Sei sulla pagina 1di 15

GESTÃO DE

CUSTOS
INDUSTRIAIS

Gustavo Antoni
Introdução às
demonstrações financeiras
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

„„ Descrever a estrutura conceitual das demonstrações financeiras.


„„ Reconhecer as principais demonstrações financeiras.
„„ Visualizar os dados disponíveis em cada demonstração financeira.

Introdução
Você sabe como uma empresa precisa fazer a sua prestação de con-
tas? Toda empresa precisa divulgar suas demonstrações financeiras, as
quais são uma forma de prestação de contas aos sócios e acionistas.
Tais demonstrações são regidas por uma legislação específica e trazem
informações sobre a posição patrimonial e financeira da empresa, o
resultado e o fluxo financeiro, para tomada de decisão e avaliação do
resultado da administração.
Neste texto, você vai aprender sobre a estrutura das demonstra-
ções contábeis e ter uma visão geral da utilização de cada uma das
demonstrações.
72 Gestão de custos industriais

Estrutura conceitual para apresentação das


demonstrações contábeis
A estrutura conceitual para a elaboração das demonstrações contábeis foi
definida pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) através do pro-
nunciamento CPC 00 emitido em janeiro de 2008 e atualizado em dezembro
de 2011, isto é, o CPC 00 (R1) (LIMEIRA et al., 2012).
Segundo Limeira et al. (2012, p. 40):

A finalidade dessa estrutura conceitual é:


a) dar suporte a desenvolvimento de novos pronunciamentos técnicos
e à revisão de pronunciamentos existentes quando necessário;
b) dar suporte aos responsáveis pela elaboração das demonstrações con-
tábeis na aplicação dos pronunciamentos técnicos e no tratamento
de assuntos que ainda não tiveram sido objeto de pronunciamentos
técnicos;
c) auxiliar os auditores independentes a formar sua opinião sobre a confor-
midade das demonstrações contábeis com os pronunciamentos técnicos;
d) apoiar os usuários das demonstrações contábeis na interpretação
de informações nelas contidas, preparadas em conformidade com
os pronunciamentos técnicos; e
e) proporcionar, àqueles interessados, informações sobre enfoque ado-
tado na formulação dos pronunciamentos técnicos.

Os princípios contábeis são classificados tecnicamente pelo CPC em


duas categorias:

1. Pressupostos básicos
2. Características qualitativas das demonstrações contábeis

Pressupostos básicos
Conforme Perez Junior e Begalli (2009), os pressupostos básicos e suas ca-
racterísticas são:

„„ Regime de competência – os efeitos das transações são reconhecidos


quando ocorrem, e não quando recursos financeiros são recebidos ou
pagos. Além disso, são realizados os registros contábeis no período a
que essas transações se referem.
Introdução às demonstrações financeiras 73

Imagine que sua empresa é uma fabricante de máquinas e equipamentos e realizou


uma venda no valor de R$ 600.000,00. Para facilitar a compra e fechar o pedido, sua
empresa ofereceu uma condição de pagamento diferenciada: 50% do valor à vista e
50% a prazo (30 dias).
Conforme o regime de competência, todo valor deve ser registrado apurando-se o
valor total da venda, independentemente se o valor desta venda foi recebido ou não.
Assim, o registro ficará desta maneira:
D – Contas a receber R$ 300.000,00
D – Caixa R$ 300.000,00
C – Vendas brutas R$ 600.000,00
Fonte: Adaptado de Limeira et al. (2012).

„„ Continuidade – as demonstrações contábeis devem ser elaboradas


pressupondo-se que a empresa continuará operando nos próximos
períodos, logo, não haverá necessidade de entrar em liquidação ou
reduzir significativamente o volume de suas operações.

Imagine que você trabalha na empresa que adquiriu o equipamento vendido no quadro
anterior (“Fique Atento”). Sua empresa deve registrar o equipamento pelo valor da
compra (R$ 600.000,00), já que irá utilizá-lo nas suas operações durante muitos anos.
Fonte: Adaptado de Limeira et al. (2012).

Características qualitativas das demonstrações


contábeis
As características qualitativas tornam as demonstrações contábeis úteis aos
seus usuários, de maneira que as informações ali contidas possam auxiliar
nos processos decisórios da empresa (LIMEIRA et al., 2012).
74 Gestão de custos industriais

As características qualitativas são subdivididas em duas categorias, de


acordo com o CPC 00 (R1) de dezembro de 2011:

1. Reputadas como mais úteis e fundamentais


2. Características auxiliares para o processo decisório quando as ca-
racterísticas de relevância e representação fidedigna resultarem em
equivalência.

Confira essas duas categorias descritas de forma sucinta nos Quadros 1 e 2.

Quadro 1. Características qualitativas: categoria 1.

Reputadas como mais úteis e fundamentais

Característica Descrição

Relevância Informações relevantes são


aquelas capazes de influenciar um
processo decisório, auxiliando os
tomadores de decisão a avaliarem
impactos de eventos do passado
ou preverem impactos futuros
das decisões do presente.

Representação fidedigna Uma representação fidedigna se


refere a informações completas,
neutras e livres de erro, ou seja, deve
conter as informações necessárias
aos usuários, representar a realidade
– qualquer que seja esta realidade.
Os dados devem ser obtidos por
métodos e processos adequados.

Fonte: Adaptado de Limeira et al (2012).


Introdução às demonstrações financeiras 75

Quadro 2. Características qualitativas: categoria 2.

Características auxiliares para o processo decisório


quando as características de relevância e representação
fidedigna resultarem em equivalência

Característica Descrição

Comparabilidade Permite identificar similaridades


e diferenças entre itens.

Verticabilidade Os usuários da informação


podem chegar a um consenso
sobre uma situação financeira.

Tempestividade A informação está disponível


antes da tomada de decisão,
podendo influenciá-la.

Compreensibilidade As informações são apresentadas


de forma clara e concisa.

Fonte: Adaptado de Limeira et al (2012).

Principais demonstrações contábeis


A Lei das Sociedades por Ações estabelece que, a cada período de 12 meses
(período social), a empresa deve elaborar e publicar as seguintes demonstrações
financeiras (MARION, 2015):

„„ Balanço patrimonial
„„ Demonstração dos resultados do exercício (DRE)
„„ Demonstração do resultado abrangente (DRA)
„„ Demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados (DLPAc)
„„ Demonstração dos fluxos de caixa
„„ Demonstração do valor adicionado (se for companhia aberta)
76 Gestão de custos industriais

Além das demonstrações aqui mencionadas, há também as notas explica-


tivas, que são complementares às demonstrações e trazem informações que
são difíceis de serem indicadas nas demonstrações, como mudança de critério
contábil, garantias oferecidas aos bancos que concederam empréstimos, taxas
de juros, entre outras (MARION, 2015).
Na Lei das Sociedades por Ações, existem exigências específicas para
companhias abertas quanto às demonstrações contábeis, de forma que estas
companhias devem apresentar, obrigatoriamente:

1. Demonstração do valor adicionado


2. Demonstração das mutações do patrimônio líquido (DMPL)

A DMPL substituirá a demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados


(DLPAc). Além disso, mesmo empresas que não são sociedades anônimas
podem ser sujeitas a essas demonstrações obrigatórias pela Lei das Sociedades
de Ações, desde que tenham atingido no ano anterior saldos de ativo total su-
perior a R$ 240 milhões, ou o total de vendas anual superior a R$ 300 milhões.

Para saber mais sobre os tipos de sociedades e relatórios contábeis obrigatórios, leia
o Capítulo 1 do livro Contabilidade empresarial, de José Carlos Marion.

Balanço patrimonial
O balanço patrimonial é uma demonstração financeira que descreve a situação
financeira e patrimonial de uma empresa ao final de um período ou exercício
(LIMEIRA et al., 2012).
Introdução às demonstrações financeiras 77

Exercício é o período em que fatos contábeis são verificados. Geralmente, coincide


com o ano astronômico; é tempo de duração de um ciclo da administração patrimonial
(SÁ, 2005).

O balanço patrimonial, segundo Marion (2015), é a principal demonstração


contábil, e, segundo Barroso (2013), é uma demonstração estática, ou seja, em
uma data específica, detalha os bens da empresa, valores a receber e valores a
pagar. O balanço patrimonial é formado por duas colunas, sendo que a coluna
da esquerda é a do ativo e a coluna da direita são o passivo e o patrimônio
líquido, como mostrado no Quadro 3.

Quadro 3. Balanço Patrimonial.

Balanço patrimonial

Ativo Passivo e patrimônio líquido

Fonte: Adaptado de Marion (2015).

„„ Ativo – recursos controlados pela empresa. Podem ser bens (tudo que
atende uma necessidade e que pode ter valor econômico atribuído) e
direitos (créditos que a empresa tem a receber).
■■ Bens: máquinas, estoques, instalações, entre outros (algo que pode
trazer benefício para a empresa).
■■ Direitos: contas a receber, duplicatas a receber, ações, títulos de
crédito, entre outros.
„„ Passivo – todas as obrigações ou os débitos que a empresa tem com
terceiros. Exemplos: impostos a pagar, financiamentos e empréstimos.
„„ Patrimônio líquido – capital social aplicado no empreendimento. Os
recursos financeiros investidos na empresa são chamados de capital,
e a remuneração do capital resultante da atividade empresarial é cha-
mada de lucro, e ambos são patrimônio dos sócios. Sendo assim, são
demonstrados como patrimônio líquido da instituição.
78 Gestão de custos industriais

O patrimônio líquido pode ser calculado subtraindo o passivo do ativo,


desta forma:

Patrimônio líquido = ativo – passivo

No Quadro 4, é mostrada a representação do balanço patrimonial.

Quadro 4. Formação básica e representação da estrutura patrimonial.

Balanço patrimonial

Ativo Passivo

Bens e direitos Obrigações

Patrimônio líquido

Capital
Lucros acumulados

Fonte: Adaptado de Limeira et al. (2012).

Demonstração dos resultados do exercício


A demonstração dos resultados do exercício (DRE) é a representação dos
resultados operacionais de uma organização em termos financeiros e econô-
micos. É um demonstrativo divulgado pelas empresas todos os anos, conforme
previsto em lei, mas o mais comum é ser apresentado mensalmente na gestão
de negócios e a cada trimestre, para fins fiscais.
De acordo com Marion (2015), a DRE apresenta o retorno do investimento
realizado pelos sócios, seja lucro ou prejuízo, evidenciando um indicador de
eficiência do investimento. A DRE apura receitas, custos e despesas para
evidenciar o resultado líquido do exercício, conforme regime de competências.
O Quadro 5 exemplifica de forma simples a estrutura de uma DRE.
Introdução às demonstrações financeiras 79

Quadro 5. Estrutura simplificada da DRE.

DRE

Receita --- ---

(-) Custo --- ---

Lucro bruto --- ---

(-) Despesa --- ---

Lucro líquido --- ---

Fonte: Adaptado de Marion. (2015).

A DRE representa informações referentes a um período de tempo, pois é


uma demonstração dinâmica. Já o balanço patrimonial demonstra informações
de uma data específica, assim, podemos concluir que uma DRE apresenta
dados dos eventos que ocorreram entre dois balanços (LIMEIRA et al., 2012).

A DRE é a demonstração contábil destinada a comprovar como foi construído o


resultado das atividades de uma organização em um determinado período. Assim,
fica demonstrado como foi realizado o lucro ou o prejuízo e ficam identificadas as
variações do patrimônio líquido demonstradas no balanço patrimonial.

Demonstração do resultado abrangente


O resultado abrangente é definido como

[...] uma alteração no patrimônio líquido de uma sociedade durante um período,


decorrente de transações e outros eventos e circunstâncias não originadas
dos sócios. Isso inclui todas as mudanças no patrimônio durante o período,
exceto aquelas resultantes de investimento dos sócios. (PORTAL DA CON-
TABILIDADE, [201-?]).
80 Gestão de custos industriais

A demonstração do resultado abrangente (DRA) é uma ferramenta de


análise, pois permite avaliar a atualização do capital dos sócios, através do
registro no patrimônio líquido das receitas e despesas incorridas devido a
investimentos de longo prazo. Na prática, a DRA tem por objetivo mostrar as
modificações no patrimônio líquido como um lucro da empresa (PORTAL
DA CONTABILIDADE, [201-?]).
Ainda segundo o Portal da Contabilidade ([201-?]), a DRA deve ser feita
separadamente da DRE, mas, como no Brasil a demonstração das mutações
do patrimônio líquido (DMPL) é obrigatória para as empresas abertas, a DRA
pode ser apresentada como uma parte da DMPL.

Demonstração das mutações do patrimônio líquido


Conforme Marion (2015), a demonstração das mutações do patrimônio líquido
(DMPL) mostra a movimentação de todas as contas do patrimônio líquido
ocorrida durante o exercício. Nesta demonstração, todo acréscimo ou dimi-
nuição do patrimônio é mostrado, como também a formação ou utilização
de reservas.
A DMLP é a subdividida em dois blocos: transações de capitais com os
sócios e resultados abrangentes.

Demonstração dos fluxos de caixa


A demonstração dos fluxos de caixa (DFC) permite identificar as variações no
fluxo de disponibilidades da empresa, tanto para a conta caixa quanto para os
equivalentes de caixa: numerários em mão, depósitos bancários disponíveis,
aplicações de custo prazo e aplicações de alta liquidez (LIMEIRA et al., 2012).
Conforme os autores (2012, p. 69):
Introdução às demonstrações financeiras 81

A demonstração do fluxo de caixa tem por objetivo apresentar os fatos


que acarretam modificação no nível de disponibilidade, que é a base
para avaliação financeira da entidade e sua capacidade de arcar com
os pagamentos das suas obrigações. Teremos condições de identificar
as fontes de obtenção de dinheiro, as origens das disponibilidades e a
respectiva alocação do dinheiro, a aplicação das disponibilidades, assim
como os objetivos das aplicações.

Demonstração do valor adicionado


O valor adicionado é a soma da riqueza gerada por cada patrimônio individu-
almente, e a demonstração do valor adicionado indica quanto do valor gerado
cabe a cada uma das partes que contribuíram para sua formação (LIMEIRA
et al., 2012).

Veja um exemplo de análise de demonstra-


ções financeiras lendo o artigo Análise de
demonstrações financeiras: estudo de caso
da Perdigão S/A, de Ricardo Trovão Rego.
O texto está disponível no link:

https://goo.gl/oNJanI
Introdução às demonstrações financeiras 82

BRAGA, Z. J. B. Curso de Gestão Contábil Financeira. Porto Alegre: [s. n.], 2013.
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS (CPC). Pronunciamento Técnico CPC 00
(R1): estrutura conceitual para elaboração e divulgação de relatório contábil-financeiro.
Brasília, DF, 2011. Disponível em: <http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/
Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=80>. Acesso em: 22 mar. 2017.
LIMEIRA, A. L. F. et al. Gestão contábil financeira. Rio de Janeiro: Ed. FGV, 2012. (Série
FGV Management).
MARION, J. C. Contabilidade empresarial. 17. ed. São Paulo: Atlas, 2015.
PEREZ JUNIOR, J. H.; BEGALLI, G. A. Elaboração das demonstrações contábeis. São
Paulo: Atlas, 2009.
PORTAL DA CONTABILIDADE. Demonstração do resultado abrangente. [201-?]. Disponível
em: <https://goo.gl/oh6gZe>. Acesso em: 22 mar. 2017.
REGO, R. T. Análise de demonstrações financeiras estudo de caso da Perdigão S/A.
Revista da Faculdade de Ciências Administrativas de Curvelo, Curvelo, v. 3, p. 71-87, 2004.
Disponível em: <https://goo.gl/oNJanI>. Acesso em: 22 mar. 2017.
SÁ, A. L. de. Dicionário de contabilidade. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2005.

Leitura recomendadas
PORTAL DA CONTABILIDADE. IBRACON – NPC 27. Demonstrações Contábeis. [201-?].
Disponível em: <http://www.portaldecontabilidade.com.br/ibracon/npc27.htm/>.
Acesso em: 22 mar. 2017.

Potrebbero piacerti anche