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ESCOLA SUPERIOR DE DESENVOLVIMENTO RURAL

DEPARTAMENTO DE SOCIOLOGIA RURAL

Avaliação do contributo dos serviços de Extensão no âmbito da implementação


da agricultura de conservação na localidade de Golo-distrito de Homoíne

Licenciatura em Comunicação e Extensão Rural

Autora:
Rosa Apilosse Chuquela

Vilankulo, Junho de 2016


Rosa Apilosse Chuquela

Avaliação do Contributo dos Serviços de Extensão no Âmbito da Implementação


da Agricultura de Conservação Localidade de Golo - Distrito de Homoíne

Trabalho de Culminação de Curso


apresentado ao Departamento de
Sociologia Rural da Escola
Superior de Desenvolvimento
Rural – Universidade Eduardo
Mondlane para a obtenção do
grau de Licenciatura em
Comunicação e Extensão Rural.

Supervisora:

Engª.Carla Mite Viagem

UEM - ESUDER
Vilankulo
2016
DECLARAÇÃO DE HONRA

Declaro por minha honra, que o presente trabalho de licenciatura em Comunicação e Extensão
Rural foi da minha própria autoria, tendo como bases as referências bibliográficas mencionadas
no trabalho. Nunca foi apresentado na íntegra por uma instituição de ensino para obtenção de
qualquer grau académico.

Vilankulo, Junho de 2016

______________________________________
(Rosa Apilosse Chuquela)
DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus pais Apilosse chuquela e Mafalda Simião, pela educação e
cuidado nos momentos necessários.

Aos meus amados irmãos e primos: Júlia, Liontina, Edna, Lia, Belive, Lucas, pela força e pelo
apoio que me foi dado durante o período de formação.

i
AGRADECIMENTOS

O meu mais especial agradecimento, vai a Deus pelo dom da vida e por tudo que Ele fez por
mim durante o período da minha formação académica.

Agradeço aos meus pais Apilosse chuquela e Mafalda Simeão, pelo esforço feito e pelas
providências feitas para que a minha formação fosse possível.

Agradeço a minha supervisora Carla Mite, pelo cuidado, esforço e pelo auxílio concedido
para a realização do trabalho.

Aos meus irmãos e primos: Júlia, Liontina, Edna, Lia, Belive, Lucas, Recília e José pelo amor
e incentivo para não desistir dos meus sonhos.

Agradeço a todos meus companheiros na fé pela força e amor que nunca me faltou e aos meus
amigos e colegas de turma pela cooperação e cumplicidade durante o período de formação.

Agradeço aos Serviços Distritais de Actividades Económicas, pelas portas que me foram
abertas para que o meu trabalho se realizasse e a toda comunidade de Golo que me facultou a
coleta de dados.

Muito abrigada a todos que contribuíram directa e indirectamente para minha formação.

ii
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SIMBIOLO

Abreviaturas

EMATER - Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural

ESUDER - Escola Superior de Desenvolvimento Rural

Eng ª - Engenheira

HA - Hectare

KM - Kilometros

TON - Tonelada

NR - Número

MINAG - Ministério de Agricultura

ORAM - Organizações de Ajuda Mútua

Siglas

CM - Conselho de Ministros

DNEA - Direcção Nacional de Extensão Agrária

AC - Agricultura de Conservação

ECA - Estratégias de Comercialização Agrícola

FAO - Organização para Alimentação e Agricultura das Nações Unidas

GTZ - Cooperação Técnica Alemã

INE - Instituto Nacional de Estatística

MAE - Ministério da Administração Estatal

iii
ONGˈS - Organizações não-governamentais

PARPA - Plano de Acção para Redução da Pobreza Absoluta

PEDSA - Plano Estratégico de Desenvolvimento do Sector Agrário

ROSA - Rede Das Organizações Para a Segurança Alimentar

S/D - Sem Data

SDAE - Serviço Distrital de Actividades Económicas

TIA - Trabalho de Inquérito Agrícola

UEM - Universidade Eduardo Mondlane

IIAM – Instituto de Investigação Agraria de Moçambique

Símbolos

%- Percentagem

iv
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Lista de tabelas

Tabela n°1: Agricultores entrevistados (sexo e idade) ............................................................ 20

Tabela n°2: Quantidade de Milho e batata-doce ton/ha antes e depois da assistência ............ 27

Lista de figuras

Figura n°1: Técnicas disseminadas pelos serviços de extensão ............................................. 26

v
LISTA DE APÊNDICES

Apêndice n°1: Guião de entrevista dirigido aos agricultores ..................................................... I

Apêndice n°2: Guião de entrevista dirigido aos extensionista ................................................ III

Apêndice n°3: Crescimento de culturas no sistema de agricultura de conservação ................. V

Apêndice n°4: Cobertura morta num campo de agricultura de conservação ........................... V

vi
RESUMO

O presente trabalho visa a avaliar a contribuição dos serviços de extensão no âmbito da


implementação da agricultura de conservação (AC) realizada na localidade de Golo, distrito
de Homoíne uma vez que é um sistema de produção que bem implementado favorece a
sustentabilidade do solo através de práticas agrícolas conservacionistas (redução ou
eliminação da lavoura, eliminação da queima de restolhos com vista a garantir a cobertura do
solo). Para alcançar os objectivos pretendidos usou-se uma combinação de técnicas de colecta
de dados como revisão bibliográfica, observação directa e entrevistas semi-estruturadas
através de um guião de perguntas previamente elaboradas dirigido aos agricultores e aos
técnicos de extensão (vide apêndice 1 e 2) onde foi usada a amostragem não probabilística
intencional ou por tipicidade, pela sua facilidade na selecção do grupo alvo onde por sua vez
permitiu obter uma amostra de 27 entrevistados. Depois da colecta de dados fez-se o cálculo
das percentagens, através do pacote Excel para elaboração de tabelas, gráficos, colocação dos
resultados e a sua respectiva discussão através da sustentação de ideias de autores em relação
a realidade do campo. Durante a pesquisa foi possível constatar que os agricultores do sector
familiar praticam a AC que é caracterizada por áreas entre 1ha a 1,5ha, destinada a auto-
consumo, produzindo culturas de subsistência e explorando o uso de instrumentos como
enxada para produção agrícola e que os serviços de extensão dedicam-se na disseminação de
prácticas culturais como preparo do solo, adubação de fundo, sementeira directa e controlo
fitossanitário para implementação da AC com vista a capacitar os agricultores em matéria de
conhecimento em relação a mesma, verificou-se também um aumento da produção em 0,14
ton/ha na cultura de Milho e um aumento de 0,3 ton/ha no caso da Batata-doce practicando a
AC. De forma conclusiva é de referir que os serviços de extensão tem contribuído bastante
para o processo de disseminação da AC visto que os agricultores tem apostado na
implementação e consecutivamente nota-se um aumento gradual da produção, devido a
eliminação de prácticas agrícolas que contribuíam para a degradação dos solos optando-se
desta forma pelas prácticas que visam a sustentabilidade do solo e aumento da capacidade
produtiva.

Palavras-chaves: Agricultura de conservação, Serviços de extensão, produção.

vii
ÍNDICE
Conteúdo Página

I. INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 1
1.1.Problema ............................................................................................................................... 2
1.2.Justificativa ........................................................................................................................... 2
1.3.Objectivos ............................................................................................................................. 3
1.3.1.Geral: ................................................................................................................................. 3
1.3.2.Específicos:........................................................................................................................ 3
II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .............................................................................................. 4
2.1.Breve historial sobre Extensão Rural ................................................................................... 4
2.1.1.Conceitos básicos .............................................................................................................. 5
2.1.1.1.Extensionista................................................................................................................... 5
2.1.2.Importância da Extensão Rural.......................................................................................... 6

2.1.2.Papel do extensionista ....................................................................................................... 6

2.1.Caractéristicas da agricultura em Moçambique.................................................................... 9

2.2.Agricultura de conservação ................................................................................................ 10

2.2.1.Princípios da agricultura de conservação ........................................................................ 10

2.3.Técnicas de Produção na Agricultura de conservação ....................................................... 11

2.3.1.Maneio de Plantas de cobertura ....................................................................................... 11

2.3.2.Preparo do Solo ............................................................................................................... 11

2.3.3.Sementeira Directa .......................................................................................................... 12

2.3.4.Consorciação e Rotação de culturas ................................................................................ 13

2.3.6.Controlo de infestantes .................................................................................................... 15

2.3.7.Maneio de pragas e doenças ............................................................................................ 16

2.4.Importância da Agricultura de Conservação ...................................................................... 16

2.5.Desafio para a Agricultura de Conservação ....................................................................... 17

III. METODOLOGIA ............................................................................................................... 18


3.1.Descrição da área de estudo: .............................................................................................. 18
Divisão administrativa .............................................................................................................. 18
3.1.1.Clima e Hidrografia ......................................................................................................... 18

3.1.2.Economias e Serviços ...................................................................................................... 18

3.1.3.Caracterização do grupo alvo .......................................................................................... 19

3.2.Amostragem ....................................................................................................................... 19

3.2.1.Seleção da amostra .......................................................................................................... 19

3.3.Técnica de colecta de dados ............................................................................................... 20

3.3.2.Observação Directa.......................................................................................................... 21

3.3.3.Entrevistas Semi-Estruturadas ......................................................................................... 21

3.4.Análise de dados ................................................................................................................. 22

3.4.1.Coincidência de padrões .................................................................................................. 22

4.1.Características da agricultura de conservação praticada na localidade de Golo ................ 23

4.2.Actividades disseminadas pelos serviços de extensão no âmbito da implementação da


agricultura de conservação na localidade de Golo. .................................................................. 24

4.2.1.Preparo do Solo ............................................................................................................... 24

4.2.2.Adubação de fundo .......................................................................................................... 24

4.2.3.Sementeira directa ........................................................................................................... 25

4.2.4.Controle fitossanitário ..................................................................................................... 25

V. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ........................................................................... 29

5.1.Conclusões .......................................................................................................................... 29

5.2.Recomendaçoes .................................................................................................................. 30

VI. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................... 31


Avaliação do contributo dos serviços de Extensão no âmbito da implementação da agricultura de conservação na
localidade de Golo-distrito de Homoíne

I. INTRODUÇÃO

A extensão rural é um processo educativo que tem como objectivo a transmissão de


informações úteis a população, ajudando-a a aprender como utilizá-la para melhorar a sua
vida, assim como a dos seus familiares e comunidades. A extensão pode ser combinada ou
integrada com outras actividades de transferência de tecnologia, como sucede na maior parte
dos projectos de aumento da produção destinada ao mercado (AMÉRICO, 2010).

A agricultura é uma atividade econômica que começou há aproximadamente dez mil


anos, quando o homem passou a plantar, cultivar e aperfeiçoar ervas, raízes e árvores
comestíveis e domesticou, colocando sob sua dependência, algumas espécies de animais, em
troca de alimento e da proteção que podia oferecer. Com a agricultura o homem passou de
coletor para produtor de alimentos (ROMANIELLO & THIAGO, 2015).

O sucesso da agricultura de conservação é impulsionado pelo comportamento dos


agricultores ao receberem informações difundidas pelos serviços de extensão e na localidade
de Golo, o extensionista tem-se empenhado em transmitir técnicas aos agricultores, com vista
a garantir o progresso da implementação da mesma e consecutivamente o alcance dos níveis
de produção desejados no âmbito da agricultura de conservação. Uma vez que segundo
(BARROS & FREIXIAL, 2011), a agricultura de conservação visa produzir melhorando a
fertilidade do solo, de forma que as gerações futuras possam obter produtividades iguais ou
superiores as que se obtém no modo convencional, melhorando a sua qualidade de vida.

O trabalho tem a disposição de 5 capítulos, designadamente: capítulo I é composto por


aspectos introdutórios, como: introdução onde aborda-se aspectos que facilitam a
compreensão do tema de um modo geral e sua relevância, os objectivos da pesquisa, o
problema em estudo e a justificação da escolha do tema, capitulo II constituído pela revisão
bibliográfica que apresenta a fundamentação teórica de itens relacionados ao tema, capitulo
III que descreve a metodologia usada no trabalho, capitulo IV que consiste na apresentação de
resultados obtidos no campo e discussões com base nas sustentações de diversos autores
mostrando o seu ponto de vista em relação a realidade do campo, capitulo V apresentam-se as
conclusões tiradas durante a pesquisa e algumas recomendações e por fim as referências
bibliográficas.

Licenciatura em Comunicacao e Extensão Rural Página 1


Avaliação do contributo dos serviços de Extensão no âmbito da implementação da agricultura de conservação na
localidade de Golo-distrito de Homoíne

1.1.Problema

Segundo MOUZINHO et al., (2013), agricultura de conservação em Moçambique tem


sido promovida desde meados dos anos 1990 e de acordo com MILDER et al., (2011), ONGˈs
tais como a FAO, GTZ dentre outras, juntamente com os agricultores tem focalizado suas
atenções no aproveitamento do potencial da agricultura de conservação como meio para
adquirir maior produtividade e sustentabilidade agrícola, assim como resolver a questão da
insegurança alimentar.

A localidade de Golo-distrito de Homoíne apresenta um potencial agrícola, que se pode


notar pela existência solos férteis típicos do clima tropical, o que a torna propícia para
produção de espécies tais como hortícolas, gramíneas, tubérculos, dentre outras, porém nos
últimos 2 anos, desde 2013 tem-se verificado chuvas irregulares, face a esta situação os
serviços de extensão tem incentivado os agricultores a apostar na agricultura de conservação,
com vista a melhorar os níveis de produção uma vez que a agricultura de conservação reduz
prácticas que visam o desgaste do solo e usa técnicas que contribuem para a sustentabilidade
do solo. Entretanto apesar do acompanhamento técnico verifica-se o predomínio do uso de
técnicas não adequados como a queima de restolhos para efeito de limpeza no campo,
eliminando desta forma a presença e a accão dos microorganismos no solo, cuja função é de
produzir hormônios que estimulam o crescimento das plantas e melhorar o desempenho do
solo, sendo assim, surge a seguinte pergunta de partida: Ate que ponto os serviços de
extensão contribuem para o aumento dos níveis de produção na localidade de Golo-
distrito de Homoíne?

1.2.Justificativa

A escolha do tema “ Avaliação do contributo dos serviços de extensão no âmbito da


implementação de agricultura de conservação na localidade de Golo” deveu-se ao facto dos
serviços de extensão, desempenharem um papel importante em Moçambique particularmente
no distrito de Homoíne, no que diz respeito ao processo de disseminação de técnicas de
produção na AC isto é para que essas técnicas sejam conhecidas e practicadas pelos
agricultores precisam ser acompanhados, informados, com vista a incentivar os agricultores a
produzir conservando o solo de modo que seja proveitoso por mais tempo e garantir a
segurança alimentar das famílias na localidade de Golo através do aumento da produção.

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Avaliação do contributo dos serviços de Extensão no âmbito da implementação da agricultura de conservação na
localidade de Golo-distrito de Homoíne

A agricultura de conservação é um sistema de produção que reduz práticas que


contribuem para degradação do solo ao longo do processo de produção, como uso de
instrumentos que compactem o solo, queimada de restos de culturas da campanha anterior na
superfície do solo e uso de químicos com vista o aumento da fertilidade do solo. Por ser uma
forma de produção que garante a sustentabilidade do solo, assume-se que desenvolvendo a
agricultura de conservação de acordo com as orientações dos serviços de extensão é possível
produzir e gradualmente aumentar os níveis de produção.

1.3.Objectivos

1.3.1.Geral:

 Avaliar a contribuição dos Serviços de Extensão no Âmbito da Implementação da


Agricultura de Conservação na Localidade de Golo-Distrito de Homoíne.

1.3.2.Específicos:

 Caracterizar agricultura de conservação praticada pelos agricultores na localidade de


Golo;
 Descrever as actividades disseminadas pelos serviços de extensão no âmbito da
implementação da agricultura de conservação;
 Comparar os níveis de produção das culturas de (Milho e Batata-doce) produzidas na
Agricultura de conservação antes e depois da assistência dos serviços de extensão.

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II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1.Breve historial sobre Extensão Rural

De acordo com ADAMS (1982), citado por SAMBO (2003), o termo extensão foi
inicialmente usado em conexão com a educação há cerca de 100 anos. A extensão era então
usada pela universidade de Cambridge, na Inglaterra para descrever o método de difusão de
conhecimentos, as populações que viviam ao seu redor.

O surgimento da Extensão é tratado em diversos momentos históricos da formação da


humanidade. Entretanto, a institucionalização da extensão rural ocorreu nos Estados Unidos
em meados do século XVIII, no ano de 1914, numa época de grandes transformações de
diversos sectores da economia americana, a partir da revolução industrial (ROMANIELLO &
ASSIS, 2015).

O pioneiro deste sistema foi Richard Moulton, conferencista em literatura. Embora a


primeira extensão não tivesse ligações com a agricultura, ela caracterizava-se por quatro
elementos comuns aos modernos programas de extensão agrícola “o conhecimento por ser
difundido, o povo a ser servido, a organização central de extensão e o extensionista ou o
homem de contacto” (SAMBO, 2003).

A maior parte dos serviços de extensão em África surgiram nos finais da década 60 e
princípios da década de 70, como resultado da independência de muitos países africanos. Em
Moçambique, os serviços de extensão agrária vêm sendo praticados desde o período colonial
na produção de sisal, cana- de-açúcar, algodão, arroz e coco. Nessa altura, o “commodity
based approach” era o modelo de extensão praticado pelas empresas agrárias. (MUCAVEL &
MABOTE, 2005).

Segundo CAPORAL (2003), associa o início desta actividade com o período histórico
neolítico2, visto que foi a partir deste momento que o homem passou a exercer as suas
actividades com o surgimento do sistema capitalista, entre os séculos XVI e XVII. E nesta
época o interesse deixa de ser a subsistência humana, passando a centralizar-se no aumento da
produtividade e na acumulação de capital, o que provocou a necessidade da existência de
serviços mais especializados na agricultura. Este facto oportunizou o surgimento de categorias
intermediárias de trabalhadores, que assumiam o papel de “transmissores de informações”
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favorecendo assim a divisão entre o trabalho manual e o trabalho intelectual, iniciando assim
as primeiras actividades extensionistas, que foram se acentuando em função do
desenvolvimento do sistema capitalista.

A extensão rural abarca todo o tipo de questões: saúde, educação, produção, consumo,
transportes e outras que afectam o desenvolvimento. A tarefa principal da extensão rural,
como processo de comunicação e educação, é desenvolver o conhecimento, as habilidades e o
querer (atitude) das pessoas para resolverem os seus problemas, mobilizando os meios
disponíveis (ajudando-se a si próprios) DIRECÇÃO NACIONAL DE EXTENSÃO
AGRÁRIA (DNEA, 2008).

2.1.1.Conceitos básicos

2.1.1.1.Extensionista

Segundo GASPAR (2010), o agente de extensão é um agente de mudança, ele intervém


para promover a mudança, de modo a melhorar a vida dos agricultores e das suas famílias, por
outras palavras o agente de extensão deve ser capaz de planear o trabalho de extensão, de
organizar a sua realização e de um modo geral de gerir e efectivamente controlar um
escritório de extensão e as suas actividades.

2.1.1.2.Extensão Rural

Segundo (DNEA, 2008), Extensão Rural é um processo contínuo de transmissão de


informações (dimensão de comunicação) e de apoio ao grupo-alvo para que possa adquirir
conhecimentos, capacidades e atitudes (dimensão de educação não formal) necessárias ao seu
próprio desenvolvimento.

2.1.1.3.Assistência técnica

Assistência Técnica é definida como serviço de educação não formal, de caráter


contínuo no meio rural, que promove processos de gestão, produção, beneficiamento e
comercialização das atividades e dos serviços agropecuários e não agropecuários, inclusive
das actividades agroextrativistas, florestais e artesanais EMPREZA DE ASSISTÊNCIA
TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL (EMATER, 2010).

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2.1.2.Importância da Extensão Rural

O serviço de assistência técnica e extensão rural constitui um importante instrumento de


apoio ao desenvolvimento rural. Em Moçambique, torna-se ainda mais importante dada a
realidade do País, e considerando o imenso problema social com que hoje se defronta, ou seja,
o elevado número de moçambicanos que não tem acesso aos factores básicos e indispensáveis
da cidadania: alimentação, educação, saúde e emprego (OAKLEY & GARFORTH, 1992).

Contudo a extensão rural tem um papel muito importante que é de Proporcionar aos
agricultores melhores condições de vida, acesso as políticas públicas voltadas para o sector
primário e a oportunidade de trabalhar com as novas tecnologias da agricultura, que facilitam
a actividade do homem no campo e participar mais frequentemente na tomada de decisões que
afectam as actividades de extensão rural, seja directamente ou através de representantes
(MARQUES, 2003).

Assim, DONGA (2007), citado HAZEL (2000), aponta a continuação do crescimento


do sector agrícola, como uma necessidade, e não uma opção para a maioria dos países em vias
desenvolvimento. Esse crescimento deve ser extensivo as pequenas e médias explorações
agrícolas, ser orientado para o mercado, participativo e descentralizado, e estimulado pelas
transformações tecnológicas que favorecem o aumento da produtividade dos factores.

Mudanças na adopção de tecnologia estão associadas a mudanças no acesso de extensão


e mudanças no acesso ao crédito bem como o estado inicial do agregado familiar no acesso ao
crédito e acesso aos serviços de extensão (UAIENE, 2011).

Segundo SWANSON (1991), nos países em desenvolvimento, há uma tendência dos


serviços de extensão rural ajudarem as comunidades locais a aumentarem seus campos de
produção e respectivamente o aumento dos seus rendimentos, mesmo com défice de recursos.

2.1.2.Papel do extensionista

O papel da Assistência Técnica e Extensão Rural insere-se na perspectiva de construir


processos que promovam o desenvolvimento local de forma sustentável (assumindo aqui as
múltiplas dimensões da sustentabilidade: o social, o ambiental, o econômico, o político, o

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ético e o cultural) ORGANIZAÇÃO DE AJUDA MÚTUA & REDE DAS


ORGANIZAÇÕES PARA A SEGURANÇA ALIMENTAR (ORAM & ROSA, 2010).

A filosofia da extensão agrícola está em como resolver o problema da adopção e


assimilação dos resultados da pesquisa tecnológica na agricultura, isto é, em como fazer os
agricultores colocarem a tecnologia a sua disposição. Essa tarefa exige que a extensão tenha
um serviço de consultas e de educação bem equipado e organizado (TIMMER, 1952), citado
por (MUBAI, 2014).

A Política Agrária refere que a actividade de extensão poderá proporcionar o aumento


da produtividade e da produção através da introdução ou aplicação de tecnologias adequadas.
Refere ainda que a actividade de extensão é desenvolvida pelo estado e por organizações não-
governamentais, organizações comunitárias, assim como por empresas privadas vocacionadas
(ORAM & ROSA, 2010).

A extensão tem, então, um papel de disseminar informações sobre legislações


ambientais entre as famílias e desenvolver uma assessoria de caráter educativo para ampliar a
consciência conservacionista e ambientalista da população, visando a formas sustentáveis de
agricultura. Para isso, uma forma é trabalhar em conjunto com os agricultores, fazendo uso de
seus conhecimentos e ajudar agricultores no processo de aprendizagem (não apenas transferir
conhecimentos) (ROMANIELLO & ASSIS, 2015).

A extensão pode ajudar os produtores a aumentar a produtividade da sua agricultura e,


sobretudo gerar e fortalecer sua autonomia e capacidade de iniciativa, no entanto, as origens
de uma mudança específica na produtividade são mais complexas e múltiplas do que é
comumente apreciado. Aumentar a produtividade envolve a necessidade de mudanças
estruturais (sociais, políticas, econômicas) e metodológicas, exige que os técnicos
extensionistas sejam também educadores (GHIZELINI, 2007).

Cultura de Milho

A cultura do milho (Zea mays L.) constitui um dos mais importantes cereais cultivados e
consumidos no mundo, por apresentar considerado potencial produtivo, composição química,
valor nutricional e multiplicidade de aplicações (matéria-prima para agroindústrias,

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alimentação humana e animal), assume relevante papel socioeconômico (FANCELLI &


NETO, 2004).

Para o caso particular de Moçambique, o milho é a principal cultura alimentar


produzida. O milho é importante uma vez que ajuda alcançar a segurança alimentar e é
importante para o sustento das pessoas que vivem nas áreas rurais, o crescimento da produção
de milho através de produtividade agrícola melhorada, em Moçambique estimulará o
crescimento em outros sectores económicos com os quais a agricultura tem ligações fortes
(PITORO et al., 2006).

Em Moçambique, a maior parte da produção é usado para consumo humano sendo uma
pequena fracção destinada a alimentação animal e a outra a indústria. Este cereal é cultivado
em todo país, desde os solos pobres e arenosos até aos ricos e argilosos. Em quase todas as
regiões, as populações cultivam milho durante todo ano, mas a principal época é a quente e
chuvosa, sendo feito investigações e libertação de variedades de milho com alto potencial de
rendimento adaptadas para as diferentes zonas agro-ecológicas por exemplo, a variedade
Matuba INSTITUTO DE INVESTIGAÇAO AGRÁRIA DE MOÇAMBIQUE (IIAM, 2011).

O milho, ocupa cerca de 1/3 da área total cultivada no país. Esta cultura tanto pode ser
considerada uma cultura alimentar básica assim como uma cultura de rendimento, sendo
produzida na região sul (nas províncias de Maputo, Gaza e Inhambane) principalmente para a
subsistência (MUDEMA et al., 2012).

Cultura de batata-doce

A batata-doce é uma raiz tuberosa que se pode classificar segundo o formato, tamanho,
cor interna, doçura, precocidade, cor das folhas e ate das flores. Segundo NIEDERWIESER
(2004), a batata-doce (Ipomea batatas) pertence a família convolvulácea é originária da
América Latina. Ela pode ser usada como forrageira na alimentação animal, na alimentação
humana e como matéria-prima na indústria para a produção de sumos, pães, doces e outros
derivados. A variação na sua coloração interna é o indicador de maior concentração de
betacaroteno, tido como maior precursor da vitamina A, isto é, quanto mais escura for a
tonalidade da cor interna, maior será a concentração de betacaroteno. A batata-doce que não

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apresenta coloração é conhecida como sendo de polpa branca, portanto, a cor constitui aqui
um dos importantes elementos de distinção entre as variedades.

2.1.Caractéristicas da agricultura em Moçambique

O sector agrário em Moçambique, é constituído essencialmente pelo sector familiar e


nas zonas rurais de Moçambique, a agricultura familiar é constituída essencialmente por
pequenas explorações (aquelas que cultivam menos de 5 ha), este sector concentra cerca de
99% das unidades agrícolas e ocupa mais de 95% da área cultivada no país. No concernente
ao uso de meios de produção e serviços, cerca de 16% das explorações contratam mão-de-
obra, apenas cerca de 11% usam rega dentro das pequenas explorações, em termos do uso de
insumos, somente 3.7% das pequenas explorações utilizam fertilizantes e 6.7% utilizam
pesticidas (SITOE, 2005).

De um modo geral em Moçambique, a produção agrícola é realizada por pequenos


agricultores, destinando grande parte da sua produção para o auto-consumo, a mão-de-obra, é
constituída principalmente pelo agregado familiar e, em tarefas que exijam maior quantidade
de trabalho, são utilizados esquemas tradicionais de entre ajuda, com meios de produção
rudimentares com o predomínio da enxada ESTRATÉGIAS DE COMERCIALIZAÇAO
AGRÍCOLA (ECA, 2006).

Apesar do fraco desenvolvimento da agricultura em Moçambique, o país possui um


grande potencial para médio e longo prazo para desenvolver uma agricultura que assegura um
crescimento sustentável. As zonas Norte e Centro de Moçambique possuem um bom
potencial agrícola e possuem bacias hidrográficas com regimes de escoamento mais
permanentes do que no Sul. A zona Sul é caracterizada por solos arenosos pobres e por um
regime de precipitação irregular e de baixas quantidades (SITOE, 2005).

A agricultura de subsistência é em geral de natureza familiar, é bem menos tecnificada,


conta com poucas possibilidades do emprego de tecnologias mais avançadas, resultando em
produtividade que em geral é sensivelmente mais baixa (PAERTERIANI, 2001).

A chuva constitui a principal fonte de disponibilidade de água para a agricultura


moçambicana, que é principalmente de sequeiro e orientada para a subsistência. Apesar disso,

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é cada vez mais generalizada a opinião de que o clima mudou muito no Sul do país, o que tem
repercutido na mudança no calendário agrícola (SITOE, 2010).

Os insumos melhorados como fertilizantes, sementes melhoradas e herbicidas são


raramente utilizados devido ao seu custo de aquisição. A produção de alimentos básicos,
constitui a principal fonte de subsistência do sector familiar, onde está sujeita a grandes
variações devido a incerteza do clima e a secas recorrentes. E um dos problemas principais
que afecta o sector agrário é a sua baixa produtividade que deve-se a combinação de alguns
factores, que incluem a aplicação de práticas de cultivo tradicionais e a baixa utilização de
insumos TRABALHO DE INQUÉRITO AGRÁRIO (TIA, 2008).

2.2.Agricultura de conservação

Segundo BARBITO (2015), A agricultura de conservação é um sistema agrícola que


utiliza um conjunto de técnicas agrícolas que têm como função proteger o solo da erosão,
melhorar a fertilidade do solo, aumentar a sua rentabilidade, contribuindo para a proteção do
meio ambiente, melhorando deste modo a sustentabilidade social.

Segundo NHANCALE (2010), Agricultura de conservação é um conjunto de práticas de


gestão de solo, água e culturas com o objectivo de aumentar a produtividade agrícola e ao
mesmo tempo conservando os recursos naturais.

A prática da agricultura de conservação consiste em fazer o uso da terra para a


agricultura sem revolver o solo. Assim, os resíduos das culturas anteriores permanecem sobre
a superfície do solo, e as sementeiras são feitas directamente sobre a cobertura morta (ORAM
& ROSA, 2010).

2.2.1.Princípios da agricultura de conservação

Segundo CALAGARI & TAIMO (2005), o sistema de agricultura de conservação vem


sendo desenvolvido em diferentes continentes, nas mais diversas regiões agro-ecológicas.
Este sistema é governado por alguns princípios fundamentais nas regiões do mundo onde se
desenvolve esta agricultura, e a sua aplicação pode promover benefícios conduzindo ao
desenvolvimento de uma agricultura sustentável que compõe-se basicamente em:

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 Não remover o solo (distúrbio mínimo do solo), devendo efectuar a sementeira


directamente sobre o solo;
 Manter o solo coberto o máximo possível;
 Efectuar rotação de culturas e também plantas de cobertura, com maior diversificação e
consequentemente mais equilíbrio.

2.3.Técnicas de Produção na Agricultura de conservação

2.3.1.Maneio de Plantas de cobertura

As plantas de cobertura ao atingirem o pleno florescimento, os nutrientes se encontram


distribuídos em todas as partes da planta, sendo o momento recomendado para se fazer o
maneio. Em algumas situações onde se deseja que os resíduos permaneçam por mais tempo
sobre o solo, este maneio poderá ser retardado um pouco. Dessa forma, quando as plantas
atravessam a fase de crescimento vegetativo e entram na fase reprodutiva (florescimento e
enchimento de grãos), ocorre uma migração dos nutrientes das folhas e de outras partes da
planta para a inflorescência e, com isso principalmente pelo aumento das cadeias carbónicas,
os tecidos das plantas irão se tornando com uma maior relação C/N e assim com maior
presença de lignina torna-se mais difícil e demorada a decomposição desses resíduos no solo.
Por outro lado, caso o maneio das plantas seja efectuado antes do florescimento, a relação
carbono nitrogénio nos tecidos será menor (cadeias carbónicas menores) e, consequentemente
decomposição no solo será bem rápida. Isto, principalmente em função da oferta elevada de N
aos microorganismos, que assim multiplicam-se muito rapidamente e decompõe os resíduos
orgânicos em menor tempo (CALAGARI & TAIMO, 2005).

2.3.2.Preparo do Solo

São utilizadas algumas técnicas de manejo dos solos através das práticas de
conservação onde fundamenta-se a eliminação da queimada de restolhos, redução ou ausência
de revolvimento do solo através de operações como lavoura, aração, gradagens,
escarificações. Em sua cobertura permanente e na rotação de culturas torna-se possível manter
a fertilidade do solo e evitar problemas comuns, como erosão, compactação, degradação do
solo e redução no custo de produção. A conservação do solo consiste em dar o uso e o maneio
adequado das características químicas, físicas e biológicas do solo, visando a manutenção do

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equilíbrio ou recuperação através da incorporação de restos vegetais na superfície ou


parcialmente incorporados, com a função de aumentar o acréscimo de matéria orgânica nas
camadas do solo (ARF & BOLONHEZI, 2012).

A manutenção da cobertura do solo propícia o controle de plantas daninhas e


estabilização da produção, acúmulo de matéria orgânica no solo, que conjuntamente cria um
ambiente favorável e melhoram as características químicas, físicas e físico hídricas garantindo
a recuperação ou manutenção da qualidade do solo (MENEZES et al., 2009).

Cobertura morta

Consiste na utilização de restos culturais ou coberturas vegetais sobre solo, com o


objetivo de evitar o impacto das gotas da chuva. O fogo é a maneira mais fácil e econômica
do agricultor limpar uma área, combater certas pragas e doenças. Entretanto o fogo além de
diminuir a fertilidade do solo através da redução da matéria orgânica e perda de nutrientes
como N e S por volatilização, causa aumento da erosão devido ao fato de deixar o solo
desnudo e sujeito a acção directa da chuva (ARF & BOLONHEZI, 2012).

A cobertura permanente do solo com uma camada de resíduos vegetais (mulch) é de


extrema importância para o êxito do sistema de agricultura de conservação/sementeira directa.
A manutenção de um coberto permanente de resíduos homogeneamente distribuídos a
superfície, protege o solo contra a erosão provocada pelo impacto directo da gota de chuva,
ajuda no controlo de infestantes, possui um efeito positivo na conservação da humidade e
temperatura do solo, e contribui para a melhoria das características químicas (teor de matéria
orgânica), físicas e biológicas do solo (BARROS & FREXIAL, 2011).

2.3.3.Sementeira Directa

Sementeira directa é a técnica de colocação da semente em sulco ou cova em solo não


revolvido, com largura e profundidade suficiente para obter uma adequada cobertura e um
adequado contato da semente com o solo (ARF & BOLONHEZI, 2012).

Na agricultura de Conservação o ideal é semear directamente podendo recorrer a


enxada, pau afiado e matraca que facilita a sementeira directa e também usar a enxada para
retirar as ervas (CALAGARI & TAIMO, 2005).

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A sementeira directa implica a existência de resíduos na superfície do solo os quais


evitam ou diminuem a formação de crostas, assegura a existência de substâncias orgânicas na
superfície que fornecem os alimentos necessários para manutenção e desenvolvimento dos
organismos no solo, também uma melhor estrutura interna com poros contínuos que ligam a
superfície as camadas inferiores do solo, aumenta a infiltração da água e pelo facto de não
mobilizar o solo, aumentar a incorporação de resíduos, contribui em larga escala para
aumentar o teor de matéria orgânica e consequentemente melhorar a estrutura dos solos
(BARROS & FREXIAL, 2011).

2.3.4.Consorciação e Rotação de culturas

A consorciação e a rotação de cultura ajudam na fixação dos nutrientes do solo e


previnem o controlo de pragas e doenças. Isto é vantajoso no sentido em que ela garante a
diversidade de alimentos para consumo familiar, consequentemente contribui a queda de
preços no mercado, e isso pode gerar um impacto positivo na sustentabilidade social (KECK,
2011) citado por (BARBITO, 2015).

Normalmente é feita a consorciação de culturas de milho, mapira e feijão e é importante


a rotação de culturas com leguminosas para melhorar a qualidade do solo (CALEGARI &
TAIMO, 2005).

As leguminosas são importantes por que fornecerem nitrogênio através do processo de


fixação simbiótica das bactérias. As gramíneas devem ser incluídas como produtoras de
biomassa que, por fornecerem carbono, mantêm e aumentam o teor de matéria orgânica e
favorecem a microbiota benéfica ao solo. A adubação verde é realizada geralmente, com uma
leguminosa cultivada e cortada no início, ou antes de seu florescimento, e deixada sobre a
superfície do solo ou a ele incorporada. A terminologia adubos verdes vem sendo substituída
por cobertura verde do solo ou, simplesmente plantas de cobertura, em algumas regiões do
país (ARF &BOLONHEZI, 2012).

Rotação de culturas é praticada como meio de prevenir o surgimento de altas


populações de certas espécies de plantas daninhas mais adaptáveis a uma determinada cultura.
Cada cultura agrícola é geralmente infestada por plantas daninhas que possuem as mesmas
exigências da cultura e apresentam os mesmos hábitos de crescimento. Quando são aplicadas

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as mesmas culturas seguidas, ano após ano no mesmo solo, a associação plantas
daninhas/cultura tende a multiplicar-se rapidamente, aumentando sua interferência sobre
acultura. Para escolher uma planta para fazer rotação, deve-se escolher plantas com
características culturais e hábito de crescimento bastante contrastantes (IDO & OLIVEIRA,
s/d).

2.3.5.Fertilizantes

A compostagem é o processo biológico de tratamento dos resíduos orgânicos, através do


qual o material orgânico é transformado, pela acção de microrganismos, em material
estabilizado e utilizável na preparação de correctivos orgânicos do solo e de substratos para as
culturas. O objectivo da compostagem é converter o material orgânico que não está em
condições de ser incorporado no solo num material que é admissível para misturar com o solo.
A compostagem pode ser conduzida de diversas formas: em grandes instalações centralizadas
com matéria orgânica recolhida selectivamente, em explorações agrícolas ou agro-pecuárias e
em pequenas unidades de carácter familiar (compostagem doméstica) (MUNICÍPIO DE
TERRAS DE BOURO, 2006).

Os fertilizantes usados em AC são os fertilizantes orgânicos que compreendem produtos


de origem animal ou vegetal. Os seus custos são insignificantes porque são preparados de
acordo com os recursos locais disponíveis como: estrume de animais, terra, plantas verdes,
restos de comida da cozinha e água (para o composto) e estrume de animais e água para o
fertilizante líquido (KECK, 2011) citado por (BARBITO, 2015).

Fertilizantes biológicos ou orgânicos são que compreendem produtos de origem animal


ou vegetal como restos de culturas (palhas, ramos, folhas), extratos de plantas (caldas à base
de vegetais), estercos de animais e microorganismos encontrados no ambiente natural. Os
restos de culturas, quando incorporados no solo, têm uma decomposição mais rápida,
liberando os nutrientes neles contidos (ARF & BOLONHEZI, 2012).

Os materiais utilizados para a compostagem podem ser divididos em duas classes:


materiais ricos em carbono e materiais ricos em azoto. Entre os materiais ricos em carbono
podemos considerar os materiais lenhosos como a casca de árvores, aparas de madeira e o
serrim, as podas dos jardins, folhas das árvores, palhas fenos, e papel. Entre os materiais

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azotados incluem-se as folhas verdes, estrumes animais, urinas, restos de plantas hortícolas,
erva (MUNICÍPIO DE TERRAS DE BOURO, 2006).

2.3.6.Controlo de infestantes

As plantas de cobertura e seus resíduos, através da formação de cobertura morta e pelos


seus efeitos físicos e químicos (aleopáticos) afectam qualitativa e quantitativamente distintas
infestações de espécies invasoras. Espécies como: mucunas, feijão bóer, mexoeira, crotalaria
juncea, calopogônio, feijão de porco, aveia preta, centeio, azevém, ervilhacas, nabo
forrageiro, etc. tem comprovado seus efeitos no controle de diferentes espécies de plantas
invasoras. Sendo indicado o uso e manejo dessas espécies em rotação quando se pretende
diminuir populações de algumas invasoras (CALEGARI & TAIMO, 2005).

Caso a quantidade de infestantes de folha larga (dicotiledóneas) seja muito elevada e já


numa fase avançada do seu desenvolvimento, o agricultor poderá optar por misturar o
glifosato com um herbicida hormonal, o que poderá aumentar a eficiência no control
(BARROS & FREXIAL, 2011).

A dose a aplicar dependerá do tipo, da quantidade, e do estádio de desenvolvimento das


infestantes presentes, mas para culturas de Outono/Inverno, a dose normalmente utilizada é de
1 a 1,5 L ha-1 (com uma concentração de glifosato de 360 gramas por litro de produto), para
um volume de calda igual ou inferior a 100 L ha-1. De salientar que este herbicida aumenta a
sua eficácia até um volume de calda de 60 L ha-1. O controle integrado pode ser realizado
através de herbicidas (glifosato) + plantas de cobertura eficientes tais como: Mucuna + lablab
– óptimos resultados foram alcançados na Suazilândia no controle de Cynodon com o uso de
Roundup, seguidos de cobertura por plantas de mucuna + lablab (FAO, 2005) citado por
(CALEGARI & TAIMO, 2005).

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2.3.7.Maneio de pragas e doenças

Urina de vaca

Pode-se misturar 3 litros do sumo de plantas + 5 litros da urina fermentada + 100 litros
de água e pulverizar em 1 hectare. Esta mistura irá controlar pragas (lagartas, ácaros,
gafanhotos, trips, brocas, cigarrinhas, vaquinhas, lagarta do cartucho do milho (Spodoptera
frugiperda) e outras pragas, também irá funcionar como fungicida e bio-fertilizante (presença
de nutrientes e substancias que activam enzimas activando o metabolismo das plantas e,
promovem um rápido crescimento das plantas). A urina após colectada dos animais é deixada
em meio anaeróbico em torno de 20-30 dias. Após isso é retirada e utilizada na mistura acima.
É recomendável a aplicação sobre milho, feijão e outras culturas logo após a sua germinação,
e uma nova aplicação aos 20 dias da semeadura, o que irá favorecer o controlo das pragas e o
rápido crescimento das plantas (CALEGARI & TAIMO, 2005).

A Rotação de culturas e consorciação é eficiente no controle de pragas e doenças mais


específicas nas culturas, e é recomendado para o controle da maioria das doenças das plantas.
O uso de sementes sadias é uma prática importante no controle de doenças transmitidas por
sementes, e o controle mecânico é utilizado em pequenas áreas, consiste na catação manual
das pragas (ARF &BOLONHEZI, 2012).

2.3.8.Colheita

Ao colher a cultura principal os agricultores deixam os respectivos resíduos e a cultura


de cobertura no campo. Isto protege o solo do sol e da chuva e permite controlar ainda mais as
ervas daninhas (CALEGARI & TAIMO, 2005).

2.4.Importância da Agricultura de Conservação

As inúmeras experiências de agricultores e resultados obtidos por pesquisas mostram


que o sistema de agricultura de conservação, é importante porque promove a conservação e
recuperação dos solos, aproveita melhor a humidade, e equilíbrio dos nutrientes, melhora a
capacidade produtiva do solo, diminui os custos de produção e diminuição da pobreza no
meio rural. A melhoria dos processos de uso do solo, maneio do solo, e manutenção da
capacidade produtiva do mesmo, é um meio de viabilizar a manutenção da família de forma

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sustentável e compatível tanto com os recursos naturais sob o ponto de vista de qualidade
ambiental, assim como no aspecto socio-económico, no aspecto de segurança alimentar e
qualidade de vida dos camponeses (CALAGARI & TAIMO, 2005).

2.5.Desafio para a Agricultura de Conservação

A agricultura de Conservação tem o potencial de melhorar a vida dos agricultores, mas


o seu sucesso não é automático é possível enfrentar vários desafios dos quais se podem
destacar segundo (CALAGARI & TAIMO, 2005):

 Mudança de atitude: Passar para a agricultura de conservação envolve uma mudança


fundamental de atitude. Por exemplo os agricultores devem deixar as suas práticas
tradicionais de preparar a terra com enxada ou charrua e pelo contrário, confiar na
lavoura biológica, pelas raízes de plantas e os microrganismos do solo;
 Resto de Culturas: Manter o solo coberto é importante na agricultura de conservação,
porém pode ser difícil por que os agricultores dão utilidade aos restos das culturas como
forragem para cobertura do teto, combustível e como alimento para animais. Se for para
manter o solo coberto, os agricultores terão de proteger os seus campos e encontrar
fontes alternativas de combustível e forragem;
 Outros desafios: pode ser difícil para os agricultores trabalhar em grupos, formar
organizações ou conseguir o apoio que precisam para iniciar a práctica da agricultura de
Conservação.

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III. METODOLOGIA

3.1.Descrição da área de estudo:

Limites

A presente pesquisa foi realizada na localidade de Golo, distrito de Homoíne que situa-
se a oeste da província de Inhambane, cerca de 87km da capital provincial, tendo como
limites o distrito de Funhalouro a Norte, o distrito de Jangamo a sul, a cidade da Maxixe a
Este, o distrito de Panda a Oeste e o distrito de Morrumbene a Nordeste MINISTÉRIO DA
ADMINISTRAÇÃO ESTATAL (MAE, 2005).

Divisão administrativa

O distrito possui dois postos administrativos: Sede e Pembe, em que por sua vez o posto
administrativo de Sede possui 7 localidades a destacar: Vila de Homoíne, Manhiça,
Inhamússa, Golo, Mubécua, Chindjinguir e Chizapela e o posto de Pembe pelas seguintes
localidades: Pembe e Nnhaulane (MAE, 2005).

3.1.1.Clima e Hidrografia

O clima do distrito é dominado por zonas do tipo tropical seco-árido, com uma
precipitação média anual na ordem dos 800mm e é banhado pelos rios Dom-Dom, Nhanombe,
Nhalihave e alguns cursos de água que nascem no distrito, e tem duas Lagoas: Pembe e
Nhavarre. A vegetação é típica de clima Tropical, predominando a vegetação de savana,
destacando-se uma cobertura de coqueiros na zona sul, nomeadamente nas localidades de
Manhiça, Chindjinguir, Golo e Inhamússa. A norte da zona interior é caracterizada pela
ocorrência de solos delgados e característicos da cobertura arenosa de espessura variável. Tais
condições são agravadas pela grande irregularidade da quantidade de precipitação ao longo da
estação chuvosa e por conseguinte a ocorrência de frequentes períodos secos durante o
período de crescimento das culturas (MAE, 2005).

3.1.2.Economias e Serviços

A agricultura é a actividade dominante e envolve quase todos os agregados familiares


comparativamente aos outros distritos, agricultura é practicada em regime de sequeiro e
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manualmente em pequenas explorações familiares e em regime de consociação de culturas


com base em variedades locais como milho, mandioca, feijão-nhemba, amendoim, batata-
doce, arroz, mapira e feijão-manteiga. O fomento pecuário tem fraco potencial, porém o
investimento privado e a tradição na criação de gado e uso de tracção animal, conduziram ao
crescimento do efectivo bovino de sete mil cabeças em 2000, para cerca de 8.600 em 2004.
As doenças e a falta de fundos e de serviços de extensão, são os principais obstáculos ao seu
desenvolvimento. O distrito mantém ligações comerciais com outros distritos e província, os
produtos são transaccionados principalmente nos mercados locais, mas também nos distritos
locais. (MAE, 2005).

3.1.3.Caracterização do grupo alvo

O grupo alvo é composto por 25 agricultores, sendo 18 mulheres e 7 homens que


practicam a AC desde a segunda campanha agrícola de 2012, e encontram-se organizados em
grupos de 25 agricultores para facilitar o trabalho dos técnicos de extensão onde dedicam-se a
prácticas de culturas como: Milho, Feijão nhemba, amendoim, mandioca, arroz, hortícolas e
batata-doce.

3.2.Amostragem

É o procedimento pelo qual um grupo de pessoas ou um subconjunto de uma população


é escolhido com vista a obter informações relacionadas com um fenómeno, e de tal forma que
a população inteira que interessa esteja representada. O Plano de amostragem serve para
descrever a estratégia a utilizar para seleccionar a amostra. Este plano fornece os detalhes
sobre a forma de proceder relativamente a utilização de um método de amostragem para
determinado estudo (POCINHO, 2009).

3.2.1.Seleção da amostra

Para a seleção da amostra recorreu-se a amostragem não-probabilística por tipicidade ou


intencional, onde de acordo com GIL (2008), a amostragem não probabilística por tipicidade
ou intencional consiste em seleccionar um subgrupo da população que, com base nas
informações disponíveis, possa ser considerado representativo de toda a população, entretanto
requer considerável conhecimento da população e do subgrupo selecionado. Por sua vez
MARCONI & LAKATOS (2003), fundamentam que neste tipo de amostragem o pesquisador
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interessa-se com a opinião de determinados elementos da população por mais que não seja
representativa da mesma admitindo que estes possam de alguma forma representar o universo.

3.2.2.1.Definição do Tamanho da Amostra

Para obtenção do tamanho da amostra representativa nesta pesquisa, obedeceu-se a ideia


de MATAKALA & MACUCULE (1998), onde afirmam que a amostragem mínima para o
estudo depende do número total da população ou universo. Define-se 15% da amostra se a
população total abrangida não for superior a 100, 10% se estiver no intervalo de 100 a 500 e
5% se for superior a 500.

Para definição do tamanho da amostra, retirou-se 10% do universo de 250 agricultores,


tendo-se obtido 25 agricultores como representativos e foram entrevistados 2 técnicos de
extensão o que totalizou uma amostra de 27 entrevistados. Com base na amostra foi possível
obter dados necessários para prosseguir com a pesquisa através dos resultados obtidos na
entrevista. Da amostra extraída, os agricultores foram agrupadas de acordo com a tabela
abaixo.

Tabela n° 1: Agricultores entrevistados (Idade e sexo).

Número de agricultores entrevistados


Idade Feminino Masculino
Jovens (18-35) 9 2
Adultos (36-59) 7 5
Idosos (60 em diante) 2 0
Fonte: Autora (2016), com base nos dados da pesquisa.

3.3.Técnica de colecta de dados

Para a colecta de dados recorreu-se aos seguintes procedimentos técnicos: Revisão


bibliográfica, observação directa e entrevistas semi-estruturadas, onde segundo GIL (2008), a
escolha destes métodos na pesquisa, deve-se ao facto destes, auxiliarem o investigador na
compreensão clara das percepções e os discursos dos indivíduos entrevistados, num contexto
social em que estes estão inseridos.

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3.3.1.Revisão Bibliográfica

Segundo SANTOS (2012), a revisão bibliográfica visa demonstrar o estágio actual da


contribuição académica em torno de um determinado assunto. Ela proporciona uma visão
abrangente de pesquisas e contribuições anteriores, conduzindo ao ponto necessário para
investigações futuras e desenvolvimento de estudos posteriores.

A revisão bibliográfica na presente pesquisa consistiu, na busca de conjunto de


informações acumuladas de diversas fontes como manuais e monografias já publicadas com
vista a auxiliar em matéria de conhecimento acerca da contribuição dos serviços de extensão
no âmbito da implementação da AC. Com base nas informações adquiridas foi possível
discutir ideias de diversos autores com a real situação do campo.

3.3.2.Observação Directa

A observação directa pode ser conceptualizada como a utilização dos sentidos na


obtenção de dados de determinados aspectos da realidade, onde o pesquisador presencia o
facto, mas não participa. Consiste na observação e no registo por parte do entrevistador de um
ou mais indivíduos, relativamente a uma ou mais características que se pretende estudar
(SERRA, 2003).

Baseando-se nas definições da observação directa, os dados foram colectados mediante


a observação directa no campo dos agricultores, onde através desta foi possível visualizar a
realidade da produção dos agricultores e registar os dados necessários para avaliar a
contribuição dos serviços de extensão no âmbito da implementação da AC na localidade de
Golo.

3.3.3.Entrevistas Semi-Estruturadas

De acordo com UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL (UFRGS,


2009), esta constitui uma técnica alternativa, para se colectarem dados não documentados
sobre determinado tema. É uma técnica de interacção social, uma forma de diálogo
assimétrico, em que uma das partes busca obter dados, e a outra se apresenta como fonte de
informação. Na entrevista semi-estruturada o pesquisador organiza um conjunto de questões
(roteiro) sobre o tema que está sendo estudado, permite e as vezes até incentiva que o

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entrevistado fale livremente sobre assuntos que vão surgindo como desdobramentos do tema
principal.

A entrevista semi-estruturada tornou-se possível através do contacto directo com os 25


agricultores e 2 técnicos de extensão, que forneceram dados necessários, por meio da
combinação de perguntas abertas e fechadas, o que possibilitou maior aprofundamento das
questões levantadas, além do que foi estruturado ou previsto.

3.4.Análise de dados

Para o procedimento analítico das informações teve-se como base de suporte da análise
qualitativa e quantitativa. Usou-se o método qualitativo para analisar a percepção, e opinião
dos agricultores nas respostas similares e diferentes dadas durante a entrevista em relação a
AC para facultar as conclusões e o método quantitativo foi usado para agrupar os dados no
Excel de modo a efectuar o cálculo das percentagens com vista de construir gráfico, tabelas,
permitindo desta forma a interpretar os resultados.

3.4.1.Coincidência de padrões

De acordo com MATAKALA & MACUCULE (1998), esta técnica, envolve a junção
de respostas e situações similares verificadas no campo durante a recolha de dados e
explicação das diferenças tirando-se assim as conclusões relevantes.

Esta técnica, foi usada para análise das respostas fornecidas no acto da entrevista aos
agricultores que practicam a AC, onde foram selecionadas respostas similares e respostas
diferentes com vista a reiterar as respectivas conclusões.

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IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1.Características da agricultura de conservação praticada na localidade de Golo

Durante a pesquisa de campo que decorreu na localidade de Golo, constatou-se que a


AC é practicada pelos agricultores do sector familiar, por pequenos agricultores em áreas
estimadas entre 1ha a 1,5ha, onde a produção é destinada ao autoconsumo e dependem
essencialmente da produção de alimentos para a sua subsistência. A mão-de-obra é muitas
vezes composta pelos agregados familiares através da divisão de tarefas, produzindo culturas
como milho, mapira, feijão nhemba, batata-doce e amendoim. Quanto aos instrumentos de
produção, o uso da enxada é bastante expressiva sendo usada por 23 agricultores
correspondentes a 92%, e os restantes 2 agricultores que correspondem a 8%, recorrem a
tracção animal.

Os resultados vão de com SITOE (2005), quando afirma que o sector agrário em
Moçambique, é constituído essencialmente pelo sector familiar e nas zonas rurais de
Moçambique, a agricultura familiar é constituída essencialmente por pequenas explorações
(aquelas que cultivam menos de 5 ha) e sustentada ainda por ECA (2006), ao dizer que de um
modo geral, em Moçambique, a produção agrícola é realizada por pequenos agricultores,
destinando grande parte da sua produção ao auto-consumo, a mão-de-obra é constituída
principalmente pelo agregado familiar, e em tarefas que exijam maior quantidade de trabalho,
são utilizados esquemas tradicionais de entre ajuda, com meios de produção rudimentares
com o predomínio da enxada.

Em relação a rega, 10 agricultores correspondentes a 40% usam rega manual, com


recurso a regador, 13 agricultores correspondentes a 52% produzem em regime de sequeiro,
dependendo desta forma das chuvas para efeito da rega, o que contribui para baixa produção
pois verificam-se chuvas irregulares e consequentemente atrasos da sementeira durante as
épocas agrícolas, por que os agricultores esperam a chuva para realizar a sementeira e 2
agricultores correspondentes a 8% usam rega por gravidade, onde tem sido abastecido pelo rio
nhanombe.

Os resultados expostos convergem com SITOE (2010), ao referir que a chuva constitui
a principal fonte de disponibilidade de água para a agricultura moçambicana, que é

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principalmente a de sequeiro orientada para a subsistência. Apesar disso, é cada vez mais
generalizada a opinião de que o clima mudou muito no Sul do país, o que tem repercutido na
mudança no calendário agrícola. Na mesma visão os resultados expostos vão em
conformidade com SITOE (2005), ao enfatizar que as zonas Norte e Centro de Moçambique
possui um bom potencial agrícola e possuem bacias hidrográficas com regimes de escoamento
mais permanentes do que no Sul. A zona Sul é caracterizada por solos arenosos pobres e por
um regime de precipitação irregular e de baixas quantidades.

4.2.Actividades disseminadas pelos serviços de extensão no âmbito da implementação da


agricultura de conservação na localidade de Golo.

4.2.1.Preparo do Solo

Segundo a pesquisa, na localidade de Golo o técnico de extensão recomendou aos


agricultores que a técnica do preparo do solo deve ser feita através da incorporação de
restolhos, onde são deixados na superfície do solo, para sua decomposição e
consequentemente aumento da matéria orgânica nas camadas do solo, evitando desta forma a
realização da lavoura ou revolvimento do solo e a queima de restolhos, Mas no entanto
verificou-se que 23 agricultores correspondentes a 92% usam esta técnica recomendada pelo
extensionista e 2 agricultores correspondentes a 8% continuam usando tracção animal e
fazendo a queima de restolhos na superfície do solo.

Os resultados vão de acordo com ARF & BOLONHEZI (2012), o afirmar que são
utilizadas algumas técnicas de manejo dos solos através das práticas de conservação onde
fundamenta-se a eliminação da queimada de restolhos, redução ou ausência de revolvimento
do solo através de operações como lavoura, aração, gradagens, escarificações. Em sua
cobertura permanente e na rotação de culturas torna-se possível manter a fertilidade do solo e
evitar problemas comuns, como a erosão, compactação, desagregação do solo e redução no
custo de produção e os restos vegetais na superfície ou parcialmente incorporados, podem
levar ao acréscimo de matéria orgânica nas camadas do solo.

4.2.2.Adubação de fundo

De acordo com a pesquisa, o técnico de extensão disseminou a técnica da adubação de


fundo, que consiste na abertura de covachos para efeito de deposição de estercos de animais e
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água no covacho para os agricultores que fazem rega, e para o caso dos agricultores que
produzem em regime de sequeiro depositam no covacho e esperam as chuvas para efeito de
decomposição do mesmo para de seguida realizar a sementeira. Sendo assim constatou-se que
22 agricultores correspondentes a 88% practicam a adubação orgânica de acordo com a
recomendação do técnico de extensão e 3 agricultores correspondentes a 12% fazem a
adubação misturando adubos orgânicos e inorgânicos (NPK).

As constatações feitas convergem com (KECK, 2011), citado por BARBITO (2015), ao
dizer que os fertilizantes usados em AC são os fertilizantes orgânicos que compreendem
produtos de origem animal ou vegetal. Os seus custos são insignificantes porque são
preparados de acordo com os recursos locais disponíveis como: estrume de animais, terra,
plantas verdes, restos de comida da cozinha e água (para o composto), estrume de animais e
água para o fertilizante líquido.

4.2.3.Sementeira directa

Segundo dados da pesquisa verificou-se que o técnico de extensão, recomendou aos


agricultores que para a realização da sementeira directa abrem-se os covachos com recurso a
enxada ou pau afiado e introduz-se a semente depois tapa-se, e que para a sementeira directa o
melhor compasso para milho é de 90 por 50 cm e 75 por 60cm, para cultura de batata-doce 90
por 90cm onde nesse processo é feita a consociação com culturas como milho, mapira, feijão
nhemba e amendoim.

As constatações feitas durante a pesquisa convergem com CALAGARI & TAIMO


(2005), quando diz que na agricultura de conservação o ideal é semear directamente podendo
recorrer a enxada, pau afiado e matraca que facilita a sementeira directa e que normalmente é
feita a consorciação de culturas como milho, mapira, feijão e é importante a rotação de
culturas com leguminosas para melhorar a qualidade do solo.

4.2.4.Controle fitossanitário

Durante a pesquisa constatou-se que o técnico de extensão difundiu técnicas para


maneio de pragas e doenças, onde é feito através da rotação de culturas e consorciação (milho,
feijão nhemba, amendoim e mapira) o que contribui para redução da resistência de inimigos
naturais de pragas. Pode ser feito o controlo manual que consiste na captação e incineração
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localidade de Golo-distrito de Homoíne

das plantas e ou folhas atacadas e também pode se fazer o preparo do pesticida natural através
de uma proporção de 1kg de folhas de ceringueira pilada com 200g de alho para 1litro de água
com sabão líquido, deixando-as em molho por um período de 24horas, depois filtra-se e mete-
se num pulverizador e aplica-se nas culturas como insecticida repelente.

Os resultados convergem com (ARF & BOLONHEZI, 2012), quando afirma que a
rotação de culturas e consorciação é eficiente no controle de pragas e doenças mais
específicas das culturas é e recomendado para o controle da maioria das doenças de plantas e
o controle mecânico é utilizado em pequenas áreas, consiste na catação manual das pragas.

TÉCNICAS DISSEMINADAS
25 25
25 23
22

20

15 Número de gricultores
praticantes
10 Número agricultores não
praticantes

5 3
2

0
Preparo do Adubação de Sementeira Controlo
solo fundo directa fitossanitário

Figura n° 1: Técnicas disseminadas pelos serviços de extensão.


Fonte: Autora (2016), com base nos dados da pesquisa.

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4.3.Comparação dos níveis de produção das culturas de (Milho e Batata-doce)


produzidas na Agricultura de conservação antes e depois da assistência dos serviços de
Extensão na localidade de Golo.

Tabela n° 2: Quantidade de Milho e batata-doce em ton/ha antes e depois da assistência.

Quantidade (ton)/ha Quantidade (ton)/ha


Nr de Antes da assistência Depois da assistência
Aréa/ha agric. % técnica técnica
Milho Batata-doce Milho Batata-doce
0,25 10 40 0,21 0,20 0,25 0,25
0,5 11 44 0,28 0,25 0,33 0,35
0,5-1 4 16 0,35 0,30 0,40 0,45
Total 25 100 0,84 0,75 0,98 1,05
Fonte: Autora (2016) com base nos dados da pesquisa

De acordo com a tabela acima, 10 Agricultores que correspondem a 40% produzem


milho numa área de 0,25ha onde antes da assistência técnica obtiveram apenas 0,21 ton/ha e
depois da assistência houve um aumento ligeiro para 0,25ton/ha e 11agricultores
correspondentes a 44% que produzem em uma área de 0,5ha obtiveram 0,28 ton/ha antes da
assistência e depois houve um aumento para 0,33 ton/ha, e por fim 4 agricultores
correspondentes a 16% que produzem num intervalo de 0,5-1ha obtiveram antes da
assistência técnica 0,35ton/ha e depois da assistência técnica houve um aumento considerável
para 0,40 ton/ha.

Para o caso da batata-doce de acordo com os resultados da pesquisa 10 agricultores


correspondentes a 40% produzem batata-doce numa área de 0,5 ha onde antes da assistência
técnica obtiveram 0,20 ton/ha e depois da assistência houve um aumento ligeiro 0,25 ton/ha,
11 agricultores correspondentes a 44% obtiveram 0,25 ton/ha antes da assistência técnica e
depois da assistência técnica houve um aumento para 0,35 ton/ha produzindo numa área de
0,5ha e por fim 4 agricultores correspondentes a 16% que produzem num intervalo de 0,5-1ha
a produção obtida antes da assistência técnica foi de 0,30 ton/ha e depois da assistência houve
um aumento considerável para 0,45 ton/ha devido a implementação da AC e das orientações
transmitidas pelos dos serviços de extensão aos agricultores.

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As baixas produções verificadas antes da assistência estiveram relacionadas a razões


como chuvas irregulares que comprometeram a produção dos agricultores que produzem em
regime de sequeiro e baixo nível de matéria orgânica e depois da assistência técnica houve um
aumento nas quantidades produzidas de milho e batata-doce devido a influência das técnicas
disseminadas pela equipe de extensão e a implementação da AC, que contribuiu para o
aumento da produção, consecutivamente garantir a segurança alimentar das famílias através
da implementação das técnicas disseminadas aos agricultores.

Este cenário vai ao encontro com o estudo levado a cabo por SWANSON (1991),
quando diz que nos países em desenvolvimento, há uma tendência dos serviços de extensão
rural ajudarem as comunidades locais a aumentarem seus campos de produção e
respectivamente o aumento dos seus rendimentos, mesmo com défice de recursos. Na mesma
visão GASPAR (2010), afirma que o agente de extensão é o agente de mudança, ele intervém
para promover a mudança, de modo a melhorar a vida dos agricultores e das suas famílias e
associado ainda a ideia de BARBITO (2015), quando diz que a agricultura de conservação é
um sistema agrícola que utiliza um conjunto de técnicas agrícolas que têm como função
proteger o solo da erosão, melhorar a fertilidade do solo, aumentar a sua rentabilidade,
contribuindo para a proteção do meio ambiente, melhorando deste modo a sustentabilidade
social.

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V. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

5.1.Conclusões

De acordo com os resultados obtidos na pesquisa, foi possível concluir que na


localidade de Golo o sector familiar tem-se empenhado na implementação da AC que é uma
agricultura que ajuda na sustentabilidade do solo, e requer menos trabalho ou prácticas
culturais desde a sementeira até a colheita.

No âmbito da implementação da AC, o extensionista difundiu actividades relacionadas


ao preparo do solo, sementeira directa, adubação de fundo e controlo fitossanitário. Ela tem
desempenhado um papel preponderante na garantia da segurança alimentar das famílias
rurais, a medida em que de acordo com os dados do inquérito verificou-se um aumento de
0,14 ton/ha nos níveis de produção de milho e um aumento de 0,3 ton/ha na cultura de batata-
doce depois da assistência técnica, practicando a agricultura de conservação.

Foi possível constatar que novas formas de produção são investidas no sector agrícola
por meio dos serviços de extensão, onde verifica-se que o processo de implementação na sua
totalidade, dessas formas de produção constitui ainda um desafio aos agricultores devido os
constrangimentos que acompanham esse processo.

Como forma de responder a pergunta de partida feita constatou-se que os serviços de


extensão tem contribuído bastante para o processo de disseminação de novas formas de
produção visto que os agricultores tem apostado na implementação da mesma e
consecutivamente nota-se um aumento gradual da produção, devido a eliminação de prácticas
agrícolas que contribuíam para a degradação dos solos optando-se desta forma pelas prácticas
que visam a sustentabilidade do solo e aumento da capacidade produtiva uma vez que a
agricultura é o sector de actividade de maior ocupação para as famílias rurais.

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5.2.Recomendaçoes

Aos extensionista:

 Contínuo supervisionamento das actividades realizadas pelos agricultores;


 Incentivar os agricultores em relação ao aumento das áreas de produção;
 Sensibilizar líderes comunitários e comunidade sobre a importância e benefícios de AC.

Aos agricultores:

 Colaboração e participação efectiva nas actividades desenvolvidas pelos técnicos de


extensão;
 Implementação efectiva das actividades disseminadas pelos técnicos na produção
agrícola usando a AC, com vista a aumentar os níveis de produção e garantir a
segurança alimentar.

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localidade de Golo-distrito de Homoíne

VI. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Timor-Leste. Lisboa.
 ANDERSON, J. & FEDER, G. (2003). Rural Extension Services. Policy Research
Working. Paper 2976: World Bank, Washington, D.C.
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Mozambique. Disponível em www.sadc.int/fanr/agricresearch//ImprovingExtension
 BARROS, J. F. C, & FREIXIAL, R. M. C. (2011). Agricultura de conservação, Évora.
 BARROS,J. F. C. & CALADO, J. G. (2014). Cultura do Milho, Évora.
 BARBITO. A, (2015). Agricultura de conservação e sua sustentabilidade. Beira.
Moçambique.
 CONSELHO DE MINISTROS. (2006). Estratégia de comercialização agrícola para
(2006-2009). 2ª ed.
 DEVES, O, D & FILIPPI, E. E. As experiências das políticas agro-alimentares locais
no fortalecimento da agricultura familiar.
 DIRECÇÃO NACIONAL DE EXTENSÃO AGRÁRIA (DNEA). (2008). Glossário
de Extensão. Ministério da Agricultura. Maputo. Moçambique. 82p.
 GHIZELINI, A. M. (2007). O Assessoramento técnico-organizativo como base para a
organização social e política na agricultura familiar, Brasília: MDA.
 GIL, A. C. (2008). Métodos e técnicas de pesquisa social. 6ª ed. Atlas.
 GODINHO,V. P. C. (2008). Sistemas de produção para a cultura de milho, porto
velho.
 KECK, H. (2011). Sustainable Agriculture and Rural Development, Experiences and
Practices Invarious Countrie south Africa: Activities to achieve food security and
sustainable rural development. Misereor. Germany.
 LIRA, M. A. et al. (2010). Recomendações técnicas para cultura de milho. 1ª ed.
 MARTINS, M. E. G. (2009). Análise de dados. Março.
 MARCONI, M. A. & LAKATOS, E. M. (2003). Fundamentos de metodologia
científica, 5ª ed. Atlas.
 MATAKALA, P. & MACUCULE, A. (1998). Alguns Métodos de Amostragem e
Diagnostico Participativo Rural (PRA) param uso em Pesquisa e Estudo de Maneio
dos Recursos Naturais (MCRN), FAEF-UEM. Maputo-Moçambique.
Licenciatura em Comunicacao e Extensão Rural Página 31
Avaliação do contributo dos serviços de Extensão no âmbito da implementação da agricultura de conservação na
localidade de Golo-distrito de Homoíne

 MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO ESTATAL (MAE). (2005). Perfil do Distrito


de Homoíne . Inhambane. Moçambique.
 MINISTÉRIO DA AGRICULTURA (MINAG). (2011). Plano nacional de
investimento do sector agrário -PNISA 2013-2017. República de Moçambique.
 MINAG. (2011). Plano Estratégico Para o Desenvolvimento do Sector Agrário
PEDSA (2011-2020). República de Moçambique.
 MINAG. (2008). Direcçao Nacional de extensão agrária – DNEA.
 MINAG. (2010). Plano Estratégico Para o Desenvolvimento do Sector Agrário 2010-
2019, Maputo.
 MILDER, J. C., MAJANEN, T. & SCHERR, S. J. (2011). Performance and Potential
of Conservation Agriculture for Climate Change Adaptation and Mitigation in Sub-
Saharan Africa.
 MUBAI, B. (2014). Os serviços de Extensão Agrária Pública ao Pequeno Agricultor
Familiar do Distrito de Boane – moçambique, programa de pós-graduação em
geografia curso de mestrado.
 MUCAVELE. C. & MABOTE J. (2001). Extensão e Educação uma Contribuição para
Desenvolvimento de Agricultura. Maputo-Moçambique.
 MUDEMA, J. A. et al., (2012). Rentabilidade da Cultura do Milho na Zona Sul de
Moçambique: Estudo de caso do distrito de Boane. Instituto de Investigação Agrária
de Moçambique (IIAM). Moçambique. 32p.
 Município de Terras de Bouro, (2006), Manual de Agricultura Biológica - Terras de
Bouro, Escola Superior Agrária de Ponte de Lima – ESAPL.
 NIEDERWIESER, J. G. (2004). Guide to Sweet potato Production in South Africa.
Pretoria: ARCLNR. 96 p.
 PAERTERIANI.E. (2001). Agricultura sustentável nos trópicos.
 PITORO, T. W. et al (2006). Estabelecimento de Prioridades para a Investigação
Agrária no Sector Público. Relatório de Pesquisa nº3. Instituto de Investigação Agrária
de Moçambique (ILAM). 84p.
 POCINHO, M. (2009). Amostras.
 RAMOS, G. L., SILVA, A. P. G. & BARROS, A. A. F. (2013). Manual de
metodologias de metodologia de extensão rural.

Licenciatura em Comunicacao e Extensão Rural Página 32


Avaliação do contributo dos serviços de Extensão no âmbito da implementação da agricultura de conservação na
localidade de Golo-distrito de Homoíne

 ROMANIELLO. M. M & Assis, T. R. P. (2015). Extensão Rural e Sustentabilidade -


Guia de estudos. Lavras/Minas Gerais.
 SAMBO, B. (2003). Extensão Rural: Um estudo de caso no distrito de Magude.
Trabalho para obtenção do grau de licenciatura em Sociologia.
 SANTOS, V. (2012). O que é e como fazer “revisão da literatura “na pesquisa
teológica. Fides Reformata.
 SÁNCHES, C. et al., (2011). O milho- uma cultura de boa nutrição e de muita
energia.
 SERRA, A. (2003). Manual de metodologia de investigação cientifica. Maputo.
 SITOE, T. A. (2005) Agricultura familiar em moçambique estratégias de
desenvolvimento sustentável. Maputo
 SITOE, T. A. (2010). Diversificação produtiva e de atividades de geração de renda:
uma análise da produção hortícola no cinturão verde da cidade de Maputo- região sul
de Moçambique.
 SWANSON, B. E. & CLAAR J. B. (1991). História e Evolução da Extensão Rural. In
Manual de Referência (FAO).
 TAIMO, J. P. C. & CALEGAR, A. (2007). Manual de agricultura de conservação para
técnicos e agricultores. Beira – Viena.
 TAIMO, J. P. C. & CALEGAR, A, (2005). Guia prático de agricultura de
conservação.
 UAIENE,R. (2011). Determinantes para a adopção de tecnologias agrícolas em
Moçambique.
 BAN, V. D & HAWKINS, H. (1996). Agricultura Extension. 2nd ed. Blackwell
Science Publication, Oxford.

Licenciatura em Comunicacao e Extensão Rural Página 33


Apêndices
Apêndice 1: Guião de entrevista dirigido aos Agricultores
Curso: Comunicação e Extensão Rural
Guião de entrevista dirigido aos Agricultores da Localidade de Golo.
Data do inquérito_______/______/_______
Sexo: Masculino_____________ Feminino____________
Nome: _____________________________________________

1. Descrever as actividades levadas a cabo pelos serviços de extensão no âmbito da


implementação da agricultura de conservação.
1.1.Tem participado nas actividades realizadas pelos serviços extensão?
Sim_____; Não_____;
1.2.Que actividades têm sido desenvolvidas pelos serviços de extensão no âmbito da
implementação da agricultura de conservação?
1.2.1Descreva como são feitas as actividades.
R:_________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

2.Caracterizar a Agricultura de conservação praticada na localidade de Golo.


2.1. Qual é o tipo de agricultura que pratica?
R: Familiar_____; convencional_____;
2.2.Qual é o sistema de cultivo que practica?
R: Monocultura____; Policultura____;
2.3.que tipo de rega usa?
R: Manual____; Aspersão____; Sulco/Gravidade____; Gota á gota____;
2.4.que tipo de instrumentos usa para a lavoura?
R:Enxada____;Tractor_____; Tracção animal_____;

3. Comparar os níveis de produção antes e depois da assistência dos serviços de extensão


Antes Depois
3.1.Quantos hectares possui por área de Quantos hectares possui por área de
produção milho? produção milho?
R: 0,5ha___0,5-1ha___1-2ha ___2- R: 0,5ha___0,5-1ha___1-2ha ___2-
3ha____3- 4ha___ 3ha____3- 4ha___

I
3.2.Qual é a produção (Milho) que obtinha Qual é a produção (Milho) que obtinha por
por área de produção?_________ton/ha área de produção?_________ton/ha

3.3.Quantos hectares possui por área de Quantos hectares possui por área de
produção de batata-doce? produção de batata-doce?
R: 0,5ha___0,5-1ha___1-2ha ___2- R: 0,5ha___0,5-1ha___1-2ha ___2-
3ha____3- 4ha___ 3ha____3- 4ha___
3.4.Qual é a produção (Batata-doce) que Qual é a produção (Batata-doce) que
obtinha por área de produção? obtinha por área de produção?
R:__________ton/ha R:___________ton/ha
3.5.Quanto tempo armazenava o milho Quanto tempo armazenava o milho para
para consumo? consumo?
2 Meses___; 2 á 3 meses___; 3 á 4meses___; 2 Meses___; 2 á 3 meses___; 3 á 4meses___;
4 á 5 meses___; 5 á 6 meses___; 4 à 5 meses___; 5 á 6 meses___;

3.5.Quanto tempo armazenava a batata- Quanto tempo armazenava a batata-doce


doce para consumo? para consumo?
2 Meses___; 2 á 3 meses___; 3 á 4meses___; 2 Meses___; 2 á 3 meses___; 3 á 4meses___;
4 á 5 meses___; 5 á 6 meses___; 4 á 5 meses___; 5 á 6 meses___;

3.6. Existe outra actividades que faça para ganhar dinheiro?


Sim____; Não____;

3.6.1 Se sim. Qual é?


R:
__________________________________________________________________________

II
Apêndice n°2: Guião de entrevista dirigido aos Extensionista
Curso: Comunicação e Extensão Rural
Guião de entrevista dirigido aos Extensionista
Data do inquérito_______/______/_______
Sexo: Masculino_____________ Feminino____________

1. Descrever as actividades levadas a cabo pelos serviços de extensão no âmbito da


implementação da agricultura de conservação.
1.2.Que actividades têm sido desenvolvidas pelos serviços de extensão no âmbito da
implementação da agricultura de conservação?
1.2.1Descreva como são feitas as actividades.
R:_________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
2.Caracterizar a agricultura de conservação praticada na localidade de Golo- distrito de
Homoíne.
R:_________________________________________________________________________

3.Comparar os níveis de produção antes e depois da assistência dos serviços de extensão


3.1.Quantos hectare possui por área de Quantos hectare possui por área de
produção milho? produção milho?
R: 0,25ha___0,5-1ha___1-2ha ___2- R: 0,25ha___0,5-1ha___1-2ha ___2-
3ha____3- 4ha___ 3ha____3- 4ha___

3.2.Qual é a produção (Milho) que obtinha Qual é a produção (Milho) que obtinha por
por área de produção?_________ton/ha área de produção?_________ton/ha

3.3.Quantos hectares possui por área de Quantos hectares possui por área de
produção de batata-doce? produção de batata-doce?
R: 0,25ha___0,5-1ha___1-2ha ___2-3ha____ R: 0,25ha___0,5-1ha___1-2ha ___2-
3- 4ha___ 3ha____3- 4ha___
3.4.Qual é a produção (Batata-doce) que Qual é a produção (Batata-doce) que
obtinha por área de produção? obtinha por área de produção?
R:__________ton/há R:___________ton/ha

III
IV
Apêndice 3: Crescimento de culturas no sistema de agricultura de conservação

Apêndice 4: Cobertura morta num campo de agricultura de conservação

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