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CADERNO DE ESTUDO DE GEOLOGIA

10º ano
CONCEITOS-CHAVE E TESTES COM CRITÉRIOS DE CORREÇÃO
Tema I

Índice
Tema I – A Geologia, os Geólogos e os seus Métodos .............................................................................................3
1. A Terra e os Seus Subsistemas em Interação. ........................................................................................3
1.1. Subsistemas Terrestres (Geosfera, Atmosfera, Hidrosfera e Biosfera)............................................3
2. As rochas, arquivos que relatam a História da Terra ..............................................................................3
2.1. Rochas sedimentares ...................................................................................................................3
2.2. Rochas magmáticas e metamórficas..............................................................................................4
2.3. Ciclo das Rochas ............................................................................................................................5
3. A medida do tempo e a idade da Terra. ................................................................................................6
3.1. Idade relativa e idade radiométrica. ..............................................................................................6
3.3. Memória dos tempos geológicos. ..................................................................................................7
4. A Terra, um planeta em mudança. ........................................................................................................8
4.1. Princípios básicos do raciocínio geológico. ....................................................................................8
4.2. O mobilismo geológico. As placas tectónicas e os seus movimentos. .............................................8
AVALIAÇÃO.....................................................................................................................................................10

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MÓDULO INICIAL
Tema I – A Geologia, os Geólogos e os seus Métodos
1. A Terra e os Seus Subsistemas em Interação.
A Terra é um sistema ou seja uma área delimitada do espaço constituída por matéria e energia e está separado
do meio envolvente por uma fronteira, o limite do sistema.
Os sistemas abertos trocam matéria e energia com o exterior e os sistemas fechados trocam apenas energia, sendo as
trocas de matéria insignificantes.
O Sistema Terra, atualmente é considerado fechado, uma vez que se considera que só a troca de energia é significativa.
No passado pode ter sido um sistema aberto pois a queda de meteoritos e a perda de gases menos densos (hélio e
hidrogénio) eram fenómenos que ocorriam em quantidades significativas; atualmente, essas trocas de matéria são
irrelevantes, relativamente à massa total do planeta.

1.1. Subsistemas Terrestres (Geosfera, Atmosfera, Hidrosfera e Biosfera)


Os diferentes subsistemas terrestres são:
Ø Atmosfera: constitui a camada gasosa da Terra sendo, essencialmente, composta por azoto (78%) e oxigénio
(21%), seguindo-se o árgon (0.9%) e o dióxido de carbono (0.03%), para além de outros gases menos significativos.
Ø Biosfera: formada pelo conjunto dos seres vivos que habitam a Terra.
Ø Geosfera: a camada rígida que constitui a crosta terrestre, englobando as grandes massas continentais e as bases
dos oceanos, bem como os restantes materiais que se encontram no interior da Terra.
Ø Hidrosfera: Os oceanos, os rios, os lagos, os glaciares e as águas subterrâneas fazem parte da hidrosfera.

1.2. Interação de Subsistemas


Os subsistemas são sistemas abertos, pois trocam matéria e energia entre si.
No ambiente aquático (hidrosfera), os seres fotossintéticos (biosfera) libertam oxigénio para a atmosfera. Também o vapor
de água da atmosfera condensa, forma chuva e cai para a geosfera, passando a fazer parte dela.
Os ciclos do carbono, água e azoto constituem exemplos de interações entre todos os subsistemas terrestres.

2. As rochas, arquivos que relatam a História da Terra


2.1. Rochas sedimentares
Rochas Sedimentares: formam-se à superfície ou perto dela (condições subaéreas), a partir da deposição de
sedimentos que, posteriormente, são compactados e ligados entre si.
Ocorrem fundamentalmente duas fases na génese de rochas sedimentares: sedimentogénese e diagénese.
Sedimentogénese: conjunto de processos físicos e químicos que compreendem a elaboração dos materiais que vão
constituir as rochas sedimentares.
Ø Meteorização: alteração física e química das rochas.
Ø Erosão: remoção dos materiais previamente alterados das rochas, por agentes erosivos.
Ø Transporte: os materiais (clastos ou detritos) são transportados pela água ou vento.
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Ø Sedimentação: deposição desses materiais, que passam a denominar-se por sedimentos. Primeiro depositam-se
os detritos mais densos e pesados e depois os menos densos e menos pesados (granoseleção).
Se não houver perturbações, a sedimentação realiza-se de forma regular, e os sedimentos formam camadas horizontais,
não deformadas – estratos.
Diagénese: conjunto de processos físicos e químicos que intervêm após a sedimentação e pelos quais os sedimentos
evoluem para rochas sedimentares consolidadas.
No decurso da diagénese os sedimentos são compactados, desidratados e cimentados, ficando ligados entre si.
Ø Compactação e Desidratação: ocorre uma maior aproximação dos sedimentos devido a pressão exercida
pelos sedimentos de cima e perda de água.
Ø Cimentação: união dos sedimentos através de um cimento que precipita entre eles.

As rochas sedimentares, de acordo com a origem dos materiais que a constituem, podem ser:
Ø Detríticas (sedimentos sólidos de outras rochas).
Ø Quimiogénicas (precipitação química de minerais em solução).
Ø Biogénicas (consolidação de restos de seres vivos).

Detríticas Não Consolidadas Consolidadas


Balastros (> 2 mm) Conglomerados
Areia (1/16 mm – 2 mm) Arenitos
Siltes (1/256 mm – 1/16 mm) Siltitos
Argilas (<1/256) Argilitos

Quimiogénicas Precipitação/deposição de carbonato de Calcário


cálcio (CaCO3) Sal-gema e gesso
Evaporitos

Biogénicas Precipitação de CaCO3 por seres vivos Calcário recifal e Calcário conquífero
Restos de Plantas Carvão

2.2. Rochas magmáticas e metamórficas.


Rochas magmáticas: resultantes da solidificação de magma.

Intrusivas ou plutónicas
Textura granular granito diorito gabro
(tempo de cristalização longo)

Extrusivas ou vulcânicas
Textura agranular riolito andesito basalto
(tempo de cristalização curto)

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Rochas ácidas Rochas intermédias Rochas básicas
Composição química (SiO2 > 65%) (52% <SiO2 <65%) (43%<SiO2<52%

Zonas de subducção
Crusta
(crusta oceânica e Crusta oceânica
Localização continental
continental

Rocha magmática ultrabásica e mantélica (faz parte do manto): Peridotito


Rochas metamórficas: originadas a partir de rochas preexistentes que experimentam transformações mineralógicas e
estruturais (recristalização), mantendo-se no estado sólido. Essas transformações são devidas a condições de pressão e
de temperatura elevadas ou à ação de fluidos de circulação (fatores de metamorfismo).

Metamorfismo regional:
É um tipo de metamorfismo que afeta áreas extensas onde atuam temperaturas e tensões elevadas, geralmente associadas
a fenómenos tectónicos. As rochas formadas apresentam foliação, como resultado da atuação de tensões dirigidas ou
não litostáticas, durante a recristalização.
O metamorfismo regional pode estar associado à zona de colisão de placas. O fator dominante é o aumento da pressão.
Metamorfismo de contacto:
É um tipo de metamorfismo localizado que tem lugar a baixas profundidades numa zona de contacto com uma intrusão
magmática, que aquece e liberta fluidos para as rochas adjacentes. A região de rochas alteradas em torno da intrusão
magmática denomina-se auréola metamórfica.
As rochas originadas não apresentam foliação, tendo uma textura granoblástica. O fator dominante é a temperatura
elevada.

Metamorfismo de Contacto Metamorfismo Regional

Quartzito Ardósia
Mármore Filito
Corneanas Micaxisto
Gnaisse

2.3. Ciclo das Rochas


Consiste nas transformações através do tempo geológico, entre os três principais tipos de
rochas: sedimentares, metamórficas e magmáticas ou ígneas. Cada um dos tipos de rochas é alterado ou destruído,
quando se encontra fora das suas condições de equilíbrio. Devido às forças do movimento das placas tectónicas e do ciclo
da água, as rochas não permanecem em equilíbrio e são forçadas a mudar à medida que se adaptam a novos ambientes.

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Qualquer rocha, em condições sub-aéreas, sofre transformações físicas e químicas (meteorização) seguidas de
erosão. Os sedimentos formados são transportados pela água e vento e acumulam-se nas bacias de
sedimentação, originando estratos. Os sedimentos vão afundando, compactando e litificam devido ao aumento
da pressão litostática, exercida pelos estratos sobrejacentes – formam-se as rochas sedimentares.
À medida que os materiais rochosos afundam sofrem aumento de temperatura e pressão e os minerais
recristalizam no estado sólido, originando-se as rochas metamórficas. Se a temperatura e pressão continuarem
a aumentar as rochas fundem e forma-se o magma; este pode ascender e consolidar no interior da crosta,
formando rochas magmáticas intrusivas ou plutónicas; se o magma consolidar à superfície terrestre, formam-se
rochas magmáticas extrusivas ou vulcânicas. Devido a tensões tectónicas provocadas pelo movimento das
placas, essas rochas podem voltar a ser expostas, completando-se o ciclo.

3. A medida do tempo e a idade da Terra.


As escalas do tempo geológico representam uma sequência de divisões na História da Terra, sendo as
respetivas idades registadas em milhões de anos. As principais divisões correspondem a momentos de grandes
extinções. A história da Terra está marcada pelo aparecimento, evolução e extinção de muitas espécies.

3.1. Idade relativa e idade radiométrica.


Idade relativa (datação relativa): baseia-se nos princípios da estratigrafia, permitindo atribuir uma idade relativa às rochas
(mais recentes, da mesma idade ou menos recentes)
Princípio da sobreposição – Numa sequência de estratos em que não ocorreu alteração das posições de origem, qualquer
estrato é mais recente do que aquele que o recobre (muro) e mais antigo do que aquele que o cobre (teto). Este princípio
permite saber a idade relativa de uns estratos em relação a outros. Por vezes, surgem nas sequências estratigráficas
superfícies de descontinuidades onde ocorreu a eliminação de determinados estratos devido, por exemplo, à erosão.
Essas superfícies, as lacunas estratigráficas, podem ficar recobertas por novas camadas – caso retome o processo de
sedimentação.
Princípios da continuidade lateral – Os estratos podem ser mais ou menos espessos consoante as condições de
sedimentação do local. Isto permite datar, em colunas estratigráficas de dois lugares afastados, sequências de estratos

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idênticos (mesmo que os estratos de ambas tenham dimensões variáveis), desde que as sequências de deposição sejam
semelhantes.
Princípio da identidade paleontológica – Os estratos pertencentes a colunas estratigráficas diferentes e que possuem
conjuntos de fósseis semelhantes, têm a mesma idade relativa. Importantes nesta datação são os fósseis de idade, que
permitem determinar a idade relativa dos estratos. São bons fósseis de idade os que pertenceram a organismos que viveram
durante um período de tempo relativamente curto (pequena distribuição estratigráfica) e bem determinado e que tiveram
grande expansão (grande distribuição geográfica), como por exemplo as amonites e as trilobites.
Princípio da interceção – Qualquer formação que intercete outras, é mais recente que elas.
Princípio da inclusão – Qualquer estrato que contenha detritos de outras rochas é mais recente que eles.

Idade radiométrica (datação absoluta/radiométrica): baseia-se na desintegração espontânea de isótopos radioativos. Os


isótopos-pai, instáveis, desintegram-se em isótopos-filho mais estáveis. O tempo necessário para que metade dos
isótopos-pai de uma rocha se desintegrem em isótopos-filho, denomina-se por semivida e é constante para cada um
dos isótopos.

O tempo necessário para que 50% do isótopos-pai de uma rocha se desintegrem em 50% de isótopos-filho, corresponde
a 1 semivida.
O tempo necessário para que 75% do isótopos-pai de uma rocha se desintegrem, corresponde a 2 semividas.

50% 50% 25% 75% 12,5% 87,5%


I. Pai I. Filho I. Pai I. Filho I. Pai I. Filho
1 semi-vida 2 semi-vidas 3 semi-vidas

2.4 Memória dos tempos geológicos.


Uma série de estratos sedimentares permite determinar o tipo de ambiente existente no momento da sua formação, o tipo
de vegetação e a fauna presentes numa determinada região num certo momento. O estudo dos sedimentos e dos estratos
permite, muitas vezes, fazer a sua datação relativa e reconstituir ambientes antigos – paleoambientes.
Os fósseis de fácies são utilizados para indicar o paleoambiente, dado que resultaram de seres que viveram num período
de tempo geológico largo (grande distribuição estratigráfica) e uma distribuição geográfica curta.
Os fósseis são vestígios de seres vivos ou da sua atividade que, num determinado momento da história da Terra, viveram
no nosso Planeta.
Condições de fossilização
Ø ambientes pouco profundos, pouco oxigenados (anaeróbios) e com sedimentos finos (argilas ou siltes)
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Ø seres vivos com partes duras (parede celular, ossos, conchas, carapaças)
Marcas: O organismo está apenas representado por vestígios da sua atividade (locomotora, nutritiva, reprodutora…)
Impressões/ Moldagem: O organismo está apenas representado pelo seu molde externo ou interno, os quais podem revelar
pormenores da sua estrutura e morfologia.
Mineralizações: O organismo ou as suas partes duras são conservadas (esqueleto, ossos, dentes…) por substituição da
matéria orgânica por matéria mineral.
Mumificação: O organismo é completamente preservado, por exemplo, por resinas ou pelo gelo.
Tipos de fósseis:
Ø fósseis de idade - são fósseis de seres que viveram na Terra durante intervalos de tempo geologicamente muito
curtos (pequena distribuição estratigráfica), com grande distribuição geográfica. Estes fósseis são
indicadores da idade geológica dos estratos que os contêm.
Ø Fósseis de fácies ou de paleoambientes - são fósseis de seres caraterísticos de determinados ambientes (ex.
estratos com fósseis de corais indicam ambientes marinhos de pequena profundidade e de águas tépidas).

4. A Terra, um planeta em mudança.


4.1. Princípios básicos do raciocínio geológico.
Até ao século XVIII, uma das correntes científicas aceites era o imobilismo geológico, segundo a qual, a posição
dos continentes se mantinha imóvel desde a sua formação (fixismo).
Entretanto, surge uma nova corrente conhecida como Teoria do Uniformitarismo que marca o nascimento da
Geologia moderna.
4.1.1. O presente é a chave do passado (atualismo geológico).
Princípio do atualismo – as causas que provocaram determinados fenómenos no passado são idênticas às que provocam
o mesmo tipo de fenómenos no presente, por isso o presente é a chave do passado.
4.1.2. Processos violentos e tranquilos (catastrofismo e uniformitarismo).
Uniformitarismo: alterações, ocorridas, à superfície terrestre são provocadas por processos naturais, graduais e lentos,
pois as leis naturais são constantes no espaço e no tempo.
Princípio do atualismo – as causas que provocaram determinados fenómenos no passado são idênticas às que provocam
o mesmo tipo de fenómenos no presente.
Se, atualmente, os corais apenas se desenvolvem em águas tépidas e pouco profundas, é razoável assumir que, em épocas
passadas, os corais se desenvolveram em condições semelhantes - atualismo;
Princípio do gradualismo: A maioria das mudanças geológicas é gradual e lenta.
Catastrofismo: alterações à superfície da Terra são provocadas por catástrofes ocasionais bruscas.
A atividade magmática de uma região traz instabilidade geológica, com deformação das rochas encaixantes. Esta afirmação
baseia-se no princípio do mobilismo, que corresponde a um pensamento evolucionista.

4.2. O mobilismo geológico. As placas tectónicas e os seus movimentos.


Placas tectónicas: estruturas rígidas que encaixam umas nas outras e formam a litosfera.
Litosfera: camada mais exterior, rígida, constituída por crosta continental (material rochoso pouco denso de silicatos
(feldspatos) ou crosta oceânica (material rochoso mais denso de minerais ferromagnesianos (basalto) e uma parte do
manto superior (rochas ultrabásicas: peridotito).

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Astenosfera: camada sólida do manto mas plástica, com viscosidade, onde alguns materiais se encontram fundidos.
Apresenta movimentos de convecção que provocam o deslizamento das placas litosféricas; estes movimentos transportam
os materiais mais profundos, mais quentes e menos densos, em direção à superfície, onde arrefecem e se tornam mais
densos mergulhando em profundidade.
Ø Limites divergentes: situam-se nas dorsais oceânicas e são zonas onde é gerada nova crosta. Geralmente as
dorsais têm um vale central chamado rifte, onde há ascensão de material mantélico, formando-se placa oceânica
de basalto.
Ø Limites convergentes: verifica-se a destruição de placas litosféricas, nas zonas de subducção ou formam-se
montanhas (orogénese).
- crosta oceânica/crosta continental: uma placa (a mais densa) afunda sob a outra (menos densa), sendo
destruída (a crosta oceânica mergulha sob a continental).
- crosta oceânica/crosta oceânica: a placa mais densa que é a mais antiga e possui maior quantidade de
sedimentos, mergulha por baixo da menos densa.
- crosta continental/ crosta continental: as 2 placas pouco densas erguem-se e originam montanhas
(orogénese).
Ø Limites conservativos: situam-se no limite de falhas transformantes que cortam transversalmente as dorsais e ao
longo das quais não se verifica destruição nem alastramento, mas apenas deslizamento de uma placa em
relação à outra.
Dorsais oceânicas (Dorsal Médio-Atlântica (DMA), Dorsais do Pacífico e do Índico): grandes cadeias de montanhas
submersas no oceano, que se originam a partir da consolidação do magma mantélico que ascende à superfície, provocando
o afastamento das placas tectónicas.

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AVALIAÇÃO

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GRUPO I
A figura 1 representa esquematicamente uma sequência geológica.

Figura 1
1. Classifique como verdadeira (V) ou falsa (F) cada uma das afirmações seguintes, relativas à interpretação da sequência
geológica da figura 1 e às caraterísticas das rochas presentes.
(A) Ocorreram fenómenos de diagénese posteriormente à formação do gnaisse.
(B) As rochas vulcânicas são anteriores às rochas plutónicas.
(C) O material litológico que originou a rocha do estrato mais antigo esteve sujeito a pressões elevadas.
(D) A exposição da intrusão granítica conduziu à sua erosão.
(E) Nos tempos mais recentes ocorreram fenómenos de metamorfismo.
(F) O filão de basalto é a formação rochosa mais recente na sequência geológica.
(G) Na sequência geológica representada existem predominantemente rochas magmáticas.
(H) Durante a formação de alguns estratos, houve sedimentação de balastros.
2. Ordene as letras de A a F, de modo a reconstituir a sequência cronológica dos acontecimentos relacionados com a
transformação de um granito até que se venha a formar outra rocha magmática.
Inicie pela letra A.
A. Ação de movimentos tectónicos que levam à exposição do granito.
B. Cristalização de minerais a partir de material em fusão.
C. Acumulação de sedimentos, originando estratos.
D. Recristalização devido ao aumento de temperatura e pressão.
E. Meteorização da rocha granítica.
F. Remoção de partículas do granito alterado.

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3. Faça corresponder a cada uma das caraterizações de rochas sedimentares, que constam da coluna A, o termo que as
identifica, expresso na coluna B.
Utilize cada letra e cada número apenas uma vez.

COLUNA A COLUNA B
(1) Areia.
(a) Rocha sedimentar detrítica consolidada, cujas partículas têm a dimensão de balastros. (2) Silte.
(b) Rocha sedimentar biogénica que sofreu um processo de incarbonização. (3) Argilito.
(c) Rocha sedimentar quimiogénica formada por um processo de intensa evaporação. (4) Conglomerado.
(d) Rocha sedimentar biogénica constituída por carbonato de cálcio. (5) Gesso.
(e) Rocha sedimentar detrítica consolidada impermeável, de granulometria fina. (6) carvão.
(7) Calcário recifal.

4. Explique, tendo em conta o processo de formação do gesso, de que modo a sua presença permite caraterizar o ambiente
existente no momento da formação do estrato que o contém.
5. Faça corresponder a cada uma das caracterizações das rochas, que constam da coluna A, o termo que identifica cada
rocha, expresso na coluna B.

COLUNA A COLUNA B
(1) Granito
(a) Rocha magmátiica, ácida e intrusiva. (2) Calcário fossilífero
(b) Rocha detrítica desagregada e impermeável. (3) Basalto
(c) Rocha magmática ultrabásica e mantélica. (4) Arenito quartzoso
(d) Rocha sedimentar consolidada e rica em quartzo. (5) Diorito
(e) Rocha magmática agranular, sem quartzo. (6) Argila
(7) Peridotito

6. Ordene as letras de A a E, de modo a reconstituir a sequência cronológica dos acontecimentos que no ciclo das rochas,
podem conduzir à formação de uma rocha plutónica a partir de um afloramento rochoso.
A. Litificação de sedimentos devido, entre outros fatores, ao aumento da pressão litostática.
B. Fusão dos minerais, associada ao aumento da pressão e da temperatura.
C. Consolidação lenta do magma em profundidade por diminuição da temperatura.
D. Alteração da rocha devido à atuação dos agentes de geodinâmica externa.
E. Recristalização dos minerais, associada à tensão tectónica.

7. Selecione a alternativa que completa a frase seguinte, de modo a obter uma afirmação correta.

8. O estudo científico de sismos recentes tem ajudado a melhorar a interpretação de eventos catastróficos
semelhantes ocorridos no passado, permitindo a aplicação do princípio do ...
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(A) ..... catastrofismo.
(B) ..... mobilismo.
(C) ..... evolucionismo.
(D) ..... atualismo.

GRUPO II
A Sé Catedral de Vila Real (Igreja de S. Domingos) data do século XV. A sua torre foi erigida posteriormente. As rochas
necessárias para a construção do monumento são provenientes do maciço granítico de Vila Real.
O quadro I apresenta os diferentes tipos de granito utilizados na construção da Sé, assim como algumas das suas
características distintivas.

Quadro I – Caraterísticas dos granitos utilizados

Granito de Caraterísticas

Vale das Gatas Granito de grão médio, moscovítico-biotítico

Paredes Granito de grão grosseiro, moscovítico-biotítico com concentrações deturmalina

Benagouro Granito de grão médio a fino, moscovítico-biotítico

Granito de grão médio a fino, moscovítico-biotítico, por vezes comsulfuretos e com


Lamares
turmalina dispersa
Nota: A moscovite, a biotite e a turmalina são silicatos.
Selecione a alternativa que permite preencher os espaços e obter uma afirmação correta.
1. Atendendo à granulometria dos minerais constituintes, é razoável assumir que os granitos de Paredes e de Benagouro
apresentam tempos de cristalização _____ e textura _____.
(A) semelhantes […] granular (B) semelhantes […] agranular
(C) diferentes […] granular (D) diferentes […] agranular
2. Em condições subaéreas, submetidos a valores de pressão e de temperatura mais _____ que os da sua génese, os
minerais constituintes de um granito tendem a transformar-se, dando origem a rochas _____.
(A) baixos […] sedimentares (B) baixos […] metamórficas
(C) elevados […] sedimentares (D) elevados […] metamórficas
3. Numa amostra não contaminada, a datação radiométrica de um grão detrítico de uma moscovite dará uma idade…
(A) … anterior à da arenização do granito original. (B) … anterior à da consolidação do magma.
(C) … simultânea à da meteorização do maciço granítico. (D) … simultânea à da exposição subaérea do maciço granítico.
4. Os fósseis de idade são utilizados em métodos de datação…
(A) …absoluta, dado que apresentam uma distribuição geográfica ampla.
(B) …relativa, dado que resultaram de seres que viveram num período de tempo geológico curto.
(C) …absoluta, dado que resultaram de seres que viveram em condições ambientais restritas.
(D) …relativa, dado que apresentam uma distribuição geográfica muito restrita.

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5. Na formação do gnaisse (rocha metamórfica), houve fenómenos de …
(A) …recristalização de minerais preexistentes. (B) …fusão da rocha que lhe deu origem.
(C) …meteorização química da rocha que o originou. (D) …consolidação de material magmático.
6. Para um mesmo isótopo radioativo, quando se comparam granitos mais antigos com granitos mais recentes, é de esperar
que…
(A) a razão isótopo-pai / isótopo-filho seja menor nos granitos mais antigos.
(B) o período de semi-vida do isótopo-pai seja maior nos granitos mais recentes.
(C) a razão isótopo-pai / isótopo-filho seja maior nos granitos mais antigos.
(D) o período de semi-vida do isótopo-pai seja menor nos granitos mais recentes.
7. A idade de algumas rochas vulcânicas, na Islândia, é de 300 mil anos. Admitindo que tenha sido obtida com recurso ao
isótopo 36Cl, cujo tempo de semivida é 300 000 anos, originando o isótopo 36Ar, pode concluir-se que,
(A) a proporção do isótopo pai em relação ao isótopo filho é inferior a 50 %.
(B) a proporção do isótopo pai em relação ao isótopo filho é superior a 50 %.
(C) a razão dos isótopos 36Cl / 36Ar é igual a 1.
(D) a razão dos isótopos 36Cl / 36Ar é igual a 0,5.
8. Ordene as letras de A a E de modo a reconstituir a sequência cronológica dos acontecimentos relacionados
com os processos de formação de rochas sedimentares detríticas.
A. Meteorização B. Diagénese C. Deposição D. Erosão E. Transporte
9. Os granitos e os xistos são rochas, respetivamente,
(A) de textura agranular e de textura não foliada. (B) de textura granular e de textura foliada.
(C) de textura agranular e de textura foliada. (D) de textura granular e de textura não foliada.
10. O calcário de origem quimiogénica é uma rocha que resulta diretamente da...
(A) … sedimentação de areias quartzíticas. (B) … evaporação de água rica em sulfatos.
(C) … deposição de carbonato de cálcio. (D) … dissolução de carbonato de cálcio.
GRUPO III
Os Açores situam-se num quadro tectónico original, que confere a essas ilhas uma geodinâmica muito activa,
nomeadamente no que se refere ao vulcanismo e à sismicidade. Não parece haver uma estrutura tectónica única e bem
definida entre a placa Euroasiática e a placa Africana na região dos Açores, mas antes uma larga faixa de acomodação das
tensões entre estas duas placas.
A Figura 1 (A e B) representa, respectivamente, a localização do plateau (plataforma) dos Açores e as principais
características tectónicas da região.

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1. Classifique como verdadeira (V) ou falsa (F) cada uma das afirmações seguintes, relativas ao contexto geotectónico do
Arquipélago dos Açores.
(A) O rifte da Terceira prolonga-se, a sudeste, pela falha de Açores-Gibraltar.
(B) As ilhas das Flores e do Corvo estão a deslocar-se para oeste.
(C) As fronteiras do plateau dos Açores apresentam o mesmo tipo de limites.
(D) É possível que a ilha Terceira venha a dividir-se em duas ilhas distintas.
(E) O rifte da CMA resulta da atuação de forças predominantemente compressivas.
(F) No limite oeste do plateau dos Açores ocorre subducção da placa Americana.
(G) De acordo com a sua posição relativamente à CMA, Santa Maria é a ilha mais antiga do arquipélago.
(H) É de esperar que a distância entre as Flores e o Pico se mantenha.
2. As ilhas do Corvo e das Flores são tectonicamente menos ativas do que as restantes ilhas, porque…
(A) …apresentam uma origem distinta destas. (B) …se encontram sob a ação de falhas de origem tectónica.
(C) …estão mais próximas da Crista Médio-Atlântica. (D) …se localizam no interior da placa Norte Americana.
GRUPO IV
A cadeia montanhosa dos Himalaias resulta da colisão entre a placa Indiana e a placa Euroasiática.
Atualmente, a placa Indiana continua a deslocar-se para Norte à velocidade aproximada de 2 cm por ano, o que faz com
que a altitude dos Himalaias continue a aumentar à razão aproximada de 5 mm por ano.
A geóloga Yani Najman, recorrendo à análise de isótopos de Árgon presentes em minerais constituintes de rochas da região,
reavaliou a idade da cordilheira dos Himalaias, e considerou que esta formação seria 15 milhões de anos mais jovem do
que inicialmente se pensava.
A análise de isótopos incidiu sobre pequenos grãos de mica branca (moscovite), recolhidos na mais antiga bacia sedimentar
continental encontrada na área.
1. A formação da cadeia montanhosa dos Himalaias resultou da colisão entre duas placas litosféricas, que apresentam entre
si limites…
(A) …convergentes, havendo o aumento da espessura da crosta continental.
(B) …conservativos, permitindo a manutenção da litosfera oceânica.
(C) …conservativos, permitindo a manutenção da espessura da crosta continental.
(D) …convergentes, havendo a formação de litosfera oceânica.
2. O movimento de placas litosféricas é possível devido à…
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(A) …viscosidade dos materiais da astenosfera. (B) …viscosidade dos materiais da litosfera.
(C) …rigidez dos materiais da mesosfera. (D) …rigidez dos materiais da geosfera.
3. A datação efetuada pela geóloga Yani Najman permitiu obter a idade _____ da cadeia montanhosa dos Himalaias. Esta
datação é possível devido à _____ de certos isótopos.
(A) radiométrica (…) estabilidade (B) radiométrica (…) instabilidade
(C) relativa (…) instabilidade (D) relativa (…) estabilidade
4. A datação radiométrica ...
A - provou que os dinossáurios desapareceram quando surgiram os hominídeos.
B - baseia-se nas propriedades radioativas de certos elementos químicos.
C - mostrou que as rochas mais antigas que se conhecem têm 2 M.a. D - tem em consideração a sobreposição das camadas.
5. A Cordilheira dos Andes, com a sua longa cadeia de vulcões, formou-se devido à colisão entre a Placa Sul-Americana e
a Placa de Nazca, situada no Oceano Pacífico.
5.1. A Placa de Nazca é constituída essencialmente por _____ e peridotito, apresentando uma densidade ______ à da Placa
Sul-Americana, na zona de colisão.
(A) basalto (…) superior (B) granito (…) superior (C) granito (…) inferior (D) basalto (…) inferior
6. A mobilidade da litosfera é determinada pela
(A) condução de calor ao nível da litosfera. (B) convecção de materiais na astenosfera.
(C) diferença de estado físico entre a litosfera e a astenosfera. (D) diferença de composição entre a litosfera e a astenosfera.
GRUPO V
1. O estudo dos sedimentos e das rochas sedimentares fornece importantes informações acerca da história da Terra e da
Vida.
Faça corresponder a cada uma das letras (de A a E), que identificam afirmações relativas à formação de rochas
sedimentares e do seu conteúdo, o número (de I a VIII) da chave que assinala o respetivo processo de formação.
Afirmações
A – É o processo que altera as caraterísticas primárias (físicas e/ou químicas) das rochas, à superfície da Terra.
B – É um fenómeno que ocorre quando a ação dos agentes de erosão e de transporte se anula ou é muito fraca.
C – Consiste na transformação dos sedimentos móveis em rochas sedimentares consolidadas, por via física ou química.
D – É o conjunto de processos físicos que permitem remover os materiais resultantes da desagregação da rocha-mãe.
E – Ocorre no gelo ou ambar, ficando a estrutura original preservada.
Chave
I – Mineralização V – Moldagem
II – Sedimentação VI – Erosão
III – Transporte VII – Meteorização
IV – Diagénese VIII – Mumificação

2. Afirmações do tipo «A extinção de Mesossaurus pode atribuir-se a um evento único, de grandes proporções, localizado
no tempo», generalizadas a outros seres vivos, enquadram-se em hipóteses...

16
(A) ... catastrofistas. (B) ... atualistas. (C) ... uniformitaristas. (D) ... mobilistas.
3. Faça corresponder a cada uma das letras, que identificam afirmações relativas à estratigrafia, o número da chave que
assinala o princípio ou conceito geológico em que elas se baseiam.
Afirmações
A – Numa sequência não deformada de estratos, aqueles que se encontram no topo são os mais recentes.
B – Permite identificar o período durante o qual se formou um único estrato, independentemente da comparação com outras
sequências fossilíferas da região.
C – A ocorrência de balastros graníticos no seio de sedimentos marinhos mostra que estes são posteriores à formação do
granito.
D – Torna possível a identificação das idades relativas entre um filão e as rochas que este atravessa.
E – Permite caracterizar as condições físicas e/ou químicas do ambiente em que ocorreu a deposição.
Chave
I – Princípio da inclusão V – Princípio da continuidade lateral
II – Princípio da sobreposição VI – Fóssil de fácies
III – Fóssil indicador de idade VII – Princípio da horizontalidade inicial
IV – Princípio da identidade paleontológica VIII – Princípio da interseção

GRUPO VI
A serra de Sintra, deve a sua origem a um fenómeno de intrusão magmática.
A história geológica desta região começa com a deposição de sedimentos em meio marinho profundo.
Devido ao preenchimento da bacia por sedimentos e a variações do nível do mar, o ambiente de deposição evoluiu
sucessivamente, no decurso do Mesozóico, para marinho menos profundo, recifal, laguno-marinho, fluvial e lacustre. As
rochas magmáticas geradas a grandes profundidades, há cerca de 80 milhões de anos, metamorfizaram as formações
sedimentares do Mesozóico. Posteriormente, estas foram erodidas, ficando a descoberto o núcleo ígneo, que se encontra
atualmente acima das plataformas sedimentares que o rodeiam.
A Figura 1 representa, sem relações de escala, um corte geológico da região.

Figura 1 – Corte geológico da serra de Sintra


1.O fenómeno de intrusão magmática que deu origem à serra de Sintra foi responsável pelo aparecimento de rochas
_______ com textura _______.
(A) metamórficas … foliada (B) sedimentares … foliada
(C) metamórficas … não foliada (D) sedimentares … não foliada
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2. De entre as rochas sedimentares, a deposição mais _______ da unidade de conglomerados permite inferir que houve
_______ da energia do agente transportador.
(A) antiga … diminuição (B) recente … diminuição
(C) antiga … aumento (D) recente … aumento
3. A atividade magmática da região trouxe instabilidade geológica, com deformação das rochas encaixantes. Esta afirmação
baseia-se no princípio do _______, que corresponde a um pensamento _______.
(A) mobilismo … evolucionista (B) catastrofismo … fixista
(C) mobilismo … fixista (D) catastrofismo … evolucionista
4. Ordene as letras de A a F, que se referem a acontecimentos ocorridos na região da atual serra de Sintra, de modo a
reconstituir a sequência cronológica desses acontecimentos. Inicie a ordenação pela afirmação A.
A. Formação da Bacia Lusitânica.
B. Instalação da intrusão magmática.
C. Formação da auréola de metamorfismo.
D. Fossilização das pegadas dos dinossauros. E. Ocorrência de uma falha. F. Deposição de sedimentos em meio marinho.
5. Foi possível reconstituir o paleoambiente do Mesozóico na serra de Sintra, devido à...
(A) ocorrência de rochas magmáticas. (B) existência de fósseis de fácies na região.
(C) ocorrência de fenómenos de metamorfismo. (D) existência de fósseis de idade na região.
6. No final do Mesozóico, extinguiram-se os dinossauros e formou-se a serra de Sintra. O registo fóssil que comprova a
presença desses animais na região encontra-se em estratos com posição vertical.
Explique a posição atual dos estratos em que se observa o registo fóssil de dinossauros, tendo em conta a posição original
dos estratos onde esse registo terá ocorrido.
7. O magma é classificado em função da sua temperatura e da sua _______, correspondendo a uma mistura silicatada, em
fusão, _______ gases dissolvidos.
(A) composição química (…) sem (B) composição química (…) com
(C) localização (…) sem (D) localização (…) com
GRUPO VII

Os recifes de coral são comunidades constituídas por uma grande variedade de seres vivos. Os corais, animais que
pertencem ao mesmo filo das hidras, estabelecem uma relação de simbiose com algas unicelulares. Os esqueletos dos
animais mortos constituem a base do recife. Os recifes de coral são edificados em águas tropicais quentes, pouco profundas
e com pouca carga de sedimentos.
Os recifes mais comuns são agrupados em três categorias: recifes de franja, recifes barreira e atóis (recifes circulares que
emergem de águas profundas e que circundam uma lagoa). A existência de atóis em águas oceânicas profundas intrigou
os naturalistas do século XIX. Em 1842, Charles Darwin publicou uma explicação para a formação de atóis no oceano
Pacífico, baseada nas observações que fez nas ilhas do arquipélago da Sociedade. De acordo com Darwin, recifes de
franja, recifes barreira e atóis constituiriam, respetivamente, etapas consecutivas da evolução dos recifes que se
encontram associados a ilhas vulcânicas.
A hipótese de Darwin só foi comprovada em 1952, quando foram efetuadas sondagens no atol de Eniwetok, no oceano
Pacífico. Por baixo de cerca de 1400 m de calcário recifal, os cientistas encontraram basalto (associado a vulcanismo
intraplacas). Atualmente os geólogos utilizam a Teoria da Tetónica de Placas para explicarem o afundamento progressivo

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das ilhas, algumas das quais (como é o caso das ilhas do arquipélago da Sociedade, representadas na figura seguinte)
estão associadas a pontos quentes (hot spots).

1 | Classifique como verdadeira (V) ou falsa (F) cada uma das seguintes afirmações, relativas à interpretação dos dados
acerca das ilhas do arquipélago da Sociedade.
a. A sudeste de Scilly e Bellingshausen está localizado um rifte.
b. A placa litosférica sobre a qual se encontram as ilhas move-se de noroeste para sudeste.
c. De acordo com Darwin, a ilha de Scilly pode corresponder a um atol.
d. Segundo Darwin, se Huahine for um recife barreira, Bora Bora poderá ser um recife de franja.
e. As erupções vulcânicas associadas à formação das ilhas foram de carácter explosivo.
f. Nas diferentes ilhas, foram encontradas rochas de carácter predominantemente ácido.
g. A última erupção vulcânica registou-se, provavelmente, em Mehetia.
h. O ponto quente que deu origem às ilhas está localizado a sudeste do arquipélago.

2. Explique de que modo a existência de uma coluna de 1400 m de calcário recifal pode constituir um argumento a favor do
afundamento das ilhas vulcânicas que estão na base dos recifes de coral.
3. A tabela abaixo apresenta dados relativos aos isótopos mais usados em radiometria.

Isótopo - pai Isótopo- filho Período de Semi-vida Idade que pode ser
medida
Carbono-14 Azoto-14 5730 a. 100 a. – 70 000 a.
Potássio-40 Árgon-40 1300 M. a. 100 000 a. – 4600 M. a.
Cálcio-40
Urânio-238 Chumbo-206 4500 M. a. 10 M. a. – 4600 M. a.
Urânio-235 Chumbo-207 710 M. a.
Tório-232 Chumbo-208 14 000 M. a.
Rubídio-87 Estrôncio-87 47 000 M. a. 10 M. a. – 4600 M. a.

19
3.1. Indique o par de isótopos que melhor permite cobrir a gama de idades das formações do quaternário (de
1,8 milhões de anos até à atualidade).
3.2. Por desintegração de 1 g de potássio-40 ao fim de 2600 M. a. restam:
A. 0 g; C. 0,25 g;
B. 0,5 g; D. 0,75 g.
3.2.1. Justifique a sua escolha.
GRUPOVIII
O lago subglacial Vostok
Desde a descoberta, em 1996, do lago Vostok, situado na Antártida, sob uma calote de gelo com cerca de 4000 m de
espessura, os cientistas têm especulado acerca da possibilidade de aí existirem novas formas de vida.
Em 1998, foi concluída uma sondagem que terminou a alguns metros da água do lago, de modo a evitar qualquer
contaminação, uma vez que se trata de um ambiente primitivo que mantém as suas características ambientais ancestrais.
Tanto a sondagem como o sistema subglacial do lago Vostok estão representados na Figura 1.
Tal como uma rocha sedimentar, a calote de gelo é formada estrato a estrato, à medida que a neve é compactada em
camadas de gelo. A distinção das camadas é possível devido à variação das poeiras vulcânicas presentes na atmosfera na
altura em que o gelo se formou, permitindo que os cientistas recriem 420 000 anos de alterações de clima na Antártida.
A sondagem revelou, ainda, a presença de microrganismos entre os sedimentos preservados em todos os níveis da calote
de gelo. Inicialmente, os cientistas acreditavam que a água do lago resultava da fusão do gelo da calote.
No entanto, dados recentes obtidos por radar e por GPS permitiram construir mapas detalhados das camadas de gelo, cuja
interpretação sugere que as mais profundas são formadas por gelo acrecionado e recentemente formado, com origem na
água do lago, que vai congelando à medida que entra em contacto com a placa de gelo que se sobrepõe ao lago. Este novo
estrato apresenta características diferentes das camadas sobrejacentes.
Esta descoberta suscita um novo desafio científico – quais serão as fontes de reposição de água no lago?
O lago Vostok constitui também um objeto de interesse para a astrogeologia e para a astrofísica, uma vez que as condições
ambientais em que se enquadra o lago Vostok podem ocorrer em Europa e em Calisto, duas das luas do planeta
Júpiter.

20
Figura 1
1. O lago Vostok pode ser considerado um subsistema
(A) aberto, pois troca matéria e troca energia com outros subsistemas.
(B) fechado, pois não troca matéria e troca energia com outros subsistemas.
(C) aberto, pois troca matéria e não troca energia com outros subsistemas.
(D) fechado, pois troca matéria e não troca energia com outros subsistemas.

2. Os dados mais recentes relativos aos estratos inferiores que constituem a calote gelada sobrejacente ao
lago Vostok, formados por gelo acrecionado, estão
(A) em contradição com o princípio da sobreposição dos estratos, pois estratos mais recentes estão por cima de
estratos mais antigos.
(B) em contradição com o princípio da sobreposição dos estratos, pois estratos mais recentes estão por baixo de
estratos mais antigos.
(C) de acordo com o princípio da sobreposição dos estratos, pois estratos mais recentes estão por cima de
estratos mais antigos.
(D) de acordo com o princípio da sobreposição dos estratos, pois estratos mais recentes estão por baixo de
estratos mais antigos.

3. Considere os seguintes dados:


•• a água líquida a baixa temperatura retém maior quantidade de oxigénio dissolvido do que a água líquida a
temperaturas mais elevadas;
•• a maior concentração de organismos vivos do mundo (por volume) ocorre ao longo da costa da Antártida.

21
Explique, tendo em conta os dados fornecidos, em que medida o efeito dos glaciares da Antártida exemplifica
uma interação entre o subsistema hidrosfera e o subsistema biosfera.

22
Tema II
CONCEITOS-CHAVE E TESTES COM CRITÉRIOS DE CORREÇÃO

23
24
Tema II – A Terra, um planeta muito especial

1. Formação do Sistema Solar.

1.1 Provável origem do Sol e dos planetas.

Teoria nebular reformulada (teoria atualmente aceite): esta teoria baseia-se na existência de uma nébula primitiva
formada por gases e poeiras que, devido a forças gravíticas, se achatou e aumentou a sua velocidade de rotação, dando
origem a que no seu centro se formasse um proto-sol. Este “disco” achatado tinha a matéria mais densa mais próxima do
centro e a menos densa mais afastada deste. Essa matéria, começou por chocar uma com a outra e agregar-se, formando
planetesimais, aos quais se agregaria mais matéria; a este choque e agregação de matéria dá-se o nome de acreção. Os
planetesimais continuaram a chocar entre si, dando origem a protoplanetas cada vez maiores (homogéneos) que, devido
a mais acreção e diferenciação, deram origem a planetas.
Durante a acreção, os materiais mais densos ter-se-ão aglutinado próximo do centro de massa da nébula, originando os
planetas rochosos; o inverso terá ocorrido com materiais menos densos, que originaram os planetas gasosos.
Considerando que a densidade de um corpo é igual à razão entre a sua massa e o seu volume (d= m/v), compreende-se
que os planetas gasosos sejam menos densos, dado que a sua massa é elevada mas o seu volume também o é; já os
planetas telúricos são mais densos porque a sua massa se concentra num volume menor.
Dados que apoiam esta teoria.
Ø Todos os planetas têm movimento de rotação e translação;
Ø As órbitas dos planetas são quase circulares;
Ø Os planetas ocupam o mesmo plano equatorial do sol.
1.2 Planetas, asteróides e meteoritos.

Planetas principais: descrevem as suas órbitas diretamente em torno do Sol.


Planetas telúricos( mais densos): Mercúrio, Vénus, Terra e Marte
Ø pequenas dimensões, com diâmetro aproximado ao da Terra;
Ø elevada densidade, constituídos maioritariamente por material rochoso;
Ø poucos satélites naturais ou até nenhum;
Ø movimento de rotação lento;
Ø os materiais que constituem o seu interior estão estruturadas em camadas mais ou menos concêntricas;
Ø crosta silicatada, núcleo e manto.
A Terra tem geodinâmica interna e externa (geologicamente ativo) e é o único planeta que se conhece com vida; possui um
campo magnético que a protege dos ventos solares; a temperatura média ronda os 15ºC, devido a ter atmosfera, água
líquida e estar próximo do Sol.
Vénus tem temperaturas muito elevadas por possuir uma atmosfera rica em CO2 que provoca um efeito de estufa.

Planetas gigantes ou gasosos (menos densos): Júpiter, Saturno, Úrano e Neptuno


Ø grandes dimensões;
Ø baixa densidade, constituídos maioritariamente por materiais gasosos;
Ø muitos satélites naturais;
Ø movimento de rotação rápido;

25
Ø sem crosta (apenas núcleo e manto)

Planetas secundários ou satélites: descrevem translações em torno dos planetas principais.


Asteróides: corpos rochosos de forma irregular que se deslocam geralmente entre as órbitas de Marte e Júpiter.
Podem ser utilizados para estudar a história do sistema solar pois:
Ø de acordo com a Hipótese Nebular, todos os astros que compõem o Sistema Solar ter-se-ão formado na mesma
altura, a partir dos mesmos materiais e pelos mesmos processos;
Ø os asteróides são pequenos corpos do Sistema Solar, que se terão formado muito cedo na história do mesmo e
que não terão tido alterações posteriores, para além das que decorrem do impacto de meteoritos;
Ø a ausência de atividade geológica em asteróides, logo após a sua formação, permitiu preservar as caraterísticas
primitivas dos astros do Sistema Solar.
Cometas: corpos muito primitivos dos sistema solar, rochosos, com órbitas muito excêntricas relativamente ao Sol. São
constituídos por núcleo, cabeleira e cauda. Quando se aproximam do Sol ocorre a diminuição da sua massa por sublimação
(passagem do gelo sólido a vapor) de alguns dos seus constituintes.
Meteoróides: corpos de dimensões variáveis, provenientes do espaço, que se tornam incandescentes ao atravessar a
atmosfera, oriundos essencialmente da cintura de asteróides. O rasto luminoso deixado por eles ao atravessar a atmosfera
chama-se meteoro. Quando uma parte dos meteoróides consegue atingir a superfície, tem o nome de meteorito.
Meteoritos Composição
Sideritos (férreos) Essencialmente liga de ferro e níquel,
Aerólitos (pétreos) Essencialmente minerais silicatados
Siderólitos (petroférreos) 50% minerais silicatados, 50% liga de ferro e níquel

1.3 A Terra – acreção e diferenciação.

A diferenciação da Terra foi provocada por energia de diferentes fontes:


Ø Calor resultante do impacto dos planetesimais - acreção;
Ø Calor resultante da compressão dos materiais constituintes;
Ø Calor resultante da desintegração radioativa.
A Terra passou de um corpo homogéneo para um corpo zonado, com núcleo denso, essencialmente constituído por ferro,
uma crosta, composta de materiais pouco densos, e o manto, formado por materiais de densidade intermédia, compreendido
entre o núcleo e a crosta. Em consequência da diferenciação formou-se ainda a atmosfera e a hidrosfera.
A diferenciação da Terra foi provocada pela fusão dos materiais devido ao calor interno, materiais que se distribuíram de
acordo com as suas densidades: assim o ferro e níquel deslocaram-se para o centro, os materiais menos densos
deslocaram-se para a periferia, formando a crosta. A massa da terra é suficiente para atrair os gases que constituem a
atmosfera.
A temperatura amena da terra (15ºC) é determinada pela sua distância ao sol, pelo efeito de estufa (devido aos gases
da atmosfera, que impedem que muita radiação abandone a terra) e existência de água líquida.
Sequência cronológica de acontecimentos da origem e evolução da Terra.
Ø Rotação de uma nébula de poeiras e gás.
Ø Aglutinação de materiais da nébula solar, devida à força gravítica.
Ø Acreção de planetesimais e formação de um planeta homogéneo de ferro e de silicatos (rochas).
Ø Aumento da massa e das dimensões da Terra primitiva, com consequente aumento da compressão gravítica.
26
Ø Fusão parcial dos materiais, devido a impactos meteoríticos e à desintegração radioativa.
Ø Diferenciação interna, de acordo com as densidades dos materiais.
Ø Individualização das unidades estruturais crosta, manto e núcleo.
Ø Formação de uma atmosfera primitiva.
Ø Aparecimento da vida

27
2. A Terra e os planetas telúricos.

2.1 Manifestações da atividade geológica.

Os planetas telúricos podem ser classificados como sendo geologicamente ativos (Terra e Vénus) e geologicamente
inativos (Mercúrio e Marte). Urn planeta será geologicamente ativo se nele for possível, observar ou detetar sinais de
dinâmica externa e/ou interna, tais, como, por exemplo, erupções vulcânicas, sismos, escorrências de água. Se tal
não ocorrer, então o planeta é considerado, do ponto de vista geológico, inativo. No entanto, urn planeta que atualmente é
considerado geologicamente inativo, no passado pode ter tido atividade.

2.2 Sistema Terra-Lua, um exemplo paradigmático.

A Lua, satélite natural da Terra, apresenta morfologia irregular, alternando regiões montanhosas muito acidentadas com
regiões baixas e muito planas. Como a Lua não possui atmosfera, a temperatura lunar varia, ao nível do solo, entre 130
°C, nas condições de insolação máxima, e –200 °C, nas condições de insolação mínima.
No entanto, a Lua não é o planeta «seco» que se imaginava que fosse, e a possível origem da água lunar tem alimentado
diversas pesquisas científicas.
Todavia, os últimos resultados mostram que a água, sob a forma de gelo, está concentrada em áreas localizadas no subsolo,
em latitudes elevadas (polos). Estes dados parecem indicar que o gelo lunar terá tido origem exógena, em cometas e em
meteoritos que continuamente atingiram a Lua (acreção) nos primeiros momentos da sua formação.
A Lua tem uma baixa força gravítica (devido à sua pequena massa), daí que não tenha atmosfera nem hidrosfera. A
superfície da lua é formada essencialmente por rochas magmáticas, que formam zonas negras, os “mares”, planos e
constituídos por basaltos e “continentes”, acidentados, constituídos por anortositos, rochas claras, feldspáticas, que
refletem bastante a luz.
Como a Lua, atualmente não tem atividade geológica interna nem externa (planeta geologicamente inativo), a superfície
lunar mantem-se quase inalterada desde há milhões de anos. As alterações ocorridas na superfície lunar resultam de
impactos meteoríticos que podem provocar a ocorrência de vulcanismo e sismos. As crateras de impacto são mais
abundantes e protuberantes nos continentes mais antigos do que nos mares mais recentes.
A lua tem influência nas marés e o seu período de rotação tem a mesma duração que o de translação.

28
3. A Terra, um planeta único a proteger.

3.1 A face da Terra. Continentes e fundos oceânicos.

Continentes
Ø Escudos: rochas que afloram; formam os núcleos dos continentes.

Ø Plataformas estáveis: zonas de escudos que não afloram porque estão cobertos de sedimentos.

Ø Cinturas orogénicas recentes: cadeias resultantes de colisões entre continente-continente ou placa oceânica-
continente.

Fig. 1 – Corte de uma área continental

Os Oceanos
• Domínio continental
Ø Plataforma continental: faz parte da crosta continental e prolonga o continente sob o mar.

Ø Talude continental: limite da parte imersa do domínio continental; tem declive acentuado.

• Domínio oceânico
Ø Planícies abissais: de profundidade compreendida entre 2500 e 6000m. Por vezes podem existir fossas.

Ø Dorsais: situam-se na parte média ou bordas oceânicas. Contêm um vale central – rifte.

29
Fig. 2 – Estrutura dos fundos oceânicos

3.2 Intervenções do Homem nos subsistemas terrestres.


3.2.1 Impactos na geosfera.

A Revolução Industrial, no séc. XIX, provocou transformações muito grandes nas estruturas sociais, políticas e
económicas. A partir daqui, o crescimento da população humana mundial foi exponencial. O consumo de energia
aumentou também assim como a utilização dos recursos naturais, que tendem para o esgotamento.
Os progressos científicos e técnicos são bem visíveis e os problemas ecológicos, como a poluição dos solos, das
águas e do ar agravaram-se.
À medida que a população humana aumenta, os ecossistemas naturais vão reduzindo de tamanho e têm dificuldade
em libertar-se de desperdícios, os poluentes, que assim se vão acumulando. A actividade humana causa efeitos
indesejáveis a todos os seres vivos da biosfera porque provoca:
Ø a degradação da terra, com alteração da sua qualidade;
Ø a destruição das florestas tropicais;
Ø a poluição das águas subterrâneas, dos oceanos e mares;
Ø a formação do “smog”;
Ø a formação de chuvas ácidas;
Ø a destruição da camada de ozono;
Ø o aquecimento global.

Alteração do solo
As áreas habitacionais desenvolvem-se à volta das grandes cidades, com a consequente diminuição das terras
agrícolas.

Erosão e desertificação - a erosão do solo é provocada pelo vento e pelas chuvas que arrastam o topo do solo,
deixando-o exposto. Estima-se que a erosão remova a sua superfície, a uma taxa três vezes superior à que o solo pode
ser refeito por meios naturais. Isto origina a diminuição da produtividade das terras agrícolas e para manter essa
produtividade, o homem emprega mais fertilizantes e pesticidas e consome mais energia.
Para evitar a erosão do solo, utiliza-se por vezes a agricultura de não cultivo. Este tipo de agricultura consiste em
deixar os restos da colheita anterior no próprio local em vez de arar a terra. Na altura da sementeira usa-se um disco
para fazer sulcos onde se colocam novas sementes. Este método requer o uso de herbicidas fortes para evitar o
30
crescimento de ervas daninhas e de pesticidas para evitar o alastramento das pestes nestes solos. Alguns preferem
métodos mais antigos para evitar a erosão do solo, pois este acarreta novos problemas.
Outro processo, a desertificação, conduz à transformação de terras marginais em desertos. Este fenómeno tem
sido particularmente evidente ao longo da faixa sul do deserto do Saara, onde cerca de 350 000 milhas quadradas de
terra de pastagem e produtiva se transformaram em deserto nos últimos 50 anos.

Exploração da floresta tropical - existem ainda florestas tropicais virgens no sudeste da Ásia e Oceânia, América
do Sul e Central e África. No entanto, estão ameaçadas de exploração humana, pois as pessoas dos países
desenvolvidos querem todo o tipo de coisas, feitas de madeiras tropicais.
Na Malásia e Filipinas procedeu-se já ao corte e transporte de madeiras de tal modo que a melhor floresta tropical
desapareceu. A Indonésia e o Brasil promovem também o derrube sistemático das florestas, exportando as madeiras
para os Estados Unidos, Japão e Europa.
Na floresta Amazónica, nomeadamente, pratica-se a agricultura itinerante sobre queimadas, onde as árvores são
cortadas e queimadas para se obterem solos livres para as sementeiras. Estas terras só são férteis durante alguns anos,
pois os nutrientes inorgânicos retornam imediatamente aos produtores e não se acumulam no solo. Deste modo, o
agricultor abandona a terra deslocando-se para outra zona da floresta onde vai cortar e queimar novamente.
As florestas tropicais apresentam uma diversidade biológica muito maior do que as outras. Julga-se que no total,
cerca de metade das espécies do mundo vivem na floresta tropical. Um estudo estimou que estão em perigo de
desaparecer dentro de 200 anos, cerca de um milhão de espécies de plantas e animais, devido à desflorestação em
países tropicais. Muitas destas formas de vida nunca foram estudadas e julga-se que muitas nunca o serão.
Desperdícios sólidos - a população mundial produz por ano biliões de toneladas de desperdícios sólidos, acabando
muitos deles na terra. Estes desperdícios são constituídos pelo lixo doméstico, desperdícios industriais, lixo da mineração
e lamas de esgotos. Alguns destes contêm substâncias que provocam doenças ao homem e por vezes a morte; são
chamados desperdícios aleatórios.
Estas substâncias como por exemplo metais pesados ou resíduos nucleares vão-se acumulando nos seres vivos ao
longo das cadeias alimentares, atingindo níveis perigosos nos últimos elos da cadeia. Isto ocorre mais facilmente nas
cadeias alimentares aquáticas porque possuem mais níveis tróficos do que as terrestres. O homem é o consumidor final
em ambos os tipos de cadeias alimentares recebendo por isso quantidades detectáveis dessas substâncias tais como o
DDT e PCB (organocloroides).
O despejo de desperdícios aleatórios nos solos são perigosos para a saúde pública porque os químicos passam para
as redes de abastecimento de água contaminando-a. As doenças, nomeadamente algumas formas de cancro são
vulgares nas regiões onde são enterrados os desperdícios químicos.

Poluição das águas


Águas superficiais - Todos os tipos de poluentes de várias fontes vão poluir as águas superficiais.
As estações de tratamento de esgotos tendem a minorar a poluição, ajudando a degradar desperdícios orgânicos.
Geralmente, nestas estações usam-se bactérias para transformarem a matéria orgânica em matéria mineral, como
nitratos e fosfatos que entram então nas águas superficiais. Estas substâncias juntamente com os fertilizantes em
excesso que são arrastados pelas águas das chuvas, provocam a eutrofização. Este processo inicia-se com o
crescimento anormal de algas, devido à grande quantidade de fertilizantes nas águas. Estas, quando morrem, são
decompostas por microrganismos que consomem grandes quantidades de oxigénio. Isto conduz à morte massiva de
peixes e de outras formas de vida aquática.

31
Os desperdícios industriais que incluem materiais pesados e outros compostos são também muito perigosos. Estes
materiais não são degradados de imediato, em condições naturais, nem nas estações de tratamento de esgotos
convencionais. Acumulam-se no fundo dos deltas e estuários, causando problemas ambientais quando mexidos.
Águas subterrâneas - em áreas de cultura animal intensiva ou em zonas com grande quantidade de fossas
assépticas, as excreções azotadas, como por exemplo a amónia, são convertidas por bactérias do solo, em nitrato
solúvel que se infiltra no solo. Este pode chegar aos lençóis aquíferos subterrâneos.
A indústria também polui os aquíferos, através do lançamento das águas residuais com poluentes químicos em poços
fundos, dos quais os produtos químicos escapam.
Águas dos mares e oceanos - as regiões costeiras são as receptoras imediatas dos poluentes locais e as receptoras
finais dos poluentes trazidos pelos rios que lá desaguam. As correntes oceânicas transportam por vezes o lixo e os
poluentes de volta à costa. Estão neste caso, as garrafas plásticas não biodegradáveis e outros recipientes que
vulgarmente cobrem as praias. Alguns destes, tais como os plásticos que seguram as embalagens de 6 latas causam a
morte das aves, peixes e mamíferos marinhos que os tomam por comida e ficam emaranhados neles.
Os grandes derramamentos de petróleo provocam a morte do plâncton, dos peixes e moluscos, assim como de aves
e mamíferos marinhos.

Poluição do ar
A atmosfera é constituída por duas camadas: a estratosfera e a troposfera. A primeira fica entre os 15 Km e os 50Km
acima da superfície terrestre. Nesta zona a energia solar decompõe o oxigénio molecular e os átomos de oxigénio
combinam-se para formar O3 composto designado ozono. Esta camada absorve os raios ultravioletas impedindo-os
de chegar à terra, permitindo assim que a vida se desenvolva nela, pois estes raios são letais.
A troposfera é a camada mais próxima da superfície terrestre e é constituída por 78% de azoto, 21% de oxigénio,
0,3% de dióxido de carbono e o restante de gases raros e vapor de água.
A principal fonte poluidora do ar é a combustão do petróleo, carvão e gás natural (combustíveis fósseis), nas fábricas,
centrais energéticas ou nos veículos automóveis. A necessidade de energia cria os maiores problemas ecológicos.

Chuvas ácidas - tanto o dióxido de enxofre como os óxidos de azoto são convertidos em ácidos quando combinados
com o vapor de água da atmosfera, reação que é promovida pelo ozono (O3) no smog. Estes ácidos voltam à terra, quer
através de chuvas ácidas quer através de sulfato e sais de nitrato.
Hoje associa-se a deposição de ácido à morte de lagos e florestas, principalmente na América do Norte e Europa. O
ácido corrói o mármore, o metal e o trabalho em pedra, um efeito mais evidente nas cidades. Pode também degradar o
abastecimento de água e atacar o cobre das canalizações.
Aquecimento global - certos poluentes do ar permitem que os raios solares os atravessem mas depois absorvem e
irradiam o calor de volta à terra. Este fenómeno é chamado o efeito de estufa porque o vidro de uma estufa permite que
a luz solar o atravesse, mas prende o calor resultante dentro da estrutura. Os poluentes do ar responsáveis por este
efeito são conhecidos como gases de estufa e são o dióxido de carbono (CO2), que resulta das combustões, o metano
(CH4), proveniente do biogás, decomposição bacteriana, sedimentos e arrozais inundados, etc.
Os efeitos ecológicos, de uma subida de 5ºC na temperatura global, seriam catastróficos: o nível das águas do mar
subiria, devido ao degelo das calotes polares e à expansão da água aquecida. Ocorreriam inundações costeiras e muitas
cidades desapareceriam.
Destruição da camada de ozono - é causada essencialmente por clorofluorcarbonetos (CFCs ). Estes compostos
reagem quimicamente nas superfícies das partículas geladas dentro das nuvens, libertando cloro ativo, que pode reagir
com o ozono na camada de ozono.

32
A destruição da camada de ozono permitirá que mais raios ultra violeta entrem na troposfera. O cancro da pele tem
tendência a aumentar e as plantas e animais que fazem parte do plâncton poderão morrer.

3.2.2 Proteção ambiental e desenvolvimento sustentável.

Uma população estável em tamanho teria muitos benefícios para o homem. A preservação ambiental constituiria um
valor importante. As fontes energéticas renováveis, como a energia solar, eólica e das marés, seriam utilizadas, a
poluição seria mínima e a exploração em excesso cessaria - desenvolvimento sustentável. A diversidade biológica
manter-se-ia. Os princípios ecológicos serviriam de guias para todos os especialistas, criando uma aproximação ao
ambiente. Num mundo estável todas as pessoas se esforçariam por trabalhar de modo a conseguir o equilíbrio nos
ecossistemas.
A qualidade de vida seria melhor numa sociedade em estado estável, pois não haveria aumento da população anual,
logo também não haveria aumento do consumo dos recursos.

33
AVALIAÇÃO

34
GRUPO I

No âmbito do projeto Deep Impact da NASA, a sonda espacial Impactor, com 370 kg, colidiu, a 4 Julho de 2005, com o
cometa Tempel 1, descoberto em 1867 por Ernst Tempel. Este cometa, cuja órbita tem um período de cinco anos e meio,
constitui um excelente objeto de estudo em astrogeologia. O choque provocou uma explosão de luz e originou uma cratera
de dimensões equivalentes às de um campo de futebol. Os objetivos principais deste projeto foram tentar compreender o
impacto que um cometa teria na superfície da Terra e avaliar a evolução do manto e da crosta terrestres, a partir dos dados
fornecidos pelo impacto num corpo celeste que pode ser contemporâneo da formação do sistema solar e que, como tal, se
apresenta como um «fóssil».
Os resultados foram conseguidos através de telescópios e de outros instrumentos, como a nave flyby, cujo objetivo era
fotografar o impacto. Os instrumentos registaram espetros de luz que não são compatíveis com materiais terrestres. Foi
também registada a existência de água, de etanol e de compostos orgânicos de carbono.
Na resposta a cada um dos itens de 1 a 3, selecione a única opção que permite obter uma afirmação correta.
1. A aproximação de um cometa em relação ao Sol provoca, no primeiro,
(A) o aumento da sua massa e a solidificação de alguns dos seus constituintes.
(B) a diminuição da sua massa e a solidificação de alguns dos seus constituintes.
(C) o aumento da sua massa e a sublimação de alguns dos seus constituintes.
(D) a diminuição da sua massa e a sublimação de alguns dos seus constituintes.
2. Com um período de cinco anos e meio, o cometa Tempel 1 é visível da Terra apenas durante algum tempo, apresentando
uma órbita
(A) excêntrica em torno do Sol. (B) concêntrica em torno do Sol.
(C) concêntrica em torno da Terra. (D) excêntrica em torno da Terra.
3. Os espetros de luz registados após o impacto da sonda evidenciam, no cometa Tempel 1, a presença de
(A) outras formas de vida. (B) substâncias desconhecidas na Terra.
(C) água no estado sólido. (D) compostos carbonatados.
4. Explique de que forma a colisão da sonda Impactor com a superfície do cometa Tempel 1 pode contribuir para o
conhecimento dos materiais constituintes da Terra aquando da sua formação.
5. Faça corresponder, de acordo com as suas propriedades, cada tipo de corpo do sistema solar, referido na coluna A, à
respetiva designação, que consta da coluna B.
COLUNA A COLUNA B
(1) Asteróide
(a) Corpo rochoso que se desloca entre as órbitas de Marte e de Júpiter. (2) Cometa
(b) Corpo que resiste à atmosfera terrestre e que pode ser recuperado. (3) Estrela
(c) Corpo que orbita em torno de um planeta principal. (4) Meteorito
(d) Corpo sem luz própria, com elevada dimensão e com baixa densidade. (5) Planeta gasoso
(e) Corpo diferenciado e com caraterísticas essencialmente rochosas. (6) Planeta telúrico
(7) Planetesimal
(8) Satélite

35
6. Europa e Calisto, duas das luas do planeta Júpiter, são planetas
(A) secundários, que orbitam em torno de um planeta de núcleo metálico.
(B) principais, que orbitam em torno de um planeta essencialmente gasoso.
(C) secundários, que orbitam em torno de um planeta gigante.
(D) principais, que orbitam em torno de um planeta telúrico.
GRUPO II
O quadro I apresenta algumas das propriedades de quatro planetas principais do Sistema Solar.

Terra Marte Júpiter Urano


Período de rotação 1 1,03 0,415 – 0,72
Raio equatorial* 1 0,53 11,21 4,01
Gravidade* 1 0,377 2,36 0,889
Massa* 1 0,107 317,8 14,5
Densidade (g cm–3) 5,515 5,515 1,393 1,27
Composição atmosférica 78% N2 95% CO2 90% H2 82% H2
(valores aproximados) 21% O2 3% N2 10% He 15% He
H2O; Ar 2% Ar 2% CH4
Temperatura à superfície +15 – 65 – 110 – 173
O eixo de rotação de Urano está próximo do plano da órbita. É neste referencial que é apresentado o respetivo período de rotação.

1. Colocou-se a hipótese de um dado planeta ser um dos planetas telúricos caraterizados no quadro I.
Faça corresponder V ou F a cada uma das letras que identificam as afirmações seguintes, de acordo com a possibilidade
de serem utilizadas como argumentos a favor da hipótese mencionada.
A – Os materiais que o constituem apresentam densidade superior a 3 g cm–3.
B – A duração de um dia nesse planeta é inferior à duração de um dia terrestre.
C – Apresenta rotação em sentido retrógrado, independentemente da inclinação do eixo.
D – O azoto é um dos constituintes da sua atmosfera.
E – O levantamento de um peso exigiria nele maior esforço que na Terra.
F – Apresenta temperaturas médias, à superfície, entre -100 °C e +100 °C.
G – Apresenta uma dimensão semelhante ou inferior à da Terra.
H – A massa do planeta é superior à da Terra.
2. É possível determinar a idade de formação do Sistema Solar recorrendo a métodos de datação absoluta. Serão
condições necessárias para que uma dada rocha possa ser utilizada com este fim: a rocha ser oriunda de um astro do
Sistema Solar onde _____ atividade geológica interna e a amostra não ter sido alvo de _____ posterior.
(A) não se tenha verificado […] contaminação (B) não se tenha verificado […] alteração física
(C) se tenha verificado […] contaminação (D) se tenha verificado […] alteração física

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3. Para que pudesse ocorrer, na atualidade, atividade vulcânica em Marte, teria de se verificar nesse planeta…
(A) … o impacto de um meteorito de grandes dimensões.
(B) … a actividade geológica interna resultante de esforços de natureza tectónica.
(C) … o aumento da temperatura, devido à desintegração de elementos radioactivos.
(D) … a fusão de materiais, devida à compressão resultante do peso de rochas sobrejacentes.
4. Durante a sua génese, os diferentes planetas do Sistema Solar sofreram _____, processo responsável pela respetiva
_____.
(A) acreção […] estrutura em camadas concêntricas
(B) acreção […] zonação térmica
(C) diferenciação […] estrutura em camadas concêntricas
(D) diferenciação […] zonação térmica

5. Analise as formulações que se seguem, relativas a acontecimentos que, de acordo com a Hipótese Nebular, explicam
a origem e formação do Sistema Solar.
Reconstitua a sequência temporal dos acontecimentos mencionados, segundo uma relação de causa-efeito, colocando
por ordem as letras que os identificam.
A – Acreção de pequenos fragmentos rochosos.
B – Formação de uma atmosfera primitiva.
C – Ascensão de materiais menos densos à superfície dos planetas.
D – Rotação de uma nébula de poeiras e gás.
E – Crescimento rápido dos planetas, a partir de planetesimais.
6. Em 1799, perto da localidade de Roseta, no delta do rio Nilo, um soldado de Napoleão encontrou um bloco de rocha
com inscrições em três tipos de caracteres. A «pedra de Roseta», como passou a ser conhecida, permitiu decifrar o
significado da escrita hieroglífica, o que constituiu um contributo fundamental para um melhor conhecimento da civilização
egípcia.
Alguns astrónomos consideram cometas e asteróides as «pedras de Roseta» do Sistema Solar. A Agência Espacial
Europeia (ESA) lançou no espaço, em Março de 2004, uma sonda com o nome de Roseta, com a qual pretende recolher
informações mais precisas sobre cometas e, eventualmente, sobre asteróides.
Explique de que modo os asteróides, considerados as «pedras de Roseta» do Sistema Solar, podem ser utilizados na
reconstituição da história da Terra, de acordo com a Hipótese Nebular.

37
GRUPO III
O meteorito do Alandroal

No dia 14 de novembro de 1968, deu-se a queda de um meteorito na herdade das Tenazes, a cerca de 3 Km de Juromenha,
no concelho do Alandroal.
A queda, ocorrida cerca das 18 horas e 55 minutos, foi precedida de um clarão e de um som semelhante a um tiro de
canhão. O meteorito encontrado pelos camponeses produziu, no solo, uma pequena cratera com cerca de 80 cm de
profundidade. O meteorito foi recolhido, aproximadamente, às 11 horas do dia 15 de novembro. O relatório feito pelos
cientistas que estudaram o meteorito refere dimensões aproximadas de 30 × 20 × 10 cm, 25,250 kg de massa e uma
mineralogia simples. A análise revelou que o meteorito era composto, fundamentalmente, por minerais de ferro e níquel,
apresentando uma densidade de 7,82, o que permitiu classificá-lo como um siderito. Um meteoróide, quando em órbita em
torno do Sol, é bombardeado pela radiação cósmica. Depois de ter caído na Terra, a atmosfera protege o meteorito dessa
radiação, passando a verificar-se apenas o decaimento de alguns dos isótopos de radiação cósmica recebidos. A idade
terrestre dos meteoritos achados, nos casos em que não foi possível encontrá-los aquando da sua queda, é determinada
por comparação com as idades de meteoritos recuperados logo após a sua queda, como aconteceu com o meteorito do
Alandroal. Para determinar a idade terrestre dos meteoritos, são utilizados alguns isótopos, como, por exemplo, o 36Cl.

Na resposta a cada um dos itens de 1. a 3., selecione a única opção que permite obter uma afirmação correta.

1. A maior parte dos meteoritos provenientes de asteróides tem origem numa zona do sistema solar situada entre
(A) Vénus e Terra. (B) Terra e Marte. (C) Marte e Júpiter. (D) Júpiter e Saturno.

2. A contagem da idade terrestre de um siderito tem sempre início no momento


(A) da entrada em órbita do respetivo meteoróide. (B) do contacto do meteorito com o solo.
(C) da formação do respetivo meteoróide. (D) do achado do meteorito.
3. O meteorito mais antigo que se conhece terá caído há cerca de 500 000 anos. Admitindo que a sua idade tenha sido
obtida com recurso ao isótopo 36Cl, cujo tempo de semivida é 300 000 anos, originando o isótopo 36Ar, pode concluir-se
que, na altura da queda,
(A) a proporção do isótopo pai em relação ao isótopo filho é superior a 50 %.
(B) a proporção do isótopo pai em relação ao isótopo filho é inferior a 50 %.
(C) a razão dos isótopos 36Cl / 36Ar é igual a 0,5.
(D) a razão dos isótopos 36Cl / 36Ar é igual a 1.
4. Ordene as letras de A a E, de modo a reconstituir uma possível sequência cronológica de acontecimentos
relacionados com uma queda meteorítica na superfície da Terra.
A. Vaporização de matéria na superfície de um meteoro.
B. Fragmentação de um corpo em órbita na cintura de asteroides.
C. Interação de um corpo celeste com a atmosfera terrestre.
D. Interação de um meteoroide com o campo gravítico da Terra.
E. Formação de uma cratera por embate de um meteorito.

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5. Identifique a face da Lua na qual é mais intenso o impacto meteorítico.
Justifique a sua resposta, tendo em conta as dimensões relativas da Terra e da Lua e o facto de este satélite apresentar
períodos de translação e de rotação iguais.
GRUPO IV
Depósitos de água e exploração lunar
A Lua, satélite natural da Terra, apresenta morfologia irregular, alternando regiões montanhosas muito acidentadas com
regiões baixas e muito planas. Como a Lua não possui atmosfera, qualquer substância na sua superfície está diretamente
exposta ao vácuo. A temperatura lunar varia, ao nível do solo, entre 130 °C, nas condições de insolação máxima, e –200
°C, nas condições de insolação mínima.
No entanto, a Lua não é o planeta «seco» que se imaginava que fosse, e a possível origem da água lunar tem alimentado
diversas pesquisas científicas. Alguns cientistas defendem que a Lua se formou pela fusão e pelo posterior arrefecimento
de fragmentos resultantes da colisão de um corpo espacial com a Terra, há cerca de 4,5 mil milhões de anos. Ter-se-á,
então, formado na Lua um «mar» de magma, onde haveria água, podendo parte desta ter ficado retida nos minerais em
cristalização.
A partir de dados recolhidos pela missão Lunar Prospector (1998), a NASA anunciou a existência de água gelada quer no
polo sul, quer no polo norte. No início, o gelo parecia estar dispersamente misturado com o rególito lunar (rochas superficiais,
solo e poeira) em baixas concentrações (0,3% a 1%). Todavia, os últimos resultados mostram que a água, sob a forma de
gelo, está concentrada em áreas localizadas no subsolo, em latitudes elevadas. Estes dados parecem indicar que o gelo
lunar terá tido origem em cometas e em meteoritos que continuamente atingiram a Lua nos primeiros momentos da sua
formação.
A existência de água na Lua poderá tornar possível a instalação de células de combustível neste planeta. As células de
combustível são dispositivos eletroquímicos que transformam continuamente energia química em energia elétrica, utilizando
o hidrogénio. A descoberta de água lunar pode funcionar como impulsionadora de novas explorações espaciais, tanto mais
que as naves espaciais utilizam cerca de 85% do seu combustível para saírem da influência da gravidade da Terra.
Na resposta a cada um dos itens de 1. a 6., selecione a única opção que permite obter uma afirmação correta.
1. De acordo com os dados recolhidos pela missão Lunar Prospector, a água encontrada no subsolo lunar tem uma origem
fundamentalmente
(A) endógena, que remonta à fase de diferenciação.
(B) endógena, que remonta à fase de acreção.
(C) exógena, que remonta à fase de acreção.
(D) exógena, que remonta à fase de diferenciação.
2. Os últimos dados relativos à descoberta de gelo lunar pela missão Lunar Prospector foram obtidos a partir da observação
de
(A) crateras profundas não iluminadas pelo Sol, onde a temperatura é muito baixa.
(B) rochas de cor clara, onde a reflexão da luz solar é muito intensa.
(C) rochas superficiais densas, onde a gravidade permite a retenção do gelo.
(D) crateras superficiais, onde se acumula poeira de origem meteorítica.
3. Na Lua, a atividade geológica
(A) externa é promovida pela existência de água. (B) externa é evidenciada por crateras de impacto.
(C) interna é favorecida por correntes de convexão. (D) interna atual é evidenciada por escoadas lávicas.
4. A Terra é um planeta telúrico, pois

39
(A) é interior à cintura de asteroides. (B) apresenta baixa densidade.
(C) é um planeta de reduzidas dimensões. (D) apresenta crusta silicatada.
5. A idade de formação do sistema solar pode ser estimada, por datação radiométrica, a partir de amostras de
(A) meteoritos que evidenciam a ocorrência de atividade geológica interna nos asteróides que lhes deram origem.
(B) meteoritos que evidenciam a inexistência de diferenciação nos asteróides que lhes deram origem.
(C) rochas ígneas lunares, recolhidas em crateras de impacto de cometas.
(D) rochas metamórficas lunares, recolhidas em crateras de impacto de cometas.

6. O estudo dos cometas contribui para a compreensão da formação e da evolução do sistema solar, porque aqueles corpos
(A) resultam da fragmentação de planetas primitivos.
(B) apresentam órbitas excêntricas à volta do Sol.
(C) têm uma constituição semelhante à da nébula primitiva.
(D) são constituídos essencialmente por gelo e rochas.
7. Ordene as letras de A a E, de modo a reconstituir a sequência cronológica dos acontecimentos que, segundo a teoria da
nébula solar, terão ocorrido no processo de formação do sistema solar.
A. Génese do protossol, em consequência de reações termonucleares.
B. Formação de protoplanetas, por fenómenos de acreção.
C. Contração gravítica da nébula de gases e poeiras, por efeito da força gravitacional.
D. Organização interna dos planetas, resultante de diferenciação.
E. Aglutinação de planetesimais, por ação da gravidade.

8. Explique, de que modo a recente descoberta de água na Lua poderá ser vantajosa em futuros programas de exploração
espacial.
9. Ordene as letras de A a G, de modo a reconstituir a sequência cronológica dos acontecimentos relacionados com a
origem e a evolução da Terra.
A. Aglutinação de materiais da nébula solar, devida à força gravítica.
B. Individualização das unidades estruturais crosta, manto e núcleo.
C. Diferenciação interna, de acordo com as densidades dos materiais.
D. Aumento da massa e das dimensões da Terra primitiva, com consequente aumento da compressão gravítica.
E. Fusão parcial dos materiais, devido a impactos meteoríticos e à desintegração radioativa.
F. Acreção de planetesimais e formação de um planeta homogéneo de ferro e de silicatos.
G. Formação de uma atmosfera rica em ozono.

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GRUPO V
Uma massa de gás e de poeira fina, animada de movimento de rotação, terá estado na origem do Sistema Solar. Esta
hipótese foi sugerida, em 1755, pelo filósofo alemão Immanuel Kant.
No final do século XX esta ideia foi retomada e reformulada pelos astrónomos, sendo actualmente a teoria mais aceite para
explicar a formação do Sistema Solar.

1. A origem do Sistema Solar sugerida por Kant serviu de base à hipótese…


(A) …uniformitarista. (B) …catastrofista. (C) …gradualista. (D) …nebular.

2. A rotação da massa de gás e de poeira fina que terá estado na origem do Sistema Solar é apoiada pelo facto de nele
existirem planetas…
(A) …com movimento de rotação em sentido contrário ao de translação.
(B) …que apresentam a mesma composição química.
(C) …que efectuam o movimento de translação no mesmo sentido.
(D) …cuja temperatura interna varia de acordo com a sua distância relativamente ao Sol.

3. As afirmações seguintes dizem respeito a características dos planetas telúricos e dos planetas gigantes.
1. Os planetas telúricos apresentam uma superfície sólida, coberta, ou não, por atmosfera.
2.Os planetas gigantes são mais densos do que os planetas telúricos.
3 Os planetas gigantes apresentam um grande número de satélites.
(A) 3 é verdadeira; 1 e 2 são falsas. (B) 1 e 2 são verdadeiras; 3 é falsa.
(C) 2 é verdadeira; 1 e 3 são falsas. (D) 1 e 3 são verdadeiras; 2 é falsa.

4. A 4 de Outubro de 2007, comemorou-se o cinquentenário do lançamento do primeiro satélite artificial – Sputnik. Com o
lançamento deste satélite iniciou-se uma nova era do conhecimento do Espaço, o que proporcionou o desenvolvimento de
várias tecnologias, como os satélites para a pesquisa de recursos naturais (ERTS – Earth Resources Technology Satellites).
No domínio da agricultura, por exemplo, estes satélites permitem detetar a época adequada à colheita e à sementeira e
descobrir regiões potencialmente produtivas.
Explique, a partir da informação fornecida, de que modo a utilização de satélites pode contribuir para o desenvolvimento
sustentável do nosso planeta.

5. As afirmações seguintes dizem respeito a características dos planetas telúricos e gigantes.


1. Os planetas gigantes têm rotação mais rápida do que os planetas telúricos.
2. Os planetas gigantes têm órbitas exteriores à cintura de asteróides.
3. Os planetas telúricos caraterizam-se por apresentarem biosfera.
(A) 3 é verdadeira; 1 e 2 são falsas. (B) 1 e 2 são verdadeiras; 3 é falsa.
(C) 2 é verdadeira; 1 e 3 são falsas. (D) 1 e 3 são verdadeiras; 2 é falsa.

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6. As afirmações seguintes dizem respeito a crateras lunares.
1. As crateras lunares possuem essencialmente rochas de origem sedimentar.
2. As crateras dos continentes lunares não estão sujeitas a intensa erosão.
3. As crateras observadas na Lua estão associadas ao impacto de meteoritos.
(A) 3 é verdadeira; 1 e 2 são falsas. (B) 2 e 3 são verdadeiras; 1 é falsa.
(C) 2 é verdadeira; 1 e 3 são falsas. (D) 1 e 3 são verdadeiras; 2 é falsa.
GRUPO VI
Para os astrónomos, a fronteira do nosso Sistema Solar situa-se a cerca de 150 000 unidades astronómicas (UA)* do Sol.
É o limite de influência gravitacional da nossa estrela. Ao longo deste imenso espaço, encontram-se os diferentes corpos
celestes.
Entre o Sol e as 100 UA entra-se na heliosfera, zona de influência dos ventos solares. É nesta zona que se encontram os
planetas:
• até às 1,5 UA, situam-se os planetas telúricos;
• entre as 5,2 UA e as 30 UA, situam-se os planetas gigantes.
Das 100 UA até às 150 000 UA o sistema encontra-se praticamente vazio, pontilhado de alguns corpos celestes, muito
distantes uns dos outros. É aí que se encontra a nuvem de Oort e os seus núcleos de cometas.
Todos os planetas, com exceção de Vénus e de Marte, possuem um campo magnético intrínseco, que desvia as partículas
com carga elétrica, provenientes do Sol.
* 1 unidade astronómica (UA) = 149 598 000 km

1. A 50 000 UA de distância do Sol podem ser encontrados _______ que, pelo facto de aí se terem formado, são constituídos
essencialmente por materiais de _______ densidade.
(A) cometas ... baixa (C) asteróides ... baixa
(B) asteróides ... elevada (D) cometas ... elevada
2. A Terra encontra-se na heliosfera, estando protegida dos ventos solares por…
(A) apresentar geodinamismo externo. (C) possuir um satélite natural.
(B) possuir campo magnético. (D) apresentar atmosfera.
3. Um planeta que se localize a cerca de 9,5 UA de distância do Sol caracteriza-se por...
(A) apresentar temperaturas médias superficiais elevadas.
(B) ser constituído essencialmente por materiais gasosos.
(C) estar diferenciado em crosta, manto e núcleo.
(D) possuir uma razão massa/volume superior à da Terra.
4. A Lua é um satélite natural que apresenta…
(A) uma atmosfera densa onde predomina o dióxido de carbono.
(B) crateras de impacto distribuídas uniformemente na crosta.
(C) predominância de rochas magmáticas em toda a sua superfície.
(D) idêntica composição litológica em toda a sua superfície.

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5. Faça corresponder a cada uma das afirmações da coluna A, o termo respetivo do constituinte do sistema solar, indicado
na coluna B
coluna A coluna B
I – Vénus
A – Corpo do sistema solar que se desloca geralmente entre as órbitas de II – Júpiter
Marte e Júpiter.
III – Asteróide
B – Corpo do sistema solar que apresenta um elevado efeito de estufa.
IV – Cometa
C – Corpo do sistema solar que apresenta o menor período de translação.
V – Meteorito
D – Corpo do sistema solar que apresenta o maior período de translação.
VI – Saturno
E – Corpo gasoso do sistema solar que se encontra mais próximo do sol.
VII – Neptuno
VIII – Mercúrio

GRUPO VII
Acumulação de Urânio em Plantas Aquáticas
De forma a contribuir para a avaliação do potencial de utilização da vegetação aquática característica de zonas ricas em
urânio na bioindicação de contaminações de urânio e/ou na fitorremediação (utilização de plantas para a remoção de
contaminantes) de águas contaminadas com este metal, uma equipa de investigadores analisou 71 espécies de plantas
aquáticas de uma vasta área, correspondente à região uranífera das Beiras.
Os jazigos uraníferos da área estudada localizam-se em granitos e nas zonas envolventes. Grande parte destes jazigos
foram objeto de exploração, tendo sido privilegiado o processo de lixiviação, como principal método de beneficiação do
minério.
A amostragem foi realizada praticamente em toda a área da província uranífera. Os pontos de amostragem foram
estabelecidos em cursos de água, nos locais onde foi possível observar a ocorrência de espécies aquáticas. Nestes locais,
foram colhidas tanto amostras de água como de plantas aquáticas flutuantes ou enraizadas. Toda a amostragem incluiu 185
locais, tendo sido identificadas 71 espécies, pertencentes a 41 famílias diferentes.
Para a análise do teor de urânio as águas foram filtradas e acidificadas. As plantas foram lavadas, primeiro em água corrente
e depois em água destilada, para remover qualquer resíduo de solo ou outras impurezas, e posteriormente foram secas em
estufa a 60º C e moídas para a análise química.
Na Tabela 1 apresenta-se um sumário dos resultados analíticos das amostras de águas, estando as concentrações de
urânio expressas em µg/l.
Na Tabela 2 apresenta-se um sumário dos resultados analíticos das amostras das plantas mais representativas da área
estudada, estando as concentrações de urânio expressas em mg/kg de peso seco.
TABELA 1
Média máximo mínimo
Linhas de água fora da influência 1,76 9,39 0,23
das minas (n = 170)

Linhas de água sob a influência das 139,4 1220,4 11,32


drenagens das minas (n = 15)

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TABELA 2
Espécie n = número de amostras Média
Callitriche stagnalis 131 34,51
Callitriche brutia 43 4,03
Callitriche lusitanica 21 4,56
Ranunculus trichophyllus 64 4,95
Ranunculus peltatus 5 5,11
Potamogeton natans 11 15,33
Spirodella polyrizha 5 4,10
Apium nodiflorum 31 4,17
Na resposta a cada um dos itens 1 e 2, Selecione a única opção que permite obter uma afirmação correta.
1. Os resultados da investigação apresentada permitem concluir que a concentração de urânio é
(A) maior nas linhas de água sujeitas à influência da drenagem das minas.
(B) menor nas linhas de água mais próximas dos granitos.
(C) maior nas linhas de água mais próximas dos granitos.
(D) menor nas linhas de água sujeitas à influência da drenagem das minas.
2. O objetivo da investigação descrita foi avaliar
(A) o efeito das minas nas águas subterrâneas da zona de exploração dos jazigos uraníferos.
(B) a concentração média de urânio no conjunto das plantas aquáticas da região.
(C) a relação entre as concentrações de urânio na vegetação aquática e na água.
(D) o impacte do processo de lixiviação como principal método de beneficiação do minério.
3. Ordene as letras de A a E, de modo a reconstituir a sequência de zonas da superfície da Terra que se encontram, ao
progredir para Oeste, a partir da região uranífera das Beiras.
A. Dorsal oceânica.
B. Talude continental.
C. Planície abissal.
D. Zonas continentais emersas.
E. Plataforma continental.

4. Explique, de acordo com os resultados obtidos, de que forma a espécie Callitriche stagnalis pode contribuir para a
recuperação de ecossistemas aquáticos contaminados com urânio.

5. Durante uma era glaciar, parte da água que normalmente correria para os oceanos, transportada pelos rios, fica retida
em terra. Em consequência, o nível médio das águas do mar _____, deixando _____ largas áreas das plataformas
continentais.
(A) sobe […] a descoberto (B) sobe […] submersas
(C) desce […] a descoberto (D) desce […] submersas
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6. Um dos fatores que determina a temperatura média à superfície de um planeta como a Terra é...
(A) ... a sua distância ao Sol.
(B) ... a libertação do calor resultante da acreção.
(C) ... a desintegração de elementos radioactivos.
(D) ... a compressão das zonas internas do planeta.
7. Os veículos motorizados interagem com o ambiente através de todo o seu «ciclo de vida» – desde o fabrico até ao seu
uso em estrada e ao seu eventual desmantelamento, quando atingem o «fim de vida». Os seres autotróficos fixam CO2,
contribuindo, assim, para uma tendencial estabilização da concentração deste gás na atmosfera. Após a morte destes
organismos, o enterramento geológico permite a incorporação da matéria orgânica na crosta terrestre (sedimentos),
podendo originar combustíveis fósseis.
A Figura 4 (A e B) representa esquematicamente a circulação do CO2 entre diferentes sistemas.

A B
Figura 4
7.1. Classifique como verdadeira (V) ou falsa (F) cada uma das afirmações seguintes, relativas ao impacte ambiental do
automóvel.
(A) Na produção automóvel, a utilização de plásticos com origem no petróleo diminui o problema energético global.
(B) As fábricas que constroem automóveis usam energia e materiais e geram desperdícios durante a produção de novos
veículos.
(C) A reciclagem dos materiais utilizados no fabrico automóvel repõe a quantidade de recursos naturais extraídos.
(D) A exploração de recursos minerais metálicos para a produção de automóveis interfere nos ciclos geológicos.
(E) O desenvolvimento da indústria automóvel resultou do efeito conjugado do desenvolvimento económico e do crescimento
populacional.
(F) O impacte ambiental provocado pelo automóvel está centrado exclusivamente no seu uso em estrada.
(G) A reutilização dos óleos lubrificantes produzidos pela indústria automóvel diminui a contaminação dos ecossistemas.
(H) Os motores emitem substâncias que afetam a composição do ar, podendo provocar impactes ambientais negativos.
2. O CO2 produzido pelos veículos motorizados é adicionado à atmosfera, onde se acumula, porque…
(A) …tem sido promovida uma intensa florestação a nível global.
(B) …as plantas consomem CO2 à mesma taxa a que este gás é emitido.
(C) …aumentou o recurso a energias alternativas nas últimas décadas.
(D) …a emissão de CO2 para a atmosfera é superior à sua extração.

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8. Juncus effusus é uma planta bem adaptada a ambientes poluidos, acumulando e tolerando metais pesados por processos
de bioacumulação. Esta planta, de pequeno porte, apresenta tolerância a pH baixo (entre 4 e 6) e a concentrações elevadas
de metais, o que permite a sua sobrevivência em condições de toxicidade variável.
Juncus effusus pode ser utilizado na recuperação de solos com elevada concentração de metais e com elevada toxicidade,
provocadas pela atividade mineira. Para esse efeito, esta planta é colocada, antes do repovoamento por outras plantas,
nesses mesmos terrenos.
Justifique a utilização de Juncus effusus nas condições descritas.

9. Explique em que medida, a utilização de fontes termais, na obtenção de energia elétrica, contribui para um
desenvolvimento sustentável de uma região.

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10º ano – Tema III

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TEMA III – COMPREENDER A ESTRUTURA E A DINÂMICA DA GEOSFERA
1. Métodos de estudo do interior da geosfera
Para estudar a estrutura do interior da geosfera usam-se diversos métodos, que se classificam em diretos e indiretos.

1.1. Métodos diretos


Ø Observação e estudo direto da superfície visível: permite o conhecimento de materiais que afloram ou que
podemos ver diretamente em cortes de estrada, de túneis, entre outros.
Ø Exploração de jazigos minerais efetuada em minas e escavações: fornece dados do interior da terra, podendo
alcançar entre os 3km e os 4km de profundidade.

Ø Sondagens: são perfurações mais profundas que a exploração de jazigos, das quais permite retirar rochas com
milhões de anos e informam o geólogo sobre muitos acontecimentos do passado.
Ø Magmas e xenólitos: materiais expulsos pelos vulcões, podendo ser oriundos de profundezas entre os 100km e
os 200km. A composição do magma permite saber as condições de temperatura e pressão da composição do manto
terrestre. O magma, ao movimentar-se, "arranca" fragmentos de rochas do manto e da crosta, constituindo xenólitos ou
encraves.

1.2. Métodos indiretos

Ø Planetologia e astrogeologia: As técnicas que são aplicadas no estudo de outros planetas do sistema solar,
podem ser usadas no estudo da Terra. É possível, por exemplo, determinar indiretamente a massa da Terra aplicando as
leis físicas. O diâmetro do nosso planeta, é hoje determinado através de satélites. Conhecido o diâmetro foi possível
determinar a massa volúmica média do planeta. A astrogeologia aplica princípios e métodos geológicos a um plano mais
vasto, que inclui o sistema solar no seu conjunto. Têm fornecido muitas informações que põem à prova os modelos sobre a
estrutura do interior da geosfera. O estudo de meteoritos, por exemplo, tem permitido reconstruir os primeiros estádios de
formação da Terra e confrontar a natureza e a composição desses meteoritos com as diferentes zonas que se admite
construírem o interior do globo terrestre.

Ø Métodos geofísicos: a geofísica é uma ciência que estuda a Terra por métodos físicos quantitativos, através da
propagação das ondas sísmicas, determinações gravimétricas, eletromagnéticas, geomagnéticas e geotérmicas.

• Gravimetria - estudo de variações no campo gravítico da terra. A Gravidade Terrestre consiste na atração
exercida pela Terra sobre os corpos existentes à sua superfície. (Por convenção, considera-se que o valor
normal da força gravítica ao nível do mar é zero).

Anomalia Gravimétrica é a diferença entre os valores da gravidade, numa determinada zona (medidos através de
gravímetros), e os valores calculados teoricamente para essa mesma zona.

As anomalias gravimétricas são positivas ou negativas e podem ser devidas, por exemplo, à presença de corpos
rochosos com diferentes densidades no interior da crusta.

A presença de rochas menos densas dá origem a anomalias gravimétricas negativas (ex: crusta continental); a
presença de rochas mais densas, leva a anomalias positivas (ex: crusta oceânica).
A presença no subsolo de um doma salino (sal-gema), cuja densidade é inferior às rochas encaixantes, afeta localmente
a força gravítica, provocando uma anomalia negativa. Por sua vez, a presença de um maciço rochoso magmático, mais
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denso do que as rochas envolventes, determina uma anomalia gravimétrica positiva. Ao nível das grandes cadeias
montanhosas existem anomalias gravimétricas negativas.

O estudo do campo gravítico da Terra pode fornecer indicações importantes a respeito do interior da geosfera. Estes
estudos permitiram elaborar hipóteses acerca da constituição dos fundos oceânicos, da distribuição das massas no interior
do planeta e como essa distribuição afeta a distribuição dessas massas à superfície. Assim, verificou-se que o interior da
Terra não é homogéneo como se pensava, ou seja, os materiais variam, quer lateralmente, quer em profundidade.

• Densidade: comparação da densidade de rochas presentes a diversas profundidades.

A densidade global da Terra é de 5.5. No entanto, as rochas da superfície terrestre são muito menos densas,
apresentando uma densidade média de 2.8. Tal significa que os materiais do interior da Terra são muito mais densos (a
densidade do ferro é de 7,8), podendo ser este, o principal elemento que constitui o núcleo terrestre; pode-se concluir
que com a profundidade os valores da densidade vão aumentar, uma vez que, os materiais estão sujeitos a uma pressão
cada vez maior estando mais comprimidos.

• Geomagnetismo: estudo das alterações no campo magnético da Terra.

A Terra tem um campo magnético invisível mas que faz sentir a sua ação. Os cristais funcionam como ímanes “fósseis”
com uma polaridade idêntica à do campo magnético terrestre na altura da sua formação. Atualmente o Norte magnético
(NM) corresponde ao Norte Geográfico (NG) - polaridade normal, mas nem sempre foi assim pois existem rochas em que
os minerais com caraterísticas magnéticas estão orientados para o Sul Geográfico (SG) - apresentam polaridade Inversa.

A existência do campo magnético terrestre apoia o modelo sobre a composição e as caraterísticas físicas do núcleo terrestre.

Anomalias magnéticas positivas: as rochas apresentam polaridade normal – igual à atual (NM corresponde ao NG)
Anomalias magnéticas negativas: as rochas apresentam polaridade Inversa – Norte magnético (NM) corresponde
ao Sul Geográfico (SG).

O paleomagnetismo fornece informações sobre o passado da Terra, pois:

Regista inversões da polaridade do campo magnético terrestre;

Apoia a hipótese da deriva continental e da formação dos fundos oceânicos a partir do rifte;

Permite tirar ilações sobre a posição dos continentes relativamente aos pólos magnéticos;

Permite determinar a latitude geográfica que a rocha em estudo ocupava no momento da sua formação.

• Sismologia: estudo dos sismos e da propagação das ondas sísmicas.

Através da velocidade de propagação das ondas sísmicas no interior da Terra é possível aos geólogos aprofundarem o
seu conhecimento sobre a constituição do interior da Terra.
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Se a Terra fosse homogénea, (se a composição e as propriedades físicas dos materiais fossem idênticas em qualquer
ponto do globo), a velocidade de propagação das ondas sísmicas devia manter-se constante em qualquer direção e a
trajetória dos raios sísmicos seria retilínea. No entanto, isto não acontece, ou seja, a velocidade das ondas sísmicas sofrem
alterações. Algumas ondas são desviadas (refratadas) outras são refletidas e outras deixam de se propagar a partir de
determinada profundidade, podendo assim deduzir–se, que o interior da Terra não tem uma constituíção homogénea.

Ø Geotermismo: tem a ver com o calor do interior da Terra que teve origem no calor resultante do impacto dos
planetesimais - acreção; calor resultante da compressão dos materiais constituintes; calor resultante da
desintegração radioativa.

Fluxo térmico: é a quantidade de calor libertada por unidade de superfície e por unidade de tempo; ocorre uma
transferência de calor do interior da terra para o exterior. O fluxo térmico é um pouco mais elevado junto às dorsais oceânicas
e mais baixo nos escudos.

Gradiente geotérmico: é a taxa de variação de temperatura com a profundidade, isto é, o aumento de temperatura por
quilómetro de profundidade. É mais elevado na litosfera, onde a temperatura pode aumentar 2000ºC em 100Km de
profundidade.

Grau geotérmico – número de metros que é preciso aprofundar na crosta terrestre para que a temperatura aumente
1ºC. Em média, por cada 33m a temperatura aumenta 1ºC. O grau geotérmico depende de fatores como a condutibilidade
térmica das rochas e a proximidade do foco térmico, por exemplo, um vulcão.

2. Vulcanologia

Fig. 1 – Esquema de um vulcão

2.1. Conceitos básicos


Quando o material rochoso sólido, no manto terrestre, passa ao estado líquido, devido ao aumento da pressão e da
temperatura, forma -se o magma que ascende à superfície terrestre, dando origem aos vulcões.
O magma pode preencher espaços no interior da crosta, formando grandes reservatórios, as câmaras magmáticas, ou
reservatórios de menores dimensões, as bolsadas magmáticas. Em torno destes reservatórios existem rochas, sobre as

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quais o magma exerce grande pressão, denominadas rochas encaixantes. Assim, surge uma abertura – cratera – por
onde é ejetada rocha no estado líquido – magma – e material incandescente, originando uma erupção vulcânica, em que
há libertação de material no estado de fusão ígnea (lava) e materiais sólidos (piroclastos). O magma formado em
profundidade sobe através de fraturas na crosta terrestre. Quando o magma chega à superfície passa a designar-se por
lava. A ascensão do magma pode fazer-se por uma só chaminé principal ou pode também subir por fissuras mais
pequenas – chaminés secundárias. Ao longo de sucessivas erupções, vão-se depositando, em redor da cratera, lava
consolidada, cinzas e fragmentos rochosos, constituindo assim o cone vulcânico (pode formar-se apenas um cone
principal ou vários cones secundários ou adventícios).
Um vulcão é considerado ativo no caso de ter entrado em erupção recentemente, ou pelo menos durante períodos
históricos. Um vulcão do qual não há registo de existência de atividade, que se apresenta bastante erodido e do qual não
há registos de erupção é considerado extinto. Vulcões que não estejam completamente erodidos e dos quais não existem
registos de atividade são considerados vulcões adormecidos.
Podem formar-se, na parte superior dos vulcões, grandes depressões chamadas caldeiras. As caldeiras têm forma
circular e paredes íngremes e podem formar-se devido ao afundimento da parte central do vulcão, após fortes erupções, em
que grande quantidade de materiais é rapidamente expelida, ficando um vazio na câmara magmática. A existência de
fraturas circulares e o peso das camadas superiores provocam o abatimento do teto da câmara. Podem também ocorrer
erupções fissurais nas quais a lava é expulsa através de fendas alongadas.

Tipos de erupções
Erupções explosivas: a lava é ácida, rica em sílica, muito viscosa, flui com dificuldade e impede a libertação de gases,
o que provoca a ocorrência de explosões violentas, com libertação de piroclastos de várias dimensões (cinzas, lapilli,
bombas) e nuvens ardentes. Por vezes a lava não chega a derramar, constituindo estruturas arredondadas chamadas
domas ou cúpulas, dentro da cratera. A lava pode chegar a solidificar dentro da chaminé formando agulhas vulcânicas.
Erupções efusivas: a lava é fluida, básica, pobre em sílica,a libertação de gases é fácil e a erupção é calma, com
derramamento de lava abundante. Se os terrenos onde ocorre a erupção forem planos, a lava pode constituir mantos de
lava. Se houver declive acentuado podem formar-se correntes de lava.
Erupções mistas: assumem aspetos intermédios entre as erupções explosivas e as erupções efusivas. Observam-se
fases explosivas, que alternam com fases efusivas.

Vulcanismo residual ou secundário


Ø Fumarolas: emissões de gases e vapores em regiões com manifestações de vulcanismo.
• Sulfataras: essencialmente compostos de enxofre.
• Mofetas: essencialmente dióxido de carbono.
Ø Géiseres: repuxos intermitentes de água e vapor.
Ø Nascentes termais: águas subterrâneas sobreaquecidas devido ao calor dissipado nas regiões vulcânicas. Se
essas águas têm origem magmática, designam-se por águas juvenis.

2.2. Vulcões e tectónica de placas


Ø Vulcanismo associado a fronteiras divergentes – predominantemente do tipo efusivo.
Ø Vulcanismo associado a fronteiras convergentes – predominantemente do tipo explosivo.
Ø Vulcanismo intraplacas – do tipo efusivo, associado à existência de pontos quentes relacionados com a
presença de plumas térmicas.

A pluma térmica ascende no manto e forma um ponto quente na sua extremidade. Se estiver localizada por baixo de placa
continental, forma um manto de basalto e uma cadeia vulcânica (figura 2). Se o ponto quente se localizar por baixo da placa
oceânica, forma uma cadeia de ilhas; as mais antigas serão as mais afastadas do ponto quente, uma vez que a placa está
continuamente em movimento, arrastando as ilhas formadas.

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Fig. 2 - Formação de um manto de basalto e de uma cadeia vulcânica a partir de um ponto quente na extremidade de
uma pluma térmica / Formação de uma cadeia de ilhas a partir de um ponto quente.

2.3. Minimização de riscos vulcânicos – previsão e prevenção


A minimização do risco vulcânico passa pela previsão das erupções, que pode ser feita através da história eruptiva dos
vulcões, isto é, com base no conhecimento de quando existiram erupções e das suas caraterísticas, da vigilância dos
vulcões, recorrendo a uma série de técnicas e equipamentos.
Nos episódios efusivos, formam-se escoadas de lava que se deslocam lentamente, possibilitando a fuga atempada da
população ou o controlo da direção do fluxo de lava, enquanto que num episódio explosivo, formam-se nuvens ardentes que
se deslocam rapidamente sem qualquer controlo, sendo por isso mais perigosos.
A história dos vulcões permite estabelecer mapas de risco vulcânico, importantes a nível do planeamento e
ordenamento do território e da atuação da proteção civil, assim a evacuação atempada das zonas potencialmente
atingidas pode prevenir a ocorrência de vítimas.
A vigilância dos vulcões passa pela identificação de um conjunto de sinais precursores de uma erupção no sentido de
saber quando é que ela vai ocorrer, como por exemplo, a avaliação do pH das águas da região envolvente, a concentração
de CO2 atmosférico e observação de sismogramas, de modo a identificar alterações significativas na amplitude das ondas
sísmicas.

3. Sismologia
3.1. Conceitos básicos
Sismo é o movimento vibratório e brusco da crosta terrestre, devido, a uma libertação brusca de grande quantidade
de energia. A movimentação das placas litosféricas provoca tensões, ao longo do tempo, sobre o material rochoso; a
litosfera vai acumulando energia que é libertada bruscamente quando ocorre a rutura do material, devido ao material rochoso
ter ultrapassado o limite de elasticidade (teoria do ressalto elástico).

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A energia propaga-se em todas as direções na forma de ondas sísmicas. Depois da rutura acima referida, dão-se várias
outras ruturas secundárias – réplicas. Também antes do abalo principal se podem sentir sismos de fraca intensidade,
denominados por abalos premonitórios. O local em que a energia se liberta é denominado por hipocentro e o ponto que
se encontra à superfície, verticalmente sobre este, chama-se epicentro. O estudo dos fenómenos relacionados com a
ocorrência de sismos constitui a sismologia

Macrossismos: sismos sentidos pela população.


Microssismos: sismos impercetíveis, que não causam danos significativos.

Fig. 3 - Representação do foco ou hipocentro, plano da falha e epicentro de um sismo

Efeitos dos sismos – ondas sísmicas

Ondas sísmicas: movimentos vibratórios de partículas que se propagam a partir do foco, segundo superfícies
concêntricas.

• Ondas de volume (profundidade)

Ondas P
Ø as partículas vibram paralelamente à direção de propagação;
Ø a propagação produz-se por uma série de impulsos de compressão e distensão através das rochas;
Ø propagam-se em todos os meios;
Ø são também chamadas ondas de compressão ou longitudinais;
Ø provocam variações do volume do material.

Ondas S
Ø as partículas vibram num plano perpendicular à direção de propagação;
Ø apenas se propagam em meios sólidos;
Ø provocam mudanças da forma do material;
Ø podem também chamar-se ondas transversais.

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• Ondas superficiais
Ondas L: Resultam da interferência de ondas P e S, ao chegarem ao epicentro.

Ø Ondas de Love: as partículas vibram horizontalmente;


Ø Ondas de Rayleigh: as partículas movimentam-se eliticamente.
As ondas sísmicas propagam-se através dos corpos por intermédio de movimentos ondulatórios, como qualquer onda,
dependendo a sua propagação das características físico-químicas dos corpos atravessados. Os sismógrafos são aparelhos
de precisão que registam, em sismogramas, as ondas sísmicas.

Fig. 4 – Sismograma

Determinar a distância epicentral (para distâncias >100km)

A distãncia epicentral (DE) pode ser calculada em km, através da fórmula: [(Diferença de tempo de chegada das
ondas S e P) -1] x 1000

Determinar graficamente o epicentro(figura 5)


Ø Identificar os registos de ondas P e de ondas S nos sismogramas em 3 estações sismográficas.
Ø Determinar a diferença entre o tempo de chegada das ondas P e o das ondas S.
Ø Calcular a distância epicentral.
Ø Calcular o raio à escala do mapa.
Ø Determinar a localização do epicentro (ponto de encontro das 3 circunferências de raio igual à DE).

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Figura 5

Intensidade e magnitude de um sismo

A intensidade de um sismo é avaliada através dos danos causados nas construções humanas; a intensidade, por ser um
parâmetro apropriado para descrever os efeitos causados, é muitas vezes utilizada pelas entidades para dar uma noção
mais exata do impacto do sismo sobre a população.
A intensidade de um sismo varia com a profundidade do foco, com a magnitude e com o tipo de rochas que as ondas
sísmicas atravessam. É avaliada pela Escala de Mercalli Modificada e vai do grau 1 ao grau 12.
Podem realizar-se mapas de isossistas que são linhas que unem locais com igual intensidade sísmica.

A magnitude de um sismo consiste na avaliação da quantidade de energia libertada no hipocentro durante um sismo. A
magnitude pode ser quantificada pela Escala de Richter.

Dados da sismologia para o modelo de composição interna da terra


- A velocidade de propagação das ondas P e S aumenta com a profundidade, com a densidade e com a rigidez dos materiais;
- As ondas P propagam-se em meios sólidos e líquidos e as ondas S só em meios sólidos;
A uma profundidade de 40 km há um aumento da velocidade das ondas P e S e verifica-se uma variação da sua trajetória,
pois os sismógrafos registam dois grupos de ondas: diretas e refratadas
Pode então inferir-se, que:
- a litosfera é constituída por duas zonas, uma mais superficial, a crusta e outra mais profunda, o manto mais rígido, onde
as ondas se propagam com maior velocidade.
- o centro da terra (núcleo) é constituído por elementos metálicos como o ferro e o níquel pois as suas densidades
correspondem às avaliações feitas sismologicamente.
- o núcleo externo está no estado líquido pois as ondas S deixam de se propagar a uma profundidade de 2900km e a
velocidade das ondas P diminui drasticamente, o que significa que encontraram um meio menos rígido que o manto;
- o núcleo interno está no estado sólido porque a velocidade das ondas P volta a aumentar nessa profundidade.

55
3.2. Sismos e tectónica de placas

Sismos tectónicos: são devidos a movimentos tectónicos. Podem ter origem em forças de vários tipos:
Ø Compressivas: os materiais são comprimidos, tendendo a diminuir a distância entre as massas rochosas. Ocorrem
nas fronteiras convergentes
Ø Distensivas: levam ao estiramento e alongamento do material, aumentado a distância entre as massas rochosas.
Ocorrem nas Fronteiras divergentes

Ø Cisalhamento: os materiais são submetidos a pressões que provocam movimentos horizontais, experimentando
alongamento na direção do movimento e estreitamento na direção perpendicular ao movimento. Ocorrem nas Fronteiras
transformantes
Ø Sismos intraplacas

Sismos de colapso: são devidos a abatimentos em grutas e cavernas ou ao desprendimento de massas rochosas.

Sismos vulcânicos: são provocados por fortes pressões que um vulcão experimenta antes de uma erupção e por
movimentos de massas magmáticas relacionados com fenómenos de vulcanismo.

3.3. Minimização de riscos sísmicos


A prevenção sísmica deve atuar de diversas formas, quer a nível da população quer a nível de técnicas científicas.

Ø Estudos Geológicos dos terrenos - A construção de edifícios públicos, com escolas, hospitais, pontes, centrais
elétricas e nucleares, deve ser antecipadamente sujeita a estudo geológico da área onde vão ser implantados. A construção
destes edifícios e outros deve ser evitada sobre falhas ativas, pois são áreas sujeitas não só a deslocações de terreno ao
nível da falha como também à ocorrência de sismos.

Ø Construções parassísmicas - os edifícios, principalmente em áreas sujeitas a um maior risco sísmico, devem
obedecer a regras de construção muito específicas, construindo-se, assim, edifícios que resistam aos grandes sismos. Estes
edifícios são considerados edifícios parassísmicos.

Ø Formação de Pessoal - a Proteção Civil deve possuir planos de evacuação e de intervenção no terreno, em caso
de sismo, estando sob a sua alçada o treino e coordenação de pessoal ligado à área de saúde.

Ø Planos de Evacuação - a existência de um plano de evacuação, conhecido de toda a população e sujeito a várias
simulações anteriormente ao grande sismo, é outra forma de ajudar a Proteção Civil a dar resposta, em caso de sismo.

Ø Educação da População - a população deve conhecer todos os programas de emergência, assim saber como
comportar-se em caso de sismo (comportamentos durante um sismo). É necessário envolver a população em simulações
de sismos, para esta dar resposta rápida e eficazmente, em caso de sismo.

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3.4. Ondas sísmicas e descontinuidades internas
A constituição e as propriedades físicas dos materiais terrestres variam com a profundidade, condicionando assim a
velocidade das ondas P e S. A velocidade das ondas sísmicas aumenta com a rigidez dos materiais e diminui
proporcionalmente à sua densidade. A reflexão e refração das ondas sísmicas permitem localizar três superfícies de
descontinuidade:
Ø Descontinuidade de Mohorovicic – profundidade média de 40km, separa a crosta do manto superior.

Ø Descontinuidade de Gutenberg – profundidade de 2883km, separa o manto do núcleo externo.

Ø Descontinuidade de Lehmann – profundidade de 5140km, separa o núcleo externo do núcleo interno.

Figura 6: Esquema do trajeto das ondas sísmicas na crosta e no manto.

As estações sismográficas A, B e C, representadas no esquema, encontram-se a diferentes distâncias do epicentro de um


mesmo sismo. Naturalmente é de esperar que as ondas cheguem primeiro à estação A, a mais próxima do epicentro, depois
à estação B e, só depois, à estação C, que se encontra mais afastada. Em regra é assim que sucede. No entanto, nalguns
casos, as ondas chegam primeiro à estação C. Tal só pode ser justificado admitindo que, ao atingirem determinada
profundidade, na passagem do meio I (crosta) para o meio II (manto), a velocidade das ondas aumenta de tal modo que
percorre em menos tempo um espaço maior.

André Mohorovicic, notável geofísico, depois de complicados cálculos matemáticos chegou à conclusão que uma
descontinuidade separa a crosta terrestre do que se encontra por baixo; este limite, denominado em sua honra
descontinuidade de Mohorovicic ou descontinuidade de Moho, situa-se a uma profundidade média de 40 quilómetros.
À zona situada abaixo dessa descontinuidade chamou-se manto.

Para cada sismo existe uma zona de sombra sísmica, compreendida entre ângulos epicentrais de 103º e 143º, onde não
são recebidas ondas P nem ondas S diretas (Figura 7).
São os fenómenos de reflexão e de refração que explicam o facto de as ondas atingirem a superfície terrestre de modo
desigual, originando para cada sismo uma zona de sombra, isto é, uma zona onde não se propagam ondas P e S diretas
e, consequentemente, não se manifesta atividade sísmica.

Figura 7
57
4. Estrutura interna da geosfera
4.1 Modelo segundo a composição química (crosta, manto e núcleo) – Figura 8.

Ø Crosta – constituída por rochas metamórficas,


granitos, rochas sedimentares e basalto
Ø Manto – formado por peridotitos
Ø Núcleo – constituído por ferro e níquel

Figura 8

ZONAS COMPOSIÇÃO ESPESSURA/LIMITES DENSIDADE


MÉDIA
Rocha magmáicas, Da superfície até à descontinuidade
CONTINENTAL metamórficas e de Moho: 30 – 40 Km (até 70km nas 2,7
sedimentares cadeias montanhosas)
CROSTA
Zona mais superficial Forma os fundos oceânicos até à
OCEÂNICA – basalto; descontinuidade de Moho – 5 a 10km 3,0
Zona mais inferior - de espessura
gabro
Peridotito – rocha Desde a descontinuidade de Moho
SUPERIOR ultrabásica, rica em até cerca de 700km 3,3
MANTO olivinas e piroxenas.
Minerais mais densos Desde cerca de 700km – 2900km
INFERIOR que a olivina e (descontinuidade de Gutenberg) 5,5
piroxenas.
Ferro e níquel (12%), Desde a descontinuidade de
EXTERNO potássio e enxofre Gutenberg até 5140km 9,9-12,2
NÚCLEO (descontinuidade de Lehmann)
Ferro e níquel Desde a descontinuidade de 12,6-13,0
INTERNO (10 -20%) Lehmann) até ao centro

58
4.2 Modelo segundo as propriedades físicas (litosfera, astenosfera, mesosfera e núcleo) - Figura 9.

ZONAS PROPRIEDADES FÍSICAS (RIGIDEZ) ESPESSURA/LIMITES

CONTINENTAL Materiais sólidos e rígidos 125km - 250km (crosta continental+


manto superior)
LITOSFERA Materiais sólidos e rígidos 70km – 100km (crosta oceânica +
OCEÂNICA manto superior)

Materiais globalmente sólidos Desde a base da litosfera até cerca de


ASTENOSFERA e menos rígidos – plástico e 350km (discutível)
deformável
Desde a base da astenosfera até
MESOSFERA 2900km (descontinuidade de
Materiais sólidos e rígidos
Gutenberg)
NÚCLEO EXTERNO Materiais líquidos Desde a descontinuidade de
ENDOSFERA Gutenberg até 5140km
(descontinuidade de Lehmann)
NÚCLEO INTERNO Materiais sólidos e rígidos Desde a descontinuidade de
Lehmann) até ao centro

Ø Litosfera – sólida e rígida


Ø Astenosfera – sólida, mas menos rígida e plástica
Ø Mesosfera - rígida
Ø Núcleo externo líquido
Ø Núcleo interno sólido

Figura 9

59
4.3 Análise conjunta dos modelos anteriores.

Figura 10

60
AVALIAÇÃO

61
GRUPO I
No Norte da Etiópia, no segmento magmático de Dabbahu do rifte de Afar, entre 14 de Setembro e 4 de Outubro de
2005, ocorreu a injeção de magma ao longo de uma fissura a profundidades entre 2 e 9 km; a origem deste magma parece
estar associada às câmaras magmáticas dos vulcões Dabbahu e Gabho. A partir de 25 de Setembro de 2005, ocorreu uma
erupção explosiva de tipo fissural. Neste período, e durante cerca de duas semanas, registaram-se 163 sismos de magnitude
superior a 3,9. Deste acontecimento resultou o aparecimento de extensas fendas à superfície, associadas à formação de
um rifte em ambiente continental. A Figura 1 representa esquematicamente os acontecimentos descritos.
Em Agosto de 2007 e em Junho de 2009, ocorreram novas erupções vulcânicas neste setor do rifte de Afar, agora com
características diferentes. Com efeito, a análise da composição química das lavas provenientes destas erupções revela
caraterísticas basálticas, com valores de sílica (SiO2) na ordem de 48%.

Figura 1
Na resposta a cada um dos itens de 1 a 4, Selecione a única opção que permite obter uma afirmação correta.
1. A lava expelida nas erupções de 2007 e de 2009 que ocorreram no rifte de Afar era essencialmente
(A) ácida e pobre em sílica. (B) básica e rica em sílica.
(C) ácida e rica em sílica. (D) básica e pobre em sílica.

2. A erupção de tipo fissural de 25 de Setembro de 2005 está associada a um rifte


(A) intraplaca em regime divergente. (B) interplaca em regime convergente.
(C) interplaca em regime divergente. (D) intraplaca em regime convergente.

3. Os sismos ocorridos na região de Dabbahu e Gabho, entre 14 de Setembro e 4 de Outubro de 2005, foram provocados
pela libertação
(A) brusca de energia, verificando-se a migração da rotura ao longo da zona de falha de SE para NO.
(B) gradual de energia, verificando-se a migração da rotura ao longo da zona de falha de SE para NO.
(C) brusca de energia, verificando-se a migração da rotura ao longo da zona de falha de NO para SE.

62
(D) gradual de energia, verificando-se a migração da rotura ao longo da zona de falha de NO para SE.
4. Os dados sísmicos contribuem para o estudo da estrutura interna da Terra por métodos
(A) indiretos, tal como os dados recolhidos através de amostras de materiais lunares.
(B) diretos, tal como os dados recolhidos através de amostras de materiais lunares.
(C) indiretos, tal como os dados recolhidos através de sondagens profundas.
(D) diretos, tal como os dados recolhidos através de sondagens profundas.

5. Designe o local do interior da Terra onde tem origem, um sismo.

6. Relacione o tipo de erupção ocorrida em 2005, no rifte de Afar, com o que será de esperar relativamente ao teor em
gases e à fluidez da lava resultante daquela erupção.

7. Selecione a alternativa que preenche os espaços na frase seguinte, de modo a obter uma afirmação correta.
O magma é classificado em função da sua temperatura e da sua _______, correspondendo a uma mistura silicatada,
em fusão, _______ gases dissolvidos.
(A) composição química (…) sem (B) composição química (…) com
(C) localização (…) sem (D) localização (…) com
8. A Terra é um planeta geologicamente ativo. No que diz respeito à atividade vulcânica, podem verificar-se episódios
predominantemente efusivos, bem como episódios predominantemente explosivos.
Explique de que modo, cada um dos dois tipos de atividade vulcânica mencionados condiciona os seus potenciais riscos
para as populações.
GRUPO II
O estudo da composição química e isotópica dos gases vulcânicos, bem como dos seus níveis de emissão, proporciona
uma informação valiosa, que se pode relacionar com o estado da atividade do sistema vulcânico. As emissões de gases
podem ser visíveis ou difusas.
O dióxido de carbono (CO2) é objeto da maioria dos estudos geoquímicos relacionados com a vigilância vulcânica. Por
um lado, depois do vapor de água, este gás é a espécie volátil maioritária nos gases vulcânicos e, por outro, a sua baixa
solubilidade a pressões moderadas nos fundidos silicatados facilita a sua libertação para a atmosfera, constituindo um
indicador efetivo dos processos que se desenvolvem em profundidade.
As variações temporais da emissão de CO2 podem ser relacionadas com as mudanças no sistema vulcânico, pelo que
a monitorização da emissão deste gás constitui uma ferramenta importante para identificar os lugares onde existe maior
probabilidade de ocorrência de uma erupção. O presente estudo pretendeu avaliar a evolução temporal e espacial das
anomalias de fluxo do CO2, num determinado período, e a sua possível relação com o ciclo eruptivo do vulcão Cerro Negro.
O vulcão Cerro Negro, cuja última erupção ocorreu em 1999, está localizado no noroeste da Nicarágua, pertencendo à
cadeia vulcânica da América Central.
Os estudos de desgaseificação difusa de CO2 no vulcão Cerro Negro incluíram sete campanhas, desde dezembro de
1999 até dezembro de 2006. A distribuição espacial dos pontos de amostragem foi similar em todas as campanhas, tendo
a área de estudo aproximadamente 0,6 km2. Em cada uma das campanhas, avaliaram-se cerca de 176 pontos de medida
de fluxo de CO2 e de temperatura do solo a 40 cm de profundidade. Uma parte dos resultados obtidos encontra-se registada
na Tabela 1.

63
Na Figura 1, está representada a evolução temporal da taxa de emissão total de CO2 e a sismicidade de origem vulcânica
registada durante o período em que decorreu o estudo.
TABELA 1
Mês/Ano Valor médio de fluxo Valor máximo de fluxo Temperaturado
de CO2 (g m–2 d–1) de CO2 (g m–2 d–1) solo (°C)
12/1999 4451 35 000 707
03/2002 619 26 500 453
03/2003 66 3000 170
01/2004 1233 18 000 130
03/2005 75 1966 384
03/2006 86 7224 319
12/2006 76 2771 255

Figura 1
Na resposta a cada um dos itens de 1. a 3., selecione a única opção que permite obter uma afirmação correta.
1. O objetivo do estudo descrito foi
(A) caraterizar a próxima erupção do vulcão Cerro Negro.
(B) relacionar a libertação de vapor de água com o vulcanismo.
(C) avaliar as alterações nas quantidades de dióxido de carbono emitidas.
(D) analisar a quantidade de eventos sísmicos de origem vulcânica.
2. Neste estudo, verifica-se que ao
(A) maior número de eventos sísmicos corresponde a temperatura de solo mais alta.
(B) maior valor de emissão total de CO2 corresponde a temperatura de solo mais alta.
(C) menor valor médio de fluxo de CO2corresponde a temperatura de solo mais baixa.
(D) menor valor de emissões máximas de CO2 corresponde a temperatura de solo mais baixa.
3. Os valores de emissão total de CO2 medidos durante a campanha de 2002
(A) resultam de atividade sísmica recente.

64
(B) indiciam uma erupção vulcânica a curto prazo.
(C) indiciam uma crise sísmica a curto prazo.
(D) resultam de atividade vulcânica recente.

4. Faça corresponder cada uma das manifestações de vulcanismo expressas na coluna A à respetiva designação, que
consta da coluna B.
COLUNA A COLUNA B
(a) Estrutura alongada resultante da consolidação de magma dentro da (1) Agulha
chaminé vulcânica e sua posterior erosão.
(2) Bolsada magmática
(b) Forma de relevo resultante da acumulação de materiais expelidos
(3) Caldeira
através de condutas secundárias.
(4) Cone adventício
(c) Estrutura arredondada resultante da consolidação de lava viscosa.
(5) Domo vulcânico
(d) Depressão de colapso localizada sobre a câmara magmática.
(6) Escoada
(e) Estrutura típica originada por lavas básicas.
(7) Géiser
(8) Nuvem ardente

5. Explique de que modo intensas erupções vulcânicas do tipo explosivo podem contribuir para um arrefecimento global
ao nível do planeta
GRUPO III
As ilhas Aleutas fazem parte do Anel de Fogo do Pacífico, constituindo um alinhamento encurvado de ilhas vulcânicas,
também denominado arco insular ou arco vulcânico. O arco insular das Aleutas ou arco Alasca – Aleutas, como é também
designado, marca a fronteira entre a Placa do Pacífico e a Placa Norte-Americana. Apresenta, aproximadamente, vinte e
quatro vulcões activos e aí ocorrem frequentemente sismos. O mapa da figura 1 representa, de forma simplificada, o contexto
tectónico das ilhas Aleutas.
A 19 de Dezembro de 2007, um sismo, com origem a cerca de 56 km de profundidade e de magnitude 7,3 graus, foi
sentido neste arquipélago, localizando-se o epicentro a 200 km a oeste de Adak (Alasca). Outros sismos foram registados
na mesma região, ao longo de 2008, com focos a diferentes profundidades e magnitudes na ordem dos 6,6 graus. Esta
região, sismicamente ativa, está permanentemente monitorizada pelo Centro de Informações de Sismos do Alasca e pelo
Centro de Alertas de Tsunami no Pacífico.

– Limite do tipo conservativo

– Vulcão activo

– Direcção e sentido do
movimento da placa

– Limite do tipo subducção

Figura 1
65
1. A atividade sísmica e vulcânica verificada na região das Ilhas Aleutas, é resultado da existência de um…
(A) limite convergente, evidenciado pela presença de uma fossa oceânica.
(B) limite convergente, evidenciado pela presença de uma dorsal oceânica.
(C) limite divergente, evidenciado pela presença de uma fossa oceânica.
(D) limite divergente, evidenciado pela presença de uma dorsal oceânica.

2. O sismo de 19 de Dezembro de 2007 teve uma magnitude de 7,3 graus na escala de…
(A) Mercalli, que quantifica os efeitos provocados na topografia.
(B) Richter, que quantifica a energia libertada no hipocentro.
(C) Richter, que quantifica os efeitos provocados nas construções.
(D) Mercalli, que quantifica a energia libertada no epicentro.

3. O magma gerado numa zona de subducção, entre uma placa oceânica e uma placa continental, é menos _______ do
que o magma que ascende ao longo dos riftes oceânicos, originando erupções com carácter _______ explosivo.
(A) viscoso ... menos (B) viscoso ... mais (C) fluido ... menos (D) fluido ... mais

4. Ordene as letras de A a F, de modo a reconstituir a sequência cronológica dos acontecimentos relacionados com um
sismo.
A. Acumulação lenta de tensões em profundidade.
B. Registo de ondas S em estações sismográficas.
C. Determinação da magnitude do sismo.
D. Propagação das ondas P e S a partir do foco sísmico.
E. Registo de ondas P em estações sismográficas.
F. Libertação de energia pela ruptura dos materiais.
5. A atividade sísmica sentida no arquipélago das Aleutas apresenta focos com diferentes profundidades.
Explique este facto com base no contexto tectónico da região central do arco insular, representado na figura 2.
GRUPO IV
1. Durante o sismo de Loma Prieta (São Francisco, EUA, 1989), ocorreu o colapso do troço de uma auto-estrada.
Admitiu-se a hipótese de este colapso ter ocorrido porque, nessa zona, a auto-estrada fora construída sobre terrenos
argilosos. Estes terrenos correspondiam ao fundo de uma antiga baía preenchido artificialmente, de modo a possibilitar o
desenvolvimento e a construção nesse local.
A Figura 1 representa os sismogramas obtidos em diferentes estações que detetaram uma das réplicas do sismo referido:
E3 – numa zona de rocha consolidada;
E2 – numa zona com depósitos de aluvião, junto a um troço da auto-estrada que não ruiu;
E1 – na zona com depósitos argilosos, junto ao troço da auto-estrada que ruiu.

66
Figura 1
1.1. A comparação dos sismogramas obtidos _____ a hipótese referida, dado que em E2 a amplitude das ondas foi
_____ do que em E1, junto ao local onde se deu o colapso da estrada.
(A) apoia (…) maior (B) não apoia (…) maior (C) apoia (…) menor (D) não apoia (…) menor
1.2. Com base na análise dos resultados obtidos pelos sismogramas da Figura 1, pode concluir-se que…
(A) ...a estação E2 está muito mais afastada do epicentro do que a estação E3.
(B) …as ondas sísmicas têm maior amplitude em meios de rocha consolidada.
(C) ...a amplitude das ondas sísmicas é maior em terrenos argilosos do que em terrenos de aluvião.
(D) ...os terrenos argilosos são os que apresentam menor risco sísmico.
2. A medição da magnetização das rochas permite reconhecer a inversão da polaridade do campo magnético terrestre.
Na microplaca oceânica Juan de Fuca, localizada na costa Oeste dos Estados Unidos da América, foram efetuadas
medições da intensidade e da polaridade do campo magnético das rochas. Estes dados foram cruzados com determinações
da idade radiométrica e da polaridade do campo magnético de amostras de rochas vulcânicas continentais.
A Figura 2 (A, B e C) apresenta os dados obtidos no estudo realizado.

Figura 2
67
2.1. Classifique como verdadeira (V) ou falsa (F) cada uma das afirmações seguintes, relativas à interpretação dos
resultados das medições referidas.
(A) As rochas com polaridade inversa são as que apresentam uma magnetização mais intensa.
(B) As rochas basálticas formadas atualmente apresentam polaridade inversa.
(C) As rochas com 1,95 M.a. estão mais afastadas do rifte do que as rochas que têm 1 M.a.
(D) As rochas com 3,42 M.a. têm a mesma polaridade que as rochas actuais.
(E) A idade das rochas representadas foi determinada por um processo de datação relativa.
(F) As lavas adquirem a polaridade do campo magnético vigente aquando da sua consolidação.
(G) As rochas dos fundos oceânicos registam inversões de polaridade do campo magnético.
(H) A polaridade magnética das rochas dos fundos oceânicos distribui-se simetricamente em relação ao rifte.

2.2. As medições efetuadas na microplaca Juan de Fuca apoiam a hipótese de…


(A) ...a crosta oceânica ser continuamente gerada nos limites divergentes de placas.
(B) …a crosta continental, menos densa, se mover sobre a crosta oceânica, mais densa.
(C) ...a crosta oceânica ser mais antiga do que a crosta continental.
(D) ...a crosta continental ser continuamente destruída nos limites divergentes de placas.

2.3. Em finais dos anos 90 do século XX, em alguns locais da superfície de Marte, foram detetadas anomalias magnéticas
idênticas às observadas na Terra, que constituíram evidências a favor da hipótese de Marte já ter…
(A) ...possuído uma atmosfera rica em CO2. (B) …apresentado atividade tectónica no passado.
(C) ...possuído água no estado líquido. (D) ...apresentado sinais de impacto de pequenos meteoritos.
2.4. Só no final dos anos 60 do século XX, foi possível efetuar perfurações e recolher amostras de rochas dos fundos
oceânicos.
Explique de que modo os resultados obtidos no estudo realizado podem contribuir para comprovar a mobilidade da litosfera.
GRUPO V
A ilha de Martinica faz parte de um arquipélago localizado na América Central, na zona Este da Placa das Caraíbas, no
confronto com a Placa Sul-Americana (Figuras 1A e 1B). A 29 de Novembro de 2007, ocorreu um sismo de magnitude 7,4,
com origem a 146 quilómetros de profundidade, cujo epicentro se localizou no mar, a 42 quilómetros a noroeste de Fort-de-
France, capital de Martinica.
Foram recolhidos, em localidades a diferentes distâncias do epicentro, relatos das populações das ilhas do arquipélago
onde o sismo foi sentido. A partir desses relatos, foi possível determinar os valores de intensidade do sismo nesses locais
(Tabela I).

68
Figuras 1A e 1B
Tabela I
Distância Ilha/ Local Intensi Distância Ilha/ Local Intensi
epicentral dade epicentral dade
(km) (km)
33 Dominica – Local 1 V 115 Santa Lúcia – Local 3 V
37 Martinica – Local 1 VII 122 Santa Lúcia – Local 4 VII
43 Martinica – Local 2 VII 244 Antígua e Barbuda – Local 1 VI
62 Dominica – Local 2 VI 269 Barbados – Local 1 V
101 Santa Lúcia – Local 1 VII 281 Barbados – Local 2 V
106 Santa Lúcia – Local 2 VII 286 Saint Kitts e Nevis – Local 1 III

1. Classifique como verdadeira (V) ou falsa (F) cada uma das afirmações seguintes, relativas às características
geológicas do local e ao sismo descrito.
(A) O hipocentro do sismo referido localizou-se a 146 km de profundidade.
(B) As ilhas referidas no quadro tiveram origem no processo de convergência de placas.
(C) O vulcanismo associado ao limite Este da Placa das Caraíbas é do tipo efusivo.
(D) O sismo descrito foi sentido com diferentes intensidades na ilha de Santa Lúcia.
(E) A uma mesma intensidade sísmica correspondem distâncias epicentrais idênticas.
(F) A Placa das Caraíbas apresenta um limite conservativo.
(G) No limite Este da Placa das Caraíbas, as forças são, predominantemente, distensivas.
(H) Quanto maior for o número de relatos obtidos, maior é o rigor do traçado das isossistas.

2. No sismo referido, não foi relatada a intensidade sísmica, no epicentro, porque…


(A) …não há estação sismográfica no local. (B) …a magnitude foi de 7,4.
(C) …os danos não puderam ser avaliados. (D) …ocorreu na placa oceânica.

3 Na ilha de Dominica, de acordo com os dados da Tabela I, a maior ___ corresponde ao local mais ___ do epicentro.

69
(A) magnitude (…) próximo (B) intensidade (…) próximo
(C) intensidade (…) distante (D) magnitude (…) distante
4. O sismo da ilha de Martinica foi registado com a magnitude de 7,4 da escala de Richter. A partir dos relatos obtidos,
foram determinados valores de intensidade compreendidos entre III e VII da escala de Mercalli.
Explique por que razão, este sismo regista várias intensidades mas apenas uma magnitude.

GRUPO VI
O Parque Nacional de Yellowstone, o mais antigo parque nacional do mundo, está localizado nos Estados Unidos da
América e cobre uma área de 8987 km². Yellowstone é um ponto quente, com uma pluma de magma que se ergue do manto,
penetrando em rochas ácidas.
Apesar da atual aparência pacífica da paisagem, Yellowstone sofreu períodos de violência extrema no último milhão de
anos. Esse passado resultou na presença de milhares de fontes termais, fumarolas, géiseres e caldeiras naturais.

Figura 1 – Localização e idade (M.a.) dos centros vulcânicos

Exemplos dessa atividade vulcânica são os geiseres, sendo o Old Faithful (Velho Fiel) um dos mais conhecidos do
mundo pela regularidade das suas erupções. Os estudos dos géiseres do parque, que têm vindo a ser efetuados, sugerem
que as secas provocadas pelas alterações climáticas estão a retardar as erupções regulares, podendo estas, em condições
extremas, virem a cessar num futuro próximo. Entre 1998 e 2006, os geólogos acompanharam a periodicidade das erupções
de cinco géiseres do parque, utilizando sensores de temperatura. Em Yellowstone, a caldeira atual foi criada por uma
erupção catastrófica que ocorreu há cerca de 640 000 anos e que libertou para a atmosfera 1000 km3 de cinza, rocha e
materiais piroclásticos, que recobriram uma área de milhares de quilómetros quadrados, devastando a paisagem.
Nenhuma erupção vulcânica ocorreu em Yellowstone, desde há 70000 anos. Contudo, desde os anos 70 do século XX,
os cientistas tem vindo a detetar mudanças significativas neste notável sistema vulcânico e hidrotermal, incluindo
movimentos ascendentes do solo e aumento da atividade sísmica. Para acompanhar com rigor estas alterações, os
cientistas colocaram 22 sismógrafos no parque. A análise dos dados registados permitiu revelar as dimensões da câmara
magmática.
Em 2006, o observatório vulcanológico de Yellowstone decidiu implementar um programa que se estenderá ate 2015 e
que equipará o local com sistemas de observação e de alerta mais sofisticados.
1. Podemos encontrar géiseres e fumarolas que são exemplos de vulcanismo _______, em Yellowstone, região com
gradiente geotérmico _______ elevado do que aquele que habitualmente encontramos na crosta continental.
(A) primário … mais (B) secundário … menos (C) primário … menos (D) secundário … mais

70
2. As posições e idades dos centros vulcânicos de Yellowstone permitem inferir que ___ está em movimento para ___.
(A) a Placa Norte-Americana … este (B) o ponto quente … oeste
(C) a Placa Norte-Americana … oeste (D) o ponto quente … este

3. A periodicidade das erupções do géisere Old Faithful alterou-se, porque o período de seca fez aumentar…
(A) a temperatura dentro do reservatório de água. (B) o ponto de ebulição da água do reservatório.
(C) a pressão da água no interior do reservatório. (D) o tempo de recarga do reservatório de água.
4. Nos bordos da caldeira de Yellowstone, existem falhas ____ que contribuem, na atualidade, para a ocorrência de
fenómenos ____.
(A) ativas … sísmicos (B) ativas … vulcânicos (C) inativas … sísmicos (D) inativas … vulcânicos

5. A determinação das dimensões da câmara magmática através de um método _______ foi possível, porque, ao
atingirem a camara magmática, as ondas P _______ de velocidade, e as ondas S deixam de se propagar.
(A) direto … diminuem (B) indireto … aumentam (C) indireto … diminuem (D) direto … aumentam

6. O facto de um magma basáltico apresentar menor teor em sílica do que um magma ácido tem como consequência...
(A) uma maior dificuldade na libertação dos gases.
(B apresentar uma consistência mais fluida.
(C) apresentar uma consistência mais viscosa.
(D) a formação de rochas de cor mais clara.

71
GRUPO VII
A ilha de Santa Maria situa-se na extremidade sudeste da plataforma do arquipélago dos Açores, incluída no grupo
oriental, como se representa na Figura 1A. No mapa orográfico da ilha, esquematizado na Figura 1B, destaca-se a presença
de uma serra, localizada na parte central, constituída por uma cadeia de picos que culminam no Pico Alto.
Em virtude do forte levantamento sofrido pela ilha desde finais do Pliocénico, aproximadamente há 2 milhões de anos,
Santa Maria é a única ilha dos Açores onde se encontram expostas importantes sequências estratigráficas de rochas
sedimentares, frequentemente fossilíferas, intercaladas nas séries vulcânicas, como se representa na Figura 1C. A ilha, de
natureza vulcânica, emergiu no Miocénico, há aproximadamente 10 a 8 milhões de anos. A atividade vulcânica estendeu-
se até ao Pliocénico, com fases alternadamente subaéreas e submarinas, efusivas e explosivas, e terá parado após os
episódios em que grandes quantidades de piroclastos (lapili e cinzas) foram expelidas por três pequenos cones vulcânicos,
localizados no centro da ilha. Estes materiais de projeção estão transformados em campos de argilas vermelhas, tendo
ocorrido esta alteração num paleoclima mais quente e húmido do que o atual.

Figura 1A – Mapa geotectónico dos Açores.

Figura 1B – Mapa orográfico da ilha de Santa Maria. Figura 1C – Secção estratigráfica em Pedreira do Campo, na ilha de
Santa Maria.
1. O enquadramento tectónico da ilha de Santa Maria, representado na Figura 1A, permite inferir que...
(A) a sua localização, a sudeste da plataforma do arquipélago, a torna numa ilha assísmica.
(B) na zona do Pico Alto, no centro da ilha, continua a construir-se nova crosta oceânica.
(C) a atividade vulcânica parou, devido ao seu afastamento do rifte da Terceira e do rifte médio-atlântico.
(D) as rochas com conteúdo fossilífero são contemporâneas dos períodos de atividade vulcânica efusiva.

72
2. A atividade vulcânica da ilha de Santa Maria terá parado após episódios de vulcanismo _______, tendo a argila
vermelha resultado da _______ dos materiais de origem vulcânica.
(A) efusivo … meteorização (B) explosivo … erosão
(C) explosivo … meteorização (D) efusivo … erosão
3. Do corte estratigráfico representado na Figura 1C, pode inferir-se que o Complexo do Facho resultou de uma
actividade vulcânica _______, correspondendo a uma unidade mais _______ do que o Complexo do Touril.
(A) subaérea … antiga (B) submarina … antiga
(C) subaérea … recente (D) submarina … recente
4. Numa estação sismográfica distanciada do epicentro, a melhor explicação para o registo de ondas P e para a ausência
de registo de ondas S será por estas deixarem de se propagar, ao atravessarem o limite...
(A) crosta continental – manto. (B) manto – núcleo externo.
(C) núcleo externo – núcleo interno. (D) crosta continental – crosta oceânica.
5. Ordene as letras, de A a G, de modo a reconstituir a sequência cronológica de alguns fenómenos envolvidos na
ocorrência de um sismo.
A. Acumulação de energia em falhas ativas.
B. Propagação das ondas superficiais.
C. Movimento brusco dos blocos fraturados, quando ultrapassado o limite de deformação das rochas.
D. Atuação continuada de tensões tectónicas, originando réplicas.
E. Chegada das ondas S ao epicentro.
F. Vibração dos materiais e dispersão da energia sísmica acumulada, em todas as direções.
G. Chegada das ondas P ao epicentro.

73
GRUPO VIII
O Japão constitui um arco insular resultante de atividade vulcânica que ocorre quando a Placa do Pacífico e a Placa das
Filipinas subductam o bordo Este da Placa Euroasiática. Originariamente, o Japão era um bordo continental da Ásia, tendo-
se separado do continente há cerca de 15 milhões de anos, com a abertura do mar do Japão. Neste arquipélago, devido à
instabilidade tectónica, as atividades vulcânica e sísmica são bastante intensas. Existem perto de oitenta vulcões ativos e
são sentidos, em média, mil sismos por ano.
Em 1995, o sismo de Hyogo-Ken Nambu, perto da cidade de Kobe, teve uma magnitude de 7,2 na escala de Richter e
resultou da rotura de uma falha do tipo desligamento, numa extensão de 40 km. Algumas estruturas da cidade de Kobe,
nomeadamente o porto marítimo, foram edificadas em ilhas artificiais construídas com materiais graníticos, não consolidados
e saturados de água. Foi exatamente nestas ilhas que se registaram os maiores prejuízos, quer como consequência direta
do sismo, quer como resultado do deslizamento dos terrenos que se verificou na sequência do mesmo.
A Figura 1 representa o contexto tectónico do Japão e a localização do epicentro do sismo de Hyogo-Ken Nambu (1995).
Os sismogramas A e B, representados na Figura 2, foram obtidos em dois locais com diferentes caraterísticas rochosas,
próximos de Kobe.

Figura 1

Figura 2

Na resposta a cada um dos itens de 1 a 6, Selecione a única opção que permite obter uma afirmação correta.

1. O sismo associado à falha de Kobe ocorreu …


(A) por atuação de forças que provocaram o cavalgamento do bloco de muro sobre o de teto.
74
(B) por atuação de forças que provocaram o cavalgamento do bloco de teto sobre o de muro.
(C) por atuação de forças que provocaram a rotura do material rochoso.
(D) por atuação de forças que provocaram o estiramento do material rochoso.
2. As primeiras ondas registadas num sismograma são
(A) transversais, provocando a vibração das partículas paralelamente à direção de propagação da onda.
(B) transversais, provocando a vibração das partículas numa direção perpendicular ao raio sísmico.
(C) longitudinais, provocando a vibração das partículas paralelamente à direção de propagação da onda.
(D) longitudinais, provocando a vibração das partículas numa direção perpendicular ao raio sísmico.
3. O sismograma B, representado na Figura 2, corresponde a uma zona de terreno
(A) não consolidado onde, devido a fenómenos de reflexão e de refração das ondas sísmicas, a vibração foi mais
prolongada.
(B) não consolidado onde, devido à menor rigidez dos materiais, as ondas sísmicas apresentaram maior frequência.
(C) consolidado onde, devido à maior rigidez dos materiais, as ondas sísmicas apresentaram maior frequência.
(D) consolidado onde, devido à ausência de fenómenos de reflexão e de refração das ondas sísmicas, a vibração foi
mais prolongada.
4. A análise de alterações na velocidade de propagação das ondas profundas constitui um método de estudo
(A) indireto do interior da Terra, permitindo verificar que a rigidez dos materiais aumenta continuamente com a
profundidade.
(B) indireto do interior da Terra, permitindo estabelecer uma diferença de rigidez entre a litosfera e a astenosfera.
(C) direto do interior da Terra, permitindo determinar diferenças na composição dos materiais que constituem a crusta e
o manto.
(D) direto do interior da Terra, permitindo determinar diferenças na composição dos materiais que constituem o núcleo
externo e o núcleo interno.
5. As ilhas do Japão constituem um arco insular onde ocorre
(A) divergência entre limites litosféricos oceânicos.
(B) divergência entre limites litosféricos continentais e oceânicos.
(C) convergência entre limites litosféricos continentais e oceânicos.
(D) convergência entre limites litosféricos oceânicos.
6. Um sismo com hipocentro a 600 km de profundidade é indicador de uma zona de
(A) formação de litosfera muito espessa em zonas de baixo fluxo térmico.
(B) formação de litosfera pouco espessa em zonas de elevado fluxo térmico.
(C) destruição de litosfera mais fria do que a astenosfera.
(D) destruição de litosfera mais quente do que a astenosfera.
7. Explique, com base nos dados, por que razão o sismo de Hyogo-Ken Nambu provocou o deslizamento de terrenos na
ilha do porto de Kobe.
GRUPO IX
No dia 12 de Maio de 2008, na região de Sichuan, na China, ocorreu um sismo de 7,9 de magnitude, que teve a sua
origem a uma profundidade de 19 km e o epicentro a 80 km da cidade de Chengdu, capital de Sichuan. O sismo foi sentido
75
em várias cidades da China, como Pequim e Xangai, bem como em Banguecoque, capital da Tailândia, a 3300 km de
distância do epicentro.
Numa escala continental, a sismicidade que ocorre na parte central e oriental da Ásia é resultado da colisão das placas
Indiana e Euroasiática. A placa Indiana move-se para norte, relativamente à placa Euroasiática, cerca de 50 mm/ano (Figura
1 A).
O sismo ocorreu sob algumas das montanhas mais íngremes e escarpadas da Terra, Longmen Shan, as Montanhas do
Portão do Dragão. Esta cordilheira, mais íngreme do que os Himalaias, é o limite oriental do planalto tibetano e resultou da
colisão das duas placas. Os dados indicam que o sismo se originou devido ao movimento que ocorreu ao longo da falha de
Longmen Shan (Figura 1 B). O sismo refletiu as tensões tectónicas resultantes da convergência do planalto tibetano com a
bacia de Sichuan.
Em Dezembro de 2002, uma publicação periódica, de nível mundial, referia que em Sichuan poderia haver um sismo
com magnitude superior a 7 nos anos seguintes. Também um investigador chinês, Chen Xuezhong, publicou um relatório
em que referia que Sichuan tinha uma grande probabilidade de ser atingida por um sismo forte, devido à sua localização
geográfica e de acordo com registos históricos.
Nos dias anteriores ao sismo, várias pessoas alertaram para a ocorrência de comportamentos fora do normal em alguns
animais. Por exemplo, centenas de milhares de sapos apareceram nas ruas, em várias cidades.

Figura 1 A – Localização do epicentro Figura 1 B – Falha de Longmen Shan

Tabela 1 – Aplicação da Escala de Mercalli Modificada ao sismo de Sichuan

1. O sismo de Sichuan teve a sua origem no __ e foi consequência de os materiais terem ultrapassado o seu limite de
__.
(A) epicentro (…) elasticidade. (B) hipocentro (…) elasticidade.
(C) epicentro (…) fragilidade. (D) hipocentro (…) fragilidade.
2. Nos dias que se seguiram ao sismo de Sichuan ocorreram ___ que atingiram __ magnitude do que o sismo principal.
76
(A) abalos premonitórios (…) menor (B) abalos premonitórios (…) maior
(C) réplicas (…) menor (D) réplicas (…) maior
3. Na cidade de Chengdu, capital de Sichuan, o sismo de magnitude 7,9 foi considerado ______ na escala de _______.
(A) muito forte (…) Richter. (B) forte (…) Richter.
(C) muito forte (…) Mercalli Modificada. (D) forte (…) Mercalli Modificada.
4. O sismo de Sichuan, que resultou do movimento ao longo da falha de Longmen Shan, localizou-se numa zona _______
e foi consequência do movimento entre duas placas cujo limite é _______.
(A) intraplaca (…) convergente. (B) interplaca (…) divergente.
(C) interplaca (…) convergente. (D) intraplaca (…) divergente.
5. Faça corresponder a cada uma das afirmações de A a E o conceito de sismologia respetivo, indicado na chave:
Afirmações Chave
I – Onda P
A – Influencia a intensidade sísmica. II – Onda S
B – As partículas do meio vibram perpendicularmente à direcção de III – Sismograma
propagação da onda.
IV – Epicentro
C – É a zona, à superfície, mais próxima do foco sísmico.
V – Frente de onda
D – As partículas do meio vibram longitudinalmente à direcção de
VI – Hipocentro
propagação da onda.
VII – Intervalo S-P
E – Permite calcular a distância epicentral para cada estação.
VIII – Distância epicentral

6. Os sismos de elevada magnitude provocam frequentemente grande destruição e um elevado número de vítimas.
Explique por que razão entidades como os Serviços de Proteção Civil utilizam preferencialmente a Escala de Mercalli
Modificada, apesar de esta ser menos objetiva do que a determinação de magnitudes.

7. A atividade vulcânica tem impactes nos subsistemas terrestres, alguns dos quais podem constituir benefícios para o
Homem.
Considerando únicamente o subsistema geosfera, relacione três aspetos da atividade vulcânica com os benefícios que
desta atividade possam resultar para o Homem.
8. As afirmações seguintes dizem respeito à estrutura da Terra.
1. O limite entre a litosfera e a astenosfera é assinalado pela descontinuidade de Mohorovicic.
2. Uma das zonas de baixa velocidade das ondas sísmicas situa-se no manto superior.
3. A zona de sombra sísmica para as ondas S apoia a natureza sólida do núcleo interno.
(A) 3 é verdadeira; 1 e 2 são falsas. (B) 1 e 2 são verdadeiras; 3 é falsa.
(C) 2 é verdadeira; 1 e 3 são falsas. (D) 1 e 3 são verdadeiras; 2 é falsa.

9. A zona de fronteira entre as placas Indiana e Euroasiática apresenta um elevado risco sísmico.
Justifique a elevada sismicidade desta zona.
77
GRUPO X
A Terra apresenta-se como um globo extraordinariamente ativo e estratificado, nomeadamente, no que respeita a
propriedades como a densidade, a rigidez e a composição dos materiais.
Desde a sua origem até à atualidade, o dinamismo da Terra tem sido mantido, sobretudo, graças à existência de fluxos
contínuos de energia com origem no Sol e na própria Terra. O calor interno da Terra dissipa-se, lenta e continuamente, do
interior até à superfície, originando um fluxo térmico que apresenta variações na superfície terrestre, como se evidencia na
figura 1A.
O soerguimento e o afundamento da litosfera oceânica na astenosfera determinam a profundidade dos oceanos, que
tende a ser maior nos locais mais afastados das dorsais oceânicas. Este facto relaciona-se com variações no fluxo térmico
ao longo dos fundos oceânicos, que determinam alterações na densidade dos materiais rochosos constituintes da litosfera
oceânica. A variação da temperatura, no interior da Terra, em função da profundidade, está representada a figura 1B.

Figura 1A – Fluxo térmico

Figura 1B – Variação da temperatura terrestre em profundidade


1. Da análise dos dados da figura 1A, pode inferir-se que o fluxo térmico é máximo nas zonas onde a litosfera é mais…
(A) recente, dado que aí ocorre ascensão de material mantélico.
(B) recente, dado que aí ocorre descida de material mantélico.
(C) antiga, dado que aí ocorre descida de material mantélico.
78
(D) antiga, dado que aí ocorre ascensão de material mantélico.
2. O gradiente geotérmico…
(A) apresenta um aumento constante no manto.
(B) atinge o valor máximo na transição do manto para o núcleo.
(C) é maior na litosfera do que no manto superior.
(D) é menor no manto superior do que no manto inferior.
3. Explique o modo como a variação do fluxo térmico, ao longo dos fundos oceânicos, poderá justificar a maior
profundidade atingida pelos oceanos nas zonas mais afastadas das dorsais.

4. A tectónica da litosfera é assegurada pela ___ rigidez da astenosfera, sendo esta também conhecida como ____.
(A) menor ... zona de sombra sísmica.
(B) maior ... zona de baixa velocidade sísmica.
(C) menor ... zona de baixa velocidade sísmica.
(D) maior ... zona de sombra sísmica.
5. Analise as afirmações que se seguem, relativas à formação e propagação de ondas sísmicas geradas por um sismo.
Reconstitua a sequência temporal dos acontecimentos mencionados, segundo uma relação de causa-efeito, colocando
por ordem as letras que os identificam.
A – Chegada das ondas S ao epicentro.
B – Chegada das ondas S a uma dada estação, três minutos após as ondas P.
C – Acumulação de energia em materiais rochosos, em profundidade, ao longo do tempo.
D – Propagação de ondas P e S a partir do foco.
E – Propagação de ondas L a partir do epicentro.
6. Faça corresponder a cada uma das caraterísticas relativas às zonas da estrutura interna da geosfera, que constam
da coluna A, o termo ou expressão que as identifica, expresso na coluna B.
COLUNA A COLUNA B
(1) Crosta oceânica
(a) Zona atravessada únicamente por ondas sísmicas longitudinais. (2) Crosta continental
(b) Zona constituída essencialmente por rochas ricas em sílica e alumínio. (3) Litosfera (4) Astenosfera
(c) Zona delimitada pelas descontinuidades de Mohorovicic e de Gutenberg. (5) Mesosfera (6) Núcleo externo
(d) Zona formada por rochas magmáticas de natureza basáltica. (7) Manto
(e) Zona constituída essencialmente por ferro no estado sólido. (8) Núcleo interno
GRUPO XI
O arquipélago de Cabo Verde, cuja localização está assinalada na Figura 1, fica situado numa região elevada do atual
fundo oceânico. Esta elevação relaciona-se com um mecanismo do tipo hot spot oceânico, que levou à acumulação de
material eruptivo nos fundos oceânicos, entre a costa africana e o rifte do Atlântico. O arquipélago teria sido formado na
sequência de várias erupções vulcânicas, inicialmente do tipo central e, mais tarde, complementadas por vulcanismo fissural.

79
As ilhas situam-se numa zona relativamente estável, dos pontos de vista vulcânico e sísmico, embora para algumas
delas existam registos significativos de atividade. Nas ilhas Brava e de Santo Antão não ocorreram erupções desde o
povoamento, mas a atividade sísmica é considerável.
A análise da distribuição da sismicidade instrumental em Cabo Verde, no período de 1977 a 1989, representada na
Figura 2, sugere que a atividade tectónica recente está bem marcada, essencialmente, a ocidente, onde se reconhecem
vários alinhamentos de epicentros.
É na ilha do Fogo que se encontram as formas vulcânicas mais recentes e mais bem conservadas, devido ao seu
vulcanismo recente. Entre 1785 e 1995, a atividade vulcânica tornou-se mais intermitente, registando-se curtos períodos
efusivos. A erupção de 1995 apresentou duas fases: a primeira, que ocorreu de 2 a 22 de Abril e que originou um cone de
piroclastos, e a segunda, que ocorreu de 22 de Abril a 26 de Maio e que deu lugar a um campo de lavas aa e pahoehoe.

Figura 1 Figura 2
Na resposta a cada um dos itens de 1 a 4, Selecione a única opção que permite obter uma afirmação correta.
1. O vulcanismo em Cabo Verde é do tipo
(A) intraplaca, em zonas de baixo gradiente geotérmico.
(B) intraplaca, em zonas de elevado gradiente geotérmico.
(C) interplaca, em zonas de baixo gradiente geotérmico.
(D) interplaca, em zonas de elevado gradiente geotérmico.
2. As ilhas de Cabo Verde têm origem num vulcanismo
(A) residual, associado a uma coluna ascendente de magma mantélico.
(B) residual, associado a fracturas da crosta, em zonas de rifte.
(C) primário, associado a uma coluna ascendente de magma mantélico.
(D) primário, associado a fracturas da crosta, em zonas de rifte.
3. Durante a atividade vulcânica de 1995, a erupção que ocorreu na segunda fase foi
(A) efusiva, caracterizada por uma lava fluida.
(B) explosiva, caracterizada por uma lava viscosa.
(C) efusiva, caracterizada por uma lava viscosa.
(D) explosiva, caracterizada por uma lava fluida.

80
4. Na região ocidental do arquipélago de Cabo Verde, o alinhamento dos epicentros sugere a existência de
(A) falhas ativas de orientação NO-SE.
(B) movimentos divergentes, a oriente do arquipélago.
(C) hot spots de orientação NO-SE.
(D) movimentos convergentes, ao nível do rifte, a ocidente do arquipélago.
5. Ordene as letras de A a E, de modo a reconstituir a sequência cronológica dos acontecimentos associados à
ocorrência de um sismo superficial.
A. Libertação de energia pela rotura inicial dos materiais rochosos.
B. Chegada das réplicas ao epicentro.
C. Chegada das ondas P e S ao epicentro.
D. Acumulação de energia em materiais rochosos em profundidade.
E. Propagação de ondas L a partir do epicentro.
6. Faça corresponder cada uma das manifestações de vulcanismo expressas na coluna A, à respetiva designação, que
consta da coluna B.
COLUNA A COLUNA B
(a) Estrutura típica de lava que arrefece em contacto com a água. (1) Géiser
(b) Escoada caraterizada por superfícies rugosas. (2) Lapilli
(c) Emissão de gases vulcânicos ricos em enxofre. (3) Lava aa
(d) Emissão intermitente de jatos de água em ebulição e de vapor de água. (4) Lava em almofada
(e) Mistura de gases e de material piroclástico relativamente densa, que se (5) Lava pahoehoe
desloca junto ao solo a velocidades acentuadas.
(6) Mofeta
(7) Nuvem ardente
(8) Sulfatara

7. A comparação geomorfológica entre as ilhas a oriente, de litoral baixo e arenoso, e as ilhas a ocidente, de costas altas
e rochosas, apoia a hipótese de que as ilhas a oriente sejam as mais antigas.
Explique de que modo a origem das ilhas de Cabo Verde e o contexto tectónico da placa africana permitem apoiar a
hipótese de as ilhas a oriente serem as mais antigas.
GRUPO XII
Técnicas sismológicas indicam que a Lua pode ter um núcleo semelhante ao da Terra. Num estudo da NASA, designado
“Apolo Sísmico Passivo”, utilizaram-se dados recolhidos durante a época das missões Apolo, fornecidos por quatro
sismógrafos colocados entre 1969 e 1972, que permaneceram em funcionamento e que registaram atividade contínua da
Lua até finais de 1977.
Renee Weber, investigadora principal e cientista da NASA, refere que foram aplicadas metodologias utilizadas na
sismologia terrestre, relativas à velocidade das ondas sísmicas P e S, cujo registo, para a Terra, está representado na Figura
1.
Tendo por base as variações da densidade da Lua e as variações da velocidade de propagação das ondas P e S no
interior da Lua, representadas na Figura 2, os investigadores concluíram que na Lua existem camadas internas com
composição e estado físico diferentes entre si.
81
Os cientistas admitem agora que a Lua tem um núcleo interno sólido rico em ferro e um núcleo externo fluido, também
de ferro. Em torno deste núcleo externo pode existir uma camada parcialmente fundida, na qual parecem existir elementos
leves, como enxofre e oxigénio.

Figura 1 Figura 2
Na resposta a cada um dos itens de 1 a 3, Selecione a única opção que permite obter uma afirmação correta.
1. Tendo em conta a velocidade das ondas P e S, a zona da Terra situada aproximadamente a 100 km de profundidade
corresponde à transição entre a
(A) litosfera e a astenosfera.
(B) crosta e o manto superior.
(C) crosta e a astenosfera.
(D) litosfera e o manto superior.
2. Tendo em conta a variação do comportamento das ondas P e S, a zona da Lua situada a 1400 km de profundidade
corresponderia, na Terra, à descontinuidade de
(A) Mohorovicic, que separa a crosta do manto superior.
(B) Gutenberg, que separa o manto inferior do núcleo externo.
(C) Mohorovicic, que separa o manto inferior do núcleo externo.
(D) Gutenberg, que separa a crosta do manto superior.
3. A Lua é um satélite que apresenta
(A) uma atmosfera densa na qual predomina o vapor de água.
(B) mares lunares em que predominam basaltos.
(C) feldspatos que conferem tonalidade escura aos continentes.
(D) uma camada espessa de rochas sedimentares.
82
4. Faça corresponder cada um dos elementos utilizados em sismologia expressos na coluna A à respectiva designação,
que consta da coluna B.
Utilize cada letra e cada número apenas uma vez.
COLUNA A COLUNA B
(a) Ponto à superfície, localizado na vertical do foco sísmico. (1) Amplitude
(b) Parâmetro que avalia os efeitos de um sismo. (2) Epicentro
(c) Ponto a partir do qual ocorre a propagação de energia sísmica. (3) Hipocentro
(d) Instrumento que regista as vibrações do solo. (4) Intensidade
(e) Parâmetro que avalia a energia libertada na origem de um sismo. (5) Isossista
(6) Magnitude
(7) Sismógrafo
(8) Sismómetro
5. Explique de que modo a variação de densidade e a variação de velocidade de propagação das ondas S, verificadas
aos 1400 km de profundidade na Lua, permitem concluir da existência de um núcleo externo com uma composição química
e com um estado físico diferentes dos da camada parcialmente fundida.
6. Explique, de acordo com os dados fornecidos, a existência na Terra de uma zona de sombra para as ondas P.
GRUPO XIII
O Chaitén é um vulcão situado no sul do Chile, que, até 2008, apresentava uma caldeira vulcânica preenchida,
principalmente, por um domo de lava riolítica. Em Maio de 2008, o Chaitén entrou, repentinamente, em erupção, construindo
um novo domo de lava a norte do anterior e produzindo uma nuvem de cinzas vulcânicas e de gases que atingiu quase 17
km de altura. A cidade de Chaitén, localizada a cerca de 10 km a sudoeste do local da erupção, ficou coberta de cinzas.
Cerca de 4000 pessoas tiveram de ser evacuadas por barco. A linha X – Y traçada define a direção segundo a qual foi
representada, na Figura 1, uma secção do interior da Terra, evidenciando a zona de subducção resultante da convergência
entre a placa de Nazca e a placa Sul-Americana.

Figura 1 – Contexto tectónico do vulcão Chaitén


1. Selecione a única opção que contém os termos que preenchem, sequencialmente, os espaços seguintes, de modo a
obter uma afirmação correta.
Em limites _______ de placas, como o representado na Figura 1B, para além da atividade vulcânica, pode também
ocorrer _______, resultante do aumento de temperatura e de pressão a que as rochas são sujeitas.
(A) destrutivos ... sedimentação (B) destrutivos ... metamorfismo

83
(C) construtivos ... sedimentação (D) construtivos ... metamorfismo
2. Selecione a única opção que permite obter uma afirmação correta.
A formação do domo de lava que ocupava a caldeira do Chaitén, antes da erupção de Maio de 2008, relacionou-se
provavelmente com o facto de a lava ser...
(A) muito viscosa. (B) pouco silicatada.
(C) de natureza básica. (D) com baixo teor de gases.
3. Selecione a única opção que contém os termos que preenchem, sequencialmente, os espaços seguintes, de modo a
obter uma afirmação correta.
O granito é uma rocha que apresenta textura _______, pois resulta de um _______ arrefecimento do magma.
(A) granular ... rápido (B) granular ... lento
(C) agranular ... rápido (D) agranular ... lento
4. A erupção do vulcão Chaitén provocou um dos maiores desastres ecológicos numa vasta região em seu redor,
nomeadamente, a nível da agricultura, por acidificação dos solos.
Relacione a libertação de gases provenientes da atividade vulcânica do Chaitén com os prejuízos verificados na
agricultura.
5. Faça corresponder a cada uma das manifestações vulcânicas, que constam da coluna A, o equivalente vulcânico,
expresso na coluna B.
COLUNA A COLUNA B
(a) Emissões periódicas de água subterrânea em ebulição sob a forma de (1) Lavas encordoadas.
colunas de água.
(2) Fumarolas.
(b) Movimentos a grande velocidade de fluxos de piroclastos pulverizados
(3) Nuvens ardentes.
suspensos numa fase gasosa.
(4) Lavas em almofada.
(c) Formação de grandes fragmentos, expelidos violentamente, total ou
parcialmente fundidos e solidificados no seu percurso aéreo. (5) Géiseres.

(d) Escoamento lento de lava, originando rochas de superfície áspera e muito (6) Bombas vulcânicas.
rugosa. (7) Lavas escoriáceas.
(e) Formação de depressões resultantes do colapso da câmara magmática, em (8) Caldeiras vulcânicas.
consequência da ascensão e descompressão do magma.

GRUPO XIV
Em 1972, numa das missões à Lua, os astronautas da Apollo 16 detectaram anomalias na órbita de um satélite artificial
por eles lançado, acabando este por se despenhar no solo lunar. Mais tarde, o acidente foi explicado pela existência de
locais com anomalias gravimétricas positivas em determinadas zonas da superfície lunar, denominadas mascons. Estas
zonas encontram-se normalmente debaixo de crateras de impacto situadas nos mares lunares.

1. As anomalias gravimétricas positivas detetadas na Lua evidenciam...


(A) uma distribuição homogénea das rochas na crosta.
(B) a existência de regiões onde as rochas são muito densas.
(C) uma dissipação de calor mais intensa nos mascons.

84
(D) a manifestação de forças de gravidade idênticas em toda a crosta.
2. A Lua é um satélite natural que apresenta…
(A) uma atmosfera densa onde predomina o dióxido de carbono.
(B) crateras de impacto distribuídas uniformemente na crosta.
(C) predominância de rochas magmáticas em toda a sua superfície.
(D) idêntica composição litológica em toda a sua superfície.
3. Faça corresponder a cada uma das afirmações de A a E o termo respetivo do constituinte do sistema solar, indicado
na chave:
Afirmações
A – Corpo do sistema solar que se desloca geralmente entre as órbitas de Marte e Júpiter.
B – Corpo do sistema solar que apresenta um elevado efeito de estufa.
C – Corpo do sistema solar que apresenta o menor período de translação.
D – Corpo do sistema solar que apresenta o maior período de translação.
E – Corpo gasoso do sistema solar que se encontra mais próximo do sol.
Chave
I – Vénus V – Meteorito
II – Júpiter VI – Saturno
III – Asteróide VII – Neptuno
IV – Cometa VIII – Mercúrio
4. A análise das rochas recolhidas na Lua pelas missões espaciais Apollo, constitui um método _______, que contribui
para o conhecimento da estrutura da Terra, tal como os dados fornecidos _______.
(A) direto ... pela sismologia.
(B) direto ... pelo vulcanismo.
(C) indireto ... pela sismologia.
(D) indireto ... pelo vulcanismo.

5. A superfície lunar apresenta um aspeto caraterístico, devido às inúmeras crateras resultantes dos choques de
meteoritos, ocorridos desde há milhares de milhões de anos.
Justifique, tendo em conta as caraterísticas atuais da Lua, a preservação, até aos nossos dias, das crateras de impacto
mais antigas.

85
GRUPO XV
O conhecimento da história de um vulcão e a análise da sua atividade remanescente fornecem dados importantes que
permitem prever, com um certo grau de certeza, uma erupção. Tais dados não permitem, contudo, calcular a duração nem
a violência com que essa erupção poderá ocorrer.
A 3 de Junho de 1991, o vulcão do monte Unzen, no Japão, em repouso há 200 anos, entrou em erupção.
Uma explosão lançou uma enorme nuvem ardente que causou a morte de 57 pessoas e calcinou tudo à sua passagem.
Quinze dias antes da erupção mortífera de 3 de Junho, mais de mil pessoas, que viviam na encosta de Unzen, foram
retiradas, face à ameaça das correntes de lama que se formaram, permanentemente, desde que as cinzas vulcânicas,
acumuladas nas vertentes instáveis, foram mobilizadas por chuvas intensas. Na verdade, o vulcão Unzen não entrou em
atividade em Junho de 1991, entrou antes, a 17 de Novembro de 1990. Esta erupção foi anunciada por uma atividade
sísmica reconhecida como anormal, desde o mês de Julho de 1990.

Figura 1 – Contexto geológico do monte Unzen, no Japão

1. A atividade vulcânica que ocorreu em Unzen, em 1991, foi sustentada por um magma…
(A) ácido, rico em gases, originando uma erupção efusiva.
(B) básico, pobre em sílica, capaz de originar domas.
(C) com elevadas temperaturas, formando rios de lava.
(D) rico em sílica, originando uma lava viscosa.

2. O monte de Unzen, no Japão, situa-se numa zona tectónica onde…


(A) a crosta continental sofre subducção sob a crosta oceânica.
(B) atuam forças caraterísticas de um limite convergente.
(C) existe um rifte que origina crosta oceânica nova.
(D) se fazem sentir tensões desenvolvidas em limites conservativos.
3. Faça corresponder a cada uma das afirmações de A a E, a respectiva manifestação de vulcanismo, indicada na chave.

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Afirmações
A – Emissão de gases que permanece após a erupção vulcânica.
B – Água subterrânea projectada sob a forma de repuxo intermitente.
C – Estrutura resultante da acumulação de materiais expelidos pela erupção.
D – Estrutura originada pela consolidação da lava dentro da chaminé vulcânica.
E – Depressão vulcânica mais larga do que a cratera original.
Chave
I – Câmara magmática V – Agulha vulcânica
II – Géiser VI – Fumarola
III – Caldeira VII – Lava em almofada
IV – Bomba vulcânica VIII – Cone vulcânico
4. Classifique como verdadeira (V) ou falsa (F), cada uma das seguintes afirmações, relativas a dados fornecidos pelo
estudo dos sismos.
A – A propagação das ondas P e S, a partir do foco sísmico, acontece a velocidades diferentes.
B – A velocidade de propagação das ondas P e S, é influenciada pela rigidez dos materiais rochosos.
C – A velocidade de propagação das ondas P e S varia na razão direta da densidade do material rochoso atravessado.
D – A zona de sombra das ondas S apoia o facto de o núcleo externo se encontrar no estado líquido.

5. Explique de que forma a monitorização de um vulcão, recorrendo aos dados registados por um sismógrafo colocado
na região, permite prever uma nova erupção e prevenir a perda de vidas humanas.

GRUPO XVI
O mapa da figura 1 foi utilizado para determinar o epicentro de um sismo, através do método gráfico.

Figura 1
1. Classifique como verdadeira (V) ou falsa (F), cada uma das seguintes afirmações, relativas aos dados da figura 1.
87
A – Nova Iorque e Berkeley encontram-se a diferentes distâncias do epicentro do sismo.
B – O epicentro, do mesmo sismo, localiza-se no México.
C – Os dados permitem afirmar que, das três estações assinaladas, Denver foi a cidade mais afetada.
D – Denver registou o maior desfasamento nos tempos de chegada de ondas P e de ondas S.
E – A aplicação do método gráfico representado na figura exige a análise de sismogramas.
F – Todos os locais da Terra sobre a linha a tracejado estão à mesma distância do epicentro.
G – O sismo foi sentido com a mesma intensidade nos locais sob a linha a tracejado.
H – As ondas P atingiram os locais sob a linha a tracejado, em diferentes instantes.
2. As afirmações que se seguem são relativas aos procedimentos necessários para determinar a localização de um
sismo.
Reconstitua a sequência temporal dos procedimentos mencionados, colocando por ordem as letras que os identificam.
A – Registo da chegada das ondas P a uma estação sismográfica.
B – Determinação da diferença entre o tempo de chegada das ondas P e o das ondas S.
C – Cálculo da distância epicentral.
D – Identificação dos registos de ondas P e de ondas S no sismograma.
E – Determinação da localização provável do epicentro.

3. Quando uma formação geológica é atravessada por uma falha, esta é ____ aos acontecimentos que deram origem
a essa formação. Assim, as falhas podem ser usadas para o conhecimento da história da região, usando-se princípios
de datação ____
A- Anterior … radiométrica. Anterior … relativa.
B- Posterior … radiométrica. Posterior … relativa.
4. Explique, porque é possível aplicar o método gráfico, para determinar a localização do epicentro de um sismo em
qualquer planeta telúrico, independentemente da origem do sismo.

88
TESTE GLOBAL
GRUPO I
Os asteróides e os cometas são corpos celestes que podem representar uma ameaça para a vida na Terra, uma vez que,
se entrarem em rota de colisão com a Terra, poderão originar efeitos globais com consequências catastróficas.
No dia 18 de Junho de 2004, foi descoberto um novo asteróide, posteriormente apelidado de 99942 Apophis. Este asteróide
tem aproximadamente 270 metros de diâmetro e uma composição semelhante à de um tipo raro de meteoritos conhecidos
como condritos LL, ricos em piroxenas e olivinas e com baixo teor em ferro metálico.
Os primeiros dados sobre a trajetória deste asteróide faziam acreditar que o risco de colisão com a Terra era muito elevado.
O conhecimento crescente sobre o Apophis permitiu que os cientistas calculassem com maior rigor a sua órbita, e
concluíssem que o asteróide passaria perto da Terra em Abril de 2029, existindo a probabilidade, ainda que reduzida, de
passar no «buraco de fechadura», ou seja, num estreito corredor do espaço onde a força gravítica da Terra poderia desviar
o asteróide, colocando-o em rota de colisão com a Terra, em 2036.
Segundo a NASA, a maneira mais adequada de lidar com um asteróide potencialmente perigoso seria enviar uma nave
espacial que, ao exercer o seu efeito gravítico sobre o asteróide, o rebocaria, alterando a sua rota e evitando a colisão com
a Terra. Graças a este pequeno desvio, ampliado pela vastidão do espaço, o asteróide poderia passar a dezenas de milhares
de quilómetros da Terra. Se, no entanto, ocorrer a colisão, formar-se-á uma cratera de impacto semelhante a tantas outras
formadas ao longo da história da Terra.
Também a Lua foi fortemente bombardeada por meteoritos no início da sua história, quando, por debaixo de uma crosta
lunar primitiva, existia um magma lunar abundante. Atualmente, a superfície lunar apresenta zonas escuras resultantes do
preenchimento de bacias de impacto com magma basáltico solidificado, datado de aproximadamente 3000 M.a. As zonas
claras apresentam um maior número de crateras de impacto do que as zonas escuras e são mais antigas do que estas.
1. Selecione a única alternativa que permite obter uma afirmação correta.
Se, em 2036, houver risco de colisão entre o Apophis e a Terra, isso deve-se ao facto de…
(A) exercer uma força gravítica sobre a Terra.
(B) possuir dimensões muito inferiores às da Terra.
(C) ter sido previamente atraído pela força gravítica da Terra.
(D) ser constituído por minerais existentes na Terra.
2. Selecione a única alternativa que permite obter uma afirmação correta.
Por acreção de planetesimais, a massa da Terra foi aumentando e a conservação do calor resultante dos impactos foi um
dos fatores que permitiu…
(A) o aumento da rigidez dos materiais rochosos.
(B) o aparecimento de uma crosta rica em ferro.
(C) a manutenção da estrutura homogénea original.
(D) a migração gravítica dos materiais fundidos.
3. Classifique como verdadeira (V) ou falsa (F) cada uma das seguintes afirmações, relativas a caraterísticas da Lua.
(A) A erosão tem reduzido o número de crateras de impacto nos mares.
(B) Há mais de 3000 M.a., a Lua era um planeta geologicamente ativo.
(C) Terrae (os continentes) são zonas claras, ricas em minerais félsicos.
(D) Maria (os mares) são zonas escuras, ricas em minerais ferromagnesianos.
4. Faça corresponder a cada uma das letras das afirmações da COLUNA I uma designação da expressão da COLUNA II
COLUNA I COLUNA II
A – Zona onde tem origem o movimento das placas litosféricas. I – Crosta continental
B – Tem uma constituição essencialmente basáltica. II – Crosta oceânica
C – Tem uma constituição de ferro e níquel no estado sólido. III – Manto
D – Situa-se imediatamente abaixo da descontinuidade de Gutenberg. IV – Núcleo externo
E – Zona onde tem origem a maioria dos magmas ácidos. V – Núcleo interno
VI – Litosfera
VII – Astenosfera

89
GRUPO II
O Maciço Ibérico corresponde a uma unidade geológica e estrutural constituída por rochas sedimentares metamorfizadas e
rochas magmáticas com idades que vão do Pré-Câmbrico superior até ao Paleozóico superior. Durante este período
decorreram os processos geológicos que culminaram na formação de cadeias montanhosas e permitiram o aparecimento
de diversos depósitos minerais.
Naquele que é hoje o Alentejo metalogenético integrado na Faixa Piritosa Ibérica (FPI), uma importante atividade vulcânica
submarina deu origem a jazigos de sulfuretos maciços, devido à libertação de enxofre, que depois se viria a combinar com
ferro. A circulação de fluidos hidrotermais entre as rochas vulcânicas e sedimentares deu lugar a processos físico-químicos
que conduziram à deposição, em ambiente marinho, de massas de sulfuretos ricas em ferro, cobre, zinco, chumbo, prata e
ouro. Estes jazigos vulcanogénicos, notáveis quer pelas suas dimensões, quer pelos metais neles existentes são, assim,
constituídos por massas de sulfuretos polimetálicos em que predomina a pirite.
A riqueza dos depósitos da FPI conduziu a uma intensa atividade mineira na zona, onde existem cerca de cem minas,
algumas abandonadas, como S. Domingos, outras em laboração, como Neves-Corvo. Esta constitui o centro mineiro mais
importante da Europa Ocidental, no que se refere a metais como o cobre, o zinco, o chumbo e o estanho, tendo sido
descoberto em 1977 em alvo gravimétrico.
Atualmente, na mina de Neves-Corvo, em resultado do processo de extração do minério, são produzidas 1800 toneladas de
rejeitados por ano. Destes materiais, que não têm valor económico e são portadores de elementos químicos contaminantes,
500 toneladas são reutilizadas no processo de enchimento da mina e as restantes 1300 armazenadas, através de deposição
subaquática, em estrutura lagunar especialmente construída para o efeito e integrada no complexo mineiro. A mina de
Neves-Corvo labora atualmente cumprindo regras de proteção ambiental, nas quais se integra um projeto inovador que
prevê a utilização de uma tecnologia nova, que transforma os rejeitados de minas de sulfuretos numa pasta «altamente
viscosa». A sua deposição vai permitir a completa reabilitação e revegetação da área de armazenamento, num processo
compatível com um plano de fecho da atividade mineira.
Selecione a alternativa que permite obter uma afirmação correta.
1. A aplicação de princípios estratigráficos à unidade geológica que constitui o Maciço Ibérico possibilitou a...
(A) determinação da sua idade relativa através da aplicação de radioisótopos.
(B) reconstituição da sequência dos acontecimentos geológicos que o originaram.
(C) identificação dos tipos de rochas existentes nesta formação.
(D) determinação da sua idade absoluta através do estudo dos fósseis encontrados.
2.Os depósitos de pirite da FPI foram formados...
(A) por sedimentação de detritos provenientes de rochas pré-existentes.
(B) pela precipitação de sais concentrados durante a circulação de fluidos.
(C) por processos de meteorização física sobre rochas pré-existentes.
(D) pela dissolução de sais constituintes de rochas encaixantes.
3. Selecione a alternativa que contém os termos que preenchem, sequencialmente, os espaços seguintes, de modo a obter
uma afirmação correta.
Os jazigos polimetálicos da FPI, situados em profundidade, foram localizados através de um método _______, pela deteção
de anomalias gravimétricas _______.
(A) indireto (…) positivas.
(B) indireto (…) negativas.
(C) direto (…) positivas.
(D) direto (…) negativas.
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4. Selecione a alternativa que contém os termos que preenchem, sequencialmente, os espaços seguintes, de modo a obter
uma afirmação correta.
A viabilidade económica da mina de Neves-Corvo permite considerá-la _______, e a aposta em novas zonas de prospeção
poderá _______ o seu tempo de vida útil.
(A) recurso geológico (…) aumentar
(B) reserva geológica (…) diminuir
(C) recurso geológico (…) diminuir
(D) reserva geológica (…) aumentar
5. A exploração mineira suscita hoje grande preocupação ambiental, tendo em conta o estado de degradação em que se
encontram as zonas mineiras abandonadas.
Justifique, em face dos problemas gerados pela exploração mineira, a necessidade da aplicação de um plano de reabilitação
ambiental cada vez mais exigente.
GRUPO III
O regime periódico e alternado das marés resulta da influência conjugada dos movimentos de translação da Lua e de rotação
da Terra. Este efeito também ocorre ao nível da atmosfera e da parte sólida da Terra, embora de forma menos evidente do
que na hidrosfera.
O movimento giratório da Terra arrasta consigo a água dos oceanos. Os continentes representam obstáculos impossíveis
de contornar, e a fricção entre a água e o fundo dos oceanos abranda o movimento da água e da Terra. Esta acção das
marés está a abrandar gradualmente a rotação da Terra, estimando-se que, em cada cem mil anos, o dia aumente um
segundo. À medida que a velocidade de rotação da Terra diminui, o equilíbrio de forças entre a Terra e a Lua altera-se,
permitindo que a Lua se afaste mais do nosso planeta.
Ao longo dos tempos, várias hipóteses têm sido elaboradas para explicar a formação da Lua:
• a da co-acreção, segundo a qual a Lua se teria formado ao mesmo tempo e a partir da mesma matéria que originou o
sistema solar;
• a da fissão, que sustenta que a Lua se teria formado a partir de um pedaço da Terra que se separou desta, devido a forças
centrífugas associadas ao movimento de rotação da Terra;
• a da captura, que pretende que a Lua foi um outro corpo celeste independente, que passou próximo da Terra e ficou preso
ao campo gravitacional desta;
• a do impacto, que defende que a Lua seria o resultado de uma mistura de material da Terra com material de um corpo
celeste (planeta Theia), pelo menos tão grande quanto o planeta Marte, que chocou com a Terra há 4500 milhões de anos
(M.a.).
O conhecimento mais profundo da geologia da Lua ocorreu a partir de 1960, com o início da exploração espacial. Os
materiais rochosos recolhidos na Lua e trazidos para a Terra, nas missões Apollo e Luna, revelaram, na composição química,
algumas semelhanças com as rochas da Terra, mas também mostraram diferenças que se revelam significativas.
Vários cientistas põem a hipótese de que a proximidade da Lua tenha influenciado a evolução das primeiras formas de vida
na Terra. As estruturas biossedimentares litificadas, estromatólitos, que crescem através da acumulação de lâminas de
sedimentos aprisionados pela precipitação de carbonatos, como resultado da actividade de microrganismos (cianobatérias),
apoiam essa hipótese. Assim, os estromatólitos podem fornecer informações fundamentais sobre a dinâmica dos tempos
primordiais da Terra, tais como o número de dias por ano, a velocidade de rotação da Terra e a periodicidade de marés.
Existem estromatólitos de diversas idades, desde aproximadamente 3000 M.a. até estruturas recentes e em construção,
que fornecem a oportunidade de investigar o relacionamento entre as comunidades microbianas modernas e o ambiente,
possibilitando a melhor compreensão destas estruturas e dos paleoambientes.

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1. Selecione a única alternativa que contém os termos que preenchem, sequencialmente, os espaços seguintes, de modo
a obter uma afirmação correta.
A análise da composição química das rochas da Lua permite argumentar a favor da hipótese ______, enquanto a hipótese
da captura se torna menos credível, por não permitir explicar as _____ entre os materiais da Terra e os da Lua.
(A) da co-acreção … semelhanças
(B) do impacto … semelhanças
(C) da co-acreção … diferenças
(D) do impacto … diferenças
2. Selecione a única alternativa que permite obter uma afirmação correta.
Os dados fornecidos no texto sobre a alteração da velocidade de rotação da Terra permitem concluir que...
(A) as forças gravitacionais exercidas entre a Terra e a Lua estão a aumentar.
(B) a distância percorrida pela Lua, ao descrever uma órbita completa, está a diminuir.
(C) um dia terrestre já teve uma menor duração do que a que tem atualmente.
(D) a velocidade de translação da Terra também está a sofrer alteração.

3. A maioria das rochas recolhidas na crosta lunar e trazidas para a Terra aquando das diversas missões espaciais tem
idades compreendidas entre 3,16 M.a. e 4,5 M.a., muito superiores às idades apresentadas pela maioria das rochas que
constitui atualmente a crosta terrestre.
Justifique as diferenças significativas de idade entre as rochas da crosta lunar e as rochas da crosta terrestre, tendo em
conta as características de dinâmica interna da Lua e da Terra.

4. Selecione a única alternativa que contém os termos que preenchem, sequencialmente, os espaços seguintes, de modo
a obter uma afirmação correta.
Se o estudo dos estromatólitos permite a reconstituição de paleoambientes, isso significa que estes resultam da atividade
de organismos que requerem condições de sobrevivência _______ específicas, sendo, por isso, considerados bons fósseis
de _______.
(A) pouco … idade
(B) muito … idade
(C) pouco … fácies
(D) muito … fácies

5. Selecione a única alternativa que permite obter uma afirmação correta.


A determinação da idade absoluta dos estromatólitos é possível, porque certos elementos químicos neles contidos...
(A) se desintegram de uma maneira constante, originando elementos químicos mais estáveis.
(B) não se desintegram, quaisquer que sejam os ambientes onde os fósseis se encontrem.
(C) se desintegram de uma maneira variável, originando elementos químicos mais estáveis.
(D) não se desintegram, permitindo a manutenção da constituição química dos elementos.

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6. Selecione a única alternativa que permite obter uma afirmação correta.
Ao inferirem sobre os paleoambientes em que se formaram os estromatólitos, os geólogos baseiam-se no princípio geológico
do…
(A) gradualismo.
(B) mobilismo.
(C) atualismo.
(D) catastrofismo.
7. Ordene as letras de A a F, de acordo com a sequência dos acontecimentos referentes ao processo de fossilização de um
ser vivo.
A. Ocorre a deposição abundante de partículas finas (argilas e siltes) sobre o ser vivo.
B. Forças compressivas dobram o estrato que contém o fóssil.
C. Os materiais rochosos suprajacentes exercem pressão sobre os materiais que contêm o ser aprisionado.
D. Tem lugar a exposição subaérea do fóssil, alguns milhões de anos mais tarde.
E. Ocorre a deposição de novos sedimentos sobre o estrato que contém o ser aprisionado.
F. Por deformação, o estrato que contém o fóssil altera a sua posição.
8. Selecione a única alternativa que contém os termos que preenchem, sequencialmente, os espaços seguintes, de modo
a obter uma afirmação correta.
As zonas de subdução, que contribuem para a circulação da água entre a crosta e o manto, são limites tectónicos
_______ onde se exercem, predominantemente, forças _______.
(A) convergentes ... compressivas
(B) convergentes ... distensivas
(C) divergentes ... distensivas
(D) divergentes ... compressivas

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GRUPO IV
A 17 de janeiro de 1995, ocorreu um sismo que atingiu o Japão, provocando enorme destruição na cidade de Kobe. O
sismo atingiu uma magnitude de 7,2 e o hipocentro localizou-se a uma profundidade de 20 km, estando associado ao limite
entre a placa das Filipinas e a placa Euro-asiática. Morreram mais de 5000 pessoas, e centenas de milhar ficaram
desalojadas. A Figura 1A representa o contexto geológico da região, enquanto a Figura 1B apresenta uma possível
constituição da litosfera oceânica, onde se identificam as principais unidades litológicas, numeradas de 1 a 5, e a variação
da velocidade de propagação das ondas p, em função dessas unidades.

Para cada a das questões de 1 a 5, preencha os espaços em branco de modo a tornar uma afirmação verdadeira.
1. O epicentro do sismo de 17 de Janeiro de 1995 localizou-se num limite ...
(A) interplacas e divergente.
(B) intraplacas e convergente.
(C) interplacas e convergente.
(D) intraplacas e divergente.
2. O estudo científico de sismos recentes tem ajudado a melhorar a interpretação de eventos catastróficos semelhantes ocorridos no passado,
permitindo a aplicação do princípio do ...
(A) catastrofismo.
(B) mobilismo.
(C) evolucionismo.
(D) atualismo.
3. A elevada __ sísmica registada na cidade de Kobe está diretamente relacionada com a proximidade ao epicentro e com o facto de a
dissipação de energia no trajeto das ondas até à superfície\ter sido
(A) intensidade ( ) reduzida
(B) intensidade ( ) elevada
C) magnitude ( ) reduzida
(D) magnitude ( ) elevada
4. A velocidade das ondas sísmicas P __ quando estas chegam à astenosfera, porque a __ desta zona é inferior à da litosfera.

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(A) diminui ( ..) plasticidade
(B) diminui (…) rigidez
C) aumenta (…) rigidez
(D) aumenta (…) plasticidade
5. O estudo da velocidade de propagação das ondas P na litosfera oceânica permite concluir que a variação brusca entre as camadas __
assinala a descontinuidade de __
(A) 3 e 4 ( .. :) Mohorovicic
(B) 4 e 5 ( ... ) Mohorovicic
C) 3 e 4 ( …) Gutenberg
(D) 4 e 5 ( …) Gutenberg

6. A crosta oceânica, de acordo com o modelo representado na Figura 1 B, é constituída essencialmente por rochas magmáticas.
Classifique como verdadeira (V) ou falsa (F), cada uma das afirmações seguintes, relativas às rochas magmáticas.

(A) As rochas da família do gabro apresentam elevada percentagem de minerais ferromagnesianos.


(B) Em exame macroscópico, quer o basalto quer o gabro apresentam textura granular.
(C) O andesito é uma rocha resultante do arrefecimento rápido do magma.
(D) O riólito é uma rocha plutónica com elevada percentagem de sílica.
(E) As píllowlava são formações que se originam em erupções subaquáticas do tipo efusivo.
(F) As lavas basálticas têm origem em magmas pobres em sílica e ricos em ferro e maqnés]o.
(G) As rochas leucocratas apresentam reduzida percentagem de minerais ferromagnesianos.
(H) O diorito tem textura agranular, com cristais visíveis por observação macroscópica.

7. A Terra é um planeta geologicamente ativo.


Relacione a atividade sísmica que se regista atualmente na Terra com o facto de esta ser geologicamente ativa.

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