Sei sulla pagina 1di 29

Pandemia

compreensão
para a ação
Autores

Amanda Luiz Pires Maciel – Enfermeira do Serviço de Controle de Infecção


Hospitalar
Márcia Maria Baraldi - Enfermeira do Serviço de Controle de Infecção
Hospitalar
Índice

1. Vigilância Epidemiológica
2. Higienização das Mãos e Paramentação
3. Precauções Padrão
1. Vigilância Epidemiológica
Diante da emergência dos casos de doenças respiratórias causada pelo novo
corona vírus (SARS-CoV-2), a Organização Mundial da Saúde, desde 21 de janeiro
de 2020 tem publicado documentos informativos sobre a evolução epidemiológica da
doença e estabelecido critérios de definição para notificação do agravo. Dessa
maneira, os países puderam se organizar para estabelecer um sistema de vigilância
sensível e eficaz para a detecção precoce de casos nos estabelecimentos de saúde1.

Com a evolução da epidemia, os critérios de definição e notificação dos casos


foram constantemente atualizados e amplamente divulgados pelo Ministério da
Saúde1,2.

As definições iniciais estavam atreladas aos sintomas respiratórios


comumente identificados nos casos (febre, tosse e dificuldade para respirar) e o
vínculo epidemiológico, seja com o deslocamento nos últimos 14 dias para a área de
transmissão do vírus, seja o contato com caso suspeito ou confirmado para o agravo.
Atualmente, com a transmissão sustentada do vírus no país, esse cenário muda
completamente. Nesse cenário, o indivíduo que apresenta o quadro de síndrome
gripal já é definido como caso suspeito de COVID-192.

Sendo assim, a vigilância do COVID-19 foi incluída no sistema de vigilância


epidemiológica da Síndrome Gripal e da Síndrome Respiratória Aguda Grave.
Síndrome Gripal

Como definição de síndrome gripal consideram-se os seguintes sintomas3:


a. Febre de início súbito, mesmo que referida E;
b. Tosse ou dor de garganta E;
c. Pelo menos um dos seguintes sintomas: cefaleia, mialgia ou artralgia, na
ausência de outro diagnóstico específico.

Para crianças menores de 2 anos de idade considera-se síndrome gripal:


a. Febre de início súbito (mesmo que referida) E;
b. Sintomas respiratórios (tosse, coriza e obstrução nasal), na ausência de
outro diagnóstico específico.

Toda síndrome gripal deve ser notificada no sistema de vigilância de síndrome


gripal (e-SUS) (https://notifica.saude.gov.br) (Figura 1). Trata-se de um sistema de
notificação eletrônico e aplica-se a todos os casos em que não houver necessidade
de internação4.

Figura 1. Tela inicial do sistema de vigilância de síndrome gripal (e-SUS)


O estabelecimento de saúde gera um cadastro individual para inserção dos
dados.

Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG)

Nessa vigilância são incluídos todos os casos de síndrome gripal que


evoluíram com SRAG e, portanto, necessitaram de internação para assistência
ventilatória3.
Os critérios para definição e notificação de caso de SRAG são3:

Indivíduo de qualquer idade, com síndrome gripal (conforme definição anterior)


e que apresente:
a. Dispneia OU;
b. Saturação de O2 menor que 95% OU;
c. Sinais de desconforto respiratório OU;
d. Aumento da frequência respiratória avaliada de acordo com a idade OU;
e. Piora nas condições clínicas de doença de base OU;
f. Hipotensão em relação à pressão arterial habitual do paciente OU;
g. Indivíduo de qualquer idade com quadro de insuficiência respiratória aguda,
durante período sazonal.

A notificação deve ser realizada de forma imediata, ou seja, em até 24h no


Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP)3. O SIVEP é
um sistema de informação eletrônico gerido pelo Ministério da Saúde que visa
monitorar as internações por SRAG5.
Figura 2. Tela inicial do SIVEP

O estabelecimento de saúde gera um cadastro individual para inserção dos dados


e atualização conforme evolução do paciente e resultado do exame.

Vigilância de óbitos de casos suspeitos e confirmados para COVID-19

Todo caso suspeito ou confirmado para COVID-19 deve ser notificado de forma
imediata, ou seja, em no máximo, 24h para a vigilância epidemiológica e para
Coordenação Epidemiologia e Informação – CEInfo. Para tanto, fazem-se necessárias as
seguintes ações:

• Envio de e-mail para a vigilância epidemiológica local informando o óbito;


• Atualização no SIVEP da evolução “óbito” com a data do evento.

No município de São Paulo, nos finais de semana e feriados, faz-se necessário


ainda, informar o óbito para o plantão da Centro de Informações Estratégicas em
Vigilância em Saúde (CIEVS) (notifica@prefeitura.sp.gov.br).
Referências

1. World Health Organization (WHO) Coronavirus disease (COVID-


2019) situation reports [internet]. Acessado em 15/04/2020.
Disponível em: https://www.who.int/emergencies/diseases/novel-
coronavirus-2019/situation-reports/

2. Ministério da Saúde. Boletim epidemiológico 8 (09 de abril de


2020): Doença pelo coronavírus 2019. Brasília: Ministério da Saúde;
2020.

3. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde.


Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Protocolo de
tratamento de Influenza: 2017 [recurso eletrônico] / Ministério da
Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância
das Doenças Transmissíveis. – Brasília: Ministério da Saúde, 2018.

4. Ministério da Saúde. 15/04/2020. e-SUS. Acessado em:


15/04/2020. Disponível em: https://notifica.saude.gov.br/onboard

5. Ministério da Saúde. Sistema de Informação da Vigilância


Epidemiológica da Gripe. Acessado em: 15/04/2020. Disponível em:
https://sivepgripe.saude.gov.br/sivepgripe/login.html;jsessionid=9238
F6D0A5DF80F846EC812F9B27932F.server-sivepgripe-srvjpdf49?0
2. Higienização das Mãos e Paramentação

A prevenção e controle de infecção são componentes universalmente


relevantes em todos os sistemas de saúde e afetam a saúde do paciente e do
colaborador que presta assistência ao mesmo. As Infecções Relacionadas à
Assistência à Saúde (IRAS), são os eventos adversos mais comuns relacionados
com a prestação de cuidados e, tanto a carga endêmica como a epidêmica, são
problemas de saúde pública importantes1.
De acordo com Allegranzi et al.2 os dados da Organização Mundial da Saúde
(OMS) reportam que, em média, 7% dos pacientes de países em desenvolvimento e
15% dos pacientes de países sub ou pouco desenvolvidos sofrem, em algum
momento, de pelo menos uma das IRAS, com uma mortalidade atribuída e estimada
de 10%. As IRAS afetam principalmente populações de risco elevado como pacientes
neonatais e pacientes de terapia intensiva entre os quais a frequência chega a ser 20
vezes maior em países em desenvolvimento do que em países desenvolvidos.
As IRAS têm um impacto econômico significativo, tanto para o paciente como para a
população de modo geral, em razão das taxas elevadas de morbidade e mortalidade
e da perda da produtividade.
A falta de quantificação fidedigna, sobretudo em países poucos desenvolvidos,
resulta em uma estimativa de custos de vários bilhões de dólares. De acordo com o
Centers for Disease Control and Prevention (CDC), o custo direto de IRAS para
hospitais nos Estados Unidos (EUA) varia entre US$ 35,7 bilhões e US$ 45 bilhões,
enquanto o impacto anual na Europa é de até €$ 7,0 bilhões de euros1,3.
Avanços significativos na prevenção das IRAS aconteceram nos últimos anos,
alcançando destaque por causa de vários acontecimentos como o desafio com os
microrganismos multirresistentes, surtos da Síndrome Respiratória do Oriente Médio,
surtos associados ao vírus Ebola, e mais do que nunca neste com Covid-19.
Infecções por Microrganismos Multirresistentes (MDROs) estão aumentando no
mundo e a prevenção e controle da disseminação são críticos e urgentes.
A diversidade de antibióticos disponíveis para tratar estas infecções é
extremamente limitada e o desenvolvimento de antibióticos novos para tratamento
não está disponível em futuro próximo. Entre as bactérias com expressão de
resistência mais comuns que causam IRAS cita-se:
• Staphylococcus aureus meticilina resistente (MRSA),
• Enterococcus vancomicina resistente (VRE),
• Betalactamases de espectro ampliado (ESBL),
• Enterobactérias carbapenens resistentes (CRE),
• Acinetobacter baumannii multirresistiente (MRAB)3.
O surgimento de resistência destes microrganismos tem sido causado,
notadamente, pelo uso inadequado de antibióticos, além disso pela disseminação de
MDROs em ambientes de cuidados de saúde.
A OMS trabalha intensamente com as recomendações baseadas em
evidências e no fortalecimento dos Programas de Prevenção e Controle de IRAS
(PCIRAS).
Um dos pilares chaves de um PCIRAS é a Higienização das Mãos (HM) e é
amplamente aceita e associada com a redução da incidência de IRAS e pode ser
considerada a medida mais importante no conjunto das precauções padrão1,3.
Há mais de 150 anos existem evidências que associam o aumento da adesão
à HM com a diminuição da disseminação de microrganismos4.
O primeiro relato do impacto da HM surgiu segundo a perspectiva de um
médico húngaro, Ignaz Philip Semmelweis (1818-1865), no século XIX. Semmelweis,
considerado um dos “gigantes da medicina” foi chamado de “pai” do controle de
IRAS, por causa do trabalho desenvolvido em um hospital de Viena, a partir de 1844,
quando introduziu a HM compulsória para todos os médicos e estudantes de
medicina. Para tanto, Semmelweis elegeu uma solução de hipoclorito de cálcio. O
produto era altamente agressivo, pois a solução irritava a pele até sangrar. Mas o
resultado esperado em curto prazo foi atingido e as taxas de mortalidade caíram,
como pode ser visto na Figura 35.
Mortalidade das mães (%)

Figura 3. Taxas porcentuais de mortalidade de mães internadas no Hospital de Mulheres em Viena, Áustria, entre
1841 e 1850, antes e depois de aplicar a HM.
Fonte: Adaptado de Pitted e Boyce5.

Estudos mais recentes, como a revisão sistemática da literatura realizada


entre janeiro de 1980 e dezembro de 2013, permitiram investigar a associação
temporal entre indicadores de HM e infecções por MDROs, por meio de seleção de
39 artigos que apontavam esta evidência. Entre os artigos encontrados, a maioria
dos estudos oferece evidências de que a prática melhorada da HM reduz as IRAS
e/ou a transmissão ou colonização por MDROs. Em quatro estudos os autores não
conseguiram evidenciar o impacto da HM, e um deles não mostrou melhora
significativa após o aumento da adesão à HM1.
Desde 1960, vários fatos marcaram a evolução das práticas de HM. Em 1961,
o Serviço de Saúde Pública dos EUA divulgou um filme com a técnica correta de
como lavar as mãos. Em 1970, as infecções foram reconhecidas como um problema
e começam a surgir os Programas de Prevenção e Controle de Infecção Associada à
Assistência à Saúde (PCIRAS). Em 1974, o CDC realizou um desenho de estudo que
se concretizou em 1985, denominado “Estudo da Eficácia do Controle de Infecções
Nosocomiais” (Study on the Efficacy of Nosocomial Infection Control - SENIC) que
mostra a efetividade dos PCIRAS na redução destes agravos. Em 1985, o CDC
publicou o primeiro Guia com orientações de HM para os profissionais6.
Naquele momento, o uso do sabão antimicrobiano, objeto do presente estudo,
passou ser recomendado oficialmente para a lavagem das mãos no cuidado com
recém-nascidos, pacientes em unidades de alto risco e antes do cuidado com
pacientes severamente imunocomprometidos.
Em 2002, o CDC disponibilizou as diretrizes para a HM nas configurações de
Saúde Pública. É um trabalho que foi realizado em parceria com o Health Connect
IPA – (HCIPA) / Society for Healthcare Epidemiology of America – (SHEA) /
Association for Professionals in Infection Control and Epidemiology – (APIC) /
International Development Association – (IDA), (Boyce, 2002).
Em 2005, a OMS lançou o “Desafio global para segurança do paciente” com o
objetivo de reduzir o risco de IRAS e tem como tema “Cuidado limpo é cuidado mais
seguro”. O objetivo foi reforçar a adoção de medidas simples como medidas
primárias fundamentais. Ainda em 2005, a OMS publicou o conceito dos cinco
momentos de HM e anos depois, em 2009, um Guia sobre HM nos Cuidados à
Saúde7. Desde então, anualmente a OMS agrega uma temática diferente as
campanhas de HM.
Este ano a campanha global de 2020 tem como tema chamar a atenção para
profissionais da área da saúde mais especificamente enfermeiras e parteiras. A OMS
reforça o papel destes profissionais na prevenção de doenças como a Covid-19. O
novo corona vírus (SARS-CoV-2) é transmitido principalmente através do contato e
de gotículas. A transmissão por contato envolve o toque tanto em pessoas, como em
ambientes contaminados, assim, as mãos podem espalhar vírus a outras superfícies,
além da levar a contaminação do indivíduo se ele tocar em mucosas como a boca, o
nariz e os olhos.
No Brasil, entre os marcos importantes na prevenção de IRAS, a Portaria nº.
2.616/1998, entre outros aspectos reforça que: “Devem ser empregadas medidas e
recursos com o objetivo de incorporar a prática da lavagem das mãos em todos os
níveis da assistência hospitalar”8.
A Resolução da Diretoria Colegiadas da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (ANVISA), Resolução - RDC nº 50/2002, estabelece a obrigatoriedade de
existirem pias na área da assistência9. A publicação de Manuais de HM pela
ANVISA10, fortalece as recomendações e a Resolução - RDC nº 42/2010, dispõe
sobre a obrigatoriedade de disponibilização da preparação alcoólica para fricção
antisséptica das mãos, pelos serviços de saúde do País11.
Documentos importantes da OMS como o Instrumento de Autoavaliação para
a HM12 e o Guia para a Implementação das Estratégias Multimodais da OMS para
Aprimoramento da HM13 foram traduzidos para o português e têm como objetivo
promover, instituir e acompanhar indicadores de HM.
Um dos instrumentos incluídos no Programa Multimodal da OMS, o conceito
dos 5 Momentos para HM (Figura 4) tem como objetivo:
• promover a avaliação dos resultados de adesão de HM mediante a
observação das ações de HM;
• oferecer retroalimentação aos profissionais referente a adesão de HM; e,
• aumentar a sensação de auto eficácia na difícil tarefa do cuidar.
É fato que a instituição do conceito ajuda a fixar os momentos importantes da
HM e influenciar o comportamento dos profissionais4.
Figura 4 – Cinco momentos para a higienização das mãos.
Fonte: Brasil – ANVISA10.

Ao considerar os cinco momentos da HM, cada um tem uma justificativa que


estimula a sua aplicação como mostra o Quadro 1.

Quadro 1. Momentos para a higienização das mãos

Fonte: Adaptado de Brasil – ANVISA10.


As estratégias de sucesso baseadas em vários estudos, de acordo com a
OMS13 envolvem a promoção da HM por meio de ações que tornem a prática fácil e
conveniente, entre elas:
• disponibilizar o produto à base de álcool no local do cuidado;
• disponibilizar água e sabão de maneira contínua;
• instalar alertas de voz;
• promover a educação para higiene de mãos;
• facilitar o cuidado da pele do profissional assistencial;
• implantar uma rotina de observação e retroalimentação dos indicadores
de HM;
• implantar lembretes no local de trabalho; e,
• melhorar o clima de segurança institucional. Este clima de segurança
institucional envolve: promover a participação institucional em todos os níveis; evitar
a superlotação; carga de trabalho excessiva; instituir o retorno positivo para o
profissional; garantir a capacitação do paciente; e, combinar várias estratégias de
ação.
Por causa de sua relevância, a HM está inserida de modo destacado em dois
conjuntos de medidas, que são reconhecidas como medidas de prevenção e controle
da disseminação de microrganismos propostos pelo CDC: precauções padrão e as
precauções específicas (baseadas no modo de transmissão da doença)14.
As precauções padrão são aquelas destinadas a reduzir o risco de
transmissão de infecção, relacionado às fontes conhecidas e não conhecidas. No
âmbito básico de precauções de controle de infecção, esta deve ser utilizada no
cuidado de todos os pacientes14.
As precauções específicas, são baseadas nas formas de transmissão das
doenças infecciosas. São aplicadas aos pacientes suspeitos ou confirmados de
estarem infectados ou colonizados por microrganismos com alto poder de contágio e
disseminação, como por exemplo o SARS-CoV-2, microrganismo este que se
dissemina por via aérea (goticulas) e por contato. As precauções específicas são
sub-categorizadas em: precauções de contato, precauções para gotículas e
precauções por aerossóis.
Em ambos os tipos de precauções, sejam elas padrão ou específica, na
epidemiologia da transmissão de microrganismos, as mãos dos profissionais
assistenciais constituem o meio principal entre o paciente colonizado e aquele que
anteriormente não tem estes status, por isso, a importância da HM. A HM aparece
como a ação que, independente das outras ações, tem impacto na redução dos
índices de IRAS.
O Protocolo para a Prática de HM em Serviços de Saúde15, baseado na
OMS, atualizou as recomendações dos momentos importantes para HM e a técnica
de como higienizar as mãos com água e sabão e a fricção antisséptica das mãos
com preparação alcoólica, como mostra a Figura 5.
A B

Figura 5. Higienização das mãos: (A) com água e sabonete; (B) com fricção das mãos com
preparação alcoólica.
Fonte: Brasil – ANVISA15.

Preparações para a higienização das mãos


Microrganismos respondem de maneira diferente aos variados germicidas.
Conforme o quadro 2, o virus da Covid-19 (um virus envelopado), tem uma boa
resposta ao produto alcoólico, sendo este um agente eficaz contra o virus.
Quadro 2. Atividade antimicrobiana e propriedades dos antissépticos usados para higiene de
Quadro 2 - Atividade antimicrobiana e propriedades dos antissépticos usados para higiene de mãos
mãos.
Antimicrobiano Bactéria Bactéria Vírus Vírus não Micobactéria Fungo Esporo
Gram + Gram - envelopado envelopado
+++ +++ +++ ++ +++ +++ -
Álcool
60% a 70%
GCX +++ ++ ++ + + + -
0,5% a 4%
PVPI +++ +++ ++ ++ ++ ++ -
0,5% a 10%

+++ ++ ? ? ± ± -
Triclosan
0,1% a 2%

Quaternário de ++ + + ? ± ± -
amônia
Boa: +++; moderada: ++; pobre: +; variável: ±; nenhuma = -; ?: desconhecido
Fonte: Adaptado de WHO (2009). Tradução livre.
Fonte: Adaptada de WHO13

A higienização das mãos nos 5 momentos pode ser realizada com água e
sabão ou produto alcoólico. O produto alcoólico pode ser utilizado quantas vezes
forem necessárias desde que não haja sugidade aparente nas mãos. O produto
alcoólico torna uma boa opção de produto já que pode ser utlizado no local onde o
paciente está e sua técnica aplicada em 20 a 40 segundos conforme figura 5.
A dispobilidade de um produto de qualidade no local onde a assistência é
prestada, é fundamental para que adesão tenha impacto na prevenção das
infecções.
Você chegou ao final dessa aula a agora poderá assistir os dois vídeos
demonstrativos das técnicas de higienização das mãos com água e sabão e álcool
gel.
Assista agora!
Referências

1. World Health Organization (WHO) Coronavirus disease (COVID-


2019) situation reports [internet]. Acessado em 15/04/2020.
Disponível em: https://www.who.int/emergencies/diseases/novel-
coronavirus-2019/situation-reports/

2. Ministério da Saúde. Boletim epidemiológico 8 (09 de abril de


2020): Doença pelo coronavírus 2019. Brasília: Ministério da Saúde;
2020.

3. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde.


Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Protocolo de
tratamento de Influenza: 2017 [recurso eletrônico] / Ministério da
Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância
das Doenças Transmissíveis. – Brasília: Ministério da Saúde, 2018.

4. Ministério da Saúde. 15/04/2020. e-SUS. Acessado em:


15/04/2020. Disponível em: https://notifica.saude.gov.br/onboard

5. Ministério da Saúde. Sistema de Informação da Vigilância


Epidemiológica da Gripe. Acessado em: 15/04/2020. Disponível em:
https://sivepgripe.saude.gov.br/sivepgripe/login.html;jsessionid=9238
F6D0A5DF80F846EC812F9B27932F.server-sivepgripe-srvjpdf49?0
3. Precauções padrão

Precauções Padrão
São precauções aplicadas a todos os pacientes independentes do seu
diagnóstico infeccioso, incluindo os pacientes suspeitos e confirmados de COVID-19.
Tem como objetivo diminuir a transmissão de microrganismos transmitidos pelo
sangue e outras fontes reconhecidas e não reconhecidas. Os elementos chaves da
precaução padrão envolvem as práticas de higiene de mãos, uso de equipamento de
proteção individual, esterilização e descontaminação de dispositivos médicos,
manuseio seguro da roupa de cama e lavanderia, gestão de resíduos de cuidados de
saúde, etiqueta da tosse, limpeza ambiental, prática segura para injeção, prevenção
de lesões causadas por instrumentos cortantes e profilaxia pós exposição.

Higiene de mãos
A higiene de mãos (HM) é o maior componente das precauções padrão e um
dos métodos mais efetivo na prevenção das infecções relacionadas a assistências à
saúde. A prática de HM envolve:
• Aplicação dos 5 Momentos da higienização das mãos. Trata-se dos momentos
que devem ser realizadas a HM e envolvem as circunstâncias: antes de tocar no
paciente, antes de realizar procedimentos assépticos, após tocar em fluídos
corpóreos, após tocar no paciente e após tocar na área do paciente. Considerar a
indicação antes e após o uso das luvas.

• Uso de produtos para higienização das mãos. A HM deve ser realizada com
produto alcoólico quantas vezes foram necessárias, desde que não haja sujidade
visível nas mãos e deve-se dar preferência para água e sabão em situações com
sujidade visível e em situações específicas como Clostridium difficile e Norovírus.
O uso de luvas não elimina a recomendação da HM das mãos nos 5 Momentos.
• Aplicação da técnica de higienização das mãos. Envolve aplicar o produto em
toda a superfície das mãos e utilizar o tempo mínimo de 20 a 40 segundos para o
uso do produto alcoólico e 40 a 60 segundos para a aplicação da técnica com a
água e sabão. A aplicação de treinamentos claros e suscintos são fundamentais
para o aumento da adesão da HM.

• Monitorar a prática de higienização das mãos. Indicadores como a taxa de


adesão da higiene de mãos, a mensuração do consumo de produto de HM e o
levantamento da percepção do paciente permitem avaliar direta ou indiretamente a
adesão da HM.

• Inserir lembretes no local de trabalho. A colocação de cartazes, adesivos,


placas etc., lembram e estimulam a prática de higienização das mãos.

• Promover o clima de segurança institucional. Refere ao ambiente e às


percepções de segurança do paciente no qual a melhoria da higienização das
mãos é considerada prioridade.

1.2 Uso de equipamentos de proteção individual


• Uso de luvas. Utilizar sempre que houver risco previsível de contato com sangue,
líquidos corpóreos, secreções, excreções, mucosas, lesão de pele, artigos ou
superfícies sujas com material biológico. Trocar as luvas e higienizar as mãos
entre procedimentos e pacientes se houver contato com material biológico.
Desprezar as luvas imediatamente após o uso.
• Uso de avental. Utilizar avental de manga longa descartável como barreira física,
quando existir a possibilidade de sujar ou contaminar com material biológico as
roupas ou pele do profissional. Descartar após o uso.

• Uso de máscara descartável, óculos ou protetor ocular. Usar esses itens


quando houver risco de respingo de material biológico na boca e nos olhos. Após o
uso, limpar os óculos com água e sabão.

1.3 Esterilização e descontaminação de dispositivos médicos


• Realizar a limpeza seguida de desinfecção ou esterilização quando o artigo ou o
equipamento passar de uma paciente para outro ou sempre que estes itens
estiverem sujos ou não estiverem funcionando adequadamente.

1.4 Manuseio seguro da roupa de cama


• Evitar movimentar roupas de maneira brusca, para evitar a disseminação de
partículas no ambiente.
• Usar EPIs para a manipulação de roupas sujas.
• Transportar e depositar roupas contaminadas com segurança.

1.5 Gestão de resíduos de cuidados de saúde


• Segregar no momento da sua geração.
• Acondicionar em saco ou caixa de perfuro cortante que não permita a ruptura.
• Respeitar os limites de capacidade dos sacos e caixas.
• Substituir sacos com resíduos do grupo A ao atingirem 2/3 da sua capacidade ou
48 horas após o descarte.
Etiqueta da tosse
Prática segura para injeção
• Educar profissionais, pacientes e
• Usar técnica asséptica.
visitantes na prática de cobrir a
boca e o nariz ao espirrar e tossir
• Utilizar materiais estéreis de uso
(uso de papel ou movimentos que
único.
evitem a contaminação das mãos).

• Trocar itens como equipos,


• Realizar a higiene de mãos após o
torneiras, extensões conforme
contato com secreções
protocolo institucional.
respiratórias.

1.9 Prevenção de lesões causadas


Higiene ambiental
por instrumentos cortantes e
• Realizar a limpeza concorrente a
profilaxia pós exposição
cada plantão e sempre que houver
• Manter a caixa de perfurocortante
sujidade aparente incluindo cama e
fixada em superfície, com o bocal
mobiliário do paciente.
visível e próxima do local onde o
resíduo é gerado.
• Realizar limpeza terminal em casos
de alta, óbito e transferência.
• Respeitar a linha limite de
segurança da caixa de
perfurocortante.

• Acionar o dispositivo de segurança


sempre que manipular o
perfurocortante e descartar
imediatamente.

• Comunicar supervisão em caso de


acidente/ exposição com material
biológico e se necessário seguir
rigorosamente recomendações de
profilaxia.
Precauções específicas
• Além das Precauções Padrão, as Precauções Específicas devem ser adotadas
baseada no modo de transmissão da doença / microrganismo. Para o COVID- 19,
seja em casos suspeitos ou confirmados, a recomendação é instituir as
precauções de contato e a precaução para gotículas. Situações específicas que
envolvem cuidados com pacientes COVID-19 podem gerar aerossóis em
procedimentos como: aspiração traqueal, ventilação não invasiva, broncoscopia.
Nestes casos devem ser instituídos as precauções para aerossóis com o uso da
máscara N95.

Precauções de contato
• Indicadas em situações de suspeita ou confirmação de doença ou presença de
microrganismos transmitido por contato direto ou indireto. Exemplos: casos
suspeitos ou confirmados por COVID-19, diarreia, escabiose, microrganismos
multirresistentes. As medidas de precações de contato incluem:

• Quarto: privativo ou compartilhado com pacientes com o mesmo microrganismo ou


mesmo quando viral.

• Luvas: colocar antes de entrar no quarto do paciente, abrir a porta com o cotovelo
evitando contaminar a luva ao tocar na maçaneta. Na mudança de sítios as luvas
deverão ser trocadas e as mãos higienização novamente.

• Avental de manga longa: usar sempre ao entrar no quarto dos pacientes em


precaução.

• Óculos ou protetor ocular: usar sempre que houver risco de respingo nos olhos.
• Transporte do paciente: paciente acamado - deverá ser evitado, se necessário, o
paciente deve ser transportado em cama ou maca e o transporte deverá ser
realizado sempre em duas pessoas sendo um dos profissionais com uma das
mãos livres (sem luva) para acionamento de portas e elevadores. Cadeiras de
rodas – o profissional deve usar avental e luvas para posicionamento do paciente,
higienizar as mãos e levar no bolso, em saco plástico, um par de luvas para usar
se necessário.

• Artigos e equipamentos: deverão ser exclusivos para cada paciente. Devem ser
limpos, desinfetados após a alta ou entre pacientes.

Precauções respiratórias para gotículas

Indicada para situações de suspeita ou confirmação de doenças transmitidas por


gotículas. Ex.: COVID-19, caxumba, meningite meningocócica, difteria, rubéola. As
medidas de precaução gotículas incluem:

• Quarto: privativo ou compartilhado com pacientes com o mesmo microrganismo.


Manter a porta fechada.

• Máscara: é obrigatório o uso de máscara cirúrgica por todas as pessoas que


entrarem no quarto. A máscara deverá ser colocada antes de entrar no quarto e
desprezada após sair do quarto.

• Transporte: quando necessário paciente e profissional deverá sair do quarto


utilizando máscara cirúrgica.
Precauções respiratórias para
aerossóis • Transporte: quando necessário o
• Quarto: privativo com filtro HEPA e paciente deverá sair do quarto
pressão negativa (≤ - 2). A porta utilizando máscara cirúrgica e o
deve estar obrigatoriamente paciente N95.
fechada. Em situações que o
quarto com pressão negativa não Recomendações gerais para
estiver disponível o ar precauções específicas
condicionado deverá ser desligado. • A avaliação e a suspensão da
implantação da precaução deverão
• Máscara: é obrigatório o uso de ser realizadas pelo enfermeiro da
máscara específica (N95 ou PFF2) unidade em parceria com o SCIH
com capacidade de filtrar partículas conforme política institucional.
menores ou iguais a 0,3 µm de
diâmetro por todos os profissionais • Instalar medidas sempre que
que prestarem assistência a suspeita ou confirmação do
pacientes com suspeita ou COVID-19 ou por microrganismos
confirmação de doenças multirresistentes.
transmitidas por aerossóis. A
máscara deve ser colocada antes • Para situações de COVID-19 o
de entrar no quarto e retirada acompanhante deverá utilizar
depois de sair do quarto, pode ser máscara cirúrgica dentro e fora do
utilizada várias vezes desde que quarto. A máscara cirúrgica deverá
não esteja suja, úmida, com quebra ser trocada a cada três horas e ou
de haste, ou em situações de sempre que estiver úmida.
precaução de contato. Entre os
usos a máscara poderá ser • Comunicar o paciente,
armazenada em embalagem de acompanhante e equipe
papel e plástica desde que esteja multiprofissional.
furada e usada enquanto estiver
íntegra. • Disponibilizar insumos e EPIs.
• Aplicar plano de educação para o paciente e acompanhante.

• Identificar quarto e prontuário do paciente.

• Providenciar coleta de exames quando necessário.

• Descartar resíduo gerado como lixo infectante considerado situações de


precaução de contato.

• Notificar em prontuário a instalação e suspensão das medidas.

• Avaliar periodicamente a indicação da precaução.


Referências

1. Siegel JD, Rhinehart E, Jackson M, Chiarello L, and the Healthcare


Infection Control Practices Advisory Committee. 2007 Guideline for
Isolation Precautions: Preventing Transmission of Infectious Agents in
Healthcare Settings. (2007).

2. Boyce, John, et al. WHO Guidelines on Hand Hygiene in Health


Care. Geneva: World Health Organization (2009).

3. Boyce, John M., and Didier Pittet. Guideline for hand hygiene in
health-care settings: recommendations of the Healthcare Infection
Control Practices Advisory Committee and the
HICPAC/SHEA/APIC/IDSA Hand Hygiene Task Force. Infection Control;
Hospital Epidemiology 23.S12 (2002): S3-S40.

4. World Health Organization. Guidelines on core components of


infection prevention and control programmes at the national and
acute health care facility level. World Health Organization, 2016.

5. Levin, Anna Sara S., et al. Guia de utilização de anti-infecciosos e


recomendações para a prevenção de infecções relacionadas à
assistência à saúde; (2017).

6. Richtmann, Rosana (Coordenadora). Diagnóstico e Prevenção de


IRAS em Neonatologia. Associação Paulista de Epidemiologia e
Controle de Infecção Relacionada a Assistência a Saúide. (2011).
Obrigado!

Potrebbero piacerti anche