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UFRGS/IFCH - Departamento de História

Oficina de leitura e escrita de textos históricos

Léo Francisco Siqueira de Moraes

Cartão 244758

Sobre a História Pública

A sociedade tem apresentado uma demanda significativa por consumo de


conhecimento histórico, seja por interesse cultural ou por puro lazer.
Independentemente dos motivos que levam o público não acadêmico a consumir
história, o fato é que, embora se mostre disposto a buscar a história, não bebe da
fonte do conhecimento histórico produzido pelos historiadores, o que gera uma série
de transtornos para quem produz o conhecimento e também para quem consome
(ou deixa de consumir).

O velho dilema academicista é um espectro que já preocupou muitos colegas


anteriores a nós, nos acompanha no presente e, ao que tudo indica, perdurará no
futuro, se o paradigma não se modificar. O resumo da questão é que historiadores
são intelectuais acadêmicos que escrevem difícil, de forma nada literária, seguindo
um modelo conservador de discurso científico que desperta pouco interesse no
público leigo. Em outras palavras, historiadores produzem textos academicistas que
são lidos basicamente apenas por eles mesmos (e, faça-se justiça, nem os próprios
historiadores aguentam consumir massivamente os textos de seus pares), fazendo o
conhecimento histórico ficar isolado dentro de um meio intelectual e culturalmente
privilegiado, para não dizer fechado.

Mas o fato é que a história é interessante. Pessoas gostam de ler sobre


história, ouvir sobre história, assistir filmes sobre história, ler romances históricos... A
ausência de charme literário, no entanto, afasta o público leigo do discurso
acadêmico, abrindo espaço para que outros profissionais (intelectuais ou pseudo-
intelectuais) supram esta demanda, o que pode ser pernicioso, uma vez que o
grande público acaba consumindo e tendo sua visão sobre história moldada por
jornalistas, escritores, romancistas, artistas, cineastas, blogueiros, youtubers... Tudo,
menos historiadores.

O público leigo tem se alimentado, por tanto, de discursos e visões sobre a


história que não foram construídas por quem de fato entende de história, daí a
presença de um discurso muitas vezes raso, anacrônico e superficial. Mas não
podemos julgar o público: a escrita dos historiadores acadêmicos é chata, muito
raramente o consumidor buscará um artigo científico ou tese de doutorado para
aprender sobre história. Cabe a nós, historiadores, repensarmos nosso papel diante
da sociedade e explorar novos espaços de atuação e de mercado.

Há um campo fértil a ser explorado na Era da Informação, e uma infinidade de


meios digitais para se falar sobre história. Se os historiadores podem produzir textos
científicos com linguagem técnica e rebuscada, por que não podem produzir textos
acessíveis, vlogs, podcasts, filmes, etc.? A História Pública, assim, configura-se
como uma área de atuação possível do profissional da História em que alimenta a
população não acadêmica com conhecimento científico, produzindo assim um
discurso histórico mais “popular” sem perder o rigor metodológico.

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