Sei sulla pagina 1di 237

Teoria e Prática

da Experiência
Fora do Corpo
Silda Dries

Teoria e Prática
da Experiência
Fora do Corpo
3a Edição Revisada

Associação Internacional Editares


Cognópolis Foz do Iguaçu – Paraná – Brasil
2014
Copyright © 2014 – Associação Internacional Editares
Histórico Editorial:
Ano Tiragem
1a Edição 2006 1.500 exemplares
2a Edição 2009 1.000 exemplares
3a Edição 2014 1.000 exemplares
TOTAL: 3.500 exemplares

Os direitos autorais desta edição foram cedidos pela


autora à Associação Internacional Editares.
As opiniões emitidas neste livro são de responsabilidade da autora
e não representam necessariamente o posicionamento da Editares.

Revisão 3a edição: Maria Regina Camarano
Capa: Flavia Vianna
Diagramação: Epígrafe Editorial
Foto: NASA

Ficha Catalográfica

Dries, Silda, 1942-

D779t Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo / Silda


Dries –
3a Ed. – Foz do Iguaçu: Associação Internacional
Editares, 2014.

236 p.; 14 x 21 cm

1. Projeciologia. 2. Consciência e Corpo. 3. Projetabilidade


I. Título

ISBN 978-85-98966-95-3 CDD 133

Associação Internacional Editares


Av. Felipe Wandscheer, 5100, sala 107, Jardim São Paulo I,
CEP 85856-530
Foz do Iguaçu, PR, Brasil – Fone / Fax: 55 (45) 2102-1407
Website: www.editares.org – E-mail: editares@editares.org
Agradecimentos

Agradeço aos amparadores extrafísicos


por me proporcionarem as extraordinárias
experiências didáticas relatadas neste livro.
Aos queridos amigos Renan e Jussara
Moura por terem assumido o papel de
amparadores intrafísicos e tornarem
possível a realização deste projeto.
Ao Instituto Internacional de Projeciologia
e Conscienciologia por permitir-me cumprir
parte de minha programação existencial.
6

Sumário

Prefácio............................................................................................9

Introdução – Um Novo Paradigma..................................13


Capítulo 1
Reflexões............................................................................15
Capítulo 2
Conhecendo a Projeciologia.........................................17
Mobilização das Bioenergias..................................................21
Capítulo 3
Primeiras Experiências Projetivas..................................25
Lastro Energético...................................................................31
Estado Vibracional Extrafísico...............................................34
Música Extrafísica..................................................................37
Capítulo 4
Conexão Prateada da Consciência..................................43
Aula Prática...........................................................................44
Percepção Alterada do Cordão de Prata..................................46
Filamento Prateado................................................................47
Atingindo o Alvo Mental.......................................................48
Contato a Distância...............................................................52
Capítulo 5
Aplicando uma Técnica Projetiva.................................57
Técnica da Projeção Consciente através do Sonho....................59
Capítulo 6
Atributos do Psicossoma.................................................61
Aparência Temporária............................................................63
Suavizando a Auto-imagem...................................................64
Capítulo 7
Encontrando Entes Queridos.......................................67
Sob o Domínio do Emocionalismo........................................69
Encontro Espontâneo............................................................72
A Data do Retorno................................................................73
Conduzida para um Encontro...............................................74
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 7

Capítulo 8
Experiências da Quase-Morte..........................................77
Autobilocação Consciencial...................................................78
Capítulo 9
Onde Buscamos Nossa Criatividade?............................82
Estranhas Criaturinhas..........................................................83
Capítulo 10
Autocomprovações............................................................86
Produzindo Provas.................................................................87
Capítulo 11
Confirmações Posteriores...............................................90
Identificando as Energias de um Ambiente............................90
Falso Despertar......................................................................93
Sondando Aspectos Intrafísicos dos Ambientes......................95
Capítulo 12
Visitando Outro País.......................................................97
Comunicação Gestual............................................................97
Clarividência Viajora Extrafísica .........................................100
Capítulo 13
Além do Esperado............................................................103
Exoprojeção.........................................................................103
Disco Azul...........................................................................105
Capítulo 14
Chuva Extrafísica...........................................................106
Esquecendo Conflitos..........................................................106
Observando o Itaimbezinho................................................109
Capítulo 15
Ajuda de Amparadores Extrafísicos............................111
Equipamento Extraísico.......................................................115
Capítulo 16
Projeções Retrocognitivas............................................118
Tumulto na Olaria...............................................................120
Mudança de Realidade.........................................................123
Capítulo 17
Projeções Precognitivas................................................127
Visitando o CEAEC............................................................128
Precognição.........................................................................129
8 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

Capítulo 18
Importância da Tarefa do Esclarecimento................132
Alunos Extrafísicos..............................................................134
Contrafluxo em Sala de Aula...............................................135
Excursão para Esclarecimento..............................................137
Capítulo 19
A Programação Existencial..........................................141
Quem é Lanu?.....................................................................143
Desfazendo um Equívoco....................................................154
Capítulo 20
Tarefa Energética Pessoal............................................158
Doando Energias.................................................................165
Assistência Extrafísica..........................................................166
Tripla Rememoração............................................................170
Acoplamento com o Amparo...............................................171
­Assimilação Simpática Extrafísica.........................................173
Capacidade de Produzir Energia..........................................175
Capítulo 21
Projeção de Autoconsciência Contínua....................177
Um Fenômeno Marcante.....................................................177
Capítulo 22
Sobre as Dores Físicas..................................................181

Considerações Finais...........................................................187
Bibliografia Geral.................................................................189
Filmografia................................................................................193
Glossário.....................................................................................199
Índice Onomástico...............................................................226

Índice Remissivo......................................................................227
9

Prefácio

O Valor da Isenção

A caminhada evolutiva do homem é ine­xo­rável e passa


necessariamente pelo desen­vol­vimento da in­te­­­ligência parapsí­­­­
quica.
A autoconscientização multidimensional, um dos atri­­­­­­­
butos desta inteligência, por certo é a mais sig­nifica­tiva das
conquistas, desde que se torne uma fer­ra­men­ta uti­li­­­za­da para
o auto­co­nhecimento e a assis­tencia­li­dade cos­moética.
Volitar fora do corpo físico é um atributo na­­tural da
para­­fisiologia humana. Em nossas atua­ções mais sutis, po­­de­
mos deslo­car-nos de modo consciente, por múlti­plas dimen­
sões, viajar até nosso passado remoto através de pro­­jeções
re­trocognitivas ou antever o futu­ro nas pro­­­jeções precogniti-
vas. Perceber duas di­men­sões, duas rea­lidades ao mesmo tem-
po, interagir com en­tes queri­dos que já des­cartaram o soma
pela mor­te biológica e, o melhor de tudo, poder ajudá-los
e re­ce­ber ajuda. To­das estas ex­pe­riên­cias somam-se aos de­mais
fenô­me­­­nos projetivos en­­con­­­trados em milhares de re­la­tos ao
lon­­­go da história oci­den­tal e ori­en­tal, tan­to em registros de
anti­gas civi­li­zações como na li­te­ratura contemporânea.
A pesquisadora Silda Dries adquiriu autori­dade para
dar seu testemunho sobre estes fenô­­me­nos proje­tivos pela
ra­zão maior de os ter vi­­­venciado. Registrou suas saídas lú­ci­
das para fora do corpo com coragem e reso­lu­ção. Alcança-nos
agora o resultado de sua auto­­pesquisa, através desta obra dedicada
a todos aqueles que bus­­cam respostas para o sentido mais
amplo da con­­dição humana, antevendo a in­­te­gração pro­funda
da consciência com o Universo.
Tive a oportunidade de testemunhar, com muito res­­­­­­­­pei­
to, o esforço da professora Silda para superar as do­­res crô­nicas
10 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

que a acompanhavam. Todos os ga­nhos ad­­vindos das expe­


riências pro­jetivas vivenciadas foram consequências diretas do
seu investimento no autodomí­­nio bioener­gé­­tico. Per­sistência,
tenacidade e auto­confian­­­ça são traços-força indis­pensáveis aos
gran­des de­safios.
Considerações e hipóteses sobre o signi­fica­do maior
de certas dores físicas na repers­pec­tiva­ção de vida é uma con­­­­
tribuição desta obra que gera reflexões. Não passa­mos in­có­
lumes de­pois de uma experiência doloro­sa, seja ela par­­ticular
ou com pessoa próxima. Em geral mu­­damos a forma de ver
o mundo, dando outro signi­ficado a coisas que antes nos pare­
ciam tri­viais ou se­cun­dárias. Somos mui­tas vezes obri­gados
a mudar o ru­mo de nossas vidas, como foi o caso da au­tora,
sen­do levados a concluir, ana­lisando o passado, que acabamos
por enriquecer o sentido de nossa existência.
Outro aspecto a ser destacado é o valor da re­gu­la­­­ri­­-
dade, disciplina e precisão na apli­cação de técni­cas pro­­jetivas.
A partir dos cursos cur­­ricu­la­res e dos labo­ratórios de Proje­
ciologia, Silda Dries seguiu todas as eta­pas reco­mendadas.
Sua experiência exitosa é exem­plo de excelência a todos os
seus colegas de tra­balho no vo­­lun­­taria­do desen­volvido nas
Insti­tui­ções Cons­cien­cio­cên­tricas. Eis uma boa referência para
quem quer de fato superar os limites do res­trin­gi­mento físico.
Não existem obstáculos insuperáveis para aquele que
sabe aonde quer chegar. As reali­za­ções da autora eviden­ciam
uma programação existencial que envolve, en­­­tre outros com­
pro­­mis­sos, o aprimoramento técni­co da lucidez extra­fí­sica
e o desenvolvimento da assisten­ciali­­­­­­da­de avan­çada através da
tarefa do esclarecimento – tares, e da prá­tica diá­ria da tarefa
energética pes­soal – tenepes.
A pesquisa científica das projeções requer o re­gis­­tro
das vivências precisas e sinceras, sem enfeites, em detalhes
mínimos, “em cima do lan­ce”, sem medos, sem pruridos nem
preconceitos. Através dos rela­tos desta obra, podemos cons­
ta­tar todos estes traços.
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 11

A autora Silda Dries, ao expor suas expe­riências pro­


jetivas, possibilita aos pesquisadores da Conscien­cio­logia
o enriquecimento de suas observações e postu­lados em rela­­
ção à Teoria do Holossoma (holo: con­­junto + soma: corpo), ou seja,
a premissa de que a cons­ciên­cia manifesta-se, além do corpo
físico, através de ou­tros veículos, ou cor­pos tão reais quan­to
o soma.
A obra também fornece elementos de pes­quisa quanto
à Translocação Extrafísica, expli­can­do a origem das expe­riên­
cias de flutuação, vôo, caminhadas, cor­ridas, des­lo­­­ca­mentos
instan­tâ­neos, vivenciadas pelos projetores.
Muitas pessoas desenvolvem preconceitos quan­to aos
relatos de vivências parapsíquicas, querendo com­pro­va­ções
físicas do que é sutil e subjetivo na sua es­sên­­cia ma­nifesta.
São céticos em razão de convicções pes­soais ina­­baláveis. Eles
“crêem” ou “supõem” que não existe es­paço/tem­po inteli­gen­te
além do físico e que a cons­ciên­­cia dispõe apenas do cé­re­bro
para ma­ni­fes­tar-se com discerni­mento. Negam a si mesmos
o direito de ampliar sua visão sobre a realidade multi­di­
mensional.
Para estes, o pesquisador da Conscien­cio­logia Lu­cia­no
Vicenzi, em sua obra Coragem para Evoluir (2001), lembra:
“A criticidade sadia gera renova­ções cons­tantes.
O indi­víd­uo fixa­do a muitas con­vic­ções dei­xa de
vi­­ven­­­­ciar experi­­men­­tos impor­­tan­­tes para o cresci­
men­­to pessoal. Pre­so a su­po­sições sem critério, tem
difi­culdade de ex­plicar exata­men­te a ra­zão de cer­tas
postu­ras assumidas”.

A ciência é a antítese do dogma. Ela se reno­va em con­


sequência da evolução intrínseca da ca­paci­dade per­ceptiva
do homem e de seus no­vos padrões infor­ma­­cionais, alimen­
tados inces­santemente por novos da­­­dos, novas cons­­tatações,
enfoques e paradigmas.
12 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

Os fatos científicos estão sujeitos a profun­das al­tera­­ções


no transcurso do tempo, por expe­ri­mentos ul­te­­riores.
As pessoas leigas, de maneira geral, não colocam dú­vi­
das quando uma determinada afir­mação é rotu­lada cien­tífica,
como se aquele que se diz repre­sen­tante da ciên­cia não estives­
se su­jeito a erros, enganos ou até mes­­mo má intenção. Isto
decorre de certo como­dis­mo mental.
Manter o juízo crítico isento, sem crenças nem li­­­mita­­
ções, investigando fatos e fenômenos com luci­dez, abertismo,
sem medo e com o espí­rito de pesqui­sado­res é fundamental
para am­pliarmos com segurança os hori­zontes, além do espa­
ço tridimensional.
Esperamos que a professora Silda Dries, na sua po­sição
de vanguarda quanto aos expe­ri­mentos proje­tivos lú­cidos,
pos­sa produzir outras obras elucidativas e didáti­­cas sobre
a Experiência Fora do Corpo, dando conti­­nuida­de à sua
pro­­gra­­mação existencial na funda­mental ta­refa de assis­tência
po­licármica.
Com o nível de isenção e sinceridade cos­mo­ética apre­­
sentadas nesta obra, a autora inspira leitores e pesqui­sa­do­res
a seguirem o mesmo caminho: o de vi­venciar com lucidez
a realidade multidimensional.

Jussara Moura
Advogada, Pesquisadora
da Conscienciologia
e Voluntária do IIPC
13

Introdução

Um Novo Paradigma

Esta obra é fruto de experiências e vivências pes­soais da


autora com a exclusiva finalidade de compar­tilhar com outras
consciências as inú­me­ras realidades e dimensões aces­sí­veis
a qualquer pessoa de mente aber­ta, com vontade e moti­vação
para isso. Embora apre­­­sente temas e conceitos que ex­trapolam
os pre­ceitos da Ciência Conven­cional, não tem caráter mís­­tico
ou religioso.
Pelo fato de não ter conseguido desen­vol­ver equi­­pamen­
tos e métodos para provar a so­brevi­­vên­cia da consciên­cia in-
dependente do corpo físico, a ciência con­­vencional, com seu
para­digma ainda muito restrito, ignora a existên­cia de veí­cu­los
mais su­tis para mani­festação da cons­ciên­cia, infinita­mente
mais importantes para o esclare­ci­mento sobre quem somos,
de onde vie­mos e para onde vamos.
Este trabalho baseia-se no paradigma da Cons­cien­cio­
logia, bem mais amplo, que busca pes­quisar a rea­lidade mais
complexa: a Cons­ciên­cia, indivi­dua­lidade do ser que se mani­
festa na di­mensão física, e também chamada de alma, espí­rito,
self, ego ou qual­quer outra palavra que sir­va para designar
a essência do ser que so­bre­vive quando ocorre a desativação
do corpo bio­lógico.
Assim, caro leitor, se você não admite, pelo me­nos como
hipótese para pesquisa, o fato de a consciên­cia poder ma­ni­­
festar-se através de ou­tros veículos em outras dimen­sões, me­­
lhor será não perder seu tempo com esta leitura, funda­men­tada
nas 7 premissas a seguir:
1. Multidimensionalidade. A pesquisa rea­li­zada a par­­tir
de múltiplas dimensões.
14 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

2. Holossomática. A investigação da cons­ciên­cia feita


a partir do estudo dos vários veí­cu­los, ou corpos utilizados pela
consciência para se manifestar nesta e em outras dimensões.
3. Serialidade. Estudo dos fatos relativos à série de exis­
tências da consciência, ou seja, num contexto de várias vidas
e intermissões.
4. Multidisciplinaridade. Estudo inter e trans­­­dis­ci­pli­nar,
realizando o congraçamento das ciências.
5. Abertismo. Predisposição para a aqui­si­ção de novos
conhecimentos e vivências de novas situações – neofilia.
6. Relatividade. Pesquisa das verdades rela­tivas de ponta
– verpons, avançadas, conside­ran­do não exis­tirem verdades
absolutas.
7. Projetiva. Substituição da crença pelo co­nheci­men­to
direto, obtido através de projeções da cons­ciên­cia: saídas do
corpo com lucidez.
Se, ao contrário, você está saturado de lava­gens cere­­
brais, de subserviência a gurus, ideo­logias e cren­ças anti­
científicas, provavelmente encontra­rá neste li­vro mo­­tivação
para mudar alguma coi­sa em sua vida. Se isso acon­tecer, por
pequena que seja a mudança, todo o esfor­ço empre­gado pela
autora, não hesitando em se expor ao revelar seus sucessos
e fracassos, terá valido a pena.

Silda Dries
Porto Alegre, 20 de outubro de 2004.
sdries@cpovo.net
15

Capítulo 1

Reflexões

Durante muito tempo, vivi entre aceitar a crença im­


posta pela tradição familiar e ampliar meus conhe­ci­mentos,
satisfazendo a curiosidade a respeito da vida e da morte,
bus­­cando informações sobre estes temas em outras linhas do
co­nhecimento humano.
Meus questionamentos eram combatidos e consi­de­ra­­
dos um erro por meus familiares, devido à sub­serviência deles
à religião católica.
Mantive minhas discordâncias filosóficas restringidas ao
microuniverso pessoal até a adolescência. No en­tanto, a in­­
satisfação crescia ao observar situações sociais conside­radas
injustas. Por exemplo, a exis­tência de pes­soas arrogantes com
todas as facilidades oferecidas pelo poder aquisitivo, far­tura
de tudo, con­trastando com o so­fri­mento de pessoas de bem,
com as multicarências, mais comuns na vida do ser humano.
Quando descobri o espiritismo, aos vinte e seis anos de
idade, a filosofia reencarnacionista forneceu-me a lógica ple­na­
mente aceita na ocasião. Sentia-me em relativa paz, pro­cu­ran­
do praticar a “caridade”, sob todos os aspectos pre­co­nizados
pela codificação kar­de­cista. As pequenas ta­re­fas em favor dos
outros satis­faziam meu ego e man­ti­nham a auto-es­tima num
nível satisfatório.
Esta situação permaneceu até a época em que fui aco­
metida de um problema na coluna vertebral, quando ne­ces­sitei
afastar-me do trabalho para ser sub­metida a uma cirurgia, fato
que causou mudanças na rotina propiciando uma pausa para
refletir sobre a vida.
Embora já tivesse presenciado inúmeros fatos que su­
geriam a sobrevivência da consciência à morte biológica,
16 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

a hospitalização, a inatividade forçada e a dor constante deste


período desencadearam intenso medo de morrer que perma­
necia sob frágil controle desde a mais tenra idade.
A partir desse momento, iniciei a autopesquisa, muito
embora, não soubesse disso.
Lia muito, buscava informações e, mesmo fazendo com­
parações entre as várias linhas do conheci­men­to humano – re-
ligiões, seitas, esoterismo, yoga e outros –, con­tinuava vendo
no espiritismo a explicação mais lógica.
Os relatos de consciências que se comunicavam atra­vés
de médiuns, testemunhados por mim nas reu­niões me­diú­­­
nicas das quais havia participado, deixa­vam-me pensativa
e preocupada.
Minha incapacidade de ajudar, de modo mais obje­ti­
vo, consciências que buscavam consolo para suas aflições era
frustrante e escancarava o medo de vir a ser um dia, também,
uma consciência em busca de consolo.
Algo, dentro de mim, havia se fragmentado, aba­lando
convicções pessoais. Fui colocada diante de mi­nha realidade
e estava desesperada com as expectativas quanto ao futuro.
Lembrar do caminho já percorrido em relação à cari­dade
e ao serviço prestado em favor dos neces­sitados, não ate­nuava
minha insatisfação.
A lógica na qual estivera apoiada não servia mais. Então
comecei a buscar algo diferente. Deveria haver uma saída.
Recusava-me a agir igual à maioria que passa a vida in­
teira ocupando-se demasiada e desneces­sa­riamente com ati­vi­
dades secundárias, muitas vezes para não enfrentar o fato de
que um dia ficará frente a frente com a morte.
Esta situação permaneceu até o dia em que, escutan­do
uma entrevista de rádio, tomei conhecimento da exis­tência
da ciência Projeciologia.
17

Capítulo 2

Conhecendo a Projeciologia

A Projeciologia é a ciência que estuda, de ma­neira sis­


temática e abrangente, a projeção consciente – experiên­cia
extracorpórea, viagem astral, saída do corpo físico, des­do­bra­
mento astral e fenômenos corre­latos.
Os fundamentos desta ciência relativamente nova foram
propostos pelo médico brasileiro Waldo Vieira, em 1986, atra­-
vés do tratado Projeciologia, Pa­no­rama das Ex­pe­riências da Cons­
ciên­cia Fora do Cor­po Humano, atual­mente em sua 10ª edi­ção.
Referência básica que utilizo nes­te livro.
A hipótese de sair do corpo físico e interagir de modo
consciente junto às consciências extrafísicas em outras dimen­
sões pareceu-me uma possibilidade pro­missora de novas des­
cobertas. Havia lógica na proposta.
Se outros haviam conseguido, com empenho, cer­ta­
men­te também conseguiria.
Com as técnicas bioenergéticas aprendidas já duran­te
os estágios iniciais dos cursos, conseguia per­ce­ber algo fluin­do
pelo corpo e parecia ultrapassar seus limites, muito embora
não conseguisse ainda implan­tar o estado vibra­cional – EV,
pique máximo da mobili­zação das energias, e chave para
o domínio das projeções conscientes.
O fato de sentir a energia fluir dentro de mim duran­
te os movimentos básicos da circulação fechada, absorção
e ex­te­riorização de energias, permitia-me com­preender de
ma­neira prática a hipótese da Proje­cio­lo­gia quanto aos qua­tro
veículos de manifestação da cons­ciência, conjunto cha­mado
de holossoma (holo que vem do grego e significa todo + soma
que significa veículo): o soma – corpo biológico; o ener­
gossoma – corpo ener­gético; o psicossoma – corpo com o qual
18 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

nos mani­festa­mos em dimensões extrafísicas, também cha­


mado de cor­po emocional e o mentalsoma – corpo do discer­
nimento, da racionalidade e dos senti­men­tos ele­vados.
O leitor poderia perguntar como e por que a mo­bi­li­
za­ção das energias pode desencadear a projeção consciente.
Isso ocorre porque os veículos de manifestação uti­lizados
pelos seres humanos, têm diferentes densi­dades e possuem
diferentes frequências vibratórias. Por isso, se sobrepõem
e coe­xistem no mesmo espaço.
Quando mobilizamos nossas energias, ace­lera­mos a fre­
quência vibratória do energossoma, fazendo-a aproxi­­mar-se da
frequência natural do psicossoma, o que promove a descoin­
cidência, desencaixe dos veícu­los, desencadean­do a projeção.
Ao sair do corpo físico, a consciência deixa de operar
a partir do cérebro e passa a utilizar como sede o pa­ra­cé­rebro
do psicossoma – situação na qual pode des­cortinar para si
mes­ma a realidade multidi­men­sio­­nal. Com este corpo mais
sutil, psicossoma, pode co­nhe­cer sua real pro­ce­dência e viven­
ciar antecipa­da­mente a con­dição de cons­­­ciên­cia des­somada1,
ou seja, livre para conhecer pessoalmente a resposta de alguns
misté­­­rios da humanidade: a sobre­vi­vência à morte bioló­gica
e o sentido da vida. Assim, pode acelerar a evo­­lu­ção pessoal,
compreender com mais clare­za os relacionamentos humanos,
enfrentar e eliminar os me­dos pessoais, compreender as razões
de aconte­ci­men­tos passados e presentes na vida e ter a satis­
fação de saber, em vez de ter fé e esperança.
Estas descobertas associadas a outras idéias avança­das
e o incentivo à autopesquisa, mudaram o foco de mi­nha aten­
ção. Fiquei mais consciente sobre minha realidade, vendo-me,
desde então, na condição de cons­ciência multi­­di­­men­sional

1 Dessomada – Consciência que já passou pela desativação do corpo


humano; Dessoma – neologismo específico da Conscienciologia
para designar a mor­te biológica.
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 19

utilizando temporariamente um corpo bioló­gico para reali­


zações e aprendizados nes­ta dimensão.
Percebia um mundo de possibilidades no breve mo­
mento entre a vigília física e o sono natural, período cha­ma­do
de hipnagogia – transição do estado acor­da­do para o sono
e do estado de coincidência para o da descoin­ci­dência dos
veículos de manifestação.
Começava a ter experiências iniciais da projeção cons­
ciente. Ouvia ruídos estranhos – sons intra­cra­nia­nos2, ba­lan­
ços suaves, que não estavam acontecendo fisicamente, pois
a cama estava bem firme no chão, luzes que desa­pa­reciam
quando abria os olhos, e até uma decolagem parcial do psi­
cossoma.
Certa ocasião, percebi-me colocando as para­per­nas3
fora da cama para levantar. Subitamente, com o aumento
da luci­dez, retornei completamente ao cor­po antes de to­car
os para­pés no chão, abortando a expe­riência, mas um tanto
eufórica devido ao ocorrido.
O conhecimento e domínio das bioenergias são as cha­
ves para descoberta e entrada em uma realidade mais ampla
do que a estreita e rudimentar dimensão física.
Os seres humanos poderiam ter um desempenho bem
mais produtivo e feliz se conhecessem sua reali­da­de ener­gé­
tica.

2 Os sons intracranianos na decolagem são ruídos de difícil carac­te­


ri­zação percebidos somente pela consciência ao se projetar, quase
sempre dentro do próprio crânio, tanto intra como extrace­rebral­mente,
no instante exato da decolagem consciente através do psi­cossoma.
3 Parapernas, parapés, parabraços, paracabeça etc. O prefixo para
indica algo que está além de; ao lado de e aqui é usado para de­­signar
os membros extrafísicos do veículo mais sutil (psicossoma) da cons­
ciência que, em sua forma humanóide, serve de modelo mor­fológico
para o corpo físico.
20 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

Em Conscienciologia, considera-se que no Uni­ver­so exis­


tem basicamente 2 realidades:
1. A consciência: substrato, princípio inteligente, indi­
vidualidade, “... criação ou emanação cuja origem per­manece
desconhecida, está além de todos os ele­men­tos transitórios...”
(V. Viei­ra, Waldo; Projeciologia: Panorama das Expe­riên­cias da Cons­ciência
Fora do Corpo Humano; 1248 p.; 4ª Ed. Princeps; IIPC; Rio de Janeiro, RJ;
1999; página 238).
2. A energia: elemento do qual o universo é cons­ti­tuí­do.
A consciência manipula e organiza essa ener­gia para servir
a seus propósitos.
Todo ser vivo possui um campo de bioenergias pró­
prio. O energossoma vitaliza o corpo físico, inte­ra­ge com
o ambiente e com outros seres, de maneira natural e inevi­
tá­vel, durante as 24 horas do dia, fican­do quase impossível
man­ter-se neutro.
O energossoma, também chamado de holo­chacra, é cons­
tituído pelo conjunto dos chacras – micro­campos em formato
de vórtices. Através dos chacras, a energia é cap­tada e trans­
ferida para o corpo físico, mantendo o equilí­brio do nosso
sis­tema energético.
Vivemos constantemente doando ou absorvendo ener­
gias. Sem saber manter o equilíbrio energético, po­­demos so­frer
descompensações e bloqueios no ener­gos­soma.
Podemos mobilizar a energia de nosso ener­gos­soma atra­
vés da vontade, fazendo-o movimentar-se, vibrar e ex­pan­dir.
A consequência será uma melhoria na saúde fí­sica e mental.
A soltura do energossoma possibilita maior apro­xima­ção
com a dimensão extrafísica e permite atuar com mais lu­ci­dez
na vida multidimensional.
A energia é nosso “cartão de visitas”, é tão indi­vidual
quanto a impressão digital. Podemos reco­nhe­cer uma pessoa
pelo padrão energético.
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 21

A fonte de toda a bioenergia é a energia imanen­te.


A energia imanente é
“... primária, vibratória, invisível, essencial e mul­­
ti­forme, totalmente impessoal, dispersa em todos os
objetos e realidades, físicas, in­terpe­ne­trando tudo no
Universo, portanto, uni­ver­sal­mente difusa, ou oni­
presen­te, ainda indomada pela consciência humana,
e dema­siada­mente sutil para ser identifica­da pelos
atuais instrumentos tecno­lógicos...” (V. Viei­ra, Waldo;
Projeciologia: Panorama das Expe­riên­cias da Cons­
ciência Fora do Corpo Humano; 1248 p.; 4ª Ed. Princeps;
IIPC; Rio de Janeiro, RJ; 1999; página 575).

Essa energia é um fenômeno universal identifi­cado em


épocas, locais e civilizações diferentes.
Considerando que a energia não pode ser criada e nem
destruída, somente transformada, a consciência ao se mani­
festar transforma a energia imanente em ener­gia consciencial.
Ao exteriorizarmos energia, agregamos a ela nossos pen­sa­
mentos e sentimentos, impri­mindo nosso mag­ne­tismo pessoal.
A lucidez em relação a este processo permite a ca­da um
qualificar sua energia consciencial. Mantendo vigilân­cia sobre
os próprios pensamentos e sentimen­tos, evitamos o con­tágio
de idéias negativas e podemos doar nossa energia cons­ciencial
para ajudar as demais consciências.

Mobilização das Bioenergias

Passei a investir continuamente na mobilização das


ener­gias conscienciais, pois desejava, acima de tu­do, aliviar-
me de certas crises de dores nas ar­ticulações e costas, ainda
re­manes­centes da enfermidade que deu início a auto­­pesquisa.
A prática permanente dos exercícios bioener­géti­cos
é fonte constante de pesquisa pessoal.
22 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

Podemos absorver energias de locais, fazer assimi­­lações


energéticas4 com criaturas próximas ou distantes, numa de­
monstração da inexistência de barreiras físicas, para a emissão,
recepção e circulação das ener­gias.
Qualquer pessoa pode desenvolver sua capacidade de
mo­bilizar energias: instalar um campo energé­tico; promover
a autodefesa através da desassimilação5; fazer compara­ções
e discriminações das energias de locais, cria­turas e ambien­tes.
Para isto, basta o em­pre­go da vontade determinada.
Um excelente local para pesquisa é nossa própria base
física6. Pode-se perceber, pela vivência pessoal, a di­ferença
entre instalar um campo energético no dormitório com janelas
e portas fechadas e em ambiente aberto.
Será que as estruturas físicas retêm uma parcela das ener­
gias mobilizadas? Ou o simples ato de fechar as aber­tu­ras já
constitui uma barreira energética dife­ren­ciada e criada pela von­
tade para reter um maior per­centual de energias no ambiente?
É possível identificar com clareza as repercussões psico­
fisiológicas de curto prazo, ou imediatas, da prá­tica diária da
mobilização das energias, e também as de médio prazo, muito
embora, a cada dia, se perceba um fenômeno novo. De modo
geral, posso estabelecer, a partir das expe­riências pes­soais, as
seguintes re­percussões psicofisio­lógicas de curto prazo:
1. Arrepios.
2. Calafrios.

4 Assimilações Simpáticas (assins) das energias conscienciais, pela von­


tade, não raro com a decodificação de um conjunto de pensa­men­tos,
sentimentos e energias (pensenes) de outra (s) consciência (s).
5 Desassimilação Simpática (desassim) de energias conscienciais exer­
cida pela vontade, normalmente através do estado vibracional.
6 Base Física – local seguro, escolhido pela pessoa para deixar seu cor­po,
inanimado ou repousando, enquanto se projeta conscientemente para
outras dimensões conscienciais; dormitório ou quarto otimizado ener­
geticamente para a realização de experimentos projetivos.
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 23

3. Calores, principalmente mãos e pés.


4. Contrações musculares – mioclonias.
5. Eriçamento dos cabelos de partes da cabeça e às vezes
dos pelos do corpo.
6. Sensações de expansão de determinada parte do
cor­po ou órgão.
7. Sensação de toques sutis na pele do rosto, às vezes
coceiras.
8. Taquicardias efêmeras.
Eis 11 repercussões psicofisiológicas sentidas em médio
prazo:
01. Percepção de pulsação de cada chacra isolada­mente.
02. Autodefesa energética.
03. Bloqueio de energias externas indesejáveis, per­mi­
tindo maior autoconfiança.
04. Desassimilação de presença extrafísica pato­lógica.
05. Discriminação das energias dos ambientes.
06. Sensação de alongamento dos membros.
07. Sensação de corrente elétrica suave varrendo to­do
o corpo biológico.
08. Sensação de expansão e contração de todo o con­
junto de veículos do holossoma.
09. Sensação de perder a forma.
10. Ruídos de descarga elétrica, semelhante ao ruído
de encostar dois fios desencapados.
11. Zumbidos nos ouvidos (percebidos indivi­dual­men­
te em cada ouvido).
Apesar da intenção de qualificar a saúde, a mo­biliza­
ção das bioenergias parece repercutir com mais in­tensidade
24 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

no desenvolvimento do parapsiquismo e na projetabi­li­da­de


lúcida do que na recuperação da saúde física. Embora não
possa avaliar qual seria meu estado se não investisse con­tinua­
mente no processo energético.
Não sou ingênua a ponto de acreditar conseguir curar
artrite reumatóide e lesões degenerativas nas articulações
atra­vés das mobilizações de energias, po­rém, é fato: consegui
me­lhorar o estado geral e dis­po­sição para seguir adiante.
De qualquer modo, as percepções das bioener­gias, junta­­
mente com as experiências fora do corpo, são patri­mô­nios de
valor inestimável para a cons­ciên­cia, e nada nem ninguém pode­­rá
lhe tirar. São certa­mente conquistas para suas próximas vidas.
Tais experiências precisam ser compartilhadas en­tre
consciências. Quando se inicia este tipo de pes­quisa, per­cebe-
-se a existência de pessoas que viven­ciam experiên­cias seme­
lhantes, porém o medo do ridículo ou de serem taxadas de
de­sequilibradas fazem com que não se expo­nham e escondam
seus expe­rimentos.
Faz-se necessária uma reavaliação deste tipo de pos­tura.
Não será preferível a pessoa passar por “dife­rente” em algum
momento, porém trazer ao público fatos manti­dos em segredo,
ou de conhecimento de pou­cos, expondo e ajudando cons­
ciên­cias através de in­formações úteis?
Mesmo correndo risco de sermos considerados diferen­tes
ou até mesmo desequilibrados, estaremos, de algum modo, con­
tribuindo com verdades relativas de ponta que de uma ma­­neira
ou outra auxiliam às consciências. As in­for­mações aces­sadas
ficam armaze­nadas em nossa memória integral – holomemória7,
e em algum momento do futuro poderão ser recupe­radas.
­
7 Holomemória (holo + memória) – memória causal, composta, multi­
milenar, multiexistencial, implacável, ininterrupta, pessoal, que retém
todos os fatos relativos à consciência.
25

Capítulo 3

Primeiras Experiências Projetivas

A descoberta da nova realidade continua sendo um


impacto para mim, pois a cada dia somam-se novas técni­cas
e aprendizados, justificando a serialidade das existên­cias. Fica
claro, uma vida não é suficiente para descobrir todas as poten­
cialidades e atributos do holossoma, utili­zado nesta dimensão.
Depois de concluídos os módulos básicos dos cursos
de Projeciologia, fiz um dos cursos mais significativos para
minha pesquisa pessoal, o Curso de Extensão em Projeciologia
e Conscienciologia (ECP1). Em razão da auto-análise pro­
movida, este curso provocou-me uma importante reci­cla­gem
em termos de conceitos e valores pessoais.
O ECP1 tem por objetivo fornecer subsídios para a auto-
-avaliação da consciência de maneira integral aferindo o próprio
nível de autoconhecimento e holomaturidade já alcançados.
Durante o curso, dois professores auxiliam os interessa­
dos a aplicar em si mesmos os testes de avaliação de atribu­tos
conscienciais tais como: liderança, priorizações, coe­rência,
comunicabilidade, consciencialidade, universa­lismo.
Conforme avançava no estudo, certa inquietação foi
se apossando de mim, pois percebi que apenas tomar co­nhe­
ci­mento das idéias avançadas da Conscienciologia não era
su­ficiente. Era preciso definir meus objetivos, tomar uma
posi­ção, vivenciar estas verdades relativas de ponta e realmente
mudar algumas coisas em minha vida. Nesse ponto, ocorreu
outra cri­se de crescimento.
A crise de crescimento se instala quando a cons­ciên­cia
alcança o ponto de saturação de alguma postura ima­tura que
vem se repetindo indefinidamente, espécie de encruzilhada,
26 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

onde se torna necessário a tomada de deci­são, obrigando-nos


a encarar fatos sobre nós mesmos. Al­gumas vezes, por se­rem
dolorosas, preferimos mantê-los bem escondidos, mas pode-
mos optar por fazermos uma ava­liação despojada e sin­cera
e, a partir daí, traçar novos rumos à nossa vida.
Descobri não querer abrir mão das imaturidades. Era
tão mais fácil fazer a heterocrítica, colocar a culpa dos meus
fracassos e inquietações nas adversidades da vida.
Assumir estas idéias implicava uma mudança para me­
lhor em todos os sentidos: atitudes, pensamentos, sentimentos,
convivência e desempenho energético.
Eu teria coragem de assumir tudo isso?
Mesmo tendo entendido perfeitamente todas as idéias
expostas, preferi mergulhar na autocorrupção e, acio­nan­do
me­canismos de defesa do ego8, afastei-me da Cons­cien­ciologia
por, aproxi­ma­damente, um ano, com desculpas do tipo:
“Estas idéias são avançadas demais para mim, ainda não estou
prepara­da para elas”. Só não abandonei a prática da mobili-
zação básica das energias, a esta altura já parte integrante de
minha natureza.
Esforço em vão. Não conseguia deixar de pensar so­bre
novas possibilidades. Comparado com as idéias avan­ça­das da
Conscienciologia, tudo o mais parecia muito pueril. Quan­do
a crise chegou ao ponto máximo, não tive alterna­tiva senão
ce­der, despir-me da neofobia9, dos preconceitos e das antigas
lavagens cerebrais. Aceitei o desafio e fui em bus­ca de novos
conhecimentos.

8 Mecanismos de De­fesa do Ego – Sistema de processos mentais


específicos, inconscientes, automáticos e involuntários, utilizados
para impossibilitar o acesso à consciência, de impulsos e situações
emocionais inaceitáveis, oferecendo, dessa forma, proteção contra
a ansiedade excessiva e insuportável (V. Balona, Málu; Síndrome do
Estrangeiro; 336 p.; IIPC; Rio de Janeiro, RJ; 1998).
9 Neofobia – Aversão a tudo quanto é novo: idéias, costumes, hábito
de duvidar de tudo, ceticismo radical.
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 27

Voltei a participar dos cursos de Projeciologia, inclu­


sive reciclando todos os módulos já feitos anteriormente por
estes 5 motivos:
1. A matéria do curso é muito extensa, sendo neces­sário
revê-la.
2. Cada professor enriquece os temas de acordo com
seu próprio labcon10.
3. Ocorre sempre a instalação de um campo ener­gé­
tico, patrocinado pela equipe de amparadores extra­físicos11,
ampliando nossas percepções.
4. Podemos ouvir, avaliar e comparar os relatos das
experiências de outros alunos.
5. No momento em que surgem, nossas dúvidas po­dem
ser esclarecidas.
Reciclei inúmeras vezes os cursos básicos e também os
cursos extracurriculares e, paralelamente, lia livros de ou­tros
projetores, indicados ou abordados em sala de aula pelos
pro­fessores, buscando sempre mais informações, pois para
mim, faminta por descobrir algo que propor­cio­nasse mais
segurança em relação a meus questionamentos filosóficos,
o assunto era realmente envolvente.
Após aproximadamente, quatro meses, tive a primei­ra
projeção consciente.

10 Labcon (Laboratório Consciencial) – Neologismo que define uma das


premissas do Paradigma Consciencial onde o próprio pes­quisador
é, ao mesmo tempo, a cobaia, o laboratório e o expe­rimentador da
sua pesquisa, numa comprovação íntima e pessoal da sua realidade
mais complexa.
11 Amparadores Extrafísicos – Consciências benfeitoras de uma ou
várias consciências intrafísicas. Expressões equivalentes, arcaicas,
desgastadas e envilecidas pelo emprego continuado: anjo da guar­da,
guia, mentor, entre outras.
28 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

Para mim, o fenômeno foi de uma naturalidade in­crível.


Na noite do dia 07 de abril de 1994, percebi-me cami­
nhan­do por uma rua do bairro onde moro perfeitamente lúcida
e, naquele momento, parecia estar fazendo aquele trajeto, fisica­
mente, isto é, caminhando com o corpo bio­lógico, até começar
a prestar atenção à luminosidade. Ha­via algo de diferente na luz;
muito clara, brilhante, mas sem ofuscar a vis­ta. Sentia haver algo
de estranho em tudo aquilo. Passei a observar tudo à minha volta
e de repente, fiquei lúcida. Per­cebi, sem emo­ção, estar projetada.
O primeiro pensamento foi verificar se meu corpo estava
realmente na cama, mas eram tantos os estímulos, tantas as op-
ções, havia tanta coisa para ver e confirmar que, então, de­sisti
de visitar o local onde o soma repousava.
Se, estava projetada, poderia volitar. Fiz um esforço
para erguer-me do chão, porém não consegui. Comecei, então,
a subir nas escadas e muros das casas para pular. A chegada ao
solo era sempre muito suave. Aliás, nem lem­bro ter sentido os pés
tocarem no chão.
Percebendo a veracidade de tudo que havia lido e apren­
dido nos últimos tempos, fui invadida por uma eu­foria muito
grande e, como não conseguia volitar, saí dando grandes saltos,
igual a um canguru e cantando, pois a sensação de le­veza dava
imenso prazer.
Percebi a mudança de dimensão e isso não me inti­mi­dou,
estava perfeitamente à vontade.
Pude ver a importância de estar informada. Aquela era a
primeira experiência de lucidez fora do corpo bioló­gico, ha­vendo
condições de observar, analisar e comparar os acon­te­cimentos.
Subi uma escadaria muito larga e passei por duas mu­lheres.
Olharam-me espantadas. Saudei-as com um gesto ami­gável
e continuei subindo a escada, pensando em contar a experiência
à família e aos amigos.
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 29

Comecei a pensar na hora de voltar. Não queria es­que­cer


nenhum detalhe e estava curiosa sobre as sensações do retorno
ao corpo.
Foi só pensar em voltar que fui acordando devagar, ainda
com toda a percepção das duas dimensões, com sen­sação que
lembrava o vazar da água para um reci­pien­te, onde eu era ao
mesmo tempo o recipiente e a água. A sensação tam­bém poderia ser
comparada à substância vibrando e se dissol­vendo rapidamente.
Fiquei um pouco desapontada por não ter consegui­do
volitar livremente, porém, consultando as anotações feitas
du­rantes os cursos, verifiquei que tal dificuldade é normal
(V. Viei­ra, Waldo; Projeciologia: Panorama das Expe­riên­cias da Cons­ciência
Fora do Corpo Humano; 1248 p.; 4ª Ed. Princeps; IIPC; Rio de Janeiro, RJ; 1999).
Mesmo sendo a volitação o modo mais comum de loco­moção
extrafísica, considerável número de conscins12 e cons­ciexes13, em
suas primeiras experiências extrafísicas lúcidas, apresentam
dificuldade para voli­tar de­vido ao condicio­na­mento e ao há­
bito do res­trin­­gimento in­trafísico.
Mesmo nas projeções semiconscientes, o projetor difi­
cilmente se recorda de ter caminhado nos moldes humanos.
É mais comum lembrar de um deslizamento suave. Às vezes,
nem isso percebe, pois realiza o ato instintivamente.
Existem cursos extrafísicos para consciexes que ne­ces­
sitam reaprender a volitar.
Após adquirir alguma experiência, as possibilidades
são ilimitadas para o projetor quando se percebe lúcido
e com perfeito controle sobre suas emoções, fora do corpo
biológico.

12 Conscin – Consciência intrafísica; a personalidade humana;


o ci­dadão ou cidadã da Sociedade Intrafísica (Socin).
13 Consciex – Consciência Extrafísica; espírito; alma; paracidadão ou
paracidadã da Sociedade Extrafísica (Sociex).
30 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

Entre os meses de agosto e novembro de 1996, vivi uma


série intensiva de experimentos extrafísicos, muito embora não
tivesse nenhum controle sobre o processo, pois não conse­
guia produzir uma projeção lúcida pela vontade, por mais
exaustivas que fossem as tentativas ou as técnicas empregadas.
Após registrar certa quantidade de projeções, procurei
analisar tudo para descobrir para onde os fatos me levavam.
Não me pareceu que estivesse conseguindo um melhor
nível de lucidez durante os períodos extracorpóreos. Ocor­riam
altos e baixos. Às vezes retornava extasiada com a ex­pe­riência
e me sentindo uma pessoa especial. Outras vezes ficava
frustrada por não ter aproveitado melhor a oportunidade.
Com exceção de duas ou três experimenta­ções, elas nunca se
anunciavam, aconteciam quando menos esperava e, apesar
de manter uma agenda extrafísica14, nem sempre conseguia
lembrar ou atingir o alvo mental nela registrado.
O desconforto físico e os medicamentos, sem dúvida,
muito atrapalhavam meus experimentos. Os períodos de lu­
ci­dez, no entanto, continuavam ocorrendo e, com o tem­po,
foi possível perceber que havia certa sincronicidade en­tre as
experiências, sugerindo quase uma sequência lógica nos fe­
nômenos vivenciados.
Desconfiei da possibilidade de estar recebendo algu­
ma ajuda para poder vivenciar grande parte do conjunto de
fenômenos descritos por projetores em geral.
Assim como a questão da volitação foi o fato mais mar­
cante na minha primeira projeção lúcida, ocorreram algu­mas
experiências nas quais pude avaliar extrafisi­ca­mente, as re­
percussões energéticas.

14 Agenda Extrafísica - Registro escrito da relação dos alvos mentais


prioritários: seres, locais ou idéias a serem atingidos grada­ti­va­mente
pelo projetor projetado.
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 31

Lastro Energético

Porto Alegre, 12 de agosto de 1996.


Ao deitar às 23h, fiz o possível para ficar bem rela­xada
e iniciei a mobilização básica de energias – sentia as energias
fluírem com bastante facilidade.
Em dado momento, consegui ver, intuitiva e muito cla­
ramente, um maravilhoso rosto de mulher. Transmitia alegria,
carinho. Mostrava-se por alguma razão. Analisei-a detidamen-
te e perguntei mentalmente se ela seria minha amparadora.
A resposta foi o sorriso mais meigo e doce já visto até então. Seu
olhar traduzia o mais puro amor.
De acordo com minhas parapercepções, vi mais al­guns
rostos e exteriorizei energias na intenção de ajudá-los. Lembro-me
especificamente de uma criatura, não sei se conscin projeta­da
ou consciex. Apareceu deitada em mi­­nha frente e ex­­te­riorizei
energias desejando sincera­men­te que isso pudesse ajudá-la
a se reequilibrar, pois me pareceu bastante enferma.
Depois, dormi e não lembro de haver sonhado.
Às 5h30min, acordei descansada e pensei ser uma boa
hora para circular as energias e tentar uma projeção consciente,
o que fiz por mais ou menos meia hora. Então, cansada de ficar
em decúbito dorsal, virei de lado, sentindo agradável las­sidão
e pensando: se fosse me projetar, o fato de estar dei­tada de lado
não impediria.
A lucidez surgiu quando estava parada ao lado da casa de
uma sobrinha, numa pequena cidade do interior, posicio­nada de
frente para a casa de seu vizinho e consegui perceber consciexes
na área de entrada da casa.
Estava um pouco escuro e à primeira vista pareciam dois
garotos. Procurei apurar a paravisão e percebi serem duas jo­
vens mulheres. Notaram minha presença e ficaram ob­ser­van­
do sem esboçar qualquer reação. Não dei mais impor­tân­cia
32 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

a elas e tentei captar tudo à volta para reter na memória o má­


ximo possível de detalhes.
Lembrei-me de olhar a casa de minha irmã, localiza­­da do
lado oposto, procurando virar para a esquerda, o des­locamento era
travado, parecia em slow motion. Conse­gui deslocar-me pouco,
mas percebi uma luz muito intensa da­quele lado. Senti espécie de
barreira ou receio subjetivo de olhar diretamente naquela direção,
pois, de algum modo, aquela luz me intimidava. Logo, pensei
em voltar para ver meu quarto a partir da dimensão extrafísica.
Imedia­tamente já estava lá.
Analisando coisas ao redor, senti um pouco de medo de ver
alguma consciex no quarto – se visse alguém, levaria um susto,
tal era meu estado de lucidez.
Consegui ver todo o lado esquerdo do dormitório: o apare-
lho de fisioterapia sobre a cadeira com estofamento cor-de-rosa,
a cadeira de vime com os dois travesseiros, a cor­tina e, quando
pensei em ver meu corpo, mergulhei nele. Senti que me precipitava
sobre a cama. Vi bem de perto de­talhes do estampado do cobertor.
Sob intensa ação de banhos energéticos, me percebi novamente
encai­xada no soma, no quarto escuro, completamente desperta.
Enquanto escrevia este relato surgiam na mente ter­mos
em inglês. A sensação era de que se pudesse escrever em in­
glês, poderia expressar melhor todas as sensações e os fatos
extrafísicos ocorridos. Será algum tipo de mani­fes­tação sub­
jetiva da holomemória?
O fenômeno mais significativo, estudado nos cursos
de Projeciologia e vivenciado neste relato foi a bradicinesia
extrafísica (V. Vieira, Waldo; Projeciologia: Panorama das Experiên­cias da
Consciência Fora do Corpo Humano; 1248 p.; 4ª Ed. Princeps; IIPC; Rio de
Janeiro, RJ; 1999).
Em determinadas experiências projetivas, o psicos­
so­ma carrega um lastro maior de energias do energossoma
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 33

e o pro­jetor sente certa dificuldade nos movimentos. É a bra-


dicinesia ex­trafísica. Os gestos ficam “travados”, em câma­ra
lenta, slow motion. O projetor apresenta dificuldade em volitar
e atravessar estruturas físicas.
Esta modalidade de projeção pode gerar o fenômeno
da bilocação ou o chamado fantasma de pessoa viva, quando
vista por outras pessoas.
Quando o projetor está suficientemente lúcido da sua
condição, pode promover uma exteriorização de energias,
fazendo sutilizar o psicossoma, anulando a condição de mo­
rosidade.
“Tanto o estado de instabilidade do psicossoma
do(a) projetor(a) humano projetado quanto a bra­­
dicinesia extra­fí­sica são condições decor­ren­tes da
descompensação ener­gética surgida durante o pe­­
ríodo de transição entre o estado de vigília física
ordinária da conscin coinci­den­te e a sua des­coin­
cidência ou projeção para a dimensão ex­trafísica.
Toda descompensação energética pode ser rea­
jus­­tada pela atuação da própria vontade da cons­
ciên­cia sobre as manifestações das suas ener­gias
cons­cienciais (Holo­chacralogia)” (V. Viei­ra, Waldo;
Projeciologia: Panorama das Expe­riên­cias da Cons­
ciência Fora do Corpo Humano; 1248 p.; 4ª Ed. Princeps;
IIPC; Rio de Janeiro, RJ; 1999; página 509).

Foi marcante a sensação de slow motion do psicos­soma


lastreado de energia por ser uma sensação sui generis e im­
possível de ser comparada com qualquer outra experi­mentada
por mim na vigília física. O impulso de relatar a experiência
em inglês deixou-me muito intrigada, pois ape­sar de ter alguns
conhecimentos do idioma, não achei ser capaz de fazer o relato
nessa língua, pois normalmente já é muito difícil traduzir para
a linguagem humana as ex­periências extrafísicas.
34 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

Não posso descartar a possibilidade de que, justamen­te


devido à dificuldade em traduzir a vivência, estivesse procuran­
do outras formas de expressão. O impulso foi tão forte, que
o registrei como parte da experiência.
O que teria acontecido se tivesse seguido o impulso?
Naquele momento temia esquecer algum detalhe valioso da
projeção e não me permiti esta possibilidade.

Estado Vibracional Extrafísico


Xangri-Lá, 03 de dezembro de 1999, 6h15min.
Acordei durante a noite e, como estava descon­for­tável na
cama, fui para outro ambiente privado, reservado para meus
exercícios projetivos, pensando em fazer alguns exer­cícios ener-
géticos com a finalidade de produzir uma projeção lúcida, mas
acabei dormindo.
Em dado momento, “acordei”, sem estranhar abso­lu­ta­mente
a alteração de móveis e objetos no dormitório. Havia duas camas
de solteiro com os pés voltados para o corredor, com uma pequena
estante entre elas. A posição da porta também não correspondia
à sua localização. Olhei para a outra cama e vi meu marido dei-
tado. Não via sua cabeça atrás da pequena estante, mas reconheci
suas mãos e braços sobre a coberta. Aquilo sim pareceu estra­nho,
pois lembrava de ter vindo para o outro quarto no meio da noite.
Fiquei algum tempo tentando lembrar de que forma ele
havia ido parar ali. Devido a esta lacuna15, deduzi estar pro-
jetada. Dei um impulso para cima e comecei a volitar den­tro

15 A percepção de uma lacuna ou descontinuidade de nossas ações,


assim como um fato incongruente impossível de acontecer du­rante
a vigília física ordinária (perceber-se volitando, estar pa­rado em
pleno ar etc.), pode constituir uma excelente técnica para que ocorra
o despertamento extrafísico (autoconcientização extrafísica), mas
para isso a conscin precisa habituar-se a manter sua atenção con­
centrada em nível máximo, mesmo no dia-a-dia.
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 35

do quarto. Estava sem um alvo mental16 naquele mo­mento e resol-


vi atravessar a parede para ver a rua, pois já estava ama­nhecendo
e tínhamos combinado com ami­gos fazer uma ca­minhada pela
manhã bem cedo.
Fiz um esforço para passar a cabeça e o tronco atra­vés da
parede, porém não consegui, talvez por estar com o psi­cossoma
muito denso devido à proximidade do soma. Então, sentada na
cama, fiz um auto-exame e me diverti com a agra­dável sensação
de solidez. Procurei aguçar a lu­cidez e tudo era muito real. Sen-
tia grande alegria de estar projetada e de me perceber tão viva
e tão bem.
Decidi produzir um estado vibracional intenso, pois até
então não havia conseguido na condição de projetada. Come­cei
a circular as energias cada vez mais rápido e ex­­perimentei uma
sensação incrível. Sentia um calor intenso e o próprio ar à minha
volta parecia reagir, vibrar. A at­mos­fera, antes parada e normal,
igual ao intrafísico, passou a entrar em ebulição, numa espécie de
ressonância com a energia obedecendo ao comando mental. Nesse
momento tive uma vontade muito gran­de de compartilhar esta
vi­vência com a V., uma colega. Não poderia deixar de des­crever
a ela essa experiência.
Durante a execução do EV, estava deitada com a para­
cabeça voltada para os pés da cama extrafísica e as paraper­nas
flexionadas. Enquanto me concentrava na inten­sidade do EV
alcançado, penso ter lembrado do soma e comecei a per­ceber
o retorno à coincidência dos veículos com a ca­racte­rís­tica sensação
de vibração em todos os chacras.
Por um longo período, me intrigava o fato de exis­ti­­rem
estruturas diferenciadas entre os locais conhecidos in­tra­fisi­
camente e a percepção extrafísica dos mesmos locais quando

16 Alvo Mental – Meta predeterminada que o projetor objetiva alcançar


através da vontade, intenção e decisão ao se ver lúcido fora do corpo.
36 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

estou fora do corpo com lucidez, a ponto de, às vezes, ques­


tionar o percentual de lucidez.
Atualmente, depois de muitas observações, compa­ra­ções
e pesquisas, incluindo leituras de registros de outros pro­je­
tores, concordo plenamente com Buhlmann, pesqui­sador
ame­­ricano:
“Esse fato fornece evidências que os ambien­tes
e ob­jetos encontrados no curso de experiên­cias extra-
corpóreas existem independentemente do universo
físico. Não se trata, portanto, de con­templar o mun-
do físico de uma pers­pectiva di­fe­rente, como muitos
acreditam, mas sim de interagir numa dimensão de
energia isolada, mas pa­ralela” (V. Buhlman, William;
Aven­tu­ras Além do Cor­po; 1996; página 30).

Concluí que o fato acima relatado ocorreu em uma


dimensão paralela, isolada do espaço físico do dormitório
onde se encontrava meu corpo adormecido.
Por este motivo, hoje, quando projetada em nosso aparta­
mento, percebo na sala um prolongamento parecen­do um
con­sultório médico, vejo outra cama na base física, ou encontro
um equipamento desconhecido no corredor. Não estranho
mais. Estes fatos apenas provam que, igual aos veículos de
mani­festação utilizados pela consciência, as dimensões se inter­
penetram e coexistem em diferentes frequências vibra­tórias.
Quanto mais lento ou denso nosso ritmo vibratório quan­
do projetados, mais facilidade temos para observar as estru­
turas físicas tal qual elas se apresentam na dimensão física. Se
nos apresentamos com o psicossoma muito sutili­zado, todo
nosso meio circundante apresenta-se absoluta­mente diferente,
ocorrendo uma extraordinária expansão consciencial. Intera­
gimos de maneira tão natural e sincrô­nica neste meio que se
torna muito difícil descrever de ma­neira coerente, racional
ou inteligível, os fatos vivenciados quando retornamos para
esta dimensão.
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 37

Música Extrafísica

Porto Alegre, 06 de setembro de 1996, 22h30min.


Durante o Curso Técnicas Projetivas – aula 3.
Ao chegar do curso, fiz uma refeição bem leve e li o ca­pítulo
57 do livro Projeções da Consciência, tentando pre­parar-me para
uma projeção.
Iniciei a mobilização básica de energias, mas senti que
dormiria logo, pois estava muito cansada.
Programei-me, então, para acordar às 4h30min.
Às 4h55min, sentei em uma poltrona de braços e ini­ciei
a MBE – mobilização básica de energias.
Às 5h25min, voltei a deitar. Não havia conseguido se­quer
o balonamento17.
Prossegui os exercícios deitada em decúbito dorsal. Insis-
tia muito, mas sentia dificuldade, mesmo tentando as técnicas
aprendidas no curso.
Procurei imaginar-me deitada no colchonete, na mes­ma
posição da sala de aula. Procurava sentir que realmente estava
lá, imaginando a localização da porta, da cadeira do professor,
a parede branca e o quadro.
Tive um flash e vi nitidamente uma jovenzinha senta­da,
encostada na coluna à minha direita, na sala de aula.
Insisti mais algum tempo e quando as dores come­çaram,
deitei sobre meu lado direito.
A seguir, sem ter percebido qualquer processo de des­coin­
cidência dos veículos, estava na sala da casa de ve­ra­neio situada
no Litoral Norte do Rio Grande do Sul, na pequena praia de
Xangri-Lá, olhando para a rua, vendo o dia ama­nhecer.

17 Balonamento – É a sensação da expansão física, porém na ver­dade,


de origem extrafísica, proveniente do energossoma.
38 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

Senti a aproximação de um veículo e pensei:


– Quem estará chegando?
Sem perceber o deslocamento, já me encontrava na calça­
da, vendo um carro estranho, quadrado, de cor pra­teada e com
a lataria semelhante a escamas ou um tipo de pintura com aspecto
enrugado, com duas pessoas (cons­ciexes?) dentro.
Tive a impressão de ter reconhecido um antigo colega de
trabalho, mas quando fixei a vista, reparei que era uma jovem
loura e havia alguma coisa no banco de trás lembran­do a cúpula
de um abajur. Então, o veículo parou e começou a dar marcha
à ré.
Nesse momento, surgiu a lucidez e, sem ter progra­mado
ou definido um destino, parecia estar sendo levada por meios
inexplicáveis, comecei a erguer-me do chão, pas­sei volitando por
cima do terreno ao lado da casa do vizi­nho e, alcançando uma
“velocidade de cruzeiro”, sentia sustentar-me a uma altura con-
siderável, em direção norte e sempre pela orla marítima.
Deliciava-me com a sensação de vôo livre e obser­va­va ma­
ravilhada o colorido do mar – ora azul, ora de um ver­de intenso
– até chegar a um local, sobre uma vila ou cidadezinha à beira
mar, onde via de cima as casas, na sua maioria, brancas.
Neste ponto há um lapso na rememoração e não lem­bro
a maneira que cheguei lá, mas percebi-me no aposento de um
pré­dio bem próximo ao mar. Volitava bem perto do forro deste
aposento e tudo parecia tão lógico. Aliás, pen­sando bem, não
lem­bro ter visto o teto, mas era no alto porque via os armários
de cima para baixo e havia objetos sobre eles, rolos de tecido ou
cortinas enroladas.
Apesar da grande euforia, testava a capacidade de mo­vi­
mentar objetos e a permeabilidade. Tocava a mão nas portas dos
armários e as atravessava, o mesmo ocorria com objetos. Às vezes,
sentia alguma repercussão ou tra­va­men­to, mas ao mesmo tempo
grande facilidade de movi­mentos.
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 39

Batia nos rolos de tecido e tentava derrubá-los lá de cima.


A sensação era tão boa que não resistia à tentação de ir para
fora, volitar sobre o mar, observar os barcos bran­cos an­corados
lá embaixo e voltar para dentro do mes­mo apo­sento, observando
um leve formigamento quan­do atraves­sava a parede – às vezes
parecia vidro, pois en­xergava através dela.
Estava perfeitamente lúcida e prometia a mim mes­ma re-
cordar o máximo de detalhes para um registro o mais fiel possível.
Comecei a ouvir uma alegre e vibrante melodia, não iden­
tifiquei de onde vinha, parecia ser música mexicana, talvez uma
pista de onde me encontrava. Deixei-me con­tagiar pela alegria
da música.
A felicidade de estar projetada era tanta que dan­ça­va
e cantava em pleno ar, ora dentro do quarto ora fora, flu­tuando
sobre o mar. A música sempre comigo, até me dar conta de estar
ali para ampliar meus conhecimentos e me repreendi mentalmente
por ter descuidado do obje­tivo. Pensei, então, em tentar acessar
alguma sala de aula onde pudesse aprender alguma coisa e fiquei
um pouco de­sorientada, sem saber de que maneira poderia acessar
algum tipo de estudo.
Numa comprovação de que na dimensão extrafísica pen-
samento é ação, lembrei-me do IIPC e imediatamente es­tava na
sala de aula. Com certa decepção, vi tudo na pe­numbra, ninguém
estava lá, não havia aula.
No momento seguinte, já abria os olhos do soma. Olhei
o re­lógio, eram 6h45min. Sentia ainda grande alegria e banhos
energéticos.
O cérebro fervilhava de detalhes a serem registrados.
O entusiasmo era tão grande que não sabia por onde co­­me­­çar,
então optei por gravar o relato e posteriormente re­gistrar no
com­putador.
40 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

Calculei a duração total da projeção entre 45 e 60 mi-­


nutos.
Às14h30min do mesmo dia acabei de fazer o registro
escrito da projeção, ainda cheia de alegria. Estava difícil con­
trolar o ego e não me sentir uma pessoa especial.
Nesta projeção foi possível constatar a necessidade
de equilíbrio, controle de pensamento concentrado para
a exe­cução de ações planejadas fora do corpo. Bastou pen­sar
na sala de aula e já estava lá.
Também fiquei intrigada e fui procurar maiores ex­
plica­­ções sobre a música, cujos acordes vibrantes pareceram
carre­gar o psicossoma de uma inusitada energia. Nas ano­tações
feitas durante os cursos de Projeciologia encon­trei o se­guinte:
A música extrafísica pode ser mais sentida do que
ouvida, tocando de modo completo a sen­sibilidade
do projetor, quanto mais aten­ção lhe dá, mais se deixa
en­vol­ver por ela e aca­ba exacer­bando o emociona­
lis­mo, cantando e dan­çando, conforme o ritmo
irre­­sistível.
Sentir as ondas deliciosas da música consti­tui­-se
em tratamento de musicoterapia em colônias extrafí-
sicas dedicadas ao refazimento de conscie­xes recém-
-dessomadas (V. Vieira, Waldo; Projeções da Consciên­
cia; 224 p.; 5a Ed.; IIPC; Rio de Janeiro, RJ; 1999; página
141).

Na época de minha primeira experiência com a mú­sica


extrafísica, tinha pouca informação sobre este fenô­meno.
Posteriormente, enquanto devorava os livros sobre parapsi­
quismo, no afã de comparar vivências pessoais com a de outros
experimentadores, descobri que as músicas podem também
ser percebidas durante uma Experiência da Quase-Morte,
assunto abordado no capí­tulo 08.
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 41

Muitos autores descrevem casos de experiências ex­


tracorpóreas e EQMs nas quais foram ouvidas “música
das es­feras”, mas nenhum deles comentou especificamente
esses sons extrafísicos. A pesquisa mais extensa que encontrei
é a de Rogo em seu livro Além da Realidade, como o ca­so da
Srª Katleen Snowden, a seguir, em suas próprias palavras:
‘Tive uma experiência extracorpórea em 1926,
no mês de novembro, quando minha filha ainda
era um bebê. Eu estivera adoen­ta­da, mas já me
levantara da cama, e me sentia bem melhor. Mas
essa noite, quando me deitei para dormir, deixei
o meu corpo, subindo bem devagar e ouvindo du­
rante todo o tempo uma música suave: quan­to mais
alto eu subia, mais forte a música se tornava. Era
a música mais bela que eu já ouvira”.

A Srª Emma Powel que gentilmente enviou-me uma


fita gravada descrevendo sua experiência:

“Eu tinha só dezesseis anos de idade, e es­tava


doente, de cama. Disse à minha mãe que achava
que ia desmaiar (...). Senti-me flutuando, afastan­
do-me dela. Subitamente inva­diu-me uma grande
excitação, um mara­vi­lha­mento e um deleite que
superaram tudo o que já vivera: senti o meu corpo
flutuar, sem peso, su­bindo num rastro doura­do em
direção a uma luz maravilhosa que envolvia vagas
figuras bem-vindas, e um canto belíssimo invadiu
todo o ar ao redor.
Flutuei alegremente em direção à luz, e en­
tão ouvi a voz de minha mãe chamando (...).
Todo o meu ser revol­tou-se con­tra o retorno. Sua
voz aproximou-se e para minha tristeza senti-me
des­li­zando, afastando-me dessa luz ma­ra­vilhosa
42 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

e mer­gulhando numa nuvem ne­gra onde o peso do


meu corpo voltou (...).
Minha mãe pensou que eu mor­rera, eu parecia
ter parado de respirar (...). Estou com 42 anos
e o mistério permanece.
(...) Qualquer que seja sua natureza, a mú­sica
das esferas provoca uma impressão consi­derável
nas pessoas que a ouvem. Seus relatos não re­pre­
sentam nada além de leve sombra do que deve ser
realmente o som dessa música” (V. Rogo, Scott; Além
da Realidade; 1994; páginas 143 a 146).

No decorrer de minhas experiências projetivas tem sido


comum ouvir diferentes tipos de música extrafísica. Não há
a necessidade de esperar pela transição da morte biológica
para ouvir os acordes de magníficas melodias. Bas­ta querer
e com muito empenho procurar produzir uma projeção cons­
ciente.
43

Capítulo 4

Conexão Prateada da Consciência

Em diversas ocasiões tenho ouvido pessoas afir­ma­rem


não desejar jamais ter uma experiência extracorpórea. Existem
até pessoas que se projetam de modo espontâneo, mas rejei-
tam o fenômeno por não saber lidar com o pro­cesso devido
à fal­ta de informação e ao medo. Ignoram o valor da lucidez
extrafísica para o autoconhecimento, ampliação de seus ho-
rizontes e principalmente, para a evolução pessoal.
O medo advém da crença que ao projetar-se talvez não
seja possível retornar ao corpo biológico. Isso é pratica­mente
im­possível de ocorrer, a não ser que tenha che­gado a hora de
desativar o soma. Neste caso ocorre o rompi­mento do cordão de
prata, como é mais conhecida a conexão ener­gética que liga o soma
ao psicossoma, causando a de­sativação e desin­te­gra­ção do soma.
Não conheço caso específico ou depoimento de consciex
em que tenha ocorrido o rompimento do cordão prateado
durante uma projeção lúcida, contudo, permito-me fazer
algumas conjecturas a respeito: estando consciente e manifes-
tando-se em seu lugar de procedência esxtrafísica, o rompi-
mento do cor­dão energético, nestas condições, poderia evitar
o costumeiro choque seguido da confusão mental tão comum
à maio­ria da humanidade que nunca teve uma experiência
lú­cida fora do corpo e nem se preocupou em investigar o que
ocorre após a desativação do corpo físico?
O cordão de prata alonga-se conforme ocorre a des­coin­
cidência entre os dois veículos.
Quando estamos projetados, podemos reconhecer a cons­
ciência já dessomada pela falta de seu cordão de prata.
É interessante a impressão causada pela visão de gran­de
número de consciências projetadas num mesmo lo­cal. Lem­bra
44 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

um grupo de prisioneiros acorrentados por lumi­nosos grilhões


saindo de seus corpos mais sutis, indo para diferentes direções,
onde repousam seus veículos biológicos.
O cordão de prata não tolhe os movimentos da cons­
ciên­cia. Os deslocamentos extrafísicos dependem muito mais
da coragem e descondicionamento da consciência do que de
qualquer outro fator.
Alguns projetores passam a vida inteira sem conse­guir
vê-lo, mas a maioria, de alguma forma, consegue per­ce­ber
sua presença, seja através de uma leve pressão na nuca ou das
repercussões do psicossoma para o soma e vice versa.
Segundo Vieira (1999), o poder de retração do cor­dão
energético sobre a consciência projetada, através do psicos­
soma, é tão potente, em certos casos, que o projetor tem
a sensação de ser aspirado vigorosamente de volta ao soma
quando este, por qualquer motivo, é perturbado.
Toda comunicação entre o soma inativo e a consciên­cia
projetada a bordo do psicossoma é feita através do cordão de
prata. Ele conduz todas as repercussões, tanto do psicos­soma
para o soma quanto do soma para o psicos­soma, motivo
pelo qual é recomendável ao projetor ter alguns cuida­dos
com sua base física de modo que a ação poderosa e in­falível
do cordão energético não aborte expe­riências significativas
(V. Vieira, Waldo; Projeciologia: Panorama das Experiências da Consciência
Fora do Corpo Humano; 1248 p.; 4ª Ed. Princeps; IIPC; Rio de Janeiro, RJ; 1999).

Aula Prática

Xangri-Lá, 06 de outubro de l996, 8h50min – domingo.


Da mesma forma que já ocorreu em outras ocasiões, esta ex­
periência iniciou tal qual um sonho. Adquiri lucidez na sala de
um prédio alto com janelas enormes, de onde se avistava parte
de uma cidade desconhecida.
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 45

Havia mais quatro pessoas dentro do mesmo am­biente.


Percebi estar em uma sala de aula. O professor, um jovem
baixo e de cabelos claros, movimentava-se para sair ao finalizar
sua aula quando uma aluna pediu que fosse dada uma aula práti-
ca. Ele concordou, disse para esperar­mos um pouco e saiu da sala.
Aproximei-me da aluna e disse:
– Foi bom você ter pedido uma aula prática. Gosto das
aulas práticas.
Ela sorriu, porém não fez qualquer comentário.
O professor retornou e pensei: não é ninguém co­nhe­cido
do Instituto Internacional de Projeciologia e Cons­cienciologia
(IIPC).
Repentinamente comecei a ter a sensação de estar sen­do
sugada por um aspirador, quase como se estivesse sendo puxada
pelos cabelos da parte de trás da cabeça, pois o des­locamento
era de costas. Acordei no soma em estado vi­bra­cional e sentindo
a ação intensa de banhos ener­géticos.
O fato ocorreu porque meu esposo, ao se mexer na ca­ma,
tocou em meu braço e a repercussão trouxe-me de volta ao soma.
Neste caso a interrupção da projeção aconteceu por­que
não estava na base física habitual. Quando acordei, às 7h30min,
achei muito tarde para tentar uma projeção por isso não fui para
o outro dormitório onde costumo fazer meus experi­men­tos. Acabei
dormindo novamente e a pro­jeção aconteceu.
Quando acordei, senti certa frustração, tanto pela inter-
rupção abrupta da projeção quanto pelo que julgava ser a perda
da aula prática. No entanto, tempos depois, quan­do relatava
a experiência para um grupo de alunos com a fina­lidade de
ilustrar um esclarecimento sobre os efeitos das re­percussões do
cordão de prata no corpo bioló­gico, uma das alunas comentou:
46 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

– Isto sim, foi uma aula realmente prática!


Neste momento, entendi que poderia realmente ter
acontecido como prática justamente o fato de sentir pela
pri­meira vez a ação potente do cordão de prata, em todos os
seus lances, com total lucidez.

Percepção Alterada do Cordão de Prata


Porto Alegre, 09 de outubro de l996, 0h35min.
Na noite anterior, estava com muita dor (costas e per­na
esquerda), por isso nem tentei a mobilização básica de ener­gias
sentada na poltrona. Deitei diretamente após ter ingerido os me­
dicamentos receitados para aliviar as dores, às 22h55min.
Dormi e a lucidez extrafísica surgiu quando estava em
uma casa desconhecida.
Estava na companhia de uma sobrinha e falávamos de pro­
jeções conscientes. Lembrei da agenda extrafísica e o pri­meiro alvo
era ver e tocar o cordão de prata. A se­guir, já es­tá­vamos exa­­minando
nossos cordões de prata, tocando-os e vendo-os bem de perto.
Pude vê-lo tal qual um cordão umbilical, quase da espes­sura
de um polegar, branco leitoso, emitindo uma lumino­si­dade opaca.
Dizia à minha sobrinha que tentasse fixar aquele mo­mento
na memória e procurasse lembrar se no dia seguinte, tivera um
sonho comigo, pois ela não parecia muito lúcida.
Depois procurei lembrar qual era o próximo alvo agen­dado:
era a autobilocação18. Resolvi deixar para mais tarde com receio

18 Autobilocação (Grego: autos, próprio; Latin, bis, dois; e lócus, lugar)


consciencial – ato de o projetor (a) intrafísico encontrar e contem­
plar o próprio corpo humano cara a cara, estando a sua consciência
fora dele, sediada em outro veículo de manifestação consciencial
(V. Viei­ra, Waldo; Projeciologia: Panorama das Expe­riên­cias da
Cons­ciência Fora do Corpo Humano; 1248 p.; 4ª Ed. Princeps;
IIPC; Rio de Janeiro, RJ; 1999; página 123).
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 47

de que, ao ver o soma adormecido, tivesse um pequeno trauma


e despertasse. Fui ao último alvo agen­dado tentar o estado vi-
bracional extrafísico.
Comecei o exercício e a energia parecia fluir de ma­neira
muito débil, sutil mesmo. Penso não ter chegado ao estado vi-
bracional, mas consegui lembrar e cumprir quase toda a agenda
extrafísica.
Lembro termos nos deparado com uma pessoa co­nhe­cida
e falei para minha sobrinha: “Olha, ela não sabe que nós esta-
mos projetadas. Não fala nada por enquanto, vamos somente
conversar com ela e ver se depois ela se lembrará de ter nos visto
ou sonhado conosco”.
A rememoração desta vivência está muito fragmen­tada,
porém raciocinava com clareza, conseguindo acessar a agen­da
e tendo discernimento suficiente para tentar des­per­tar outra
conscin projetada e fazê-la registrar na memó­ria a experiência.
Não procurei experimentar a autobilocação supondo que isso
poderia me trazer de volta ao soma.
No dia seguinte, discretamente, perguntei à minha
so­brinha se lembrava ter sonhado comigo. Ela não tinha ne­
nhuma lembrança do ocorrido.
A dificuldade de rememoração e a visão sem nitidez
do cordão energético podem indicar a interferência do me­
di­camento ingerido horas antes.

Filamento Prateado

Porto Alegre, 02 de novembro de 1996, 4h30min.


Sem autoconsciência extrafísica, percebi-me na beira de
uma piscina observando a água, a princípio turva, e de­pois cla­
reando até tornar-se cristalina.
Vi, então, três gatinhos nadando e brincando na água.
48 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

Este foi o motivo do surgimento da lucidez extra­fí­sica, pois


pensei: “gatos não gostam de água. Devo estar projetada”.
Impulsionei-me para cima e consegui volitar, todavia não
fui muito alto. Sentia-me pesada.
Pensei na agenda, mas não consegui acessá-la, pois ao invés
de tentar implantar o EV assinalado como primei­ro alvo, comecei
a apalpar o cordão energético e pude vê-lo com mais nitidez.
Na projeção de 09 de outubro de 1996, ele me pare­ceu
branco leitoso. Hoje pude ver que emite luz forte atra­vés de uma
espécie de filamento prateado e, ao tocá-lo, senti pulsação ou mais
precisamente, movimentos de con­tra­ção e expansão muito rápidos.
Tentando novamente acessar a agenda, lembrei que queria
contatar M., meu marido. Fui até nosso quarto, vi o volume de
seu corpo coberto, contudo não o encontrei.
Saí de lá pensando: ou ele projetou-se de psicossoma ou está
acordado. Voltei à base física com a intenção de fazer, no­vamente,
a autobilocação, mas me interiorizei no soma e perdi a lucidez,
pois acordei depois de algumas vi­sões confusas.

Atingindo o Alvo Mental

Porto Alegre, 12 de junho de 2000, 5h05min.


A primeira imagem que recordo é a saída pela porta
da garagem da casa de Xangri-Lá, quando observava a casa
do vizinho e a via completamente diferente. Era mais larga,
es­ta­va pintada de branco e tinha uma espécie de vitrine do
lado es­querdo. Imediatamente ficou claro o fato de estar pro-
jetada. Voltei para dentro da garagem onde estava o M. Ele
remexia em alguma coisa e estava ves­tido de terno e gravata.
Apre­senta­va-se bem magro e um pouco cabeludo, como há uns
trinta anos, e o terno usado era o mesmo dessa época. Alguns dias
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 49

an­tes, ele disse estar com saudade de vestir um terno completo.


Deve ter matado a vontade de vestir um plasmando a roupa na
dimensão extrafísica.
Chamei-o para ver a casa de J. pintada de branco. Ele
olhou-me interrogativamente e perguntou:
– Branco?
Saímos para ver a casa, de tijolos vermelhos na di­mensão
física, ele olhou-me meio confuso e esclareci:
– Viu? Estamos projetados. Vem, vem volitar. Na se­quência,
já estava conduzindo-o pela gravata como se fosse um balão
e girava-o no espaço, porém não muito alto do solo, pois apesar
de a gravata ter-se esticado igual à corda elástica, encontrava-me
parada em terra firme. Ele parecia extasiado com a volitação.
Depois, ele entrou novamente na garagem e segui adian­
te, volitando pelo meio do mato – pareceu-me ser às margens da
estrada do mar, na altura de Capão da Canoa, litoral do Rio
Grande do Sul.
Entrei num local semelhante a um escritório, onde havia
muitas pessoas trabalhando. Tive a impressão de não ser per­
cebida por elas. Resolvi, então, verificar nelas o local de inser­ção
do cordão de prata que havia definido como alvo mental na noite
anterior, pois continuo com mui­ta dificuldade para discernir entre
consciências intrafí­sicas e consciências extra­físicas quando não as
conheço da dimensão intrafísica.
Toquei nas cabeças daquelas pessoas, procurando ver as
saídas de seus cordões de prata e não vi sinal deles.
De um modo um tanto irreverente, cheguei a girar suas
cabeças para observá-las melhor, mesmo assim pa­re­ceram não
notar minha presença. Não lembro qual foi a conclusão, mas saí
de lá satisfeita com a pesquisa.
Depois disso, voltei pelo mesmo caminho no meio do
mato. Tive dificuldade para volitar e me preocupava por estar
50 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

longe da casa. Procurava ganhar o máximo de terreno enquan­to


estava projetada, pois pensava que se acor­dasse e tivesse de ca-
minhar toda aquela distância, teria de fazer um esforço muito
grande. Nesse ponto deve ter baixado muito o percen­tual de
lucidez, pois imaginava acor­dar no soma naquele local.
Em determinado momento, senti um pouco de medo, pois
o local era bastante escuro e havia outras consciências movimen-
tando-se por ali. Comecei a circular as energias, sa­bendo ser este
um meio de autodefesa.
Logo surgi caminhando novamente por nossa rua e, che­
gando a casa, encontrei M. ainda dentro da garagem.
Estava feliz de ter podido proporcionar esta expe­riên­cia
a ele, que ainda parecia extasiado com a brinca­dei­ra de volitar.
Um pouco assustado, disse-me:
– Fazes coisas estranhas e depois desapareces. Res­pondi:
– Mas infalivelmente isso vai acontecer um dia. Vai te
pre­parando, referindo-me à inevitável dessoma e conse­quente
separação que um dia enfrentaremos.
Depois, acordei muito bem disposta.
Ele, infelizmente, ao acordar, não se lembrava de nada.
É difícil refrear o riso ao lembrar do M. volitando amar­
rado à gravata, como se fosse um balão.
Falando em bom humor, em meu diário pessoal, onde
transcrevo minuciosamente as vivências plenamente lúci­das
e também as semilúcidas plausíveis, estão regis­tradas outras
vivências bastante pitorescas e peculiares. Depen­dendo do
enfoque, podem ser consideradas ridículas, se levarmos em
conta a falta de lucidez que as gerou; ou cô­micas, se o assunto
não for tratado com a devida seriedade.
Para se ter uma idéia, vale relatar um fato ocorrido
durante uma experiência típica de semiconsciência, na qual
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 51

estava na condição de paciente em tratamento de um hospital


extrafísico. Encontrava-me sobre uma cama e era atendida
por consciências femininas vestidas de en­fermeiras. Uma
delas trouxe uma tigela contendo um cal­do verde. Olhei em
volta e vi que outros pacientes recebiam a mesma coisa. Neste
momento, passou entre as camas um jovem, também vestido
de branco junto às outras duas enfermeiras, dirigindo-se para
a saída. Não tive dúvidas, chamei o moço pedindo-lhe:
– Já que você vai sair, aproveite e traga “Farrou­pi­lha”,
nome dado no Rio Grande do Sul ao sanduíche feito com
pão d’água, salame e queijo.
Contando assim, até parece piada, mas o assunto é sério
e demonstra os equívocos produzidos pela falta da lucidez
extrafísica.
É bastante comum ocorrer este tipo de equívoco du­ran­te
nossas aventuras extracorpóreas.
A diferença básica entre uma projeção consciente
e o so­nho comum é exatamente o ocorrido no início da ex­­
periência, quando meu juízo crítico manifestou-se e perce­bi
a diferença dos detalhes da casa de nosso vizi­nho. Nos sonhos,
em geral, aceitam-se as situações mais absurdas com natu­ra­
li­dade e o raciocínio não atua com fa­cilidade.
Enquanto nosso corpo biológico dorme, estamos quase
sempre projetados, executando ações automáticas, não raro,
a continuidade de nossos atos da vigília física or­di­nária, por­
que a consciência não precisa dormir. O que pre­cisa repousar
é o corpo físico.
Na vivência relatada anteriormente, estávamos proje­
tados executando alguma atividade na garagem da casa da
praia, fato comum durante a vigília física ordinária. Estávamos
projetados de psicossoma, sem lucidez para to­das as possibi­
lidades de pesquisar as outras dimensões, agindo igual a ro­bôs,
sem juízo crítico ou discernimento.
52 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

Frequentemente, o meu despertamento extrafísico ocor­


re com a observação de algum fato que na vigília física seria
incomum ou absurdo. Uma espécie de “gancho” faz des­pertar
meu juízo crítico. Quanto mais a conscin treina este método,
me­lhor ele funciona. A manutenção do dis­cer­nimen­to e o pi­
que máximo de atenção concentrada du­rante a vigília física ordi­
nária são fatores indispensáveis para a aplicação desta técnica.
O alvo mental estabelecido era observar os cordões
energéticos das interações entre consciências na dimensão
extrafísica devido a certa dificuldade de manter o pensa­men­to
concentrado e de observar se meu interlocutor é cons­cin ou
consciex, cuja diferença pode ser constatada pela presença
ou não do cordão energético.
Desta pesquisa, concluí que nossos cinco sentidos físicos
são ampliados até limites ainda ignorados quando utilizamos
o psicossoma. Durante as projeções conscientes podemos
afe­rir nossa capacidade de utilizar os atributos desse veículo.
O psicossoma sempre apresenta algum grau de lumi­no­
sidade extrafísica. Esta luminosidade tem íntima relação com
a energia consciencial e constitui efeito básico do cam­po de
energia próprio da consciência.
Comprovei este fato e ele está relatado a seguir.

Contato a Distância

Porto Alegre, 1o de outubro de 1996. Entre 6h45min.


e 7h50min.
Reciclando P3 no IIPC – aula 2.
Cheguei do curso às 22h40min e para não atrapalhar
uma possível projeção, tomei apenas meia xícara de café com
leite e preparei-me para tentar uma projeção com de­co­lagem
lúcida pela Técnica da Concentração Mental ensinada em
aula pelo professor.
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 53

Insisti muito, passei quase duas horas tentando sem


con­se­guir nem mesmo um flash.
Às 0h40min, deitei e imediatamente caí no sono.
Acordei às 5h05min e reiniciei a mobilização básica de
energias.
Conseguia perceber minha psicosfera se expandindo, muitos
toques sutis e um relaxamento agradável.
Olhei o relógio pela última vez às 6h45min.
Percebi estar na casa da praia, no quarto, sentada en­tre
a cama e a janela. Havia consciências que a princípio julguei
serem uma sobrinha e sua melhor amiga.
Algo indefinível chamava a atenção para o fato de mi­nha
“sobrinha” estar usando roupas estranhas ao seu estilo cos­tumeiro.
A maquiagem usada por ela não era usual. Ques­tionei sua apa-
rência, pois se apresentava bem mais magra.
Num prenúncio de lucidez, procurava lembrar da ma­
neira que elas haviam ido parar ali na casa da praia co­migo.
Alguma coisa continuava deslocada, até lembrar-me que as
mo­ças haviam viajado para Santa Catarina no dia anterior –
o que não significava nada, pois elas pode­riam estar ali pro­jetadas,
mas naquele momento não estava consciente disso.
Uma consciência extrafísica estava deitada na cama
e a outra, sentada ao meu lado em uma cadeira de praia, lendo
jornal.
Via o quarto tal qual está mobiliado na dimensão física,
mas algo estranho me bateu quando a consciência sobre a cama
levantou a mão direita e mexeu em um apa­relho em­bu­tido na
parede sobre a guarda da cama de ca­sal, no lado que durmo.
Era algo parecido com aqueles painéis de controle de luz,
som e TV, dos hotéis.
Quando ela mexeu nos controles, ouviu-se uma mú­sica
muito suave.
54 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

Nesse momento, surgiu a lucidez. Saltei da cadeira e mer­


gulhei para o alto, volitei até o teto, tocando-o com as paramãos,
sentindo a aspereza da alvenaria. Procurei do­minar a emoção
e me perceber melhor.
Cogitei ver meu cordão de prata, não conseguia e en­tão
comecei a girar sobre mim mesma em cima da cama.
Sentia uma pressão na parte detrás da cabeça e podia notar
a luminosidade, sem ver o fio energético niti­d­amente. Comecei
a examinar minhas paramãos e elas ti­nham um con­torno lumi-
noso. Pensei: “este é meu psicos­so­ma e meu cordão energético está
diluído nele”.
Volitei até a parede e quando fui tocá-la, minha paramão
mergulhou dentro dela, interpenetrando-a.
Voltei a atenção para meus acompanhantes e só en­tão me
dei conta de que eram consciexes. Não os conhecia da di­mensão
física, no entanto, fiquei muito à vontade em sua companhia.
Eles pareciam divertir-se, fingindo-se as­sus­tados devido à minha
agitação e taparam-se até a cabeça usando os lençóis da cama.
Fui lá, destapei-os e disse:
– Vejam, estou projetada e estou lúcida.
Então, vi o espelho e resolvi verificar se podia ver mi­
nha imagem refletida nele. Fiquei observando e não conseguia
me ver com nitidez. Tinha o aspecto de película transparente.
Nesse momento, uma consciexes se apro­ximou do meu lado
esquerdo e uma luz se acendeu dentro do espelho e vi surgir
o rosto de O., uma de minhas irmãs, dessomada em 14 de
março de 1996. Fiquei observando a expressão dela. Esta-
va muito séria, parecia um pouco alheia aos acontecimentos
e não pareceu reconhecer-me de imediato. Tentei falar com ela.
Perguntei várias vezes se estava bem. Por fim, ela fez um movi-
mento com a cabeça, confirmando.
Naquele instante, sabia que ela não estava ali. Através
de um equipamento extrafísico, provavelmente inexis­tente na
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 55

dimensão física, meus amparadores haviam permitido este con-


tato a distância com ela. A imagem do espelho se apagou e perdi
a consciência da presença de consciexes.
Tive a sensação de que deveria retornar, porém não queria.
Lembro nitidamente de ter tentado permanecer pro­je­tada
por mais tempo, mas já sentia o retorno e pude no­tar muito cla-
ramente quando me posicionei horizon­tal­mente, do lado direito
do soma, e senti perfeitamente o cor­po sugar-me. Pensei se não
ouviria o característico som intracraniano da interiorização e
encaixei sem perda da lucidez em nenhum momento.
Olhei o relógio, eram 7h50min. Fiz imediatamente este
registro no gravador.
A aplicação da técnica não funcionou de imediato, no
presente caso. No entanto, a persistência em aplicá-la produ-
ziu uma concentração mental de efeito retardado. A seguir
a Técnica da Concentração Mental descrita por Vieira, que
induz o candidato a se projetar com lucidez, através de
7 etapas:
“(...) 1. Isolamento. Isole-se em um quarto
fechado onde não seja perturbado enquanto esti­
ver praticando os exercícios. Fique desnudo ou use
apenas roupas leves e folgadas.
2. Vela. Coloque uma vela acesa sobre 1 pra­
to largo – a fim de evitar incêndio – em um dos
extremos do quarto.
3. Poltrona. Com o tronco ereto e as mãos so­bre
as coxas, sente-se em uma cadeira con­fortável ou
poltrona, a uns três metros de dis­tância da vela, no
outro extremo do quarto.
4. Escuridão. Escureça completamente o quar­­
to, deixando apenas a luz da vela acesa.
56 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

5. Fixação. Fixe, atentamente, a vela acesa


à frente e concentre-se sobre ela até perder toda
a conscientização do resto do mundo físico em
tor­no de você.
6. Extensão. Neste ponto, somente existem no
mun­do você e a vela. A vela é uma extensão de você,
do seu corpo humano.
7. Visualização. Quando você, próximo
e à fren­­te da vela acesa, sentir a sua consciência
nor­mal tor­nar-se suspensa, primeiro imagine ou
visualize o seu psicossoma movendo-se para fora
do corpo hu­mano e in­do na direção da vela acesa.
Depois, sinta a sua saí­da e a sua ida até à vela”
(V. Vieira, Waldo; Proje­cio­logia: Panorama das Expe­
riên­cias da Consciência Fora do Corpo Humano; 1248
p.; 4ª Ed. Princeps; IIPC; Rio de Janeiro, RJ; 1999; páginas
434 e 435).
57

Capítulo 5

Aplicando uma Técnica Projetiva

Desde quando tomei conhecimento da possibilidade


de produzir uma saída lúcida do corpo biológico, tenho
apli­cado variadas técnicas ensinadas nos cursos básicos de
Pro­jeciologia. Algumas técnicas deram resultados parciais,
outras, nenhum resultado. Também não posso afirmar ter sido
muito obstinada e assídua na aplicação de uma determinada
técnica em especial. Para tirar parti­do da prática de técnicas
visando a projeção lúcida, cada pessoa deve encontrar a mais
apro­priada para si mesma, aquela mais fácil de aplicar e de
acordo com sua situação domiciliar e familiar, enfim, aquela
que se sinta mais à vontade para praticar inúmeras vezes,
incansa­velmente. É preciso conseguir uma perfeita relaxação
psi­cofisio­ló­gica, não ser perturbada por ruídos ou interrupções
e, princi­palmente, insistir, tanto na mobilização das energias
para promover maior soltura das energias do energossoma
quan­to na aplicação da técnica escolhida.
Consegui resultados mais imediatos e satisfatórios com
a Técnica da Projeção Consciente através do Sonho. Seguem
considerações sobre esta técnica, segundo Vieira (1999):
Utiliza nossa capacidade de controlar nossos sonhos,
pas­sando a atuar neles de maneira lúcida, desfazendo as ima­
gens oníricas e deixando o estado de passividade, passando
a con­trolar as nossas vivências extrafísicas.
É conveniente, à pessoa que se recorda dos próprios so­
nhos com frequência, procurar estudá-los com atenção, pois
muitos deles são na realidade projeções semicons­cientes. Para
constatar este fato, é preciso reconhecer as incongruên­cias
e as incoerências, procurando desfazer o oni­rismo.
58 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

A aplicação desta técnica requer o ato do projetor,


du­rante a vigília física ordinária, saturar a sua mente com
a von­tade de se despertar extrafisicamente, a partir de um
sonho natural, de qualquer tipo.
O projetor programa os tipos de sonhos para gerar
a projeção:
1. Sonhos simulando os vôos extrafísicos ou a vo­li­tação
são os maiores facilitadores;
2. Sonhos envolvendo um esporte cujas sensações si­
mu­lem a volitação extrafísica; voar de asa-delta, subir num
balão, etc.
A ação motora necessária do sonho deverá ser ascen­
dente, isto é, levar a um movimento de subida por simular
o trajeto mais comum executado pelo psicossoma na deco­
lagem clássica: deixar o soma, saindo por cima.
Escolhido o sonho a ser utilizado, o projetor atua da
seguinte forma:
1. Isola-se em um ambiente tranquilo.
2. Deita-se no leito numa posição confortável e cerra
as pálpebras.
3. Pensa firmemente nas imagens do sonho mental­
men­te construídas simulando o seu psicossoma projetado.
4. Procura dormir com a mente saturada com estas
imagens.
5. Desperta, sem se mexer no leito, procurando re­me­
morar suas vivências projetivas. Caso seja necessário, vira-se
suavemente de lado, isto pode colaborar para a re­cordação
desejada.
6. Assim que as lembranças vierem à mente, regis­trá-las
por escrito ou gravá-las em um pequeno gravador.
Durante os meses de janeiro e fevereiro de 1997, épo­ca
de veraneio, passei grande parte do tempo na casa da praia
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 59

de Xangri-Lá. Não sei se devido à agitação, à falta de privaci­


dade – mal conseguia utilizar minha base física, destinada aos
hóspedes – ou à falta de empenho; fato é que as projeções (ou
rememorações) quase cessaram.
Quando as férias escolares terminaram, a paz voltou ao
nosso pequeno município e reiniciei minhas leituras e a apli­
cação de técnicas projetivas.
Aproveitando um dia, completamente só na casa, re­
so­lvi usar o período da tarde para aplicar com mais empenho
a técnica descrita acima.

Técnica da Projeção Consciente através do Sonho

Xangri-Lá, 03 de março de 1997, 15h40min.


Pela manhã, cedinho, dei uma caminhada de qua­renta
minutos e na volta, aproveitando estar só em casa, fiz uma boa
arrumação e lavei também as roupas.
Após um frugal almoço, fechei toda a casa e fui des­cansar
às 14h30min.
Deitei com a cabeça voltada para os pés da cama, pois
a cla­ridade vinda através da veneziana fechada me incomo­dava.
Fiz uma intensa circulação de energias e ini­ciei a apli­cação da
Téc­nica da Projeção Consciente através do Sonho.
Adormeci rapidamente, cansada das atividades ma­tu­tinas.
Retornava de um sonho, porém não lembro de nada coe­
rente. Sem fazer movimentos, ainda em estado de hip­nopom­
pia19, percebi-me deitada do lado direito do soma. Procurei não

19 Hipnopompia (Grego: hipnos, sono; e pompikós, procissão) é a con­


dição de transição natural do sono para o despertamento físico.
Funciona como linha de demarcação entre o sono e a vigília, entre
a des­coincidência e a coincidência dos veículos de manifestação.
60 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

despertar completamente e passei a sentir um movimento de vai


e vem, um suave balanço. Procurei aumen­tar minha descoinci-
dência utilizando a soltura pro­porcionada pelos movimentos. Eles
também ficavam cada vez mais am­plos, até que, de repente, a sol-
tura foi completa e, um pouco sem controle, dei uma cambalhota
no ar e fui parar coma pa­ra­cabeça do lado correto da cabeceira
da cama, com o psicossoma em decúbito dorsal, comple­ta­mente
livre do soma.
Pensei em olhar o corpo na posição oposta, porém temi que
a emoção provocasse o acoplamento dos veículos. Optei, então,
por dar o costumeiro impulso para cima, to­quei no forro áspero
de alvenaria do quarto e voltei para a posição alinhada com
o soma, que exercia uma incrível atração de ímã sobre o psicossoma.
Pelo impulso da vontade determinada, consegui fazer vá-
rias saídas e reentradas - coincidências e descoin­cidên­cias, sempre
num movimento suave de fuga e recaptura do psicos­soma pelo
corpo biológico. Afastava-me e era gos­tosamente puxada de volta
ao soma, até o movimento cessar e comple­tar-se o acoplamento
no soma. Despertei completamente às 15h40min.
Consegui vivenciar com lucidez, não uma e sim vá­rias
decolagens e reentradas no soma, fato almejado há bastante
tempo.
Somente quem já experimentou fenômeno semelhan­te
poderá avaliar o efeito em nosso humor, ânimo e até as re­
percussões positivas na saúde ao constatar um aconteci­mento
dessa natureza.
61

Capítulo 6

Atributos do Psicossoma

No corpo biológico temos as faculdades psíquicas a par­tir


dos cinco sentidos. No psicossoma, temos atributos parapsí­
qui­cos, por exemplo: a telepatia, a clarividência, a clarividência
viajora (V. relato: Clarividência Viajora Ex­tra­fí­sica), a pre­cog­
nição, a retrocognição, a autoscopia, a heteroscopia, a clariau­
diência, a intuição, a psicometria, a psicofonia, a mul­tilo­cação,
e a telecinesia.
Toda consciência intrafísica pode provar para si mes­ma
ser possuidora de qualquer um dos atributos mencio­nados
acima na condição de projetada e pode utilizar qual­quer uma
destas faculdades na condição de vigília. O que falta ainda
a todos nós, conscins, são as sinapses interneuroniais para
uti­lizar com desenvoltura os atributos do mentalsoma, do
psi­cossoma e do nosso energossoma quando estamos na vigília
fí­sica ordinária.
Outro atributo do psicossoma vivenciado foi a auto­per­
meabilidade – capacidade de atravessar estruturas físicas. Este
atributo tem limites impostos tanto pelos con­dicio­namen­tos
(se você acredita que não conseguirá atra­ves­sar a estrutura,
não conseguirá realmente atravessá-la) quanto pela densidade
maior do psicossoma com excesso de energias do energosso­
ma, lastreado.
O psicossoma também não consegue varar certas for­
mações extrafísicas excessivamente densas e de frequência
vibratória diferenciada, plasmadas por alguma consciex, com
finalidade de proteção ou abrigo.
A comprovação deste atributo está no relato: Produ­
zindo Provas e em vários outros.
62 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

A multiplicidade extrafísica é a capacidade de multipli­


car a forma do psicossoma, cujos simulacros podem apa­recer
em locais diversos.
Este atributo está baseado na capacidade de criação de
morfopensenes – formas pensamento.
Comprovei a existência deste atributo numa projeção
semiconsciente onde me encontrava em algum ponto de
ob­ser­vação ignorado ou desconhecido no momento, vendo
uma duplicata de mim mesma executando estra­nhos pas­sos
de dança e de modo relampagueante, por ins­tantes, habi­tava
este veículo e depois voltava ao meu posto de ob­ser­vação.
Nas várias experiências de projeção lúcida da cons­ciên­
cia, também já evidenciei os quatro tipos básicos de veloci­dade
com que o projetor pode deslocar-se:
1. A velocidade lenta de slow motion da projeção do
relato: Lastro Energético.
2. Na velocidade normal de marcha comum ou desli­
zamento.
3. Com velocidade intermediária, onde o projetor se
move sem esforço e pode observar as imagens dos am­bientes
por onde se movimenta como ocorreu no relato: Vi­sitando
o CEAEC.
4. A velocidade supranormal, acima da compreen­são
humana, não permite distinguir qualquer paisagem. O projetor
simplesmente “aparece” em outro local com a ve­locidade do
pensamento, semelhante ao ocorrido no re­lato: Exoprojeção.
A elasticidade extrafísica é o atributo do psicossoma
que permite à consciência deformar este veículo até limites
ainda ignorados.
A elasticidade extrafísica é responsável por vários outros
atributos. A elongação extrafísica vivenciada em uma proje­ção
semilúcida, na qual foi muito divertido ba­lan­çar segurando
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 63

as grades de uma janela, ir até uma ár­vore nas proximidades


sem soltar, usando o parabraço a exemplo de tira elástica.
O atributo da elasticidade também é responsável pela
autotransfiguração extrafísica, ou seja, a capacidade de plas­mar
qualquer forma temporariamente.
Através da habilidade de autotransfiguração é que, em
geral, quando projetados, assumimos nossa auto-ima­gem.
Por isso, quase sempre estamos mais jovens, mais magros ou
mais altos, de acordo com a forma física ideali­zada. Podemos,
tam­bém, plasmar aparência tida em vidas anteriores, se esta
ima­gem estiver mais profundamente vin­cada em nossa holo­
memória.
Tive duas experiências mostrando detalhes dos meca­
nismos de funcionamento desses atributos.

Aparência Temporária

Porto Alegre, 16 de outubro de 2000, 3h20min.


Num certo momento, observava uma mulher e um ra­pazote
abrindo massa sobre uma espécie de balcão de már­more. Havia
vidros com doces e biscoitos de vários tipos sobre outro balcão.
Aquelas pessoas trabalhavam sem perceber minha pre­sença,
porém não tenho certeza se eram conscins na vigília física ordi-
nária ou consciexes que não me percebiam por ter­mos padrões
vibratórios diferentes.
Observava o local cheio de espelhos em colunas que lembra­
va as instalações de uma confeitaria. Olhei para o meu peito e vi
um cacho de cabelos escuros e neste ins­tante fiquei lúcida.
Lembrei da observação de uma de minhas alunas sobre
verificar minha aparência se olhasse num espelho ex­trafísico,
estando projetada e lúcida.
64 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

Observando-me num daqueles espelhos vi que estava bem


diferente de como sou atualmente. Conseguia com­pa­rar o meu
aspecto atual com a forma ali apresentada. Fi­quei intrigada, pois,
naquele momento, raciocinava como se minha real aparência
fosse aquela, e não esta apre­sen­tada hoje na vigília física ordiná-
ria – esta, sim, era plas­mada e temporária. Observava o cabelo
comprido e a testa larga e lembrei uma foto em que mostrava
exatamente aquele aspecto.
Houve mais alguns detalhes confusos, pois não acor­
dei imediatamente e não lembro de mais nenhum por­me­nor
coerente.
Quando levantei, fui procurar as caixas de documen­tos
antigos e encontrei uma carteira de estudante, do tempo em
que fazia curso de inglês, e lá estava eu, tal e qual ha­via me
visto projetada. Na época, com 29 anos de idade.

Suavizando a Auto-imagem

Porto Alegre, 23 de junho de 2000, 4h30min.


Acordei às 4h40min, fui ao banheiro e voltei para a cama,
pois estava muito frio. A mobilização de energias ini­ciada causou
um relaxamento extremamente agradável. Per­ce­bi que dormiria
novamente. Deitei sobre meu lado es­querdo, procurando aco­mo­
dar bem o soma numa prepa­ração para possível projeção. Não
percebi a descoinci­dên­cia dos veículos, mas imediatamente me
encontrava no IIPC. O local não se parecia em nada com a uni­
dade do IIPC de Porto Alegre.
Vi uma antiga colega e perguntei:
– J., você consegue me ver ou estou transparente?
Ela não parecia muito lúcida; mesmo assim, insisti:
– Sou eu, a Silda. Estou novamente dando aulas de Pro­
jeciologia.
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 65

Sentia os olhos úmidos e procurei controlar a emoção para


não voltar ao corpo. Minha colega, naquele momento, não en-
tendeu o que eu dizia.
Passei a olhar tudo com mais atenção e fui sendo inva­dida
pela alegria de estar lúcida. Toquei o braço de uma cons­ciência
masculina, dizendo de modo um tanto irreverente:
– Vocês são bem sólidos aqui!
Observei três jovens saindo de dentro de outra sala. Pro­curei
apurar a paravisão para ver se tinham o cordão de prata, mas
nada vi. Tentei abordá-los, mas fui ignorada. Não sei se não me
viam ou se não gostaram da abordagem, pois eles foram saindo.
Procurei identificar o local e cheguei até uma janela bas-
culante.
Meu ângulo de visão era de cima para baixo. Estava no
segundo andar de um edifício. Procurava ler placas de propa­gan­
da e de rua, mas só consegui ler um letreiro sobre um te­lhado do
ponto de táxi. A palavra era “Noll”.
Via com perfeição o trabalho feito em pedra para de­limitar
canteiros com grama e folhagens do outro lado da rua.
Enquanto procurava aumentar a lucidez e observar o am­
biente, comecei a me deslocar. Era uma forma es­­tranha de deslo-
camento, parecia estar sendo levada com o psi­cossoma na posição
horizontal, sem entender exata­mente o que estava acontecendo.
Ime­diatamente surgi den­tro da galeria situada do outro lado da
rua, vista antes do deslocamento.
As pessoas passavam, porém não tomavam conhe­cimen­to
de minha presença. Parecia invisível. Um senti­mento de so­lidão
manifestou-se intensamente, pois não via nin­guém conhecido.
Notei uma jovem debruçada sobre um balcão e outra ao
seu lado, tentando ajudá-la. Ouvi quando ela disse:
– Esta aqui morreu.
66 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

Cheguei perto e passei a exteriorizar energias em sua di­


reção. Vi que sua companheira percebeu minha presença e logo
a jovem enferma começou a se recuperar, olhou para nós e sorriu
dizendo estar bem.
Deixei-as, porém continuava triste, sem saber onde esta­
va. Tentei, e não consegui contato com nenhum ampa­rador, não
conhecia nenhuma das pessoas à volta.
Caminhei por mais algum tempo naqueles corredores e vi
muitos vidros e espelhos. Então, ocorreu-me olhar em um deles
para ver minha aparência.
No primeiro momento, percebi-me muito sutil, trans­pa­
ren­te; depois, a imagem se fixou e vi que estava totalmen­te dife­
rente. Minhas feições estavam sombrias e tristes, ex­ternava no
visual o estado íntimo de desânimo, isolamen­­to e solidão. Não
me reconheci e comecei a tentar plasmar um rosto mais feminino.
Apesar do esforço, só conseguia plasmar feições feias, grosseiras
e um tanto masculi­niza­das. Pensava:
– Mas sou mulher, tenho um aspecto mais suave.
Procurei concentrar mais na minha imagem e vi as fei­ções
no espelho suavizaram-se um pouco, porém não con­se­gui plasmar
aparência satisfatória para mim.
O aborrecimento ao constatar minha incapacidade e res-
tringimento parece ter me trazido de volta ao soma.
De acordo com minhas vivências, penso ser muito mais
capaz de plasmar a própria imagem extrafísica de maneira
automática e inconsciente do que pela habilidade lúcida.
Apesar das dificuldades, tem sido possível constatar que
os atributos do psicossoma ampliam em muito os sen­tidos
físicos utilizados no soma. A visão, por exemplo, parece estar
distribuída por todo o psicossoma, consti­tuin­do-se numa
espécie de visão dermo-ótica, pois já tive a experiência de me
encontrar sentada à mesa conversan­do com alguém, ao mesmo
tempo em que observava um fato ocorrendo “atrás” de mim.
67

Capítulo 7

Encontrando Entes Queridos

Além de constituir poderosa ferramenta para catali­sar


a evolução consciencial, a projeção consciente pode, às vezes,
amenizar as dolorosas perdas sofridas com à par­tida de entes
queridos, quando estes retornam à procedên­cia extrafísica.
Venho tentando entender os processos de relaciona­
mento entre conscins e consciexes através das experiências
cujo alvo mental estabelecido é um encontro extrafísico.
Já se sabe, em relação à desativação do corpo biológico,
que grande número de consciências passa por um pe­ríodo
de confusão mental, pelo menos até descartarem as energias
residuais do energossoma. Depois, já mais lú­cida, a cons­ciex
vai sentir um grande alívio por estar livre do cor­po físico, na
verdade fardo bem pesado, principal­men­te se a desativação
foi precedida de longa ou grave enfermida­de, idade avançada
ou qualquer outro tipo de dificuldade.
Lamentavelmente outro grande número de consciências
não passa pelo descarte do veículo energético, trans­for­mando
a troposfera do planeta em habitat de legiões de parapsicóticos
satisfazendo as mesmas necessidades básicas de quando eram
seres humanos, com vícios, ape­gos e cobranças, fruto da falta
de lucidez e esclarecimento.
O comportamento de algumas consciexes sugere que
mesmo após o descarte das energias do energossoma, sua
lucidez não é estável. Tudo indica que, tal qual o ser huma­no
cuja exacerbação das emoções leva à diminuição da lu­cidez
na dimensão física, as conciexes também passam por perío­dos
de baixa lucidez.
Já tive encontros com entes queridos dessomados que
se apresentavam lúcidos e coerentes em seus atos. Tempos
68 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

depois, quando era de se esperar que estivessem melhores


ainda, comportavam-se quase à maneira de parapsicóticos.
O fato demonstra a necessidade de treinar a discipli­na
mental e o controle emocional na dimensão física, em favor
de uma existência extrafísica mais lúcida.
Outra constatação: as conciexes nem sempre estão dispo­
ní­veis para um encontro, fato bastante compreen­sí­vel. Ao
desa­tivar o soma, a consciex retorna à procedência extra­física
ou sociedade extrafísica a que pertencia antes da última vida
fí­sica. Certamente, está ocupada em avaliar seus progres­sos
ou desen­volvendo alguma atividade de readaptação. Podemos
es­tabele­cer como alvo mental um en­contro extra­físico, não
a pon­to de perturbar conciexes em sua nova vida. Se elas
estive­rem dispo­ní­veis e em con­dições favoráveis, com­parecerão
ao encontro.
O mais intrigante são algumas situações em que as
cons­ciências, mesmo as mais próximas, mostram-se desin­te­
res­sa­das em fazer contato.
É possível formular algumas hipóteses sobre este tipo
de comportamento.
Ao voltar a sua procedência extrafísica é possível que
a consciex encontre afetos mais antigos e significativos do que
os parentes que aqui ficaram.
Livre do soma e das energias densas, a recém-consciex
tem mais facilidade de acessar sua holomemória. Condição
em que desfruta de maior visão de conjunto sobre suas últimas
existências. Passa a entender o significado da pre­sença de cada
indivíduo de seu grupocarma20 no contexto de sua família.
A hipótese mais provável é que, livrando-se grada­ti­va­
mente dos restringimentos e dificuldades impostas à consciên­cia

20 Grupocarma (grupo + carma) – Conta corrente do grupo cármico,


compõe o grupocarma da consciência, derivado das atividades
interpessoais: a família consangüínea, a família consciencial
e seu círculo de relações polidimensionais.
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 69

pelo corpo físico e, ao resgatar suas memó­rias e atributos,


o período passado neste mundo, com seus ape­gos, passe
a ter cada vez menor importância.
Tive vários encontros com consciências do grupo familiar.
Às vezes, no momento da projeção, o encontro pare­ce
não ter muita importância e vou em busca de outros al­vos.
Ou­tras vezes, mesmo sem ter estabelecido o alvo, busco insis­
ten­temente encontrar meus afetos. E ainda há os encontros
ocor­ridos espontaneamente, sem qualquer programação prévia.
Com a finalidade de demonstrar os diferentes lances
que este tipo de pesquisa pode proporcionar registro, a seguir
alguns, destes encontros.

Sob o Domínio do Emocionalismo


Xangri-Lá, 08 de setembro de 2000, 7h50min.
Ao surgir em um ambiente desconhecido, tive certe­za de
estar projetada.
Não lembro exatamente qual linha de raciocínio ou mo­
tivação fez com que decidisse naquele momento pro­curar minha
mãe, apesar de não ser o alvo mental estabele­cido du­rante a vi­
gília física ordinária. Tentei ir até ela atra­vés do pen­samento,
porém não consegui.
Estava bastante lúcida. Fiz um auto-exame e notei que ves­
tia um dos conjuntos de roupa que mais gosto: Uma calça cin­­za
e a blusa de lã verde.
Na primeira tentativa de atravessar a parede e sair voli­
tan­do, não consegui. Então, armei um impulso e, com certa
di­ficuldade, consegui atravessá-la.
Quando cheguei do lado de fora, estava numa espé­cie de
con­domínio. O lugar era bonito, muito claro, com jardins e piscinas.
Queria sair dali volitando, mas tive dificuldade. Esta­va
pesada, não conseguia subir muito, ou melhor, subia, mas des­cia
70 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

logo. Cheguei a dar alguns impulsos para cima e segu­rar em fios


de luz ou em grades, mas sempre aca­bava no chão.
Sabia, intuitivamente, que para encontrar minha mãe
teria de atravessar distâncias muito longas e pensava ser difícil
alcançar o objetivo se fosse a pé. Mesmo assim, resol­vi pro­curá-la
e saí caminhando. Ao passar por uma pisci­na, quis experimentar
o contato com a água na condição de projetada. Entrei na parte
rasa da piscina de criança e senti a mesma sensação suave da
água envolvendo meus pés, já experimen­tada em outra projeção.
Continuei caminhando e, ao sair do condomínio, pas­sei
por um local muito populoso. Era difícil andar no meio de todo
aquele povo.
Observava e me surpreendia com tipos, os mais estra­nhos
possíveis. Roupas muito coloridas e bizarras. A maioria das pes-
soas era igual a mim na estatura, mas havia mulhe­res enormes.
Analisava aquelas criaturas e pen­sava se seria possível ser feliz
num local assim.
Sem lucidez, alguém poderia permanecer indefinida­mente
preso a um local com tantos estímulos. Às vezes, ficava desorien-
tada no meio daquela cidade apinhada de consciên­cias e corria
com dificuldade. Talvez em razão da densidade da atmosfera ou
do psicossoma. Esperava ter tempo de encon­trar minha mãe antes
de retornar ao soma.
Cheguei a um local que percebi ser a periferia da­que­­la
ci­dade. Havia fileiras de casinhas muito pequeninas. Lem­brava
as favelas da dimensão física, porém eram muito mais limpas
e organizadas. Havia uns homens enormes, espécie de guardas,
em pontos estratégicos do local. Anda­va e, às ve­zes, até atravessava
as paredes das casas e via as pessoas amar­guradas se queixando
dentro das habi­ta­ções.
Atravessei uma última carreira de casas e saí num campo
com alguma vegetação. Conforme andava, a vege­ta­ção ficava cada
vez mais rara, e o ambiente mais denso e desagradável.
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 71

Neste ponto, já praticamente sem controle emocio­nal,


chorava aflita, e dizia:
– Quero te encontrar, mãezinha; quero te encontrar bem.
Não quero te encontrar num lugar ruim.
Alcancei um lugar onde havia uma espécie de estra­da de
areia vermelha que margeava um pântano de lama ne­gra, exa-
lando uma fumaça fétida. Havia pessoas andan­do por ali e vi um
homem vestindo elegantes roupas de executi­vo, com a aparência
de parapsicótico, saindo dali com olhar vago.
Comparei o local com descrições comuns dos cha­ma­dos
um­brais ou purgatórios. Pensava: “minha mãe não pode estar
num ambiente como este”.
Continuava correndo e chorando, cada vez mais can­sada.
Mesmo assim, procurava aproveitar a lucidez da pro­jeção para
encontrar minha mãe. Embora estivesse percebendo estar apenas
na entrada daquele ambiente denso e desagra­dável, continuava
avançando e com medo de encontrá-la na­quele lugar.
Quando a situação ficou insustentável, o ambiente era
muito denso e o emocionalismo exacerbado ao ex­tre­mo, co­me­cei
a perceber a sensação de acoplamento ao soma.
Acordei encharcada de suor com os olhos molhados de
lágrimas.
Não sei explicar esta fixação por encontrar minha mãe
e minha irmã O. na dimensão extrafísica, situação já ocorrida
em outras projeções.
Desde a projeção semilúcida em que uma de minhas
outras irmãs, já dessomada, disse para não perturbar nossa
mãe em sua nova vida, desisti de programar esses encontros
ex­trafísicos.
Poucas vezes tenho tido um nível tão intenso e estável
de lucidez nas projeções; contudo, não consigo entender a ra­zão
de não me dar conta de que talvez as consciências-alvo das
72 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

projeções podem não estar disponíveis ou, quem sabe, não


querem ser encontradas.
Entretanto, um mês depois, tive uma vivência projetiva
rememorada em que estive com minha mãe.

Encontro Espontâneo
Porto Alegre, 19 de outubro de 2000, 2h40min.
A conscientização de estar projetada fora do corpo sur­giu
no momento em que eu e minha mãe estávamos paradas sobre
a ponte, em frente à igreja matriz do muni­cípio interio­rano de
São Vendelino. Contava a ela uma outra projeção ocor­rida dias
antes, quando havia ficado lúcida e me per­cebido parada em
frente à antiga escola (atualmente um pos­to da Brigada Militar),
observando a casa de meu irmão, onde ela havia morado até pouco
tempo antes de dessomar. Havia ido até lá volitando, pen­sando
poder encontrá-la ainda no local. Quando cheguei, lembrei-me
de que ela não poderia mais estar lá porque havia dessomado há
mais de trinta anos.
Ocorreu-me perguntar sobre sua situação logo de­pois de
ter dessomado.
Ela respondeu em alemão – quando conscin, pratica­mente
só se expressava neste idioma:
– Durante muito tempo ainda fiquei doente pensando
estar hospitalizada. Quando comecei a estranhar a ausên­cia de
vocês todos e perguntar por que não recebia visitas dos meus filhos
e ne­tos, contaram que já tinha morrido.
Neste momento, acordei de maneira abrupta.
Este encontro ocorreu de modo natural, embora não
o tenha estabelecido como alvo durante a vigília física, e sem
a emoção esperada.
Não sei explicar a causa do retorno repentino. Terá sido
para que tivesse uma rememoração perfeita?
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 73

A Data do Retorno

Xangri-Lá, 03 de novembro de 2000, 7h45min.


Minha lucidez manifestou-se gradualmente, quando acom-
panhada do prof. D. subia uma escadaria antiga e che­gávamos
a um local onde estava sendo realizado um curso.
Ao entrarmos, o professor desapareceu.
Era um ambiente bem amplo e havia grande núme­ro de cons­
ciências ali, para prestarem algum tipo de exame ou teste.
Examinava o ambiente e as pessoas procurando por alguém,
muito embora não estivesse plenamente cons­ciente sobre quem
procurava. Até que avistei minha mãe, sentada bem em frente
a uma professora, que lhe fez uma pergunta:
– Cite uma das diferenças básicas entre a vida física e a vida
não física.
Minha mãe respondeu:
– Uma das diferenças básicas é que, na vida física, a pessoa
nasce bem jovem e morre velha, e na vida não fí­­si­­ca a pessoa nasce
velha e morre jovem.
Quando a aula terminou, ela se aproximou de mim por­
tan­do uma pasta com livros, cadernos e, radiante de feli­cidade,
disse-me que retornaria à vida física dentro de 16 anos. Estava
jovem, como nunca cheguei a vê-la nesta vida (quando nasci já
contava 48 anos de idade), modesta e sorridente – isto também
é novidade, pois quando nasci ela já estava muito doente, sofrida
e raramente sorria.
Depois disso, acompanhei-a até sua casa, em uma espécie de
condomínio extrafísico. Seu quarto possuía uma grande janela de
onde se avistava um grande quintal onde havia muitas plantas.
Nesse momento ocorreu-me: quando acordasse, não poderia
esquecer de contar ao M. que minha mãe seria pro­fessora em sua
próxima vida.
74 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

Em algum momento, perdi a lucidez, mas quando acor­dei


às 7h45min, senti-me revigorada, como se tivesse tido um repouso
intenso. Não estava assim quando me levantei por alguns mo-
mentos às 6h. Repousei mais intensa­mente nestes poucos minutos
do que durante a noite inteira.

Conduzida para um Encontro

Porto Alegre, 30 de novembro de 2000, 5h51min.


Acordei com o barulho feito pelos meus vizinhos de apar­
tamento às 2h10min e perdi o sono. Levantei-me para ler um
pouco, mas sentia muitas dores e, por isso, voltei para a cama
e iniciei uma intensa mobilização de energias.
Olhei o relógio pela última vez às 4h50min. A seguir,
sem sentir a descoincidência dos veículos de manifestação, já me
percebi viajando em um carro com mais quatro consciên­­cias nas
figuras de quatro jovens, duas moças e dois rapazes.
Com pouca lucidez extrafísica, achava a situação es­tra­nha.
Procurava raciocinar e tentava lembrar como ha­via ido parar ali
e para onde estava sendo levada.
Por duas vezes, me questionei se teria morrido e se estaria
sendo levada para algum lugar; em outras, se estaria projetada,
porém, nestes momentos, parecia que meu nível de lucidez bai-
xava. Não fui abordada pelos jovens, aliás, não lembro de tê-los
ouvido comunicando-se entre si.
Observei a paisagem e pensei que, com certeza, não está-
vamos no Brasil. Em determinado trecho da estrada, viam-se
enormes pedras do lado direito e uma fila de árvo­res ilu­minadas,
muito embora pudesse notar ser dia claro. As árvores apresenta-
vam folhas brancas em lugar de ver­des. Nesse ponto há lacuna
na lucidez ou na rememoracão. Em seguida, chega­mos a uma
casa. Fui deixada sozinha e fiquei parada na porta de um cômodo
semelhante a uma ampla cozinha. Havia grande mesa no centro
do aposento com muitos utensílios.
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 75

Três dos meus acompanhantes dirigiram-se a um salão, par-


cialmente visível. Sentaram-se em torno de uma enor­­me mesa, na
qual havia muitas pessoas, ao que pareceu, fazendo uma refeição.
A outra jovem dirigiu-se ao fogão, recolhendo utensí­lios
e tive a intuição de que prepararia algo para comer­mos. Então,
per­guntei:
– Queres ajuda?
– Não, pode deixar.
Continuei parada ali, observando tudo, sem enten­der di­
reito o que se passava.
Voltando a atenção novamente para o grande salão, onde
vá­rias pessoas faziam a refeição, vi uma delas (de costas para
mim) levantando-se. Quando se virou, reco­nhe­ci minha irmã
O. Nesse momento, pensei novamente já ter dessomado, por isso
esta­va ali com ela. Conforme ela se aproximava, minha lucidez
foi se intensificando e ouvi quando comentou, limpan­do a boca
com um lenço que trazia nas mãos:
– Há muito tempo não tomo um café tão bom.
Quando me encarou, seus olhos ficaram cheios d’água
e, com uma expressão de estranheza no rosto, indagou:
– Como vieste parar aqui?
Sentindo-me impotente naquele momento para ex­pli­car
o fato de estar projetada e temendo que ela não pu­desse entender
ou que repentinamente a emoção promo­vesse o re­torno ao soma,
apenas respondi:
– Pois é. Não sei... Temos de pensar sobre isso.
Naquele instante, lembrei-me de todas as tentativas já
fei­tas para encontrá-la, sem conseguir, e quantas dúvi­das e ques­
tionamentos isso tinha gerado. O encontro a tanto tem­po de­sejado
estava acontecendo e agora estávamos ali, em condições seme­
lhantes, ambas de psicossoma.
76 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

Senti intensamente ser uma oportunidade única e muito


rara de sentir novamente sua solidez.
Aproximei-me e pedi:
– Me dá um abraço bem forte. Minha irmã, quanta sau­
dade, quanta saudade!
Abraçamo-nos; começamos a chorar e, infelizmente, de­vido
ao emocionalismo, voltei para o corpo sentindo ainda todas as
re­percussões do encontro.
Todo o episódio mostra o porquê de até agora não ter
conseguido encontros mais significativos com as cria­tu­ras ama­
das fora do soma. Ainda não tenho maturidade para controlar
o emocionalismo.
Fico pensando no esforço dos amparadores para pro­mo­­
ver este encontro, que poderia ter sido muito mais provei­­­toso
do ponto de vista científico e investigativo se tivesse maior
controle emocional. Poderia ter conversado com ela; saber
mais de sua situação atual e tudo o mais, mas, infe­liz­mente,
percebi o quanto ainda sou dependente de cons­ciências extra­
físicas amigas.
De qualquer forma, passei o dia me sentindo imensa­
mente grata a eles por este presente.
Outro aspecto digno de nota é a frustração de não con­
seguir passar para outras pessoas a magnitude da experiência.
Mesmo querendo, não se consegue passar uma idéia do sig­
nificado de uma vivência dessas para alguém que nunca ex­
perimentou uma projeção lúcida em toda sua vida.
Nossos seres amados estão logo ali e o encontro com
eles depende exclusivamente de nossa vontade de evoluir,
de aprender, de investir na lucidez, na pesquisa, no auto­
conhecimento e no autocontrole emocional.
77

Capítulo 8

Experiências da Quase-Morte

As Experiências da Quase-Morte têm sido relatadas


fre­quentemente nas mais diferentes culturas, bem como
nas mais variadas camadas sociais, que começam a chamar
a atenção de alguns setores da comunidade acadêmica. Di-
versos pes­quisadores da ciência convencional já admi­tem
a possibi­­lidade da existência da individualidade do ser cons-
ciente, independente do cérebro físico.
Em geral, o fenômeno ocorre quando o indivíduo so­fre
algum acidente, choque elétrico, ataque cardíaco, trau­ma­
tismo craniano ou anestesia geral por cirurgia. Nes­se momen­
to, a pessoa se vê fora do seu corpo físico, enquanto este
é socorrido ou atendido por médicos e en­fermeiros.
Ao recuperar-se, a pessoa acorda e relata minuciosa­
mente todos os procedimentos e cuidados tidos com seu cor­
po, deixando surpresos parentes e principalmente mé­di­cos.
Muitos dos casos registrados são de pessoas que estiveram
clinicamente mortas, segundo atestados médicos.
O ato de a consciência se ver projetada, observando
o corpo físico, enquanto está fora dele – fenômeno conhe­
cido como autobilocação – pode ocorrer independen­temente
da EQM.
O fenômeno da EQM, frequentemente, provoca uma
alteração extraordinária na vida da pessoa. Entretanto, a saída
do corpo físico ocorre todas as noites durante o so­­no, porém
a maioria das pessoas passa pelo fenômeno sem lu­cidez. Isso
significa que, ao desenvolver a lucidez nas proje­ções, a própria
pessoa pode desencadear essa renovação.
Segundo Vieira, uma única experiência de proje­
ção cons­ciente com elevado percentual de lucidez desafia
78 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

o ra­ciocínio do indivíduo gera o inevitável aumento da sua re-


flexão mental e faz com que o mesmo pare para pensar, obser-
vando, mais atentamente, os fatos da vida e a sua maneira de ver
o mundo, causando profundas mudanças in­dividuais de opi-
nião e comportamento.
Um dos pioneiros nas pesquisas de Experiências da
Quase-Morte – EQM, conferencista e divulgador deste gênero
de experiência, o psiquiatra americano, Dr. Ray­mond Moody
Jr., é bastante conhecido do público brasilei­ro através do seu
livro Vida Depois da Vida editado, também, em vídeo.
Outros pesquisadores nesta área, que também mere­cem
ser mencionados: Elizabeth Kübler-Ross e Melvin Morse – este
último realizou um trabalho mais voltado às Expe­riên­cias da
Quase-Morte de crianças, cujos relatos não diferem muito
dos relatos dos adultos.
Um dos efeitos causados pela autobilocação, seja ela
pela EQM ou provocada pela própria pessoa, é a perda do
me­do da morte.
O medo da morte foi a mola propulsora de minha bus­ca
de conhecimento. Dentre todas as metas, a mais ar­den­te­mente
buscada desde o início das experiências foi conseguir produzir
o fenômeno da autobilocação.
Depois de ter vivenciado várias projeções conscienciais
lúcidas, ainda tive certa dificuldade de manter a concen­tração
mental e o controle necessário para executar a ação extrafísica
planejada durante a vigília física ordinária. Ela somente ocor­
reu no dia 19 de outubro de 1996.

Autobilocação Consciencial
Xangri-Lá, 19 de outubro de l996, 5h55min.
Acordei às 3h20min e fui para a base física.
Fiz a mobilização básica de energias por aproxima­da­
mente uma hora e meia. Procurava perceber a energia vibrando
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 79

e expandindo-se, tanto no conjunto como em cada segmento do


corpo separadamente.
Quando o energossoma ficou expandido e vibrante, comecei
a aplicar uma técnica para estimular a glândula pi­neal: circulei
energias por uma linha imaginária que vai de um ouvido a ou-
tro, passando exatamente pelo centro do cére­bro onde se encontra
a pineal. Logo depois, deitei sossega­damente sobre meu lado direito
visando dormir novamente.
Vindo do interior do domicílio, minha lucidez extra­física
surgiu ao chegar à rua em frente à nossa casa.
Dei o costumeiro impulso para cima, ergui-me do solo mais
ou menos três metros, mas algo me travou; contudo a lucidez era
extraordinária, quase uma expansão de cons­ciência.
Toquei a nuca e senti um feixe de fios maleáveis, se­me­­
lhan­te a um cone – mais grosso na base e mais fino conforme se
dis­tanciava.
Lembrei da agenda extrafísica. Pensei em me deslo­car até
o apartamento para consultá-la, depois racioci­nei: não preciso ir
até lá, lembro dos alvos definidos nela. O primeiro é a autobilo­
cação.
Procurei localizar nossa casa. Não havia me afastado
mui­to, e quando cheguei, fui entrando em direção ao dor­mi­tório
onde repousava o soma, observando portas e pare­des se abrindo
à minha passagem.
Quando entrei no dormitório, senti a presença de uma cons-
ciex e observei a posição da cama. Não corres­pon­dia exatamente
à sua posição intrafísica. Cheguei perto do soma observando os
detalhes do rosto físico e senti uma emoção indefinível.
Toquei no ombro e no braço. O soma estava deitado so­-
bre o lado direito, da mesma forma que havia ficado ao ador-
mecer.
80 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

Passei a paramão na cabeça, sentindo grande afeto pelo


corpo cujo rosto estava tão pálido, iluminado por um feixe de
luz muito claro e brilhante e, por alguma razão, passava uma
sensação muito grande de desamparo.
Procurando evitar a interiorização afastei-me, pen­sando
na segunda meta agendada: exteriorizar energias e, embora, isto
não estivesse anotado, pareceu-me naquele momento ne­cessário
direcionar as energias para alguém.
A seguir, caminhava por uma rua de uma região cros­tal
muito densa, semelhante às nossas favelas, onde andavam crianças
- consciências extrafísicas.
Um menino negro olhou-me intrigado e passei a exte­rio­
rizar energias em sua direção. Percebi fluir das para­mãos algo
se­melhante à neblina ou fumaça, expandindo-se em con­­tornos
suaves e com nuanças em cores, onde predo­minava a prateada,
semelhante a purpurina. Conforme transferia ener­gias, o senti-
mento de amor por aquela crian­ça se intensificava.
O garoto continuava me olhando e, conforme recebia as
energias, foi mudando a expressão do rosto até abrir um sorriso.
Na maneira bem característica de uma criança de oito anos, saiu
correndo e dando cambalhotas.
Pensei, então, no terceiro alvo da agenda: produzir o estado
vibracional extrafísico e novamente estava na nossa rua, procuran­
do um local mais reservado, pois havia intenso vai e vém de
cons­ciências extrafísicas e conscins projetadas.
Em dado momento, senti dificuldade em caminhar. As­sim,
pensei em deslizar e o deslocamento se tornou muito mais fácil.
Enquanto me deslocava, sentia a pressão de um volume
na base da nuca ou na parte superior da coluna. Por este mo­
tivo ra­cio­cinei: existe uma diferença entre sentir o corpo físico
e o psi­­cossoma, mas se for apenas isso, não será difícil acostu­mar-se
quan­do a mudança for definitiva.
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 81

Depois do sucesso conseguido com a exteriorização de


ener­­gias, pensei que o estado vibracional deveria pro­duzir um
gran­de bem-estar.
Quando comecei a circulação fechada de energias, cheguei
a sentir algo indefinível, mas imediatamente perce­bi o retorno
e, gradativamente, deu-se o acoplamento com inten­sa sensação
de vibração por todo o soma.
Acordei às 05h55min e imediatamente iniciei o registro
da vivência.
O fenômeno, tão obstinadamente buscado, final­mente
havia acontecido, extinguindo completamente os resquícios
de tanatofobia21, porventura ainda remanes­cen­tes, em meu
mi­crouniverso consciencial.
A autobilocação é um acontecimento tão impactante
que provoca na pessoa uma profunda mudança de para­dig­
ma. A partir dela, não importa o que lhe digam, a pes­soa tem
a certeza íntima de ser muito mais que um corpo biológico.

21 Tanatofobia (tanato + fobia) – Medo da morte.


82

Capítulo 9

Onde Buscamos Nossa Criatividade?

Ao analisar o conjunto de relatos registrados no diário de


experiências projetivas, é possível formular hipó­teses sobre as
causas da busca de inspiração dos seres hu­manos em qualquer
campo de atividade, mesmo de modo inconsciente.
Possivelmente, boa parte da motivação para nossas cria­
ções se origina na dimensão extrafísica.
Teria o homem inventado o avião inspirado na sen­sação
de vôo livre quando está fora do corpo, onde exercita de modo
natural a volitação?
O telefone poderia ter sido inventado por alguém que,
sentindo-se preso pelo restringimento intrafísico, res­sentia-se
da falta da comunicação telepática?
Ao criar o computador, o homem não teria preten­dido
substituir, ainda que de maneira rudimentar, o acesso mais
fácil ao seu corpo mental – mentalsoma, sede da sua memória
integral onde estão os arquivos de todos seus atos e aconte­ci­
mentos ao longo de suas várias vidas?
Criando tecnologia, estaria o ser humano tentando tra­
zer para a vida física arremedos dos atributos de que desfruta,
quando liberto do corpo físico?
Para alguém descompromissado com a verdade e pos­
suidor de grande criatividade para complementar os fatos com
ficção, uma só projeção de consciência lúcida e rememorada
seria suficiente para escrever vários livros.
Chega-se facilmente à conclusão de que algumas rea­
li­dades percebidas em outras dimensões, mesmo de modo
semiconsciente, extrapolam as mais bizarras criações da di­
mensão física.
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 83

Quem se projeta com alguma lucidez sabe perfeita­mente


do que estou falando.
Houve ocasiões em que foram percebidos seres extra­
físicos que nem a mais ousada imaginação descreveu, e, por­tanto,
sem registro na memória cerebral. Animais abso­­lu­ta­mente
desconhecidos e também seres impossíveis de clas­sificar, que,
sem dúvida nenhuma, fazem parte do nosso universo. Animais
muito semelhantes a lebre que co­nhe­ce­mos, porém com os
olhos de uma coruja, ou gatos mi­núsculos com o fo­cinho alon-
gado parecidos ao nosso hi­popótamo, so­mente para exemplo.
Uma surpreendente experiência extrafísica acabou com
todo meu ceticismo a respeito da hipótese de existência de
pequeninos seres da natureza, muito explorados em certos
tipos de literatura.
A falta de conhecimento mais amplo a respeito destas
criaturas me impede de formular qualquer hipótese a elas
relacionada. Em respeito à autenticidade, não poderia, no
entanto, deixar de registrar a constatação da existência de
estranhas criaturinhas.

Estranhas Criaturinhas

Porto Alegre, 20 de abril de 1998, 6h10min.


Como se estivesse em plena vigília física ordinária, per­cebi-
me caminhando pela Rua Venâncio Aires em dire­ção ao Pronto
Socorro Municipal da cidade de Porto Ale­gre, onde moro.
Casualmente, olhei para dentro do jardim de deter­mi­nada
casa e vi uma casinha, tal qual as de brinquedo, e, em volta dela,
havia pequeninos seres, um pouco meno­res que a mão de uma
pessoa adulta. Essas criaturinhas pareceram agitadas e nervosas
84 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

por alguma razão. Sem questionar o inu­sitado do fato, cheguei


perto, estendi a paramão e uma mulher pequenina, perfeita em
todos os detalhes, subiu nela. Ergui-a até bem perto do rosto
e lhe perguntei se precisava de ajuda. Numa comunicação to­tal­
mente telepática – pois não foi ar­ticulada qualquer pa­lavra – ela
dispensou ajuda e nesse mo­mento, ainda com aquela criaturinha
sobre a mão, a estranheza da situação atingiu-me em cheio e só
então fiquei lúcida, pois me per­cebi projetada.
Perguntei se ela queria voltar para a casinha e, sem­pre
te­le­paticamente, respondeu que sim. Delicadamente depositei-
-a de volta ao local, virei-me e alcei vôo.
Nesse momento, estava bem em frente ao Pronto So­corro
Municipal e lembro-me de ter passado através dos fios da rede de
iluminação pública do local. Isso causou uma es­tranha repercussão
de onda elétrica em meu psicossoma.
A seguir, procurei refrear o impulso de euforia e desci na
calçada, procurando me sentir, analisar, ver quais eram meus
trajes extrafísicos e ampliar minha lucidez.
Olhei-me de cima para baixo. Usava um velho abrigo verde
escuro (já descartado na época da experiência). Quando examinei
minhas paramãos, além de achá-las muito brancas, vi em meus
dedos uma espécie de segmento ou elongação, fato encarado com
naturalidade naquele mo­men­to. Sabia, ins­tintivamente, que
a elongação dos dedos estava relacionada ao ato de volitar.
Tentei me concentrar e lembrar um alvo mental, mas não
tinha nenhum pré-programado.
Pensei, então, em fazer algo que pudesse ser confir­mado
posteriormente, na vigília física ordinária, mas me senti res­tringi­
da igual a um balão cativo, sem autonomia para ir aonde queria.
As tentativas frustradas e a ansieda­de fizeram-me retornar ao
soma.
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 85

Ao acordar, fiz, imediatamente, o registro do evento no


gravador com a curiosidade aguçada. Muito embora já tivesse
transitado por ali dezenas de vezes, não lembra­va da existência
de fios e cabos da rede elétrica em frente ao Pronto Socorro
Municipal. Tinha, porém, a certeza de conseguir iden­tificar
a casa em cujo jardim havia visto os pequeninos seres.
De posse de uma câmara fotográfica, mal consegui
con­ter a curiosidade até chegar lá e constatar a existência da
rede de fios e cabos aéreos, tal qual a que havia trans­pas­sado
de psicossoma. Um pouco adiante, identifiquei e fotografei
tam­bém a casa com o pequeno jardim.
86

Capítulo 10

Autocomprovações

Em várias ocasiões, tenho tentado produzir alguma


pro­va física de minha atuação de psicossoma.
Uma das ocasiões foi quando, aproveitando o fato de
estar sozinha no apartamento de Porto Alegre, espalhei uma
fina camada de talco no assoalho de tábuas escuras e polidas
do dormitório, na esperança de imprimir algum ves­tígio com
os pés extrafísicos, mesmo que fosse num desprendimento
in­consciente.
O experimento foi um total fracasso.
Nesta noite, fui cedo para a cama e apliquei todas as
técnicas possíveis. Fiquei horas mobilizando energias, tentan­
do produzir uma projeção consciente, sem êxito.
Pela manhã, ao levantar, notei que havia muitas mar­cas
de pés na camada de pó. Durante a madrugada tive ne­ces­si­dade
de ir ao banheiro e as marcas eram dos pés físicos.
Em outra ocasião, tentei recurso semelhante, espa­lhan­do
fina camada de talco sobre a mesa da sala. Minha intenção
era produzir uma projeção consciente dentro da base física
e, mantendo o controle mental, tentar ir até a sala e imprimir
as marcas das paramãos no talco ali es­pa­lhado. Por vários dias
repeti a experiência, sem resul­tado positivo.
Depois de ter lido o livro Aventuras Além do Corpo, de
William Buhlmann, no qual o autor relata alguns experimen­
tos onde se concentrava no objetivo de movimentar objetos
durante seus períodos extracorpóreos, obtendo resultados
inesperados, porém muito interessantes, fiquei novamente
motivada. Lembrava especialmente do experi­mento onde
o autor equilibrava vários lápis em diferentes locais pelos quais
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 87

passava normalmente, com a intenção de lembrar-se de ten-


tar movê-los estando em estado extra­corpóreo. Em lugar de
lápis, usei, durante vários dias, fo­lhas de papel precariamente
equilibradas sobre uma régua apoiada em dois banquinhos
de cozinha posicionados em local bem visível.
Durante o período da experiência, consegui produ­zir
duas breves projeções, mas em nenhuma delas tive su­ficiente
autocontrole para chegar até as folhas de papel. Em ambas,
minha lucidez surgiu em ambiente desconhe­cido. Na pri­
meira, lembrei do alvo mental estabelecido, mas na tentativa
de voltar ao domicílio, sem controle, interiorizei-me no soma.
Na segunda, nem sequer lembrei-me do propósito. Em outra
ocasião, as folhas ama­nhe­ce­ram no chão, mas qualquer brisa
noturna poderia tê-las derrubado, e, de qualquer modo, na­
quela noite, não houve lucidez extrafísica.
Tive, no entanto, uma experiência, com excelente per­
centual de lucidez em que o desejo de produzir uma prova
nasceu-me no íntimo da consciência, já em estado extra­cor­
póreo.

Produzindo Provas

Porto Alegre, 09 de novembro de 1998, 7h15min.


Acordei às 5h20min com dor de cabeça bem forte; procurei,
então, posição mais confortável na cama para ver se conseguia
dormir mais um pouco e despertar bem.
Iniciei a mobilização básica de energias e instalei um estado
vibracional tão intenso quanto me foi possível nas cir­cunstâncias
e procurei relaxar.
Ainda deitada, pensava nos operários da construção de um
edifício nos fundos do prédio em que vivíamos. Pro­vavelmente
começariam a trabalhar logo, fazendo a barulheira de costume.
Ouvia, também, o canto insis­tente de um sabiá nas proximidades,
88 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

algo normalmente agradável, porém devido à dor de cabeça, na­


quele mo­mento, representava um incômodo.
Devo ter passado por um gap de lucidez, pois, em dado
momento, reparei não ouvir o canto do sabiá e nem sentir mais
dor de cabeça.
Sentei-me na cama, olhei minhas pernas, achei-as muito
brancas e compridas. Levantei. Notei não estar no meu quarto
e sim num outro, usado para estudos. Porém, naquele momen­to
toda essa situação não me pareceu muito estranha. Retornei ao
quarto de dormir e, só então, estranhei ao avistar a janela aberta
e um cobertor no chão. Estava sozinha em casa e não lembrava de
ter aberto a janela nem de ter deixado o cobertor no chão. Olhei
para fora, vi um monte de brita molhada nos fundos da obra
e pensei: deve ter chovido.
Voltei em direção à sala e quando estava no cor­redor, entre
os dormitórios e o banheiro, refleti: sensação estranha. Estou me
sentindo tão leve, devo estar projetada.
Dei o costumeiro impulso e comecei a volitar dentro do
apartamento.
Primeiro tive a idéia de procurar fazer algo a fim de poder,
posteriormente, provar a mim mesma que estivera fora do soma.
Olhei sobre a estante da sala, vi o elefante de por­celana na pra­
teleira mais alta e pensei: vou ver se consigo im­primir a marca
de minhas paramãos no pó que deve estar acumulado na prate­
leira.
Volitei até lá e passei as paramãos em círculos sobre a ma-
deira polida. Fiz isso com muito ímpeto, colocando o máximo
de energias possíveis.
Preocupava-me com a possibilidade de um retorno abrup­to
devido à proximidade do soma, por isso, tratei de ir logo em busca
do meu alvo mental pré-programado: ve­rificar qual objeto meu
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 89

marido havia colocado, a meu pedido, sobre a mesa de canto na


casa da praia. Procurava acessar a dias através da clarividência
viajora ou projeção consciente e ainda ignorava qual seria.
Atravessei a janela da sala com a veneziana fechada e senti
uma intensa sensação vibratória, semelhante a um cho­que elétrico.
Cheguei a volitar sobre copas de árvores no quintal da vi­
zinhança, mas já tinha plena consciência de que não iria lon­ge,
pois a repercussão ou efeito de atravessar a ja­nela fe­chada me le­
varia de volta ao soma, e realmente co­mecei a me sentir sugada,
acordando às 7h15min.
Abri a janela. Vi que havia chovido. Havia, porém, um
sol tímido e a manhã se apresentavam tal qual vista du­rante
a projeção.
Quando fui verificar se havia conseguido imprimir
mi­nhas paramãos no pó acumulado sobre a estante, obser­vei-
-o levemente remexido, contudo não havia sinais dos meus
dedos ou das mãos impressas nele.
Bem no íntimo, tenho dúvidas de ter conseguido real­
mente alterar as partículas de pó – mesmo estando notadamen­
te com aspecto remexido, como se tivesse sido tocado por
pano ou espanador, sem ter sido removido, justamen­te, do
lado direito da estante onde fiz a tentativa extrafísica de pro­
duzir uma prova física.
Apesar da relutância em admitir integralmente a pro­
va física, ninguém além de mim mesma poderia ter tocado
na­quele local:
1o fazia mais de 30 dias que a prateleira mais alta da
estante não havia sido limpa nem lustrada.
2o não costumo usar espanador e só é possível alcan­çá-la
com o auxílio de uma escada e por isso mesmo não me ocupo
dela com muita frequência.
90

Capítulo 11

Confirmações Posteriores

O registro minucioso e imediato das ocorrências projeti­


vas é fundamental para uma pesquisa eficaz. Quan­to mais
tem­po passar antes de registrarmos uma projeção, tanto mais
difícil será lembrarmos dos detalhes.
Algumas ocorrências podem ajudar para confirma­ções
posteriores das experiências fora do corpo, por exem­plo: leitura
de placas, localização, clima, os tipos de energias gravitantes
nos locais visitados, acidentes geográficos, se dia ou noite
e outros fatores.
Os episódios a seguir mostram a necessidade e o acer­
to dos registros de todas as experiências extrafísicas pessoais.

Identificando as Energias de um Ambiente

Xangri-Lá, 23 de setembro de l996, 7h.


Deitei-me sozinha na base física, com pouco sono, e iniciei
a mobilização básica de energias, tinha a finalidade de produzir
uma projeção consciente.
Durante os exercícios bioenergéticos sentia variadas sensa-
ções de toques sutis e aragens no rosto.
Quando comecei a sentir contrações involuntárias, tive
vá­rios flashes, mas acabei dormindo, obtendo sonhos confusos.
Acordei às 5h05min. Novamente iniciei os exercícios ener-
géticos até ficar cansada da posição em decúbito dor­sal e deitei
sobre meu lado direito.
Adveio o estado hipnagógico e sentia-me em decúbi­to dor­
sal. Na verdade essa era uma impressão do psicosso­ma, pois o so­ma
continuava deitado de lado.
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 91

Tive, a seguir, forte mioclonia, com o parabraço direi­to


saltando para o lado.
Senti perfeitamente vários reencaixes, perdi a lucidez
e seguiu-se mais um sonho confuso.
Às 7h, acordei e através da janela do banheiro vi que
ainda estava escuro. Grossas nuvens forravam o céu. Dei­tei-
-me novamente e a lucidez surgiu quando caminha­va por um
corredor – parecia ser de um hospital. Passei por um homem,
ainda jovem, com aspecto de sonâmbulo, não sei se era cons­cin
ou consciex. Ele tinha manchas em parte do abdômen, no rosto
e costas, semelhantes a tecido necrosado. Fiquei ob­servando-
-o e pensei: está com câncer e veio aqui para se tratar.
Segui em frente, atravessando outros aposentos, até um
quarto onde me pareceu que deveria encontrar alguém, mas
a cama desfeita estava vazia. Voltei, então, pelo mesmo cami­nho,
pensando em observar tudo para não esquecer detalhes.
O prédio estava sendo pintado, pois as paredes eram da
cor de cimento e havia latas de tinta e pincéis sobre fo­lhas de
jornal num canto da casa. Ao passar por determi­nado apo­sento,
tive a visão da parte de uma rua. Observei pequena árvore um
pouco inclinada na calçada do outro lado da rua. Pensei: vou
observar este prédio com cuidado, pois está loca­lizado no bairro
Menino Deus e quando chegar a Porto Alegre vou pegar o carro
e descobrir onde fica.
Pareceu-me que o prédio estaria localizado em uma es­
quina, com duas frentes. Era uma casa antiga – estava sendo
reformada.
Tentarei localizá-la.

28 de setembro de l996 – sábado.


Depois de uma semana de chuva contínua, final­men­te
consegui dar uma volta no bairro Menino Deus para procurar
a casa onde estive projetada.
92 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

Parecia ser muito fácil localizá-la, apesar de não


a ter visto por fora. Mas não foi bem assim.
Por ter imaginado a casa como um local de assis­tên­cia
devido à procura de consciências enfermas, tive a sen­sação de
que seria uma espécie de clínica ou casa espírita. Não conse-
gui localizar nenhum trecho de rua onde pudes­se identificar
o ângulo visto de dentro da casa. Também não sei explicar
o porquê da certeza dela estar localizada no bairro Menino Deus.
No dia 13 de novembro de 2001, recebi o convite de
uma colega do IIPC para ver algumas casas, pois o imóvel
onde na época eram desenvolvidas as atividades pedagó­gicas
do IIPC estava se tornando muito pequeno.
Minha colega havia pegado chaves de várias casas para
alugar, juntamente com os endereços em algumas imo­bi­liá­
rias. Primeiro fomos ver uma no bairro Bom Fim e, depois,
rumamos para o Menino Deus. Sabia que a casa estava loca­
lizada na Rua Botafogo, e somente isso.
Minha colega estacionou seu carro, descemos e ela disse
que teríamos que andar um pouco. Fomos cami­nhando e con­
versando distraidamente. Ao atravessar uma rua trans­versal
a Rua Botafogo, comecei a sentir intensos ba­nhos de energia
e uma sensação estranha de intensa ativi­dade no plexo solar.
Parei e olhei em volta, exclamando: conheço este lugar! Mi­
nhas energias estão reagindo inten­samente.
Estávamos em frente a uma antiga casa de esquina e a co­­­lega
informou ser esta a casa a ser avaliada para lo­­ca­ção. Con­forme
fomos entrando, as energias do ener­gos­soma reagiam cada vez
mais intensamente às energias do ambiente.
Tive certeza de se tratar do mesmo local onde havia
estado projetada. Ao passar em frente à porta de entrada,
reconheci o mesmo ângulo da rua e a árvore levemente in­
clinada situada do lado oposto da casa.
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 93

Às vezes, a confirmação de algum evento não se dá de


imediato como neste caso – passaram-se cinco anos, havendo
plena confirmação e reconhecimento do ambien­te onde nunca
tinha estado fisicamente antes. Hoje, na casa, funciona uma
fundação que faz pacíficas e positivas campanhas dirigidas aos
jovens sobre os perigos do uso de drogas ao volante.
Permanecem muitos questionamentos referentes a esta
projeção, por exemplo:
Por que a casa me pareceu ser um hospital ou local de
assistência?
O que havia lá na época da projeção?
Com quem fui encontrar lá?
Poderia haver um campo de energias hígidas atrain­do
para o local, atividades sadias, tais como cursos peda­gógicos
do IIPC ou a fundação atualmente lá sediada?
Com empenho, talvez ainda seja possível resgatar estas
e outras informações que ficam em aberto, porém devidamente
registradas.

Falso Despertar

Xangri-Lá, 22 de novembro de 1999, 6h20min.


Após permanecer acordada por alguns momentos, voltei a
dormir e a seguir surgi no apartamento, em Porto Alegre, parada
em frente ao espelho do roupeiro no quar­to usado para estudo.
Olhava-me e achava-me diferente. Estava com apa­rên­
cia muito mais jovem, magra e os cabelos eram mais com­pridos
e claros.
Vi o mostrador do videocassete piscando, fato que ocorre
sempre que falta energia elétrica. Depois observei a superfície
94 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

do roupeiro com aspecto de lambuzado de óleo. Nes­se momento,


surgiu a lucidez e me reconheci pro­jetada. Tinha plena certeza
de estar fora do corpo, mesmo antes de dar o costumeiro vôo para
volitar e confirmar a projeção.
Procurei, então, acentuar a lucidez, examinando deta­­
lhadamente a mim e ao ambiente. Vi o quarto tal qual ele é nos
seus mínimos detalhes. Todas as incongruências haviam desapa-
recido e ele estava tal qual se apresenta na dimensão física. Sabia
estar lá na condição de projetada.
Foi um momento de pique máximo de lucidez. Pensei em
sair porque queria ver os arredores de cima do telhado. Dei, assim,
o costumeiro impulso, sabendo poder atraves­sar a chapa de alve­
na­ria e o telhado. Também estava ciente de poder parar em uma
outra dimensão, embora não qui­sesse, pois a meta era ver o que
pudesse a partir da dimen­são intra­física. Entretanto, senti difi­cul­
dade de deslocamento ficando “entalada” na parede de alvena­ria
presa em um tubo escuro, fazendo esforços para abrir os olhos sem
con­seguir. A agitação acabou por me trazer de volta ao soma. Por
breve momento, percebi-me na cama. Pouco depois, num falso
despertar, já estava em um outro local, sem lu­ci­dez, e contando
para meu marido que havia consegui­do me projetar, porém, com
o esfor­ço feito para atravessar a chapa de cimento, tinha acordado.
Com a diminuição da lucidez, ocorreram mais alguns fatos
confusos e só percebi a ocorrência do falso despertar ao acordar
realmente.
Mais tarde contei a experiência para M. e ficamos con­
jeturando se teria faltado luz em nosso bairro. Há um grande
hospital e o Pronto Socorro Municipal nas proximi­dades e, por
isso, é raro faltar energia elétrica nas imediações.
Foi difícil segurar a curiosidade até chegarmos ao apar­
tamento em Porto Alegre, dois dias mais tarde, e ve­rificar
o videocassete piscando realmente, conforme havia vis­to na
condição de projetada.
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 95

Por sorte, havia comentado o fato com outra pessoa que


pôde testemunhar o acontecimento.

Sondando Aspectos Intrafísicos dos Ambientes

Xangri-Lá, 05 de março de 2002, 6h10min.


Retirei os travesseiros de onde me recostava e deitei de lado,
pensando em dormir mais um pouco. Imediatamen­te me perce-
bi observando o quintal da casa através da janela. Observava
a dimensão física. A sensação de bem-estar e le­veza me fez perceber
a condição extra­corpórea.
Atravessei a veneziana fechada e, a seguir, a tela que cerca
o terreno, indo parar no quintal do vizinho, onde há um peque­no
pavilhão de festas. Por curiosidade, quis ver seu as­pecto extrafí­
sico e decidi entrar. Primeiramente, era tudo igual à dimensão
fí­sica, mas, gradualmente, tudo come­çou a se mo­dificar e logo
o local parecia um galpão ve­lho de colônia, com forno de barro em
seu centro. Atra­vessei as paredes, sain­do para o ar livre, volitan­­do
a uma altura apro­­ximada de 5 metros do chão. Todo o am­bien­te
e as ca­sas dos arredores mantinham seu aspecto intrafísico está­vel.
Aproveitava intensamente o período de lucidez, di­la­tando
os canais sensoriais do psicossoma, sondando o am­bien­te intrafísico
e sentindo o ar frio da madrugada passando através de mim.
Olhei para o alto e avistei um céu lindo, de um azul profundo
onde ainda se viam as es­trelas brilhando.
Fazia esforços para ganhar altura, volitar mais alto, sem
conseguir. Parei sobre o pilar da cerca de tela da casa de um vizi-
nho, cerca de 150 metros adiante da nossa casa, para “des­cansar”.
Decidi retornar pelo mesmo caminho, nossa rua, pois
queria aproveitar o excelente percentual de lucidez para exami-
nar detalhadamente os arredores. Saí volitando com dificuldade
96 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

e, imaginei que o pilar onde estivera pousada havia se agregado


aos meus parapés. Continuava bem lú­cida obser­vando detalhes
insuspeitados dos telhados das casas dos vizi­nhos. Reparei um corte
do telhado da casa em frente a nossa – nunca imaginei existir.
Consegui manter minha observação da dimensão in­tra­
física até chegar à frente da casa de outro vizinho; de­pois dela
a paisagem pareceu diluir-se. Estava fazendo um consi­derável
esforço para permanecer fora do corpo. Sen­tia que se relaxasse,
mergulharia imediatamente no soma. Para certificar-me se o ra­
ciocínio era correto, relaxei e, exatamente como se fosse puxa­da
por tira elástica invisí­vel, mergulhei no corpo bio­lógico, com
a mes­ma re­percussão de queda sentida ao descermos ladeiras em
um carro a grande velocidade. Acor­dei no soma sem perda de
lucidez, sentindo uma incrível sen­sação de bem-estar com a pra­
zerosa vibração proporcio­nada pelos banhos ener­géticos.
Posteriormente, pude confirmar o aspecto interno do
pequeno pavilhão de festas do vizinho e o corte no te­lhado da
casa em frente foi visto ao subir no telhado da nos­sa casa para
verificar um problema com a antena parabólica.
Ainda é um mistério para mim o mecanismo da voli­
tação ser às vezes tão livre e fácil, e tão difícil em outras; em
algumas ocasiões, até impossível.
Sei que tem a ver com a densidade do psicossoma, com
os ambientes mais ou menos densos. No entanto, deve haver
uma forma de controlar e dominar melhor este meca­nismo.
Preciso de mais aptidão para utilizar com mais de­sen­voltura
e autonomia este veículo consciencial.
97

Capítulo 12

Visitando Outro País

Mesmo que a projeção consciente seja fruto do acaso,


é importante procurar identificar o local onde se está. Além
de instrutivo pode, eventualmente, servir para confirma­ção
e reconhecimento intrafísico em uma possível visita.
O currículo projetivo da conscin pode ser enriquecido,
inclusive com o registro de excursões a outros países, redu­
zindo a ociosidade das oito horas de sono ao longo do dia,
definitivamente, um desperdício de tempo em nos­sas vidas.
A consciência não tem necessidade de repouso. O cor­po
biológico sim. Daí a importância de investirmos na lucidez
para fugirmos da condição de restringimento ainda sofrido
por mi­lhões de conscins, que, devido ao con­dicionamento da
necessi­dade de sono do corpo, dormem dentro e fora de seus
veículos biológicos.
O relato a seguir registra a experiência na qual me perce­
bi em um país estrangeiro reconhecido com certa dificuldade.

Comunicação Gestual

Porto Alegre, 08 de junho de 1998, 7h20min.


Estava com muitas dores na coluna e costas, desde
o início de abril e, quando terminei de lecionar o nível três
do Curso de Projeciologia – P3, dia 16 de abril de 1998,
mer­gulhada na pior crise de dor já experimentada, desde
a cirur­gia, ocorrida em 29 de novembro de 1991.
A sensação é de haver uma espécie de torniquete mor­
dendo os nervos e tecidos da região lombar esquerda, deixan­
do-me aniquilada.
98 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

Sexta-feira, dia 05 junho 1998, decidi suspender todos


os antiinflamatórios, pois não abrandavam a dor e estavam
cau­­sando estragos ao estômago. Procurei manter um repouso
forçado, tomando apenas meio comprimido de cal­mante à noi­te
para poder dormir.
No domingo, após ingerir os medicamentos receita­dos
para aliviar as dores, às 22h30min, não tive um sono contí­nuo.
Le­vantei algumas vezes, mas quando deitava, dormia logo.
Pela madrugada, os períodos de sono tornavam-se cada vez
mais curtos. Olhei o relógio a última vez às 6h40min.
A primeira imagem lembrada foi quando percebi estar
sentada à mesa de um restaurante, observando um painel pin­­
tado na parede. Esforçava-me para identificar a figura de uma
mulher de costas, envolta em véus, que parecia executar um passo
de dança. Alguma coisa me fez fixar a atenção em seu sapato.
Senti uma espécie de saudade ou nostalgia, pois lembrei de já ter
tido igual àquele.
Observava outros detalhes do painel. Havia pequeni­nas
flores ou coloridas pétalas.
No salão, havia mesas grandes cobertas com toalhas bran­cas
e algumas pessoas sentadas à volta.
Em dado momento, observei um grande bloco de gelo
entrar flutuando pela janela, deslizar por momentos sobre
o piso e, depois, se integrar à pintura do painel.
Apesar do fato insólito, a lucidez foi aumentando gra­­
dativamente e fiquei curiosa para saber onde me encontrava.
Olhei para fora, a paisagem me pareceu ser de uma zona
portuária. Vi um ônibus, modelo antigo, pintado em dois tons de
cinza. Havia um muro e do outro lado avista­vam-se trilhos de
trem.
Nesse momento, fiquei plenamente lúcida e sa­bia estar
projetada em um país estrangeiro, porém não sa­bia qual era.
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 99

Abordei uma mulher que estava sentada, falando algu­mas


palavras em alemão. Ela, porém, respondeu em outro idio­ma
o qual não compreendi, mas consegui enten­der que me encontrava
na Turquia.
Desci uma escada. O restaurante se localizava num so­
bra­­do que pude ver melhor quando cheguei à rua. Saí a andar
procurando placas nas quais pudesse me orientar. Vi estranhos
rabiscos em muros, contudo não consegui de­ci­frá-los, pois não
me pareciam letras.
Fui deslizando pela rua, muito lúcida, me esforçando para
identificar o local.
Pude ver que era uma cidade antiga sem edifícios, com
ruas estreitas e calçadas de pedras. Em dado momen­to, pensei
estar me afastando em direção à periferia e lá seria mais difícil
identificá-la.
Avistei duas mulheres negras em grande horta cerca­da por
um muro de alvenaria baixo – parte de alvenaria e parte de
tela. Observei suas roupas: vestidos brancos, longos, abo­toa­dos até
o queixo e, na cabeça, espécie de tur­bante ou bar­rete, também
branco.
Passei bem perto delas, coloquei a mão no peito de uma, num
gesto de cumprimento, e ambas expressaram pala­vras articuladas
numa língua desconhecida, mas en­ten­deram o ges­to de cumpri-
mento, pois ao me afastar, olhei para trás e uma delas abanou-me
– falávamos idio­mas diferentes e nosso en­ten­dimento foi gestual.
Continuava buscando algum detalhe confirmador do lo­cal
onde me encontrava, com certa urgência, pois se mani­festavam os
sinais do cordão de prata chamando para o retorno – este se deu
sem perda de lucidez e em meio a intensos ba­­nhos energéticos.
Aparentemente vivemos vidas paralelas: a vida intra­física
e a vida extrafísica. Ao que tudo indica, o grande objetivo
100 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

da evolução é buscar a unidade entre uma e outra. Ou seja, trans­


formar estes dois tipos de vida quando alie­na­da e robotizada,
em algo integral, inteiro e completo, de modo que quan­do
estivermos na vigília física ordinária, ou projetados, venhamos
a saber exatamente quem somos, de onde viemos, para onde
vamos, quais nossos atributos conscienciais, qual a nossa pro-
cedência extrafísica, em vi­gí­lia multidimensional permanente.
Conscins podem ter experiências extrafísicas impor­
tan­tes e inesperadas, mas se não houver lucidez para ava­liar
a magnitude e motivar a consciência a buscar vivências cada
vez mais esclarecedoras, de nada valem.

Clarividência Viajora Extrafísica


Xangri-Lá, 17 de novembro de 2001, 6h05min.
Ao finalizar a tenepes às 5h45min, deitei de lado, para
tentar dormir um pouco mais.
Apesar de sentir a psicosfera bastante expandida e ativa,
uma intensa soltura das energias do energossoma, estava re­la­xa­
da e uma agradável lassidão me invadia pro­gressiva­men­te. No
mo­mento seguinte, já me encontrava parada na esquina da con-
fluência das ruas Ramiro Barce­los e Osvaldo Aranha, em Porto
Alegre, conversando com certa jovem gordinha e muito simpática.
Chovia e ambas usávamos guarda-chuvas. Subitamente, um pé
de vento for­te ergueu-me do solo.
Inconsciente quanto ao fato de estar projetada, co­mentei:
– Esta é a primeira vez que quase consigo volitar sem estar
projetada.
Porém, a leveza e facilidade com que o vento me le­va­va,
des­pertou-me para a condição extracorpórea e fi­quei lúcida.
Imediatamente tomei impulso e volitei alto. Fiz várias evolu­ções
no ar e em plena chuva.
Houve uma redução no percentual de lucidez, pro­va­vel­
mente provocada pela euforia extrafísica, causando a perda de
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 101

lucidez e, consequentemente, da rememoração. A seguir, sentada


aos pés da cama onde o M. estava dei­tado, observa­va a chuva,
através da janela de nosso apar­ta­mento de Porto Alegre.
Fazíamos comentários sobre a chuva, quando comecei
a per­ceber uma estranha pressão no chacra frontal in­tensi­ficando-
-se, e logo, transformando-se em vibração. Na sequên­cia, abriu-se
uma imagem onde via a paisagem de parte de uma cidade. Logo,
mo­vimentava-me em direção à cena que atraía com força magné-
tica. Ao contrário da chu­va caindo em Porto Alegre, a paisagem
mos­trava um lu­gar onde o tempo era claro e ensolarado. Viam-se
pré­dios e uma parte do mar muito azul.
Minha lucidez retornou num pique máximo e fiz uma
pergunta mental, pois percebi estar sendo levada por uma cons­
ciência amparadora:
– Que lugar é este?
A resposta veio rápida:
– Isto é Portugal. Você vai conhecer a IAC 22.
Apesar da lucidez, não tinha controle sobre meu deslo­­ca­­
mento. Teria gostado de poder observar melhor a pai­sagem, mas
volitávamos muito rápido. Quando dimi­nuiu a velocida­de, pude
ver em primeiro plano, a ponte de alvena­ria, sobre um braço de
mar, antiga e sólida, enci­mada por duas torres, uma em cada
ex­tremidade ou en­trada. Depois sobrevoamos prédios, nos distan-
ciamos da zona urbana e chegamos a uma paragem com muitas
ár­vo­res e vegetação.

22 International Academy of Consciousness (IAC) – Instituição dedicada


à pesquisa e o ensino da Cons­cienciologia e suas subdiciplinas, fun­
dada em outubro de 2000, com sede em Portugal. Desvinculada da
Unicin – União Internacional das Instituições Conscienciocêntricas
em 2014.
102 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

Quando alcançamos um local que supus ser a IAC, de­se­jei


entrar no prédio e já me percebi atravessando o te­­lha­do e entrando
em uma sala de aula, porém via tudo de ca­beça para baixo.
Fazendo pequeno esforço com o impulso da vontade, assumi
a posição normal. Procurei manter o controle, po­rém banhos de
energia e uma intensa sensação vibra­cional me fizeram perceber
o rápido retorno e o acopla­mento ao soma.
103

Capítulo 13

Além do Esperado

Muitas das nossas capacidades nos infinitos campos da


vida humana podem estar “adormecidas” devido ao res­tringi­
mento causado pelas limitações de atuação do cé­rebro físico.
A teoria, aliada à prática, resgata habilidades con­quis­
tadas através do esforço pessoal, seja durante os perío­dos
de vida intrafísica, seja durante os períodos entre vidas, ou
inter­missão. Algumas experiências podem ser ines­pera­das,
justa­mente por não sabermos exatamente quais as ca­pacidades
e habilidades já conquistadas.
Nas experiências projetivas, a seguir, é possível fazer uma
pequena avaliação de capacidade já conquistada, e não apro­
veitada, justamente por falta de lucidez e auto­conheci­mento.

Exoprojeção
Xangri-Lá, 27 de setembro de 1998, 7h15min.
Adormeci e logo me percebi em algum lugar no alto. Olhan-
do para baixo, observava um mato, onde a maioria das árvores
eram pinheiros os quais podiam ser identi­fi­cados por possuírem
copas pontudas.
A lucidez manifestava-se gradualmente pela estra­nheza do
lugar. Percebi ao meu lado um enorme isolador de vidro.
Observando os arredores fazia grande esforço para lem­
brar-me de onde estava, até ficar lúcida, pois compreen­di estar
projetada.
Encontrava-me sentada sobre uma torre de trans­missão
de energia. Sentia-me triste e o fato de me perceber pro­jetada,
ex­cep­cionalmente, em nada mudou minha dis­posição.
104 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

A semana havia começado mal, as dores não me davam


trégua e, para piorar, quando chegamos a Xangri-Lá, desco­brimos
que Bina, a cadelinha de rua, nossa com­pa­nheira du­rante os
últimos três anos, havia morrido.
A autoconscientização extrafísica trouxe-me à me­mória os
fatos desagradáveis ocorridos na dimensão física.
Desgostosa, segui um impulso e saí volitando. Queria ir
cada vez mais longe, possivelmente para fugir de mim mesma.
Deslocava-me em velocidade supranormal por uma re­gião
onde havia pouca luz, até algo me travar. Tive, en­tão, uma visão
extraordinária: a curvatura da Terra ilu­mi­nada pelo Sol, do lado
oposto de onde me encontrava. A visão era se­melhan­te a que se
pode observar em algumas ocorrências de eclipses.
Concluí ter me afastado da Terra pelo lado que na­quele
momento, não era iluminado pelo Sol. De longe, po­dia obser­var
os seus raios formando uma coroa luminosa em torno da Terra
que estava situada em primeiro plano.
Fiquei surpresa e fascinada. Pensei em ir mais longe, mas
a magnitude da experiência cobrou seu tributo e co­mecei a sentir
o retorno numa velocidade inacreditável para os pa­drões humanos.
Lentamente, fui tomando consciência de minha realida­de
intrafísica, até acordar completamente encai­xada no soma.
Não havia programado esta experiência e, apesar de
saber de projetores veteranos que conseguem projetar-se
a ou­tros planetas, nunca estabeleci este alvo mental por­que
não me supunha capaz de ir tão longe.
Não sei se foi pela euforia da nova perspectiva ou devido
à grande quantidade de energia imanente absor­vida, quando
acordei, a tristeza e depressão havia se dissi­pado comple­ta­
mente.
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 105

Algum tempo depois tive nova exoprojeção23 ocorrida


em momento bastante complicado da vida.

Disco Azul
Porto Alegre, 05 de fevereiro de 2004, 7h15min.
Concluída a tenepes às 6h15min, voltei a dormir. A se­guir,
percebi-me andando pela Av. Independência, que se apresentava
tal qual é na dimensão física na altura da rua Cel. Vicente, em
Porto Alegre.
Talvez pelo fato de andar, frequentemente, no local, o con­
dicionamento proporcionava a sensação de estar na vigí­lia fí­sica
or­dinária.
Distraidamente, olhei para cima e notei quatro ho­mens
à relativa distância, um do outro, sentados imóveis no meio da
rua, porém alguns metros acima do solo.
Pensei: de que maneira aqueles caras podem estar ali? Se
eles podem fazer isso, também posso, devo es­tar projetada!
Dei o costumeiro impulso e saí volitando numa incrível
sen­sação de leveza e liberdade. Subi, subi, passei por nuvens e per­di
a noção da velocidade, até parar, olhar para baixo e ver a Terra
parecendo um disco azul entre nuvens.
Não fiquei assustada. Apenas curtia indizível senti­mento
de liberdade e afastamento de tudo o que representa a di­mensão
física, consciente de ser apenas uma pequena pausa da pesada
carga de conflitos, problemas e afazeres por ela representados.
Logo relaxei e, simplesmente, me sol­tei cons­ciente de a descida ou
queda não representar ris­co para minha integridade. Sabia que
não haveria im­pac­to ao chegar à Terra. Desci numa velocidade
vertigino­sa e acabei dentro do corpo físico, numa incrível sensação
de bem-estar e felicidade.

23 Exoprojeção – Projeção consciencial a ambientes em pleno es­paço


sideral longínquo.
106

Capítulo 14

Chuva Extrafísica

A dimensão física, a dimensão extrafísica comum


e a dimensão mental são diferentes entre si.
Cada qual estrutura-se sobre energias que vibram em
níveis diversos de frequência, e níveis de consciência, tam­
bém, distintos.
As dimensões existenciais têm leis próprias que as go­
vernam de acordo com as suas características, e não po­dem
ser aplicadas fora delas.
Nos relatos a seguir, fica evidente a diferença de per­
cepções de fenômenos naturais que tanto podem ocorrer em
uma dimensão como em outra. É diferente a sensação de
con­tato do fenômeno conforme o tipo de veículo utiliza­do
pela consciência no momento.

Esquecendo Conflitos

Porto Alegre, 27 de dezembro de 1999, 01h40min.


Depois do primeiro sono da noite, entre 23h45min e 1h,
permaneci acordada, mas sem o costumeiro descon­for­to e até
sen­tindo um agradável relaxamento, embora estivesse fazendo
muito calor.
Ouvia o zumbido do aparelho de ar-condicionado, ten­
tan­do dar uma sequência à mobilização básica de ener­gias, mas
a lucidez era instável.
Durante alguns momentos, perdia o contato com a rea­
li­dade, pois meu estado hipnagógico se aprofundava. Nes­ses
mo­men­tos, ouvia barulho de chuva. Quando procura­va apurar
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 107

a au­dição, o barulho da chuva cessava e ou­via so­men­te o zu­nido


do condicionador de ar.
Cheguei a pensar que poderia estar confundindo o ruído
do aparelho com o ruído de chuva.
Esta sequência repetiu-se durante algum tempo:
Lucidez – ruído do ar condicionado – hipnagogia – ruído
de chuva.
Tentei manter o relaxamento psicofisiológico, sem per­der
a lucidez, na tentativa de produzir uma projeção cons­ciente,
porque, a esta altura, já tinha certeza de que o ruído de chuva
era extrafísico.
Meu esforço foi em vão, pois a perdi assim mesmo e por
alguns momentos percebi-me dentro do auditório do IIPC. A sala
apresentava-se diferente de como é atualmente.
A disposição do quadro e das cadeiras estava arru­mada
como no período de 1995 a 1996.
O mais estranho é que continuava a ouvir o ruído de chu­
va forte e, como se estivesse em dois lugares ao mesmo tempo, ou
numa espécie de consciência dupla, sai voli­tando pela janela do
quarto de estudo – na base física, ob­servando os arredores com­
pletamente diferentes da rea­lidade intrafísica.
Neste ponto há uma lacuna na rememoração, pois subita­
mente me pareceu que houvera saído de dentro de uma casa, pois
me encontrava de pé sobre um muro baixo e hesi­tava em voltar
para dentro.
Logo surgiu a lucidez e percebi-me projetada, sentin­do os
pingos de chuva caindo na paracabeça.
Feliz, subi volitando cada vez mais alto, porém vendo toda
a paisagem abaixo de mim. Sobrevoava os campos e em cer­­to
momento volitava sobre um pomar onde havia muitos pes­segueiros
carregados de frutos. Passava muito perto dos ga­­lhos das árvores,
tão perto que colhi uma fruta, segurando-a na paramão, sabendo
108 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

perfeitamente que estávamos na época de pêssegos. Vi, também,


alguns limoeiros carregados de limões.
Enquanto desfrutava daquele lugar aprazível, pro­curava
lembrar os atos e pensamentos tidos durante o dia, tentan­do fa­zer
uma conexão mais perfeita entre a minha vida física e a ex­trafísica.
Constatei que os conflitos enfrentados no dia-a-dia da in-
trafisicalidade não têm muita importância quando exa­mina­­dos
a partir de outra dimensão, pois logo esqueci todos eles, sentindo-
me muito bem, volitando cada vez mais alto.
A chuva continuava e, em dado momento, volitava so­bre
terra amarelada, tipo saibro, com grandes poças d’água, e algumas
vacas a pastar por ali. Uma delas de­monstrou ter me percebido
e, para chamar a atenção dos animais, joguei o pêssego verde, que
ainda carregava, em sua direção. Ela saiu correndo.
Tenho a sensação de que minha vida palpitava de manei-
ra tão inteira e completa em todas as partículas das quais sou
constituída que por um instante entendi clara­men­te a ma­neira
pela qual o psicossoma se liga ao soma. Impossível ex­pres­sar em
palavras a sensação de expansão de consciência desfrutada por
breves segundos. Sentia-me tão plena de ener­gia, gozando daquela
liberdade e, pela primeira vez, pude cons­tatar a deliciosa sensação
de não precisar respirar, mo­men­taneamente livre da con­dição de
fole humano. Infe­lizmen­te, uma coisa leva a outra e por lembrar
da respiração, lembrei, também, do corpo bio­lógico e instantane-
amente acordei sem perda de lucidez.

A experiência da chuva foi inédita para mim, pois co­


mecei a ouvi-la ainda na vigília física ordinária, depois no
período sem lucidez extrafísica, e, mais tarde, durante a voli­
tação e com lucidez extracorpórea, até acordar e cons­tatar não
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 109

ter havido chuva intrafísica, muito embora tives­se mani­festado


o desejo de que chovesse durante o dia, pois estava muito
quente e seco (38,9o C).
Há uma perceptível diferença entre sentir chuva ex­tra­
física, estando-se de psicossoma, e chuva física.

Observando o Itaimbezinho

Canela, RS – Parque Hotel Alpes Verdes, 20 de julho de


l996, durante a realização do ECP1, horário indetermi­nado.
Quando me deitei, estava completamente desperta e sem
sono. A mente fervilhava com as idéias acessadas du­rante a reali­
zação do curso.
Iniciei a mobilização básica de energias deitada em de-
cúbito dorsal.
Insisti muito na circulação fechada de energias, até o pro­
cesso tornar-se autônomo. Em certos momentos, na ex­teriorização,
parecia diluir ou desagregar-me em algo volátil indo junto com
as ondas energéticas.
Tive uma perda de lucidez momentânea e já me senti sobre-
voando ou flutuando, não sei bem, mas estava em algum ponto,
no alto de uma fenda, observando o que me parecia ser a entrada
de uma caverna, parcialmente tapa­da por vege­tação arbustiva.
Não senti um corpo em mim, era apenas uma consciên­cia.
De alguma forma dei-me conta de estar projetada obser­vando
o Itaimbezinho - extensa fenda geológica situada na região dos
Aparados da Serra, no Rio Grande do Sul.
Iniciou-se um retorno rápido, onde era possível perceber
partículas passando rapidamente por mim. Logo senti estar
pas­sando através da chuva intrafísica (ou a chu­va pas­sava atra­
vés de mim?) caindo torrencialmente. Ao ini­ciar o pro­cesso de
110 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

recoincidência ao soma, primeiro as mãos, depois os pés, tentava,


inutilmente, reter as sensa­ções da projeção e as ex­periências vi-
vidas; mas já estava completamente aco­plada ao soma sentindo
intensos ba­nhos energéticos.
O relato desta vivência ficou um pouco prejudicado
por estar com mais três colegas no mesmo aposento do ho­tel
e não poder acender a luz para ver as horas e nem levantar
para fazer o registro sob pena de perturbar todo grupo. Dormi
ouvindo o ruído da tempestade após a pro­jeção e, certamente,
perdi alguns detalhes.
Na experiência de 27 de dezembro de 1999 a chuva
era extrafísica, compatível com o veículo de manifestação –
psicossoma, utilizado no momento, e, por isso, a sentia tal
qual se sente a chuva física, durante a vigília física or­dinária.
111

Capítulo 15

Ajuda de Amparadores Extrafísicos

A interação com os amparadores extrafísicos re­presen­


ta o lado mais gratificante do desenvolvimento do pa­ra­p­si­
quis­mo. No relacionamento, tanto na vigília física ordinária
quanto durante as experiências lúcidas fora do corpo, não há
espaço para misticismo ou preconceito.
Vieira (1999) enfatiza, com muita frequência, a atua­ção
dos amparadores. A seguir algumas abordagens do seu tratado
Projeciologia sobre este tema.
“Amparador Extrafísico: Consciex benfazeja
(...); auxi­liar da consciência intrafísica, nos perío­
dos vividos fora do corpo humano e na vida hu­ma­
na durante a vigília físi­ca ordinária (...).”
“Enquanto os corpos humanos repousam du­
rante o sono natural, as conscins se projetam aos
distritos ex­tra­físicos ou ambientes conscien­ciais que
lhe sejam afins. Na projeção dirigida pelo ampa-
rador(a), o pro­jetor(a) vai a dis­tritos extra­fí­sicos
tanto desagradá­veis quanto avan­çados e que não
lhe correspondem à po­sição de discerni­men­to ou
nível evolutivo.”
“Saindo várias vezes do corpo humano com lu­­­­
ci­dez, a conscin acaba se encontrando com alguém
que costuma ser, o mais das vezes, um am­­parador
ou amparadora. De­pois de vários en­con­tros com
am­paradores diferentes, o(a) pro­­jetor(a), por mais
rí­gido(a) em seus princípios e céti­co(a) em seus
con­di­ciona­men­tos humanos, se convence de que eles
não são fruto da cons­ciência coletiva, nem mui­to
112 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

menos fi­guras arquetípicas ou alucinações univer­sais,


mas per­sonalidades tangíveis, inte­li­­gên­­cias reais
e cons­ciências independentes e atuantes.”
“A existência e as atividades dos amparado­
res cons­tituem aspectos dos mais interessantes
e os mais esquecidos no campo experimental da
Projeciologia em razão dos pre­conceitos científi­cos
e religiosos que ainda envolvem o assunto.”
“(—) igual a qualquer técnico em qualquer
ra­mo do serviço humano, o grau de competên­cia
varia de amparador (a) para amparador (a), daí
uma das razões da diversificação das for­mas com
as quais eles se apresentam.”
“Engana-se quem julgar que as saídas do cor­po
hu­mano pareçam tours ou sejam simples ex­cursões
turísticas noturnas, à primeira vista sem nenhu-
ma finalidade nobre. Onde surge um ampa­rador
extrafísico, há serviço edifican­te de frater­nidade
sendo executado.”
“Fazer Ciência com as consciexes evoluídas
é sem­­pre muito mais relevante, produtivo e gra­­ti­fi­­
can­te do que fazer Religião com essas mesmas cons­
ciências. É uma ques­tão de matu­ri­da­de cons­­ciencial.”
“As tarefas de assistência interconsciencial dos
ampa­­radores extrafísicos são disciplinadas, rígi­
das e per­ma­nentes, bem diferentes dos guias ce­gos
extrafísicos24.”
“O (a) projetor (a) consciencial experiente pro­
jetado (a) pode servir de amparador (a) para outro
projetor(a) cons­ciencial novato(a) pro­jetado(a).”

24 Guia Amaurótico – Consciência amoral ou inexperiente que ajuda


outra consciência de modo anticosmoético, segundo os seus inte­
resses egóicos do momento, em detrimento de outras.
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 113

“O (a) projetor (a) consciencial ressomado de hoje


pode ser o amparador de amanhã, e vice-versa, no
rodízio do ciclo das vidas sucessivas (V. Vieira, Waldo;
Projeciologia: Panorama das Expe­riên­cias da Consci­
ência Fora do Corpo Humano; 1248 p.; 4ª Ed. Princeps;
IIPC; Rio de Janeiro, RJ; 1999; páginas 686 a 690).”

A conscin parapsiquicamente evoluída e com bom ní­vel


de conhecimento da sinalética parapsíquica pessoal25 recebe
sugestões mentais para assistência, avisos ou alertas inclusive
durante a vigília física ordinária. Alguns alertas ou lembretes,
mesmo no dia-a-dia, são tão ostensivos que che­gam a provo-
car diálogo mental e até efusivos agradecimen­tos ao perceber
o tamanho de algumas imaturidades evitadas.
A despeito de evitar-se a dependência excessiva e da
busca constante de autonomia nas ações extrafísicas, é im­
pos­sível ignorar a supervisão das consciências amparado­ras
na maioria dos experimentos projetivos.
Raramente sua atuação é ostensiva quando não en­volve
assistência direta a conscins ou consciexes.
Às vezes, somente a qualidade da lucidez evidencia
a ação dos amparadores. Há grande diferença entre as pro­­je­
ções assistidas e as produzidas exclusivamente através do ani­
mismo, ou seja, a vontade determinada do expe­ri­men­tador.
Fato que, de maneira alguma deve desestimulá-lo a buscar
com obstinação o aperfeiçoamento no rumo de se tornar um
projetor veterano pelo próprio esforço e libe­rar o amparo para
tarefas junto a consciências mais carentes.
Pela lógica da evolução, observamos que a tendência da
atuação dos amparadores é tornar-se cada vez mais im­pes­soal
e universalista.

25 Sinalética Parapsíquica – Sinais energéticos, anímicos, parapsí­qui­


cos e personalíssimos que toda conscin possui.
114 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

Em geral, não há identificação do amparador em suas


tarefas de ajuda. Ele pode assumir qualquer forma – ho­mem,
mulher, criança, parente dessomado ou ex-colega.
Existem amparadores técnicos em funções espe­cí­fi­cas
tais como:
– Desativação das energias do energossoma no pro­ces­so
da segunda dessoma26.
– Projeção consciente.
– Desassédio.
– Dessoma.
– Apoio energético e transmissão de energia consciencial.
– Aumento da condição de lucidez e autocons­cienti­
zação de projetores.
– Promoção de sugestões intuitivas.
– Deslocamento extrafísico e outros.
São verdadeiros técnicos em Evoluciologia, uma das
especialidades da Conscienciologia.
Sem pieguice, entendem, ajudam e atuam sempre
pau­tados pela Cosmoética, a ética acima da moral humana,
cós­mica, de maneira que aconteça o melhor para todos. Ja-
mais interferem no livre-arbítrio da conscin e saem de cena
silen­ciosamente quando percebem a consciência se afas­tar de
seus próprios propósitos evolutivos.
Transcrevo alguns fragmentos de relatos projetivos com
a finalidade de ilustrar a percepção de atuação destas cons­
ciências.
1. 20/03/97. (...) volitava em plena escuridão, nada
via, mas sabia estar sendo levada por amparador (...).

26 Segunda Dessoma – Processo de dissipação dos vestígios de ener­


gias energossomáticas ainda presentes na estrutura do psicos­soma
após a primeira dessoma (desativação do corpo biológico).
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 115

2. 23/03/97. Olhei ao longe e vi luzes de uma cida­


de extrafísica. Senti um pouco de medo, mas ao olhar para
mi­nhas paramãos estendidas à frente, a mão do ampara­dor
segu­rando a minha tornou-se visível (...).
3. 03/12/01. (...) estava envolvida com uma cons­ciência
enferma. Havia mais alguém comigo e nos esfor­çávamos para
levá-la para algum lugar. Ela se debatia convulsivamente, sua
expressão facial era de alguém com medo de algo.
4. 07/09/02. (...) encontrava-me muito concen­trada
neste trabalho e, repentinamente, olhei para o lado e vi um
am­parador sentado a pouca distância de onde me en­contrava.
Ele estava todo vestido de branco. Vendo que ha­via me assus-
tado, disse:
– Fique tranquila, só estou aqui mantendo o cam­po27 (...).
5. 11/07/03. (...) sentia estar lastreada com percen­tual
significativo de energias. Não lembrei de nenhum alvo mental
e por isso evoquei o amparador (...). Neste momen­to recebi
a sugestão mental de apurar a paravisão e identi­fiquei a assis­
tência a ser feita naquela casa.

Equipamento Extraísico
Xangri-Lá, 14 de março de 1998, entre 6h40min
e 7h45min.
Minha lucidez acentuava-se devagar enquanto me encon­
trava deitada, observando alguém sentado ao lado da cama,
usando um par de tênis muito branco.
Via os pés, as pernas e parte do tronco de alguém ves­­tido
de azul-escuro, com contornos luminosos.

27 Campo Energético – A interação sadia, a afinidade de pensa­mentos,


sentimentos e energias entre uma conscin e uma consciex amparado­
ra pode facilitar a instalação e manutenção de um cam­po energético
otimizado para a realização de tarefa assis­tencial intra ou extrafísica.
116 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

Conforme direcionava a atenção para a cabeça da cons­


ciência, o contorno luminoso ficava mais evidente e o corpo mais
sutil e transparente. Dos ombros para cima, nada além de um
campo luminoso era visível.
Finalmente percebi estar projetada, dei o costumeiro im­
pulso e reconheci nosso apartamento.
Não consegui ir muito longe, mas atravessei a chapa de
alvenaria e fui parar embaixo do telhado do prédio.
Havia pouca luz, mas pude perceber o ambiente sujo
e empoeirado.
Desta forma, voltei para dentro do apartamento e lá vo­
litava muito feliz por estar projetada.
Tive o impulso de voltar ao quarto, pois desejava abra­­çar
meu amparador, mas ele já não estava mais lá, ou estava invisível
para mim.
Fui para a sala e a vi tal qual é no intrafísico. Depois, fui
para o corredor da entrada, examinando detidamente detalhes
e procurando fazer apontamentos mentais para não esquecer
quando acordasse.
Atravessei a parede com a cabeça e os ombros pelo es­pa­ço que
há entre o marco da porta e o forro. Fiquei es­­piando o corredor
do prédio como se estivesse olhando de uma janela.
Lá, também, havia pouca luz e pensei que se minhas vizi­
nhas saíssem de seus apartamentos, poderia vê-las ali de cima.
Não conseguia me fixar e decidir o que fazer primeiro.
Lembrei do alvo mental de exteriorizar energias so­bre
o so­ma numa tentativa de melhorar as costumeiras do­res na
coluna e perna esquerda. Talvez pudesse curar ex­tra­fisica­mente
o soma enfermo.
Voltei para o quarto onde tinha estado deitada e não avistei
o soma sobre a cama. Tinha tanta certeza de encon­trá-lo que
fiquei um pouco assustada por não vê-lo. Não me dava conta
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 117

de tê-lo deixado em Xangri-Lá e de me en­­contrar de psicossoma


em Porto Alegre.
Nesse momento, fiquei em dúvida se estava proje­tada ou
não.
Enquanto procurava meu corpo, vi suspenso sobre a cama
um aparelho com estrutura semelhante a de um co­m­­putador. No
lugar do monitor havia uma espécie de cone emi­tindo através de
seu bocal mais estreito, um raio azula­do em direção a uma outra
estrutura. Parecia uma antena.
Nessa ocasião, numa espécie de captação telepática, tive
conhecimento de que aquele aparelho era utilizado para um
tipo de tratamento extrafísico. Estive deitada ali, de psicos­soma,
recebendo tratamento e sendo assistida por um ampa­rador visto
parcialmente.
O fato de não haver encontrado o soma no lugar on­de
es­perava vê-lo e mais a constatação do tratamento leva­ram-me
à in­teriorização imediata e sem perda de lucidez.
Desta vez consegui ver um pouco melhor nosso apar­
tamento, talvez justamente por estar longe da ação potente do
cordão de prata.
A sala e o hall de entrada me pareceram exatamente iguais
aos da dimensão física, mas o dormitório, como que interpene-
trando outra dimensão, era um pouco diferente.
A cama pareceu-me mais um tipo de divã.
Havia em todo o apartamento uma claridade radiosa
e muito bonita.
Esta projeção evidencia muito claramente minha ima­
turidade e a mal contida euforia extrafísica.
Considerando a importância vital do tratamento para
a melhora do soma, dei demonstração de como não se deve
agir em uma ocasião como esta. Ao compreender que havia
uma consciência tentando me ajudar, num impul­so infan­til,
desperdicei uma grande oportunidade de re­ceber auxílio.
118

Capítulo 16

Projeções Retrocognitivas

Uma das premissas do Paradigma Consciencial é a mul­­­


tiexistencialidade, ou seja, a consciência num con­tex­to de várias
vidas – ressomas.
A partir da teoria das vidas sucessivas, temos a possibili­
dade de rememoração de vivências anteriores à nossa vida atual
e também do período intermissivo – o período en­tre uma vida
física e outra (V. Alegretti, Wagner; Retrocog­ni­ções: Pesquisa da Memória de
Vi­vências Passadas; 310 p.; 2ª Ed.; IIPC; Rio de janeiro, RJ; 2000).
Ao longo do tempo, grandes quantidades de técnicas
têm sido desenvolvidas para se conhecer o passado. Na maio­ria
dos casos têm objetivos pouco claros.
É bastante discutível esta questão. Se as lembranças
forem utilizadas para evitar a repetição de erros ou ajudar na
compreensão de traumas impedidores do desenvolvi­mento
do autoconhecimento, vale a pena acessá-las.
O esquecimento temporário de existências intrafísicas
mais remotas ou não tão remotas ocorrem, em grande par­
te porque não temos maturidade para lembrar ou entender
experiências vividas. No entanto, conforme a consciência
ama­durece, cria condições para enfrentar seus erros e al­cançar
serenidade para optar, por ela própria, de ma­neira mais inte­
ligente, pela reparação.
As retrocognições, ou lembranças de vidas passadas,
podem ser obtidas através de rememorações fugazes de cenas
ou pessoas na forma de flashes, desencadeadas, às vezes, por
tipo específico de música, de perfume, gosto de uma fruta,
das emoções ou outro fator.
As lembranças podem ocorrer sem obedecer a uma
or­­dem cronológica. Mesmo os eventos acessados através de
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 119

pro­je­ções retrocognitivas, consideradas as mais confiá­veis por se-


rem uma espécie de consulta direta ao arquivo pessoal, nem sem-
pre ocorrem cronológica ou consecutiva­mente. Nestes casos,
as informações emergem como um verdadeiro quebra-cabeça
onde é preciso aplicar o máximo de capacidade in­ves­ti­gativa,
observando trajes, costumes, características das ha­­bi­tações
e outros detalhes que indi­quem a qual vida refere-se deter­
minada experiência para se ter uma razoável visão do quadro.
Toda retrocognição induzida por outrem, seja qual
for a técnica utilizada, tende a dificultar a análise dos fatos,
agre­gando informações absorvidas nas energias gravi­tantes do
ambiente onde a técnica é aplicada. Também de cons­ciexes,
permanentes testemunhas dos atos intrafísicos, e até mesmo
de assimilações simpáticas ou acoplamento áurico28 com cons­
cins próximas, inclusive o próprio terapeuta.
A complexidade do assunto merece pesquisa espe­cífica
e aprofundada, já que as implicações são extensas e impre­
visíveis e o objetivo na abordagem do tema, neste volume,
é demonstrar na prática as ocorrências de projeções retrocog­
nitivas. No entanto parece-nos oportuno o alerta do pesqui-
sador Alegretti em relação a heterorre­trocognitores:
“Se você, leitor, um dia se decidir a obter retrocog­­
ni­ções induzidas por um hipnote­ra­peuta, mesmo
após tentar obter lembranças de vivências anteriores
por você mesmo, verifique com toda sua lucidez se:
1. O terapeuta realmente tem experiên­cia e pre­paro
para tal;
2. Realiza sessões individuais;
3. É alguém de fora de seu círculo de contatos ou
amizades;

28 Acoplamento Áurico – Interfusão das auras entre duas ou mais


conscins e/ou consciexes.
120 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

4. É lúcido da realidade das bioenergias e das


cons­ciên­cias extrafísicas;
5. Está positivo e equilibrado holossoma­tica­mente
naquele dia;
6. Seu ambiente de trabalho tem um holopen­sene29,
positivo e assistencial;
7. Se você percebe seus próprios amparadores e os
dele, antes, durante e depois da sessão” (V. Ale­gretti,
Wagner; Retrocognições: Pesquisa da Me­mória de Vivên­
cias Passadas; 310 p.; 2ª Ed.; IIPC; Rio de janeiro, RJ;
2000; página 138).

Tumulto na Olaria

Porto Alegre, 12 de junho de 1998, 0h50min.


As primeiras cenas desta retrocognição surgem no cenário de
um grande paiol cuja parte inferior está cheia de palha e alguma
lenha empilhada. Lembro de ter visto, tam­bém, dois veículos. Um
deles, muito sujo, cheio de lama e poeira, carregado de tralha –
parecendo serem ferramen­tas, fardos e pacotes. Procuro um terceiro
veículo, que não está lá, para dormir dentro dele.
Estou me sentindo infeliz e um pouco assustada. Há um
cãozinho andando atrás de mim.
Num segundo momento, estou subindo uma escada externa
do paiol, fugindo de algo ou de alguém. O coração bate acelera-
damente e o sentimento é de muito medo.
Entro na parte superior do paiol, uma espécie de gi­­rau,
e fecho a porta, feita de tábuas toscas e grandes fres­tas entre elas.

29 Holopensene (holo + pen + sen + ene) – Conjunto dos pen­­


samentos, sentimentos e energias agregados ou consolidados.
O sinônimo envilecido pelo uso é Egrégora.
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 121

Depois, como que numa mudança de cena, mas no mesmo


cenário, vejo um homem alto e loiro, vociferando con­tra um ra-
pazote porque este não havia acabado de cons­truir uma espécie
de armação de madeira onde deveriam ser colocadas telhas de
barro para secar.
Há também um menino de seus dez anos de idade e um
estranho assistindo à briga.
Nesse momento, entra uma mulher loura, de cabelos lisos
e compridos. Senti ou soube de alguma forma, ser mi­nha irmã.
Ela carrega uma grande bacia sob o braço es­querdo.
Corro para ela e digo:
– Vai haver uma guerra aqui.
Ela responde:
– Sim, eu sei...
Aproxima-se do homem, que continua gritando e agre­dindo
o rapazote com um longo chicote.
Procurava passar despercebida, escondida no meio da palha,
atrás de um monte de tábuas, colocadas de pé jun­to à por­ta. Fiquei
agachada e quando espiei por uma fresta, vi que a mulher tam-
bém havia sido agredida e der­rubada pelo homem (seu marido)
e tentava se levantar.
Aquele mesmo homem violento se aproximava e a sen­sação
de pânico foi quase intolerável.
Parou diante de mim, olhou para baixo (continuava agacha­
da) e cuspiu-me no rosto. Nesse momento, num im­­pulso de puro
pavor, reagi: peguei um sarrafo comprido e com ele, num tre­mendo
esforço, dei-lhe um empurrão. Ele se dese­qui­librou e, num salto,
saiu do meu campo de vi­são e se precipitou para a parte de baixo
do paiol através de um buraco por onde se jogava palha para
a parte de ci­ma ou para baixo. Novamente, através das frestas nas
tábuas vi que ele havia caído sobre um monte de palha no chão,
e ficou imóvel, com as pernas estiradas em uma posi­ção esquisita.
122 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

O garoto menor, ao meu lado, começou a pular e cantar:


– Naon morreu... Naon (não tenho como saber se a gra­­fia
está correta, mas o som da palavra, que ainda pa­rece ressoar nos
meus ouvidos, era esse) morreu...
O rapazote, que antes estava apanhando, disse em tom de
repreensão:
– Pare Eddie! Não assusta ela, o pai não está morto, apenas
quebrou as pernas.
Estava assustadíssima e sabia que seria duramente cas­ti­
gada, mas tive certo alívio ao perceber que este castigo não seria
ime­diato, pois o homem ficaria algum tempo im­possibi­litado de
cometer suas violências.
Numa última imagem, vi que o estranho (um vendedor
itinerante, espécie de mascate) levava meu cunhado para ser so­
cor­rido em seu veículo sujo e carregado de tra­lha. O cão­zinho
corria atrás deles, latindo alegremente.
Eu me percebi uma adolescente e todos nós usáva­mos um
tipo de macacão feito de uma espécie de brim de algodão grosseiro,
com exceção da mulher (minha irmã) e do estra­nho. Estávamos
sujos de barro vermelho ou ar­gila, igual às pessoas que trabalham
em olarias.
Acordei ainda com a sensação de que tudo isso acon­teceu
ontem e fiz imediatamente este registro no gravador.
Frequentes flashes no breve período entre a vigília física
ordinária e o estado de inconsciência do sono, assim como
visões fugazes dos ambientes descritos acima e os sentimentos
exacerbados do medo, angústia e pânico duran­te a vivência
confirmam, sem sombra de dúvida, que em algum momento
de nossa vida, tais fatos foram vivenciados.
Apesar dos conhecimentos e das experiências, algu­mas
situações que envolvem este tipo de ocorrência podem ser
bem surpreendentes.
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 123

Fui pega de surpresa por uma experiência e apesar de,


ainda, não ter conseguido fazer uma ligação dela com minha
vida atual, nem ter maiores pistas sobre as causas de sua ocor­
rência, penso que seja válida sua inclusão neste capítulo para
demonstrar as emoções desencontradas que uma retrocog­nição
pode desencadear.

Mudança de Realidade
Porto Alegre, 4 de novembro de 2003, 2h20min.
Acordei de madrugada, às 2h20min, chocada com uma
experiência extrafísica rememorada com toda cla­reza.
Percebi-me na condição um jovem cavaleiro atraves­sando
um bosque observando logo a minha frente, um arroio manso
e de águas límpidas que surgia entre dois morros. Enquanto
obser­vava suas águas mansas, pensava: quanta diferença entre
este momento e a época do degelo dos Alpes, quando este mesmo
arroio transforma-se em um rio de corren­teza violenta e perigosa
para tudo que pos­­sa tornar-se obstáculo à força de sua vazão.
Minha realidade naquele momento era a de um jo­vem
vol­tando de uma guerra para reencontrar sua noiva que havia
se tornado órfã e perdido seus bens durante as invasões, (na­quele
momento sabia quais eram as invasões, porém, ao acor­dar, essa
informação se perdeu) e por isso, fora deixada aos cuidados de
um padre em um convento.
Meus pensamentos estavam tomados de inquietude ante
a perspectiva do reencontro.
A tarde era quente e a água convidativa. Decidi se­guir ca­
minho por dentro do arroio para proporcionar uma boa refrescada
à montaria, suada, demonstrando cansaço.
Ante a proximidade do convento, minha ansiedade au­men­­
tava a cada curva, até sair de um trecho bastante arborizado à bei­ra
do rio, onde tive uma visão que causou pro­fundo impacto.
124 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

Avistei uma jovem, que reconheci ser minha noiva, man-


tendo relações sexuais com o padre do convento.
O choque da cena provocou o retorno à realidade intra-
física atual.
É muito difícil traduzir meu estado emocional no mo­
mento em que me percebi consciente.
Embora o trauma da traição, sofrida no passado, ter sido
responsável pela volta ao soma, o que causou maior impacto
foi a rápida mudança da condição de jovem guer­rei­ro para
a realidade atual.
Até o presente momento, não ficou claro qual a utili­
dade desta experiência espontânea. Contudo, foi a primei­ra
vez que me percebi em um corpo do sexo masculino.
Durante este tipo de vivência, nem sempre o projetor
se encontra lúcido da condição de projetado. Vivencia a(s)
cena(s) com toda a intensidade das emoções da época em
que o fato ocorreu.
Há cenas que me afloram na memória como se fizes­
sem parte das minhas lembranças mais remotas, no entanto
não se encaixam em nenhum período de infância nesta vida.
Uma delas se desenrola em uma espécie de pique­ni­que
com várias pessoas, em uma praia de areia muito clara, po-
rém grossa, igual a areia dos rios. Um paredão de pedrafer­ro
separava a faixa de areia de uma via pública. Havia den­tro da
água uma enorme estrutura, muito semelhante às pla­ta­formas
marítimas de pesquisas de petróleo, a al­gumas centenas de
metros de distância da praia.
Outra cena é a sala de uma casa térrea cuja porta de en­
trada dá diretamente para uma rua tranquila de su­búr­­bio, de
onde se avistam outras casas baixas e muito se­­melhantes entre
si. Há uma vaga lembrança de que al­guém da família mora
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 125

a uma pequena distância, na mesma rua, pois parece haver uma


festa ou algum tipo de reunião na outra casa. Per­cebo o vai
e vem de pessoas levando uten­­sílios de uma casa para outra.
Tanto em uma cena quanto em outra, não consigo as­
so­ciar as pessoas das lembranças fugazes com qualquer delas
da minha família atual.
Tenho absoluta certeza de ser personagem destas ce­­
nas. São lembranças que me acompanham e nunca havia me
questionado de onde vinham. Depois de adulta, per­gun­tei
para minha mãe sobre aquele passeio e, mesmo insistindo,
ela negava ter ocorrido. Minhas irmãs mais ve­lhas e ela não
conseguiam identificar tal casa de subúrbio.
Tenho razoável lembrança dos fatos vivenciados a partir
dos doze anos de idade, e sei que nada semelhante ocorreu
neste período. Isso me leva a crer que as cenas – em­­bora não
consiga localizá-las no tempo ou no espaço – po­dem ser regis­
tros de uma vida anterior.
Estas observações não têm valor científico pela falta de
dados comprobatórios, mas são cenas tão reais que às ve­zes
esqueço o fato de, simplesmente, não caberem em mi­nha vida
atual e sinto um vazio, uma lacuna, uma quase frus­tração pela
impossibilidade, até agora, de resgatar os acontecimentos,
apesar de já ter estabelecido estas cenas para serem alvo men­tal
de retrocognição, inúmeras vezes.
Tanto para conseguir rememorar a projeção, com o má­­
ximo possível de detalhes, quanto para ter retrocognições
efi­cientes, há a necessidade de manter a memória sadia e trei­­
na­da. Exercício útil para ambas as situações é: antes de dor­mir,
pro­curar lembrar de maneira retroati­va, tudo o que ocor­reu
durante o dia, desde o momento de deitar, refazendo o cami-
nho de vol­ta até o momento de acordar, pela manhã.
Algumas técnicas muito oportunas para a manuten­ção
da saúde e expansão da memória são apontadas pelo pesqui-
sador Alegretti:
126 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

1. “(...). Cuide de sua memória física e amplie-a


atra­vés de seu uso regular.
2. Estude e pratique técnicas de melhoria de memó­
ria e depois vá além delas.
3. Evite estresse, falta de sono, dormir em excesso,
surtos emocionais, alimentação intoxi­cante, drogas
crimi­na­lizadas, medicamentos, colesterol e gordu­ras
saturadas, má respiração e vida sedentária.
4. Evite o padrão de vida instável e sem ritmo ou
disciplina.
5. Com muito critério, cuidado e acompanha­
men­to técnico, use complementos nutricionais que
pos­sam melho­rar seu rendimento cerebral (V. Alegretti,
Wagner; Retrocog­ni­ções: Pesquisa da Me­mó­ria de Vivên­
ci­as Passa­das; 310 p.; 2ª Ed.; IIPC; Rio de janeiro, RJ;
2000; página 147).

Tudo o que vivenciamos fica registrado na memória.


Quando utilizamos um veículo mais denso e de frequência
vibratória mais lenta igual ao soma, os fatos passíveis de
reme­moração representam apenas pequena parcela do acer­
vo registrado em nossa memória integral – localizada em um
veículo mais permanente, evoluído e sutil chamado de men­
talsoma – corpo mental.
Para acessarmos mais dados do nosso passado multi­
existencial e, também, de nossas projeções lúcidas é essen­cial
promovermos a criação de novas sinapses, ampliando nosso
banco de dados cerebral com muito estudo, associa­ção de
idéias e uso do raciocínio lógico.
A prática demonstra que todo esforço empregado no
sentido de manter o cérebro ativo é recompensado pelo aces-
so mais rápido ao banco de dados da memória e o pró­prio
exer­cício de procurar rememorar as experiências proje­tivas já
ajuda muito neste processo.
127

Capítulo 17

Projeções Precognitivas

Popularmente conhecida como premonição, pres­sen­


ti­mento ou profecia, a precognição é a capacidade de captar
acontecimentos possíveis de ocorrer em futuro pró­ximo ou
distante.
A precognição é um tipo de parapercepção bastante po­
pular, pois é comum pessoas relatarem pressentimentos de
ocor­rências, posteriormente confirmadas. Manifesta-se de mo­do
inesperado durante a vigília física, através de in­tuições, visões
ou flashes de cenas. Geralmente está asso­­ciada a outros atributos
parapsíquicos como telepatia e cla­rividência.
Precognições anunciando acidentes aéreos, terre­motos
e grandes tragédias parecem vincar de maneira mais signifi­
cativa a memória por sua maior carga emocional.
Tal qual ocorre nas retrocognições, as precognições
aces­sadas através de experiências fora do corpo são superio­­
res em clareza e percepção, pois a consciência nesta condição
en­contra-se menos influenciada pelo tempo cronológico na
forma como ele é percebido na dimensão física.
Alguns fenômenos precognitivos, sem carga emotiva,
che­gam a passar despercebidos e, nem por isso, deixam de
ocor­rer. Também ocorre com certa frequência, o conhecimen­
to antecipado de locais ou pessoas ainda não acessadas na
dimensão física.
É comum identificar por fotografias, pessoas que foram
encontradas previamente no decorrer de projeções conscien­
tes. Por exemplo: conheci antecipadamente o ma­ri­do de uma
amiga que se casou em uma cidade distante; o irmão de outra
amiga vivendo num país estrangeiro; o filho de uma colega
128 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

do IIPC a quem não havia tido a oportunidade de conhecer


pessoalmente.
O que falta à maioria das pessoas é o espírito científi­
co da pesquisa, o registro diário de experiências e o acom­
panhamento do desenrolar de fenômenos deste tipo.
A seguir, o registro de dois exemplos reais, da possibi­
lidade de ocorrência de projeções precognitivas.

Visitando o CEAEC

Xangri-Lá, 25 de novembro de 1996, 6h35min.


Acordei às 3h30min e circulei energias por muito tempo.
Na última vez que olhei o relógio eram 5h30min e, já
bastante cansada da posição em decúbito dorsal, virei de lado.
Devido à intensa circulação de energias, sentia-me com­
pletamente descoincidida, porém não conseguia decolar para uma
projeção consciente nem dormir.
Tive um breve apagamento e já me percebi cami­nhando
entre árvores plantadas em linhas paralelas com largos espa­ços
entre si, de um parque muito bonito com solo de areão vermelho.
Caminhando, admirava a beleza do lugar. Sentia um
grande bem-estar, sem o costumeiro desconforto, sen­do este o ponto
de partida da lucidez extrafísica.
Dei um impulso e, volitando, pude ver toda a região, no­
tando, agora do alto, a simetria perfeita das linhas das árvores.
Lembrei do meu alvo mental: conhecer o CEAEC 30 para con-
firmação posterior. Estava de viagem agenda­da para participar

30 CEAEC – Associação Internacional do Centro de Altos Estudos da


Conscienciologia, localizado em Foz do Iguaçu, é um Campus cons­
tituído de vários laboratórios para autopesquisa e uma Ho­loteca com
acervo de 665.418 artefatos do saber (Ano-base: 2008).
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 129

de um curso de Extensão em Pro­je­ciolo­gia e Cons­cienciologia II


e um Simpósio de Conscienciote­ra­pia a serem realizados nesta
local em dezembro de 1996.
Comecei a rodar em pleno espaço, tentando me orientar
sobre o rumo para Foz do Iguaçu. Fiquei confu­sa. Pensei em
pedir o auxílio de um amparador, mas já me deslocava rápido
em pleno ar, em determinada dire­ção e altura que permitia vi-
sualizar a paisagem com casas e mui­ta vegeta­ção. Estava sendo
levada, pois, em deter­minado momento, a velocidade diminuiu
e me aproximei do solo sobre uma região de onde se avistava uma
longa es­trada de terra vermelha. Ao lado direito desta estrada um
milharal exu­berante e, mais além, o CEAEC.
A ansiedade da perspectiva de conhecer o local ante­ci­
padamente precipitou a sensação de retorno ao soma, mas lembro
do último pensamento manifestado ainda fora do corpo: não vou
conseguir ver o CEAEC por dentro.
Acordei sem perda de lucidez às 6h35min.
Guardo uma fotografia tirada do local, reconhecido an-
tes mesmo de chegarmos ao Campus, quando fomos leva­dos
de ônibus para o evento. A diferença era que o local foi visto
do alto, porém perfeitamente identificável em terra.

Precognição

Xangri-Lá, 07 de março de 2001. Horário indeterminado.


Antes de registrar a próxima experiência projetiva, pre-
ciso fazer um pequeno retrospecto dos fatos.
Ao lado da casa que temos em Xangri-Lá existe um
terreno baldio entre o nosso terreno e o do vizinho A. e sua
esposa L. Pelos fundos, o mesmo se emenda com o terreno do
Dr. M. (cuja casa situa-se voltada de frente para a rua detrás
da nossa casa).
130 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

Para evitar que as pessoas jogassem lixo e caliça neste


local, meu marido colocou moirões e fechou-o com arame.
Quando o mato crescia muito, meu marido e A. passa­vam
a máquina de cortar grama. Porém, no último verão, devi­­
do à chuva, o local estava quase sempre alagado, permi­tindo
a proliferação de plantas e o excessivo crescimento do mato,
tornando-se impossível seu corte com máquina de cortar
grama comum.
No dia 24 de fevereiro, quando nos despedimos dos
vizinhos devido ao encerramento da temporada de vera­neio,
combinamos uma reunião para o feriado de Páscoa. Tentaría­
mos incluir o Dr. M. em um mutirão (já que ele era parte
inte­ressada) e contratar alguém para fazer a limpeza do terreno.
No dia 03 de março, recebemos uma ligação de um
corretor de Xangri-Lá oferecendo o terreno, pois o dono
o ha­via colocado à venda. Descartamos a possibilidade de
com­prá-lo e esquecemos o assunto.
Na noite do dia 06 de março de 2001, após a costu­meira
mobilização de energias, na tentativa de produzir uma projeção
consciente, adormeci com o firme propósito de conquistar a lucidez
extrafísica. Ocorreu o que segue:
Era noite e estava no jardim da casa de Xangri-Lá acom­
panhada de meu marido que descarregava o carro (como sem­pre
faz quando lá chegamos). Examinava as flores e, ao chegar perto
do muro, vi que estavam aterrando o terreno ao lado da casa.
Fui olhar por cima do muro e vi minha vizinha no seu jardim
e gritei: L. veja, o Dr. M. comprou o terreno e estão aterrando-o.
Apurei a visão e vi Dr. M. cortando a grama do seu jardim,
observando-nos com um olhar sério.
Chamei a atenção de meu marido para o fato, e ele, de-
monstrando aborrecimento, disse que os trabalhadores ha­viam
sujado de barro toda a rua.
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 131

Quando acordei pela manhã, relembrei a experiência e re­


latei-a ao meu marido, perguntando sua opinião a respeito.
– Isto é tolice, pois o Dr. M. adquiriu há pouco tempo
o terreno ao lado do dele fazendo um considerável aumen­to em
sua residência. Ele não se interessaria pelo terreno nos fundos
de sua casa e ainda mais pelo preço absurdo que estão pedindo.
Na noite do dia 22 de março de 2001, fomos para a praia,
chegando por volta de 21h40min.
Ao chegar, vimos a rua toda suja de barro e o terreno
sendo aterrado. Com exceção das presenças da L. e do Dr.
M., o quadro era exatamente o que havia presenciado proje­
tada, na noite do dia 07 de março de 2001.
No dia seguinte, fomos averiguar e descobrimos ter sido
de fato o Dr. M. quem havia comprado o terreno e man­dado
aterrá-lo.
A projeção havia sido precognitiva, pois os trabalhos
de aterro só haviam começado na semana anterior, isto
é, entre 19 e 22 de março. Apesar de ter sido uma projeção
semiconsciente, pois em nenhum momento tinha cons­ciên­cia
de estar projetada, acessei um fato que ainda viria a se realizar.
132

Capítulo 18

Importância da
Tarefa do Esclarecimento

As experiências fora do corpo fornecem uma nova vi­são


de tudo o que diz respeito à evolução da consciência. Cada
novo desafio é uma oportunidade de aprendizado. Não im­
porta no que acreditamos, ao deixarmos nossos veículos físicos,
todos continuaremos a evoluir. Partici­pamos de um grandioso
sistema evolutivo ainda invisível a muitos olhos hu­manos.
Uma das abordagens filosóficas da Conscienciologia
refere-se à assistência multidimensional.
A assistência fraterna pode ser superficial e simpática
con­solação temporária, a exemplo da que eu vinha prati­cando
antes de conhecer o IIPC. Pode ser também, o auxílio à re­
novação pessoal permanente de idéias.
A docência é uma das atividades desenvolvidas no IIPC
com a finalidade de esclarecer. Esclarecimento de alto nível,
que informa sem tentar convencer o assistido, priori­zando
a qualidade da informação prestada. Segundo Vieira,

“A tares (Tarefa do Esclarecimento) apre­sen­ta


entendimento difícil, execução menos agra­dá­vel,
desempenho nem sempre simpático, sem resultados
imediatos na vida humana do dia-a-dia, sendo,
portanto, uma tarefa evoluti­va de bases multidi-
mensionais e policarmicas31”.

31 Policarma – Princípio de causa e efeito, atuante na evolução da cons­


ciência, quando centrado no senso e vivência da maxifra­ternidade
cósmica, além do egocarma e do grupocarma.
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 133

“(...) a tares tem no discernimento – sua base


de persuasão – a essência do ato de despertar os
dormidores evolutivos de todos os níveis, em qual­
quer parte a qualquer tempo” (V. Vieira, Wal­do; 200
Teáticas da Conscienciologia; 260 p.; IIPC; Rio de Janeiro,
RJ; 1997; página 206).

A tarefa do esclarecimento (tares) é cirúrgica e oferece


soluções assistenciais mais definitivas. Conduz as pes­soas
ao ato de pensar por si, a fim de se libertar do jugo milenar
dos instintos, dependências doentias e sacrali­zações. A tares
atua naqueles pontos onde a evolução cons­ciencial empa­­cou
e apre­senta como principais características os seguintes fatores:
– Analisa realisticamente.
– Esclarece os fatos.
– Aponta enganos.
– Escancara a mente dos outros, usando a franqueza
construtiva em uma linguagem direta e realista.
– Não seduz e nada promete.
– Torna cada um mais responsável por si.
Passei a estreitar meu relacionamento com o IIPC,
par­ticipando mais ativamente de suas atividades. Tornei-me
vo­luntária, pois precisava preencher meu tempo, não havendo,
no momento, nada mais almejado do que apro­fundar os co­
nhecimentos sobre Conscienciologia, compar­tilhar as vivên­
cias próprias e as de outros projetores. Tomei conhecimento
da existência de livros interessantes. Podia pesquisar nos livros
disponíveis na biblioteca e tinha acesso às descobertas mais
recentes dos professores/pesqui­sa­dores através de seus cursos
extracurriculares.
Não conseguia deixar de pensar nos benefícios que toda
a humanidade poderia usufruir se cada um pudesse compreen­
der a própria realidade consciencial. Os noticiá­rios na televisão
demonstram o nível de imaturidade dos seres hu­manos. Uma
134 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

das propostas da Conscienciologia é fornecer ferramentas


para que possamos através de nos­sas próprias experiências,
me­lhorar o nível de lucidez.
Por esta época recebi o convite para ser professora no
IIPC.
Pensei: por que não? Afinal, estava vivenciando gran­de
parte dos fenômenos a serem transmitidos em sala de aula
e, além disso, nunca acreditei em felicidade baseada no ego­
centrismo. Quem de nós poderia ser feliz por inteiro sabendo
que outro ser vive em desequilíbrio?
Seria parte de minha programação existencial ajudar no
esclarecimento de outras consciências?
Talvez fosse este, justamente, o objetivo das experiên­
cias projetivas.
Decidi aceitar o desafio e, com grande motivação, co­
me­cei a preparar minhas aulas.
O fato de estar me preparando para a docência de­sen­
ca­deou um processo de esclarecimento no extrafísico, onde
me percebi várias vezes esclarecendo consciências que já ha­
viam passado pela desativação do corpo físico e até outras
projetadas.

Alunos Extrafísicos

Porto Alegre, 27 de julho de 1999, horário indeter­­mi­


nado.
Encontrava-me no centro de uma espécie de teatro de arena
localizado próximo ao IIPC, dando aulas a um grande grupo
de consciências.
Estava muito desconfortável, pois os alunos eram muito
turbulentos.
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 135

Havia uma consciência feminina especialmente pertur­


badora da ordem.
Esforçava-me para dar conta do recado e lembro com muita
clareza que manuseava uma pasta com os conteúdos programáticos
das aulas de Projeciologia.
Quando, a aula terminou, avaliei ser necessário prati­car
muito mais. Dar aulas para os alunos na dimensão física, seria
mais fácil, pois eram muito mais atentos e comportados.
Fiz uma comparação mental e pude perceber clara­mente
a diferença no comportamento dos alunos de uma di­mensão e de
outra.
Não foi possível registrar a hora da ocorrência, pois não
che­guei a retornar ao soma e a rememoração ocorreu em bloco
quan­do acordei pela manhã.

Contrafluxo em Sala de Aula

Porto Alegre, 23 de dezembro de 1997, entre 1h30min


e 03hl5min.
Custei muito a conciliar o sono quando me recolhi.
Quando surgiu a lucidez estava em uma sala de aula,
fa­lando sobre holossoma. A sala era comprida e me encon­trava
mais ou menos no meio dela.
Não existia um quadro branco onde pudesse escrever; so-
mente um painel de madeira natural e clara, onde escre­via, mas
as letras permaneciam sem destaque.
Havia uma turma de consciências, à minha direita, aten­
tas ao que dizia, porém, em dado momento, ouviu-se uma voz
muito alta e estridente falando sem parar.
Pedia silêncio mas uma consciência em especial não
me aten­dia e, naquele instante, soube que o local fazia parte
136 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

de uma instituição hospitalar: prestava assistência a doen­tes


mentais.
Voltei a pedir silêncio e disse para o tumultuador que, se
ele não se calasse, chamaria a enfermeira para retirá-lo dali.
Ele continuou gritando. Então, apertei um botão loca­
lizado numa parede lateral e, a seguir, entrou uma jovem. Pedi
que levasse o desordeiro embora.
A partir desse momento, tudo virou uma confusão, di­fícil
de controlar.
As criaturas presentes na sala já não eram mais as mes­mas
com as quais havia iniciado a aula.
Os alunos estavam tendo um ataque de loucura co­letivo.
É preciso registrar que me sentia tranquila e lidava, ins­
tintivamente com a situação como se já estivesse habi­tuada.
Havia um garoto, com o corpo desenvolvido de adulto, mas
idade mental e cabeça de menino. Ele não queria que hou­vesse
aula, pois interrompia a cada momento.
A situação ficou sob controle por algum tempo, até que
o mesmo garoto começou a tirar fezes de dentro de sua roupa, um
macacão largo, e jogava em direção a mim.
Por algum tempo consegui manter a calma, e, já com algum
esforço, continuei dando aula.
Encorajava-me a pensar que aquilo não era cocô, mas
apenas uma criação mental daquela consciência para me afastar
dali – na verdade as fezes jogadas nunca me atingiram.
Consegui me manter equilibrada até o momento em que
ele, com as mãos lambuzadas de fezes, tirou de dentro da roupa
um grande sanduíche e começou a comer.
A partir de então, não aguentei mais, deixei-me levar pelo
nojo e acordei sentindo banhos de energia e em intenso estado
vibracional.
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 137

Excursão para Esclarecimento

Porto Alegre, 24 de outubro de 2000, 4h55min.


Antes de adquirir lucidez extrafísica, lembro-me de algu­
mas cenas onde me encontrava liderando um grupo de mais ou
menos 20 pessoas, como se estivéssemos em uma viagem ou ex­
cursão e eu fosse o guia daquelas pessoas.
Em alguns fragmentos de memória, estava expli­can­do para
o grupo alguma coisa relativa às diferenças entre a ali­mentação
extrafísica do psicossoma e alimentação das células do corpo
humano.
Em outro flash, estava volitando e, em pleno ar, falava
a dois alunos sobre uma experiência onde havia sido possível
constatar que o mesmo Sol que ilumina a dimensão fí­si­ca tem
influência sobre os ambientes da dimensão extra­física.
Atuava de modo mais ou menos inconsciente, mas quan­­do
nos reuníamos em um grande salão, percebi estar proj­etada em
uma dimensão extrafísica com um grupo de alu­nos para uma
aula prática.
Havia conscins projetadas e consciexes no grupo e, com
cer­teza, muitos deles não tinham lucidez extrafísica, pois ouvi
ma­nifestações de dúvidas em relação à sua con­dição. O lugar era
um grande salão envidraçado e per­cebia-se que estávamos nos
limites de uma grande cidade, pois se via prédios e ruas movi­
mentadas através das vidraças.
Todos pareciam estar alegres, falantes e ansiosos para contar
sua experiência.
Olhando através das janelas dos fundos do prédio, notei
que havia um declive formado de pedras e corria água cris­ta­
lina sobre elas, formando uma corredeira alon­gada e suave.
Pensei em fazer algo para provar que está­vamos em outra
di­­mensão. Chamei todos e fiz um relativo esforço para atra­ves­
sar a grossa parede de pedra que nos separava do meio ambiente
138 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

externo e saí volitando. Fiz al­gumas evoluções para todos verem


e depois, não re­sistindo ao prazer da volitação livre, afastei-me
até uma região onde tinha início uma depres­são no terreno, for­
man­do um vale.
Sua paisagem era algo impressionante. Um campo de
ba­talha onde jaziam cadáveres de todos os tipos e tama­­nhos. Al­
guns animais e estranhas aves alimentavam-se da­queles corpos.
Imediatamente senti a influência da den­sidade do am­biente
e voltei para o local onde estavam meus alunos, já sentindo certa
dificuldade para volitar. Mi­nha vontade de que aquelas pessoas
“acordassem” para sua con­dição era mui­to grande, por isso, num
supremo es­forço, fiz mais algumas evo­luções em frente aos grandes
vidros das janelas. Ao fazer isso, passei por um homem pa­rado em
pleno ar olhando com es­panto para mim, como se não acreditasse
no que estava vendo.
Pensando ser o suficiente para vincar a memória do grupo
de alunos, escolhi uma vidraça e a atravessei, penetrando no­va­
mente no recinto onde estavam todos. Eles me receberam com
manifestações de alegria e carinho. Eu, no entanto, preocupada
que algum deles, mais afoito, fos­se até o vale, disse: não vale a pena
ir até o vale onde fui, pois ali já é zona umbralina e parece que
o local foi cenário de uma guerra horrível, pois está cheio de corpos
dila­ce­rados sendo comidos por animais, mas gostaria que todos
lembrassem desta aula.
Para marcar bem o evento, convidei-os a cantar comigo
um refrão, pois era importante ajudá-los a se lembrarem:
“Vamos lembrar, vou cobrar de vocês;
Vamos lembrar, vou cobrar de vocês;
Vamos lembrar, vou cobrar de vocês...”.
Acordei neste momento e ainda ressoa em meus ouvi­dos as
vozes dos alunos, repetindo alegremente:
“Vamos lembrar, vou cobrar de vocês.”
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 139

Éramos um grupo coeso, alegre e bem disciplinado, po­rém


não posso deixar de registrar: retornei sentindo certa frustração
pela constatação de que alguns deles não encararam a experiên-
cia com a devida seriedade, mesmo com meu es­forço em fazê-los
registrar na memória os eventos extrafísicos.
Quando comecei a dar aulas, no entanto, percebi que
dificilmente a carreira de professora seria muito exitosa devi-
do à dificuldade de permanecer de pé durante as duas horas
e meia da aula.
Decidi dedicar mais tempo ao estudo da Proje­cio­terapia.
Segundo Vieira, Projecioterapia é a terapia embasada nas
técnicas apresentadas pela Projeciologia. Ela visa ao tra­ta­mento,
alívio ou remissão das enfermidades, sejam orgâ­ni­cas, psí­quicas
ou parapsíquicas do projetor ou de outrem, atra­vés da projeção
consciencial lúcida. É o cha­mado trata­mento projetivo.
A Projecioterapia desenvolve-se baseada na tera­pêutica
do holossoma – soma, psicossoma, energossoma e, principal­
mente, mentalsoma.
A rigor, a medicina convencional trata do soma. Acupun­­
tura, do-In, Homeopatia, terapêutica bioener­gé­tica cuidam
do energossoma.
A Projecioterapia, além de todos esses elementos indi­
cados, emprega notadamente o último recurso: o trata­mento
terapêutico ao psicossoma e mentalsoma em busca da remis­são
definitiva dos seus males, através da autocura.
O projetor projetado exterioriza energias conscienciais
através do psicossoma com ou sem o auxílio do am­pa­ra­dor.
Essa energia é lançada diretamente sobre o pró­prio soma do
projetor terapeuta ou sobre o holossoma da cons­cin assistida.
Embora constituindo marcante evolução e ampliação
das áreas terapêuticas, a Projecioterapia deve ser aplicada de
140 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

maneira prudente e sempre como coadjuvante da prá­tica mé­


dica ortodoxa convencional, visando sempre a me­lhoria da
conscin o mais breve possível.
Descobri que, paralelamente ao estudo e ao exercício
do fraternismo, é necessário trabalhar os processos íntimos,
descobrir as autoculpas e insatisfações que estão machu­cando
por dentro e se refletindo no soma. Aprendi algu­mas técnicas
novas de mobilizar energias para desfa­zer bloqueios. Parecem
estar dando resultado, pois consegui em duas ocasiões – so­
mente com manobras energéticas, transformando meu ener­
gossoma em uma espécie de campo intensamente vibrante
e ativo – controlar crises de dor, sem medicamentos.
Acima de tudo, estou aprendendo a identificar e tra­ba­
lhar minhas autocorrupções e mecanismos de defesa do ego
mais profundamente camuflados.
141

Capítulo 19

A Programação Existencial

“O sentimento de se ter algo a realizar na vida


intrafísica é encontrado em milhões de pessoas pela
Terra afora” (V. Vieira, Waldo; Manual da Pro­éxis; 164
p.; IIPC; Rio de Janeiro, RJ; 1997; página 26).

Após desativar o corpo físico, a consciência ainda


permanece com as energias residuais do energossoma, com
o psicossoma e com o mentalsoma. A cada período de vida
intrafísica – série existencial, a consciência com um nível
médio de evolução passa por duas dessomas:
1. A desativação somática – primeira dessoma;
2. A desativação energossomática – segunda desso­ma,
desativação das energias residuais do energossoma, que ocor­re
de três a cinco dias após a desativação do soma. A cons­ciência
permanece na dimensão extrafísica, ou pro­cedência extrafísica
por período variável, ainda com dois veículos de manifestação,
o psicossoma e o mentalsoma.
Depois de passar pela segunda dessoma a cons­ciên­cia
pode passar pela experiência da visão panorâmica de sua última
vida física, fenômeno que colabora na compreen­­são profunda
de toda sua série existencial recém-finda.
Sem as influências diretas da matéria densa, a cons­
ciência extrafísica distancia-se cada vez mais da vida na Terra
e dos problemas restritos à dimensão física. Esta situação influi
muito na melhoria da consciência, especial­mente no que diz
respeito à conscientização de sua rea­lidade evolutiva e seus
projetos inteligentes para o futuro.
142 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

Dependendo do nível evolutivo, do desempenho, do


esforço da consciência em fazer escolhas mais positivas, ela
pode ser encaminhada para curso intermissivo específico,
durante o período entre vidas físicas, com a fianlidade de
se preparar para um melhor rendimento evolutivo em sua
próxima vida humana.
O período intermissivo tem papel fundamental na
evolu­ção e, por isso mesmo, suas características deter­minam
várias das possibilidades de aceleração do processo de
amadureci­mento.
Todo participante de algum tipo de Curso Intermis­si­vo
tem uma programação existencial a cumprir. Nin­guém nasce
na Terra apenas para ser mais um número nas estatísticas po­
pulacionais ou para fazer turismo.
Muitas pessoas que não pararam para analisar seus
reais objetivos na vida podem trabalhar, ganhar dinheiro,
ter uma família feliz, saúde, boa casa com carro na garagem
e, a despei­to de tudo isso, sentir frequentemente me­lan­colia,
ansie­dade ou insatisfação, como se houvesse “algo mais” para
ser feito.
A ignorância a respeito da programação existencial pro­
voca um sentimento de perda, por isso, muitos proje­tores esta-
belecem como alvo mental, ou meta de projeções cons­cientes,
visitas ao local onde se prepararam para voltar à vida física
e, principalmente, para quais tarefas e desafios se pre­pararam.
Identifiquei em mim mesma todos os sintomas de me­
lancolia intrafísica – melin, por desvio de proéxis. A sen­sação
de solidão e melancolia eram, por vezes, insupor­táveis. A sau­
dade de algo indefinível e desconhecido pro­vocava angústia
e sensação de vazio.
Um exemplo de como me sentia transparece em pe­­
queno trecho de carta enviada a uma amiga em 05/05/1992:
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 143

“(...) sentindo melancolia tão grande, res­trin­­­


gida ao extremo e não podendo me abrir com nin-
guém, pois ninguém conseguiria enten­der o que se
passa comigo. Nem eu mesma entendo”.

Pensei inúmeras vezes: o que me está fazendo falta?


Em abril de 1998, fui obrigada a afastar-me da do­cência
devido a uma crise de dor mais intensa do que as de cos­tu­
me, mas, apesar de não estar dando aulas, não parei de ler
e estudar, e embora não executasse nenhuma tarefa específica,
também não me afastei do IIPC. Conti­nuava sendo voluntária
eventual e reciclava os cursos para não ficar desatualizada.
Muito lentamente estava conseguindo sair da crise de
dor e conforme melhorava e participava do holopense­ne da
Cons­cienciologia, questionava se de fato tinha me esforçado
ao má­ximo para vencer a inércia e os meca­nis­mos de defesa
do ego, e se uma parte daquela crise não seria o medo do auto­
enfrentamento.
Nesta época, acordei certa manhã sentindo a presen­ça
de uma consciência extrafísica inspirando-me idéias muito
insis­tentemente. De início, relutei, pensando que po­deriam
ser minhas idéias, por estar constantemente preo­cupada com
meu envolvimento na tarefa do esclareci­mento. As idéias,
porém, persistiram ao longo do dia, até que resolvi sentar-me
e exercitar novamente a psicografia.
O texto fluiu com facilidade.

Quem é Lanu?
Não fazia muito tempo que Lanu havia regressado ao
seu local de procedência, a dimensão extrafísica. Talvez por
isso mesmo ainda estivesse meio confusa sobre sua própria
identidade. Reconhecia-se uma individualidade que pensava
e reagia intensamente a algumas lembranças que não eram
muito definidas de sua última existência intrafísica.
144 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

Às vezes sentia uma dor pungente ao admirar uma pai­


sagem que ela, na realidade, não sabia muito bem se es­tava
criando a partir de quadros existentes em sua holo­me­mória,
ou se a paisagem existia realmente no tempo e no espaço. Era
acometida de uma saudade intensa e inex­­plicável de al­guém
ou algo indefinível. Outras vezes, sur­preendia-se sen­tindo
um grande alívio, como se tivesse conseguido superar uma
grande dificuldade e estivesse, agora, gozando de um mere­
cido descanso, livre de todas as preocupações, compro­missos,
deveres e tarefas mais pressentidas do que a certeza de terem
existido. Deixava-se ficar nessa doce superfície, não desejan-
do proposita­da­mente mergulhar em suas lembranças, pois
instin­ti­vamente sabia que elas iriam acabar com seu rela­tivo
e temporário sossego.
No entanto, como ocorre quando acordamos e vaga­
rosa­­mente tomamos consciência de nossa realidade in­tra­
física, Lanu também ia, lentamente, recobrando sua lucidez
extra­física.
Quanto mais claras ficavam as lembranças, mais mo­
ti­vações traziam à Lanu para aprofundar a auto-avaliação de
todos seus atos praticados em sua última vida intrafísica.
Estando agora livre das limitações do cérebro físico
e com a consciência expandida, tinha maior visão sobre o con­
junto de suas várias existências humanas. Chegou à conclusão
de que não passava de uma consciência com desempenho
e evolução apenas mediana.
Percebeu que estava farta daquela avaliação com o mes­
mo resultado: desempenho apenas sofrível.
Já era hora de “virar a mesa” e partir para um esforço
concentrado no rumo da sua evolução consciencial e res­ga­te
de débitos, ainda em aberto.
Buscou, entre antigos amigos, auxílio para um efeti­vo
treinamento que a auxiliasse na tarefa de uma repro­gramação
holopensênica pessoal que pudesse, realmente, ajudá-la quan-
do regressasse ao planeta.
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 145

Fazendo uma comparação de tudo o que sabia ou tinha


acessado em seu período de vida intrafísica em rela­ção à sua
realidade de consciência extrafísica atual, Lanu achava que
se tivesse feito um esforço maior para ter mais lucidez, intra
e extrafísica, com certeza teria se saído melhor em sua última
vida na Terra.
Agora, de posse de toda sua lucidez, podia perceber
a importância do esclarecimento.
Viu o quanto a humanidade, em relação à sua proce­
dência extrafísica, ainda se encontra sonambulizada, ca­ren­te
e dependente de líderes religiosos, gurus, profetas e explora­
do­res da ignorância das consciências.
Achou que não era tão difícil colaborar para a dimi­
nui­ção de imensas legiões de parapsicóticos pós-desso­máticos
poluentes das regiões crostais do planeta, com seus pensamen­
tos patológicos e conscins não menos doentes já em condições
de tomar as rédeas da própria vida, sua alternativa de cresci­
mento e evolução, se lhe fosse dada a possibilidade de apren­der
a pensar, de conhecer em vez de acreditar.
Decidiu, então, em conjunto com seus amparadores,
que na sua próxima programação de vida incluiria traba­lhar
na tarefa do esclarecimento.
Ingressou no Curso Intermissivo mais avançado pos­sível
para seu grau de evolução e, apesar de estar sempre no limite
do seu ainda limitado entendimento, conseguiu, de modo
ra­zoável, acompanhar todo o programa estabe­lecido onde
as idéias eram passadas de maneira completa para os alunos.
Era prevista a dificuldade da recuperação de cons32 en-
quanto a consciência estivesse restringida no corpo bio­ló­gico
denso e limitado.

32 Con – Unidade hipotética de medida do nível de lucidez da conscin


ou consciex.
146 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

O currículo do curso incluía, entre muitos outros as­


suntos:
01. Dramatizações de situações que a conscin pode
enfrentar no seu dia-a-dia.
02. A indução a uma espécie de estado de restringi­
mento, para avaliar se o aluno tem condições de executar uma
tarefa específica num estado, sob vários aspectos, seme­lhante
ao estado em que permanece a consciência, quando mergu-
lhada no soma.
03. Estágios junto às conscins com os mesmos trafares33
apresentados pelos alunos em suas últimas vidas intrafísicas,
para observação dos seus efeitos inibidores na evolução.
04. O estudo individual feito pelos candidatos à res­
soma, do possível efeito de determinadas atitudes sobre todo
o grupocarma.
05. As repercussões das costumeiras omissões na pro­
gramação existencial do aluno e de cons­ciências que de­pen­dem
de atitudes e decisões do candidato à ressoma.
06. Treinamento de técnicas específicas objetivando
a recuperação de cons de lucidez que facilitem a reme­moração
de determinados objetivos relacionados com sua proéxis para
evitar automimeses34 dispensáveis.
07. Ensaios e muito treinamento, em conjunto com os
amparadores, para estabelecer formas de contato e ma­neiras
de receber sugestões ou inspirações patrocinadas por eles.
08. Treinamento para o desenvolvimento do pa­rapsi­
quismo assistencial.

33 Trafar (tra+far) – Traço-fardo da personalidade da conscin; com­


ponente negativo da estrutura do microuniverso consciencial que
a consciência ainda não consegue alijar de si.
34 Automimese Existencial – Imitação, por parte da conscin, das pró­
prias vivências ou experiências passadas, sejam do renascimen­to
intrafísico ou de existências anteriores.
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 147

09. Aprofundamento no estudo dos fundamentos da


Cosmoética35 em todos os seus aspectos.
10. Aplicação de técnicas específicas para melhorar
a comunicabilidade.
11. Consultas ao banco de dados pessoais sobre as
pos­si­bi­lidades de constituir uma dupla evolutiva, e, na impos­
sibilidade, verificar as condições de investir num (a) compa­
nheiro (a) mais afinizado e com chances de sucesso.
12. Práticas de dinamização das sondagens auto-retro­
cognitivas para evitar erros contumazes.
Lanu dedicou-se ao estudo com afinco, pois gostava
muito de estudar. Era um dos traços-força – trafores36 de seu
caráter. Tinha uma sede insaciável de aprender coisas novas.
Fez mapas de atitudes que deveria cultivar e de alter­
nativas para trazê-las de volta à sua proéxis, caso se des­vias­se.
Procurou cercar-se de todas as garantias possíveis contra novos
insucessos.
Após criteriosa avaliação, foi considerada apta a sub­
meter-se à nova existência intrafísica e, com boas possibi­li­
dades de sucesso.
Foi, então, marcada entrevista com o orientador evoluti­
vo do grupocarma para o estabelecimento de toda a intrincada
rede de dependência, interdependência e res­ponsabilidade
da consciex pré-ressomante com as cons­ciências envolvidas.
Definido todo o roteiro da nova existência intrafísica
de Lanu, foi desencadeada a rotina necessária à ressoma da
consciência.

35 Cosmoética – Ética cósmica, a moral acima da moral humana.


36 Trafor (tra+for) – Traço-força da personalidade da conscin; com­
ponente positivo da estrutura do microuniverso consciencial que
impulsiona a evolução da consciência.
148 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

Lanu ressomou em condições propícias ao desenvol­vi­


mento de sua proéxis. Grupo familiar de classe média, con­
dições favoráveis para formação escolar e profissional, boa
saúde física e mental, conduta impecável, atua de men­talsoma
com relativa facilidade, aplica a Cosmoética em suas ações mais
corriqueiras e evita fazer mal a qualquer criatura viva.
Acessou a Projeciologia e a Conscienciologia e até já
con­seguiu produzir algumas projeções conscientes bem sig­
nificativas.
Entretanto, já está na fase executiva de sua existên­cia
e ainda hesita em assumir plenamente a tares.
A avaliação de seu desempenho vai ser, mais uma vez,
apenas sofrível?
A propósito, quem é Lanu?
Lanu sou eu, é você, somos todos nós que, a despeito
de todas as pistas de nossos amparadores, acomodamo-nos
e procuramos o caminho mais fácil.
Não sabia o que fazer com o texto.
Seria ele apenas para consumo próprio?
Seria minha história pessoal sendo transmitida para
mim mesma por um amparador como espécie de orien­tação
sobre a forma de agir?
Não havia dúvida, o texto se adaptava perfeitamente
à situação que eu estava vivendo naquele momento, e revelava
detalhes de treinamentos dos Cursos Intermis­sivos completa­
mente ignorados por mim na época. Decidi, então, comparti­
lhá-lo com meus colegas de evolução e optei por enviá-lo
a todos os voluntários do IIPC, num e-mail circular, pois me
pareceu que seu conteúdo seria útil a ou­tros pesquisadores da
Conscienciologia.
Não sei se a leitura do texto teve alguma repercussão
entre meus colegas. Não conseguia tirá-lo da cabeça e até posso
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 149

afirmar: ele teve alguma influência na minha decisão posterior,


pois analisando os fatos, pareceu-me que o epi­sódio tinha
toda a característica da atuação de consciên­cias ampara­doras.
Estavam criando condições, apontavam um caminho, sem, no
entanto, interferirem nas decisões ou no meu livre-arbítrio.
Não tendo identificado uma identidade sexual na per­
sonagem do texto e nenhuma inspiração em relação ao nome,
depois de pensar muito, decidi colocar o nome de “Lanu”–
significa “discípulo” no poema “ A Voz do Silêncio”, do Livro
dos Preceitos de Ouro. Além disso, tanto pode ser conside­rado
um nome masculino quanto feminino.
Depois, decidi reingressar no programa de treina­mento
ao docente em novembro de 1999.
Para minha sorte, a partir de janeiro de 2000, houve
uma reformulação nos cursos de Projeciologia, passando
a ser constituído de 20 aulas, porém ministradas apenas duas
ve­zes por semana e não de segunda à quinta-feira, como
an­teriormente. Então, a partir de maio de 2000, reiniciei
o trabalho na tarefa do esclarecimento e com o apoio dos co­
le­gas e coordenadores do Centro de Autopesquisa do IIPC,
fi­nal­mente estou conseguindo me firmar na docência.
Poder orientar as consciências no sentido de resgata­
rem informações importantes para seu autoconhecimento
e evolução proporciona uma gratificante sensação de euforia.
O professor em sala de aula é chamado de agente retro­
cognitor, pois não ensinamos nada de novo, apenas ajudamos
o aluno a encontrar a informação dentro dele mes­mo. Para
tanto, basta motivá-lo a experimentar e ter suas próprias vi­
vências, comprovando por si mesmo a sua realidade multidi­
mensional.
Tenho consciência de estar em subnível, mas já é muito
positivo poder estar participando de todo este pro­cesso de escla­
recimento de consciências e também aprendendo e evoluindo.
150 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

Não estando totalmente convencida de estar efeti­vamente


cumprindo minha programação existencial e, frequen­temente,
lamentando não ter acessado as idéias da Cons­cienciologia
quando era mais jovem e com maio­res pos­si­bilidades de êxito,
insistia muito em estabelecer como alvo mental uma visita ao
local de procedência ex­trafísica para des­cobrir algum indício
de meus projetos evolutivos.
Depois de muitas tentativas, tive uma projeção onde
par­ticipava de uma reunião. Sabia, intuitivamente, tratar-se de
uma das equipes extrafísicas que atuam nos eventos do IIPC.
Uma consciência feminina coordenava a reunião senta­da
na cabeceira da mesa. Não estava plenamente autocons­ciente
(ao acordar, foi possível verificar que a expe­riência havia sido
muito semelhante às projeções retrocog­nitivas), mas atua­va
com desenvoltura, levando e trazendo documentos.
Foram realizadas técnicas energéticas: todos senta­dos
exteriorizando com muita intensidade, energias até come­­
çar­mos a levitar. Subimos lentamente até o teto e, va­garosa
e controladamente, voltamos à posição inicial.
Houve um intervalo e alguns componentes do grupo
se dispersaram, passeando pelos arredores.
Alguém me encarregou de chamar o pessoal para a con­
tinuação da reunião. Caminhava entre eles, a maioria eram
jovens, solicitando que voltassem. Um pouco afas­tado, avistei
um moço em especial. Vestia uma espécie de túnica cinza-azu-
lada sobre calças brancas. Senti-me inibi­da de entrar em sua
psicosfera e veio a informação telepá­tica, tratava-se de um
“quase-Serenão37”. Era alto, magro, pele clara e deveria beirar
os trinta anos de idade.

37 Serenão – Nome popular do Homo sapiens serenissimus.


Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 151

Faltou-me coragem de abordá-lo, porém não foi ne­


ces­sário, pois ele, vendo que todos voltavam aos seus luga­res,
sentou-se e a reunião recomeçou.
Sentada perto de uma janela, pude apreciar melhor
a paisagem. O lugar era muito semelhante a um campus uni­­­
versitário. Viam-se outros prédios onde jovens vesti­dos com
roupões brancos e felpudos pareciam saídos do banho e pre­
paravam-se para participarem, por seu turno, das reu­niões.
O parque era circundado por uma larga faixa de algo
parecido com asfalto e, um pouco além desta faixa, havia um
limite – ele não era visível, mas estava lá – além do qual, ha­via
uma aglomeração de consciências curiosas, pareciam querer
ver o que se passava dentro do parque.
Estou, intimamente, convencida ser aquele o local on­
de me preparei para ressomar e, se de fato ainda não aces­sei
minha proéxis, o fim das crises de melancolia indi­ca que
a auto­pesquisa, a tares, e a tenepes fazem parte dela.
No IIPC costuma-se dizer: “em sala de aula, quem mais
aprende é o professor”.
Tenho constatado isso na prática. Nunca em lugar al­
gum me senti tão amparada quanto em sala de aula.
Perdi a conta das vezes em que tive insights valiosos ao
esclarecer dúvidas dos alunos com uma segurança da qual não
teria sido capaz sem o amparo.
Cada vez que me sento para estudar e preparar uma
aula a ser ministrada, descubro a ocorrência de novos enten­
dimentos de assuntos diversos sobre os quais já se falou de­
ze­nas de vezes, contudo, o mais gratificante con­tinua sendo
a possibilidade de compartilhar com consciên­cias afins minhas
experiências, já que quase não abordo estes assuntos com mi­
nha família. Até gosta­­ria de fazê-lo, mas o assunto ainda lhes
causa um grande estresse.
152 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

É em sala de aula, também, que ocorre o maior de­sen­


volvimento dos pilares da Conscienciologia: Parapsi­quis­mo;
Intelectualidade; Comunicabilidade.
Quando ministrei o primeiro Curso de Imersão em Téc-
nicas Projetivas – CITP, percebi algumas ocorrências bastante
raras durante a vigília física ordinária.
O curso é essencialmente prático, pois os alunos são
aco­modados em colchonetes em sala de aula e instruídos
a apli­car uma técnica específica a cada dia.
A aplicação da Técnica da Projeção Assistida foi muito
pro­­dutiva, tanto para a turma de alunas quanto para mim mesma.
Em um dia de aula, instruí minhas alunas a aplica­rem
a técnica e fiquei, como de costume, atenta às sugestões do
am­paro e da equipe extrafísica.
Em determinado momento, recebi uma sugestão men­
tal muito incisiva para exteriorizar energias para o ambiente.
Assim o fiz observando atentamente o campo insta­lado
na sala de aula.
Devo ter entrado em um estado alterado de consciên­
cia, devido à intensa exteriorização de energias, pois, em­bora
estivesse de olhos abertos, percebi, na penumbra, que uma
das alunas que se encontrava no meu ângulo de visão, pa-
recia tremer, agitava-se muito sutilmente, num movimen­to
exata­mente como aquele que se percebe quando se viaja por
es­trada asfaltada no verão e tem-se a impressão de haver água
no asfalto à distância.
Sem fazer movimentos com o corpo, desviei o olhar da alu­
na e percebi que não ocorria o mesmo fenômeno com as demais.
Voltei a fixar-lhe e notei uma duplicada dela er­guendo-se.
Não via seu rosto com clareza, mas a parte superior do
tronco era bem visível, ao mesmo tempo em que conti­nuava
vendo seu corpo físico estendido no colchonete.
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 153

Sua contraparte extrafísica estava se destacando do so­


ma, porém continuava presa pelos pés, numa posição trende­
lenburg38 invertida, pois seu psicossoma ficou leve­mente mais
erguido na parte superior do tronco.
Ao término da aula, todas as alunas relataram expe­riên­­
cias interessantíssimas, predominando, nos relatos, as vi­vências
retrocognitivas – inclusive uma experiência muito interessante
da professora V., que acompanhava minhas aulas na condição
de monitora do grupo. Ela teve uma retrocogni­­ção envolvendo
nós duas e confirmando uma sé­rie de sincro­ni­cidades perce-
bidas tanto por uma quanto pela outra, des­de que nós nos
conhecemos durante a realização de um curso de Extensão
em Projeciologia e Conscien­cio­logia, em 1995.
No final, outra aluna emocionada relatou-nos uma vi­
vência muito intensa com sua falecida avó, e relembrou a ma­
neira tranquila, positiva e lúcida da sua dessoma quando ela
(a aluna), hoje uma senhora já em vias de se aposentar, ti­nha
a idade de doze anos.
Enquanto narrava senti um banho de energias e ouvi
um estalo, tão forte que foi impossível evitar olhar para o lado
direito e, muito embora não tivesse visto nada, senti, de ma­
neira muito intensa, a presença da pessoa (consciex) a quem
ela se referia, parada ao meu lado direito, transmi­tindo-me
a idéia do quanto havia se esforçado para que sua neta estivesse
ali naquele momento.
Quando nos predispomos a assumir a tarefa do es­cla­
recimento, temos a oportunidade de exercitá-la em qual­quer

38 Trendelenburg – Posição com a cabeça mais baixa que os pés em


que se coloca pacientes clínicos ou que estão sendo submetidos
à cirurgia, seja por necessidade da própria cirurgia, seja por proce­
dimento anestésico. Ocorre com freqüência o relato de projetores
que, sentindo-se com o psicossoma descoincidido, percebem-se na
posição trendelenburg porque a paracabeça do psicossoma ainda
encontra-se presa a cabeça do soma.
154 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

dimensão onde nos manifestarmos. É preciso, no entanto,


ter o cuidado de esclarecer as consciências na me­dida do seu
entendimento.
Analisando algumas experiências extrafísicas, tem-se
a impressão de que as consciências são colocadas junto a nós
exatamente com a finalidade de receber a orientação necessá­
ria a ser dada naquele momento.

Desfazendo um Equívoco

Porto Alegre, 22 de agosto de 2000, entre 5h20min


e 6h30min.
Minha lucidez extrafísica surgiu ao “acordar” em um
quar­to estranho. Havia na parede à minha frente uma fresta
permitindo a entrada de um fio de luz.
Sentada em outra cama estava uma de minhas alu­nas do
Curso Integrado de Projeciologia – CIP.
Ainda tentando me localizar no tempo e no espaço, tive
o seguinte raciocínio: não adormeci neste quarto. Devo estar
pro­jetada.
Imediatamente, dei o costumeiro impulso, saí voli­tando,
atravessei a parede de alvenaria e me percebi do lado de fora de
uma grande casa com avarandado.
Era admirável o nível de lucidez experimentado nesse
momento.
Fiz um auto-exame e me vi vestida com uma espécie de
camisetão branco que ia até os joelhos. É raro perceber ou lembrar
meus trajes extrafísicos.
Ao olhar para os fundos da casa, observei uma mu­lher
lavando roupas em um tanque.
Aproximei-me e perguntei:
– Qual é o seu nome?
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 155

– Eu não sei.
Percebi sua falta de lucidez e pensei: eis aí uma destas pes-
soas que dorme, se projeta e continua executando me­ca­nicamente
as mesmas atividades do dia.
Volitei para perto da casa – naquele momento me pare­cia
um local muito conhecido.
Havia luz, mas percebia-se que era noite.
Resolvi voltar para dentro do quarto e, lá chegando, fiz
um convite à minha aluna:
– Vem comigo. Vamos volitar lá fora.
– Não, eu não posso. Tu estás projetada. Eu não estou.
Sabia perfeitamente que ela também estava projetada
e podia volitar, apenas não reconhecia nela esta condição.
Cautelosa, iniciei um diálogo onde pudesse esclarecê-la de
sua condição, porém sem chocá-la, pois isso poderia levá-la
de volta ao soma.
– Bem, você não está interessada pelo que vai te acon­tecer
depois de morrer, não é?
– Eu me interesso sim, só não posso sair volitando por aí.
Sem saber exatamente como agir saí volitando nova­mente
do quarto, pensando: não quero me lembrar de que tenho um
corpo para não voltar. E, sem poder resistir, vo­litei mais um pouco,
gozando a incrível sensação de li­ber­dade experimentada naquele
momento em pleno ar.
Olhando para baixo, vi a chegada de um veículo tra­zendo
algumas pessoas. Havia crianças e um homem, que des­carregava
bagagem no meio da rua.
Desci e andava curiosa no meio daquelas pessoas. Elas
passavam por mim sem me perceberem.
Notei minha aluna parada na frente da casa, obser­vando
tudo atentamente.
156 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

Ela, então, comentou:


– Viu só. Eles nem viram que estás aí, projetada.
Tentando provocar sua lucidez, disse:
– Mas e você? Como é que você está me vendo? Como
é que você sabe que estou aqui?
– Mas eu já falei contigo lá dentro e sei que tu estás pro­
jetada e a projeção está baseada na afinidade, por isso estou te
vendo.
Retruquei:
– Não. A projeção está baseada na frequência vibra­tó­ ­ria,
por isso você está me vendo e eles não.
Depois, voltei novamente para o quarto pequeno e des­­
pojado. Examinei as paredes de alvenaria, não ti­nham pintura.
Neste momento, comecei a sentir os característicos si­nais
de reencaixe ao soma e acordei com intensos banhos energéticos.
A aluna em questão entendia perfeitamente os con­cei­
tos da Projeciologia expostos em sala de aula e chegou mes­
mo a relatar algumas vivências com lucidez extrafísica para
a turma.
No decorrer da experiência ficou clara a sua preocupa­
ção com os temas abordados, sua tentativa de interpretar os
acon­tecimentos, muito embora não estivesse comple­ta­mente
consciente da sua condição extracorpórea naquele momento.
O mesmo relato exemplifica a condição robotizada da
outra consciência desconhecida que, dando continui­dade às
suas tarefas rotineiras do dia-a-dia, lavava roupa e sequer tinha
consciência de sua identidade.
Infelizmente a maioria dos seres humanos ainda se
en­contra em condições análogas a dela, vivendo vidas au­to­
matizadas, sem se darem conta do processo evolutivo em que
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 157

estão inseridos, sem conseguir diferenciar a vida intrafísica


da vida extrafísica, se são consciências intra­físicas ou se já
de­sativaram o soma.
Quantas vidas humanas ainda serão necessárias a estas
criaturas para que se identifiquem no tempo e no espa­ço,
to­mando o controle da sua vida no rumo da des­per­ticidade?
E nós?
Quantas vidas humanas tivemos antes de nos per­guntar
quem somos?
De onde viemos?
Para onde vamos?
158

Capítulo 20

Tarefa Energética Pessoal

No âmbito das pesquisas projeciológicas, segundo


a qual é possível captar, mobilizar e exteriorizar energias, foi
desen­volvida uma técnica de assistência extrafísica anônima,
cha­mada inicialmente de “passes-para-o-escuro”, hoje deno-
minada tenepes, um neologismo resultante da ex­­pressão Tarefa
Ener­gética Pessoal.
Definição de tenepes:
“Tarefa energética pessoal ou transmissão ener­
gé­tica da conscin, homem ou mulher, co­mandada
por uma consciex amparadora, no estado de vi­gília
física ordinária, diretamente para consciexes ou
conscins pro­jetadas, intangí­veis e invisíveis à visão
humana co­mum” (V. Vieira, Waldo; Projecio­logia:
Panorama das Experiências da Consciência Fora do
Corpo Humano; 1248 p.; 4ª Ed. Princeps; IIPC; Rio de
Ja­neiro, RJ; 1999; página 594).

A tenepes está alicerçada na capacidade de mobilizar


ener­gia consciencial, poderosa e sutil, usada nos di­versos
cam­pos da Medicina e nas terapias alternativas, e também
uti­lizada como recurso para assistência inter­cons­ciencial di­
rigida a seres intrafísicos, consciências extra­físicas caren­tes e em
estado de parapsicose.
Na exteriorização assistencial de energias beneficia-se
tanto o assistido quanto o assistente. O primeiro por des­frutar
temporariamente da atmosfera consideravelmente mais hígida
do assistente, proporcionando-lhe melhor ní­vel de lucidez
a respeito de sua própria condição. O segun­do porque a ação
da energia consciencial produz reação benéfica ao organismo
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 159

mantendo-o sadio e, também, por­que constitui o melhor mé­


todo para evitar o recesso prolon­gado na produção das suas
projeções lúcidas.
A tenepes constitui-se em um megadesafio para a pes­­
soa que já tenha um relativo domínio bioenergético e uma
boa auto-organização de vida, para dedicar uma hora diária
do seu tempo à assistencialidade multidi­men­sional. A cons­
cin se dispõe a servir de minipeça em um maxi­mecanismo,
doando energias para seus amparadores administrarem,
redirecionando-as para a assistência a cons­­cins e consciexes
enfermas e carentes.
“A sessão parapsíquica e assistencial do eu
sozi­nho, aparentemente, é contrária ou vai de
encontro ao preceito referido da energia em grupo.
No entanto não se pode esquecer que o prati­
cante, homem ou mulher, da tenepes ja­mais está
sozinho, pois somente atua em pro­funda sintonia
com amparadores ou ampara­do­ras extrafísicas
e, excepcionalmente, até consciências intrafísicas
pro­jetadas e assistidas, quando funciona como
te­ra­peuta perante cons­ciexes carentes, energívoras
ou doentes pa­rapsi­­cóticos extrafísicos. O fato de ser
um trabalho parapsíquico em que participa ape­nas
uma cons­ciência intrafísica torna a fisca­­lização e
as defesas mais eficazes e, sobretudo, mais fáceis de
serem mantidas pelos amparadores e ampa­ra­doras”
(V. Vieira, Waldo; Projeciologia: Pano­rama das Ex­pe­
riên­cias da Consciência Fora do Corpo Hu­­mano; 1248
p.; 4ª Ed. Princeps; IIPC; Rio de Janeiro, RJ; 1999; páginas
597 e 598).

Trata-se de um compromisso a ser assumido para


o resto da vida intrafísica e também para as próximas.
No primeiro capítulo deste livro foi feita referência às cons­
ciências extrafísicas desestruturadas e carentes mani­fes­tadas
160 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

através de médiuns, e a incapacidade de ajudá-las de maneira


mais objetiva. A existência dessas criaturas desorientadas
e ima­turas, desesperançadas e sem assistên­cia constitui-se em
trauma extrafísico de difícil assimilação por parte do projetor
novato desavisado.
Havia atuado muito tempo, doando energias nos tra­
balhos de passes magnéticos em um centro espírita e sentia
falta de auxiliar, de modo mais objetivo, outras consciências.
O trabalho da tenepes era um avanço em comparação ao pas­se
magnético, pois a conscin pode exercer a assistenciali­­dade em
alto padrão, de modo anônimo e em estreita comu­­nhão com
amparadores especializados neste tipo de tarefa.
Tinha dúvidas em relação à qualidade da energia cons­
ciencial que estaria doando, em função da saúde pre­cária.
Seria uma atitude cosmoética iniciá-la com a finali­dade de
ga­nho pessoal, mesmo sendo esse ganho adquirir saúde para
ampliar a atuação na tarefa do esclarecimento? Ainda não
estava suficientemente preparada para assumir uma tarefa
dessa envergadura.
Depois de ter construído uma razoável autodefesa ener­
gética no atendimento a quatro turmas do Curso Inte­grado
de Projeciologia e Cursos de Imersão em Técnicas Pro­jetivas,
já me sentia amadurecida para iniciar a tenepes, mas ainda
não estava completamente segura.
Até o momento não havia compreendido que, neste
processo, importa muito mais a intenção sincera de assistir,
a qualificação das energias através dos pensamentos e sen­
timentos – pensenes39 – do que a parcela física, componente das

39 Pensene (pen + sen + ene) – Unidade de manifestação prática da


consciência, segundo a Conscienciologia, que considera o pensa­
mento ou idéia, o sentimento ou a emoção, e a energia cons­ciencial
em conjunto de modo indissociável.
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 161

bioenergias, disponibilizada a amparadores para ser tra­balhada


por eles e aplicada onde houver maior carência.
A decisão de iniciar esta técnica foi antecipada em feve­
reiro de 2001 quando, em visita ao CEAEC, realizei uma
imer­são em seus vários laboratórios.
De todos, o da tenepes foi sem dúvida alguma aquele
que proporcionou a experiência mais significativa. Ao recos-
tar-me no laboratório, senti a incrível diferença do padrão
de ener­gias do campo, já instalado, independente da minha
von­tade ou interferência.
Fiz a mobilização básica das energias e quando passei
à pas­sividade atenta, a energia continuava a fluir em exer­cí­
cios de exteriorização, tão intensos que às vezes eu pró­pria me
sentia diluir em ondas de energia. Percebia balançar vaga­rosa,
mas intensamente devido à descoincidência dos veículos de
manifestação. Identifiquei um fluxo energético mais inten­so,
saindo pela medula espinhal, desde a metade da cervical até
a base da coluna.
Havia murmúrios de vozes, pareciam vir de longe, como
se houvesse um grupo de pessoas dialogando em sala anexa,
o que é impraticável na dimensão física, pois os laboratórios
são individuais e isolados uns dos outros.
Ouviam-se os característicos estalidos de cargas ener­
géticas semelhantes a fios elétricos em curto-circuito.
Em certo momento, senti uma mioclonia – contração
muscular – tão intensa a ponto de ambos os braços físicos
saltarem para cima. Muitos quadros extravagantes e estra­nhos
formavam-se na tela mental. Rostos, luzes e cores se modifi­
cavam constantemente.
O momento mais significativo da experiência foi quan­
do vi uma mão extrafísica pegar minha mão direita numa
espécie de convite para uma caminhada de amparo mútuo,
o que causou profunda emoção.
162 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

Tudo começou às 19h15min do dia 06 fevereiro de


2001, e cessou repentinamente às 19h55 min, quando me
deparei sozinha na sala percebendo, apenas, o zumbido do
condicio­nador de ar.
Posteriormente, analisando os fatos, senti tudo tão fa­mi­
liar e natural. Uma sensação de ser acarinhada por uma ta­refa
aparentemente tão fácil e até prazerosa de ser executa­da – seria
infantilidade não começar logo de uma vez.
A partir daquela data, procurei com mais afinco or­ga­
nizar minha rotina de vida e, finalmente, no dia 06 de maio
de 2001, iniciei a prática da tenepes.
Querer descrever as sensações e percepções que ocor­rem
durante a realização da tenepes é tarefa impraticável por­que
elas ocorrem numa dimensão intermediária entre a vigília
física ordinária e a dimensão extrafísica, em um estado alte­
rado de consciência, num aqui-e-agora multidi­mensional.
Rea­lidade somente naquele momento em que ou você executa
a tarefa ou analisa os fatos.
A assistência através da doação de energias é a cada dia
uma experiência nova e diferente. Às vezes, ela é quase im-
perceptível, outras vezes, algo inacreditável e extraor­dinário.
Já houve dias em que fui a principal consciência assis-
tida pela equipe extrafísica e outros, em que os exercícios de
exteriorização de energias foram tão intensos que, ime­dia­
tamente após a prática, caí num sono profundo e repa­ra­dor,
comprovando de maneira cabal as repercussões físicas dos
exercícios energéticos. Realizo a tenepes pela manhã, entre
5h30min e 6h30min. Antes desse compro­mis­so, desde os
tempos da escola primária, 6h30min era minha hora de le­
vantar, e sendo uma pessoa de hábitos regu­lares, muito rara­
mente ultrapassei este horário ao lon­go da vida. Hoje tem
sido quase uma rotina o breve perío­do de sono profundo após
a realização da tenepes, o que me faz encarar com energia
renovada todas as manhãs.
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 163

Quase sempre é possível saber quem foi atendido


e pode-se dizer: os pacientes são, às vezes, bem ines­perados.
É possível perceber extraordinárias sensações psicofisiológicas
idênticas às descritas a seguir, cujos frag­mentos foram copia­das
do diário particular:

1. 09/06/01
(...) a tenepes desta manhã esteve especialmente intensa.
Havia um fluxo permanente de energias, porém com in­
tervalos regulares e, independentes da minha vontade, ocorriam de
cinco a seis pulsações cadenciadas e mais intensas. Nos in­tervalos
entre as pulsações ocorria uma espécie de re­carga e, a seguir, vi-
nham as cinco, às vezes seis pulsações subsequentes, como se meu
corpo fosse um segmento inter­mediário de potente dínamo ou
máquina invisível (...).
Para se ter uma idéia da diversidade de sensações, eis
outros dois trechos:

2. 17/06/01
(...) Acordei às 5h20 min e me preparei para a tarefa as­
sis­tencial.
Rapidamente iniciaram-se os exercícios de exteriorização
de energias de maneira intensa e contínua por todo o holossoma.
Fiquei lúcida o tempo todo e vi estranhos quadros na tela
mental.
Em determinado momento, senti-me muito cansada e des­con­
fortável. Olhei o relógio, tinham-se passado ape­nas trinta minu­tos
e a exteriorização de energias continua­va muito intensa e de­sa­gra­
dável. Doíam-me as costas, a nuca e a ca­beça. Sentia-me presa a algo
indefinível.
Movimentei o soma e mesmo assim não consegui livrar-me
da sensação desagradável. Havia um ruído e pressão forte que
pa­reciam provir de dentro do crânio.
164 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

Ocorreu-me que os pilotos das naves espaciais deve­riam


sentir-se daquele modo, aprisionados em seus pesa­dos trajes de
astronautas ao passar pelas diferentes camadas de gravidade.
Cheguei a pensar que seria possível uma desintegra­ção
e reintegração completa do soma num processo ener­gético tão
intenso quanto aquele.
A coisa toda estava absolutamente fora do meu controle.
Depois de uma hora inteira de exteriorização de ener­gias,
senti que tudo cessou de modo abrupto. Deitei-me de lado, pen-
sando em voltar a dormir, quando, repen­tina­men­te, os exercícios
de exteriorização de energias rei­nicia­ram. Um tanto amedronta-
da, questionei-me se te­ria competência e ener­gia suficiente para
enfrentar um tra­balho dessa natureza.
Não sei quanto tempo ainda duraram os exercícios de
exteriorização porque “apaguei” totalmente.
Acordei uma hora depois, com o holossoma comple­ta­mente
pacificado e sem vestígios do desconforto sentido antes.

3. 22/07/01
Quando acordei, às 5h10 min, sentia uma irritante dor
na região da nuca.
Fiquei imaginando se o fato devia-se a uma postura ina­
dequada para a leitura do dia anterior.
Quando iniciei a tenepes, tive alguns “apaga­men­tos”, mas
lembro que pensei: parece que a principal aten­dida hoje sou eu
mesma.
Minha reflexão, nestes termos, foi pelo fato de sentir re­
percussões, como se alguém estivesse manipulando finos con­dutos,
fios, veias ou fibras musculares na minha região nucal.
Ao final, fui invadida por uma agradável lassidão.
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 165

Retirei o xale que havia colocado sobre os ombros para


me abrigar do frio e os dois travesseiros extras para me recostar.
Deitei sobre meu lado esquerdo e dormi pro­fundamente até 7h30
min. Quando acordei, não havia mais vestígios da dor na nuca.
A seguir, algumas das mais objetivas experiências regis­
tradas no diário pessoal de projeções.

Doando Energias

Porto Alegre, 16 de maio de 2001, 8h10min.


Após a tenepes, deitei-me de lado e dormi novamente.
Minha conscientização extrafísica surgiu num local mui­to
simples, com aparência interna de cabana de praia (talvez tenha
relação com uma outra experiência em que vi, numa re­vista,
a fotografia extrafísica de uma tenepes sendo realizada numa casa
ou tipo de pavilhão à beira-mar). Havia comigo uma jovenzinha
que parecia ser uma espécie de serviçal do local. Deitei-me em
uma cama de lona e me preparei para doar energias.
Logo percebi uma fila dupla de pessoas aguardando sua vez
de entrar no local para receber uma espécie de passe magnético.
Uma senhora organizava as filas e orien­tava as consciências que
chegavam. Ela desempenhava um tipo de liderança em todo
aquele contexto.
Permanecia deitada ali, lúcida, e observei que as filas eram
constituídas, praticamente só de senhoras idosas.
Esta experiência me parece ter clara relação com o tra­balho
de assistência que recém havia finalizado.
Através de uma projeção com alto percentual de lu­ci­dez,
pude constatar recentemente que meus problemas fí­sicos não
impedem a assistencialidade extrafísica.
166 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

Também ficou claro na mesma experiência projetiva


que, em determinadas circunstâncias, o trabalho da tenepes
tem continuidade na dimensão extrafísica, através de pro­je­
ções assistidas.

Assistência Extrafísica

Porto Alegre, 26 de agosto de 2001, 6h55min.


Como de costume, havia iniciado a tenepes às 5h30min.
Às 6h15min, cessaram inesperadamente os exercícios de exte­
riorização de energias.
Concluindo que a tarefa havia terminado, voltei para
a cama. Deitando sobre meu lado direito, adormeci ime­dia­
tamente e me percebi “acordando” na cama do dormi­tório da
casa de Xangri-Lá.
Vi o M. deitado ao meu lado, mas estranhei o fato de es-
tar em nosso quarto porque naquele momento me pare­cia haver
adormecido na minha base física e o fato de me en­con­trar em
nossa cama foi o gancho provocador da mi­nha lucidez.
Saí deslizando pelo corredor da casa até chegar à rua,
onde dei o costumeiro impulso e volitei bem alto, sentindo que,
desta vez, não havia barreiras à volitação livre que já ha­via
experimentado em outros ambientes ex­tra­físicos. Pode­ria ir até
onde quisesse, mas não fui longe, pois lembrei de outro objetivo.
Desci até certa altura, de onde pude avistar o mar e gran­
de parte da faixa litorânea atrás da casa. Na expe­riên­cia, a casa
localizava-se mais próxima do mar do que está na dimensão física.
Desci um pouco mais e dei algumas voltas sobre a água
e o local já se afigurava um pouco diferente porque havia uma
pequena ilha com árvores. Fui naquela direção, tocando as fo-
lhagens verdes.
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 167

Voltei para a terra, examinando bem os arredores, cons­


ciente de que observara outra dimensão, pois cheguei a fazer uma
comparação mental das diferenças entre ela e o mundo físico.
A casa, no entanto, sempre apresentou o mesmo as­pec­to da
dimensão física.
Em direção ao continente, havia uma montanha com gruta
escavada na pedra. Volitei até lá. Lembrei que em outra projeção
havia tentado chegar naquele lugar sem su­cesso, pois quando me
aproximei da gruta, acordei, sem re­memoração posterior.
Desta vez, naquele ambiente rústico, ocorreu-me que
de­veria estar recebendo ajuda de algum amparador e procurei
concentrar-me para tentar uma comunicação através de telepatia
com ele. Nesse momento, na base física de Xan­gri-Lá, ouvi meu
marido se levantando e fazendo ruí­dos com seus chinelos ao passar
pelo corredor. Pensei: toma­ra que M. não me acorde.
Logo não ouvi mais seus ruídos, mas também não lem­bro
se cheguei a fazer, telepaticamente, algum contato com o amparo.
Da gruta onde estava podia ver perfeitamente a casa. Sai
volitando e vi duas crianças brincando em frente à ca­sa de nosso
vizinho. Cheguei perto dos meninos e sabia que eles não podiam
me ver. Brinquei, colocando um pano so­bre a cabeça de um deles.
Ele sentiu minha presença e rea­giu com curiosidade, procurando
o que o havia tocado.
Um pouco além da nossa casa, havia um grande hos­pital
e senti o impulso de ir até lá para ver se podia ajudar de algum
modo. Procurava reter na memória a sua localização.
Na dimensão extrafísica, pensamento é ação e, logo, já
per­­corria seus amplos e claros corredores sem perceber ou lembrar
o modo de deslocamento.
168 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

Chegando a um determinado aposento, vi duas cons­ciên­


cias, uma feminina e outra masculina, no chão, nu­ma sim­biose
patológica, enredadas num emaranhado de fei­xes de uma subs-
tância que ora me parecia ser detritos de palha seca, ora parecia-se
com as crostas de gordura escura que cos­­­­tumam formar-se nas
paredes laterais de caixas de esgoto.
Comecei a exteriorizar energias sobre aquelas duas criatu­
ras e o efeito causado foi algo espantoso até para mim: executa­va
a tarefa com uma desenvoltura tal que chegava a sugerir se tratar
de trabalho de pessoa experiente no as­­sun­to. O jato de energia
des­fazia a substância desagra­dável com a mesma inten­sidade do
efeito causado por má­quinas de lavagem por pressão de água.
Além disso, observei a formação de uma espécie de cam­po
magnético em volta das duas consciências atraindo-me para perto
delas. Eu, entretanto, sabia, intuitivamente, que não deveria
ultrapassar determinado limite de aproxi­mação, esforçava-me
para não ultrapassá-lo. Sentia como se estivesse sendo puxada
por um potente imã.
Conforme iam ficando livres da substância, elas read­qui­
riam sua forma humanóide e abriram os olhos.
Enquanto executava a exteriorização de energias, ob­ser­vava
outro casal penetrando no ambiente com mani­festas intenções de
satisfazer necessidades fisiológicas. Eles desapa­receram por trás
de uma parede.
Diminuí a exteriorização de energias e logo outra cons­
ciência feminina, vestida com um uniforme de enfer­meira, apro­
xi­mou-se para ajudá-los a se levantarem.
Uma outra enfermeira aproximou-se oferecendo um copo de
vidro com água e uma cadeira de praia que aceitei. Comentando:
– Eles estão melhores. Até já pediram água.
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 169

Antes de me retirar, ainda pude vê-los sentar-se em uma


pequena mesa branca e receberem minúsculas doses de água,
servida em pequeninas xícaras de porcelana brancas.
O tempo todo tinha a conscientização de estar em um hos­
pital extrafísico. O trabalho da tenepes do dia havia sido com
enfermos daquele local. Também tinha sido necessária minha ida
de psicossoma até lá para uma tarefa mais es­pe­cífica.
Ao sair, fui atravessando diferentes salas (enfer­marias) onde
outras criaturas eram atendidas, até chegar a um jardim muito
arborizado, com muitas consciências, sentadas em ca­deiras, ves-
tidas de pijamas e roupões, exata­mente como ocorre em hospitais
ou casas de saúde na di­mensão física.
Comecei a me preocupar com o tempo que estaria fora do
corpo. Temia esquecer parte dos acontecimentos quan­do acordasse
tal qual já havia acontecido outras vezes. Olhei para meu pulso,
havia um relógio ali, mas o mostra­dor estava volta­do para baixo.
Cheguei a abrir a pulseira para virar o relógio e olhar as horas,
mas ocorreu-me que ele estava virado justa­mente para que não
visse quanto tem­po havia passado.
Enquanto andava por ali, observando a beleza do lugar,
com trepadeiras floridas e muitas plantas verdes, procurava orga-
nizar, mentalmente, a sequência dos acon­te­cimentos extra­físicos,
pensando em registrar no gravador em primeiro lugar os últimos
acontecimentos, por serem os mais importantes.
Andei mais um pouco, tentando lembrar de algum alvo
men­tal, porém comecei a sentir-me puxada de volta ao soma.
Parecia estar sendo levada para a casa de Xangri-Lá, no entan­to,
obviamente, acordei aqui em Porto alegre, onde havia ador­me­cido.
M. confirmou não haver se levantado durante o pe­ríodo
da projeção, isto é, entre 6h15min e 6h55min, portan­to, pro­
vavelmente permaneceu em sono extracorpóreo e levantou-se
170 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

de psicossoma, em Xangri-Lá, quando escutei o ruído de seus


passos.
Algum tempo depois tive outra vivência intimamente
relacionada com a experiência acima. Apesar de não pare­cer
muito coerente, vale a pena registrá-la pelo fato de ter ocorrido
o fenômeno da memória tripla:
1. Estava projetada com lucidez;
2. Estava consciente da minha identidade intrafísica;
3. Lembrava da experiência extracorpórea em que hou­­
vera estado no mesmo local, reconhecendo detalhes e reme­
morando os eventos da projeção ocorrida em 26/08/01.

Tripla Rememoração

Porto Alegre, 23 de novembro 2001, 6h35min.


Havia terminado a tenepes às 5h50min, retirei os dois
tra­vesseiros extras nos quais estava recostada e perdi, momentane-
amente, a lucidez. A seguir, corria para fora da casa de Xangri-Lá
na condição de projetada.
Ao ver que a paisagem era diferente, imediatamente fiquei
lúcida e comecei a conferir os detalhes para confir­mar se o local era,
realmente, o mesmo. Olhei para a minha es­querda e lá es­tava
a montanha que dominava a paisa­gem, com a gruta de pe­dra
onde houvera estado. De onde me en­contrava, pude sentir haver
uma energia muito po­sit­iva em volta daquela montanha. Minha
lucidez, neste momento, era algo incrível, pois não cedi ao impulso
inútil e infantil de ir até lá volitando. Achei que era mais impor­
tante procurar o hospital onde havia auxiliado duas cria­turas a
se refazerem. Pensei: vamos ver se podemos ajudar mais alguém.
Tentei volitar até lá, mas não consegui. Resolvi ir ca­mi­
nhando, mas era difícil. Tanto quanto caminhar sobre areia solta.
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 171

Cheguei perto de algumas casinhas modestas e na porta de uma


delas, sobre uma cadeira do lado de fora, havia algo que senti
ser muito negativo. Era uma espécie de mochila com uma forma
pensamento de mons­trinho que parecia es­preitar lá de dentro. Vi
enormes olhos cor de fogo me se­guindo. Senti que teria de fazer
algo a respeito e, estendendo as paramãos, comecei a exteriorizar
energia sobre a mochila. O monstrinho começou a reagir e alterar
sua feição até surgir a forma de um gato. Eu repetia:
– Isto, assim, tu és somente um gatinho.
O gato me olhou assustado e fugiu como um foguete.
Continuei em direção ao hospital, cuja estrutura já era
bem visível. Não lembro como entrei lá, mas continuava per­
feitamente lúcida, com toda a predisposição de aju­dar. Um grupo
grande de consciências vestidas com uni­formes brancos de médicos
e enfermeiras me recebeu com alegria, como se já me conhecessem
muito bem. Eu, no en­tanto, neste momento, tive dificuldade de
resgatar minha condição de conscin pro­jetada, pois fiquei surpresa
com a demonstração de carinho daquele povo e maior ainda foi
minha surpresa quando todos me chamavam de “dou­tora”. Muitos
batiam palmas e diziam:
– Chegou nossa doutora; chegou nossa doutora.
Pensei: doutora? Não sou doutora! Apenas vim aqui para
ajudar.
Este simples momento de indecisão e estranheza, pois sabia
perfeitamente não ser doutora na dimensão físi­ca, me trouxe de
volta ao soma.

Acoplamento com o Amparo

Porto Alegre, 10 de dezembro de 2001, 5h55min.


Acordei às 2h30min e as preocupações do cotidiano me
fizeram perder o sono.
172 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

Levantei-me às 5h para desligar o telefone e apro­veitei para


tomar duas colheradas de aveia com leite, pois já se ma­nifestava
o costumeiro desconforto estomacal. A seguir, acomodei-me no
leito para a realização da tene­pes. Como de costume, percebia as
energias fluírem com bastante intensi­dade independentemente
da vontade. Meu estado conscien­cial alternava-se entre a lucidez
e a incons­ciência. Ainda sentia as energias fluírem, no entanto
preci­sei mudar de posição, pois já sentia dores.
Às 5h55min, ao sentir que a exteriorização de ener­gias
havia cessado, retirei os travesseiros extras onde esta­va recos­
tada e deitei sobre meu lado direito, um dos braços sob a ca­beça
e a outra mão, espalmada, apoiava-se sobre o traves­seiro diante do
rosto, pensando em repousar mais um pouco ou talvez até dormir.
Nesse momento, ocorreu o fato mais significativo em termos
de fenômenos durante a realização da técnica ener­gética pessoal.
Tive a sensação de ser literalmente incorporada por algo
que penetrou na parte posterior da cabeça. Houve uma des­
coincidência do psicossoma apenas da cintura para cima e, através
dos parabraços, iniciou-se a mais intensa exteriori­zação de ener-
gias já sentida nesta vida. Lembrei a expressão usada pelo Prof.
Waldo, no livro Manual da Tenepes, onde compara suas mãos
a potentes lança-cha­mas. Era exatamente assim que sentia. Mas
o mais extraor­dinário de tudo foi a in­crível sensação de intenso
amor por tudo e por todos os seres. Sentia-me um canal, com
a energia fluindo intensamente através de mim. Era uma euforia
arrebatadora tão intensa na qual sentia nitida­mente participar
do holopensene da consciex amparadora que me incorporava.
O pensene predominante me arreba­tava: vamos acabar com as
dores deste mundo!
Avalio a duração do fenômeno entre 15 a 20 minu­tos, com
estado de lucidez e tranquilidade o tempo todo, pois no momento
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 173

em que senti o desacoplamento, enquan­to avaliava os lances e sen­


sações experimentadas, caí num sono profundo e acordei com
a im­pressão de ter dormido muitas horas, mas, olhando o relógio,
eram apenas 6h55min.

­Assimilação Simpática Extrafísica

Porto Alegre, 11 de julho de 2003, 3h00min.


Ao chegar a minha casa, depois da aula do Curso de Pro-
jeciologia e Conscienciologia, percebi que teria outra noite difícil.
Meus jovens vizinhos em férias têm promovido muito ruído
e turbulência até altas horas da madrugada. O mesmo problema
já havia ocorrido na noite anterior com acréscimo das repercus-
sões causadas pela palestra do professor A. no Hospital de Pronto
Socorro onde havia ido prestar colabo­ra­ção. Acabei fazendo um
rapport muito intenso com as cons­ciências enfermas do local
e seu natu­ral estado de carência e entropia.
Resultado: tive várias projeções consecutivas nas quais esta-
va prestando assistência às consciexes em condi­ções muito precárias
e, cada vez que acordava, me sentia muito mal, com dor de cabeça
(não sei se pelo barulho ou defa­sagem ener­gé­tica, talvez ambos)
e mal-estar. Voltava a dormir e encontrava-me novamente, sem
lucidez, envol­vida com o trabalho pesado do hospital.
Provavelmente, devido à noite mal dormida, a tene­pes foi
realizada de modo precário, quase sem lucidez, e ao sentir a reper­
cussão do desacoplamento, voltei para a cama e dormi rapi­­damente
outra vez.
Em determinado momento, percebi-me deitada na cama
como se estivesse na vigília física.
Não sentia mais qualquer desconforto e me distraia ven­do
televisão em um aparelho inexistente na dimensão física.
174 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

Não sei qual impulso fez com que me levantasse (não vi


meu corpo) e fizesse a volta na cama. Estranhei ao ver a pon­ta de
uma película, semelhante a plástico incolor, apa­re­cendo por baixo
da cama. Puxei a película intermi­nável. Espiei em baixo da cama
e notei que havia água. Continuei puxando aquela película até
a sala, pois minha intenção era buscar um balde e pano para secar
aquela água, mas quando a larguei no chão da sala, observei listas
de cores diferentes nas tábuas do assoalho.
Neste momento conscientizei-me que estava projetada.
Saí dali, rapidamente, pois a atração magnética do soma
puxava-me de volta.
Atravessei as portas fechadas da sala e da cozinha e fi­quei
sobre o parapeito da área tentando lembrar de al­gum alvo mental.
Pensei em verificar a casa ao lado do nosso prédio. En­
contrava-se desabitada, sentia, porém, uma ponta de me­do de
me jogar para baixo. Não estava segura das con­se­quências, pois
sentia que estava lastreada com um per­centual significativo de
energias.
Não lembrei de nenhum alvo mental e, por isso, invo­quei
meu amparador.
Olhava para os lados: ninguém. Mas no espaço logo aci-
ma do nosso prédio, havia algo semelhante a um grande balão
ancorado, de algum modo, em pleno ar. Neste momen­to, recebi
a sugestão mental de apurar a paravisão e vi uma casa em meio
a algumas árvores, localizada na en­costa do morro, do outro
lado do Hospital de Clínicas. Sou­be de alguma forma haver
ali uma assistência a ser feita. Joguei-me com toda segurança
e saí volitando com alguma dificuldade devido ao lastro de
energia.
Chegando ao local, consegui atravessar a porta gros­sa
de madeira ainda com certa dificuldade e subi uma es­cada
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 175

deslizando (pode soar estranho dizer que se subiu deslizando, mas


foi exatamente o que aconteceu). Entrei num dormitório onde
havia duas camas. Em uma delas es­tava uma mulher tagarelando;
em outra, um homem par­­cialmente deitado com o corpo para
fora da cama, deba­tendo-se e chorando de dor.
Compreendi que ele era meu alvo e comecei a exte­rio­rizar
energias para sua cabeça. Imediatamente começou a se acalmar.
Depois de algum tempo, não saberia precisar quanto, adormeceu.
Era uma conscin e senti sua dor ser muito mais no psi­
cossoma do que no soma (cheguei a questionar-me se uma dor
moral ou psicológica poderia manifestar-se da­quele modo no
psicossoma. Não posso deixar de men­cio­nar minha sur­presa com
o efeito da assimilação simpática extrafísica).
Quando vi aquela conscin dormindo calmamente, fui
in­vadida por uma alegria muito grande. Pensei: como é bom
es­tar fazendo uma assistência para alguém que não me vê e nem
sequer sabe se existo.
Comecei a sentir banhos de energia ali mesmo e, logo,
vie­ram as repercussões do acoplamento ao soma. Acordei, mas os
banhos de energia continuaram e não pude deixar de agradecer
ao meu amparador pela sua ajuda na manu­tenção da lucidez
extrafísica.
Apesar de todos os percalços dos últimos dias e, talvez,
até em função deles, consegui ter esta experiência ex­traor­di­
nária. Fiquei tão energizada que, naquele mo­men­to, poderia
le­van­tar e enfrentar tranquilamente o dia.

Capacidade de Produzir Energia

Porto Alegre, 27 de dezembro de 2003, 3h50min.


Acordei sentindo a presença dos amparadores e o chama­
do para assistência percebida através de intensa exterio­­rização
176 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

de energia através do ouvido esquerdo – sinalética parapsí­qui­


ca pessoal, às 3h50min. Imediatamente fui para a base física
e iniciei a tarefa de assistência.
Após concluir a tenepes às 4h45min, acomodei-me de lado
na poltrona reclinável e, sem perceber nenhum lapso de lucidez,
olhei para o piso do dormitório e vi algo semelhan­te a uma bola
de tênis deformada. Indaguei, men­talmente, a razão de uma
bo­la de tênis ali.
Observando melhor, compreendi que fazia parte de um
tu­fo de algo que à primeira vista, pareceu ser algodão ou fu­maça
em estado quase sólido. Neste momento minha lucidez voltou
num pique total e vi, por estar parcialmente descoin­cidida, que
aquilo era resíduo de ectoplasma40, per­manecido no ambiente
após a finalização da tenepes.
Evitando fazer movimentos bruscos, aproximei-me da
substância e procurei testar minha capacidade de exte­riorizar
energia. A substância começou a se movimentar e crescer, alteran-
do o formato e aparência. Às vezes pa­recia algodão, outras vezes
surgiam grumos que lem­bra­vam certos tipos de crochê, bolinhas.
Fiquei entusiasmada com minha capacidade de pro­duzir
energia. Resolvi produzir mais, no entanto, a expec­tativa ansiosa
provocou a recoincidência dos veículos de manifes­tação e, ao abrir
os olhos do soma, tudo desa­pareceu.

40 Ectoplasma – Essência plástica, física e extrafísica, de fácil decom­


posição e que se apresenta com formas instáveis, ora como tênues
vapores, bastões, espirais, fios, cordas, teias, raios rígidos ou semir-
-rígidos, movendo-se sinuosamente como répteis, ora como se fosse
um ser vivo, inteligente, vibrando espichando ou encolhendo.
177

Capítulo 21

Projeção de Autoconsciência Contínua

Cinco dias depois de iniciada a tenepes, tive a primei­


ra projeção de autoconsciência contínua, ou seja, a pro­je­ção
sem blecaute em que o projetor mantém a lucidez em todos
os mo­mentos, ininterruptamente, desde a decolagem até
o retor­no ao corpo físico.

Um Fenômeno Marcante

Porto Alegre, 11 de maio de 2001, 7h40min.


Ao finalizar a tenepes, joguei o xale utilizado para me
abri­gar do frio nos pés da cama e deitei sobre meu lado direito
enquanto fazia a circulação fechada de ener­gias. Meu corpo ener-
gético estava intensamente ativado, e aproveitava esta con­dição
para instalar um estado vibra­cional e fazer a desassimi­lação de
energias mais densas, porventura, deixadas ali pelas consciências
enfermas.
Entrei num leve estado alterado de consciência sem per­der
a lucidez, pois continuava observando a energia do ener­gossoma
varrendo o soma até que o estado vibra­cional se intensificou
independentemente da minha von­tade. Pensei: vou me projetar.
Senti contrações intensas por todo o holossoma.
Tive a certeza de que iria sair do corpo e procurei man­ter-
-me calma, observando a progressão da descoin­ci­dência. Ainda
não era suficiente para ter visão extrafísica.
As contrações se intensificaram com chiados ensur­decedores
e sons de descolamento (lembrava velcro sendo aberto), até que
178 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

fui ejetada para fora do soma, como se esti­vesse me desgrudando


de uma pegajosa e imensa massa. Quando fiquei livre, precipitei-
me por sobre a cama em direção à porta e, concomitantemente,
abriu-se a visão extrafísica.
Fui para a janela da sala com a intenção de jogar-me para
fora e sair volitando, em busca do alvo mental: a sala de aula do
IIPC, mas sentia-me tolhida e puxada para trás como se hou-
vesse muitos cordões elásticos presos a várias partes do psicossoma
impulsionando-me de volta para o soma.
Fui buscar a porta de saída do apartamento. Quando
cheguei à frente do obstáculo representado pela sólida por­ta de
madeira, tive um momento de hesitação, todavia, to­mei um
impulso e a atravessei. Passei também através da grade de ferro
e fui descendo a escada, dando grandes saltos e sen­tindo a leveza
do psicossoma. Tinha pressa de afastar-me o mais rápido possível,
pois sabia que ainda po­deria ser sugada de volta para o soma.
Enquanto descia as escadas, observava tudo à minha volta.
Não havia alterações, era tal qual é na dimensão física. Então,
decidi:
– Hoje vou até o IIPC, nem que seja caminhando41.
No primeiro degrau, já no corredor de entrada, olhei para
a porta do edifício e vi o vulto de alguém através do vidro, (pro-
vavelmente o entregador de jornais) abrindo-a.
Este momento de insegurança e hesitação trouxe-me de
volta ao soma. Abri os olhos sentindo intensas ondas de energia,
como se meu energossoma estivesse vibrando e ex­pandido numa
condição nunca antes percebida.

41 Este raciocínio me ocorreu porque em outra projeção prece­den­te,


em que havia estabelecido como alvo mental ir até a sala de aula
do IIPC, não consegui volitar e retornei ao soma sem alcançar esse
objetivo.
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 179

Posso afirmar, com segurança, por breves momentos


desfrutei de lucidez extrafísica tal qual desfruto na vigília
física ordinária.
Não existem palavras em nossos dicionários para des­
crever todos os lances de sensações e sentimentos envol­vendo
uma experiência como esta. Portanto, transcrevo tre­cho do
tratado Projeciologia: Panorama das Experiên­cias da Cons­ciência
Fora do Corpo Humano – e o leitor poderá melhor avaliar
o significado de uma experiência dessa natureza.
“A projeção de autoconsciência con­tí­nua do
princípio ao fim do experimento tem como ca­­
racterística essencial a ausência de qualquer blecau-
te ou solução de conti­nui­dade da vigília intacta,
man­tendo o projetor ou projetora a autocons­ciên­
cia em duas dimen­sões ou mais representando
ex­periência mais rara e extremamente marcante
para a conscin.
A projeção de autoconsciência contínua ge­
ral­mente acontece em condições psicofísicas ideais
do pro­jetor ou projetora, depois do re­pouso do sono
de mui­tas horas, pela madru­gada, em um pe­río-
do de at­mosfera propícia ao experimento, mais
comum quan­do espon­tânea, e dentro do pró­prio
quarto de dor­mir onde o corpo humano per­mane­ce.
No entanto, po­de ser provocada e, depois de algu-
mas ex­periências, tor­na-se mais fácil para ser re­
pe­tida.
O ponto alto da projeção de autocons­ciên­­cia
contínua está na decolagem inteira­mente lúcida,
a fase mais difícil de ser obtida pelo projetor ou
proje­to­ra, quando a cons­ciência (você) percebe de­
va­gar, mi­nuciosa­men­te, de maneira incontes­­tá­vel
e definiti­va, as sensações da dicotomia das forças
do cordão de pra­ta, retraindo-se uma parte, maior,
para o corpo hu­mano e seguindo a outra, me­nor,
com a conscin pro­jetada.
180 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

Além da dicotomia das energias do cordão


de pra­ta são percebidos os sons intra­cra­nianos,
geralmente suaves, provocados pelas ener­gias da
exteriorização em uma ação con­junta do cordão
de prata parcialmente exte­riorizado e da cabeça
extrafísica do psicossoma que se exterio­riza; e a con-
dição impressionante de le­veza, adqui­rida de forma
relampagueante pela consciência que escapa dos
grilhões per­cep­tivelmente pe­sados do corpo humano
para um estado indescri­tí­vel, além da impon­dera­
bilidade e da imateriali­dade, sentido no íntimo,
em primeira mão, a cer­teza absoluta da dife­rença
inconfundível entre uma condição infe­rior e outra
condição evoluída” (V. Vieira, Waldo; Projeciologia:
Panorama das Expe­riências da Consciência Fora do
Corpo Humano; 1248 p.; 4ª Ed. Princeps; IIPC; Rio de
Janeiro, RJ; 1999; página 923).
181

Capítulo 22

Sobre as Dores Físicas

Ao longo do livro, principalmente das experiências pro­


jetivas, foi impossível deixar de fazer referência ao pro­blema
das dores físicas enfrentado nos últimos tempos.
Nos últimos 15 anos, tentando todos os tipos de tra­
tamen­tos (convencionais e alternativos) para superar o pro­
ble­ma, tenho trocado conhecimento com muitas pes­soas. Na
maioria dos casos, houve uma radical mudança de rumo em
suas vidas.
A dor surgiu quando estava no limiar da saturação com
a prática da Tarefa da Consolação42. Sentia-me ainda com
imenso potencial profissional. Contava 49 anos de ida­de
e, apesar das dificuldades em conciliar a vida de do­na de casa
com a de profissional e com os conflitos do dia a dia, não
pensava em parar de trabalhar.
Quando tive de me aposentar em função do proble­ma
de saúde, a vida tomou outro rumo. Interrogava-me continua­
mente sobre o real sentido da dor naquele momento.
Depois de conhecer a Projeciologia e a Conscienciologia,
questionava-me sobre a profundidade do meu envol­vi­men­to
com as idéias de reperspectivação evolutiva, se continuasse
com as antigas ocupações profissionais.
Devido aos permanentes questionamentos filosóficos
quanto ao sentido maior da vida e quanto ao medo da morte,
possivelmente teria me interessado pelas novas ciências, mas
também é provável que não chegasse a um envolvimento tão
profundo com as pesquisas, ou talvez o pro­cesso tivesse sido
muito mais lento.

42 Tarefa da Consolação (tacon) – Tarefa assistencial, pessoal, ou


grupal, primária.
182 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

Os questionamentos permaneceram até o dia em que


tive uma experiência projetiva relacionada a um pro­blema de
pessoa conhecida e muito semelhante ao meu.
Encontrei uma antiga vizinha. Jovem, com 37 anos de
idade, excelente padrão de vida, ótimo emprego, família bem
estruturada e em vias de concluir uma faculdade. Con­tou-me
que, inesperadamente, foi acometida de inten­sas crises de dor
na coluna e articulações e, depois de mui­tos exames médicos,
haviam lhe dado o mesmo diag­nóstico: artrite reumatóide.
Conversamos longamente sobre nosso problema em comum.
Passadas algumas semanas, tive uma experiência pro­
jetiva na qual me percebi dizendo a ela o seguinte:
– Deves refletir sobre tua vida. Também não gosto da
si­tuação que estou vivendo. Estou sofrendo com esta dor, mas
em virtude dela houve uma grande mudança em mim. Se me
fosse dado escolher, eu preferiria mil vezes ser a pessoa que
sou hoje, com todas as experiências que já tive, do que voltar
a ser a pessoa que eu era antes. A dor pode ser encarada como
fator de transformação, quando chega o momento da mutação.
Ao acordar e lembrar do discurso, fiquei surpresa com a
maneira enfática e fluente com que havia abordado o assunto.
Algumas pesquisas publicadas, bem coerentes, leva­
ram-me ao aprofundamento da autopesquisa. Descobri que
meu perfil psicológico ajustava-se perfeitamente ao de pessoa
com sintomas reumáticos e poliartríticos. Segun­do Torwald
e Dahlke, o perfil psicológico das pessoas com sintomas reu­
máticos mostram-se competitivas e comba­ti­vas, que trabalha­
vam arduamente em casa e fora dela, ten­do como ponto de
honra a dedicação aos outros e o sa­crifí­cio pessoal.
São pessoas hiperativas, móveis, ágeis e inquietas, for­
ça­das a se aquietarem pela poliartrite, com o progressivo en­
ri­­jecimento. Sua superatividade e excesso de movi­men­tação
in­felizmente só se referem ao corpo físico e compen­sam, de
fato, a imobilidade da consciência, inflexibilidade mental.
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 183

As pesquisas indicam que os poliartríticos têm cará­ter


im­pulsivo, demasiado consciencioso e perfeccionista. Apre­
sentam também características sadomasoquistas, com forte
necessidade de auto-sacrifício e exagerado senso de prestati­
vidade, associado a uma tendência à depressão.
No primeiro momento, foi difícil admitir a inflexi­bili­
dade mental, no entanto a própria reação ao sentir-me tocada
no ponto nevrálgico já era um indício de que a in­terpretação
havia atingido o alvo.
Sermos honestos acerca de nós mesmos parece ser um
dos maiores desafios a enfrentar.
O ponto exato no tempo em que o sintoma se mani­festa
pode nos dar informações importantes sobre a área pro­ble­
mática na qual ele se manifesta.
O conflito inconsciente entre a acomodação, a inér­cia,
os ganhos secundários, os questionamentos filosóficos e o me­do
da morte parecem ter desencadeado os sintomas.
Um sintoma pode levar a pessoa a mudar seu com­por­
tamento.
“Uma mudança de comportamento imposta
é uma correção e, portanto deve ser levada a sé­rio”
(V. Torwald, Dethlefsen e Dahlke, Rüdiger; A Doença
como Caminho; 1983; página 80).

Os sintomas, além da função fisiológica de indicar a exis­


tência de alguma doença, podem ser interpretados como uma
forma de expressão física dos conflitos intra­cons­cienciais.
A medicina convencional evita interpretar os sinto­mas
dessa forma e, com isso, deixa de perceber seu real significado
e sua verdadeira função.
A interpretação de certos sintomas ainda não está de-
finitivamente estabelecida, pois ainda não há consenso. No
entanto, a relação entre os trafares – traços-fardo da consciên­
cia e os sintomas das doenças pode ser o caminho para
184 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

a auto­pesquisa da pessoa verdadeiramente interes­sada em


promover uma reciclagem intraconsciencial.
Pela abordagem da Consciencioterapia 43 não existe
a heterocura, somente a própria consciência pode se curar.
Segundo o consciencioterapeuta Francisco de Carva­lho
são 4 as etapas propostas para a autocura:
1. Autopesquisa.
2. Autodiagnóstico.
3. Auto-enfrentamento.
4. Auto-superação.

1ª etapa – Autopesquisa
– Melhorar seu autoconhecimento, analisando trafa­res
e trafores.
– Revisar interesses e metas.
– Definir princípios e valores.

2ª etapa – Autodiagnóstico
– Compreender o mecanismo de funcionamento da
própria consciência.
– Motivar-se, e através do esforço pessoal, impor-se
su­cessivos desafios.

3ª etapa – Auto-enfrentamento
– Desenvolver técnicas e traçar estratégias para o auto
-enfrentamento.

43 Consciencioterapia – A Consciencioterapia é a especialidade da Cons­­


cienciologia que estuda o tratamento, alívio e remissão de distúr­bios
da consciência, executados através dos recursos e téc­nicas deri­
vados das abordagens da consciência “inteira”, em suas pato­logias
e parapatologias. É um subcampo científico da Expe­rimen­tologia.
A Consciencioterapia tem como principal objetivo ajudar a conscin
restringida a recuperar cons e atuar com maior ní­vel de lucidez
e au­tenticidade para que possa promover au­tocuras.
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 185

– Assumir posturas de renovação e mudanças.


– Nesta etapa a pessoa precisa estar aberta para a he­
teroajuda do amparo intra e extrafísico, pois é a mais desa­
fiadora do processo, mas a assistência é multidi­mensional.

4ª etapa – Auto-superação
– Superar-se.
– Esta conquista fortalece a pessoa holossomati­camente.
Com percentual extra de energia, deve utilizá-la para autos-
sustentar-se em relação aos traços en­fren­tados.
– Desencadear novo processo, permitindo novos diag­
nósticos e novos enfrentamentos.
“O know-how adquirido e fortalecido pela
repetição coloca a conscin num nível de auto­nomia
relativa. (...) Melhora o parapsiquismo e am­plia
sua competência para atuar na assis­ten­cia­li­da­de
multidimensional” (V. Carvalho, Francisco de; Journal
of Conscientiology, Vol. 5; N.20s; 2003; página 112).

Às vezes a dificuldade em olhar diretamente para nós


mesmos pode ser surpreendentemente superada. Os am­pa­
radores extrafísicos, vendo o esforço da pessoa de des­cobrir
seus traços antievolutivos, podem auxiliá-la atra­vés da repre­
sentação de uma espécie de psicodrama extra­fí­sico, e lhe
pro­vocar o desmascaramento perante ela mesma durante uma
projeção semiconsciente.
Quando a pessoa se mantém com o desconfiômetro liga-
do e está, honestamente, em busca de soluções, esse ti­po de
vivência pode servir de ponto de partida para a iden­­tifica­ção
de um trafar, por mais difícil que seja para ela admitir que
ainda o tem.
Ao aprender a mobilizar e controlar a energia cons­ciencial,
consegui desenvolver o parapsiquismo, fato que propor­ciona
186 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

a utilização dos atributos do psicossoma até mesmo na vigília


física ordinária e, também, amplia o con­tato com outra reali­
dade mais ampla, rica e criativa.
Com as primeiras repercussões positivas da persis­tência
em mobilizar as energias, passei a buscar a mudan­ça e me­
lho­ria das idéias. Como poderia pretender acessar outras di­
mensões, entender uma comunicação telepática de ampa­rador
e fazer assimilação com outra consciência in­tra ou extra­física
mantendo uma atitude pensênica dog­mática, inflexível e sem
criatividade?
No Capítulo 3, fiz referência à crise gerada entre os
preconceitos, a neofobia e a aceitação da nova realidade. Foi
difícil abandonar a zona de conforto e abrir mão do que pare­
cia seguro, apenas, por já ser conhecido.
Hoje posso dizer que a melhor profilaxia para rigidez ou
inflexibilidade mental é o rompimento de barreiras, é trans­por
os limites, principalmente os auto-impostos. Não há frontei­ras
para o conhecimento.
No meu caso, a dor acabou impulsionando uma reci­
cla­gem de vida. A necessidade de trabalhar com as ener­gias
me levou ao conhecimento direto de outras dimensões e ao
acesso à holomemória, através das Experiências Fora do Corpo.
Permitiu-me melhorar a empatia e a convivialidade sa­dia
com o grupo evolutivo.
Ampliou a recuperação de unidades de lucidez, a eli­
minação da tanatofobia – medo da morte e da melancolia
intrafísica, com a descoberta de um sentido para a vida.
Provocou grande mudança de perspectiva sobre meu
futuro, com uma idéia muito segura sobre quem sou, de onde
vim, o que vim fazer e para onde vou depois de pas­sar pela
transição da desativação do soma.
187

Considerações Finais

Na realidade, quando comecei a registrar minhas expe­


riências, não tinha a pretensão de transformá-las em livro.
Mi­nha intenção era somente de autopesquisa, no en­tan­to,
de­vido à eliminação da tanatofobia, as experiên­cias projetivas
alcançavam, cada vez mais, um valor ines­timável para mim.
Havia me tornado outra pessoa a partir delas. Minha
pers­pectiva de futuro havia mudado para melhor, mos­tran­do
para mim mesma que poderia melhorar ainda mais esta pers­
pectiva se me esforçasse para isso, e o mais im­portante: agora
sabia em que sentido me esforçar.
As crises causadas pela dessoma de parentes, que con­
tinuam afetando tanta gente, já não me afetavam mais tanto
quanto antes.
Passei a imaginar que, se divulgasse as idéias avan­çadas
da Projeciologia e Conscienciologia, de maneira sim­ples e cla­­ra,
aliando teoria à prática – teática – para que o maior nú­mero
possível de consciências a elas tivesse aces­so, talvez pudesse
assistir outras pessoas da mesma forma que havia sido aju­dada
com minhas descobertas.
As experiências estavam colaborando muito em mi­nha
autopesquisa e o fato de organizar as idéias, colocando no pa­
pel, ou melhor, na tela do computador, permitiu uma visão
mais clara sobre mim mesma, sobre meus atos e comporta­
men­tos, sendo possível avaliar melhor as ten­dências, atitudes,
sincronicidades e acontecimentos de ma­neira mais distancia­da
e menos emocional, no entanto, não pude deixar de sentir
certo desconforto por estar, de certa forma, em débito com
as consciências patroci­na­do­ras de minha lucidez extrafísica.
Mais tarde, quando fui convidada a me preparar para
fazer parte do corpo docente, é que as projeções mostraram
188 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

seu real valor, pois, apesar do desafio do auto-enfrenta­mento,


a superação dos problemas de saúde e de outras dificuldades,
estava vivenciando na prática grande parte da teoria a ser pas­
sada em sala de aula.
Outras projeções e fatores relatados no livro ocorre­ram
e catalisaram a tenepes.
Desde muito jovem, era claro para mim que estamos
neste mundo para ajudar uns aos outros, só não estava cla­ro
que a principal assistência não é a material e sim favo­recer
a evolução de outras consciências respeitando seu ritmo, sua
capacidade de entendimento.
Não adianta muito ter boas intenções de auxiliar os ou­
tros se não começarmos por nós mesmos, superando nossos
limites e inseguranças.
Nossos medos mais intimamente camuflados, depois
de identificados, devem ser enfrentados com coragem e dis­
cernimento para transformar as feridas em cicatrizes e poder,
com mais tranquilidade, as exibir como con­quis­tas evolutivas.

Somente a partir da experiência


pessoal e do auto-exemplo é que se
pode ajudar, de maneira mais concreta
e definitiva, outras consciências.
189

Bibliografia Geral

01. Alegretti, Wagner; Retrocognição: Pesquisa da Memória de


Vi­vên­­cias Passadas; 310 p.; 2a Ed.; IIPC; Rio de Janeiro, RJ; 2000.
02. Alencar, Eunice Soriano de; Criatividade e Educação de Su­
perdotados; Editora Vozes; Petrópolis, RJ; 2001.
03. Allgeier, Kurt; Você já Viveu Outras Vidas; 172 p.; Edio­u­ro;
São Paulo, SP; 1986.
04. Balona, Málu; Autocura Através da Reconciliação: Um Estudo
Prático Sobre a Afetividade; 342 p.; 2ª Ed.; IIPC; Rio de Janeiro, RJ; 2004.
05. Idem; Síndrome do Estrangeiro; 336 p.; IIPC; Rio de Janeiro,
RJ; 1998.
06. Bastiou, Jean-Pierre; Globe-trotter da Consciência: do Yoga
à Conscienciologia; 324 p.; IIPC; Rio de Janeiro, RJ; 2002.
07. Besant, Annie; O Homem e os seus Corpos; 146 p.; Ed. Pen-
samento; São Paulo, SP.
08. Idem; Um Estudo Sobre a Consciência; 218 p.; Ed. Pensa-
mento; São Paulo, SP.
09. Blackmore, Susan J.; Experiências Fora do Corpo; 226 p; Ed.
Pensamento; São Paulo, SP; 1982.
10. Brinkley, Dannion e Perry, Paul; Salvo Pela Luz; 152 p.; Ed.
Cultrix; São Paulo, SP; 1994.
11. Buhlmann, William; Aventuras Além do Corpo; 302
p.; Ediouro; São Paulo, SP; 1996.
12. Cairo, Cristina; Linguagem do Corpo; Ed. Mercuryo; São
Paulo, SP.
13. Capra, Fritjof; O Tao da Física; 4a Ed.; Ed. Cultrix; São Paulo,
SP.
14. Carvalho, Francisco; Self: Conscientiotherapy and Grou­
pality; 3ª Consciential Health Meeting; Journal of Conscientiology; In-
ternational Organization of Conscientiotherapy; vol.5 20s; Iguassu Falls,
PR; Brazil; September/2003; páginas 105 e 113.
15. Cerato, Sonia; As Ciências Projeciologia e Conscien­ciologia
e as Ciências Convencionais; 400 p.; IIPC; Rio de Janeiro, RJ; 1998.
16. D. Scott, Rogo; Além da Realidade; 328 p.; Ed. Ibrasa; São
Paulo, SP; 1995.
190 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

17. Idem; Volta à Vida: Experiências no Limiar da Morte; 280


p.; Ed. Ibrasa; São Paulo, SP, 1995.
18. Dahlke, Rüdiger; A Doença Como Símbolo: Pequena Enci­
clopédia da Psicossomática; 336 p; Ed. Cultrix; São Paulo, SP; 1996.
19. De Bono, Edward; PO: Além do Sim e do Não; 204 p.; Ediouro;
Rio de Janeiro, RJ; 1997.
20. Doore, Gary; Explorações Contemporâneas da Vida De­pois
da Morte; Ed. Cultrix, São Paulo, SP; 1990.
21. Ebon, Martin; As Provas da Vida Após a Morte; Ed. Pensa­
mento; São Paulo, SP.
22. Fiore, Edith; Você Já Viveu Antes; 240 p.; Ed. Record; Rio de
Janeiro, RJ; 1978.
23. Galileu; Inteligência Sob Controle; Reportagem; Seção Edu-
cação; N. 139; Rio de Janeiro, RJ; Fev/2003; páginas 50 a 57.
24. Guimarães, Maria Teodora Ribeiro; Viajantes: Histórias Que
o Tempo Conta; 232 p.; 2a Ed.; Ed. do Conhecimento; São Pau­lo, SP; 1999.
25. Guirdham, Arthur; Entre Dois Mundos; 198 p.; Ed. Pen­
samento; São Paulo, SP; 1973.
26. Idem; Os Cátaros e a Reencarnação; Ed. Pensamento; São
Paulo, SP; 1970.
27. Isto É; Cálculos de Mestre; Seção Educação & Cidadania;
N. 1756; São Paulo, SP; 28.05.03; página 47.
28. Isto É; Consciência; Seção: Medicina e Bem-Estar; N. 1756;
São Paulo, SP; 28.05.03; página 50.
29. Kubler-Ross, Elizabeth; A Morte: Um Amanhecer; 110 p.; Ed.
Pensamento; São Paulo, SP; 1991.
30. Idem; A Roda da Vida; 320 p.; Sex­tan­te; Rio de Janeiro, RJ;
1998.
31. Leshan, Lawrence; O Câncer como Ponto de Mutação; 2ª Ed.;
Summus Editorial; São Paulo, SP; 1989.
32. Lima, Moacir Costa de Araújo; Parapsicologia: Da Bru­xaria
à Ciência; 210 p.; 3ª Ed.; Mercado Aberto; Porto Alegre, RS; 1999.
33. Lowen, Alexander; Bioenergética; Summus Editorial; São
Paulo, SP.
34. Medeiros, Geraldo Jr.; A Consciência Encarnada e o Cor­­po
Humano; 436 p.; 3ª Ed.; Ícone Editora; São Paulo, SP; 1995.
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 191

35. Meurois-Givaudan, Anne & Meurois-Givaudan, Daniel; Os


Nove Passos para a Reencarnação: A História do Nascer e Re­nascer;
2ª Ed.; Nova Era; Rio de Janeiro, RJ; 1997.
36. Monroe, Robert A.; A Última Jornada 286 p.; Record; Rio de
Janeiro, RJ; 1988.
37. Idem; Viagens Fora do Corpo; 235 p.; 12ª Ed.; Record; Rio
de Janeiro, RJ; 1995.
38. Moody Jr., Dr. Raymond; Vida Depois da Vida; Nórdica; Rio
de Janeiro, RJ.
39. Idem; Reflexões sobre Vida Depois da Vida; 166 p.; 3ª Ed.;
Ed. Nórdica; Rio de Janeiro, RJ; 1977.
40. Idem; A Luz do Além; 174 p.; 2ª Ed.; Nórdica; Rio de Janeiro,
RJ; 1983.
41. Morse, Melvin e Perry, Paul; Visões do Espírito; 234
p.; Nova Era; Rio de Janeiro, RJ; 1998.
42. Muldoon, Sylvan J. e Carrington, Hereward; Projeção do
Corpo Astral; 314 p.; Ed. Pensamento; São Paulo, SP.
43. Newton, Michael; A Viagem das Almas: A Vida depois da
Morte; 324 p.; Estampa Ed.; Lisboa; 1996.
44. Pincherle, Livio Túlio et al.; Terapia de Vida Passada: Uma
Abordagem Profunda do Inconsciente; 194 p.; Summus Edi­­to­rial; São
Paulo, SP; 1990.
45. Pompas, Manuela; Reencarnação: A Descoberta das Vi­das
Passadas; 238 p.; Ed. Maltese; São Paulo, SP; 1987.
46. Ritchie, Dr. George G. e Sherril, Elisabeth; Voltar do Ama­nhã;
Nórdica; Rio de Janeiro, RJ; 1980.
47. Salles, Rosemary; Consciência em Revolução; 216 p.; IIPC;
Rio de Janeiro, RJ; 2003.
48. Scheinpflung, Werner; Anais do II CIPRO – Barcelona, Es-
panha; IIPC; Rio de Janeiro, RJ; 1999.
49. Scholten, Max; Reencarnação: Viajando no Tempo e no
Espaço; 178 p.; DCL; São Paulo, SP; 1995.
50. Tiago, Glória; Vivendo em Múltiplas Dimensões; 366
p.; IIPC; Rio de Janeiro, RJ; 1999.
51. Torwald, Dethlefsen e Dahlke, Rüdiger; A Doença como
Caminho; Ed. Pensamento; São Paulo, SP; 1983.
192 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

52. Vieira, Waldo; 200 Teáticas da Conscienciologia; 260 p.; IIPC;


Rio de Janeiro, RJ; 1997.
53. Idem; Manual da Proéxis; Programação Existencial; 164
p.; IIPC; Rio de Janeiro, RJ; 1997.
54. Idem; Manual da Tenepes: Tarefa Energética Pessoal; 138
p.; 2a Ed.; Ed. IIPC; Rio de Janeiro, RJ; 1996.
55. Idem; Nossa Evolução; 168 p.; IIPC; Rio de Janeiro, RJ 1996.
56. Idem; Projeciologia: Panorama das Experiências da Cons­
ciência Fora do Corpo Humano; 1.248; 4ª Ed. Princeps; IIPC; Rio de
Janeiro, RJ; 1999.
57. Idem; Projeções da Consciência; 224 p.; 5ª Ed.; IIPC; Rio de
Janeiro, RJ; 1999.
58. Idem; 700 Experimentos da Conscienciologia; 1.060 p.; IIP;
Rio de Janeiro, RJ; 1994.
59. Wambach, Helen; Recordando Vidas Passadas; 168 p.; Ed.
Pensamento; São Paulo, SP; 1978.
60. Idem; Vida Antes da Vida; 230 p.; Livraria Freitas Bastos; Rio
de Janeiro, RJ; 1988.
61. Whitton, Joel; Fischer, Joe; Vida Transição Vida; Ed. Pen­
samento; São Paulo, SP.
193

Filmografia

Tanto o cinema quanto a televisão tem, às vezes, abor­dado


assuntos relacionados com os 54 fenômenos parapsí­­quicos pes-
quisados pela Projeciologia, como, por exemplo, a so­­bre­vivência
à morte física, retrocognição, precognição, bilocação, projeções da
cons­ciência e outros.
Embora possa haver fantasia e exagero, dado os inte­resses
co­merciais e financeiros de seus realizadores, os filmes podem ser
usados como ilustração para certas si­tuações de fatos que ocorrem
em contextos multi­dimen­sionais e a busca de títulos para análise das
abordagens e exemplos neles con­tidos é um dos meus passatempos
fa­vo­ritos.
Assim, como sugestão de entretenimento, criação de novas
sinapses relacionadas aos assuntos abordados neste li­vro e fonte de in-
formação, relaciono a seguir meu arquivo pes­soal de títulos analisados:
01. Abordagem Final (“Final Approach”); EUA – 1991; Diretor:
Steven Stahl.
02. Adoráveis Fantasmas (“Curtain call”); EUA – 1999; Diretor:
Peter Yates.
03. Além da Eternidade (“Always”); EUA – 1989; Diretor: Ste­ven
Spielberg.
04. Alucinação (“Soul Sorvivors”); EUA – 2002; Diretor: Ste­phen
Carpenter.
05. Alucinações do Passado (“Jacobus Ladder”); EUA – 1990;
Diretor: Adian Lyne.
06. Amor Além da Vida (“What Dreams May Come”); EUA
– 1998; Diretor: Vincent Ward.
07. Amor é para Sempre, O (“To Dance with the Whaite Dog”);
EUA - 1993; Diretor: Glenn Jordan.
08. Amor Maior que a Vida (“Waking the Dead”); EUA – 1999;
Diretor: Keith Gordon.
09. Anjo Rebelde, Um (“Delivering Milo”); EUA – 2000; Diretor:
Nick Castle.
10. Bogus – meu Amigo Secreto (“Bogus”); EUA – 1996; Di­re­tor:
Norman Jewison.
194 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

11. Campo dos Sonhos, O (“Field of Dreams”); EUA – 1989;


Diretor: Phil Alden Robinson.
12. Casa dos Espíritos, A (“The House of the Spirits”); EUA – 1993;
Diretor: Bille August.
13. Cela, A (“The Cell”); EUA – 2000; Diretor: Tarsen Singh.
14. Céu pode Esperar, O (“Heaven can Wait”); EUA – 1978;
Diretor: Warren Beaty.
15. Céu se Enganou, O (“Chances Are”); EUA – 1989; Diretor:
Emile Ardolino.
16. Contato (“Contact”); EUA –1997; Diretor: Robert Zemeckis.
17. Corpo Fechado (“Unbreakable”); EUA – 2000; Diretor:
M. Night Shyamalan.
18. Dama de Branco, A (“A Lady in White”); EUA – 1988; Dire­
tor: Frank LaLoggia.
19. Depois da Vida (“Wandafuru Raifu” – After Life); Japão – 1998;
Diretor Kore-eda Hirokazu.
20. Distante para Sempre (“Forever and Beyond”); EUA – 1981;
Diretor: Thomas Flood.
21. Do que as Mulheres mais Gostam (“What Women Want”);
EUA – 2000; Diretor: Nancy Meyers.
22. Dois Mundos de Jennie Logan, Os (“Two Worlds of Jannie
Logan”); EUA – 1975; Diretor: Frank de Fellita.
23. Dom da Premonição, O (“The Gift”); EUA – 2001; Diretor:
Sam Raimi.
24. Duas Vidas de Audrey Rose, As (“Audrey Rose”); EUA – 1977;
Diretor: Robert De Wise.
25. Ecos do Além (“Stir of Echoes”); EUA – 1999; Diretor: David
Koepp.
26. Em Algum Lugar do Passado (“Somewhere in Time”); EUA
– 1980; Diretor: Jeannot Szwarc.
27. Encanto das Fadas, O (“Fair Tale: A True Story”); EUA – 1997;
Diretor: Charles Sturridge.
28. Energia Pura (“Powder”); EUA – 1995; Diretor: Victor Salva.
29. Enigma das Cartas, O (“Huse of Cards”); EUA – 1993; Di­
retor: Michel Lessac.
30. Enigma do Mal (“The Entity”); EUA – 1982; Diretor: Sidney
J. Furie.
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 195

31. Entre o Céu e a Terra (“Heaven and Earth”); EUA – 1993;


Diretor: Oliver Stone.
32. Enviado, O (“Godsend”); EUA – 2004; Diretor: Nick Hamm.
33. Esconderijo, O (“Hideaway”); EUA – 1995; Diretor: Brett
Leonard.
34. Escrito nas Estrelas (“Younger & Younger”) ALE/EUA – 1993;
Diretor: Percy Adlon.
35. Espera de um Milagre, À (“The Green Mile”); EUA – 2000;
Diretor: Frank Darabond.
36. Espinha do Diabo (“El Espinazo del Diablo”); ESP – 1997;
Diretor: Glenn Jordan.
37. Espírito do Crime, O (“Rag and Bone”); EUA – 1999; Diretor:
James D. Perriot.
38. Espírito de Natal (“Ms Scrooge”); EUA – 1997; Diretor John
Korty.
39. Espíritos, Os (“The Frighteners”); EUA – 1996; Diretor: Peter
Jackson.
40. Estranha Condição, Uma (“Heart Conditions”); EUA – 1990;
Diretor: James D. Paniott.
41. Eternity – O Guerreiro do Tempo (“Eternity”); EUA – 1990;
Diretor: Steven Paul.
42. Falando com os Mortos (“Talking to Heaven”); EUA – 2001;
Diretor: Stephen Gillenhall.
43. Fantástico Jardim de Tom, O (“Tom’s Midnight Gar­den”);
Diretor: Willard Caroll.
44. Feitiço do Tempo (“Groundhog Day”); EUA – 1993; Dire­tor:
Harold Ramis.
45. Felicidade não se Compra, A (“It’s a Wonderful Life”); EUA
– 1946; Diretor: Frank Capra.
46. Fernão Capelo Gaivota (“Jonathan Livingstone Seagull”);
EUA – 1973; Diretor: Hall Bartlett.
47. Gasparzinho (“Casper”); EUA – 1995; Diretor: Brad Silberling.
48. Ghost – do Outro Lado da Vida (“Ghost”); EUA – 1990;
Diretor: Jerry Zucker.
49. Gritos do Além (“The Last Sign”); EUA – 2004; Diretor: Dou-
glas Law.
196 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

50. Herança, A (“The Eye”); Japão – 2004; Diretor: Irmãos Pang.


51. Homem Especial (“The Gifted One”); EUA – 1989; Diretor:
Stephen Herek.
52. Ilusões Perigosas (“Haunted”); ING – 1995; Diretor: Lewis
Gilbert.
53. Lembranças de Outra Vida (“Fluke”); EUA – 1995; Dire­tor:
Carlo Carlei.
54. Lembranças de um Verão (“Herts in Atlantis”); EUA – 2001;
Diretor: Scott Hicks.
55. Lembranças Mortais (“Dying to Remember”); EUA – 1993;
Diretor: Arthur Allan Seidelman.
56. Lendas da Vida (“The Legend of Bagger Vance”); EUA – 2000;
Diretor: Robert Redford.
57. Linha Mortal (“Flatliners”); EUA – 1990; Diretor: Joel Schu-
macher.
58. Manika – A Reencarnação de uma Adolescente (“Ma­nika”);
FRA – 1988; Diretor: François Villiers.
59. Marcas de uma Paixão (“Siesta”); EUA – 1987; Diretor: Mary
Lambert.
60. Matilda (“Matilda”); EUA – 1996; Diretor: Danny DeVito.
61. Maxie (“Maxie”); EUA – 1985; Diretor: Pava Aaron.
62. Mente Brilhante, Uma (“A Beautiful Mind”); EUA – 2001;
Diretor: Ron Howard.
63. Minhas Vidas (“Out on a Limb”); EUA – 1987; Diretor: Robert
Butler.
64. Mistério da Libélula , O (“Dragonfly”); EUA – 2002; Di­retor:
Tom Shadyac.
65. Mistério de Seacliff Inn, O (“Haunting of Sea Cliff Inn”);
EUA – 1994; Diretor: Walter Klenhard.
66. Mistérios do Passado; AUS – 2002; Diretor: Michel Petroni;
Com Helena Bonan Carter.
67. Misteriosa Paixão (“Devotion”); EUA – 1995; Diretor: Rob
Spera.
68. Morrendo e Aprendendo (“Heart and Souls”); EUA – 1993;
Diretor: Ron Underwood.
69. Morrendo para Viver (“Dying to Live”); EUA – 1999; Diretor:
Bob Hedden.
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 197

70. Morte nos Sonhos (“Dreamscape”); EUA – 1984; Diretor: Joe


Ruben.
71. Muito Além de Rangoon (“Beyond Rangoon”); EUA –1991;
Diretor: John Boorman.
72. Na Companhia do Medo (“Gothika”); EUA – 2003; Dire­tor:
Mathieu Kassovitz.
73. Não Morras sem Dizer-me Aonde Vais (“No te Mueras sin
Decirme Adonde Vás”); ARG – 1995; Diretor: Eliseo Subiela.
74. Nostradamus (“Nostradamus”); EUA – 2000; Diretor: Tibor
Takacs.
75. Olhar na Escuridão, Um (“They Watch”); EUA – 1993; Di­
retor: John Korty.
76. Oriundi; BRA – 1999; Diretor: Ricardo Bravo.
77. Outros, Os (“The Others”); EUA – 2001; Diretor: Alejandro
Amenabar.
78. Paixão Eterna (“Made in Heaven”); EUA – 1987; Diretor:
Alan Rudolf.
79. Paixões Paralelas (“Passion Of Mind”); EUA – 2000; Dire­tor:
Alain Berliner.
80. Papai Fantasma (“Ghost Dad”); EUA – 1990; Diretor: Sid­ney
Bitler.
81. Para Gillian no seu Aniversário (“To Gillian on her 37th
Birthday”); EUA – 1996; Diretor Michael Pressman.
82. Ponete, A Espera de um Anjo (“Ponete”); FRA – 1996; Diretor:
Jaques Doillon.
83. Possessão (“Possession”); Diretor: Neil LaBute; EUA – 2002.
84. Quando os Anjos Falam (“Rumour of Angels”) EUA – 2004;
Diretor: Peter O’Fallon.
85. Quase um Anjo (“Almost na Angel”); EUA – 1990; Diretor:
Paul Cornell.
86. Romance do Outro Mundo, Um (“Truly, Madly, Deeply”);
ING – 1990; Diretor: Anthony Minghella.
87. Salvo pela Luz (“Saved by the Ligth”); EUA – 1995; Diretor:
Lewis Teague.
88. Segredos da Vida (“Being Human”); EUA – 1994; Diretor:
Bill Forsyth.
89. Segredos do Passado (“Buried Secrets”); EUA; Diretor: Michel
Toshiyuki.
198 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

90. Sem Limite para Sonhar (“Eden”); EUA – 1997; Diretor:


Howard Goldberg; Com Joanna Going.
91. Sem Vestígio (“Vanished without a trace”); EUA; Dire­tor:
Douglas Barr.
92. Sexto Sentido (“The Sixth Sense”); EUA – 1999; Diretor: M.
Nigth Shyamalan.
93. Simples Formalidade, Uma (“Una pura Formalitá”); ITA –
1993; Diretor: Giuseppe Tornatore.
94. Sob a Proteção de Helen Walker (“The Haunting of Helen
Walker”); EUA – 1995; Diretor: Tom MacLaughling.
95. Toque de Esperança, Um (“A Touch of Hope”); EUA –2000;
Diretor: Craig R Baxtey.
96. Três Desejos, Os (“Three Wishes”); EUA – 1995; Diretor:
Martha Colidge.
97. Troca, A (“The Changeling”); EUA – 1983; Diretor: Andrew
G. Vajna.
98. Última Profecia, A (“The Mothman Prophecies”); Dire­tor:
Mark Pellington; EUA – 2002.
99. Último Pedido, O (“Scattering Dad”); EUA – 1999; Diretor:
Dennis C. Lewiston.
100. Viagem Astral – Documentário com Wagner Borges.
101. Viagens Alucinantes (“Altered States”); EUA – 1980; Dire­tor:
Ken Russel.
102. Vida Depois da Morte; Documentário (Dr. Raymond Moody
Jr.).
103. Visão, A (“The Sight”); EUA – 2000; Diretor: Paulo W.S.
Anderson.
104. Visões (“Imaginig Argentina”); ARG – 2004; Diretor: Chris-
topher Hamton.
105. Visões Depois da Morte (“Last Rites”); EUA – 1998; dir.:
Kevin Donling.
106. Visto para o Céu, Um (“Defending your Life”); EUA – 1991;
Diretor: Albert Brooks.
107. Voltar a Morrer (“Dead Again”); EUA – 1991; Diretor: Keneth
Branagh.
108. Vozes do Além; EUA; Diretor: David Jackson.
199

Glossário

Este glossário foi extraído do livro Projeciologia: Pa­nora­ma


das Experiências da Consciência Fora do Corpo Hu­mano, de autoria
de Waldo Vieira.
Observações. Aqui estão listadas 300 denominações, palavras
compostas, expressões e seus equivalentes téc­nicos da Projeciologia.
Abordagem extrafísica – Contato de uma consciên­cia com
outra nas dimensões extrafísicas.
Acidente parapsíquico – Distúrbio físico ou psicoló­gico
gerado por influências energéticas, interconscienciais, do­entias, em
geral de origem extrafísica, ou multidimensional.
Acoplamento áurico – Interfusão das energias holo­chacrais
entre 2 ou mais consciências.
Agenda extrafísica – Anotação por escrito da relação de alvos
conscienciais extrafísicos, prioritários – seres, locais ou idéias, que
o projetor projetado procura alcançar gradati­va­mente, de maneira
cro­nológica, estabelecendo esquemas inteli­gentes ao seu desenvol-
vimento.
Alucinação (Latim: hallucinari, errar) – Percepção apa­rente de
objeto externo não presente no momento; erro mental na per­cepção
dos sentidos, sem fundamento em uma reali­dade objetiva.
Alvo mental projetivo – Meta predeterminada que a conscin
objetiva alcançar, através da vontade, intenção, men­talização e deci-
são, ao se ver lúcida fora do soma.
Amência consciencial – Condição da consciência inca­paz de
pensar com equilíbrio mental razoável.
Amparador – Consciex auxiliadora de uma conscin ou de vá­
rias conscins; benfeitor extrafísico. Expressões equi­va­len­tes, arcaicas,
desgastadas e envilecidas pelo emprego con­tinuado: anjo de guarda;
anjo guardião; anjo de luz; guia; mentor.
Andaimes conscienciais – Muletas psicológicas ou fisio­ló­gicas
quando dispensáveis.
200 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

Androchacra (andro + chacra) – O sexochacra do ho­mem.


Andropensene (palavra composta: andro + pen + sen + ene)
– Pensene específico da conscin masculina primitiva ou o machão.
Androssoma (andro + soma) – O corpo humano mas­culi­no
ou específico do homem.
Animismo (Latim: animus, alma) – Conjunto dos fenô­menos
intra e extracorpóreos produzidos pela conscin, sem interferências
exter­nas, como, por exemplo, o fenômeno da projeção consciente
induzida pela própria vontade.
Antipensene (anti + pen + sen + ene) – O pensene antagô­nico,
comum nas refutações, nos omniquestionamentos e nos debates
pro­dutivos.
Aparição intervivos – Ação do aparecimento da cons­ciência
do projetor humano, projetado, às conscins.
Arrastão extrafísico – Ação de um grupo de consciexes
ener­gívoras, inclusive guias extrafísicos cegos, nas di­men­sões para­
troposféricas, com o objetivo de vampirizar as conscins, nos ambien-
tes de comemorações ou eventos intra­físicos, que reúnem pessoas
predispostas à condição da viti­mização asse­diadora cole­tiva, através
das energias conscienciais.
Assedialidade – Intrusão pensênica interconsciencial, doen­tia.
Expressão equivalente, anacrônica: obsessão; há nu­me­­rosas conscins
que se defendem contra esta palavra.
Assim (as + sim) – Assimilação simpática de ECs, ou ener­gias
conscienciais, pela vontade, não raro com a decodifi­­cação de um
con­junto de pensenes de outra(s) consciência(s).
Atacadismo consciencial – Sistema de comportamen­to
indivi­dual caracterizado pela diretriz de se levar em con­junto, ou
de eito, os atos conscienciais, sem deixar rastros ou gaps evolutivos,
negativos, para trás.
Aura (Latim: aura, sopro de ar) orgástica – Energia holo­­
chacral do facies sexualis do homem ou da mulher no momento exato
do orgas­mo ou do clímax do ato sexual.
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 201

Aura peniana – Energia sexochacral em torno do pê­nis,


no­ta­damente quando em ereção, perceptível por qualquer pessoa
motivada, em especial pelo próprio homem exci­tado sexualmente.
Autobilocação (Grego: autos, próprio; latim, bis, dois; e locus,
lugar) consciencial – Ato de o projetor (ou projetora) intrafísico
en­con­trar e contemplar o próprio corpo humano (soma) frente
a fren­te, estando a sua consciência (conscin) fora dele, sediada noutro
veículo de mani­festação consciencial.
Autoconsciencialidade – Qualidade do nível de au­to­­co­nheci­
mento por parte da própria consciência; megaco­nhecimento.
Autoconscientização multidimensional (AM) – Con­dição
da lucidez madura da conscin quanto à vida cons­ciencial no estado
evo­luído de multidimensionalidade, alcan­çado através da PL, ou
pro­je­tabilidade lúcida.
Auto-imperdoador – Conscin – homem ou mulher – que não
se perdoa, em suas autodisciplinas, quanto aos próprios erros e omis-
sões, a fim de eliminar as autocorrupções conscientes. Esta condição
sadia se antepõe à condição, tam­bém sadia, do heteroperdoador (ou
hetero­perdoadora), per­doador universal, sincero, em relação a todos
os seres, para sempre, um princípio básico da maxifraternidade.
Automimese existencial – Imitação, por parte da cons­­cin, das
próprias vivências ou experiências passadas, sejam do renas­cimento
intrafísico atual ou de existências ante­riores.
Automimeticidade – Qualidade consciencial da au­to­mi­mese
existencial.
Autopensene (auto + pen + sen + ene) – O pensene da própria
consciência.
Autoprojeção – Saída da conscin para outra dimensão cons­
ciencial, através do mentalsoma, ou do psicossoma, inten­cional ou
pro­vocada pela vontade.
Auto-revezamento consciencial – Condição avança­da em que
a consciência evolui entrosando uma existência intrafísica com outra,
consecutivamente (proéxis vinculadas), ao modo dos elos de uma
cadeia (seriéxis), dentro do seu ci­­clo multiexistencial (holobiografia).
202 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

Base física – Local seguro, escolhido pela conscin para deixar


o seu soma, inanimado ou repousando, enquanto se projeta cons­
cientemente para outras dimensões conscienciais fora dele; duplódro-
mo. Um holopensene projeciogênico domiciliar. Apre­senta relação
direta com: a alcova energeti­camente blindada; a tenepes; o epicon;
a ofiex; o projetarium; o precognitarium; e o retrocognitarium.
Binômio admiração-discordância – Postura da cons­cin,
madura quanto à evolução consciencial, que já sabe viver em coexis-
tência pacífica com uma outra conscin, a quem ama e admira, e, ao
mesmo tempo, não concorda sempre ou 100% com ela quanto aos
seus pontos de vista, opiniões ou posicio­namentos.
Binômio lucidez – rememoração – Conjunto das duas con­­­
di­ções indispensáveis à conscin para que a mesma obte­nha uma
pro­­jeção lúcida (fora do soma) plenamente satis­fatória.
Biopensene (bio + pen + sen + ene) – O pensene específico da
consciência humana ou intrafísica.
Bitanatose – Desativação e descarte do holochacra, depois da
dessoma, incluindo a retirada dos resquícios das conexões ener­géticas
do holochacra no psicossoma; segunda morte; segunda dessoma.
Bradipensene (bradi + pen + sen + ene) – O pensene de fluxo
vagaroso, próprio da consciência humana bradipsí­quica.
Cardiochacra (cardio + chacra) – O quarto chacra básico,
agente influente na emotividade da conscin, vita­lizador do coração
e dos pulmões.
Casal incompleto – Par de homem e mulher que não chega
a formar o casal íntimo (aquele casal que pratica o ato sexual com­
pleto), contudo, mantém forte laço afetivo.
Catatonia extrafísica – Condição fixa da conscin, quando
pro­jetada, que mantém atos extrafísicos estereoti­pados, repetidos
e, em geral, inúteis ou dispensáveis quanto à sua evo­lução.
Cérebro abdominal (V. Subcérebro abdominal).
Chacra – Núcleo ou campo limitador de energia cons­cien­
cial, cujo conjunto constitui basicamente o holochacra, paracorpo
energético dentro do soma, fazendo a junção com o psicossoma,
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 203

atuando como ponto de conexão pelo qual a EC flui de um veículo


consciencial para outro.
Ciclo mentalsomático – O ciclo ou curso evolutivo da cons­
ciência que se inicia na sua condição de CL, ou cons­ciência livre,
em que desativa definitivamente o seu psicos­soma (terceira desso­ma)
e vive tão-só com o mentalsoma.
Ciclo multiexistencial – Sistema ou condição de al­ter­nância
contínua, em nosso nível evolutivo médio, de um período de renas-
cimento intrafísico com outro pe­ríodo pós-desa­ti­vação somática,
extra­físico, ou a intermissão.
Clima interconsciencial – Condição do multienten­dimento
em um encontro interconsciencial, estabelecida através de pensenes
afinizados, especialmente carregados nas ECs, ou energias cons­cien­
ciais. Há climas, climinhas e climões intercons­cienciais.
Co-epicon – Amparador que trabalha com a conscin, epicon
praticante veterando, em suas tarefas energéticas pessoais, seja na
condição de seu colega nas práticas diárias da tenepes ou na assistência
constante às consciexes recolhidas em sua ofiex.
Compensação intraconsciencial – Técnica conscien­­cio­mé­
trica fundamentada no emprego maior de um atributo consciencial,
mais desenvolvido (trafor), sobre outro, ou outros atributos cons­cien­
ciais menos desenvolvidos (trafares) no mi­crouniverso da conscin.
Compléxis (comple + exis) – Condição da comple­tu­de existen­
cial da proéxis da consciência humana.
Comunicologia – Área ou especialidade da Conscien­cio­logia
que estuda a comunicabilidade da consciência de todas as naturezas
e formas, inclusive a comunicação inter­cons­cien­cial en­tre as dimen-
sões conscienciais, considerando a proje­ta­bilidade cons­ciencial lúcida
e as abordagens da cons­ciência “inteira” (holossoma, holobiografia,
holomemória).
Comunidade extrafísica – Reunião e vida em comum de
cons­­ciexes em uma dimensão extrafísica.
Con – Unidade hipotética de medida do nível de lu­cidez da
cons­cin ou da consciex.
204 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

Concentração consciencial – Estado da focalização direta,


sem desvios, dos sentidos, atributos conscienciais, von­tade e intenção
da consciência sobre um só objeto.
Confor (con + for) – Interação do conteúdo (idéia, es­sên­cia)
com a forma (apresentação, linguagem) nos proces­sos da comu­nicação
interconsciencial (comunicologia).
Consciência (Latim: con + scientia, com conheci­men­to) livre
(CL) – Consciência – ou melhor: consciex – que se li­bertou definiti­
va­mente (desativação) do psicossoma ou para­­corpo emo­cional, e das
fieiras dos renascimentos intra­físicos, situada na hierarquia evolutiva
depois do Homo sapiens serenissimus.
Conscienciês – Idioma telepático, não simbólico, nati­vo nas
dimensões conscienciais das Sociexes muito evoluídas.
Conscienciocentrismo – Filosofia social que cen­trali­za os seus
objetivos na consciência em si, e em sua evolução, especia­lida­de da
Conscienciologia, sob o nome de Conscien­ciocentrologia, que estuda
a criação e a manutenção da ins­titui­ção consciencio­cêntrica ao modo
de uma cooperativa cons­ciencial, dentro da Socin Cons­cienciológica,
com base nos vínculos empregatício e cons­ciencial.
Conscienciograma – Planilha técnica das medidas ava­lia­tivas
do nível de evolução da consciência; megateste cons­cien­cial que tem
por modelo o Homo sapiens serenissimus, responsável por uma conta
corrente egocármica positiva. Instru­mento básico empregado nos
testes consciencio­métricos.
Conscienciologia – Ciência que estuda a consciência de
mo­do integral, holossomático, multidimensional, multimi­lenar,
mul­tiexistencial e, sobretudo, conforme as suas reações perante as
EIs e as ECs, bem como em seus múltiplos estados.
Conscienciólogo (a) – Conscin empenhada no estudo per­
manente e na experimentação objetiva, dentro do campo de pes­quisas
da Conscienciologia, na qualidade de agente de renovações evolutivas
(agente retrocognitor), no trabalho li­bertário das cons­ciências em geral.
Conscienciometria – Disciplina ou área que estuda as me­
di­das conscienciológicas, ou da consciência, através dos recursos
e métodos oferecidos pela Conscienciologia, ca­pazes de assentar as
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 205

bases possíveis da matematização da cons­ciência. Instrumento prin-


cipal: consciencio­grama.
Consciencioterapia – Especialidade que estuda o tra­ta­mento,
alívio ou remissão de distúrbios da consciência, executados através
dos recursos e técnicas derivados da Cons­cienciologia.
Consciex (consci + ex) – Consciência extrafísica; o pa­ra­cidadão
ou paracidadã da Sociex. Sinônimo envilecido pelo uso: desencarnado.
Conscin (consci + in) – Consciência intrafísica; a per­sonali­
dade humana; o cidadão ou cidadã da Socin. Sinônimo envilecido
pelo uso: encarnado.
Continuísmo consciencial – Condição da inteireza – sem
bre­chas – na continuidade da vida consciencial através da previsão
providencial e do auto-revezamento evolutivo, ou seja: a emenda
desta vivência do momento, às vivências ime­diatamente anterior
e posterior, incessantemente, em um todo coeso e único, sem solução
de continui­dade nem experiências conscienciais estanques.
Contracorpo – O mesmo que holochacra, o veículo es­pecífico
da EC da conscin.
Contrapensene (contra + pen + sen + ene) – Pensene intra­
cons­ciencial da conscin; refutação mental muda; palavra mental;
o pensene mudo; um tipo de intrapensene.
Copensene (co + pen + sen + ene) – O pensene da co­op­ção
específica do coro, dos rezadores em grupo e das multidões.
Co-projetor – Amparador que trabalha conjuntamente com
a conscin no desenvolvimento das suas projeções cons­cienciais, lú­
cidas, assistidas.
Cordão de ouro – Suposto elemento energético – à se­me­
lhança de um controle remoto – que mantém o men­talsoma ligado
ao paracérebro do psicossoma.
Coronochacra (corono + chacra) – O chacra da área do sin­
cipúcio, coroa o holochacra.
Cosmoconsciência – Condição ou percepção interior da
cons­ciência do cosmo, da vida e da ordem do Universo, em uma
exaltação intelectual e cosmoética impossível de se descrever, quando
a consciência sente a presença viva do Uni­verso e se torna una com
206 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

ele, em uma uni­dade indivisível. Há comunicação inter­consciencial


nesta condição peculiar.
Cosmoética (cosmo + ética) – Ética ou reflexão sobre a moral
cósmica, multidimensional, que define a holomatu­ri­dade, situada
além da moral social, intrafísica, ou que se apre­senta sob qualquer
rótulo hu­mano. É uma especialidade da Conscienciologia.
Cosmoeticidade – Qualidade cosmoética da cons­ciên­cia.
Cosmopensene (cosmo + pen + sen + ene) – Pensene espe­cí­
fico do conscienciês ou do estado da cosmoconsciência; forma de
co­municação do conscienciês.
Co-terapeuta – Amparador que trabalha conjunta­men­te com
a conscin consciencioterapeuta no desenvolvimento dos procedimen-
tos técnicos assistenciais da conscienciote­ra­pia aos seus pacientes.
Curso grupocármico – Conjunto dos estágios da cons­ciência
dentro do grupo consciencial evolutivo.
Curso intermissivo – Conjunto de disciplinas e ex­pe­riên­cias
teáticas administradas à consciex, depois de deter­minado nível evo-
lutivo, durante o período da intermissão cons­ciencial, dentro do seu
ciclo de exis­tências pessoais, obje­tivando o completismo consciencial
(compléxis) da próxima vida intafísica.
Dermatologias da consciência – Expressão com­pos­ta atri­buí­
da às Ciências convencionais, fisicalistas, subor­dinadas ao paradigma
newtoniano-cartesiano, mecanicista, que centram as suas pesquisas
tão-somente no soma, porque não dispõem da ins­trumentalidade
necessária para as inves­tigações técnicas, diretas, da consciência em
si; dermatologias da conscin. Ciências peri­conscienciais.
Desassim (desas + sim) – Desassimilação simpática de ECs
exercida pela impulsão da vontade, normalmente através do EV.
Descoincidência vígil – Condição parapsíquica da cons­cin –
projetor ou projetora – em que a mesma se percebe com o psi­cossoma
fora do estado da coincidência, em plena vigília física ordinária, sem
se sentir completamente integrada ao soma, gerando a intensificação
de parapercepções e fenô­menos energéticos e pa­rapsíquicos.
Desperticidade – Qualidade consciencial do ser des­perto.
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 207

Desperto (des + per + to) – Ser intrafísico, ou conscin, desas­


se­diado, permanente, total, plenamente autoconsciente da sua qua-
lidade de desperticidade.
Dessoma (des + soma) – Desativação somática, próxi­ma e ine­
vitável para todas as conscins; projeção final; pri­meira morte; morte
biológica; monotanatose. A dessoma (simples­mente) ou primeira
dessoma é a desativação do corpo humano ou soma. A segunda desso-
ma é a de­sa­tivação do holochacra. A terceira des­so­ma é a desativação
do psicossoma.
Dessomática – Estudo dos contextos físicos da desso­ma e dos
contextos psicológicos, sociais e médico-legais rela­cionados com
a de­sativação do soma. É uma especialidade da Conscien­ciologia.
Devaneio – Enredo fantasioso criado pela imaginação durante
o estado da vigília física ordinária da consciência hu­mana.
Dimener (dime + ener) – Dimensão energética das cons­ciên­
cias; dimensão holochacral; dimensão três-e-meia. Di­mensão natural
do holochacra.
Dupla evolutiva – Duas consciências que interagem positi­
vamente em evolução conjunta; condição existencial de evolutivi­dade
intercooperativa a dois.
Ectopia consciencial – Execução insatisfatória da proéxis, de
maneira excêntrica, deslocada, fora do roteiro pro­gramático escolhido
para a própria vida intrafísica.
Egocarma (ego + carma) – Princípio de causa e efeito, atuante
na evolução da consciência, quando centrado exclusi­vamente no ego
em si. Estado do livre-arbítrio preso ao ego­centrismo infantil.
Egopensene (ego + pen + sen + ene) – O mesmo que auto­
pensene; a unidade de medida do egoísmo consciencial, segundo
a Cons­cienciologia, ou, mais apropriadamente, a Cons­cien­cio­metria.
Encapsulamento parassanitário – Isolamento assisten­cial
e a anulação energética, temporária, das manifesta­ções pensênicas
– notadamente energéticas, intrusivas ou assedia­doras – de 1 ou
mais consciências, conscins e/ou cons­ciexes, enfermas, ao modo dos
iso­lamentos sanitários existen­tes nos hospitais de doenças infecto-con-
tagiosas com internados que apresentam alto poder de contaminação
doentia, radiativa ou tóxica.
208 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

Energia consciencial (EC) – A energia imanente que a cons­


ciência emprega em suas manifestações em geral; o ene do pensene.
Energia imanente (EI) – Energia primária, vibratória, es­sen­
cial, multiforme, impessoal, difusa e dispersa em todos os objetos ou
realidades do Universo, de modo onipotente, ainda indomada pela
cons­ciência humana, e demasiadamente sutil para ser descoberta
e detectada pelos atuais instrumentos tecnológicos.
Enumerologia – Técnica didática de feitura e processa­men­to
de textos, centrada na autocrítica informativa.
Epicon (epi + con) – Epicentro consciencial; conscin-chave do
epicentrismo operacional, que se torna um fulcro de lucidez, assisten­
cialidade e construtividade interdimen­sio­nal, através da ofiex. Tem
relação direta com a tenepes ou a tarefa energética pessoal.
Era consciencial – Aquela na qual a média das cons­cins encon­
trar-se-á suficientemente evoluída, através dos impactos, redefinições
e revoluções criadas pela vivência da projetabilidade lúcida (PL),
implan­tando-se o primado da autoconsciencialidade.
Estado de animação suspensa – Aquele no qual a conscin tem
suspensas, temporariamente, as funções vitais essen­ciais do seu corpo
celular, retornando, depois, às suas con­dições fisioló­gicas normais, em
certos casos sem ocorrer quaisquer danos à sua saúde, sobrevivendo
as células em meta­bolismo de hibernação humana.
Estado vibracional (EV) – Condição técnica de dina­mização
máxima das energias do holochacra, através da im­pulsão da vontade.
Estigma assediador – Um insucesso, sempre dramá­tico, em
geral patológico, ou uma derrota evolutiva, assentada, em geral, em
uma auto-obcecação consciencial geradora da melin ou da melex.
Muitas vezes, resulta em acidentes para­psíquicos.
Euforex (eufor + ex) – Condição de euforia extrafísica, após
a desativação somática, gerada pelo cumprimento razoá­vel da proéxis;
euforia post-mortem; para-euforia; euforia pós-somática.
Euforin (eufor + in) – Condição da euforia intrafísica, antes da
desativação somática gerada pelo cumprimento razoável da proéxis;
euforia pré-mortem. Condição predis­ponente ideal à mo­réxis positiva.
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 209

Eunuco de bases conscienciais – Conscin castrada e ma­


ni­pu­lada consciencialmente pelos sectários, domestica­do­res dos robôs
satis­feitos, os escravos modernos da massa impensante.
Evoluciologia – Especialidade da Conscienciologia que estuda
a evolução da consciência abordada de modo integral, em alto ní­
vel, matéria adstrita especificamente ao evo­luciólogo ou orien­tador
evo­lutivo.
Evoluciólogo – Consciência coadjutora da coordena­ção in­
te­ligente da proéxis (programação existencial), ou da evolução cons­
ciencial de uma ou mais consciências, do mesmo grupocarma. Ex­pressão
mais adequada do que orientador evolutivo.
Existência holochacral – Vida intrafísica da cons­ciên­cia
hu­mana.
Existência trancada – Vivência humana sem a pro­dução de
PCs; vida humana troposférica somente com projeções inconscientes,
vegetativas, características do estado do paracoma evolutivo.
Experiência da Quase-Morte (EQM) – Ocorrência projetiva,
involuntária ou forçada por circunstâncias humanas, críticas, da cons­
ciência humana, comum a doentes terminais, pacientes mori­turos
e so­breviventes da morte clínica.
Extrafísico – Relativo àquilo que esteja fora, ou além, do
estado intrafísico ou humano; estado consciencial menos físico do
que o soma.
Fenômeno concomitante à PC – O que ocorre no continuum
espaço-tempo ou não, mas simultaneamente com o de­senvolvi­
mento da experiência da projeção consciente, de modo espontâneo
e inesperado.
Fenômeno projetivo – Ocorrência parapsíquica espe­cífica do
âmbito de pesquisa da Projeciologia.
Fitopensene (fito + pen + sen + ene) – O pensene rudimentar
da planta; a unidade léxica da planta, segundo a Conscienciologia.
Geoenergia (geo + energia) – Energia imanente (EI) prove­
niente do solo ou da terra e absorvida pela conscin através da pré
-kundalini. Expressão arcaica: energia telúrica.
210 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

Gestação consciencial – Produtividade evolutiva, útil, da


cons­ciência humana, dentro do quadro de obras pes­soais da pro­
gramática da sua proéxis.
Ginochacra (Gino + chacra) – O sexochacra da mulher.
Ginopensene (gino + pen + sen + ene) – O pensene específico
da linguagem e comunicabilidade feminina.
Ginossoma (gino + soma) – O corpo humano femi­ni­no ou
específico da mulher, especializado na reprodução animal da vida
intra­física da conscin; o corpo afrodisíaco.
Grafopensene (grafo + pen + sen + ene) – A assinatura pensênica
da consciência humana ou intrafísica.
Grecex (gr + rec + ex) – Grupo de reciclantes existen­ciais;
reunião e vivência intrafísica, conjunta, em grupo, obje­tivando
a ex­pe­riência das recéxis planificadas. Plural: grecexes.
Grinvex (gr + inve + ex) – Grupo de inversores existen­ciais;
reu­nião e vivência intrafísica, conjunta, em grupo, ob­je­tivando
a ex­­pe­riência das invéxis planificadas. Plural: grin­vexes.
Grupalidade – Qualidade do grupo evolutivo da cons­ciên­cia;
condição da evolutividade em grupo.
Grupocarma (grupo + carma) – Princípio de causa e efeito,
atuan­te na evolução da consciência, quando centrado no grupo
evolu­tivo. Estado do livre-arbítrio individual, quando ligado ao
gru­po evolutivo.
Grupopensene (grupo + pen + sen + ene) – O pensene sectá-
rio, corporativista e antipolicármico; mas o grupopen­sene pode ser
também construtivo.
Guia cego – Consciência amoral ou inexperiente que ajuda
outra consciência, de modo anticosmoético, segundo os seus inte­
resses egóicos do momento, em detrimento de outras.
Heteropensene (hetero + pen + sen + ene) – O pensene de
ou­trem em relação a nós.
Hiperacuidade – Qualidade da lucidez máxima da conscin
alcançada pela recuperação – que lhe é possível – dos cons.
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 211

Hiperespaços conscienciais – Dimensões conscien­ciais


extra­físicas.
Hiperpensene (hiper + pen + sen + ene) – O pensene heu­
rístico; a idéia original da descoberta; o pensene neofílico; a unidade
de medida da invenção, segundo a Conscien­cio­metria.
Hipnagogia (Grego: hipnos, sono; e agogós, condutor) – Con­
dição crepuscular de transição da consciência entre o estado da vigília
física ordinária e o estado do sono natural. É um estado alterado da
consciência.
Hipnopompia (Grego: hipnos, sono; e pompikós, pro­cissão)
– Condição de transição do sono natural, introdutória ao des­perta­
mento físico, no semi-sono que precede o ato de acordar, ca­rac­teri­zada
por imagens oníricas com efeitos audi­tivos e visões alucinatórias que
subsistem após o despertar. É um estado alterado da consciência.
Hipopensene (hipo + pen + sen + ene) – O mesmo que proto­
pensene ou fitopensene.
Holocarma (holo + carma) – Reunião dos 3 tipos de ações
e rea­ções conscienciais – egocarma, grupocarma e poli­carma – dentro
dos princípios de causa e efeito, atuantes na evolução da consciência.
Holochacra (holo + chacra) – Paracorpo energético da cons­
ciência humana.
Holochacralidade – Qualidade das manifestações da cons­cin
derivadas do holochacra ou corpo energético.
Holomaturidade (holo + maturidade) – Condição da maturi­
dade integrada – biológica, psicológica, holossomá­tica e multidi­
mensional – da consciência humana.
Holomemória (holo + memória) – Memória causal, compos­
ta, multimilenar, multiexistencial, implacável, ininter­rupta, pessoal,
que retém todos os fatos relativos à consciência; multimemória;
polimemória.
Holopensene (holo + pen + sen + ene) – Pensenes agre­gados ou
consolidados. Sinônimo envilecido pelo uso: egré­gora. Esta pala­vra
gera resistência em larga faixa dos leitores sérios das ciências.
Holopensene domiciliar – Base física; alcova ener­geti­­ca­mente
blindada; ofiex.
212 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

Holorgasmo (holo + orgasmo) – Orgasmo holossomá­tico;


êxtase máximo gerado pelas energias de todo o holossoma.
Holossoma (holo + soma) – Conjunto dos veículos de mani­
fes­tação da conscin: soma, holochacra, psicossoma e men­talsoma;
e da cons­ciex: psicossoma e mentalsoma.
Holossomática – Estudo específico do holossoma. É uma
espe­cialidade da Conscienciologia.
Homeostase holossomática – Estado integrado, hígi­do, de
har­monia do holossoma.
Homopensene (homo + pen + sen + ene) – O pensene da
emis­são e da recepção telepática; a unidade de medida na telepatia,
segundo a Conscienciometria.
Homo sapiens serenissimus – Consciência quando na vivên­
cia integral da condição do serenismo lúcido. Sinô­nimo de emprego
popular: Serenão.
Incompléxis (in + comple + exis) – Condição existen­cial da
proéxis incompleta da consciência humana.
Instituição conscienciocêntrica – Aquela que cen­tra­liza
seus objetivos na consciência em si, e em sua evolução, ao modo do
Instituto Internacional de Projeciologia e Cons­cienciologia (IIPC);
cooperativa consciencial, dentro da Socin Conscienciológica, com
base nos vínculos empregatício e cons­ciencial.
Interfusão holossomática – Estado das assins má­ximas entre
2 consciências.
Intermissão – Período extrafísico da consciência entre 2 dos
seus renascimentos intrafísicos.
Intermissão pós-somática – Período extrafísico da cons­­ciência
imediato à sua desativação somática.
Intermissão pré-somática – Período extrafísico da cons­ciência
anterior ao seu renascimento intrafísico.
Intermissibilidade – Qualidade do período de inter­missão
de uma consciência.
Interprisão grupocármica – Condição da insepara­bilidade
gru­pocármica do princípio consciencial evolutivo ou consciência.
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 213

Intraconsciencialidade – Qualidade das manifesta­ções especí­


ficas da intimidade da consciência.
Intrafisicalidade – Condição da vida intrafísica, hu­mana, ou
da existência da consciência humana.
Intrapensene (intra + pen + sen + ene) – Pensene intra­
conscien­cial da consciência humana.
Intrusão energética – Invasão de uma consciência em outra
através das ECs ou do holochacra.
Intrusão espermática – Introdução do esperma de um homem
no sexossoma da mulher, durante o ato sexual.
Intrusão holochacral – Invasão de uma conscin em outra
atra­vés do holochacra; intrusão energética.
Intrusão holossomática – Invasão de uma cons­ciên­cia em
outra através de todo o holossoma.
Intrusão interconsciencial – Ação exercida por uma consciên­
cia sobre outra.
Intrusão mnemônica – Colisão da memória intrusiva de
uma consciex assediadora sobre a memória cerebral ou biomemória
de uma conscin assediada (paramnésia).
Intrusão pensênica – Invasão de uma consciência em outra
através do mentalsoma.
Intrusão psicossomática – Invasão de uma consciên­cia em
outra através da emocionalidade, ou pelo psicossoma.
Intrusão volitiva – Invasão da vontade de uma cons­ciência
em outra através da heterossugestão ou hetero-hipnose.
Inversor existencial – Conscin que se dispõe a executar
a in­véxis na vida intrafísica.
Invexibilidade – Qualidade da execução intrafísica da invéxis.
Invéxis (inve + exis) – Técnica da inversão existencial executa­da
pela consciência humana ou intrafísica.
Macro-PK destrutiva – Psicocinesia ou PK (psycho­kinesis)
nociva, capaz de acarretar prejuízos à conscin, po­dendo estes, inclu­
sive, serem fatais ao soma.
214 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

Macrossoma (macro + soma) – Soma fora-de-série ou super­


maceteado para a execução de uma proéxis específica.
Mandato pré-intrafísico – Programação existencial para
a vida humana planejada antes do renascimento intra­físico da cons-
ciência; proéxis.
Materpensene (mater + pen + sen + ene) – Idéia-mãe ou
a matriz de todo um desenvolvimento de tese, teoria ou ensaio, o leit-
motif, o pilar mestre ou o pensene predominante em um holopensene.
Maturidade integrada – Estado da maturidade cons­ciencial
mais evoluída, além da maturidade biológica ou física, e da maturi-
dade mental ou psicológica; holomaturidade.
Maxifraternidade – Condição interconsciencial, uni­ver­sa­lista,
mais evoluída, fundamentada na fraternidade pura da cons­ciência
auto-imperdoadora e heteroperdoadora, meta inevitável na evolução
de todas as consciências. Sinônimo: Megafraternidade.
Maximoréxis (maxi + mor + exis) – Condição da mo­réxis
existencial – a maior – ou quando vem para a conscin completista,
na qualidade de acréscimo ou adendo (base su­pe­ravitária), quanto
ao compléxis da sua proéxis; portanto, a execução de um extra sadio
de um mandato existencial concluído.
Maxipensene (maxi + pen + sen + ene) – O pensene peculiar
às CLs ou Consciências Livres.
Maxiprimener (maxi + prim + ener) – Condição da prima­vera
energética máxima ou prolongada.
Maxiproéxis (maxi + pro + exis) – Programação exis­tencial
máxima, por atacado, ou visando à execução de tarefa na vivência do
universalismo e da maxifraternidade, com ba­ses policármicas.
Megameta – O objetivo maior da auto-evolução para
a cons­ciência.
Megapensene (mega + pen + sen + ene) – O mesmo que or­
to­pensene.
Megapoder – A condição evoluída de lucidez magna, cos­mo­
ética, da consciência.
Megatrafar (mega + tra + far) – O trafar máximo da cons­
ciência.
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 215

Megatrafor (mega + tra + for) – O trafor máximo da consci-


ência.
Melex (mel + ex) – Condição da melancolia extrafísica, pós-
-so­mática ou post-mortem; paramelancolia.
Melin (mel + in) – Condição da melancolia intrafísica ou
pré-mortem.
Mentalsoma (mental + soma) – Corpo mental; o para­corpo do
discernimento da consciência. Plural: mentaissomas.
Metassoma (meta + soma) – O mesmo que psicos­so­ma, instru­
mento extrafísico de consciexes e conscins.
Microuniverso consciencial – A consciência consi­de­rada de
per si, como um todo, englobando todos os seus atributos, pensenes
e manifestações no desenvolvimento da sua evolução. O microcosmo
da consciência em relação ao macro­cosmo do Universo.
Mimese cosmoética – Impulso social produtivo de imi­­tação
dos antepassados evoluídos da conscin.
Minimoréxis (mini + mor + exis) – Condição da mora­tória
exis­tencial – a menor – ou quando vem para a conscin incompletista
res­sarcir o seu deficit holocármico (base defici­tária) ou concluir a con­
dição do compléxis quanto à sua proé­xis; portanto, o aca­bamento de
um mandato existencial ainda inconcluso.
Minipensene (mini + pen + sen + ene) – O pensene específico
da criança, às vezes em função do cérebro ainda em desen­vol­vimento.
Miniprimener (mini + prim + ener) – Condição da primavera
energética mínima ou efêmera.
Miniproéxis (mini + pro + exis) – Programação exis­tencial
mí­nima, a varejo, ou objetivando a execução de uma tarefa mínima,
ainda grupocármica.
Mnemossoma (mnemo + soma) – O soma consi­derado especi­
ficamente quanto à memória da consciência, em todas as suas formas.
Monitoria extrafísica – Condição da assistência de cons­­ciexes
sadias em favor da conscin equilibrada, quando esta de­­sempenha
tarefa da consolação ou do esclarecimento, tam­bém equilibrada.
216 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

Monodotação consciencial – Vida intrafísica sob a pres­são


de assédios constantes de seres doentios expe­rien­ciada pela conscin
medíocre, de poucos talentos, sem ver­satilidade.
Monopensene (mono + pen + sen + ene) – O pensene repe­
titivo; o monoideísmo; a idéia fixa; o eco mental; repensene.
Monotanatose – O mesmo que dessoma; primeira morte.
Moréxis (mor + exis) – Condição da moratória exis­tencial,
ou um complemento de vida intrafísica, facultado a determinadas
conscins, conforme o seu mérito holocármico. A moréxis pode apre­
sentar uma base deficitária – a menor – minimoréxis; ou supera­vitária
– a maior – maximoréxis, quan­to aos resultados da proéxis.
Morfopensene (morfo + pen + sen + ene) – O pen­samento ou
um conjunto de pensamentos quando reunidos e se expres­sando,
de algum modo, como uma forma. Expres­são arcaica, agora em de-
suso: forma-pensamento. A acumu­lação de morfopensenes compõe
o holo­pensene.
Multicompléxis (multi + compl + exis) – Multicomple­tismo
existencial ou o compléxis obtido através da execução de várias
progra­mações existenciais (proéxis) em diversas vidas intrafísicas
con­secutivas.
Neofilia – Adaptação fácil da conscin às situações, coisas
e acontecimentos novos. Oposto de neofobia.
Neopensene (neo + pen + sen + ene) – O pensene da conscin,
quando se manifesta através de novas sinapses ou cone­xões inter­
neuroniais, capaz de criar a recin ou a reci­clagem intraconsciencial;
a unidade de medida da renovação cons­ciencial, segundo a Cons­
cienciologia, ou, mais apropria­damente, a Conscienciometria.
Ofiex (ofi + ex) – Oficina extrafísica do epicon intra­fí­sico (pra­
ticante da tenepes). Os recursos e instalações ex­tra­físicas da ofiex são
múltiplos e surpreendentes. Um holopensene domiciliar.
Oniropensene (oniro + pen + sen + ene) – O mesmo que
pato­pensene.
Orientador Evolutivo – Consciência coadjutora da coor­
denação inteligente da proéxis, ou da evolução cons­ciencial de uma
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 217

ou mais consciências, do mesmo grupocarma. Condição evo­­lutiva


entre o ser desperto e o Serenão. O mesmo que evoluciólogo.
Ortopensene (orto + pen + sen + ene) – O pensene reto ou
cosmoético, próprio da holomaturidade consciencial; a uni­dade de
medida da cosmoética prática, segundo a Cons­cien­ciometria.
Pangrafia – Escrita parapsíquica multímoda, abran­gen­te
e so­fisticada.
Para – Prefixo que significa além de, ao lado de, como em
pa­ra­cérebro. Significa, também, extrafísico.
Paracérebro – Cérebro extrafísico do psicossoma da cons­ciên­
cia nos estados extrafísico (consciex), intrafísico (cons­cin) e pro­jetado,
quando através do psicossoma.
Paracomatose consciencial – Estado de coma extrafí­­sico da
conscin, quando projetada, que permanece invariavel­mente incons-
ciente e, portanto, sem rememorações extrafísicas.
Paradigma consciencial – Teoria-líder da Conscien­ciologia
fundamentada na própria consciência.
Parafisiologia – Fisiologia dos veículos de manifes­ta­ção da
cons­ciência, excluído o corpo humano ou soma. É uma especiali­dade
da Conscienciologia.
Paragenética – A genética adstrita às heranças da cons­ciên­cia,
através do psicossoma, da vida anterior ao embrião humano. É uma
espe­cialidade da Conscienciologia.
Para-homem – Consciex com visual de homem ou cons­cin
ho­mem projetada. Expressão sinônima, desgastada e en­vilecida pelo
uso: entidade espiritual masculina.
Paramulher – Consciex com visual de mulher ou cons­cin
mu­lher projetada. Expressão sinônima, desgastada e en­vilecida pelo
uso: entidade espiritual feminina.
Parapatologia – Patologia dos veículos de mani­fes­ta­ção da
consciência, excluído o corpo humano ou soma. É uma especia­li­dade
da Conscienciologia.
Parapensene (para + pen + sen + ene) – O pensene es­pe­cífico
da consciex ou consciência extrafísica.
218 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

Passes-para-o-escuro – Expressão popular para signi­ficar


a trans­missão técnica, diária, de energias conscienciais, ou ECs, por
uma conscin, diretamente a consciexes, conscins projetadas, ou no
estado da vigília física ordinária, com assis­tência permanente de
amparadores. Expressão técnica: tenepes (tarefa energética pessoal).
Patopensene (pato + pen + sen + ene) – O pensene pato­­­lógico
ou da amência consciencial; o pecadilho mental; a vontade pato­lógica;
a intenção doentia; a ruminação cerebral.
Pensen (pen + sen) – Pensamento e sentimento.
Pensene (pen + sen + ene) – Unidade de manifestação prá­tica
da consciência, segundo a Conscienciologia, que con­sidera o pen-
samento ou idéia (concepção), o sentimento ou a emoção, e a EC
(energia cons­ciencial) em conjunto, de modo indissociável.
Pensenedor – Instrumento pelo qual a consciência manifesta
os seus pensamentos e atos. No caso específico da conscin, o pen­
senedor fundamental é o soma.
Pensenidade – Qualidade da consciência pensênica de alguém.
Podossoma (podo + soma) – O soma considerado espe­cifica­
mente quanto à aplicação dos pés ou o trabalho com os pés, por
exemplo, o do jogador de futebol.
Policarma (poli + carma) – Princípio de causa e efeito, atuan­
te na evolução da consciência, quando centrado no senso e vivência
da maxifraternidade cósmica, além do ego­carma e do grupocarma.
Porão consciencial – Fase de manifestação infantil e adoles­cen­
te da conscin, até chegar ao período da adultidade, caracte­rizada pelo
predomínio dos trafares mais primitivos da consciência multiveicular,
multiexistencial e multimilenar.
Pré-casal – Condição inicial, preliminar ou de tateios, da se­
xualidade humana prática dentro da Socin.
Precognição (Latim: pre, antes; cognoscere, conhecer) extrafísi­
ca – Faculdade perceptiva pela qual a consciência, plenamen­te
projetada para fora do corpo humano, fica co­nhecendo fatos inde­
terminados vindouros, inclusive objetos, cenas e formas dis­tantes,
no tempo futuro.
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 219

Precognitarium – Base física preparada tecnicamente para


a produção de PCs precognitivas.
Pré-kundalini – Chacra secundário plantar. Há 2 plan­tocha­
cras no holossoma da conscin. Expressão própria da Cons­cien­ciologia.
Pré-serenão – Conscin, ou consciex, que ainda não vive
o se­re­nismo lúcido.
Pré-serenão intrafísico alternante – Conscin capaz de viver
consciente, ao mesmo tempo, no estado da vigília física ordinária
e projetada, de quando em quando, em dimen­sões extrafísicas.
Primener (prim + ener) – Primavera energética; con­dição
pes­soal, mais ou menos duradoura, de apogeu das ECs sadias
e cons­trutivas.
Primener a dois – Primavera energética da dupla evo­lutiva,
cujos parceiros se amam de fato e dominam as apli­cações das ECs
sa­dias, com inteira lucidez, construindo as suas proéxis através de
gestações conscienciais.
Primopensene (primo + pen + sen + ene) – O mesmo que causa
primária do Universo; o primeiro pensamento que foi com­posto. Este
vocábulo não tem plural.
Princípios pessoais – Conjunto de valores e iniciativas nor­
tea­dores da vida consciencial, escolhido pela consciência, a partir da
holomaturidade, multidimensionalidade e cosmoé­tica vivida.
Proéxis (pro + exis) – Programação existencial especí­fica de
ca­da conscin em sua existência intrafísica.
Proéxis avançada – Programação existencial da cons­cin, líder
evolutiva, dentro de uma tarefa libertária específica do grupo­carma,
mais universalista e policármica, onde é mini­peça lúcida e atuante
dentro do maximecanismo da equipe multidimensional.
Projeção consciente (PC) – Projeção da conscin para além
do soma; experiência extracorpórea.
Projeção consciente assistida – Aquela pela qual a cons­cin
vê-se assistida durante o experimento, de modo di­reto, por um am-
parador, quase sempre perito em projeta­bilidade lúcida (PL).
Projeção semiconsciente (PSC) – Experiência oníri­ca em
que a conscin projetada se reconhece lúcida em parte, de modo
desor­denado. Não é uma projeção consciencial ideal; sonho lúcido.
220 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

Projeciocrítica – Crítica projeciológica. É uma espe­cia­lidade


da Conscienciologia.
Projeciografia – Estudo técnico dos registros projecio­lógicos.
É uma especialidade da Conscienciologia.
Projeciologia (Latim: projectio, projeção; grego: logos, tra­ta­
do) – Ciência que estuda as projeções da consciência e seus efei­tos,
inclusive as projeções das ECs para fora do holossoma. É uma espe-
cialidade da Conscienciologia.
Projecioterapia – Ciência das profilaxias e terapias deriva­das
das pesquisas e técnicas da Projeciologia.
Projetabilidade lúcida (PL) – Qualidade parafisioló­gica,
proje­tiva, lúcida, da consciência, capaz de descoincidir-se ou tirar
os seus veículos de manifestação da condição de alinhamento do
holossoma, inclusive através da impulsão da própria vontade.
Projetarium – Base física preparada tecnicamente para
a pro­dução das PCs.
Protopensene (proto + pen + sen + ene) – O pensene mais ru­­
di­mentar; o mesmo que fitopensene ou hipopensene.
Psicossoma (Grego: psyckhé, alma; soma, corpo) – Pa­ra­­corpo
emocional da consciência; o corpo objetivo da conscin.
Quirossoma (quiro + soma) – O soma considerado especifi­
camente quanto à aplicação das mãos ou o trabalho manual.
Recesso projetivo – Fase existencial da conscin carac­teri­zada
pela cessação espontânea – temporária quase sempre – das experi-
ências projetivas lúcidas, dentro de uma seqüência de expe­rimentos
intensivos.
Recexibilidade – Qualidade da execução intrafísica da recéxis.
Recéxis (rec + exis) – Técnica da reciclagem existen­cial executa­
da pela consciência humana.
Reciclante existencial – Conscin que se dispõe a exe­cutar
a recéxis.
Recin (reci + in) – A reciclagem intrafísica, existencial, intra­
cons­ciencial ou a renovação cerebral da conscin através da criação
de novas sinapses ou conexões interneuroniais capazes de permitir
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 221

o ajuste da proéxis, a execução da recéxis, a invéxis, a aquisição de


idéias novas, os neopensenes, os hiperpensenes e outras con­quis­tas
neofílicas da cons­ciência humana automotivada.
Repensene (re + pen + sen + ene) – O pensene repetido.
O mes­mo que monopensene, idéia fixa ou mo­noideísmo.
Repercussões parapsicofísicas – Reações entre 2 veí­culos de
manifestação consciencial, durante o ato de entrarem em contato
entre si, tanto entre veículos diferentes de uma cons­­ciên­cia, ou entre
veículos semelhantes de duas ou mais consciências. Tais repercussões
podem ser intrafísicas e ex­trafísicas.
Retrocognição (Latim: retro, atrás; cognoscere, conhe­cer) –
Faculdade perceptiva pela qual a conscin fica conhecendo fatos, cenas,
formas, objetos, sucessos e vivências pertencentes ao tempo passado
distante, comumente relacionados com a sua holomemória.
Retrocognitarium – Base física preparada tecnicamente para
a produção de projeções conscientes (PCs) retrocognitivas.
Retropensene (retro + pen + sen + ene) – O pensene espe­cífi­co
das auto-retrocognições; o mesmo que o engrama da Mne­mo­técnica;
a unidade de medida das retrocognições, segundo a Conscienciometria.
Robéxis (rob + exis) – Robotização existencial; con­di­ção da
conscin troposférica, excessivamente escravizada à intra­fisica­li­dade
ou quadridimensionalidade.
Romance extrafísico – Conjunto dos atos pelos quais a cons­
cin namora ou mantém um caso afetivo sadio ou po­sitivo, estando
projetada fora do soma.
Sedução holochacral – Ação energética, com inten­ção domi­
na­dora mais ou menos consciente, de uma consciên­cia sobre outra (s).
Sene (sen + ene) – Sentimento e energia consciencial.
Serenão – Nome popular do Homo sapiens serenis­simus.
Serialidade – Qualidade da consciência sujeita à se­riéxis.
Seriéxis (seri + exis) – Seriação existencial evolutiva da cons­
ciência; existências sucessivas; renascimentos intrafísi­cos em série.
222 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

Sexochacra (sexo + chacra) – O chacra radical ou se­xual bá­sico


da consciência humana. Expressão antiga rela­tiva à EC deste chacra:
kundalini (o fogo serpentino).
Sexopensene (sexo + pen + sen + ene) – A fantasia sexual;
a unidade de medida do adultério mental, segundo a Conscien­ciome­
tria.
Sexossoma (sexo + soma) – O soma considerado es­pecifica­
men­te quanto ao seu sexo.
Sexossoma feminino afrodisíaco – O soma da mu­lher,
con­si­derado especificamente quanto ao sexo, quando em condições
plásticas capazes de atuar como afrodisíaco. Veja Ginossoma.
Sexossomática – Estudo específico do soma quanto ao seu
sexo, ou sexossoma, e suas relações com a conscin, seja o homem ou
a mulher. É uma especialidade da Cons­cienciologia.
Sinalética parapsíquica – Existência, identificação e emprego
autoconsciente dos sinais energéticos, anímicos, parapsíquicos e per­
sonalíssimos, ou que toda conscin possui.
Sociex (soci + ex) – Sociedade Extrafísica ou das cons­ciexes.
Plural: sociexes.
Socin (soci + in) – Sociedade Intrafísica ou das cons­cins; So­
ciedade Humana. Plural: Socins.
Soltura do holochacra – Condição de liberdade rela­tiva de
atuação do paracorpo energético da conscin, em re­lação ao psi­cos­
soma e ao soma.
Soma – Corpo humano; o corpo do indivíduo do reino Ani­
mal, filo Cordata, classe Mamíferos, ordem Primatas, famí­lia Ho­mi­
nídia, gênero Homo, espécie Homo sapiens, o mais elevado nível de
ani­mal sobre este Planeta; apesar do exposto, o veículo mais rústico
do holossoma da consciência humana.
Sonho – Estado consciencial natural intermediário entre
o estado da vigília física ordinária e o sono natural, carac­te­ri­za­do por
um conjunto de idéias e imagens que se apre­sentam à cons­ciência.
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 223

O sonho aflitivo que tem como efeitos a agitação, a an­­gústia e a opres­


são durante o seu desen­vol­vimento, recebe os nomes de: pesadelo;
terror noturno; alucina­ção pesadelar.
Sono – Estado natural de repouso no homem e nos animais
su­pe­riores que se caracteriza especialmente pela supressão normal
e pe­riódica da atividade perceptiva, da mo­tricidade voluntária, e da
vida de relação, pelo relaxamento dos sentidos e dos músculos, pela
diminuição das freqüências circulatória e respiratória, e ainda pela
atividade onírica; du­rante o qual o organismo recupera-se da fadiga.
Subcérebro abdominal – O umbilicochacra (centro de energia
cons­ciencial acima do umbigo), quando escolhido inconscien­te­
mente pela conscin, ainda de evolução medíocre, para sede de suas
mani­festações. O cérebro abdominal, pseudo­cérebro abdo­minal, ou
sub­cérebro abdominal é a emi­nên­cia parda do cérebro natural, ence-
fálico (coronochacra e fronto­chacra); um embaraço indefensável na
auto-evolução consciente.
Subpensene (sub + pen + sen + ene) – O pensene carregado
pelas energias conscienciais adstritas ao subcérebro abdominal, no-
tadamente do umbilicochacra; a unidade de medida do subcére­bro
abdominal, segundo a Conscien­cio­metria.
Tacon (ta + con) – Tarefa da consolação, assistencial, pes­soal
ou grupal, primária.
Taquipensene (taqui + pen + sen + ene) – O pensene de flu­xo
rápido, próprio da conscin taquipsíquica.
Tares (tar + es) – Tarefa do esclarecimento, assistencial, pes­soal
ou grupal, avançada. Plural: tarefas do esclarecimento.
Teática (te + ática) – Vivência conjunta da teoria e da prática
por parte da conscin ou da consciex.
Telepensene (tele + pen + sen + ene) – O mesmo que homo­
pensene.
Tenepes (t + ene + pes ) – Tarefa energética pessoal, diária,
mul­tidimensional, com assistência permanente de am­paradores,
a longo prazo ou para o restante da vida intra­física. Expressão popular:
pas­ses-para-o-escuro.
224 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

Trafar (tra + far) – Traço-fardo da personalidade da conscin;


componente negativo da estrutura do microuniverso consciencial
que a consciência ainda não consegue alijar de si ou desvencilhar-se
até o momento.
Trafor (tra + for) – Traço-força da personalidade da conscin;
componente positivo da estrutura do microuniverso consciencial que
impulsiona a evolução da consciência.
Tridotação consciencial – Qualidade dos 3 talentos conjuga­
dos mais úteis ao conscienciólogo: a intelectualidade, o parapsi­quismo
e a comunicabilidade; tridotalidade cons­cien­cial.
Tritanatose – Desativação e descarte do psicossoma com
a en­­trada da consciência do Homo sapiens serenissimus na con­dição
de Consciência Livre (CL); terceira dessoma.
Umbilicochacra (umbilico + chacra) – O chacra um­bilical
(aci­ma do umbigo) ou relativo à fisiologia e parafisio­logia (abdomi­
nais) da consciência humana.
Universalismo – Conjunto de idéias derivadas da uni­ver­
sa­lidade das leis básicas da Natureza e do Universo e que, através
da evolução natural da consciência, torna-se inevita­velmente, a sua
fi­losofia dominante; cosmismo.
Varejismo consciencial – Sistema primário de com­porta­
mento individual caracterizado pela ação através de atos conscien­
ciais menores, isolados e de mínimo resultado produ­tivo ou efeito
evo­lutivo magno.
Veículo da consciência – Instrumento ou corpo pelo qual
a consciência se manifesta na intrafisicalidade (conscin) e nas di­
mensões extrafísicas (conscin projetada e consciex).
Verbação (verb + ação) – Interação prática do verbo e da ação
no comportamento coerente da consciência; re­sul­tado da pa­lavra
rati­ficada pelo exemplo através dos teste­munhos vividos pela conscin.
Vínculo consciencial – Ligação cosmoética, auto­lú­cida,
volun­tária e policármica, entre o colaborador e uma instituição.
O vínculo consciencial se situa além do vínculo em­pre­gatício.
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 225

Vírus da Socin – Qualquer trafar social na vida intra­física da


consciência humana.
Vivência pessoal (VP) – Experimentação prática, pes­soal,
dire­ta, intransferível, da conscin em seu caminho evolutivo.
Xenofrenia (Grego: xenos, estranho; phrem, mente) – Es­ta­
do da consciência humana, fora do padrão normal da vigília física
ordinária, induzido por agentes físicos, fisioló­gi­cos, psicológicos,
farmacológicos ou parapsíquicos.
Xenopensene (xeno + pen + sen + ene) – O pensene intrusivo
do assediador nas ocorrências de intrusão pensênica ou assedia­li­dade;
a cunha mental; a unidade de medida do assédio intercons­ciencial,
segundo a Conscienciometria.
Zoopensene (zoo + pen + sen + ene) – O pensene do animal
subumano, sem autoconsciencialidade; a unidade de medida do
princípio consciencial do animal subumano, segundo a Conscien­
ciometria.
226

Índice Onomástico

Alegretti, Wagner, 118, 119, 120, 125


Buhlmann, William, 36, 86
Dethlefsen, Torwald, 183
CEAEC – Centro de Altos Estudos da Conscien­cio­logia, 52,
62, 128, 129, 161
CITP – Curso de Imersão em Técnicas Projetivas, 152
CIP – Curso Integrado de Projeciologia, 154
ECP1 – Extensão em Conscienciologia e Projeciologia I, 25
ECP2 – Extensão em Conscienciologia e Projeciologia II, 129
Balona, Málu, 26
Carvalho, Francisco,184, 185
IAC – International Academy of Consciousness, 101
IIPC – Instituto Interncional de Projeciologia e Consciencio-
logia, 39, 45, 52, 54, 92, 93, 107, 128, 132, 133, 134, 143, 148,
150, 151, 178
Kübler-Ross, Elizabeth, 78
Lanu, 143 -145
Morse, Melvin, 78
Moody Jr., Raymond, 78
Moura, Jussara, 12
Powel, Emma, 41
Rogo, Scott, 41
Rüdiger, Dahlke, 182,183
Snowden, Katleen, 41
Vicenzi, Luciano, 11
Vieira, Waldo, 17, 20, 21, 29, 33, 40, 44, 55, 56, 57, 77, 111,
113, 132, 133, 139, 141, 158, 159, 180
227

Índice Remissivo

Abertismo, 12 Lastro energético, 31


Acupuntura, 139 Mecanismo de defesa do ego, 26
Agenda extrafísica, 30 Memória tripla, 170
Aparados da Serra, 109 Mentalsoma, 18, 61, 82, 126
Artrite reumatóide, 24 Mioclonia, 161
Assim, 22 Mobilização básica das energias
Autobilocação, 46, 48, 77, 78 (MBE), 26
Autopermeabilidade, 61 Multidisciplinaridade, 14
Base física, 22 Multidimensionalidade, 13
Capão da Canoa, 49 Neofobia, 26, 186
Chacras, 20 Parapés, 19
Ciência convencional, 13 Pensenes, 160
Consciência, 13, 20 Portugal, 101
Conscienciologia, 132 Programação existencial (proéxis),
Consciencioterapia, 184 10, 142
Consciex, 29 Projeção consciente, 17
Conscin, 29 Projeciologia, 17
Cosmoética, 114, 147 Projecioterapia, 139
Cordão de Prata, 43, 44 Psicossoma, 17, 18
Curso intermissivo, 142, 145 Relatividade, 14
Desassimilação, 22 São Vendelino, 72
Dessoma, 18 Serialidade, 14, 25
Do-In, 139 Slow motion, 32, 33, 62
Energia, 18 Sociedade extrafísica (Sociex), 58
Energossoma, 17, 20 Soma, 17
Estado vibracional (EV), 17, 34 Som intracraniano, 55
Experiência da quase-morte (EQM), Tanatofobia, 81
41, 77 Tares, 10
Farroupilha, 51 Técnica
Foz do Iguaçu, 129 da concentração mental, 52
Habitat, 67 da projeção assistida, 152
Hipnagogia, 19 da projeção consciente através
Holochacra, 20 do sonho, 57, 59
Holomemória, 24 Tenepes, 10, 158
Holossoma, 11 Trafares, 146
Holossomática, 14 Trafores, 147
Itaimbezinho, 109 Trendelenburg, 153
Kardecista, 15 Turquia, 99
Labcon, 27 Verpons, 14
228

Instituições
Conscienciocêntricas (ICs)

ICs. As Instituições Conscienciocêntricas (ICs) são organiza­ções


cujos objetivos, metodologias de trabalho e modelos organizacio­nais estão
funda­men­tados no Paradigma Consciencial. A atividade principal das ICs
é apoiar a evo­lução das cons­ciências através da tarefa do esclarecimento pau­
ta­­da pelas verdades rela­tivas de ponta, encontradas nas pesquisas no campo
da Ciência Conscienciologia e es­pe­cialidades.
Voluntariado. Todas as Instituições Conscienciocêntricas são
associações in­dependentes, de caráter privado, sem fins de lucro e manti­
das predominantemente pelo trabalho voluntário de professores, pesqui­
sadores, administradores e profissionais de diversas áreas.
CCCI. O conjunto das Instituições Conscienciocêntricas e dos
voluntários da Conscienciologia no planeta compõe a Comunidade Con-
scienciológica Cosmo­ética Internacional (CCCI) formada atualmente por 20
ICs, incluindo a Asso­ciação Internacional Editares.

AIEC – Associação Internacional para Expansão da


Conscienciologia
Fundação: 22/04/2005
Sede: Av. Felipe Wandscheer, 5.100, sala 111, Cognópolis
Foz do Iguaçu, Paraná, Brasil, CEP: 85856-530
Tel.: +55 (45) 2102-1411
Site: www.worldaiec.org
Contato: aiec.comunicacao@gmail.com
Campus Discernimentum: Av. Felipe Wandscheer, 5.100, sala
201, Cognópolis, Foz do Iguaçu, Paraná, Brasil, CEP: 85856-530
Tel.: +55 (45) 2102-1400
Contato: contato@discernimentum.org

APEX – Associação Internacional da Programação Existencial


Fundação: 20/02/2007
Sede: Rua da Cosmoética, 1.511, Cognópolis, Caixa Postal 921,
Centro, Foz do Iguaçu, Paraná, Brasil, CEP: 85851-000
Tel.: +55 (45) 3525-2652 – Fax: +55 (45) 3525-5511
Site: www.apexinternacional.org
Contato: contato@apexinternacional.org
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 229

ARACÊ – Associação Internacional para Evolução da


Consciência
Fundação: 14/04/2001
Campus ARACÊ: Rota do Conhecimento, Km 7, acesso pela
BR-262, Km 87, Distrito de Aracê Domingos Martins, Espírito
Santo, Brasil
Endereço para correspondência: Caixa Postal 110, Pedra Azul
Domingos Martins, Espírito Santo, Brasil, CEP: 29278-000
Tel.: +55 (27) 9739-2400
Site: www.arace.org
Contato: associacao@arace.org

ASSINVÉXIS – Associação Internacional de Inversão


Existencial
Fundação: 22/07/2004
Campus de Invexologia: Av. Maria Bubiak, 1.100, Cognópolis
Foz do Iguaçu, Paraná, Brasil, CEP: 85853-728
Tel.: +55 (45) 3525-0913
Site: www.assinvexis.org
Contato: contato@assinvexis.org

ASSIPEC – Associação Internacional de Pesquisas da


Conscien­ciologia
Fundação: IC apresentada oficialmente na Tertúlia
Consciencioló­gica do dia 14/08/2011
Sede: Rua XV de Novembro, 1.681, Vila Municipal
Jundiaí, São Paulo, Brasil, CEP: 13201-006
Tel.: +55 (11) 4521-8541
Site: www.assipec.org
Contato: assipec@assipec.org

ASSIPI – Associação Internacional de Parapsiquismo


Interassistencial
Fundação: 29/12/2011
Sede: Av. Felipe Wandscheer, 5.100, sala 212, Cognópolis
Foz do Iguaçu, Paraná, Brasil, CEP: 85856-530
Tel.: +55 (11) 2102-1421 – VOIP: +55 (45) 4053-9818
Site: www.assipi.org
Contato: assipi@assipi.com
230 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

CEAEC – Associação Internacional do Centro de Altos


Estudos da Conscienciologia
Fundação: 15/07/1995
Sede: Rua da Cosmoética, 1.511, Cognópolis, Caixa Postal 921,
Centro, Foz do Iguaçu, Paraná, Brasil, CEP: 85851-000
Tel.: +55 (45) 3525-2652 – Fax:+55 (45) 3525-5511
Site: www.ceaec.org
Contato: ceaec@ceaec.org

COMUNICONS – Associação Internacional de Comunicação


Conscienciológica
Fundação: 24/07/2005
Sede: Av. Felipe Wandscheer, 5.100, sala 206, Cognópolis
Foz do Iguaçu, Paraná, Brasil, CEP: 85856-530
Tel.: +55 (45) 2102-1409
Site: www.comunicons.org.br
Contato: comunicons@comunicons.org

CONSCIUS – Associação Internacional de Conscienciometria


Interassistencial
Fundação: 24/02/2006
Sede: Av. Felipe Wandscheer, 5.100, casa 352, Cognópolis
Foz do Iguaçu, Paraná, Brasil, CEP: 85856-530
Tel.: +55 (45) 2102-1460
Site: www.conscius.org.br
Contato: conscius@conscius.org.br

ECTOLAB – Associação Internacional de Pesquisa


Laboratorial em Ectoplasmia e Paracirurgia
Fundação: 14/07/2013
Sede: Avenida Felipe Wandscheer, 5100, sala 105, Cognópolis
Foz do Iguaçu, PR, Brasil, CEP: 85856-630
Telefone: +55 (45) 2102-1427
Site: www.ectolab.org
Contato: ectolab@ectolab.org
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 231

EDITARES – Associação Internacional Editares


Fundação: 23/10/2004
Sede: Av. Felipe Wandscheer, 5.100, sala 107, Cognópolis
Foz do Iguaçu, Paraná, Brasil, CEP: 85856-530
Tel.: +55 (45) 2102-1407 – VOIP: +55 (45) 4053-953
Site: www.editares.org
Shopcons: www.shopcons.com.br (portal de compra de livros)
Contato: editares@editares.org

ENCYCLOSSAPIENS – Associação Internacional de


Enciclopediologia Conscienciológica
Fundação: 21/12/2013
Sede: Rua da Cosmoética, 1.511, Cognópolis, Caixa Postal 921
Foz do Iguaçu, Paraná, Brasil, CEP: 85851-000
Tel.: +55 (45) 3525-2652 – Fax: +55 (45) 3525-5511
Site: www.encyclossapiens.org
Contato: contato@encyclossapiens.org

EVOLUCIN – Associação Internacional de Conscienciologia


para Infância
Fundação: 09/07/2006
Sede: Av. Felipe Wandscheer, 5.100, sala 102, Cognópolis
Foz do Iguaçu, Paraná, Bra­sil, CEP: 85856-530
Tel.: +55 (45) 9909-6129
Site: www.evolucin.org
Contato: evolucin@gmail.com

IIPC – Instituto Internacional de Projeciologia


e Conscienciologia
Fundação: 16/01/1988
Sede: Av. Felipe Wandscheer, 5.100, sala 103, Cognópolis
Foz do Iguaçu, Paraná, Brasil, CEP: 85856-530
Tel.: +55 (45) 2102-1448
Site: www.iipc.org.br
Contato: iipc@iipc.org.br
Campus de Pesquisas IIPC: Estrada do Universalismo, 1.177,
Sampaio Correa, Saquarema, Rio de Janeiro, Brasil CEP: 28997-970
Tel.: +55 (22) 2654-1186
Contato: campussaquarema@iipc.org
232 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

INTERCAMPI – Associação Internacional dos Campi de


Pesquisas da Conscienciologia
Fundação: 23/07/2005
Sede: Av. Antonio Basílio, 3006, sala 602, Lagoa Nova
Natal, Rio Grande do Norte, CEP: 59056-005
Tel.: +55 (84) 3211-3126
Site: www.intercampi.org
Contato: intercampi@intercampi.org

OIC – Organização Internacional de Consciencioterapia


Fundação: 06/09/2003
Campus OIC: Av. Felipe Wandscheer, 5.935, Cognópolis
Foz do Iguaçu, Paraná, Brasil, CEP: 85856-530
Tel.: +55 (45) 3025-1404 / 2102-1402
Site: www.oic.org.br
Contato: aco@oic.org.br

REAPRENDENTIA – Associação Internacional de


Parapedagogia e Reeducação Cons­ciencial
Fundação: 21/10/2007
Sede: Rua da Cosmoética, 1.511, Cognópolis
Caixa Postal 921, Centro, Foz do Iguaçu, Paraná, Brasil
CEP: 85851-000
Tel.: +55 (45) 3525-2652 – Fax: +55 (45) 3525-5511
Site: www.reaprendentia.org
Contato: contato@reaprendentia.org.br

RECONSCIENTIA – Associação Internacional de


Pesquisologia para Megaconscientização
Fundação: 02/07/2011
Sede: Felipe Wandscheer 5100, Sala 104, Cognópolis
Foz do Iguaçu, Paraná, Brasil, CEP: 85856-530
Tel.: +55 (45) 9993-2000
Contato: pesquisologia@gmail.com
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 233

UNICIN – União das Instituições Conscienciocêntricas


Inter­na­cionais
Fundação: 22/01/2005
Sede: Av. Felipe Wandscheer, 5.100, sala 105, Cognópolis
Foz do Iguaçu, Paraná, Brasil, CEP: 85856-530
Tel.: +55 (45) 2102-1405
Site: www.unicin.org
Contato: unicin@unicin.org

UNIESCON – União Internacional de Escritores da


Conscienciologia
Fundação: 23/11/2008
Sede: Av. Felipe Wandscheer, 5.100, sala 109, Cognópolis
Foz do Iguaçu, Paraná, Brasil, CEP: 85856-530
Site: www.uniescon.org
Contato: uniescon.ccci@gmail.com
234

Títulos Publicados pela Editares


AUTOR TÍTULO
JK E OS BASTIDORES DA CONSTRUÇÃO DE
Alexandre Nonato
BRASÍLIA
Alexandre Nonato et. al. INVERSÃO EXISTENCIAL
Alzemiro Rufino de Matos VIDA: OPORTUNIDADE DE APRENDER
Ana Seno COMUNICAÇÃO EVOLUTIVA
Antonio Pitaguari /
REDAÇÃO E ESTILÍSTICA CONSCIENCIOLÓGICA
Marina Thomaz
Bárbara Ceotto DIÁRIO DE AUTOCURA
Cesar Machado PROATIVIDADE EVOLUTIVA
CONTRAPONTOS DO PARAPSIQUISMO
Cirleine Couto
INTELIGÊNCIA EVOLUTIVA COTIDIANA
Dalva Morem SEMPRE É TEMPO
Dayane Rossa OPORTUNIDADE DE VIVER
AUTOCONSCIÊNCIA E MULTIDIMENSIONALIDADE
Dulce Daou
VONTADE: CONSCIÊNCIA INTEIRA
Fernando R. Sivelli /
Autoexperimentografia projeciológica
Marineide C. Gregório
ANUÁRIO DA CONSCIENCIOLOGIA
Flávio Buononato FATOS E PARAFATOS DA COGNÓPOLIS FOZ
DO IGUAÇU
Flávio Buononato /
MANUAL DO ACOPLAMENTARIUM
Lilian Zolet
Graça Razera HIPERATIVIDADE EFICAZ
BÁRBARAH VAI À ESTRELA
Jayme Pereira
Princípios do Estado Mundial Cosmoético
João Paulo /
MANUAL DA CONSCIN-COBAIA
Dayane Rossa
Julieta Mendonça MANUAL DO TEXTO DISSERTATIVO
QUALIFICAÇÕES DA CONSCIÊNCIA
Julio Almeida
QUALIFICAÇÃO AUTORAL
Kátia Arakaki VIAGENS INTERNACIONAIS
Lilian Zolet PARAPSIQUISMO NA INFÂNCIA
Lilian Zolet /
ACOPLAMENTARIUM – PRIMEIRA DÉCADA
Guilherme Kunz
Lourdes Pinheiro / DICIONÁRIO DE VERBOS CONJUGADOS DA
Felipe Araújo LÍNGUA PORTUGUESA
Luciano Vicenzi CORAGEM PARA EVOLUIR
Lucy Lutfi VOLTEI PARA CONTAR
PROFILAXIA DAS MANIPULAÇÕES CONSCIEN­
Mabel Teles
CIAIS
Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo 235

AUTOCURA ATRAVÉS DA RECONCILIAÇÃO


Málu Balona
SÍNDROME DO ESTRANGEIRO
Marcelo da Luz ONDE A RELIGIÃO TERMINA?
Maria Thereza Lacerda A PEDRA DO CAMINHO
Maximiliano Haymann SÍNDROME DO OSTRACISMO
Moacir Gonçalves /
DINÂMICAS PARAPSÍQUICAS
Rosemary Salles
Osmar Ramos Filho CRISTO ESPERA POR TI (Edição Comentada)
Reinalda Fritzen CAMINHOS DE AUTOSSUPERAÇÃO
Rodrigo Medeiros CLARIVIDÊNCIA
Rosa Nader MANUAL DE VERBETOGRAFIA
TEORIA E PRÁTICA DA EXPERIÊNCIA FORA
Silda Dries
DO CORPO
Tony Musskopf AUTENTICIDADE CONSCIENCIAL
Vera Hoffmann SEM MEDO DA MORTE
Wagner Alegretti RETROCOGNIÇÕES
700 EXPERIMENTOS DA CONSCIENCIOLOGIA
DICIONÁRIO DE ARGUMENTOS DA
CONSCIENCIOLOGIA
ENCICLOPÉDIA DA CONSCIENCIOLOGIA
HOMO SAPIENS PACIFICUS
HOMO SAPIENS REURBANISATUS
MANUAL DA DUPLA EVOLUTIVA
Waldo Vieira MANUAL DA PROÉXIS
MANUAL DA TENEPES
MANUAL DOS MEGAPENSENES TRIVOCABULA­
RES
NOSSA EVOLUÇÃO
O QUE É A CONSCIENCIOLOGIA
PROJECIOLOGIA
PROJEÇÕES DA CONSCIÊNCIA

Onde comprar:
www.shopcons.com
Site da Editora:
www.editares.org
236 Teoria e Prática da Experiência Fora do Corpo

Área da Pesquisa:
Este livro pesquisa temas da
Projeciologia, especialidade
da Conscienciologia.

Princípio da Descrença:
“Não acredite em nada, nem mesmo
nas informações expostas nos livros
publicados pela Editares.
Experimente.
Tenha suas próprias experiências”.

Potrebbero piacerti anche