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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO

Os machos de rebanhos leiteiros, normalmente descartados, são uma excelente opção


de renda para os pequenos produtores. Há um ávido mercado para a carne de vitelo ou de
bezerrão, e essa categoria de animal pode ser muito bem aproveitada.
Sem fazer o descarte deste animal, é possível se obter um produto demandado pelo
mercado, mas de poucos fornecedores, além de atender à demanda do consumidor por
apresentar baixo nível de colesterol, também abre um nicho de mercado até então pouco
explorado, proporcionando opção de renda para os produtores de leite de várias regiões do
Brasil (TOLEDO & PETRIN, 2000). O vitelo tradicional é um bovino abatido com cerca de
140 a 160 kg de peso vivo e alimentado com uma dieta predominantemente líquida, de alto
custo. Já o vitelo tropical é um animal mais pesado, abatido com 170 a 220 kg de peso, que
recebe uma dieta sólida (concentrados + feno) por isso, produz carne rosada de alta qualidade,
macia, magra e suculenta, além do menor custo de produção. (TOLEDO & PETRIN, 2001).
Esses últimos apresentam maiores perspectivas de produção no Brasil, tanto pelos aspectos
humanitários da sua criação que isentam seus produtores de pressões de entidades
ambientalistas e protetoras dos animais, quanto pelo hábito alimentar da população, já que
apresentam carne mais parecida com a dos bovinos adultos e também, pelos seus menores
custos comparativos de produção (CALDAS, 2003).
A demanda de carne bovina de qualidade no Brasil e no mercado mundial é crescente.
Existe uma grande preocupação das pessoas com as elevadas taxas de colesterol no organismo
o que tem levado ao consumo de carne bovina com menores índices de gordura. Essa
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possibilidade de atingir novos e promissores mercados, principalmente o internacional,


depende, fundamentalmente, do empenho de todos os pecuaristas para rápida modernização
dos sistemas de produção, aplicando as tecnologias disponíveis no Brasil e no Exterior,
visando à produção de carne que atenda os padrões de qualidade e segurança alimentar.
A produção de vitelos desenvolveu-se na Europa e na América do Norte os últimos 30
a 40 anos, como resultado da demanda por carnes especiais, ela abundância de subprodutos
lácteos (leite em pó desengordurado e soro de leite) e pela grande disponibilidade de bezerros
oriundos de rebanhos leiteiros (TOULLEC, 1988).
O vitelo produzido pelos países Europeus é de carne branca ou rosa, sendo esta última
para atender preferências de determinados mercados. Todavia, a carne branca responde por
cerca de 90% da carne de vitelo comercializada no mercado interno europeu e no mercado
externo, principalmente para o Japão e mais recentemente para China (grande mercado em
expansão).
A Associação dos Criadores da raça holandesa indica um total de cerca de 770.000
animais (na maioria, fêmeas) registrados no Brasil (ABCBRH, 2004). Considerando-se que a
maioria dos produtores não registra seus animais, pode-se inferir que o plantel de vacas dessa
raça deva ser bem superior a 1 milhão de cabeças no país. Sendo que, a maioria dos
produtores depende quase exclusivamente da receita garantida com a venda do leite. O
bezerro, durante a fase de aleitamento, requer quantidade de leite que, se não for vendida
diminuirá a receita do produtor (BIONDI et al., 1984).
A produção animal em pastagens é dependente da relação entre o comportamento
animal e a produção e a qualidade da forragem. A utilização de pastagens de gramíneas anuais
é uma alternativa para suprir o déficit alimentar na estação fria que tem sido útil na recria de
bezerros machos de origem leiteira. A mistura de aveia e azevém tem demonstrado um
elevado potencial forrageiro com bons rendimentos de ganho de peso.
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2 BEZERROS PARA PRODUÇÃO DE VITELOS

Um dos principais pontos mais importantes na produção econômica de bezerros é sem


dúvida, o período de ingestão do colostro pelos bezerros recém-nascidos, uma vez que eles
não possuem anticorpos para se defenderem dos agentes das doenças que ocorrem nas
primeiras semanas de vida (RIBEIRO, 1994), sendo que as taxas de morbidez e de
mortalidade desses animais são considerados de grande importância econômica nos sistemas
de criação de bovinos leiteiros, pois estão diretamente relacionados ao sucesso da operação,
comprometendo, em muitas situações de morbidez, futuros estádios do desenvolvimento
animal. (BESSI, 2001; MACHADO NETO et al., 2004).

2.1 Escolha dos animais

Pode-se utilizar bezerros holandeses P.O, mestiços Holandeses- Zebu, Holandeses-Gir.


O ideal é que o bezerro tenha no mínimo 35 kg de peso vivo ao nascimento, que seja
saudável, e principalmente que tenha ingerido a quantidade adequada de colostro nas
primeiras horas de vida, favorecendo a performance dos animais nas primeiras semanas de
vida, fase na qual os animais ficam mais sensíveis a determinados patógenos, devido ao
estresse a que são submetidos.
Vale ressaltar a importância da ingestão do colostro pelos animais, uma vez que nos
bovinos, não há transferência de anticorpos da vaca para o bezerro durante a gestação devido
à anatomia da placenta da mãe, sendo do tipo sindesmocorial, em que protege o bezerro da
maioria das agressões bacterianas ou virais, mas impede a passagem de proteínas séricas e
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principalmente as imunoglobulinas (SANTOS, 1999). Dessa fora, por nascerem praticamente


isentos de anticorpos, eles dependem do colostro para adquirir resistência às doenças
perinatais. (BUSH & STALEV, 1996). Sendo assim, imediatamente após o nascimento, é
imperativo que o bezerro ingira o colostro o quanto antes para que ele adquira estes
anticorpos.
A capacidade de absorver os anticorpos fornecidos pela mãe no interior do aparelho
digestório do bezerro é aproximadamente nas primeiras 36 horas e esta capacidade de
absorção tem como pico máximo entre seis e 10 horas, quando começa a diminuir
gradativamente até aproximadamente 36 horas. A partir deste ponto o colostro continua
sendo um alimento muito rico e deve ser aproveitado pelo bezerro e outros do mesmo plantel
que são tratados de forma artificial, porém perde a importância como fonte de anticorpos
(GOMES, 2001). Entretanto, Bush & Stalev 1996, afirmam que esses anticorpos maternos são
absorvidos integralmente pelo intestino nas primeiras doze horas de vida e permanecerão na
circulação sanguínea até ao redor do 4º mês, quando o bezerros já serão capazes de produzir
seus próprios anticorpos.
Altas taxas de morbidez e mortalidades estão relacionadas à falha de transferência de
imunoglobulinas maternas (BESSI, 2001) seja através da placenta ou através do colostro,
como no caso dos ruminantes, o que pode estar relacionado com o período de ingestão do
colostro pelo bezerro. Segundo a pesquisa realizada pela Embrapa, após o nascimento, o
bezerro deve permanecer junto com a mãe por no mínimo 24 horas. Sabe-se que o bezerro
junto com a mãe, mama entre 12 a 15 vezes ao dia. Estas mamadas permitem que o colostro
passe muitas vezes pelo aparelho digestório, aumentando a superfície de contato do colostro
com a parede intestinal, favorecendo assim a absorção de imunoglobulinas (anticorpos)
(GOMES, 2001).
O avanço das técnicas de alimentação e manejo na pecuária leiteira, principalmente
relacionadas à criação de bezerros, tem levado criadores a buscarem alternativas
economicamente viáveis para essa exploração por se tratar de um alimento caro, o leite usado
para bezerros na fase inicial deve ser substituído (CASTRO et al., 2004), uma vez que pode
ser comercializado agregando valor ao produtor. Dessa forma, pode-se utilizar uma substância
substituta do leite, também conhecido como sucedâneo do leite.
Segundo Tomkins e Jaster, (1991), do nascimento até três semanas de idade a dieta
deve ser fornecida na forma líquida e conter nutrientes que possam ser digeridos pelo sistema
enzimático, ou absorvidos inalterados. Bezerros jovens são sensíveis à qualidade da proteína e
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apenas aquelas altamente digestíveis, com adequado perfil de aminoácidos, são desejáveis nos
sucedâneos de leite.
De acordo com o NRC, (1988), são recomendados para sucedâneos como níveis
mínimos; 22% de proteína bruta, 10% de extrato etéreo, 0,70% de cálcio e 0,60% de fósforo,
já que o excesso de amido e fibra, e baixa qualidade ou incorporação inadequada das gorduras
e fontes protéicas de baixo aproveitamento pode levar o animal a ter transtornos digestivos,
uma vez que a utilização de produtos não lácteos em sucedâneos de leite tem mostrado
resultados inferiores aos obtidos com a utilização do leite (CAMPOS, 1982; HUBER e
CAMPOS, 1982; QUIGLEY, 1992).
A utilização de proteínas não lácteas prejudica a formação do coágulo no abomaso
(PETIT et al., 1989; CAUGANT et al., 1994), a proteína permanece mais tempo no abomaso,
apresentando menor taxa de passagem e, conseqüentemente, maior exposição à pepsina e
HCl. Nestes animais, o intestino delgado é regularmente cheio com proteína e gordura,
quando comparados com bezerros recebendo dietas à base de soja (KEMPEN e HUISMAN,
1991).

2.2 Alojamento dos animais

O local de acomodações dos bezerros deve ser sombreado, e deve-se dar preferência à
aquisição de casinhas móveis, a fim de poder mudar a posição das mesmas em dias de frio,
vento, chuva ou em casos de limpeza e desinfecção do piso.
As casinhas podem ser de madeira ou metálicas, sendo essa última mais fácil manejo
de limpeza, desinfecção e deslocamento (mais leve). No Brasil, pode-se optar pela casinha
metálica em sistema tropical, com cobertura de chapa de zinco. Além disso, no arranjo das
casinhas deve ser respeitada uma distância de 2 m de lado, e de 3 m de frente, a fim de evitar
contato dos animais uns com ou outros e liquidar possível proliferação de doenças.
Nas casinhas é necessário a presença de um suporte para o bebedouro (deve-se
oferecer água aos animais a partir da 1º semana de vida), e um outro suporte para oferecer aos
animais o leite/sucedâneo e posteriormente, neste mesmo suporte, oferecer ração inicial para
os bezerros (a partir da 2º semana de vida).
O piso pode ser de terra/areia, e pode-se utilizar feno descarte ou maravalha como
cama para os bezerros, principalmente nos dias de inverno.
Deve-se observar se os animais não estão ingerindo o feno fornecido para cama, pois
não é fornecido feno para consumo dos animais nesta fase e em nenhuma outra fase qualquer.
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A cama deve ser retirada diariamente, fornecendo cama nova. Pelo menos uma vez ao mês, é
necessário ser realizado uma limpeza e desinfecção no local das casinhas, com uma
substância desinfetante ou vassoura de fogo, a fim de eliminar possíveis patógenos e proteger
os animais.
A cada saída e entrada dos animais nas casinhas também deve ser realizado a limpeza
e desinfecção do local, principalmente se o animal que ocupava o lugar anterior veio a óbito
por alguma patologia.
_ Sugestões de dimensões da casinha:
- 1,10 metros de largura;
- 1,50 metros de comprimento;
- 1,38 metros de altura;
- telhas de 1,79 metros.
2.3 Ração concentrada inicial

A partir do fim da segunda semana de vida, o bezerro deve ser gradualmente


habituado a ingerir alimentos sólidos, para que o desenvolvimento de seu rúmen seja
acelerado e ele seja levado a ruminar o mais cedo possível (JARDIM, 2001), dessa forma
reduzindo o custo de produção.
O desenvolvimento de bezerros recém-nascidos à condição de ruminante funcional
envolve várias mudanças no seu sistema digestório. Ao nascer, estes animais apresentam o
rúmen-retículo pouco desenvolvido e não funcional, representando apenas 30% do total dos
quatro compartimentos; porém o mesmo será colonizados por diferentes populações
microbianas.
Muitos trabalhos têm demonstrado que o desenvolvimento de papilas responsáveis
pela absorção de produtos finais de fermentação, depende da presença de ácidos graxos
voláteis (AGV’s) e a maior produção destes ocorre com a fermentação de alimentos
concentrados. Assim, a disponibilidade de concentrado para o animal desde a primeira
semana de vida é indispensável (NUSSIO et al., 2003).
Dentre os principais AGV´s produzidos no rúmen, ácido butírico é o mais importante
em relação ao crescimento em número e tamanho de papilas, seguido pelo ácido propiônico;
tendo o ácido acético pouca importância. A maior produção desses ácidos ocorre com a
fermentação de alimentos concentrados, com alto teor de carboidratos e proteína. Assim, a
disponibilidade de concentrado para o animal desde a primeira semana de vida é
indispensável (ANDERSON et al., 1987), e para ser adicionado a dieta dos animais, o
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leite/sucedâneo deve ser restringido, fazendo com que o animal ingira o concentrado inicial,
motivado pela fome. É necessário ensinar os animais a consumir o concentrado. Uma das
maneiras é, no momento em que for oferecer o leite ou sucedâneo no balde aos animais,
podemos colocar um punhado do concentrado no balde, além levar com a mão pequenas
quantidades de concentrado no interior da boca do animal (LUCCI, 1989).

2.4 Adição de promotores de crescimento na alimentação animal

A suplementação com concentrados pode ser usada para otimizar a utilização de


pastagens hibernais através de incrementos no desempenho individual dos animais e na
produção animal por unidade de área (SANTOS et al., 2002). Para o uso de suplementação na
alimentação animal, é preciso conhecer a necessidade nutricional do animal, conforme sua
categoria e idade, e quanto do suplemento deve ser fornecido para atingir os objetivos.
Com o uso de suplemento, normalmente há um aumento no consumo total de energia e
conseqüentemente, um melhor desempenho do animal. MOLETTA & PEROTTO (1997)
concluíram que a utilização de suplemento concentrado é fundamental para que terneiros,
desmamados precocemente, apresentem desempenho semelhante aos criados junto à vaca, e
que a utilização exclusiva de pastagens não proporciona condições para um bom
desenvolvimento dos animais até os sete meses de idade.
A adição de promotores de crescimento como antibióticos, ionóforos ou probióticos na
alimentação animal, podem aumentar o crescimento e reduzir a quantidade de alimento usado
para um dado ganho de peso, diminuindo o tempo necessário para que os animais fiquem
aptos para a comercialização e aumentando, conseqüentemente, o lucro para o produtor
(MAYNARD & LOOSLI, 1974).

2.5 Manejo sanitário

Manejo sanitário é um conjunto de medidas cuja finalidade é proporcionar aos animais


ótimas condições de saúde, visando evitar, eliminar ou reduzir ao máximo a incidência de
doenças no rebanho. Os procedimentos relacionados à sanidade dos animais podem ser
subdivididos basicamente em dois: os de caráter preventivo e os de caráter curativo
(LANGONI, 2001).
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Procedimento sanitários preventivos: Estão relacionados a aplicação de medidas


profiláticas como vacinações e vermifugações sistemáticas, medidas de higiene e assepsia,
isolamento dos animais doentes, exames de fezes, entre outras (LANGONI, 2001).
Procedimentos sanitários curativos: Relacionam-se com as medidas a serem tomadas
imediatamente quando à constatação de problemas, como doenças, traumatismos, deficiências
nutricionais e intoxicações. Neste procedimento devemos contabilizar os gastos com os
medicamentos, além do risco de morte do animal (LANGONI, 2001).

2.6 Desaleitamento/confinamento dos animais

Após os animais permanecerem por 8 semanas ou 60 dias na fase de aleitamento,


recebendo uma dieta a base de leite ou sucedâneo mais concentrado e água, os animais são
desaleitados, e passam para o confinamento, para completar 20 semanas ou mais de idade, em
que serão alimentados com milho integral moído, suplemento mineral/vitamínico e feno, até
atingir o peso ideal de mercado entre 170 a 220 kg.

2.7 desempenho do holandês

Na composição de custos, segundo os pesquisadores do IAPAR (2001), avaliou-se a


dieta com milho moído e milho integral, mostrando que, para este tipo de animal, não há
desvantagem em triturar o milho, com ganho ligeiramente inferior ao do integral.
Em relação às raças, o vitelo holandês apresentou ganho de peso diário entre 1,0 a 1,3
kg/dia, para um consumo de 8 a 10 kg/dia e conversão alimentar de 6 a 7 alimento/kg.
Apresentou, ainda, crescimento mais rápido que as raças de corte quando comparado na base
de peso vivo e, mais importante, qualidade de carne igual às das demais raças de corte
avaliadas, como Simental x Angus.
No item rendimento de carcaça, observa o pesquisador, "o holandês apresenta ganho
similar às raças de corte, mas com menor eficiência, embora na maturidade, o holandês tenha
peso e porte maior que as raças de corte". A principal vantagem do holandês está na
performance uniforme, em virtude da sua base genética, bem como consumo mais previsível,
facilitando o manejo nutricional (IAPAR, 2001).
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3 PRODUÇÃO DE VITELO ORGÂNICO NO PANTANAL

Na busca da revitalização da pecuária pantaneira, quer como geradora de trabalho e


riqueza, mas sobretudo, como sustentante da conservação do ecossistema pantaneiro, onde o
homem e a natureza se confundem, em sábia e harmoniosa interação do ser humano e o meio
ambiente único e próprio do Pantanal; como estratégia da política global preconizada e a ser
desenvolvida pelo Parque Natural Regional do Pantanal, considerando-se que a produção de
bezerros é a especialidade da planície pantaneira, este programa propugna pela criação e
implementação de ações que se transformem em atividades complementares de geração de
emprego e renda. Em assim sendo, faz-se necessário repensar o modelo de produção, no
sentido de melhorar sua qualidade na busca de rendimentos.
Para tanto, novas técnicas devem ser incorporadas ao sistema produtivo regional. O
desejável seria a redução do intervalo entre partos das fêmeas em reprodução, aumentando o
número de nascimentos por ano, associado à redução da idade à primeira cria para as novilhas
e a redução da idade de abate para os machos e também para as fêmeas.
Deste modo, propõe-se a preparação de bezerros (machos e fêmeas) para abate até 12
meses de idade, ao invés de vendê-los para recria e engorde no planalto. Com isto, busca-se a
produção de um Vitelo Orgânico do Pantanal, próprio para o abate, animal acabado, sem
administração de drogas medicamentosas, exceto as vacinações obrigatórias por lei.
Entretanto, para o produtor participar deste projeto, deve efetuar uma mudança radical
no seu sistema de produção, pois a produção orgânica assim exige.
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3.1 Seleção dos animais

A seleção das matrizes será feita pelos próprios produtores, se for o caso, com
orientação da equipe técnica, escolhendo-se animais de bom padrão genético, com no máximo
duas crias, paridas ou prenhes.
Os bezerros devem nascer na propriedade. Podem ser provenientes de monta natural
ou inseminação artificial; não podem ser filhos de matrizes que receberam hormônio para
estimular o cio ou de transferência de embriões.

3.2 Período de conversão dos animais

As matrizes terão que ficar na pastagem orgânica no mínimo durante 12 (doze) meses,
para serem convertidas em orgânicas.

3.3 Abate (Vitelo E/Ou Matrizes)

As matrizes para serem abatidas como orgânicas terão que ter vivido no mínimo 3/4
(três quartos) de sua vida no sistema orgânico de produção.
A idade de abate dos vitelos ainda está em fase de pesquisa,onde os mesmos serão abatidos
com 8,9,10,11 e 12 meses.

3.4 Área

As áreas devem ter capacidade para manter os animais durante o ano todo ou seja, em
condições de seca e cheia. Para atender este requisito é necessário mapear as invernadas
fazendo croquis, com GPS, assim como a proporção da área inundada, em anos de máxima
inundação;
No caso de propriedades que possam sofrer inundações em toda a área e que
necessitam utilizar o manejo integrado entre duas propriedades ou duas áreas distantes uma da
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outra (dentro do pantanal), ambas as propriedades ou áreas utilizadas devem estar dentro dos
critérios mínimos de produção orgânica;
As áreas escolhidas devem ter como base as fitofisionomias (flora típica da região)
preferidas por bovinos para pastejo que são campo limpo com predominân-cia de espécies
preferidas, tais como Axonopus purpusi (mimoso), Mesosteum chaseae (grama-do-cerrado),
entre outras, e áreas baixas como bordas de baias permanentes, baias temporárias, vazantes e
baixadas em geral;
As áreas mais baixas como bordas de baias, vazantes e baixadas em geral são usadas
para forrageamento por vários herbívoros silvestres como veado campeiro, capivaras, entre
outros. Além do mais, estas áreas constituem um banco de proteínas para os bovinos e
eqüinos, pois possui espécies de alta qualidade nutricional, sendo muito preferidas por estes
animais. Portanto, estas áreas devem ser preservadas;
A taxa de lotação deve ser de leve a mediana, pois a pressão de pastejo é o principal
fator que influencia a condição ecológica do ecossistema pastagem e o nível de produção
animal.
Invernadas que possuem maior proporção de área de campo limpo e áreas baixas
apresentam maior capacidade de suporte, porém, esta situação depende do nível e tempo de
inundação;
A estimativa da capacidade de suporte deve ser flexível e em função das condições
ambientais. É recomendável que o sistema seja auto-sustentável com a utilização dos recursos
localmente disponíveis, porém às vezes isto nem sempre é possível. Portanto, o produtor
deve trabalhar com estratégias de manejo variáveis em função das condições ambientais; as
áreas escolhidas devem possuir pastagens as mais naturais possíveis, com pouca influência
antrópica (modificação feita pelo homem). Evitar áreas com modificações antrópicas severas
como construção de diques, áreas degradadas, etc.
O desmatamento de capões e cordilheiras não é recomendável, pois destrói habitats
chaves, como flora e fauna específicas, que têm a função de refúgios de numerosas espécies.

3.5 Pastagens

As pastagens devem ser nativas, ou introduzidas, naturais, sem uso de produtos


químicos, como herbicidas, adubos para fertilização, etc.

3.6 Período De Conversão


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O manejo extensivo das pastagens e dos animais deverá permitir uma redução do
período de conversão, desde que os criadores assinem os termos de compromissos relativos a
não utilização de insumos químicos nos últimos três anos. O período de conversão poderá
então ser reduzido a 12 meses ao invés, em lugar de 24 meses.

3.7 Manejo Alimentar

É permitido o uso de suplemento alimentar, desde que os produtos sejam


comprovadamente de origem orgânica. O confinamento é permitido no máximo por três
meses ou 1/5 (um quinto) da vida do animal. É permitido o arraçoamento, desde que os
produtos sejam orgânicos e que a quantidade não ultrapasse 50% da necessidade.
O produtor deverá rastrear os componentes da alimentação adquirida de terceiros,
controlar os componentes da produção própria.
Nenhum componente da ração poderá ser proveniente de variedade geneticamente
modificada (transgênica), e o produtor deverá solicitar um atestado de que o alimento não é
transgênico.
Na suplementação poderá ser usado ate 10% de quantidade de produto não orgânico
na ração total fornecida.
Também não poderão ser utilizados produtos considerados polêmicos, como cama de
frango, dejetos de suínos, farinha de pena, farinha de carne, farinha de sangue.
Poderão ser utilizados aminoácidos não sintéticos, preparados a partir de cereais. Poderá ser
fornecido sal mineralizado, desde que as formulações indicadas sejam reconhecidas pelas
certificadoras.
Deve-se manter o controle e monitoramento da qualidade da água a ser consumida
pelos animais, não podendo conter organismos nocivos, metais pesados e resíduos químicos.
É vedado o uso de Uréia sob qualquer forma, e a alimentação forçada.

3.8 Manejo Sanitário

São exigidas as seguintes vacinas:


 Febre Aftosa e Brucelose (fêmeas de 3 a 8 meses) - obrigatórias por lei;
 Raiva, Carbúnculo e Botulismo - recomendadas por região e faixa etária.
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A vacinação deve ser feita de preferência pela manhã ou à tarde, evitando assim o
estresse dos animais.
Medicamentos químicos poderão ser aplicados no máximo duas vezes em vacas e
uma vez em bezerros, com acompanhamento de um Médico Veterinário credenciado.
Se houver a necessidade de utilizar produtos sintéticos no controle de endo e
ectoparasitas, deve-se observar o dobro do período de carência determinado pelas bulas.
Evitar o uso desses produtos, uma vez que são poluentes, e podem contaminar a carne e o
meio ambiente.
A aplicação de medicamentos deve ser feita em locais apropriados. As vacinações
devem ser feitas sempre no terço médio do pescoço do animal (tábua do pescoço).
As fichas de controle de vacinação ou aplicação de medicamento permitido devem
ficar à disposição das auditorias.
Análise de resíduos serão feitas em amostras de produtos e caso positivo de uso não
permitido, o produtor será imediatamente desligado do programa.
A aplicação e uso de medicamentos veterinários no sistema orgânico seguem as
seguintes diretrizes:
• produtos fitoterápicos homeopáticos, acupuntura, inicial-mente;
• caso não se obtenha sucesso no tratamento da doença, poderão ser aplicados
medicamentos sintéticos (alopáticos) ou antibióticos,sempre com acompanhamento do
Médico Veterinário responsável;
• uso preventivo de medicamentos sintéticos ou de antibióticos é proibido;
• uso de hormônios para indução de cio ou para estimular produtividade, bem como
promotores de crescimento e coccidiostáticos é proibido.
Toda administração de medicamentos aos animais deverá estar registrada e ficar à
disposição do Inspetor. Antes da administração, a consulta à Certificadora é recomendável e
no caso de medicamentos proibidos ou restritos por estas diretrizes, a consulta é
indispensável.

3.9 Transporte Dos Animais

É fundamental para a qualidade final da carne, evitando-se o estresse dos animais,


fazer sempre uma inspeção no caminhão antes do carregamento. Para garantir o mínimo de
segurança, recomenda-se:
 assoalho de piso antiderrapante;
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 gaiolas sem saliências de madeira, prego, ferro, parafuso, etc, que podem ser
responsáveis por traumatismos dos animais;
 gaiolas com pelo menos uma divisão interna;
 o transporte deverá ser feito no horário mais fresco do dia;
 há necessidade de descanso a cada hora para estrada sem pavimentação e a cada três
horas para vias pavimentadas;
 quando estacionado o caminhão, o motorista devera buscar sombra para os animais;
 fica definido um mínimo de 1,25 m² por cabeça;
 choques elétricos são proibidos e aguilhões devem ser evitados; no caso de usar
aguilhões, a legislação prevê diâmetros de 10 mm;
 para desembarque, devemos observar os mesmos cuidados exigidos no embarque, de
modo a facilitar a descida dos animais, evitando traumatismos.
 Assim, a rampa de desembarque deve ser suave, com pisos ásperos e quadriculados,
para evitar escorregões.
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4 CARACTERÍSTICAS DA CARCAÇA E QUALIDADE DA CARNE DE


TOURINHOS ALIMENTADOS COM DIETAS DE ALTA ENERGIA

A utilização de dietas em confinamento com elevada proporção de concentrado


fornecidas ad libitum é prática bastante comum na indústria de gado de corte norte-americana
(Preston, 1998). Nos Estados Unidos, seis consultores em nutrição animal usaram níveis
médios de 10% de volumosos em dietas para confinamento, num total de 3,6 milhões de
cabeças confinadas anualmente nos Estados do Texas, Nebraska, Novo México, Oklahoma e
Kansas (Galyean, 1996). Esse manejo alimentar apresenta diversas vantagens, como a
diminuição no tempo de terminação, devido, principalmente, à maior eficiência alimentar e ao
elevado ganho de peso (Bulle et al., 1999).
De acordo com Preston (1998), essa forma de alimentação pode resultar em
problemas digestivos para os bovinos, como aumento na produção de ácido láctico,
diminuição no consumo, menores ganhos de peso vivo, prejuízos nas paredes do rúmen e
retículo, diminuição da função hepática e aparecimento de abcessos no fígado. Para evitar
esses problemas seria necessário um processo gradativo, no qual níveis decrescentes de
volumosos seriam fornecidos para uma melhor adaptação dos microorganismos do rúmen.
Bartle & Preston (1991), Bartle & Preston (1992b) e Bartle et al. (1994) compararam
desempenho e características de carcaça de animais alimentados com diferentes níveis de
volumoso. Os animais alimentados com restrição de volumoso ingeriram menos tiveram o
mesmo ganho e tenderam a ser mais eficientes em relação ao grupo alimentado com 10% de
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volumoso. As carcaças tiveram melhor avaliação, e os custos com alimentação foram


reduzidos, melhorando também a eficiência, a qualidade da carcaça e diminuindo o
desperdício de alimentos.
Em condições normais de conservação, a cor é o principal atrativo dos alimentos
(Felício, 1999). Ainda segundo o autor, a cor da carne “mostra” a quantidade e o estado
químico da mioglobina (Mb), seu pigmento mais importante. A quantidade de Mb nos cortes
de carne bovina varia principalmente com o nível de atividade física dos músculos e a
maturidade fisiológica do animal por ocasião do abate, sendo que alguns músculos são mais
utilizados em relação a outros, motivo pelo qual apresentam numerosa quantidade de fibras
vermelhas entre as fibras brancas, estas sempre em maior quantidade.
A cor da carne fresca é determinada pela proporção e pela distribuição de duas
mioglobinas: a oximioglobina e a metamioglobina, sendo a oximioglobina vermelha, após a
exposição do músculo ao oxigênio, a responsável pelo familiar frescor da carne (Seideman et
al., 1984; Lawrie, 1985).
Neste contexto, Ribeiro et al. (2002) avaliaram as características e a composição
física de carcaça em tourinhos alimentados com dietas de alto concentrado com diferentes
níveis de bagaço de cana-de-açúcar não tratado como volumoso. Foram alimentados 36
tourinhos ¾ Europeu ¼ Zebu com dietas contendo 9, 15 e 21% de bagaço de cana-de-açúcar
in natura (BIN) na matéria seca. Os animais, com peso inicial de 257 kg, foram abatidos após
138 dias, com 435 kg de peso. Foram realizadas mensurações na carcaça e da composição
física do corte das 9-10-11ª costelas. Amostras dos músculos Longissimus dorsi e
Supraspinatus, maturadas durante 0, 7 e 14 dias, foram analisadas quanto à textura e cor. A
quantidade de gordura renal e pélvica foi maior para os tratamentos 9 e 15% de BIN. Houve
tendência para maior espessura de gordura subcutânea nos tratamentos 9 e 15% de BIN. Os
diferentes níveis de fibra na dieta não alteraram a composição física e as características de
carcaça, porém maior acúmulo de gordura nas regiões inguinal e pélvica foi observado em
tratamentos com maior teor de concentrado. A textura objetiva (WB) apresentou diferença
entre os três grupos de bifes maturados, nos dois músculos testados; o grupo com 14 dias de
maturação foi mais macio que o tempo 7, e este, mais macio que o tempo 0. Não foram
encontradas diferenças entre os tratamentos nutricionais para a característica de cor,
entretanto, houve efeito significativo para o período de maturação. A carne maturada (tempos
7 e 14) foi mais macia e brilhante, e suas cores, mais realçadas. A maturação teve grande
impacto sobre a maciez em touros jovens produzindo carcaças de 230 kg e com 4 mm de
espessura de gordura.
18

4.1 Importância do conforto térmico na criação dos tourinhos

Com a necessidade cada vez maior de aumentar a produção, o homem esqueceu que
os animais necessitam estar em condições ambientais adequadas. O clima é um dos fatores
mais importantes a ser considerado na produção dos animais, pois as alterações climáticas
mudam o comportamento fisiológico (SILVA, 2000).
O comportamento dos animais está intimamente ligado à funcionalidade do seu
sistema nervoso central, órgãos dos sentidos, sistema endócrino, locomotor e digestório. O
estudo do comportamento animal, associado aos aspectos ecológicos e bioclimáticos,
contribui para adequação do manejo e seleção de rebanhos, quando relacionados com a
adaptação de um determinado animal ou espécie (DAWKINS, 1989; DETHIER, 1988) por
sua vez, o conhecimento do comportamento dos animais é essencial para a obtenção de
condições ótimas de criação e alimentação (CUNNINGHAM, 1993; KOLB, 1984;
SWANSON, 1993).
A adequada manutenção do ambiente térmico traz benefícios à produção animal,
aumentando a produtividade e a eficiência na utilização dos alimentos. Dentre os métodos
usados para promover melhorias no ambiente, pode-se citar o sombreamento nas pastagens, o
confinamento e a oferta adequada de água (SILVA, 2000).
O sombreamento nas pastagens pode reduzir a carga térmica radiante em 30% ou
mais. Assim, em ambientes quentes, com alta incidência de radiação solar, deve-se
proporcionar sombra aos animais, reduzindo o aquecimento corporal e facilitando a
termorregulação. O sombreamento é benéfico e recomendado em climas quentes, pois
favorece a perda de calor e a regulação da temperatura corporal (PARANHOS DA COSTA,
1997).
Os animais procuram as sombras nas horas mais quentes do dia e, se este recurso
estiver à disposição, suas necessidades serão atendidas, devendo ter sombra suficiente para
abrigar todos os animais ao mesmo tempo e a qualquer hora do dia.
Existem recursos que são necessários para que os animais mantidos em confinamento
se encontrem em boas condições de bem-estar, como a presença de abrigos, para que se
protejam de rigores do clima. Existem particularidades que definem o grau de necessidade de
cada um desses recursos, dependendo das características genéticas e ambientais. Por exemplo,
a necessidade por sombra depende, dentre outras coisas, da intensidade de radiação solar e da
capacidade de adaptação do animal ao calor (PARANHOS DA COSTA, 1998).
19

A sombra, em sistemas de criação intensiva, é de fundamental importância sendo


procurada pelos animais durante o verão. Sua importância é caracterizada por ser este o
caminho efetivo para os animais perderem calor e regularem sua temperatura corporal
(HAFEZ, 1973; SILVA, 2000).
Segundo VALVERDE (2001) e ORTÊNCIO FILHO, (2001) altas temperaturas e
umidade relativa elevada podem causar redução na ingestão de alimento em até 30%, isto se
torna mais severa para dietas com grandes quantidades de volumosos, ricos em fibra.

4.2 Aproveitamento do macho leiteiro utilizando dietas à base de amirea 45s

Um dos principais pontos de estrangulamento na produção econômica de bezerros é,


sem dúvida, o período de aleitamento, pois parte considerável do leite produzido na
propriedade é desviada para a amamentação dos bezerros. Esses, ao nascer, são considerados
pré-ruminantes e permanecem nessa condição até a desmama. Algumas técnicas de manejo
têm permitido a antecipação da idade de transformação dos animais em ruminantes, e isso tem
permitido a utilização de alimentos que normalmente são usados para animais adultos,
especialmente a uréia, como pode ser comprovado em vários trabalhos de pesquisas realizadas
em vários países (Brown et al., 1960; Kay et al., 1967; Nelson, 1970; Viera e McLeod, 1980).
A amirea (“starea” em inglês) é o produto obtido pela extrusão de uma mistura de
amido e uréia, sob condições de alta temperatura e pressão, levando à gelatinização do amido
(Teixeira et al., 1988; Bartley e Deyoe, 1975). Segundo os autores, nesse tipo de
processamento, o grânulo de amido é gelatinizado e a uréia é modificada de uma estrutura
cristalina para uma forma não cristalina, sendo que a maior parte das estruturas não cristalinas
formadas é apanhada dentro da porção gelatinizada, tornando-a mais palatável que misturas
não processadas de grãos e uréia, pois quanto maior a quebra do amido, mais perfeitamente
incorporada será a uréia ao material amiláceo.
Nas condições brasileiras, a produção de bezerros baseia-se, principalmente, na
alimentação com concentrados, cuja fração protéica tem um alto custo. Teixeira et al (1999)
conduziram um experimento com o objetivo de verificar características de carcaça de bezerros
macho-leiteiros alimentados com dietas à base de Amirea 45s a qual foi obtida mediante a
mistura de raspa de mandioca residual (fonte de amido), gesso e uréia, em misturador vertical,
visando a obter produto o mais homogêneo possível. Feita a mistura, o material foi então
processado em extrusor de fabricação nacional de rosca única. O produto obtido foi moído e
incorporado às rações experimentais.
20

O experimento foi conduzido nas instalações de criação de bezerros do


Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Lavras - UFLA. Utilizaram-se 20
bezerros leiteiros (Holandês), com idade de 21 dias, provenientes de diferentes rebanhos
leiteiros da região de Lavras - MG
Os autores concluíram que a amirea 45s é uma fonte protéica viável quando
comparada ao farelo de soja, possibilitando a criação desses animais para produção de carne,
sem alterações nas características de carcaças dos mesmos.

4.3 Seleção de machos para reprodução

Os machos devem ser avaliados dentro das mesmas características bioeconômicas


relacionadas como as fêmeas.
Os machos para fins de reprodução devem ter origem de pais melhoradores nos
aspectos reprodutivos e produtivos e terem boa performance avaliada dentro do grupo
contemporâneo para atributos como: peso ao nascer, peso ao desmame, ganho de peso pós-
desmame, precocidade, musculosidade, conformação, tamanho e, principalmente,
circunferência escrotal.
Após terem boa origem e comprovada superioridade na performance os machos
devem ser submetidos à avaliação clínica geral, evitando-se qualquer defeito comprometedor
como despigmentação, problemas deaprumos, cascos, mal temperamento, falta de repelência
a insetos, outros defeitos genéticos, etc. Doenças da reprodução como brucelose, leptospirose,
vibriose, trichomonose e outras devem ser controladas, levando em conta o histórico sanitário
do rebanho.
O processo de seleção dos reprodutores é composto de diversas fases:

4.3.1 Seleção das matrizes

As mães dos reprodutores passam por dois critérios básicos de seleção: a fertilidade
e a habilidade materna. Isto significa que as matrizes precisam, necessariamente, enxertarem
todos os anos, caso contrário, são sumariamente descartadas e abatidas. Além disso, precisam
criar bem seus bezerros, produzindo leite suficiente para que sua cria se desenvolva
satisfatoriamente.
Por este critério de seleção, vaca ruim de leite é destinada ao frigorífico. Agora, o
mais importante: tanto a fertilidade quanto a habilidade materna são selecionadas
21

exclusivamente em regime de campo, não havendo nenhum tipo e suplementação alimentar,


tanto para as matrizes, quanto para os bezerros.

4.3.2 Prova de Ganho de Peso

Após o desmame, os futuros reprodutores são submetidos à prova de ganho de peso


oficial da ABCZ. Para que seja admitido na prova, este futuro reprodutor precisa passar por
uma avaliação prévia, onde aqueles que não apresentarem potencial zootécnico para se
tornarem reprodutores já são descartados. Além disso, é processado o peso calculado aos 205
dias (PC 205) e apenas os bezerros que possuam este peso acima da média nacional da raça
são admitidos na prova;
A PGP, propriamente dita, consiste em uma avaliação em ambiente padronizado por
168 dias. Durante este período, os futuros reprodutores recebem uma alimentação balanceada
segundo os critérios da ABCZ, que lhe confere características similares a um bom capim. Ao
final dos 168 dias de PGP, os machos são classificados em Elite, Superior, Regular e Inferior,
de acordo com o desempenho na prova. São também avaliados por um técnico da ABCZ,
seguindo os critérios de avaliação do DERAS, determinando uma pontuação a cada indivíduo,
classificando-os em Excelente, Muito bom, Bom, Regular e Ruim. Os animais classificados
como inferiores e/ou ruins são sumariamente descartados.
Touros com bons resultados em provas de ganho de peso produzem bezerros mais
pesados o que, simplificadamente, significa acrescentar produtividade ao rebanho.

4.3.3 Exames sanitários

Os reprodutores peso são submetidos aos tradicionais exames sanitários de brucelose


e tuberculose logo que encerram sua participação nas provas de ganho de peso.

4.3.4 Exame andrológico

Trata-se de um exame completo de aptidão reprodutiva. Inspeciona-se desde os


aprumos, essenciais à monta, até o pênis, prepúcio, testículos, inclusive com mensuração do
perímetro escrotal. Além disso, é feito o toque retal para a avaliação das vesículas seminais.
Realiza-se também uma coleta de sêmen para que este seja analisado quanto a possíveis
alterações.
22

4.3.5 Teste de libido

O teste de libido é uma nova metodologia utilizada para se identificar reprodutores


com maior apetite sexual, o que lhe confere uma maior capacidade de monta. É através do
teste de libido que classificamos os reprodutores, quanto à habilidade de monta e potencial de
serviço (número de vacas por reprodutor).
É importante salientar que tais classificações, especialmente quanto ao potencial de
seviço, estão estreitamente correlacionadas com o manejo a que estes reprodutores estarão
submetidos.

4.3.6 Aptidão Fecundante

Trata-se de uma avaliação que envolve o desenvolvimento do perímetro escrotal, a


motilidade espermática e a % de patologia espermática. Tal avaliação confere uma pontuação
ao reprodutor, o que possibilita classificá-lo em: Superior, Satisfatório ou Insatisfatório.

4.4 Dicas de Manejo Reprodutivo

4.4.1 Período Trabalho Descanso

É importante que se esteja atento a este item. O touro jovem necessita de alternância
entre períodos de trabalho e descanso, pois a cobertura é muito desgastante. Quando retirar o
touro jovem da vacada e quando retornar, dependerá da condição corporal do reprodutor.
Quanto menor for o desgaste do touro trabalhando, mais rapidamente ele poderá voltar ao
serviço.
Os reprodutores com alta libido costumam se desgastar mais rapidamente, pois
realizam muito mais coberturas.

4.4.2 Introdução ao lote de touros e à vacada

O touro jovem deve ser “apresentado” aos outros touros da fazenda em piquete
separado ao das vacas, sempre que possível. O pasto de descanso de touros, por exemplo, é
23

um bom local. Tal cuidado permite que o estabelecimento da hierarquia entre os touros seja
menos traumática do que se a introdução se der em lotes já “apadrinhados”.
Quando da apartação dos touros para o início de cobertura, quanto mais homogênea
for a tourada em relação a peso e idade, melhor será para a formação da hierarquia no lote.
Touros mais velhos e mais pesados costumam estabelecer uma relação de dominância sobre a
vacada, impedindo que touros jovens façam coberturas.

4.4.3 Exames Anuais

Acidentes, traumas e doenças infecciosas podem comprometer sua saúde reprodutiva


e, por esta razão, recomenda-se a repetição do exame andrológico antes do início de cada
estação de monta.
4.4.4 Manejo Geral

O reprodutor jovem necessita de cuidados como qualquer outro bovino em


crescimento. Boa pastagem é fundamental, além de mineralização adequada, vermifugações e
vacinações periódicas receitadas pelo seu médico veterinário.
24

5 TOUROS PARA INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL

Devem ser de bom "pedigree" e de performance comprovadamente de Elite além de


terem confirmada a superioridade nas características de produção, através de confiáveis testes
de progênie até a relação avô materno. Desta forma, evitamos o risco de termos touros
melhoradores em ganho de peso e negativos na precocidade sexual ou na habilidade materna
de suas filhas.
Metas Básicas Mínimas para Fêmeas de Corte em Regime de Pasto:
- Início de reprodução = 14 meses de idade;
- Peso das novilhas = 280 kg aos 13/14 meses;
- Peso das vacas paridas = 450 kg;
- Esta;cão de monta = 2 ciclos para novilhas e 3 para vacas;
- Taxa de prenhez anual = 90%;
- Período de gestação = 280 dias;
- Mortalidade máxima = 2% (incluindo abortos e natimortos);
- Peso ao nascer = 32 kg;
- Peso ao desmame = 220 kg.
25

6 CONCLUSÕES

Como se trata de um produto que não é muito comum no Brasil, seria interessante
pesquisas econômicas para constatar a dimensão do mercado consumidor, inclusive com
avaliação das carcaças, composição química da carne e qualidade da carne de vitelos leiteiros.
A decisão de se utilizar leite integral ou sucedâneo comercial dependerá basicamente
da relação de preços entre estes dois alimentos, quando da implantação do sistema para a
produção de vitelos, entretanto o uso de sucedâneos lácteos poderá reduzir o custo da
alimentação e ou disponibilizando mais leite para o consumo humano.
O alto custo na fase de desaleitamento, deve-se à alimentação; novos estudos devem
ser realizados referentes a busca de alimentos alternativos, visando diminuir o gasto com este
item, sem que comprometa o desempenho animal.
Bezerros mestiços possuem potencial para produção de vitelo róseo, em razão de seu
desempenho semelhante ou até superior em alguns aspectos, se comparado ao dos animais da
raça Holandesa, amplamente utilizados nos países de pecuária leiteira desenvolvida. Além do
desempenho favorável, o custo de produção para os animais mestiços foi menor, pois estes
apresentaram maior produção de porção comestível em relação aos animais da raça
Holandesa, no mesmo período e com custo fixo igual.
26

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