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A IGREJA NA TRIBULAÇÃO

Se formos coerentes com a nossa esperança a respeito do arrebatamento, relacionando


esse fato diretamente à segunda vinda de nosso Salvador, devemos concluir que a Igreja
permanecerá na Terra durante o período que antecederá a volta maravilhosa de Cristo
em glória, ou seja, durante a tribulação.

Muitos têm sustentado que essa hipótese nem deve ser levada em consideração, pois,
teoricamente, a Igreja não está destinada a viver esse momento de aflição máxima que
sobrevirá ao mundo.

Como poderia um Pai amoroso deixar o seu povo à mercê de uma realidade tão caótica e
maligna? Isso realmente poderia acontecer? Para responder a essas perguntas, devemos
considerar qual é a posição da Igreja em relação ao mundo e passear um pouco pela
história do corpo de Cristo na Terra através dos séculos.

A IGREJA NA HISTÓRIA  

A Igreja é um corpo espiritual, criado por Jesus, que tem permanecido na Terra por
séculos, mas que não pertence a esse mundo. Pelo contrário, espera um novo mundo,
com céus e Terra recriados (Apocalipse 21:1-27).

Pelo simples fato de não pertencer ao mundo e ir contra os princípios espirituais da


maldade liderados por satanás, a Igreja, desde o seu nascimento, foi duramente
perseguida pelo sistema, o que se torna até uma questão de lógica básica.

Se o sistema (mundo) jaz inteiramente no maligno, como revela João em sua primeira
epístola, logicamente a Igreja, ao não se conformar com essa realidade, bate de frente
com o sistema maligno que está por trás deste mundo e torna-se perseguida em todos
os aspectos.

Se analisarmos a história, a perseguição à Igreja começou durante o próprio ministério


de Cristo. Jesus foi duramente perseguido pelo sistema religioso da época, personalizado
nos fariseus e saduceus. O próprio Mestre declarou: "... No mundo tereis aflições; más
tende bom ânimo, eu venci o mundo" (João 16:33).

Após a morte e ressurreição do Salvador, foi a vez da própria Igreja ser perseguida.
Apóstolos, diáconos e cristãos em geral foram presos, apedrejados, torturados e
brutalmente assassinados.

A Igreja, em vez de recuar e enfraquecer-se, cresceu ainda mais, chegando a afetar o


equilíbrio político-religioso do Império Romano. Isso gerou uma nova onda de
perseguição, agora em grande escala e utilizando toda a infraestrutura imperial.

A partir de 64 d.C, os cristãos viraram atração nos espetáculos bizarros dos circos
romanos, sendo devorados por feras e sendo objeto de todo tipo de torturas corporais.
Diante disso, eles tiveram que se reunir em cavernas e em cemitérios subterrâneos.

Não obstante, em vez de apagar o fervor evangelístico e a fé em Cristo, isso gerou o


efeito contrário. O crescimento da Igreja tornou-se gigantesco, a ponto do imperador
Constantino, por motivos exclusivamente políticos e demagógicos, declarar, no quarto
século d.C, o cristianismo como religião oficial do Império.

A partir daquele momento, começou o processo de apostasia que já comentamos


anteriormente, o que ocasionou o enfraquecimento espiritual da Igreja e de grande parte
de seus membros.

Desses fatos tiramos uma importante lição: quando a Igreja mantém a sua posição
espiritual e não se prostitui com o sistema nem se conforma com o mundo, ainda que
isso resulte em perseguição, ela cresce e é abençoada.

Pelo contrário, quando ela é "bem vista" e recebida sem reservas pela sociedade, está
entrando num caminho mortal, significando que a Igreja está tão inserida no sistema e
nos costumes sociais, que já não existe diferença nem confronto espiritual entre ela e o
mundo. Essa realidade tem permanecido através dos séculos e terá seu desfecho nos
últimos tempos.

Acreditamos que a Igreja nos últimos tempos, a exemplo da primeira, será duramente
perseguida pelo sistema político - religioso que se levantará nos últimos dias. Quando
falamos em Igreja, nos referimos aos verdadeiros servos do Altíssimo em todo mundo, e
não a nenhuma denominação em particular.

É triste observar que algumas denominações evangélicas, ou pelo menos os seus líderes,
estão tão comprometidas e inseridas no sistema que, para manter seu status, farão
parte sem restrições da nova ordem organizacional política e religiosa maligna que será
implantada no planeta.

Considerando todos esses princípios, podemos responder afirmativamente à questão


levantada no começo deste texto. Sim. A Igreja pode ser perseguida e certamente o será
durante a tribulação dos últimos tempos.

Diante de tal perseguição, nós teremos a promessa de vitória feita pelo Senhor. Ele
venceu o mundo e determinou a nossa vitória sobre a morte, nos dando vida eterna. Isso
significa que, durante a aflição e tribulação, podemos morrer fisicamente, o que
aconteceu com muitos irmãos nossos durante toda a história e acontecerá com muitos
servos de Deus nos últimos tempos.

Porém, a morte física para o verdadeiro cristão não significa derrota, e sim a certeza de
um novo corpo, incorruptível e glorificado, para reinar com Cristo após a sua volta
(Apocalipse 20:6).

O MOMENTO ATUAL

Estamos vivendo um tempo de relativa paz e tolerância para a Igreja cristã. Esse
momento não deve ser usado para justificar uma atitude de acomodação e apostasia, e
sim como uma oportunidade única dada pelo Eterno para a evangelização e o
crescimento espiritual de seu povo.

Dias virão em que muitos desejarão ouvir as boas novas, mas não poderão, pois os
servos do Pai estarão sendo impiedosamente perseguidos e caçados. O momento
oportuno para evangelizar é este.

Uma simples palavra dita a alguém hoje, poderá fazer essa pessoa mudar a sua atitude
num futuro próximo, quando os fatos começarem a acontecer na íntegra e ela lembrar
das verdades proféticas que você lhe falou anos antes...  

PERSEGUIÇÃO GRADUAL  

Acreditamos que a perseguição contra a Igreja nos últimos tempos começará de forma
leve e paulatina, quando aqueles que forem contrários ao uso de novas tecnologias de
identificação e controle, ou contrários a práticas que se opõem ao plano do Senhor para
a humanidade, serão tachados de retrógrados, reacionários, idiotas, fundamentalistas,
supersticiosos e outros adjetivos afins.

Neste ponto, convém fazer um aparte para comentar como se dará essa perseguição
religiosa. Em primeiro lugar, não será uma perseguição surgida do "nada" e sim um
movimento que terá uma argumentação "razoável".

Da mesma forma que a perseguição contra a Igreja primitiva alcançou seu ápice após o
imperador Nero ter atribuído aos cristãos a culpa pelo incêndio de Roma, gerado por ele
próprio, acreditamos que os cristãos e outros grupos que se opuserem a adotar o novo
sistema, começarão a ser perseguidos.

Isso será feito de forma paulatina e quase imperceptível, começando pelos dias atuais,
em que há uma forte oposição da maioria contra os movimentos religiosos
fundamentalistas... Há uma caminhada acelerada rumo à unificação de grupos religiosos
contra movimentos ou atitudes consideradas "radicais".

Ou seja, a existência de um ecumenismo irrestrito, sem radicalismos nem


fundamentalismos, em que todos serão "irmãos", lutando pela paz mundial e tratando de
não repetir os erros políticos e religiosos do passado. Essa será a consolidação do
sistema religioso prostituído que dará sustentação à atuação do falso profeta.

Neste contexto, os verdadeiros cristãos começarão a ser perseguidos, pelo simples fato
de irem contra os princípios da nova ordem, sendo caçados como pessoas perigosas para
o equilíbrio social, a exemplo do que acontece hoje com os extremistas muçulmanos,
com uma grande diferença:

Enquanto estes últimos usam o assassinato em massa e o terror para conseguirem seus
propósitos, a Igreja de Cristo continuará usando as armas espirituais que o Pai lhe
outorgou, ou seja, a fé, a esperança e o amor ao próximo e ao Pai Eterno sobre todas as
coisas, sabendo que a verdadeira justiça virá do Senhor.

Muitos líderes espirituais fiéis ao Criador, nesse primeiro momento, já começarão a


alertar publicamente às pessoas contra a adoção do controle e suas implicações
espirituais, começando a gerar um certo descontentamento por parte das autoridades e a
produzir uma aversão velada por parte da mídia e da sociedade.

A verdadeira perseguição frontal e declarada deve acontecer quando o sistema de


controle total for adotado, provavelmente combinando algum tipo de identificação
biométrica ou através de chip subcutâneo, com rastreamento internacional via satélite,
colocando fora de todo intercâmbio social, político e financeiro todos aqueles que não
aderirem ao novo sistema e não se curvarem ao domínio maligno da besta, negando-se a
adorar o anticristo como um deus.

Nesse momento, já em plena tribulação, aqueles que não tiverem a marca do novo
sistema de identificação, começarão a ser caçados sob o pretexto de serem marginais,
anti-sociais, terroristas e criminosos que, com sua atitude rebelde, estariam colocando o
equilíbrio espiritual e a paz mundial em jogo.

Este muito provavelmente será o principal argumento usado pelo anticristo e o falso
profeta para desencadear uma verdadeira caçada contra aqueles que se opuserem ao
sistema global. 

O EXEMPLO DA IGREJA PRIMITIVA 

A exemplo dos primeiros cristãos, os integrantes da última Igreja terão que reunir-se de
forma secreta em comunidades subterrâneas. Essas comunidades deverão ter algum
sistema de sobrevivência mínima e armazenamento de artigos básicos que permitam a
sua existência e atividade evangelística nessa realidade difícil.

Sem a marca de identificação, já não será possível comprar, vender, trabalhar,


locomover-se, enfim, ter nenhum tipo de convívio social. Neste sentido, é importante que
haja um despertar para essa realidade, pois atualmente muitos nem sequer cogitam essa
possibilidade futura, muitas vezes devido ao seu alto grau de comprometimento com a
sociedade e tudo aquilo que ela pode oferecer ou, até mesmo, confiando plenamente na
veracidade do modelo pré-tribulacionista.

Assim como, mesmo perseguida, a Igreja primitiva destacou-se pelo evangelismo e o seu
fervor espiritual, acreditamos que a Igreja perseguida nos últimos tempos terá um
grande ímpeto evangelístico, atrelada ao ministério das duas testemunhas descritas em
Apocalipse 11:1-14.

Cada cristão perseguido nos últimos tempos o será por opção própria, ao não aceitar
conscientemente a marca da besta. Saberá que poderá ser capturado e morto a qualquer
momento, porém, o fará convicto da ressurreição que o espera em breve.

É importante salientar que a verdadeira Igreja nos últimos tempos não será uma Igreja
"escondida", ou seja, uma Igreja medrosa, temerosa e com receio de ser martirizada, e
sim uma Igreja subterrânea, ou seja, isolada do convívio social, porém atuante,
valorosa, evangelizadora e com membros que não terão medo de perder a sua vida e
sofrer todo tipo de torturas por causa do evangelho de Cristo.

Hoje, é relativamente "fácil" ser cristão. Daqui a alguns anos, diante da realidade que se
aproxima, veremos quem realmente tem compromisso espiritual com o Mestre.
Lembremos que o Pai deixa em sua palavra promessas maravilhosas para esse povo
santo.

Em Apocalipse 2:10-11 diz: "...Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida. Quem
tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. O que vencer não receberá dano da
segunda morte". Também Apocalipse 7:14-16 traz promessas inefáveis para os que
forem martirizados naquele tempo: 

"... Estes são os que vieram da grande tribulação, e lavaram suas vestes e as
branquearam no sangue do Cordeiro. Por isso estão diante do trono de Deus, e o servem
de dia e de noite no seu templo... Nunca mais terão fome, nunca mais terão sede, nem
sol nem calma alguma cairá sobre eles". 

PRESENÇA DA IGREJA NA TRIBULAÇÃO  

A permanência da Igreja na Terra durante o período tribulacional é bastante clara na


revelação profética exposta na Bíblia. O próprio termo "tribulação" deixa isso implícito. A
palavra "tribulação" é um derivado da palavra latina tribulum, um instrumento usado
para debulhar o trigo, separando-o do joio.

Ao estudarmos a paróbola do joio e do trigo (Mateus 13:24-30), vemos que ambos serão
separados na ceifa (fim do mundo). No Apocalipse, a ceifa está diretamente relacionada
ao Armagedom (Apocalipse 14:14-20).

Para aqueles que sustentam a impossibilidade da permanência física da Igreja na Terra


no processo tribulacional, em virtude da destruição física de nosso planeta, devemos
lembrar os seguintes detalhes:

1. Durante o processo tribulacional, apesar dos enormes cataclismos e desastres, a Terra


e os seus habitantes não serão destruídos em sua totalidade. Em Apocalipse 16:14,
abordando a convocação feita pela besta aos reis de todo o mundo, para que os mesmos
se congreguem no Armagedom visando o ataque a Israel, fica implícito que, mesmo no
final da grande tribulação, quando ocorrerá essa congregação maligna de exércitos no
Armagedom, existirão reis (presidentes) em várias localidades do mundo.

Esses "reis" estarão prontos para atacarem Israel, deixando assim implícita a
manutenção de uma logística e infra-estrutura mínimas para que um ataque dessas
proporções seja tramado e operacionalizado.

Portanto, quando é descrito na Bíblia que, no momento do arrebatamento, duas pessoas


estarão dormindo ou realizando determinada tarefa de sobrevivência mínima, não
devemos esquecer a realidade descrita anteriormente, ou seja, o planeta não estará
totalmente destruído nem a totalidade dos seus habitantes mortos.

A finalidade do processo tribulacional está direcionada à derrota final do sistema religioso


prostituído e do sistema político humano e maligno que tem governado o mundo há
milênios e não à total destruição física do planeta.

É preciso observar que muitos dos juízos apocalípticos, sobretudo na fase das trombetas,
serão enviados especificamente sobre a besta, seu reino (capital) e sobre aqueles que
estiverem com a marca da besta.

Em Gênesis 8:21-22, YHWH, após a destruição causada pelo dilúvio, revela: "Não
tornarei mais a amaldiçoar a terra por causa do homem; porque a imaginação do
coração do homem é má desde a sua meninice; nem tornarei mais a ferir todo o vivente,
como fiz. Enquanto a terra durar, sementeira e sega, e frio e calor, e verão e inverno, e
dia e noite, não cessarão".

O profeta Zacarias, no capítulo 14 versículo 16, nos revela que haverá sobreviventes de
todas as nações após a grande tribulação: "E acontecerá que todos os que restarem de
todas as nações que vieram contra Jerusalém, subirão de ano em ano para adorar o Rei,
o Senhor dos exércitos, e para celebrarem a festa dos tabernáculos".

Outros textos que mostram claramente a continuidade da vida e de nações na Terra após
a segunda vinda de Cristo, estão em Isaias 2:2-4, Ezequiel 37:28, Apocalipse 21:24-26 e
Apocalipse 22:2.

Quando esses versículos mencionam o termo "nações", não estão referindo-se à Igreja,
cujos membros já estarão glorificados e assumindo posições especiais no reino do
Altíssimo como juizes e príncipes.

Também não se referem exclusivamente a Israel, pois utiliza-se a forma plural (nações)
e descreve-se que elas virão a cada certo espaço de tempo a Jerusalém e,
posteriormente, após a transformação dos céus e da Terra, à Nova Jerusalém, para
adorar ao Rei Jesus.

Torna-se evidente que a vida no planeta prosseguirá durante o reino milenar de Cristo,
após a tribulação, não ficando restrito apenas à nação israelense. Isso fica tão claro que,
no final do Milênio, quando Satanás será solto da sua prisão milenar, o mesmo sairá para
enganar as nações que estão sobre os quatro cantos da terra, fazendo-as marchar contra
a cidade amada. (Apocalipse 20:8-9).

2. Quando Jesus relacionou a sua vinda aos dias de Noé, o fez direcionando o seu
comentário unicamente ao descaso que houve por parte das pessoas quando o dilúvio foi
anunciado. Esse mesmo descaso será verificado no final dos tempos (Mateus 24:37-39).

O Senhor Jesus, em nenhum momento comparou, e nós não podemos comparar, o


dilúvio à tribulação em termos físicos, relacionando a entrada de Noé e família na arca a
uma hipotética saída física da Igreja antes da tribulação, pois fisicamente os dois eventos
têm diferenças cruciais e propósitos diferentes, como veremos a seguir:  

a) O dilúvio ocorreu para exterminar todo ser vivente da Terra, excetuando Noé e a sua
família. A tribulação e a segunda volta do Salvador não visam exterminar todos os seres
viventes da Terra, e sim derrotar de uma vez por todas o sistema político e religioso
humano que tem dominado o mundo por séculos (Gênesis 8:21-22 e I João 5:19).  

b) Noé e família foram salvos do dilúvio através da arca, pois era necessário que a
linhagem humana proveniente de Eva e seu filho Set permanecesse viva, para que se
cumprisse a profecia divina a respeito do nascimento de Jesus através da semente da
mulher (Gênesis 3:15). Era necessário que Noé e família fossem salvos fisicamente.

Por sua vez, a salvação do cristão é eterna e espiritual. A mesma independe de danos
físicos causados num processo tribulacional ou até mesmo de destruição física (basta ler
o exemplo dos primeiros apóstolos e cristãos).

A nossa verdadeira arca é o nosso Salvador. A arca usada por Noé lhe trouxe livramento
da destruição sobre o planeta e salvação física. Jesus nos traz salvação espiritual da
destruição eterna.

Ao associar os dias de Noé aos dias da sua vinda (no contexto do capítulo 24 de Mateus
fica claro que trata-se de sua vinda em glória e majestade), estava falando do descaso
da maioria para ambos os eventos.

No caso do dilúvio, a maioria pereceu por não dar crédito à mensagem transmitida por
Noé. No caso dos últimos tempos, a maioria perecerá por não ter nascido de novo e
aceito a obra redentora de Cristo.

Não existe base bíblica alguma para relacionar a arca a um arrebatamento pré-
tribulacional, visando manter a integridade física da Igreja e evitar que ela passe por um
período tribulacional.

Se assim fosse, Pedro, Paulo, Tiago, Estevão, Policarpo e tantos outros irmãos
martirizados em processos tribulacionais, estariam "fora da arca". Eles sabiam que o
dano máximo que um servo do Altíssimo pode sofrer na tribulação e perseguição é a
morte física e que a salvação eterna já estava assegurada. Para eles, o viver era Cristo e
o morrer lucro. Essa deve ser a nossa visão...

Em Lucas 17:26-32, o Mestre torna a comparar os dias da sua volta aos dias de Noé,
citando, como já vimos, o descaso que haveria no final dos tempos. No caso da
comparação com Noé, Jesus utiliza a expressão "nos dias" (versículo 26), dando a
entender que a comparação referia-se a um período relativamente extenso que
antecederia a sua vinda.

Porém, a partir do versículo 29, Ele relaciona o dia da sua vinda ao dia em que Ló foi
tirado de Sodoma. Naquele mesmo dia, as cidades de Sodoma e Gomorra foram
destruídas. Essa comparação feita por Cristo, deixa a nítida idéia de um arrebatamento
que antecederá o momento definitivo, tirando a Igreja da destruição final, quando os
exércitos do anticristo serão exterminados, da mesma forma que Sodoma e Gomorra o
foram.

Então, vemos que existe uma diferença crucial entre as duas comparações já citadas. No
caso da comparação aos dias de Noé, Jesus fala de si próprio como "dias do Filho do
homem" (v26), estabelecendo um período mais abrangente, até mesmo para
exemplificar o descaso generalizado da população durante certo tempo. Sem dúvidas,
Noé levou um tempo considerável para a construção da arca e para ajuntar todos os
animais. O dilúvio não ocorreu "de uma hora para outra".

Já na comparação com os dias de Ló, o qual foi tirado de Sodoma no dia da destruição,
Cristo fala especificamente do dia em que Ele voltará (v30) e do livramento sobrenatural
que os fiéis terão neste dia, deixando claro que os fiéis serão tirados da tribulação no dia
da vinda gloriosa de Jesus, ou seja, no dia em que Ele se manifestará para derrotar o
anticristo, como fica claro em Lucas 17:29-30: "Mas no dia em que Ló saiu de Sodoma
choveu do céu fogo e enxofre, e os consumiu a todos. Assim será no dia em que o Filho
do Homem se há de manifestar”.

Daremos a seguir alguns versículos que indicam claramente a presença da Igreja do


Ungido na tribulação. Uma Igreja de cristãos fervorosos, com azeite para acender suas
lâmpadas, vigilantes em meio à noite espiritual, que guardam os mandamentos do Pai e
mantêm o testemunho de Jesus (Apocalipse 12:17).

Não será, como afirmam alguns, uma Igreja composta por "ex-desviados" ou cristãos
"deixados para trás" durante o arrebatamento pré-tribulacional, por não estarem em
comunhão com o Pai.

Não é isso que nos observamos nas passagens que serão abordadas. Elas descrevem
uma Igreja cheia do Espírito Santo, atuante, resistente e consciente das palavras do
Mestre: "Qualquer que procurar salvar sua vida, perdê-la-á, e qualquer que a perder,
salvá-la-á” (Lucas 17:33).

Os verdadeiros servos fiéis nos últimos tempos saberão que o servo não é maior que o
seu Senhor. Ou seja, se nosso Salvador foi perseguido religiosamente pelos líderes
espirituais de seu povo e morto por um império político mundial, eles poderão sofrer
essas mesmas conseqüências a qualquer momento!

Essa realidade não condiz com a atual, na qual é até "bem visto" socialmente ser cristão,
mas se aplica com mais propriedade a uma realidade tribulacional.

1. Em Apocalipse 13:7, vemos que o anticristo, após consolidar-se no poder, faz guerra
contra os santos e os vence. Esses "santos" não são o povo de Israel por duas razões: a
nação israelita não será atacada pela besta até o momento culminante da grande
tribulação no Armagedom.

Não faria sentido o anticristo fazer guerra e vencer Israel e meses depois reunir todos os
exércitos do mundo para atacar o país anteriormente derrotado. Daniel 7:21-22 aborda o
mesmo acontecimento e nos revela outro detalhe importante: os santos que serão
vencidos (martirizados) no versículo 21, possuirão o reino no versículo 22, após a
segunda vinda de Jesus em glória. Possuir o reino é uma das promessas deixadas à
Igreja.

2. Em Apocalipse 12:17, a besta, ao não poder atacar parte dos escolhidos, que serão
protegidos durante três anos e meio (o que abordaremos na seção IGREJA PROTEGIDA),
ataca aos demais filhos da mulher, os que guardam os mandamentos do Pai e mantêm o
testemunho de Jesus.

Outra vez, não pode tratar-se do povo judeu, já que eles não mantêm o testemunho de
Jesus e apenas serão tocados diante da vinda pessoal e gloriosa do Mestre (Zacarias
12:10). O verbo manter, nos revela uma conotação de resistência em meio a
perseguição maligna da besta.

3. Em Apocalipse 14:12, fica explícita mais uma vez a permanência da Igreja na Terra,
mesmo na parte final da tribulação, após o toque da sétima trombeta e pouco antes da
queda da Babilônia.

A perseguição oficial contra esses servos do Eterno é detalhada no versículo 13 do


mesmo capítulo, onde há uma mensagem de ânimo para os que forem martirizados: "E
ouvi uma voz do céu, que me dizia: Escreve: Bem-aventurados os mortos que desde
agora (após o toque da sétima trombeta) morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para
que descansem dos seus trabalhos, e as suas obras os seguem".

4. Em Apocalipse 6:9-11, vemos cristãos martirizados durante a história clamando por


justiça. Eles são direcionados a esperar por um pouco de tempo, até que se complete o
número daqueles que deveriam morrer como eles morreram (perseguidos e martirizados
por um império político-religioso).

5. Em Apocalipse 20:4, fica explícito que servos do Messias que não aceitaram a marca
da besta, participarão da primeira ressurreição. Se é a primeira ressurreição e se dela
participam cristãos que se opuseram ao anticristo e ao seu sistema e foram mortos por
isso, então subentende-se que não haverá arrebatamento pré-tribulacional, pois não
poderia haver uma ressurreição em massa anterior à primeira ressurreição.

6. Em Mateus 24:22, Jesus revela que, se os dias da grande tribulação não fossem
abreviados, ninguém se salvaria, e que esses dias serão abreviados por causa dos
escolhidos. Não cremos que o termo "escolhidos" refere-se exclusivamente ao povo
judeu pois, oito versículos mais adiante, em Mateus 24:31, Jesus revela que esses
escolhidos serão arrebatados nos ares por ocasião da sua vinda em glória.

A promessa de arrebatamento foi deixada à Igreja (Atos 1:9-12). A salvação mencionada


por Jesus no versículo 22, se refere à salvação física, pois a salvação espiritual
independe do processo tribulacional.

Essa salvação ou preservação física visa o cumprimento da promessa de transformação


dos que estiverem vivos por ocasião da vinda de Jesus, revelando-nos que parte da
Igreja será protegida de forma sobrenatural durante a tribulação, como veremos mais
adiante.

7. Todas as palavras gregas usadas no Novo Testamento para descrever os conceitos de


arrebatamento e segunda vinda de nosso Salvador, demonstram claramente um evento
único e visível (não oculto). Tanto parousia (vinda), apokalypsis (revelação) e epiphaneia
(aparecimento), sugerem em todos os casos uma vinda visível e um arrebatamento da
Igreja como conseqüência imediata dessa vinda em glória.

8. A Igreja primitiva tinha uma consciência muito clara da tribulação que teriam que
enfrentar, pois a mesma havia sido predita pelo próprio Cristo. Ao esperar a volta
gloriosa de Jesus já em seus dias, como fica claro nas abordagens de Paulo a esse
respeito, a Igreja primitiva nem sequer questionava o fato de estar vivendo uma
perseguição cruel e estar atravessando uma tribulação profunda.

Ao não possuírem uma visão mais completa da história e do cumprimento escatológico


como temos atualmente, e até mesmo pela crueldade e violência daquela perseguição,
aqueles irmãos relacionavam aquela ferrenha perseguição à grande tribulação predita
por Cristo, a qual ocorrerá nos tempos do fim, antecedendo a sua volta gloriosa. Vemos
então que os nossos irmãos primitivos enfrentaram uma violenta tribulação, acreditando
em todo momento que Jesus voltaria já em seus dias para tirá-los da tribulação.

Consequentemente, podemos constatar que os nossos primeiros irmãos não tinham


qualquer idéia "pré-tribulacionista", pois os mesmos já estavam vivendo em meio a uma
tribulação cruel.
Eles não esperavam que Jesus os arrebatasse para evitar a sua entrada no período
tribulacional e sim que Jesus viesse em glória para arrebata-los e derrotar o sistema que
os oprimia.

Isso fica bastante explícito na direção dada por Paulo em II Tessalonicenses 1:7-8: "E a
vós, que sois atribulados, descanso juntamente conosco, quando se manifestar o Senhor
Jesus desde o céu com os anjos do seu poder, como labareda de fogo, tomando vingança
dos que não conhecem a Deus e dos que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor
Jesus Cristo".

9. Em Apocalipse 7:14-16, João recebe uma revelação dos mártires na glória e, naquela
visão, fica constatado que os servos do Eterno martirizados estavam vindo da "grande
tribulação". Depois de ter sido citada e descrita por Jesus em seu sermão profético, o
termo "grande tribulação" só volta a ser mencionado no Apocalipse.

O Mestre profetizou que a grande tribulação antecederia a sua volta e que seria um
período de escuridão nunca antes visto sob a face da Terra, colocando esse período para
o final dos tempos. Portanto, fica demonstrado nos versículos mencionados acima, que
cristãos serão martirizados durante a "grande tribulação", determinando mais uma vez
de forma inquestionável a presença da Igreja durante esse período.

A IGREJA PROTEGIDA  

De acordo com as passagens escatológicas, parte da Igreja será protegida de uma forma
sobrenatural. Da mesma forma que é visível a permanência da Igreja na Terra durante a
tribulação e a morte de muitos cristãos como resultado de uma perseguição cruel, vemos
que uma parte da Igreja permanecerá viva até o momento da segunda vinda de Jesus
em glória.

Esse grupo será preservado fisicamente em meio à tribulação e suas pragas, de uma
maneira que transcende toda explicação natural, tal como a preservação do povo hebreu
no Egito por ocasião das pragas vai além de nossa compreensão limitada, entrando na
esfera da atuação sobrenatural do Altíssimo.

Essa preservação física, tem como objetivo o cumprimento das profecias escatológicas
que determinam que, por ocasião da volta de Jesus, os mortos serão ressuscitados e os
que estiverem vivos serão transformados (I Tessalonicenses 4:13-18).

Para que integrantes da Igreja permaneçam vivos em meio à destruição e cataclismos


tribulacionais, é necessária uma preservação física específica, como veremos nas
seguintes passagens:  

1. Em Apocalipse 3:10 diz: "Como guardaste a palavra da minha paciencia, também eu


te guardarei da hora de provação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar os que
habitam na terra". Esse versículo nos revela que parte da Igreja será guardada durante
a tribulação.

O pré-tribulacionismo relaciona essa proteção a um arrebatamento anterior à tribulação,


porém a palavra utilizada aqui não é "tirar", "arrancar" ou "arrebatar", e sim guardar
(tereo). Esse verbo nos traz uma idéia de proteção, vigilância e cuidado. Acreditamos
que parte da Igreja, pessoas que têm compromisso com o Altíssimo (que guardaram a
palavra da paciencia), serão protegidas sobrenaturalmente em meio à tribulação.
Tentar explicar como acontecerá isso é como tentar explicar como o povo hebreu foi
preservado no Egito durante o envio das dez pragas... Note que o povo de Israel não foi
arrancado do Egito durante as pragas, mas foi protegido de forma sobrenatural.

É interessante notar também que muitos juízos apocalípticos virão somente sobre os que
tiverem a marca da besta, isentando de forma sobrenatural aqueles que se negarem a
receber a marca e obedecer ao governo mundial da besta.

2. Em Daniel 11:33-34 diz: "E os entendidos entre o povo ensinarão a muitos; todavia
cairão pela espada, e pelo fogo, e pelo cativeiro, e pelo roubo, por muitos dias. E, caindo
eles, serão ajudados com pequeno socorro; mas muitos se ajuntarão a eles com
lisonjas...".

Nesta passagem vemos três grupos: os que são entendidos e ensinam ao povo, e por
causa desse testemunho são mortos pela espada e pelo fogo, os que são ajudados com
"pequeno socorro" e aqueles que serão ludibriados com as lisonjas do maligno. Essa é
uma descrição clara da Igreja em tempos de tribulação.

Uma parte é martirizada, por causa de seu testemunho e do seu ensino em meio à
perseguição política e religiosa, outra parte dos cristãos é preservada fisicamente através
da proteção do Senhor, e a terceira parte cede aos apelos sociais e prefere fazer parte do
sistema político e religioso, para não abrir mão de sua inserção social e integridade física.

O pequeno socorro mencionado por Daniel, parece referir-se não à importância desse
socorro, pois tudo o que o Pai faz é grandemente importante, mas à duração do socorro,
o que nos remete à grande tribulação de três anos e meio.

3. O cuidado divino com vistas à preservação física de parte da Igreja, fica patente em
Mateus 24:22: "E, se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma carne se salvaria;
mas por causa dos escolhidos serão abreviados aqueles dias".

Muitos acreditam que os dias já estão sendo abreviados na atualidade, porém, ao


analisar detalhadamente o contexto, vemos que Jesus refere-se à grande tribulação.
Outros sustentam serem esses escolhidos o povo de Israel. Porém, oito versículos mais
adiante, o Messias profetiza que esses escolhidos serão arrebatados dos quatro cantos
dos céus por ocasião da Sua vinda em glória (Mateus 24: 30-31).

O arrebatamento é uma promessa deixada à Igreja, portanto os escolhidos do versículo


22 são integrantes do corpo de Cristo. A salvação mencionada por Jesus no versículo 22
não é espiritual, pois ela independe da duração de um processo tribulacional, onde o
dano máximo que um servo do Altíssimo pode sofrer é a morte física.

Jesus refere-se à preservação física de alguns escolhidos (parte da igreja) durante a


grande tribulação, para que se cumpram as profecias mencionadas anteriormente.

4. No capítulo 12 do Apocalipse, é descrita a perseguição da besta (dragão) à mulher.


Quando neste capítulo é mencionada uma mulher e em determinado momento ela gera
um menino (Jesus), não podemos associá-la somente ao povo de Israel e sim à semente
feminina da qual Jesus foi gerado (Gênesis 3:15).

Neste versículo fica claro que a descendência da mulher pisará na cabeça da serpente. O
apóstolo Paulo, afirma em Romanos 16:20 que o Pai esmagará a cabeça de Satanás
debaixo de nossos pés (igreja), fazendo-nos participantes, através da descendência física
da mulher, da promessa contida em Gênesis 3:15.

Se somos descendentes da linhagem da mulher, através da promessa de pisar na cabeça


da serpente, a figura da mulher parece estar mais associada à Igreja do que à nação
israelense.

No capítulo 12 do Apocalipse, o dragão persegue a mulher com o objetivo de mata-la,


porém não consegue levar seu intento ao final, pois a mulher é levada ao deserto, onde
será suprida por Deus por três anos e meio, "fora da vista da serpente".

No livro de Isaias 40:31 diz: "Mas os que esperam no Senhor renovarão as forças;
subirão com asas como águias, correrão e não se cansarão; caminharão, e não se
fatigarão". Esse versículo adquire um sentido profundo e real quando o comparamos com
a experiência da mulher descrita no capítulo 12 de Apocalipse.

Se atentarmos detalhadamente para algumas revelações escatológicas, vamos chegar à


conclusão que a nação israelense durante a tribulação permanecerá no seu atual local.

Vejamos: o templo será reconstruído em Jerusalém, no final na grande tribulação o


anticristo reunirá todos os seus aliados no Armagedom, ou Monte Megido, que fica na
Terra Santa, com o objetivo de atacar Israel e Jesus, por ocasião da sua segunda vinda
em glória, pousará o seus pés no Monte das Oliveiras (Zacarias 14:1-9), e, daquele
lugar, destruirá os exércitos da besta.

Ou seja, devido a todos esses detalhes, a promessa de transporte sobrenatural nas asas
da águia a um deserto, onde será sustentada por três anos e meio, parece estar
associada à parte da Igreja e não à nação israelense.

Isso fica comprovado quando o dragão, ao não poder atingir aqueles que estão em
segurança, se volta contra os "demais filhos da mulher", os que guardam os
mandamentos do Pai e mantêm o testemunho de Jesus, ou seja, parte da Igreja que não
será protegida sobrenaturalmente, mas que será martirizada por causa do seu
testemunho.

Serão irmãos que não amarão a suas vidas até a morte, sabendo que o servo não é
maior que o seu senhor. Para eles, o viver sempre será Cristo e o morrer por causa do
evangelho, lucro...

Considerando todos os princípios abordados neste tópico, devemos preparar-nos para


todas as conseqüências que isso implica. A exemplo de José, que divinamente orientado
por YHWH e exercendo o seu dom de sabedoria, estocou provisões para sua
sobrevivência em tempos difíceis, nós devemos, se formos conseqüentes com aquilo que
afirmamos e cremos, fazer o mesmo, tanto no aspecto espiritual quanto no âmbito
material.

É interessante observar que o período de fome interpretado por José no sonho do faraó
foi de sete anos. O mesmo tempo que durará a tribulação dos últimos dias. O Pai não
retirou o seu povo da terra em que se encontravam, naquela época de fome mundial,
porém providenciou de forma milagrosa e surpreendente o suprimento para Israel e
família em meio à fome.

A revelação sobre o que acontecerá nos últimos tempos já não está nos sonhos de um
faraó, mas na Bíblia. Mesmo na mais densa escuridão a Palavra do Altíssimo iluminará
nosso caminho.

"...No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo" (João 16:33)  

O ESPÍRITO SANTO NA TRIBULAÇÃO  

A ideia da retirada do Espírito Santo da Terra antes da tribulação surgiu no século XIX,
junto com o conceito pré-tribulacional, ou seja, de arrebatamento da Igreja anterior à
tribulação.

A Igreja, ao ser arrebatada, levaria consigo o Espírito Santo, deixando a Terra à mercê
do anticristo. Porém, quando vemos o propósito eterno do Criador para o homem e o
universo, vemos que Ele permanece no controle de tudo, mesmo nos momentos mais
difíceis.

A partir do momento que nós verificamos a clara presença da Igreja durante a


tribulação, temos que aceitar a presença do Espírito Santo na tribulação, pois o mesmo
foi enviado à Igreja, objetivando edificá-la e auxiliá-la, principalmente nos momentos
mais difíceis. Alguns princípios bíblicos sustentam essa afirmação:  

1. É inconcebível a atuação plena de um cristão sem a presença do Espírito Santo em sua


vida. De acordo com o pré-tribulacionismo, que nunca pôde negar a existência de
resistência espiritual ao sistema do anticristo, alguns "ex-desviados deixados para trás
conseguiriam se opor ao sistema do anticristo, baseados em sua "força de vontade", já
que o Espírito Santo não estaria mais na Terra... Esse é um raciocínio muito tortuoso,
sem base bíblica e forçado.

Se na realidade atual, onde vivemos em relativa calma, levamos uma rotina cômoda,
usufruindo os avanços tecnológicos da sociedade e somos considerados pessoas de bem
pelo fato de sermos cristãos, é difícil para um cristão cheio do Espírito Santo lutar
espiritualmente contra o mundo e seus princípios, imagine um ex-desviado lutar contra
um sistema maligno, sendo perseguido social, religiosa e politicamente?

Isso não condiz com a parábola das dez virgens, na qual somente aquelas que tinham
azeite (eis aí outra referência ao Espírito Santo na tribulação), puderam acender suas
lâmpadas (vidas espirituais) em meio à escuridão da noite (tribulação).

Também não condiz com Apocalipse 12:17, onde se afirma que a besta perseguirá os
que guardam os mandamentos de Deus e mantêm o testemunho de Jesus. Como manter
o testemunho de Jesus sem a presença do Espírito Santo?

2. Nesse contexto, o pré-tribulacionismo incorre num erro grave: relacionar eventos


políticos mundiais com a presença do Espírito Santo na terra. O Espírito foi enviado à
Igreja (Atos 2:1-13). A sua atuação é direcionada ao crescimento espiritual do corpo de
Cristo na Terra e Ele habita em cada cristão, que é o templo do Espírito.

A permanência do Espírito Santo na vida do cristão independe dos eventos políticos e


sociais que transtornam o mundo. Em I João 5:19, o apóstolo nos revela que o mundo
inteiro jaz no maligno. Isso descreve o ciclo de governo humano sobre a Terra, que terá
seu clímax e final no governo mundial do anticristo.

Mesmo diante dessa realidade política, social e espiritual maligna predominante durante
séculos, o Espírito Santo continua atuando em milhares de vidas.

Consequentemente, não podemos atribuir a chegada ao poder por parte do anticristo à


retirada do Espírito Santo, pois o poder político maligno baseado na capacidade do
homem decaído tem durado séculos, mesmo com a presença do Espírito Santo na vida
dos servos do Altíssimo.

O sistema de governo maligno só será destruído na segunda vinda de Jesus como Juiz e
Rei, para arrebatar a sua Igreja e destruir o anticristo.

3. Em Apocalipse 11:1-12, é narrada a atuação das duas testemunhas durante a


tribulação. Elas profetizarão por 1260 dias (três anos e meio). Após esse período, serão
assassinadas pelo anticristo e ressuscitarão após três dias e meio.

Se o Espírito Santo não agisse em suas vidas, como profetizariam e fariam sinais? Como
ressuscitariam e ascenderiam aos céus? A quem testemunhariam, como convenceriam e
como seria entendido esse testemunho, não fosse a atuação do Espírito Santo? Não é por
força nem violência, mas pelo Espírito diz o Senhor...

4. Uma das manifestações do Espírito Santo é a de ajudar a Igreja em meio à tribulação,


como fica claro em João 16:1-11 e em Lucas 12:11-12. Nosso Salvador disse: "E,
quando vos conduzirem às sinagogas, aos magistrados, e às potestades, não estejais
solícitos de como ou do que haveis de responder, nem do que haveis de dizer. Porque na
mesma hora vos ensinará o Espírito Santo o que vos convenha falar".

Nossos irmãos primitivos tinham essa promessa em seus corações de uma forma
concreta, pois eles foram perseguidos em todos os sentidos. Observamos durante toda a
história da Igreja que, enquanto maior a perseguição, maior a atuação do Espírito do
Eterno, com sinais e prodígios.

Essa é a realidade e são as promessas que aguardam a Igreja nos últimos tempos. Não
esqueçamos o que o Senhor Jesus revelou: "...No mundo tereis aflições, mas tende bom
ânimo, eu venci o mundo" (João 16:33).  

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