Sei sulla pagina 1di 7

PONTIFÍCIA UNIVERSITÀ LATERANENSE

FACULDADE CLARETIANA DE TEOLOGIA


STUDIUM THEOLOGICUM

ELINAEL OLIVEIRA DE ARAÚJO

RELATÓRIO DO CURSO DE EXTENSÃO


AS PARÁBOLAS NOS EVANGELHOS SINÓTICOS

CURITIBA
2019
ELINAEL OLIVEIRA DE ARAÚJO

RELATÓRIO DO CURSO DE EXTENSÃO


AS PARÁBOLAS NOS EVANGELHOS SINÓTICOS

Trabalho apresentado ao curso de Teologia do


Studium Theologicum – Faculdade Claretiana de
Teologia da Pontifícia Università Lateranense
como requisitos de horas complementares de
Atividades Acadêmicos Científico Cultural, tendo
como orientador Prof. Dr. Pe. Valdinei de Jesus
Ribeiro.

CURITIBA
2019
AS PARÁBOLAS NOS EVANGELHOS SINÓTICOS

Local: Faculdade Claretiana de Teologia – Studium Theologicum


Modo: Extensão
Tema: As Parábolas nos Evangelhos Sinóticos
Mediador: Prof. Dr. Pe. Alceu Luiz Orso
Data: 08 de agosto à 30 de outubro de 2018
Horas: 30

INTRODUÇÃO
O Objetivo do curso foi tratar gênero parabólico nos evangelhos sinóticos, de
forma a proporcionar uma melhor compreensão do estilo literário bem como suas
principais características e como foram narradas nos sinóticos.

EXTENSÃO
Tal como foi visto no curso, as parábolas têm o poder de comunicar em
linguagem humana os sentimentos de Deus. Sobre o método parabólico, não foi Jesus
quem inaugurou, mas dele se utilizou para transmitir sua mensagem. O objetivo de
Jesus nas parábolas era mostrar que a fonte do sagrado estava nos gestos que fazemos
para o outro no dia a dia. As parábolas de Jesus, incluindo as da misericórdia, estão
ligadas à vida e interpretam-na.
Seria errado pensar que, depois de ler uma parábola sua, está se deve interpretar.
Este método usado por Jesus é uma fonte viva que jorra do coração do evangelho, capaz
de introduzir o leitor muito próximo daquele em que Jesus anunciou seu evangelho,
além de suscitar novos questionamentos aos ouvintes de suas parábolas, possibilitando
sempre uma nova experiência coma palavra viva de Jesus.
Por isso é de suma importância tratar do tema das parábolas, para uma melhor
transmissão do conteúdo da fé. As parábolas têm o poder de comunicar em linguagem
humana os sentimentos de Deus. Sobre o método parabólico, não foi Jesus quem
inaugurou, mas dele se utilizou para transmitir sua mensagem. O objetivo de Jesus nas
parábolas era mostrar que a fonte do sagrado estava nos gestos que fazemos para o outro
no dia a dia.
As parábolas de Jesus, inclusive as da misericórdia, estão ligadas à vida e
interpretam-na. Seria errado pensar que, depois de ler uma parábola sua, está se deve
interpretar. Pelo contrário: as parábolas interpretam a vida de cada um e a questionam.
As parábolas como vimos não são explicadas por Jesus, elas deixam um espaço onde
cada pessoa é interpelada ao ouvir. Porém, algumas parábolas foram interpretadas e
explicadas pelas comunidades primitivas, como por exemplo, no discurso das
parábolas do capitulo 13 de Mateus (Mt13,36-43).
Uma das características das parábolas é deixar as questões abertas. Em Lucas
encontramos personagens anônimos de forma que qualquer pessoa ao ouvir as parábolas
possa se identificar com um personagem: “Um homem descia de Jerusalém a Jericó...”
(Lc10-30) Lucas não diz quem é este homem. Como vimos o conteúdo das parábolas é
extraído do cotidiano da vida como: as relações, no caso do bom samaritano, do filho
pródigo. Ou da agricultura, como por exemplo: o fermento, o joio e trigo.
Depois de apresentarmos algumas características das parábolas, podemos passar
a uma definição do termo parábola, na bíblia. Segundo o autor Joachim Jeremias: O (
‫ )מְשָׁ ִל‬mashal hebraico designava, mesmo no judaísmo pós-bíblico, sem que se possa
fazer um quadro esquemático, toda sorte de linguagem figurada: Parábola =
comparação, alegoria, fábula, provérbio, revelação apocalíptica.
Podemos ver nestas definições, este método era usado para revelar realidades e
ensinamentos, contudo, este método possui certas ambiguidades, pois ao mesmo tempo
que revela ele esconde: “ A vós foi dado conhecer os mistérios do Reino de Deus; aos
outros, porém, em parábolas a fim de vejam sem ver e ouçam sem entender” (Lc 8-10).
Podemos ver nas parábolas sempre uma comparação em forma de história.
Muitas vezes, na parábola as coisas acontecem justamente ao contrário do que a gente
esperava; é que nem sempre nós vemos as coisas como Deus as vê. A parábola faz
pensar, balança certas convicções que não vem de Deus; leva a encarar a vida sob um
ponto de vista novo. Por isso, só entende a parábola quem se abre a Deus, quem tem fé.
Uma outra questão que nos traz as parábolas é a apresentação de novos paradigmas, que
revelam como nosso modo de ver e julgar não corresponde aos juízos de Deus. Isso faz
com que os ouvintes se questionem, pois, apresentam soluções inesperadas.
Durante o curso foi de grande destaque para mim e crescimento na fé, o tema da
misericórdia. Em Lucas aparece 18 vezes as parábolas, sendo que as parábolas da
misericórdia são exclusivas de seu evangelho. Podemos notar uma dialética relacional
nas parábolas da misericórdia, pois exigem uma relação de pessoas, como nos explica
melhor na citação: Nas parábolas de Jesus todas as da misericórdia são contadas
segundo uma relação triangular. Convencionalmente, podemos falar de (ele, eu e o
outro). Em cena estão dois devedores e um credor; um sacerdote, um levita e um
samaritano; o pastor com cem ovelhas, das quais uma se perdeu, mas foi encontrada;
uma dona de casa com dez dracmas, uma das quais perdida e depois achada; um Pai e
dois filhos, um dos quais morreu e regressou a vida; um anônimo rico, Lázaro e Abraão;
um juiz injusto, Deus e uma viúva; um fariseu, um cobrador de impostos e Deus no
templo. Esta é uma característica peculiar nas parábolas da misericórdia, o uso
intencional triangular de imagens, onde também se evidência a necessidade da relação
entre pessoas, exige para isso uma atitude de tomada de consciência, empatia e
alteridade. Através dessas parábolas Jesus revela o rosto de Deus ao homem, revela os
sentimentos do Pai.
Como podemos ver a misericórdia é uma experiência que o homem faz e se
envolve totalmente, numa atitude onde se sente amado, ou também se sente impelido a
comprometer com o outro que carece de misericórdia, ou seja, é uma questão de
coração: O coração é para a bíblia, a sede do pensamento, das decisões mais intimas.
Por isso, ter compaixão ou misericórdia equivale a um movimento interior das vísceras
que do intimo nos levam a aproximar-nos do outro.
A compaixão por um moribundo, negada por um sacerdote e um levita,
encontra-se num samaritano: “chegou junto dele, viu e se encheu de compaixão” (Lc
10,33). É próprio de um coração aberto que se compadece da miséria humana agir com
misericórdia e reconhecer na fragilidade humana o divino que há em cada pessoa.
Segundo Joachim Jeremias, autor citado no curso, as parábolas nos introduzem
num ambiente muito próximo da realidade que Jesus viveu, por isso se tornam uma
fonte muito confiável. A grande questão desde o início da Igreja foi como compreender
o seu real sentido. Houve três modos de compreender as pabolas: Num primeiro
momento as parábolas recebiam uma interpretação pelas primeiras comunidades, como
é o caso, das parábolas do capitulo 13 de Mateus, onde no final se encontra explicação
(13,18-23) e (13,36-42).
Num segundo momentos os Padres as interpretavam de modo alegórico, onde já
nos inicios, nos primeiros decênios depois da morte de Jesus, as parábolas sofreram
certos desvios na sua interpretação. Começou-se muito cedo a tratar as parábolas como
alegorias, isto é, a atribuir-se a cada detalhe das parábolas um especial sentido profundo.

Esta tendência de usar alegorias, era muito comum na cultura helênica para se
explicar mitos esotéricos. Certamente houve uma influência deste método no processo
de evangelização do mundo grego que trouxe para o cristianismo nascente o método de
alegoria e que foi fortemente difundido na Igreja. Este é o caso de Orígenes, ao afirmar
que na Sagrada Escritura, havia sempre um significado espiritual, mas nem sempre
como está escrito. Este método percorreu a história da exegese por muitos séculos. E
num terceiro momento a partir do século XVII, as parábolas passam a ser interpretadas
pelo seu tema central.
Após esta breve reflexão sobre os métodos de interpretação das parábolas,
passemos a uma reflexão da parábola do Bom Samaritano. Esta parábola se encontra no
Evangelho de Lucas, na caminhada de Jesus para Jerusalém, se acha propriamente em
10, 29- 37. Sendo única e exclusiva de Lucas, onde a questão é sobre como herdar a
vida eterna. Mas tem em comum com Marcos e Mateus problema de qual seria o
mandamento mais importante (Mc 12,28-31) (Mt 22,34-40).
Em Lucas destaca-se outra pergunta: Quem é o meu próximo? Para responder
está pergunta Jesus conta a parábola:
“E eis que um legista se levantou e disse para experimentá-lo: Mestre, que farei
para herdar a vida eterna? Ele disse: Que está escrito na lei? Como lês? Ele, então
respondeu: “Amarás o senhor teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, com
toda a tua força e de todo o teu entendimento; e a teu próximo como a ti mesmo” Jesus
disse: “Respondeste corretamente; faze isso e viverás”. Ele, porém, querendo se
justificar, disse a Jesus: E quem é meu próximo? Jesus retomou: “Um homem descia de
Jerusalém a Jericó, e caiu no meio de assaltantes que, após havê-la despojado e
espancado, foram-se deixando-o semimorto. Casualmente, descia por esse caminho um
sacerdote; viu-o e prosseguiu. Certo samaritano em viagem, porém, chegou junto dele,
viu-o e moveu-se de compaixão. Aproximou-se cuidou de suas chagas, derramando óleo
e vinho, depois colocou em seu próprio animal, conduziu-o á hospedaria e dispensou-
lhe cuidados. No dia seguinte, tirou dois denários e deu-os ao hospedeiro, dizendo:
Cuida dele, e o que gastares a mais, em meu regresso te pagarei. Qual dos três, em tua
opinião, foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes? Ele respondeu:
“Aquele que usou de misericórdia para com ele”. Jesus então lhe disse: “Vai, e também
tu, fazes o mesmo” (Lc 10, 25-37). Passemos agora, a uma estruturação do texto. A
partir da atuação dos personagens, podemos dividir a parábola da seguinte forma:
1º O motivo pelo qual Jesus conta a parábola, que está nos versículos, 25-29;
sobre como herdara vida eterna e quem é o próximo, que se deve amar.
2º Versículo 30, personagens: O homem que descia de Jerusalém e os
assaltantes.
3º Versículos 31-32, quem está ali? O sacerdote e o levita.
4º Versículos 33-35, o samaritano e o hospedeiro
5º versículos 36-37, a conclusão da parábola.

Sobre Os Personagens
Ao total são seis personagens: Um homem doente e agredido, o sacerdote, o
levita, os assaltantes, o samaritano e o hospedeiro. Como já foi dito neste trabalho, é
uma característica de Lucas não dar nome aos personagens.

Alguns Dados Da Parábola


1º A questão do legista sobre quem é meu próximo. Chama atenção o fato de um
homem conhecedor das leis, perguntar a Jesus um leigo, sobre a vida eterna.
2º A geografia: De Jerusalém a Jericó, são cerca de 27 km aproximadamente, um
caminho perigoso, existiam muitos assaltantes. Era literalmente uma descida, pois
Jericó se encontra 400 metros abaixo do nível do mar.
3º Sobre os Samaritanos: “Samaria / samaritanos. Construída no início do
século IX a.c., Samaria foi a quarta e mais importante capital do Reino do Norte. Após a
tomada de Samaria pelos assírios, em 721 a.c., a população foi misturada com a de
outros povos. Depois do exílio criaram-se sérios problemas de relacionamento entre
Judeus e samaritanos, de modo que o termo (samaritano) chegava a ser usado como
xingatório pelos Judeus do tempo de Jesus.
4º Os procedimentos do Samaritano: Se compadeceu, cuidou, deitou remédio
(óleo e vinho), coloca-o no animal, leva-o para hospedaria, e paga ao hospedeiro (35-
36).
5º Estrutura social: Nesta parábola, se encontra as três classes da sociedade
Judaica: Samaritanos, Judeus e Sírios, composta de três grupos: Sacerdotes, levitas e o
povo. Após esta análise dos principais dados dessa parábola, podemos passar para a
interpretação.

Interpretação
Existem vários ângulos em que se poderia interpretar está parábola, num
primeiro momento podemos interpretar esta parábola a luz da reflexão dos Padres, ou
seja, interpretar esta parábola através da alegoria, onde se busca um sentido espiritual,
para cada elemento, vejamos:
Desde a época dos Padres da Igreja, a parábola foi lida com traços humanos de
Jesus. São Clemente de Alexandria refere: Quem mais teve compaixão de nós, com as
muitas feridas com os nossos medos, paixões, invejas, aflições e alegrias dos sentidos?
Estávamos em poder da morte, do príncipe do mundo das trevas, Jesus é o único capaz
de curar estas feridas, porque acaba com todos os sofrimentos de modo absoluto e até a
raiz.
Como vemos no início da Igreja, foram atribuídas a Jesus, as virtudes do bom
samaritano, pois há uma identificação perfeita com a sua vida, principalmente seu
cuidado para com os pobres doentes, e excluídos como no seu diálogo com a samaritana
(Jo 4,9), onde ele se aproxima e lhe pede agua num gesto de acolhida e amor. Porem
seria um reducionismo fechar a interpretação somente na pessoa de Jesus, pois como
vimos neste trabalho as parábolas de Jesus tem o poder de interpretar a vida de cada
pessoa que a houve, transformando numa experiencia libertadora.
Vejamos em santo Agostinho uma outra forma de interpretação: Para Santo
Agostinho Jesus é o bom samaritano. O sacerdote e o levita, são os Judeus antes da
vinda de Jesus. O homem que descia de Jerusalém era Adão. O dono da pousada era
Paulo. A pensão era a Igreja. O óleo a esperança. O vinho exortação ao fervor. A moeda
o batismo e a comunhão.
O gasto a mais ao conselho ao celibato. Em Agostinho temos uma inclusão da
Igreja e dos sacramentos como meio para cura dos homens, onde na pessoa de Jesus a
salvação se dá pelo samaritano, como numa forma de contraste entre o pensamento da
teologia da época.
O conteúdo desta parábola, é de riquíssimo valor, ela nos coloca no centro da
pregação e vida de Jesus, que nos deixou o seu novo mandamento a lei nova, que é a
pratica do amor, isto ele não somente pregou, mas provou na sua entrega e doação as
pessoas. A grande questão aberta foi sobre a relação entre a lei e seu núcleo. A pergunta
do legista, além de ser maliciosa, reflete o que se debatia nos vários movimentos
religiosos da palestina.
Ao contar a parábola Jesus adentra no mundo do legista e o desentala pois
coloca em xeque preceitos do culto. Pois tanto para o sacerdote quanto para o levita, era
extremamente proibido entrar em contato com um moribundo arriscando-se contaminar.
Mas o conteúdo da parábola vai ficando cada vez mais provocativo, quando Jesus insere
na história o samaritano.
Uma vez que que estes eram vistos como estrangeiros, e impuros. E para
contrastar ainda mais, o samaritano é apresentado como aquele que se compadece do
homem ferido, em oposição ao levita e ao sacerdote, aqueles quem melhor deviam
conhecer a Deus, ignoravam o sofrimento do moribundo. Está compaixão é ainda mais
explicita ao Jesus, narrar todos os gestos de cuidado e compaixão, que ele fez, onde se
comprometeu numa atitude concreta, em relação a vida daquele homem ferido.
Revela que a compaixão não é somente sentimento, mas uma ação que produz a
cura do outro. Se no início da parábola, o próximo era o homem ferido, no fim passa a
ser o samaritano. Pois ao responder sua opinião sobre quem foi o próximo daquele
homem, foi obrigado a reconhecer que o samaritano é quem foi o próximo, pois agiu
com misericórdia.
E Jesus disse: Respondestes corretamente; faze isso e viverás” (Lc10-37). Neste
momento ocorre uma reviravolta, onde o legista se torna personagem ativo da parábola,
quando Jesus lhe diz fazes isto e viverás, o convida a superar sua compreensão de
espiritualidade e se fazer o próximo também do samaritano, ou seja, o estrangeiro.
Dessa forma podemos sintetizar nesta parábola o grande mandamento de Jesus que é o
amor. Amor que recebemos dele primeiro e que se torna concreto nas relações vividas
com o próximo, como ele nos ensinou nesta parábola.

COMENTÁRIO
Concluímos nestas reflexões sobre o curso das parábolas que, o método usado
por Jesus para anunciar o reino e a salvação encontra um espaço fértil no coração de
cada ouvinte de suas parábolas. De forma que suas palavras continuam a gerar vida e a
questionar a cada um sobre os valores de Deus em oposição aos juízos humanos.
Podemos afirmar que entrar em contato com as parábolas é uma experiência que
não nos permite ficar como espectadores passivos, mas elas nos lançam frente aos
projetos do reino e os sentimentos do Pai. As parábolas de Jesus nos interpelam a dar
uma resposta a nós mesmos, repensar sobre nossas relações que vivemos no dia a dia.
No terceiro evangelho onde se fundamentou essa pesquisa vemos o rosto misericordioso
de Deus nos gestos de Jesus e seu chamado a partilhamos dessa experiência.
Apreendemos com o legista que interrogava Jesus sobre a quem deveria amar, que não
há limites para viver o amor e a misericórdia, mesmo aqueles que a sociedade rotula
como estrangeiros e impuros, pois essência da religiosidade, deve estar para além de
normas e rituais, numa atitude concreta de compromisso e compaixão nas relações
humanas, pois é isso que nos torna semelhantes ao Pai misericordioso.

Potrebbero piacerti anche