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AULA 2 – LÍNGUA PORTUGUESA – CONCEITOS GERAIS

SOBRE A LÍNGUA
1. Conceitos gerais sobre a Língua
Após vermos os conceitos mais básicos que nos ajudarão a estudar nossa língua, veremos
agora outros conceitos, igualmente importantes, que nos ajudarão a compreender melhor e de
maneira mais aprofundada a Língua Portuguesa – e, por extensão, qualquer outra língua.
Como vimos, toda língua se manifesta de forma social, a partir das convenções
estabelecidas pelos grupos que a usam. Ao mesmo tempo, elas são manifestações individuais,
influenciadas pelos falantes que a utilizam. Isso, é claro, sem desconsiderar as próprias
imposições da Linguagem, do sistema linguístico em si.
Portanto, todo Discurso – toda manifestação da Língua – passa por três influências básicas:
o da Linguagem, como sistema; o da Língua, como manifestação do sistema; o do falante, como
“utilizador” da manifestação do sistema. Ainda assim, há outras influências de que trataremos
mais adiante, como o registro, a situação, a localização, a idade do falante e etc.
Da Sociolinguística, ramo dos estudos linguísticos que estuda a relação das línguas com as
sociedades que as falam, tomamos algumas contribuições que serão importantes para o estudo
da Língua Portuguesa. A própria gramática as indica, uma vez que serão necessárias para
entendermos o que estudamos.
Assim, é possível entender as formas como a Língua varia. Dissemos no início que a Língua
Portuguesa seria o nosso “objeto” de estudo. Dissemos, também, que seria uma definição
momentânea. Mas, por quê?
Pensar a língua como um “objeto” implica em considerá-la como algo estático, parado,
inerte. É pensá-la como um sistema todo dado. Mas a Língua, como as próprias sociedades e
indivíduos que as falam, não é assim, mas dinâmica, movimentada, mutável e adaptável. A
língua é, verdadeiramente, um “processo”, não um “objeto”.
Em nosso curso, falaremos por vezes da língua como um “objeto” a ser estudado. Nesses
casos, a palavra “objeto” será tomada exclusivamente no sentido de “assunto”, para designar a
ação de estudo sobre a língua.
Assim, a noção de que a Língua é um “processo” nos ajuda a entender, por exemplo, as
condições em que ela sofre variação, assim como ajuda a entender a própria variação em si. Nas
palavras de Celso Cunha, a Língua é “como um instrumento de comunicação social, maleável
e diversificado em todos os seus aspectos, meio de expressão de indivíduos que vivem em
sociedades também diversificadas social, cultural e geograficamente” (p. 3). Como os
indivíduos variam e mudam por muitos motivos, as línguas também serão variáveis e mutáveis.
Da noção de variação das línguas decorre que, se as estudamos ao longo dos séculos,
teremos diferentes “versões” dela que, sucessivamente, chegarão a uma “última versão” dessa
língua. Ou seja, chegaremos a uma sucessão de sistemas – porque a Língua é, em si, um sistema
– “sobrepostos”, a que chamamos de Diassistema. O estudo do Latim, como visto
brilhantemente nos cursos de Sérgio Pachá, é um exemplo da Língua tomada como um
Diassistema.
Na verdade, qualquer estudo histórico das línguas é o estudo do Diassistema dessa língua
tomado em determinado momento. Ou, dito de outra forma, um estudo sobre as diferentes
“versões” das culturas, povos, sociedades e geografias dessas línguas. Ou, ainda em outras
palavras, um estudo das diferentes variações que, somadas e tomadas como um todo, compõem
uma língua.
Há, entretanto, algumas formas de variação linguística que precisam ser consideradas:
dentre todas as possíveis, veremos as variações diatópicas, diastrásticas e diafásicas, por serem
as principais.
Na variação diatópica, são levadas em consideração as mudanças pelas quais a língua passa
a partir do critério geográfico. Instintivamente, todos sabemos que a “maneira de se falar” a
Língua Portuguesa é, em alguns pontos, diferente no Rio de Janeiro e em Fortaleza, por
exemplo. Também é diferente, por exemplo, nas cidades do Sul e do Norte do Brasil. Essa
“diferença”, por muitas vezes estereotipada, nada mais é do que a particularidade geográfica de
uso da língua, que faz com que ela sofra variações a partir do lugar em que é falada. Assim,
temos a pronúncia do “s” chiado carioca ou do “r” característico do interior de São Paulo.
Temos, ainda, os famosos casos de coisas que possuem nomes diferentes em cada lugar, como
a tangerina/mexerica/bergamota. Como regra, quanto maior o espaço em que uma língua é
falada, maior a possibilidade de que ela sofra mudanças. Foi o que aconteceu, por exemplo, na
passagem do Latim para os romances e, depois, para as modernas línguas neolatinas, como as
Línguas Portuguesa, Italiana, Francesa ou Espanhola. No material “Origens da Língua Latina,
disponibilizado na aula 1 do curso de Latim, é possível aprofundar o assunto. Na gramática que
estudamos, entre as páginas 9 e 22, é possível encontrar um panorama maior da história do
Latim e de como, séculos após séculos, ele se transformou na Língua Portuguesa. Sugerimos
aos interessados uma leitura mais atenta dos materiais citados.
Na variação diastrástica, por outro lado, o critério fundamental de percepção da variação é
a diferença de nível dos usos da língua. Tal noção é assumida a partir dos diferentes “estratos”
ou divisões, como o social, o etário e profissional.
Por fim, na variação diafásica, tomamos como critério de mudança linguística as
manifestações circunstanciais que são possíveis à língua, como o uso oral, escrito, formal,
informal, popular e erudito, dentre outros.
As variações citadas acima – que não são as únicas – manifestam-se em todos os níveis
possíveis de estudo da língua: lexical, fonético/fonológico ou sintático, por exemplo.
Por último, de forma muitíssimo breve, vejamos a noção de correto/certo, para o estudo da
Língua Portuguesa – ou, de qualquer língua, como já vimos.
Quando falamos de estudo gramatical, falamos em um tipo de gramática chamada de
“normativa” que estabelece a “norma”, o “padrão” de uso da língua através de seu diassistema.
Assim, falamos, em nosso caso, do padrão de uso da língua na qual viveram e se expressaram
Camões, Machado de Assis, os românticos ou os parnasianos do século XIX e todos aqueles
que, de maneira elevada e artística, reconhecida e prestigiosa, utilizaram a língua a partir de um
padrão socialmente aceito como sendo o correto. Socialmente, há uma forma de manifestação
da língua que, experimentada pelos séculos, consolidou-se como sendo a forma mais prestigiosa
de sua realização – e, por consequência, a forma correta de seu uso.
Isso não quer dizer que não existam outras formas de uso da língua, inseridas em outros
tipos de gramática, como a descritiva, a reflexiva, a sistêmico-funcional e a comunicativa,
dentre muitas outras. É claro que essas formas existem e são “válidas” em suas manifestações
e de acordo com as gramáticas que as regem; válidas em sua vocação inicial de possibilitar a
comunicação, a interação entre os homens. Ainda assim, essas formas de uso não estão de
acordo com o padrão estabelecido pela gramática normativa – aquela experimentada pelos
grandes autores. Aqui, estudaremos – sem desmerecermos ou desconhecermos os outros usos
– a Língua Portuguesa de acordo com a forma como, dentro de toda a variação possível, os
grandes autores de nossa língua a utilizaram. Nosso estudo, portanto, será o da Língua
Portuguesa culta, dentro de um padrão de norma gramatical.

Conceitos estudados: Sociolinguística; Variação; Diassistema; Variação Diatópica;


Variação Diastrástica; Variação diafásica; Gramática Normativa; Norma gramatical.

Conceitos retomados: Linguagem; Língua; Discurso


2. Para fixar...
2.1) De que maneira podemos dizer que a Sociolinguística influencia no estudo das línguas?
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2.2) Considerando as possíveis variações por que uma língua qualquer pode passar,
exemplifique um caso concreto de ocorrência de uma dessas variações percebido na Língua
Portuguesa que você usa.
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2.3) Considere a tira abaixo e identifique a qual tipo de conceito estudado nessa aula ela se
refere:

Disponível em https://bit.ly/2EsYrmu - acesso em 01/05/2018 Às 21h25

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