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RESENHA

O JOGO COMO ATIVIDADE: CONTRIBUIÇÕES DA TEORIA


HISTÓRICO-CULTURAL

Neste artigo, Nascimento, Araujo e Miguéis (2009) discutem a respeito do lúdico no


momento do ensino-aprendizagem na educação infantil, abordando em referência a teoria
histórico-cultural afim de fundamentar tal análise. Marx & Engels afirmaram que o homem é
um ser social desde que nasce, e sua vida sempre foi mediada pelas relações sociais, sendo
que o homem é a síntese ou o conjunto das relações sociais, síntese de múltiplas relações.
Desta maneira, embora a relação criança/mundo possa se dar, na aparência, mediada por
apenas um indivíduo (por exemplo, a mãe), esse indivíduo carrega em si o conjunto de
relações sociais de seu tempo.
A utilização da teoria Histórico-Cultural se explica, por esta ser apontada como a que
ampara e subsidia as ações em promoção da aprendizagem e do desenvolvimento infantil,
assegurando que as questões do contexto sócio histórico sejam contempladas. Como referem
Nascimento, Araujo e Miguéis (2009), esta teoria define uma concepção de desenvolvimento
eminentemente histórica, superando tanto os determinismos biológicos quanto os
sociológicos. A tese central desta teoria é a de que o desenvolvimento do psiquismo é
determinado pelas relações socioculturais mediadas, isto é: a atividade prática é determinante
do desenvolvimento da mente.
É senso comum que durante a infância, os jogos são reconhecidos como a atividade
principal, exercendo a principal influência nas atividades psíquicas da criança, promovendo a
apropriação da cultura e o desenvolvimento das funções psicológicas. Devido a estas
considerações, a atividade principal da criança, o jogo, durante a infância, precisa ser relevado
no contexto educacional, como uma metodologia primordial à aprendizagem.
As atividades lúdicas, dentre elas o jogo de papéis, são fundamentais na vida da
criança pois os jogos são a forma principal de a criança vivenciar o seu processo de
humanização, uma vez que é a atividade que melhor permite à criança apropriar-se das
atividades (motivos, ações e operações) culturalmente elaboradas. Seria a forma de adaptar o
infantil ao adulto, fazendo com que a criança possa participar direta e efetivamente de muitas
atividades compartilhadas no mundo adulto. Entretanto, o “acesso ao mundo adulto (a
atividade do adulto, atividade essa de trabalho) ” é uma necessidade para a criança, posto que
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ela faz parte dele e precisa, cada vez mais e melhor, situar-se nesse mundo (NASCIMENTO,
ARAÚJO; MIGUÉIS, 2009, p.296).
Na educação infantil, a utilização dos jogos foi considerada uma estratégia
metodológica estabelecendo uma relação próxima à infância. É por meio do jogo,
primeiramente o jogo protagonizado, que a criança compreende o mundo adulto e se adianta
ao seu próprio desenvolvimento, ressaltando que tal metodologia (jogo protagonizado) ocupa
um papel de destaque na psicologia histórico-cultural, e “precisamos entendê-lo,
primeiramente, como uma forma peculiar e específica da atividade humana pela qual as
crianças se apropriam da experiência social da humanidade e se desenvolvem como
personalidade” (NASCIMENTO, ARAÚJO; MIGUÉIS, 2009, p.295).
Portanto, enquanto brinca, a criança interage socialmente, percebe padrões e
regulações de comportamento, imagina, imita, descentraliza e se coloca na perspectiva do
outro. Essas ações contribuem significativamente para o seu desenvolvimento, oportunizando
a zona de desenvolvimento proximal.
Nascimento, Araujo e Miguéis (2009) ressaltam ainda que para termos um trabalho
pedagógico fundamentado no jogo como atividade, não basta apenas utilizarmos o “recurso”
jogo, ou seja, não basta aplicarmos jogos no processo educativo. Embora a utilização dos
chamados “jogos didáticos” possa fazer parte do trabalho pedagógico da educação infantil,
não é apenas por meio de seu uso que garantimos a organização da atividade principal da
criança em idade pré-escolar.
Em suma, o jogo se torna uma ferramenta na aprendizagem infantil, uma vez que ele
oportuniza a aprendizagem de outros aspectos, como a interação social, por colocar-se no
ponto de vista do outro, pela elaboração de estratégias, antecipação do pensamento e, até
mesmo, lidar com frustrações ao não obter êxito em suas jogadas, e, precisam ser
compreendidos como elementos preciosos e necessários à infância, como atividade principal
ao seu desenvolvimento psíquico e social, baseados na perspectiva histórico-cultural.

REFERÊNCIA

NASCIMENTO, Carolina Picchetti; ARAUJO, Elaine Sampaio; MIGUÉIS, Marlene da


Rocha. O jogo como atividade: contribuições da teoria histórico- cultural. In: 32ª Reunião
anual da Anped, 2009, Caxambu. 32ª reunião anual da anped, 2009.

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