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CADERNOS DE ENUNCIADOS

ORDEM ENUNCIADOS
A Competência dos órgãos da JMU é definida pela
1 condição que o acusado ostentar no curso do processo e
não pela sua condição ao tempo do crime.

A prorrogação de prazo pretendida pelo MPM no curso


2 do procedimento investigativo deverá ser requerida ao
juízo, na conformidade do artigo 79 do CPPM.

Encerrada a instrução probatória, com expressa


3 manifestação das partes, as alegações escritas podem
ser dispensadas, sendo suficientes as alegações orais.

É dispensável a audiência de custódia quando for


4
relaxada a prisão ou concedida liberdade provisória.
Em processos de competência monocrática, são
5 dispensáveis as alegações orais das partes e a audiência
de julgamento.
A condição de militar é necessária para o recebimento
6 da denúncia, o prosseguimento do processo e a
execução da pena, nos crimes de deserção.
É cabível a prolação de sentença oral, registrada em
7 meio audiovisual, dispensada sua transcrição, bastando
a disponibilização do dispositivo.

ENUNCIADOS DA 1ª JORNADA DE DIREITO MILITAR


ENUNCIADO 1
Proposta

A Competência dos órgãos da JMU é definida pela condição


que o acusado ostentar no curso do processo e não pela
sua condição ao tempo do crime.
Justificativa

A Lei 8.457 /92, Lei da Organização Judiciária Militar da União (LOJMU), com as alterações da Lei


13.774/2018, estabeleceu a competência colegiada dos Conselhos de Justiça para processar e julgar os
acusados militares, e do Juiz Federal monocraticamente para processar e julgar acusados civis. Todavia, não fez
menção expressa à competência para processar e julgar o acusado “ex-militar”, ou seja, aquele que foi
licenciado ou excluído das Forças Armadas, e que não mantém qualquer vínculo remuneratório ou de sujeição
à hierarquia e disciplina militar. Como ingressou no status de civil, a interpretação correta da nova regra é no
sentido de que ocorrerá o julgamento monocrático pelo juiz togado. 
A proposta do enunciado, portanto, visou ao afastamento da interpretação equivocada que fixa a
competência do órgão de julgamento pela situação do réu ao tempo do crime, em detrimento da situação do
acusado no processo, conforme previsão legal. A interpretação combatida estenderia indevidamente a
competência dos Conselhos de Justiça, mesmo violentando a interpretação sistemática da LOJMU nos art. 6º, I,
a; art. 23. § 3º; art. 27, I e II; art. 30, I-B, os quais estabelecem como critério único a situação do " acusado" no
processo (Oficial General, Oficial, Praça ou Civil), além de proibir taxativamente a hipótese de julgamento de
quem não mais é "militar" por um Conselho de Justiça.
A Lei 13.774/2018 consagrou os movimentos de reforma da Justiça Militar ao longo das últimas décadas.
Promoveu não apenas uma modificação da competência interna na LOJMU, mas sim uma verdadeira
readequação do sistema decisório do processo penal militar, tornando-o mais técnico e independente,
permitindo a sobrevivência da Justiça Militar da União em meio à contestação política e jurídica da sua secular
existência.
Para processar e julgar civis e os que não mais estão submetidos à hierarquia e disciplina militar, o
órgão julgador deverá ter a racionalidade judicial da magistratura, dotado de notável saber jurídico, formação
humanística, garantias constitucionais, independência funcional e imparcialidade. Como o “ex-militar” acusado
se encontra na condição de civil durante o processo, caberá ao Juiz Federal da Justiça Militar o seu processo e
julgamento, ainda que ao tempo do crime ostentasse a condição de militar.  
O momento consumativo do crime (tempo do crime) é regra de direito penal, capaz de definir se um
crime é militar ou não, em função da pessoa, do local ou da matéria, conforme o artigo 9º do CPM. Em
consequência, tem relevância apenas para a definição da justiça competente, nos termos do art. 124 da CF 88,
e não necessariamente do órgão de julgamento, dentro dessa Justiça. Todavia, após definição da Justiça
Competente (jurisdição militar), o órgão de julgamento no âmbito desta justiça não se define pelo tempo do
crime, mas pela regra atual de organização judiciária, conforme o sistema da LOJMU.
ENUNCIADO 2
A prorrogação de prazo pretendida pelo MPM no curso do
procedimento investigativo deverá ser requerida ao juízo,
na conformidade do artigo 79 do CPPM.
Justificativa

NÃO FOI APROVADO


ENUNCIADO 3
Proposta

Encerrada a instrução probatória, com expressa


manifestação das partes, as alegações escritas podem ser
dispensadas, sendo suficientes as alegações orais.

Justificativa
Inicialmente, registre-se que o enunciado em questão considerou a novel existência de dois
órgãos julgadores na primeira instância da JMU: Conselhos de Justiça e Juízes Federais da Justiça Militar. Disso
resultou que a redação do enunciado refira-se a sessão (órgão colegiado) e audiência (órgão singular).
Ademais, verifica-se que o enunciado remete a um momento processual específico, qual seja,
quando a instrução se encerra, com MPM e Defesa (DPU ou advogado constituído) estão presentes e, por
consequência, a lide está pronta para ser julgada.
Logo, implícito no enunciado que o órgão judicante irá dar seu veredito na própria sessão ou
na audiência, ainda que a sentença venha a ser publicada em até oito dias depois desta.
É certo que, em casos complexos, com grande quantidade de provas, de autores, com questões
processuais de fundo ou sem que o juízo operante se sinta seguro para passar imediatamente ao julgamento
do feito, deve-se optar por seguir o rito processual em sua integralidade.
Porém, em casos simples, mormente quando a prova está consolidada (v.g., um caso de drogas, com a
confissão do acusado ou uma deserção com evidente causa de exclusão da culpabilidade calcada no Art. 39 do
CPM), deve-se prestigiar a celeridade processual. Dessa maneira, é possível abreviar-se a duração do processo,
sem abdicar das garantias inerentes ao direito de defesa, conforme adiante se explicitará. Ademais,
importante registrar que a jurisprudência atual do E. STM acolhe o enunciado aprovado na I Jornada de Direito
Militar, embora existam votos divergentes nos acórdãos que tratam da matéria.

Sobre isso, podem ser consultados os arestos: Apelação nº 0000133-17.2016.7.09.0009 e os


Embargos Infringentes e de Nulidade nº 0000133-17.2016.7.09.0009. Até 2013, o entendimento da Alta Corte
Castrense era diverso, sob o fundamento de que a supressão das fases dos artigos 427 e 428 do CPPM viciaria
a ampla defesa e o contraditório (v.g: Apelação nº 0000074-54.2007.7.01.0401).

Contudo, no âmbito da ENAJUM, em exercício acadêmico, respeitando-se os entendimentos diversos,


chegou-se à conclusão de que inexiste nulidade. Com efeito, observou-se a regra do art. 501 do CPM, que de
forma lapidar consagra o princípio pas de nullité sans grief. In verbis: “nenhuma das partes poderá argüir a
nulidade a que tenha dado causa ou para que tenha concorrido, ou referente a formalidade cuja observância
só à parte contrária interessa”.

Saliente-se também que o enunciado é claro no sentido de dispensar as alegações escritas desde que
haja a expressa manifestação das partes, de forma que não se cogita de açodamento do trâmite processual em
desfavor do réu ou do MPM, pois estes deverão expressar sua concordância com à dispensa tratada.
Por outro lado, o entendimento de que a apresentação de alegações apenas de forma oral, constituiria
hipótese de nulidade prevista no artigo 500, IV, do CPPM (por omissão de formalidade que constitua elemento
essencial do processo), precisa ser analisado à luz da Constituição. Sob este espectro, a pergunta maior é: a
defesa do acusado fica comprometida com o não oferecimento de alegações escritas?
Ora, a esta pergunta, em exercício efetivo de compreensão da realidade, deve-se questionar: quem
deveria julgar sobre essa essencialidade? O Defensor Público ou o advogado constituído não são capazes de
dizer qual a melhor opção para o acusado?
Ainda, sopesando o caso concreto não podem as partes dizerem ao estado-juiz que estão satisfeitos
com as provas e que querem passar ao julgamento? Os julgadores (juiz ou conselho) não são capazes de
resguardar os direitos do acusado diante de pedidos que, para aquele caso específico, entenda (m) que será
necessário um aprofundamento nos argumentos a serem oferecidos pelas partes?
A simples formulação destas perguntas, parece indicar que as formalidades existem com um propósito.
Destaque-se que:

1) O MPM atua de forma a garantir que os culpados sejam punidos e os “não culpados” – diferente de
inocentes – sejam absolvidos o quanto antes. Dessa forma, possui o dever de, ao perceber que as provas não
confirmam a denúncia oferecida, atuar no sentido de um veredito absolutório, tendo em vista que sua função
institucional é de guardião da ordem jurídica; 2) Por sua vez, a Defesa tem por obrigação, ainda que ciente da
culpa do acusado, de buscar sua absolvição e, alternativamente, a menor punição possível, devendo ser
pragmática na condução de seu mister. Como exemplo, imagine-se o seguinte caso: se as provas forem todas
desfavoráveis ao acusado que foi flagrado portando certa quantidade de prova, a Defesa pode optar por não
recorrer, pois assim o jovem condenado poderá iniciar imediatamente o período de provas do sursis
concedido, situação em tese mais confortável que postergar o quase certo cumprimento deste em data futura.

Ainda tratando da formalidade dos atos processuais, importante registrar que cada vez mais a essência
do ato ganha preponderância sobre a sua forma. No ponto, veja-se as recentes decisões do STJ que permitem
a prolação de sentença oral, algo que, em tese, afrontaria o art. 500, IV, do CPPM:
PROCESSO PENAL. HABEAS CORPUS. SENTENÇA PENAL CONDENATÓRIA POR MEIO AUDIOVISUAL.
TRANSCRIÇÃO PARCIAL DO SEU CONTEÚDO. OFENSA AOS PRINCÍPIOS DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA
DEFESA. NÃO OCORRÊNCIA. ALTERAÇÕES PROMOVIDAS PELA LEI N. 11.719/2008. FORMA ESCRITA. ART. 388
DO CPP. POSSIBILIDADE. VÍCIO FORMAL DO ATO PROCESSUAL. INEXISTÊNCIA. DOSIMETRIA. SUPRESSÃO DE
INSTÂNCIA.
1. A previsão legal do único registro audiovisual da prova, no art. 405, §
2º do Código de Processo Penal, deve também ser compreendida
como autorização para esse registro de toda a audiência - debates
orais e sentença.
2. É medida de segurança (no mais completo registro de voz e imagem da prova oral) e de celeridade no
assentamento dos atos da audiência.
3. Exigir que se faça a degravação ou separada sentença escrita é negar valor ao registro da voz e imagem do
próprio juiz, é sobrelevar sua assinatura em folha impressa sobre o que ele diz e registra. Não há sentido
lógico ou de segurança, e é desserviço à celeridade. 4. A ausência de degravação completa da sentença não
prejudica ao contraditório ou à segurança do registro nos autos, do mesmo modo que igualmente ocorre
com a prova oral.

5. A tese de inidoneidade dos fundamentos que embasaram o aumento da pena em 3/8, na terceira fase da
dosimetria, não foi submetida ao crivo do Tribunal de Justiça, inviabilizando o exame desta Corte Superior
por incabível análise originária do tema, sob pena de indevida supressão de instância. 6. Habeas corpus
denegado . ( STJ. 3ª Seção. HC 462.253/SC, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 28/11/2018, DJe
04/02/2019).
  
PROCESSO PENAL. HABEAS CORPUS. ART. 302 DO CTB. NULIDADE. SENTENÇA CONDENATÓRIA PROLATADA
POR MEIO AUDIOVISUAL. TRANSCRIÇÃO APENAS DA DOSIMETRIA E DA PARTE DISPOSITIVA. OFENSA AOS
PRINCÍPIOS DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA. NÃO OCORRÊNCIA. ORDEM DENEGADA.
1. Nos termos do recente posicionamento desta Corte, "Exigir que se
faça a degravação ou separada sentença escrita é negar valor ao
registro da voz e imagem do próprio juiz, é sobrelevar sua assinatura
em folha impressa sobre o que ele diz e registra. Não há sentido
lógico ou de segurança, e é desserviço à celeridade. A ausência de
degravação completa da sentença não prejudica ao contraditório ou
à segurança do registro nos autos, do mesmo modo que igualmente
ocorre com a prova oral")
2. Ordem denegada. (HC 426.460/SC, Rel. Ministro ANTONIO
SALDANHA PALHEIRO, SEXTA TURMA, julgado em 09/04/2019, DJe
21/05/2019)
 
Por fim, um dado da realidade deve ser trazido a esta justificativa, qual seja, o uso do processo
judicial por meio eletrônico em toda JMU. De fato, a existência deste faz com que as sessões e audiências
possam ser gravadas e os respectivos arquivos lançados ao processo, permitindo que não se perca nenhum
dos argumentos ou pedidos formulados pelas partes, algo passível de acontecer em uma simples transcrição
para ata da sessão. Mais que isso, agora é possível que o ato processual seja revivido em sua íntegra, por
meios audiovisuais.
Portanto, o enunciado proposto consagra o princípio da oralidade, bem como a atual tendência de
se firmar negócios processuais entre as partes, possibilidade trazida pelo art. 190 do atual Código de
Processo Civil e perfeitamente aplicável no âmbito do processo penal militar.

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