativa de que as explicações sejam
razoáveis para fins de convencimento científico;
5.4. Apesar de saudável ao direito, o influxo de informações
de outras áreas do saber humano deve ter natureza complementar e
não decisiva para a tomada de decisões eminentemente jurídicas. É
preciso um diálogo entre áreas afins para construir um conhecimento
crítico e reflexivo, inclusive em respeito às diferenças humanas
próprias de em um Estado Democrático de Direito;
5.5. Para ser reconhecida como científica, a pesquisa
jurídica deve promover a convivência metodológica de argumentos
Cognitio Juris – www.cognitiojuris.com | 481
REFERÊNCIAS
ALEXY, Robert. Constitucionalismo Discursivo. Tradução de Luís
Afonso Heck. 4. ed. rev. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2015.
482 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
273
Professora Doutora da Universidade Estadual da Paraíba. Coordenadora
do Núcleo de Estudo, Pesquisa e Extensão comunitária infanto-juvenil –
NUPECIJ.
Cognitio Juris – www.cognitiojuris.com | 485
1 INTRODUÇÃO
O presente texto274 busca analisar o tratamento dado à
infância da classe trabalhadora no Brasil e como o trabalho em idade
precoce vem impactar às vivências infantis da criança trabalhadora
doméstica naquilo que ela sinaliza: uma infância curta e desigual
marcada e demarcada pela superexploração do trabalho e pela
violação dos direitos infantis. Tratou-se de analisar a infância de
crianças, adolescentes e jovens que são ou foram vítimas do trabalho
doméstico tomando como referência os seus direitos fundamentais,
em especial, o direito a educação.
O presente estudo é de natureza descritivo-analítica. Foram
sujeitos da pesquisa: crianças, adolescentes e jovens, com idade
entre 10 e 24 anos, que são ou foram trabalhadores infantis
domésticos. A pesquisa se realizou na Paraíba, no município de João
Pessoa. O lo us de referência empírica desta pesquisa foi o
ambiente escolar. No que se refere à amostragem para a realização
das entrevistas, foi considerado o princípio da intencionalidade
referenciado pela perspectiva do método escolhido, assim sendo o
processo de entrevistas foi realizado junto a 17 sujeitos, dos quais 15
são do sexo feminino, e 2 do sexo masculino. A sistematização e
análise dos dados foram realizadas a partir de uma interpretação
crítico-analítica. A valorização da fala destes sujeitos – crianças e
adolescentes, do passado e do presente – foi um ponto de maior
relevância na metodologia do referido estudo, posto que, através dos
274
As ideias apresentadas neste texto é parte da Tese de Doutoramento em
Se iço So ial O Sentido do Trabalho Infantil Doméstico: particularidades
e contradições na esfera da reprodução social nas economias periféricas
dependentes defe dida ju to ao P og a a de P s-graduação em Serviço
Social da Universidade Federal de Pernambuco.
Cognitio Juris – www.cognitiojuris.com | 487
275
Se o i te esse e da oz s ia ças u a p eo upaç o hoje da
Sociologia, Marx foi um dos primeiros a fazê-lo quando registrou a voz de
duas crianças, William e Murray, ambos com nove e doze anos de idade ao
registrar seus depoimentos sobre suas jornadas de trabalho (MARX, 2011).
488 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
276
Essa categoria foi elaborada por Ruy Mauro Marini (1973) para explicar o
fundamento que particulariza o capitalismo dependente. Trata-se da
utilização de três mecanismos pelos quais se viola o valor da força de
Cognitio Juris – www.cognitiojuris.com | 493
277
Há na localidade em que se desenvolveu a pesquisa, uma cozinha
comunitária, no qual algumas destas famílias fazem uso do serviço ali
prestado. Mesmo que o serviço tenha sido classificado por alguns, na
maioria, por aqueles que se recusam a deste fazer uso, como de qualidade e
higiene duvidosa.
502 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conclui-se que a infância da classe trabalhadora no Brasil traz
a marca da superexploração da força de trabalho e da exploração do
trabalho infantil, o que por sua vez, não só marca, como demarca os
limites da infância dessa força de trabalho. A infância marcada pela
superexploração ganha expressão não só na violação do valor da força
de trabalho do qual sua classe é vítima, em que se destaca a esfera
econômica. Mas também, na arena política e cultural, pela violação
Cognitio Juris – www.cognitiojuris.com | 509
REFERÊNCIAS
ALBERTO, Fátima et al. O trabalho infantil doméstico em João Pessoa.
OIT: Brasília, 2005.
510 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
278
Advogado. Pós-graduado em Direito do Trabalho e Processual do
Trabalho, Direito Público e Direito Privado. Auditor – COPASA. Mestrando
em Direito Ambiental e Desenvolvimento Sustentável na Escola Superior
Dom Helder Câmara. Pesquisador do Grupo de Pesquisa Responsabilidade
Civil por Danos ao Meio Ambiente.
279
Advogado. Mestrando em Direito na Escola Superior Dom Helder
Câmara. Pesquisador do Grupo de Pesquisa Responsabilidade Civil por
Danos ao Meio Ambiente.
514 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
INTRODUÇÃO
Este artigo tem como objetivo estudar a Responsabilidade
Civil da Companhia de Saneamento do Paraná – SANEPAR por
irregularidades relacionadas à qualidade de água lançada pelas
Estações de Tratamento de Esgoto - ETEs nos rios Cascavelzinho e
Arroio Carro Quebrado, partindo de uma perspectiva de que a
responsabilidade civil por danos ambientais é um dos mecanismos
que devem ser utilizados para a redução dos impactos ambientais e
preservação da natureza.
Indubitavelmente, a Companhia de Saneamento do Paraná
- SANEPAR atua no setor de tratamento de esgoto objetivando,
dentre outras, reduzir os impactos ambientais provocados pelos
resíduos produzidos pela população. Entretanto, é conhecimento
geral que essa ação é feita mediante pagamento, visando o lucro,
colocando-a no mesmo patamar das demais empresas.
Ademais disso, embora constituída para, dentre outras
coisas, coletar, tratar e devolver o esgoto ao meio ambiente em
condição de evitar a degradação hídrica, verificou-se que a
Companhia de Saneamento do Paraná – SANEPAR, estava faltando
com o seu dever, em específico no caso em tela ocorrido no
município de Guarapuava, Paraná, no ano de 2009, no que diz
respeito às ETEs instaladas no rio Cascavelzinho e Arroio Carro
Quebrado.
O Ministério do Meio Ambiente, por intermédio da
Resolução nº 430 de 13 de maio de 2011 estabeleceu os índices de
qualidade de esgoto aceitos para serem lançados nos rios, após o
devido tratamento. Por seu turno, as citadas estações de tratamento
da SANEPAR estavam devolvendo aos rios, água incorretamente
tratada, ou seja, muito fora dos níveis de qualidade aceitos, bem
como fazendo a destinação do lodo diretamente no solo.
516 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
280
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de
vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e
preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o
manejo ecológico das espécies e ecossistemas; [...]
V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas,
métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de
vida e o meio ambiente; [...]
§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente
sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e
administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos
causados.
518 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
281
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-
lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou
social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
Cognitio Juris – www.cognitiojuris.com | 519
282
Art. 14 - Sem prejuízo das penalidades definidas pela legislação federal,
estadual e municipal, o não cumprimento das medidas necessárias à
preservação ou correção dos inconvenientes e danos causados pela
degradação da qualidade ambiental sujeitará os transgressores: (...)
520 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
CONCLUSÃO
Cognitio Juris – www.cognitiojuris.com | 533
REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Disponível
em: <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
>. Acesso em: 01 maio 2017.
BRASIL. Lei Federal 6.938/81. Dispõe sobre a Política Nacional do
Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e
dá outras providências. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LEIS_2001/L10257.htm.
Acesso em: 01 maio 2017.
BEDRAN, Karina Marcos. MAYER, Elisabeth. A Responsabilidade Civil
por danos Ambientais no Direito Brasileiro e Comparado: Teoria do
Risco Criado versus Teoria do Risco Integral. Veredas do Direito, Belo
Horizonte, v.10 n.19, p.45-88 Janeiro/Junho de 2013.
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283
Mestre em economia pela Universidade Federal da Paraíba, área de
concentração em Economia do Trabalho, João Pessoa, PB, Brasil. Especialista
em Direito Ambiental pelas Faculdades Integradas de Patos/Fundação
Francisco Mascarenhas, Patos, PB, Brasil. Bacharel em Ciências Econômicas
pela Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, PB, Brasil. Licenciada em
Pedagogia pelo Centro Universitário de João Pessoa, João Pessoa, PB, Brasil.
Fiscal Ambiental da Secretaria de Meio Ambiente da Prefeitura Municipal de
João Pessoa, PB, Brasil. Professora do Curso de Graduação de Pós-
Graduação em Direto da Instituição de Ensino Superior Fesp Faculdades,
João Pessoa, PB, Brasil. Coautora da obra Direito Ambiental – Sinopses
Jurídicas. São Paulo/SP: EDIJUR, 1ª ed. 2011; 2ª ed. 2014, Brasil; da obra Os
impactos climáticos no nordeste brasileiro. Fortaleza, CE: Fundação SINTAF;
São Paulo/SP: Instituto O Direito por um Planeta Verde, 2016, Brasil (E-
book); e da obra Crise ambiental. Curitiba/PR: Appris, 2016, Brasil. É autora
de vários artigos publicados em revistas e periódicos científicos no Brasil.
Pesquisadora do CNPQ Grupo de Pesquisa Estudos e Saberes Ambientais
Homenagem a Enrique Leff - Sustentabilidade, Impactos, Racionalidades e
Direitos, do CCJ/UFPB, João Pessoa, PB, Brasil e do Grupo de Pesquisa
Núcleo de Estudos e, Direito Ambiental e Urbanístico da Universidade
Federal da Paraíba e CNPq, João Pessoa, PB, Brasil.
284
Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Ciências Jurídicas da
Universidade Federal da Paraíba, área de concentração em Direitos
Humanos e Desenvolvimento, João Pessoa, PB, Brasil. Mestre em Ciências
Jurídicas pela Universidade Federal da Paraíba, área de concentração em
Direito Econômico, João Pessoa, PB, Brasil. Bacharel em Direito pela
Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, PB, Brasil. Graduada em
Letras pela Universidade Federal da Paraíba, Cajazeiras, PB, Brasil. Analista
Judiciário do Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba, João Pessoa, PB,
Brasil. Professora de Direito das disciplinas Direito Administrativo e Direito
Econômico na Instituição de Ensino Fesp Faculdades, João Pessoa, PB, Brasil.
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1 INTRODUÇÃO
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Cordeiro (2002, apud SANTOS et al, (2013) indicam que nessa fase a
articulação de experiências se deu em três eixos: melhoria na gestão
dos bancos de sementes, por ser considerado o calcanhar de Aquiles
no avanço da experiência; melhoria na qualidade física e genética das
sementes; e, valorização e conservação da diversidade local. Para isso
foi necessário realizar investimentos na capacitação e na formação
de agricultores sobre as práticas de controle sobretudo, da fase de
polinização das plantas para garantir que não houvesse
comprometimento genético das espécies; também houve
investimento em intercâmbio para conhecimento e troca de
experiências entre os produtores vinculados à rede; e financiamento
para construção da infraestrutura de armazenamento.
Talvez o marco mais importante dessa trajetória tenha sido a pressão
política promovida pelos movimentos sociais, durante a seca de 1993
cobrando mudanças nas ações políticas e nos programas de
enfrentamento das secas, clamando pela substituição das ações
emergenciais por investimentos estruturantes, surgindo então a
ASA/PB, que segundo destaca Londres (2014) foi um divisor de águas
entre a condição frágil da experiência e das cobranças e resultados
que começaram a despontar.
Corroborando essa assertiva Nascimento, Ehrich e Moreira (2012)
indicam que:
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base nos resultados obtidos conclui-se que a apropriação
tecnológica e a sustentabilidade promovida pelos BSCs na Paraíba
estão despertando interesse no meio acadêmico principalmente,
porque além das questões ambientais pertinentes sugere uma forma
de convivência com a inconsistência climática da região semiárida,
cenário onde os estoques de sementes, de água, de alimentos e de
forragem são fundamentais para a manutenção do homem e de sua
criação no campo, para que a vida possa ali se perpetuar.
O modelo de gestão participativa dos BSCs está se mostrando como
estratégia eficaz para uma gestão ambiental consistente, pois está
não é isenta de aspectos políticos, econômicos e sociais, de modo
que o referencial da sustentabilidade está representado pela
preservação da agrobiodiversidade, isto é, as sementes da paixão
possuem qualidade genética superior comparativamente ás
sementes comerciais que são adquiridas pelo governo e distribuídas
aos agricultores nas regiões abrangidas pelo programa oficial do
governo de distribuição de sementes.
A apropriação tecnológica está representada pelas técnicas de
plantio e de conservação que está consolidando a experiência dos
BSCs, cujas atividades coordenadas pela ASA/PB promovem eventos
que incluem a realização de feira de trocas de sementes entre os
agricultores, que trazem as variedades dos seus bancos de sementes
familiares e comunitários, além de exposição de painéis, faixas,
boletins e uma amostra da enorme variedade de sementes cultivadas
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REFERÊNCIAS
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Rural do Rio de Janeiro, Instituto de Florestas (2013). Disponível em:
<http://aspta.org.br/wp-content/uploads/2013/10/Dissertacao-
Mestrado-FlaviaLondres-vf.pdf>. Acesso em: 10 maio 2017.
562 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
ABSTRACT: The present study aims at analyzing the use of the theory
of consummated fact as a matter of a situation already consolidated
along the time. It emphasizes the inadequacy of the mentioned
theory to an ecologically balanced environment. It is also
inappropriate to a conception of environment as a diffuse and
fundamental right, which is correlated with the question of
sustainability, as well as with environmental legal hermeneutics and
285
Advogada, Mestre em Direito, Políticas Públicas e Desenvolvimento
Sustentável na Linha de Direito, Ambiente e Desenvolvimento Regional, pelo
Centro Universitário do Pará (CESUPA). Membro do Núcleo de Propriedade
Intelectual do CESUPA – Centro Universitário do Pará.
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1. INTRODUÇÃO
O objetivo deste artigo é contribuir para viabilizar um melhor
entendimento sobre a teoria do fato consumado e seus aspectos
jurídicos decorrentes de sua incompatibilidade com o ordenamento
jurídico ambiental pátrio, considerando-se a possibilidade de violação
do meio ambiente ecologicamente equilibrado enquanto direito
fundamental, correlacionando-se com a questão da sustentabilidade
e os princípios da precaução e da prevenção.
O artigo seguirá os seguintes passos: introdução sobre o
assunto; algumas considerações sobre a sociedade de risco em razão
do mau uso do meio ambiente pelo ser humano; identificação dos
principais aspectos da teoria do fato consumado; breve relato
histórico sobre o início da aplicação da teoria do fato consumado na
jurisprudência brasileira; identificação dos limites do instituto do fato
consumado frente a uma análise a partir da hermenêutica ambiental,
relacionando-o com o princípio da proporcionalidade e da
razoabilidade; análise da teoria do fato consumado em matéria
ambiental nos tribunais brasileiros indicando, inclusive, decisões
favoráveis e desfavoráveis à sua aplicação; considerações sobre a
incompatibilidade da aplicação da teoria do fato consumado no
âmbito ambiental; importância da aplicação dos princípios da
prevenção e precaução, bem como do princípio do desenvolvimento
sustentável, no sentido de ajudar a formular um juízo prático-jurídico
em detrimento da aplicação da teoria do fato consumado.
Torna-se relevante a temática em questão tendo em vista a
necessidade de demonstrar que a aplicação da teoria do fato
consumado no âmbito do direito ambiental contribui
566 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
286
BECK, Ulrich. A sociedade de risco: rumo a uma outra modernidade.
Trad. Sebastião Nascimento. São Paulo: Editora 34, 2010.
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BECK, Ulrich. A sociedade de risco: rumo a uma outra modernidade.
Trad. Sebastião Nascimento. São Paulo: Editora 34, 2010.
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Trad. Sebastião Nascimento. São Paulo: Editora 34, 2010.
574 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
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Revista CEJ, Brasília, n. 27, pp. 95-101, out./dez. 2004, p. 99.
292
FELZEMBURG, Daniel Martins. O fato consumado e o ônus da
sucumbência. Jus Navigandi, Teresina, ano 10, n. 1043, 10 maio 2006.
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293
TESSLER, Marga Inge Barth. O fato consumado e a demora na prestação
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99.
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294
____________________. O fato consumado e a demora na prestação
jurisdicional. In: Revista CEJ, Brasília, n. 27, pp. 95-101, out./dez. 2004, p.
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<http://pt.scribd.com/doc/6941801/Teoria-Dos-Principios-Da-Definicao-A-
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2011.
296
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SANTOS, Boaventura de Sousa. Os processos da globalização. In: SANTOS,
Boaventura de Sousa (Org.). A globalização e as ciências sociais. 3.ed. São
Paulo: Cortez, 2005, p. 25-102.
Cognitio Juris – www.cognitiojuris.com | 581
ambiental298. Uma vez que esse tempo não tem sido tratado com o
devido respeito, em regra, cria-se a seguinte situação: o ilícito
ambiental acaba sendo classificado como situação consolidada ou
fato consumado, e a sanção é convertida em medida compensatória -
na maioria das vezes pena pecuniária - e/ou indenização.
Nesse sentido, Simone Martini e Rafael Ferronatto
preceituam:
A sociedade e, sobretudo, o Estado,
incluindo todos os seus integrantes, em
especial o Poder Judiciário, precisam
encontrar meios legais de proteger o meio
ambiente, sem prejuízo de um
desenvolvimento sustentável, mas de forma
eficaz, evitando-se o cômodo argumento do
fato consumado para a permissão da
degradação ambiental, fruto este, como
visto, no mais das vezes, da morosidade
judiciária, que se deixa emaranhar por
inúmeros pedidos de todos os envolvidos,
sem se atentar que para a
fundamentalidade do direito a um meio
ambiente ecologicamente equilibrado, e
que se está diante do dever de ser este
assegurado para as gerações futuras299.
298
TEIXEIRA, Antônio Edílio Magalhães. Processo ambiental. Uma proposta
de razoabilidade na duração do processo. Curitiba: Juruá, 2008.
299
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orientação da jurisprudência federal. Porto Alegre: Fabris, 2002. p. 19.
586 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
.
Neste sentido, ressalta-se a importância do sistema legal em
tornar viável o tratamento diferenciado e especializado de áreas com
atributos ambientais. Ao proceder desta forma pretende a
sistemática jurídico-ambiental brasileira coadunar com os princípios
de direito ambiental, objetivando a manutenção completa e integral
desses espaços territoriais.
Interpretações a favor da teoria do fato consumado
consideram o bem ambiental como pequenas partes fracionadas e
incomunicáveis. Se assim realmente fosse, certamente a
303
FIORILLO, Celso Antonio Pacheco. Curso de Direito Ambiental Brasileiro.
5 ed. São Paulo: Saraiva, 2004. p 25.
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Cognitio Juris
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610 | Cognitio Juris - Ano VII - Número 17 – Junho 2017
ISSN 2236-3009
www.cognitiojuris.com