Sei sulla pagina 1di 7

Instituto Politécnico de Santarém

Escola Superior de Educação

Curs o de Licenciatura em
Animação Cultural e Educação Comunitária
3.º Ano/5.º Semestre
Exclusão Social

Unidade Curricular: Educação de Valores


Docente: Dr. Ramiro Marques
Discentes: Ana Perdigão, n.º 080131006
Cátia Costa, n.º 080231016
Joana Barnabé, n.º 080231023

Janeiro de 2011
Exclusão Social
Definição de exclusão social
O conceito de exclusão social surgiu em 1960, no âmbito da tradição francesa. Este termo
centra-se na força dos laços sociais entre a pessoa e os grupos ou a sociedade. A exclusão social
significa “exclusão da sociedade”, ou seja, ao tratarmos deste conceito temos de ter em consideração
todos os meios sociais em que a pessoa vive (família, rede de amigos, os vizinhos, a comunidade
cultural, a comunidade local e a sociedade em geral).

Desenvolvimento Comunitário e Exclusão Social


A exclusão social surge devido às desigualdades existentes entre os indivíduos de uma
sociedade. Este fenómeno encontra-se associado à pobreza, pois existe uma ruptura dos padrões
mínimos de qualidade de vida das pessoas. Segundo Novak (2000) citado por Hermano Carmo (2007:
p. 247), a pobreza é considerada como um subconjunto da exclusão social, como podemos ver através
do esquema abaixo apresentado:
Exclusão Social

Vida digna Conhecimento


Vulnerabilidade

Pobreza Desemprego Desigualdade Alfabetização Escolaridade População Violência


Superior Infantil

Figura 1

De acordo com Hermano Carmo (2007: p.250), a pobreza em Portugal está relacionada com os
aspectos culturais e políticos das pessoas. Este mesmo autor, diz-nos que a primeira articulação a fazer
quanto aos aspectos políticos é “entre políticas locais, estatais, europeias e globais, respeitando o
princípio da subsidiariedade e a autonomia relativa da escala do combate”. Os três principais valores a
ter em consideração neste tipo de políticas são: a liberdade, a igualdade e a solidariedade.
Também é importante que haja uma articulação entre as políticas sectoriais que, segundo
Hermano Carmo (2007: p. 250), promovem a vida através da economia solidária, do desenvolvimento
do conhecimento ao serviço das pessoas e a criação de uma sociedade segura, que visa promover uma
paz social sustentada.
No quadro que se segue, iremos mostrar a sociedade como um conjunto de sistemas sociais:
Domínios Sistemas Factores Inclusão/Exclusão
Sociabilidade Família, vizinhança, Composição do agregado;
amigos. Inexistência/disfuncionalidade (institucionalização);
Existência redes sociabilidade (extensão, intensidade);
Funcionamento redes sociabilidade (contacto,
convivência, entreajuda).
Económico Geradores de rendimentos Salários (existência, nível, regularidade);
(mercado de trabalho,
segurança social, mercado Pensões;
de capitais, sistema de Subsídios (desemprego, RSI, etc.)
crédito)
Outros rendimentos;
Autonomia financeira (sobreendividamento);
Acesso ao crédito.
Mercado de bens e Privação (alimentação, vestuário, saúde, transporte,
serviços habitação, educação, lazer, informação, etc.).
Educação/formação Níveis escolaridade;
Abandono escolar precoce;
Insucesso/retenção;
Violência/discriminação;
Ensino recorrente (segunda oportunidade);
Acesso à formação;
Envolvimento na formação.
Saúde Acesso aos serviços de saúde;
Acesso a cuidados médicos;
Percepção subjectiva do estado de saúde;
Acesso aos medicamentos.
Emprego Inserção laboral precoce;
Desemprego;
Protecção no desemprego;
Insegurança laboral (part-time ou trabalho temporário
não voluntário, mercado informal, inexistência de
contrato de trabalho);
Condições de trabalho (acidentes de trabalho, número
de horas, doenças profissionais, etc.).
Institucional Serviços de apoio social Acesso a serviços de apoio à infância;
Acesso a serviços de apoio a idosos;
Acesso a serviços de apoio a deficientes;
Acesso a serviços de apoio a doentes crónicos.
Justiça Acesso aos serviços de justiça (acesso ao apoio
judiciário, etc.);
Funcionamento da justiça (celeridade de processos,
etc.);
Confiança no sistema de justiça;
População prisional.
Habitação Situação de sem-abrigo;
Acesso à habitação social;
Qualidade habitacional;
Perda de habitação (despejos, etc.).
Cultura e lazer Acesso equipamentos/actividades desporto;
Acesso equipamentos/actividades culturais;
Acesso outros espaços lazer (parques, jardins, etc.).
Informação e Taxa de literacia;
conhecimento Acesso ao computador;
Acesso à internet.
Cidadania política Acesso ao voto (taxa de absentismo);
Acesso à natalidade.
Espacial Território Barracas/habitação degradada;
Infra-estruturas básicas (saneamento, água,
electricidade, etc.);
PIB per capita por NUT;
Equipamentos de saúde, educação, cultura por número
de habitantes comparando com médias nacionais.
Simbólico Referências identitárias Reconhecimento pessoal (autoconceito, auto-imagem);
Reconhecimento colectivo (pertença à família, grupo
profissional, grupo social, grupo vizinhança, grupo
étnico-cultural, etc.);
Adesão/recusa normas e valores dominantes.
Construção das memórias Acontecimentos marcantes na infância e juventude;
individual/colectiva Apropriação história(s) individual, familiar;
Apropriação de história local/regional;
Reconhecimento/identificação com símbolos locais,
regionais e nacionais.

Tipos de Exclusão Social


Segundo Alfredo Costa (2008: p.73), a ausência do sistema de redes de sociabilidade ou o não
funcionamento da mesma, leva a situações de exclusão social, que têm origem através dos seguintes
factores:
Factores de natureza social: situação das pessoas idosas a viverem totalmente isoladas, que
embora não tenham falta de recursos, estão excluídas da sociedade pelo seu distanciamento;
Factores de origem legal: são os que afectam os imigrantes, pois estes para a sua integração
precisam de estar legais nos países de acolhimento;
Factores de natureza cultural: racismo, xenofobia, preconceitos diversos. Estes factores que
dão origem à exclusão social, estão também relacionados com vários outros sistemas: o
económico (pobreza), o territorial (guetização e degradação habitacional), o emprego
(insegurança laboral) e o simbólico (referências identitárias em conflito);
Factores patológicos e de comportamentos autodestrutivos: doenças psiquiátricas, o
alcoolismo e a toxicodependência. Estes factores podem surgir ao nível das redes de
sociabilidades e que se estendem a outros sistemas (saúde, emprego, habitação, etc.).
Exclusão Social e a Animação Sociocultural
Como futuras animadoras culturais e educadoras comunitárias, importa saber que a UNICEF
considera que existem sete grupos de alto risco quando de trata de crianças e jovens:
Crianças em estratégia de sobrevivência;
Crianças maltratadas e abandonadas;
Crianças institucionalizadas;
Crianças em conflito armado;
Crianças em desastres naturais e ecológicos;
Crianças com necessidades específicas;
Crianças de rua.
Para solucionar estes problemas é necessário que haja uma intervenção comunitária, e é aí que
entra o papel do/a animador/a. Este trabalho implica o envolvimento da própria criança ou jovem, com
a família (quando existe), com a rede de instituições públicas e privadas de protecção social e com a
comunidade de residência (de onde fugiram) e de fuga (para onde foram residir).
Quanto aos adultos, é preciso combater os efeitos imediatos da pobreza, tendo a preocupação de
não ser uma reprodução inter-geracional. É necessário que haja uma intervenção com programas de
educação intercultural, quando se trata de imigrantes e minorias étnicas. O trabalho com os sem-abrigo
ou desalojados passa pela conjugação de intervenções personalizadas de natureza psico-social,
acompanhadas por vezes por medidas psicoterapêuticas, com acções de (re)construção da rede social de
apoio a este tipo de população. O apoio aos desempregados também é essencial, e pode ser feito através
de iniciativas locais de emprego (ILE), os clubes de emprego, que procura conjugar acções do
empowerment do sistema-cliente com a advogacy do sistema interventor. Os reclusos e os ex-reclusos
também têm uma certa dificuldade na reinserção na sociedade, existindo também apoios nesse sentido.
Por último, temos os idosos que cabe ao animador/a sensibilizar toda a comunidade para o facto
de estes serem cidadãos de corpo inteiro, com potencialidades e limitações como qualquer outra pessoa.
Sendo que também deve trabalhar directamente com o idoso, ajudando à sua adaptação da situação de
reforma, à reorganização do dia-a-dia, a definir novas metas de vida, garantir apoio psico-social e ajuda
logística.

Bibliografia

CARMO, H. (2007). Desenvolvimento Comunitário. Lisboa: Universidade Aberta.


COSTA, A. B. et al. (Junho de 2008). Um Olhar Sobre a Pobreza. Lisboa: Gradiva.
RODRIGUES, E. V. (s.d.). Ler Letras. [Obtido em 18 de Dezembro de 2010], de
ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/1468.pdf

Potrebbero piacerti anche