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DECISÃO
(RETIFICAÇÃO)
1
Poder Judiciário da União
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS
Gabinete do Desembargador DIAULAS COSTA RIBEIRO
A10
Sob o aspecto jurídico a demanda é singela, posto que é obrigação dos réus
assegurar condições de trabalho salubre e em face da atual pandemia do
coronavírus há recomendação técnica de testagem dos profissionais da
saúde, portanto, indiscutivelmente há plausibilidade no direito invocado
A mídia tem trazido constantemente notícias de profissionais da saúde que
são contaminados e muitas vezes continuam trabalhando ou voltam a
trabalhar antes do período de quarentena recomendada e nem todos são
submetidos a testagem preventiva.
É fato público e notório que muitas pessoas que contraem o vírus
permanecem assintomáticas, mas com capacidade de transmissão, por isso,
é imprescindível que os profissionais de saúde sejam submetido à testagem
ainda que não apresentem sintomas.
Assim, está evidenciado que os pedidos devem ser deferidos.
Por fim, destaca-se que tem sido comum o argumento de interferência do
Poder Judiciário na esfera de competência de outros poderes, porém
verifica-se que isso não ocorre neste caso, posto que o exame que se faz é
restrito ao aspecto da legalidade, sendo que neste caso a omissão da
testagem preventiva caracteriza uma omissão ilegal, justificando-se, assim,
a prolação desta decisão.
Em face das considerações alinhadas DEFIRO A LIMINAR para determinar
aos réus imediata testagem dos profissionais representados pelo autor,
ainda que não apresentem sintomas da COVID-19 e o afastamento daqueles
que testarem positivo. [...]‖
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É o necessário. Decido.
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"Os testes para covid-19 são produtos para diagnóstico de uso in vitro, nos
termos da RDC 36/15, e podem identificar: a) anticorpos, ou seja, uma
resposta do organismo quando este teve contato com o vírus, recentemente
(IgM) ou previamente (IgG); ou b) material genético (RNA) ou ―partes‖
(antígenos) do vírus (RT-PCR)." (informação disponível em:
http://portal.anvisa.gov.br/documents/219201/4340788/Perguntas+e+resp
ostas+-+testes+para+covid-19.pdf/9fe182c3-859b-475f-ac9f-7d2a758e48e7,
acesso dia 9/7/2020 às 13:35 horas)
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§ 1º As medidas a que se refere o caput são disciplinadas em normas
técnicas da vigilância em saúde. (Parágrafo renumerado(a) pelo(a) Lei
6554 de 23/04/2020)‖
“I – isolamento;
II – quarentena;
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III – determinação de realização compulsória de: a) exames
médicos; b) testes laboratoriais [...].
§ 4º - As pessoas deverão sujeitar-se ao cumprimento das medidas previstas
neste artigo, e o descumprimento delas acarretará responsabilização, nos
termos previstos em lei. [...] [grifo na transcrição].
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praticados por Estado, o Distrito Federal e Município considerada a
competência concorrente na forma do artigo 23, inciso II, da Lei Maior.
Também não vinga o articulado quanto à reserva de lei complementar.
Descabe a óptica no sentido de o tema somente poder ser objeto de
abordagem e disciplina mediante lei de envergadura maior.
Presentes urgência e necessidade de ter-se disciplina geral de abrangência
nacional, há de concluir-se que, a tempo e modo, atuou o Presidente da
República – Jair Bolsonaro – ao editar a Medida Provisória.
O que nela se contém – repita-se à exaustão – não afasta a competência
concorrente, em termos de saúde, dos Estados e Municípios. Surge acolhível
o que pretendido, sob o ângulo acautelador, no item a.2 da peça inicial,
assentando-se, no campo, há de ser reconhecido, simplesmente formal, que
a disciplina decorrente da Medida Provisória nº 926/2020, no que
imprimiu nova redação ao artigo 3º da Lei federal nº 9.868/1999, não
afasta a tomada de providências normativas e administrativas pelos
Estados, Distrito Federal e Municípios.
3. Defiro, em parte, a medida acauteladora, para tornar explícita, no campo
pedagógico e na dicção do Supremo, a competência concorrente.‖
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“Por fim, não se vislumbra vício no elemento motivo do ato impugnado, pois,
embora decretado o Estado de Calamidade Pública, tal situação não retira do
administrador a capacidade de decidir os aspectos técnicos da saída do cerco
sanitário. Ao contrário, dota o administrador de mais recursos e
flexibilizações fiscais para garantir a ampliação do serviço público de saúde.”
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“[...] Na primeira fase foi elencado os Grupo 1, seguindo as recomendações
do MS. Foi distribuído testes rápidos para as Unidades de Saúde da SES e
para as policlínicas das forças de segurança pública do DF.
Ressaltamos que ação de testagem dos servidores de saúde, a qual
contempla os auxiliares de técnicos de enfermagem, é uma ação contínua e
que além dos profissionais de saúde das unidades de saúde, a testagem nas
Unidades de Saúde da Rede SES-DF contemplam também os profissionais
terceirizados das áreas de segurança, limpeza, alimentação, banco de leito,
serviços gerais, residentes, conforme circular enviada as unidades de saúde
em 22 de maio de 2020;
Para tanto as unidades de saúde estão recebendo testes continuamente
conforme disponibilidade dos recursos na SES-DF para realização das
testagens;”
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(MARIA INÊS CHAVES DE ANDRADE. A Fraternidade como Direito
Fundamental entre o Ser e o Dever ser da Dialética dos Opostos de
Hegel. Coimbra: Almedina, p. 45-46).
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substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos. Nesses casos de
associação dos dois sentidos, a distinção se dá ou pela natureza da conduta
ou pela condição de quem a desempenha. Mas nunca incidem, ao mesmo
tempo, a superintendência, o comando, e a fiscalização.
A fabricação de produtos psicoativos, tóxicos e radioativos está sujeita ao
gerenciamento, à direção, à administração do poder público; a utilização
está sob fiscalização. Nos serviços de saúde prestados diretamente pelo
poder público, o controle consiste em sua gerência, em sua
superintendência. Nos serviços prestados por terceiros, o controle do poder
público implica fiscalização.
Não há dúvidas de que o controle judicial da legalidade do ato
administrativo, no Brasil, segue o modelo francês: é fiscalização
formal. Seja ele hierárquico, administrativo (de tutela) ou
judiciário, é sempre um instrumento sancionatório.
No outro extremo, jamais o Poder Judiciário poderá, na acepção
anglo-saxônica do termo, adotar condutas próprias
de control, de comando, domínio, direção e governo, substituindo
o ato administrativo do Poder Executivo por mera conveniência
do Juiz.”
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DISPOSITIVO
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Publique-se.
O Relator,