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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMIÁRIDO

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS


CURSO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA

LINCOLN RONYERE CAVALCANTE RIBEIRO

PROCESSO DE PRODUÇÃO E VIABILIDADE DO TIJOLO MODULAR DE


SOLO-CIMENTO NA CONSTRUÇÃO CIVIL NO ESTADO DO RN

MOSSORÓ – RN
2013
LINCOLN RONYERE CAVALCANTE RIBEIRO

PROCESSO DE PRODUÇÃO E VIABILIDADE DO TIJOLO MODULAR DE


SOLO-CIMENTO NA CONSTRUÇÃO CIVIL NO ESTADO DO RN

Monografia apresentada à Universidade


Federal Rural do Semiárido – UFERSA,
Departamento de Ciências Ambientais e
Tecnológicas para a obtenção do título de
Bacharel em Ciência e Tecnologia.
Orientador: Dr. Marcelo Tavares Gurgel –
UFERSA. Co - orientador: Silvio Roberto
Fernandes Soares.

MOSSORÓ-RN
2013
LINCOLN RONYERE CAVALCANTE RIBEIRO

PROCESSO DE PRODUÇÃO E VIABILIDADE DO TIJOLO MODULAR DE


SOLO-CIMENTO NA CONSTRUÇÃO CIVIL NO ESTADO DO RN

Monografia apresentada à Universidade


Federal Rural do Semiárido – UFERSA,
Departamento de Ciências Ambientais e
Tecnológicas para a obtenção do título de
Bacharel em Ciência e Tecnologia.
Orientador: Dr. Marcelo Tavares Gurgel –
UFERSA. Co – orientador: Silvio Roberto
Fernandes Soares.

APROVADA EM: 12/04/2013

BANCA EXAMINADORA
DEDICATÓRIA

À minha avó, Luiza Cavalcante ( in


memorian ), que eu não tive a oportunidade
de conhecer pessoalmente, sendo uma
importante referência na minha vida (luta e
honestidade).

A Deus pela sua misericórdia e proteção


divina.

Aos meus pais, Roberto e Lucia por ter


acreditado no meu potencial, e por ter me
dado amor e conselhos em toda minha
trajetória de vida.

Ao meu irmão, por ter servido de referência


e por me dar conselhos ao longo da minha

vida.
AGRADECIMENTOS

A Deus, pelo o dom da vida com muita saúde, paz, amor, esperança, força e coragem, e
pelos planos que traçou para ela, e por colocar pessoas maravilhosas ao meu redor.

Aos meus pais, Lucia Cavalcante e Roberto Emídio, por estar o tempo todo na minha
vida nos momentos tristes e felizes, sempre me dando amor e carinho, pelos conselhos,
fazendo com que eu me torne uma pessoa melhor a cada dia que passa, agradeço por
sempre estar mostrando os caminhos certos que devo seguir afim de facilitar a
realização dos meus sonhos. Afinal agradeço por tudo desde período de gestação até os
dias atuais, obrigado pai e mãe por me ensinar a viver e serem meus exemplos na vida,
amo muito vocês.

Ao meu irmão, Ronyberto, agradeço por todo incentivo que me deu ate hoje, por ser
uma referência na minha vida, por ter a certeza que posso sempre contar com ele, por
me dar conselhos visando meu melhor, e pelas vezes que se preocupou comigo.
Obrigado irmão.

A minha namorada, Glenia Aquino, por todo amor, paciência, estimulo e tranquilidade
durante este período que estamos juntos. Obrigado meu amor, Te amo!

Aos meus avós paternos Luiza Lucas e João Sobrinho por me darem conselhos e
contribuir na minha educação.

Ao meu Orientador, Dr. Marcelo Tavares Gurgel e ao meu coorientador Silvio Roberto,
por toda atenção e assistência prestada, contribuindo para a realização deste trabalho.

Aos meus tios Nicolau, Luizinho, Marcos, Paulo, Nicodemos, Luzineide, Marcos
Ribeiro, Zoraia, Fracimário, Weliton, Tiquinho, França, Irmã, Francinete, Chaga,
Cicero, Tonha. Agradeço por servir de referências na minha vida e por ter acompanhado
o meu crescimento.

Aos primos, por fazerem parte da minha vida e contribuírem de forma positiva no meu
aprendizado.

A todos os amigos que juntos cultivamos verdadeiras amizades em uma família fora de
casa, em longos e prósperos anos de convivência.
“O homem que está isento de erros é
aquele que não arrisca acertar”

(Albert Einstein)
Resumo

O tijolo modular de solo cimento surge como uma alternativa inovadora no mercado, para
amenizar os impactos ambientais negativos, gerados pelas empresas do ramo da construção
civil. Diferentemente dos tijolos convencionais o modular de solo-cimento não é necessário ser
cozidos, amenizando assim o desmatamento e a emissão de gases poluentes na atmosfera. Em
relação a este produto existem ainda vários estudos em sua área, mas no município de Mossoró
e em todo o estado do Rio Grande do Norte a pouco. Nesse sentido, este estudo foi realizado no
período de janeiro a abril de 2013, visando contribuir com a difusão de informações e mais
conhecimento acerca de tijolo modular de solo-cimento. Para isso, foram realizadas revisões na
literatura, analisando o processo de produção e a viabilidade do tijolo modular de solo-cimento.
Ao longo deste trabalho percebeu-se informação com aspecto positivo quando relacionadas a
economia total da obra e redução nos poluentes (CH4 e CO2).

Palavras-Chaves: Custos, Impactos Ambientais, Construção sustentável.


ABSTRACT

The soil cement brick modular emerges as an innovative alternative in the market, to mitigate
the negative environmental impacts generated by companies in the construction business.
Unlike the conventional bricks modular soil-cement is not necessary to be cooked, thus
mitigating deforestation and greenhouse gas emissions in the atmosphere. On this product there
are several studies in your area, but in the Mossoró and throughout the state of Rio Grande do
Norte by little. Thus, this study was conducted from January to April 2013, aiming to contribute
to the dissemination of information and knowledge more brick modular soil-cement. For this,
revisions were made in the literature, analyzing the production process and the viability of brick
modular soil-cement. Throughout this work was realized with positive information when related
to the overall economy of work and reduction in pollutants (CO2 and CH4).

Keywords: Costs, Environmental Impacts, Sustainable Construction.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Componente de mistura de solo, cimento e água formando o tijolo ecológico


................................................................................................................................... 18

Figura 2 - Armazenagem do solo ................................................................................. 22

Figura 3 - Peneiramento manual do solo ...................................................................... 22

Figura 4 - Ilustração do traço 1:10 em volume ............................................................. 23

Figura 5 – O cimento portland sobre o solo ................................................................. 24

Figura 6 - Mistura até o ponto de homogeneização ..................................................... 24

Figura 7 - Adição de água a mistura ............................................................................ 25

Figura 8 - Prensa manual e hidráulica .......................................................................... 26

Figura 9 - Tijolo modular ............................................................................................ 27

Figura 10 - Armazenamento e cura dos tijolos ............................................................. 28

Figura 11 - Desagregação ocasionada por extensão e contração da argila, e deficiência


na prensagem .............................................................................................................. 29

Figura 12 - Ação de fungos e lixiviação provocada por excesso de umidade durante a


cura/armazenamento ................................................................................................... 29

Figura 13 - Vista de pilares de paredes externa com interna......................................... 30

Figura 14 - Detalhe construtivo de obra ....................................................................... 31

Figura 15 – O uso de copos plásticos na calha ............................................................ 32

Figura 16 - Economia na construção com Tijolo Ecológico ......................................... 38

Figura 17 - Resistência média a compressão dos tijolo sem resíduos ........................... 40


LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Características do solo segundo a NBR 10832 (1989) ............................................. 18

Tabela 2 - Custo do tijolo de solo cimento ............................................................................... 33


LISTA DE SIGLAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnica

ABCP – Associação Brasileira de Cimento Portland

FUNTAC – Fundação de Tecnologia do estado do Acre

NBR – Norma Brasileira

RN- Rio Grande do Norte


SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 14
2. FUNDAMENTOS TEÓRICOS ............................................................................ 16
2.1. SOLO-CIMENTO ............................................................................................ 16
2.2. PROCESSO DE FABRICAÇÃO ...................................................................... 17
2.2.1. Composição do solo-cimento. ................................................................... 17
2.2.1.1 Solo .......................................................................................................... 18
2.2.1.2. Cimento Portland ..................................................................................... 20
2.2.1.3. Água:....................................................................................................... 20
2.2.3 Armazenagem do solo ............................................................................... 21
2.2.4 Peneiramento ............................................................................................. 22
2.2.5 Escolha do traço e preparação da mistura ............................................... 23
2.2.6. Homogeneização e mistura do solo .......................................................... 24
2.2.7. Adição de Água......................................................................................... 25
2.2.8 Prensagem do tijolo ................................................................................... 25
2.2.9. Cura do tijolo............................................................................................ 27
2.2.10 Principais patologias ............................................................................... 28
2.3. ALVENARIAS - SISTEMAS CONSTRUTIVOS ............................................ 29
2.4. PROCESSOS DE EXECUÇÃO DA ALVENARIA.......................................... 31
2.5. VIABILIDADE DO TIJOLO............................................................................ 32
2.5.1 Inovação em gestão ambiental .................................................................. 32
2.5.2 Custo do tijolo ........................................................................................... 33
2.5.2.1 Base de cálculo para confecção dos tijolos de solo-cimento ...................... 33
2.5.2.1.1. Tijolo Maciço de Solo cimento ....................................................... 33
2.5.2.1.2 Tijolo de solo cimento com dois orifícios ........................................ 34
2.5.2.2 Comparação de custo (Solo-Cimento x Convencional furado)................... 37
2.6. VANTAGENS E DESVANTAGENS............................................................... 38
2.6.1 Vantagens .................................................................................................. 38
2.6.2 Desvantagens ............................................................................................. 39
2.7 RESISTÊNCIA A COMPRESSÃO MECÂNICA .............................................. 40
2.8 ASPECTOS AMBIENTAIS E SOCIAIS ........................................................... 40
2.8.1 Ambientais ................................................................................................. 40
2.8.2 Sociais ........................................................................................................ 41
2.9 TIJOLOS DE SOLO-CIMENTO NO RN .......................................................... 41
2.9.1 Estudo de Mercado.................................................................................... 41
2.9.2 Solução para implantação do tijolo .......................................................... 42
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 43
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 44
14

1. INTRODUÇÃO

Profissionais preocupados com a escassez dos recursos naturais procuram


soluções com interesse em materiais e técnicas construtivas que minimizem os impactos
ambientais negativos ocasionados pela construção civil. Desde a extração da matéria
prima até os acabamentos arquitetônicos a busca por métodos construtivos que venham
tentar compensar esse desequilíbrio ambiental é crescente.
Os impactos no ambiente gerado pela construção civil são diversos, como a
geração de entulhos na obra, destruição do habitat de vários seres vivos na medida em
que a área é modificada tendo como exemplo; revolvimento do solo-relevo; topografia;
desmatamento que de alguma forma influencia no ciclo natural desenvolvimento das
espécies; poluição por emissão de gases tendo como principais CH4 e CO2.
Analisando esses problemas ambientais, pode-se começar a diminuir os
impactos na confecção dos tijolos modulares de solo-cimento ou tijolo ecológico, seu
processo de fabricação reduz a emissão de gases no meio ambiente e não contribui com
os cortes de desmatamento, pois não existe a queima do tijolo como nos tijolos
tradicionais. Na sua composição o solo é material que entra em maior proporção
devendo ser selecionado de modo que permita o menor consumo possível de cimento.
De acordo com Grande (2003), os tijolos de solos-cimento representam uma
alternativa em plena sintonia com as diretrizes do desenvolvimento sustentável, pois
requerem baixo consumo de energia na extração da matéria-prima, dispensam o
processo de queima e reduzem a necessidade de transporte, uma vez que os tijolos
podem ser produzidos com o solo do próprio local da obra. Outro aspecto é a
possibilidade de racionalização do processo construtivo, por meio do uso de tijolos
modulares, que possibilitam o uso das técnicas empregadas na alvenaria estrutural,
proporcionando redução de desperdícios e diminuição no volume de entulho gerado.
Segundo Sousa (2006) o modo que propiciam maior rigidez no processo
construtivo, tendo também uma maior economia de materiais e mão de obra, eliminam
os rasgos nas paredes para passagem de tubulações, visto que o tijolo de solo-cimento
possuem furos que ficam sobrepostos no assentamento e formam dutos por onde são
passados os fios e as tubulações hidráulicas, alem de reduzir o consumo de argamassas
de assentamento e de regularização.
15

O tijolo de solo-cimento já vem sendo utilizado no Brasil por uma pequena


parcela de sua população, visto que a área de mais predominância de fábricas e
construções com este tijolo é na região sul do país, sendo também encontrado de forma
menos intensa em outras regiões.
Por ser uma tecnologia inovadora na construção civil existe resistência da
sociedade na região potiguar devido dois fatores, a falta de conhecimento sobre essa
tecnologia por parte da população e a cultura dessas em construir alvenarias com tijolos
tradicionais. Isso tudo acontece pelo fato de haver poucos estudos técnicos sobre este
assunto, e da falta de treinamento de mão de obra ensinando as técnicas para a
construção com tijolos modular de solo-cimento.
O tijolo de solo-cimento pode ser visto como uma alternativa para que a região
de Mossoró tenha seu crescimento de modo mais sustentável, utilizando o produto a fim
de reduzir os impactos ambientais negativos gerados pela construção civil, de modo a
ter economia também no custo da obra, visto que esta região esta passando por um
intenso investimento nesta área.
Nesse contexto, tivemos como objetivo realizar uma revisão de literatura acerca
dos tijolos modulares de solo-cimento ou tijolo ecológico afim de reunir o máximo de
informações que possam ajudar a aquém interessar estudar ou trabalhar com o mesmo.
A fundamentação teórica necessária para tal estudo foi obtida através de
pesquisas bibliográficas em artigos científicos, trabalhos de conclusão de curso, teses de
mestrado. Sendo disponíveis em sites de órgãos públicos federais e órgãos privados.
16

2. FUNDAMENTOS TEÓRICOS

2.1. SOLO-CIMENTO

A ABNT na norma NBR 12023 (1992) define o solo-cimento como um produto


endurecido, resultante da cura de uma mistura íntima compactada de solo, cimento e
água, em proporções estabelecidas através de dosagem, executada conforme a NBR
12253 (1992).
Segundo Myrrha (2003), o solo-cimento é o material alternativo de baixo custo
resultante da mistura homogênea, compactada e curada de solo argilo-arenoso, cimento,
cal e água, em proporções adequadas.
De acordo com Pires (2004), o solo-cimento é uma mistura íntima e bem
proporcionada de solo com aglomerante hidráulico artificial denominado cimento
Portland, de tal modo que haja uma estabilização do solo pelo cimento, melhorando as
propriedades da mistura.
Os tijolos são blocos vazados de solo-cimento, prensados mecanicamente, cuja
cura é feita em uma semana, molhando-os periodicamente para ganharem resistência
(RIBEIRO FILHO et al., 2006).
Aio et al. (2004) apud Silveira (1966), afirmam que os principais fatores que
afetam as propriedades do solo-cimento são: tipo de solo, teor de cimento, teor de
umidade, compactação e homogeneidade da mistura, além de outros fatores como idade
e tempo de cura da mistura.
Segundo a ABCP (1985), os solos mais arenosos são os que se estabilizam com
menores quantidades de cimento, sendo necessária a presença de argila na sua
composição, visando dar à mistura, quando umedecida e compactada, coesão suficiente
para a imediata retirada das formas.
Poder ser utilizados diversos tipos de solo para o tijolo modular de solo-cimento,
no entanto os solos que se encontram mais apropriados são os que possuem teor de areia
entre 45 e 50%. Os solos que serão inutilizáveis no composto (solo-cimento) são os que
contêm matéria orgânica em sua composição (solo de cor preta).
O solo a ser utilizado na mistura pode ser extraído do próprio local da obra. A
possibilidade de utilização de solo do próprio local constitui-se numa das grandes
vantagens do solo-cimento, sendo que, na mistura solo-cimento, o solo é o elemento que
17

entra em maior proporção, devendo ser tal que permita o uso da menor quantidade
possível de cimento (ROLIM et al., 1999).
As proporções ideais de cada material no composto do solo-cimento variam de
acordo com a composição do solo utilizado (RIBEIRO FILHO et al., 2006).
A utilização do solo como material de construção pode se dá tanto na forma
como ele é encontrado (solo natural), ou após correção de algumas de suas propriedades
de engenharia, como a umidade ótima e o peso especifico aparente do solo-seco.
(FERRAZ et al., 2000).
O solo-cimento, portanto, trata-se de um material, cujas características técnicas
atendem plenamente aos requisitos de desempenho para a aplicação em diversos tipos
de serviços, como base para pavimentos rodoviários e aeroportuários, confecção de
tijolos e paredes maciças, blocos para alvenaria, proteção de taludes de barragens de
terra, revestimento de canais, etc. (ABCP, 1986; NASCIMENTO, 1994).
A construção de parede com solo-cimento pode ser utilizada segundo dois
métodos construtivos: o de paredes monolíticas e o da produção de tijolos ou blocos
prensados. A escolha da técnica a ser utilizada depende das características de cada obra
em particular.
Segundo a ABCP (1995), a utilização do solo-cimento na construção de
habitações permite redução de custos que pode chegar a 40%. Contribuem para isto o
baixo custo do solo, que o material usado em maior quantidade, e também a redução dos
custos com transporte e energia-quando trabalhados com recursos locais. Existe ainda a
possibilidade de se reduzir os custos com mão de obra, pois o processo não requer, um
grande número de profissionais especializados em construção.

2.2. PROCESSO DE FABRICAÇÃO

2.2.1. Composição do solo-cimento.

Os componentes do solo-cimento são uma mistura íntima e bem proporcionada


do aglomerante hidráulico artificial denominado cimento portland com o solo, de tal
modo que tenha uma estabilidade do solo pelo cimento, como representa a fig. 1,
podendo ainda estar sujeito ao emprego de materiais alternativos (plásticos, borracha,
papel, vidro, resíduos de demolição e entre outros).
18

Figura 1 - Componente de mistura de solo, cimento e água formando o tijolo ecológico

Fonte: Brick – Sahara (2001)

Diversos fatores podem influir nas características no resultado final do tijolo de


solo-cimento entre eles pode ser ditos com influenciáveis: a natureza do solo, teor de
umidade, dosagem e compactação ou prensagem.
A mistura fresca de solo-cimento é colocada dentro de moldes e prensada.
Depois de retirado da prensa, o bloco é estocado em local coberto, onde é molhado
periodicamente durante uma semana para ser curado adequadamente.

2.2.1.1 Solo

O solo é o componente que tem uma maior proporção na mistura do solo-


cimento. Segundo Santos (2009 apud ABCP, 1985) o cimento representa uma
quantidade variável de cerca de 5 a 10% do peso do solo, sendo o suficiente para
estabilizar o solo e conferir as propriedades de resistência desejadas para o composto.
Segundo a norma da ABNT NBR 8491 (1984), o solo a ser utilizado na
confecção de solo-cimento não deve conter matéria orgânica em teores prejudiciais às
características exigíveis por esta norma. E de acordo com a norma NBR 10832 (1989), o
solo deve atender às características verificadas na Tabela 1.

Tabela 1 - Características do solo segundo a NBR 10832 (1989)


Características Condições (%)
% de solo que passa na peneira ABNT 4,8mm (n.º4) 100
% de solo que passa na peneira ABNT 0,075mm (n.º200) 10 a 50
Limite de liquidez ≤ 45
Limite de plasticidade ≤ 18
Fonte: Adaptado de NBR 10832 (1989)
19

Onde o limite de liquidez é o teor em água acima do qual os solos adquiriram


comportamento de líquido, e o limite de plasticidade é o teor de umidade abaixo do qual
o solo do estado plástico para o estado semi-sólido, perdendo sua capacidade de ser
moldado e passar a ficar quebradiços (GREGORIO., 2012).
Solos contendo impurezas orgânicas não são indicados, pois inibem a hidratação
do cimento, tolerando-se, no entanto, um teor máximo de 2% de matéria orgânica
(LOPES, 2002). Portanto, o peneiramento é de extrema necessidade, quando a terra
possui defeitos de textura, a fim de proporcionar a retirada de pedras e materiais
orgânicos (folhas, raízes e galhos).
A partir da sua granulometria, o solo considerado mais adequado para a
fabricação do tijolo modular de solo-cimento é arenoso. A existência de grãos de areia
grossa e de pedregulhos é benéfica, pois são materiais inertes e têm apenas a função de
enchimento. Isso favorece a liberação de quantidades maiores de cimento para
aglomerar os grãos menores. Os solos devem ter, no entanto, um teor mínimo da fração
fina, pois a resistência inicial do solo-cimento decorre da coesão da fração fina
compactada.
A escolha do solo pode ser realizada no próprio canteiro da obra por ensaios
simples, práticos, baseados na consistência e plasticidade de amostras.
Para Silveira (1966), os solos arenosos e pedregulhos, com cerca de 10% a 35%
da fração silte e argila, são considerados os mais favoráveis para a estabilização com
cimento. Os solos arenosos deficientes em finos são também considerados materiais de
boa qualidade, havendo apenas maior dificuldade para a compactação e o acabamento.
O autor acrescenta que outro fator relacionado ao tipo de solo é o teor de matéria
orgânica, que tende a reduzir a resistência do solo-cimento. Tem-se limitado esse teor a
2% no máximo. Outro aspecto considerado pelo autor é a possibilidade de ocorrência de
certos tipos de 21 sais, principalmente sulfatos, os quais se cristalizam nos poros,
produzindo a desagregação do material.
Ensaios em laboratórios para o solo devem seguir os passos indicados pelas
NBR, ou seja:

▪ Preparação de amostra de solo para ensaio de compactação e ensaios de caracterização


físico-mecânica (NBR 6457);
▪ Determinação da massa específica dos grãos de solo (NBR 6558);
20

▪ Solo – determinação do limite de plasticidade (NBR 7180);


▪ Análise granulométrica de solos (NBR 7181), para execução desses ensaios necessita-
se de uma amostra com 50 kg de solo.

2.2.1.2. Cimento Portland

É o produto obtido pela pulverização do clínquer, constituído essencialmente de


silicatos hidráulicos de cálcio, com certa proporção de sulfato de cálcio, contendo,
eventualmente adições.
O cimento é um pó fino com propriedades aglutinantes, que endurece sob ação
da água, sendo, portanto, um aglomerante hidráulico. Depois de endurecido, mesmo sob
ação da água, não se decompõe mais.
Os tipos de cimentos que poderão ser utilizados deverão atender a uma das
seguintes especificações:
▪ NBR 5732 – Cimento Portland comum;
▪ NBR 5733 – Cimento Portland de alta resistência inicial;
▪ NBR 5735 – Cimento Portland de Alto-forno;
▪ NBR 5736 – Cimento Portland Pozolânico.
A produção de cimento quanto ao seu tipo depende da matéria prima de cada
região no caso do Rio Grande do Norte, por exemplo: é fabricado apenas o Cimento
Portland Pozolânico pelo fato de ter as matérias primas (Calcário) que atenda as
especificações para produzir esse cimento no estado.

2.2.1.3. Água:

De acordo com Pires (2004) a água deverá ser isenta de impurezas nocivas à
hidratação do cimento, como matérias orgânicas, e sulfatos, sendo as águas potáveis
adequadas para o processo de mistura do solo com o cimento para fabricação do tijolo
modular de solo cimento.
Na hipótese do emprego de águas de cisternas, a mesma deve ser previamente
analisada, para ter a segurança que seus componentes não venham gerar danos a
mistura.
21

2.2.2. Fluxograma do processo de fabricação do tijolo

Escolha do solo adequado



Armazenagem do solo

Escolha do traço e preparação da mistura

Peneiramento

Homogeneização e mistura do solo- cimento

Adição de água

Prensagem do tijolo

Cura do tijolo

Tijolo pronto para obras

2.2.3 Armazenagem do solo

Para realizar o armazenamento do solo é necessário que o local seja coberto, não
podendo pegar chuva. Isto ocorre, pois caso o solo encontre-se úmido demais, será
demorado secá-lo por igual de forma natural. Na jazida, não há tanta dificuldade em se
retirar o material seco, pois só uma pequena espessura fica saturada; portanto, o maior
cuidado deve ser no armazenamento.
Se caso for necessário despejar o solo em contato direto com o terreno, pode
possibilitar que água penetre na parte desprotegida do solo, sendo necessário assim
cobrir a pilha, com o objetivo que a água não penetre na parte de baixo do solo deve-se
colocar lona plástica, como encontra-se na figura 2.
22

Figura 2 - Armazenagem do solo

Fonte: Autoria Própria

2.2.4 Peneiramento

Inicialmente o solo deve ser peneirado, de forma que se trabalhe apenas com o
material passante em uma malha de 4,8mm (Peneira n.º 4) (NBR 12023/ 1992). No caso
da não disponibilidade desta adota-se peneira de malha 5mm que tem maior facilidade
de ser encontrada no mercado. Representado na figura 3.

Figura 3 - Peneiramento manual do solo

Fonte: Autoria Própria

Nos solos onde são observados grandes quantidades de partículas graúdas,


costuma-se procurar destorroar exercendo uma pressão com a pá ou com a mão contra
a malha da peneira (caso o peneiramento seja feito sem a utilização de máquinas). No
qual sua finalidade é reduzir os tamanhos das partículas graúdas. Sugere-se que quando
23

o material ficar retido mais de 50% na peneira 4,8 mm, seja necessário levar para o
destorroador e depois dar continuidade novamente ao peneiramento.

2.2.5 Escolha do traço e preparação da mistura

Preparam-se três misturas de solo-cimento com 1:10, 1:12 e 1:14 de cimento em


volume (cimento e solo). E de cada traço, moldam-se, no mínimo, seis tijolos na própria
prensa, dos quais quatro serão utilizados para a realização do ensaio à compressão
simples e os dois restantes são para o ensaio de determinação de teor de absorção
d’agua.
Exemplo de dosagem para mistura com traço 1:10, representada na figura 4.

▪ Considerando-se que o solo selecionado atendeu as especificações.


▪ Coloca-se 10 baldes de solos.

Figura 4 - Ilustração do traço 1:10 em volume

Fonte: FUNTAC (1999)

▪Adicione um balde de cimento sobre o solo de forma a cobrir toda a porção e com uma
enxada, homogeneíze a mistura, até atingir uma só coloração.
▪Espalhe novamente a mistura, adicione água com o auxílio de um regador, até atingir a
umidade ideal de moldagem, conferindo-se pelo processo prático;
▪ Peneire toda a mistura já umedecida, colocando-se no silo da máquina para a
confecção dos tijolos.
▪ O tempo máximo de uma hora é estabelecido para cada traço de mistura, em função do
início e fim de “pega” do cimento.
24

2.2.6. Homogeneização e mistura do solo

Após o peneiramento e destorroamento, o solo fica pouco heterogêneo, devendo-


se proceder à homogeneização. Esta operação pode ser realizada com um misturador de
eixo vertical ou ainda de forma manual com pás ou enxadas, revolvendo o solo.
Caso a mistura feita seja realizada de forma manual, o solo que será utilizado
deve ser espalhado em uma área de altura uniforme aproximadamente 20 cm. Sobre esta
camada espalha o cimento portland por igual (fig. 5) e mistura com a pá ou enxada até
que o mesmo fique homogeneizado com o solo ( fig.6).

Figura 5 – O cimento portland sobre o solo

Fonte: Autoria Própria

Figura 6 - Mistura até o ponto de homogeneização

Fonte: Autoria Própria

A operação de mistura não pode ser realizada com betoneira, se os materiais


estiverem úmidos. Pois as sucessivas quedas da mistura na parte interna da betoneira irá
empolar o material, fazendo com que venha prejudicar o processo de homogeneização.
25

2.2.7. Adição de Água

A quantidade de água a ser adicionada à mistura deve ser feita uma avaliação
empiricamente. Isto ocorre, pois a umidade do solo empregado ao longo do processo de
produção pode variar sensivelmente (Fig. 7).

Figura 7 - Adição de água a mistura

Fonte: Autoria Própria

É necessário desterroar o material após ter adicionado água a mistura de solo-


cimento, pois ira existir a formação de pelotas que prejudicam a homogeneidade do
tijolo. E em seguida deve-se proceder a homogeneização da mistura, com o misturador
de eixo vertical como já foi dito.

2.2.8 Prensagem do tijolo

A mistura pronta de solo-cimento com adição de água é levada para o processo


de prensagem onde irá utilizar uma prensa que pode ser manual ou hidráulica. A
prensagem através de equipamentos hidráulicos permite maior compactação do tijolo,
aumentando sua resistência sem necessidade de adição de cimento, ou seja, irá ter
economia de cimento em relação prensa manual. As prensas devem ser de tal forma que
26

os tijolos tenham arestas chanfradas. Na figura 8 a seguir encontra-se a prensa manual a


direita e a prensa hidráulica a esquerda.

Figura 8 - Prensa manual e hidráulica

Fonte: www.sahara.com.br (2013)

O fabricante da prensa manual e hidráulica (fig.8) a SAHARA apresenta as


seguintes características para os dois tipos de prensas:
A prensa manual SAHARA (12,5x25), tem peso de 150 kg, de fácil manuseio e
não requer mão de obra especializada. Sua produção em média 150 a 200 módulos/hora,
com 3 pessoas trabalhando. Tendo um consumo de insumos para uma produção de 1
milheiro de alta resistência em média gasta-se 2.5 m³ de solo e 6 sacos de cimento.
A prensa hidráulica SAHARA (H2-7000), tem um alto peso cerca de 1
tonelada, é necessário um treinamento para o seu manuseio, produz duas peças em
média a cada 10 segundos dependendo do modelo a ser fabricado. Trabalhando com
painel automático há um aumento de até 20% na produção. O seu sistema de moldes é
intercabível, ou seja, substituição dos moldes para confecção de peças modulares ou
maciças, com regulagem de altura ou tamanho 12,5x25 / 15x30 e outros. A prensa
contém um reservatório hidráulico com alta capacidade de óleo, 120 litros.
Caso a prensa seja manual é necessário que os operadores façam o revezamento
de 2 horas, para que eles não fiquem cansados e mantenham energias suficientes para a
prensagem do tijolo com qualidade. Outra recomendação importante para utilização de
prensas manuais é que deve utiliza um tijolo por operação, pois caso seja prensado mais
de um tijolo por vez, a energia de compactação necessária será maior, exigindo bem
mais esforço do operador e não se atingindo uma compactação tão eficaz.
27

Em relação ao tamanho do tijolo, a prensagem mais eficaz ocorre com tijolos de


pequena altura, que permite uniformizar as tensões de compressão ao longo do tijolo.
Caso haja dificuldades na prensagem, isto pode ser ocasionado por um solo pouco
compressível (com muita areia) ou ainda por estar se trabalhando com a umidade
inferior ao ponto ótimo.
O tamanho padrão do tijolo modular é de 25 x 12,5 x 6,25 cm contendo dois
furos na parte interna com espessura de 6,66 cm.
O tijolo modular é expresso em vários formatos, onde tem-se o tijolo com dois
orifícios, com um orifício e o do tipo calha como encontra-se na fig. 9.

Figura 9 - Tijolo modular

Fonte: www.sahara.com.br (2013).

2.2.9. Cura do tijolo

Após seis horas de moldagem e durante os sete primeiro dias, as peças devem
ser umedecidas constante e frequentemente com regador úmido de chuveiro, a fim de
garantir a cura necessária. Podem-se posicionar os tijolos de lado, para que ocupem
menor espaço, distantes cerca de 0,5 cm um do outro. Colocando os tijolos sobre uma
superfície plana com altura máxima da pilha de 1,5 m (Fig. 10).
28

Deve-se proteger a pilha com uma lona em casos onde não há condições de cura
em local coberto. De acordo com as normas da ABNT, só depois de 14 dias é que os
tijolos poderão ser aplicados na construção.
A NBR 10834 especifica que os blocos prontos não devem apresentar fissuras,
fraturas ou outros defeitos que possam prejudicar o assentamento, a resistência e a
durabilidade da alvenaria.

Figura 10 - Armazenamento e cura dos tijolos

Fonte: karlacunha.com.br (2013)

O transporte deste tijolo deve ser feito através de pallets ou carrinhos de roda de
borracha.

2.2.10 Principais patologias

Alguns cuidados devem ser tomados para evitar problemas com o tijolo, como
em relação a temperatura do ambiente: se for relativamente elevada, antes do tijolo
completar o período de cura, não podendo colocar o tijolo ao sol. O ideal é que a
temperatura se mantenha constante durante esse período, pois a expansão e contração
das argilas podem gerar trincas (fig. 11). Tendo também que tomar cuidado com o
excesso de umidade durante o processo de cura, pois pode aparecer a ação de fungos
(fig. 12).
29

Figura 11 - Desagregação ocasionada por extensão e contração da argila, e deficiência


na prensagem

Fonte: Leandro Torres Di Gregorio. (2012)

Figura 12 - Ação de fungos e lixiviação provocada por excesso de umidade durante a


cura/armazenamento

Fonte: Leandro Torres Di Gregorio. (2012)

2.3. ALVENARIAS - SISTEMAS CONSTRUTIVOS

Segundo o engenheiro Francisco Casanova, professor do


programa de engenharia da COPPE (Coordenadoria de Programas de
Pós Graduação da UFRJ), a alvenaria feita com blocos modulares,
dispensa o revestimento, argamassa de assentamento, além de não
necessitar a queima de óleo combustível ou madeira para sua
produção, o que barateia o processo construtivo. Assim como a parede
monolítica, os blocos de solo-cimento são fabricados, normalmente,
com o próprio solo do local, o que reduz custo com relação à matéria-
prima de construção e o seu transporte. (Fonte: Téchne – Abril-2004)

As normas técnicas da ABNT, que determinam características


como forma, dimensões, resistência à compressão e à absorção de
água de blocos e tijolos de solo-cimento, desconsideram a aplicação
das peças em alvenarias estruturais. Apesar disso, há um consenso
entre os profissionais da área sobre a possibilidade de execução de
paredes estruturais feitas de blocos de solo-cimento, “Nesse caso,
deve-se aumentar a resistência dos blocos por meio de uma adição
maior de cimento à mistura”, diz Fernando Teixeira, consultor na área
30

de solo-cimento. O engenheiro explica que, além disso, os buracos dos


blocos devem ser armados e preenchidos de concreto (fig. 13), de
acordo com as orientações de um calculista que, nesse caso, também
poderá determinar o diâmetro dos furos de grauteamento.
(Fonte: Téchne – Abril-2004)

Figura 13 - Vista de pilares de paredes externa com interna

Fonte: Téchne (2004)

Uma alvenaria feita com blocos de solo-cimento, de acordo com


a resistência à compressão determinada pela ABNT para as peças (2
Mpa), suporta o peso de elementos como lajes moldadas ou pré-
moldadas e coberturas convencionais, como a de telha cerâmica. O
mesmo se aplica às paredes monolíticas. “Com relação aos blocos,
devem ser tomados pequenos cuidados de segurança, como fazer
amarrações, armar e preencher os furos dos blocos das extremidades
com concreto”, explica Teixeira. Segundo o engenheiro, uma
alvenaria de solo-cimento, desde que associada a uma estrutura de
concreto, pode atingir um número “indefinido” de pavimentos. “Sem
isso, o máximo que ela consegue atingir são três pavimentos”, explica.
As construções requerem, sobre portas e janelas, a execução de vergas
de bloco do tipo canaleta, que deverão ser preenchidas com concreto.
“Para isso, os furos das duas fiadas, imediatamente abaixo e acima,
deverão ser obturados e grauteados”, explica Casanova. A presença da
viga conformada pelo bloco do tipo canaleta também é necessária,
segundo Fernando Teixeira, entre a parede e a cobertura da
construção. “Essa pequena viga armada permitirá uma melhor
distribuição da carga do telhado sobre as paredes”, afirma.
(Fonte: Téchne nº85, abril-2004).
31

2.4. PROCESSOS DE EXECUÇÃO DA ALVENARIA

Segundo Pires 2004, primeiro deve-se verificar a resistência do solo para se


definir qual o tipo mais adequado de fundação a ser adotado. Depois de executada a
fundação deve-se utilizar cintas de amarrações nas mesmas, para que se possa iniciar a
elevação da alvenaria,
A princípio as primeiras camadas de tijolo devem ser assentadas sobre camadas
de argamassa convencional, para que se possa garantir o prumo e nível correto das
alvenarias a serem elevadas. Após isso deve-se elevar as paredes a cada 50 cm,
verificando o prumo e nível das mesmas, utilizando para o assentamento um filete de
material colante que pode ser cola de PVA.
Depois disto realizar-se-á a concretagem das colunas existentes, a cada 50 cm,
deve-se também colocar um vergalhão em “U” a cada encontro de parede (na vertical,
por dentro dos orifícios dos tijolos) representada na figura 14, para garantir a amarração
das mesmas até atingir a altura de janelas e portas, onde será colocada uma fiada de
tijolo calhas com duas barras de ferro 6,3mm, grauteando os furos em até dois abaixo do
tijolo calha para que se possa garantir que não haja fissuras nos cantos das aberturas de
janelas e portas, utilizando copos de plásticos ou tubos de PVC (fig.15), para que não
sejam obstruídos os demais furos.

Figura 14 - Detalhe construtivo de obra

Fonte: www.sahara.com.br (2013)


32

Figura 15 – O uso de copos plásticos na calha

Fonte: www.sahara.com.br (2013).

2.5. VIABILIDADE DO TIJOLO

2.5.1 Inovação em gestão ambiental

Tudo começa a partir da visão de algumas empresas que por sua vez demonstra
uma preocupação com o meio ambiente tentam criar ou inovar algum produto a fim de
despertar o cliente pelo aquele produto. Segundo Churchill e Peter (2000, p.264 ) “ a
busca de novas ideias deve começar pelos desejos e necessidades dos clientes”.
Uma empresa que optou por fabricar o tijolo ecológico foi a empresa Eco
Solution, pois é uma das empresas que se preocupa em reduzir os impactos ambientais
produzidos pela construção civil, pois o produto não passava pelo processo de queima,
onde para a construção de uma casa com tijolo convencional, faz-se o uso de 9 árvores
para a queima dos tijolos. Sabendo que isto não é o suficiente para a preservação
ambiental e a escassez dos recursos naturais.
A inovação assume varias formas. Existe a inovação que resulta em
laser ou em comunicação via satélite ou na cura de uma doença
terrível. Essas não são apenas novas formas de fazer as coisas, mas
coisas inteiramente novas, desenvolvimentos que ocorrem uma vez na
vida derivados de um grande investimento de tempo, dinheiro e
intelecto humano. Depois, há outro tipo de inovação mais simples,
embora igualmente importante. São os avanços que utilizam a
tecnologia existente, observando-a sob novo ponto de vista para
realizar uma tarefa de modo mais barato, melhor ou mais rápido, ou os
três.
(PRUSHAN, 1999, p. 125).

Esta inovação é muito benéfica para toda sociedade, pois irá gerar uma redução
nos custos da obra reduzindo os impactos gerados na área da construção civil.
33

2.5.2 Custo do tijolo

De acordo com Slack, Chambers e Johnston (2002, p. 79) “para as empresas que
concorrem diretamente em preço, o custo será seu principal objetivo de produção.
Quanto menor o custo de produzir seus bens e serviços, menor pode ser o preço a seus
consumidores”.

2.5.2.1 Base de cálculo para confecção dos tijolos de solo-cimento

2.5.2.1.1. Tijolo Maciço de Solo cimento

Tendo como base os componentes básicos do tijolo maciço de solo-cimento, ou


seja, solo e cimento têm, segundo a Fundação de Tecnologia do Estado do Acre
(FUNTAC, 1999): Para 01 milheiro de tijolo maciço do tipo (6 x 11 x 23) é necessário
de 2,00 m³ de solo e 168,00 kg de cimento. para um traço de 1:10.
Deve-se considerar também a utilização de 4 (quatro) operários, para as funções
de peneiramento, mistura e prensagem do material.
Baseado nestes fatores impostos pela FUNTAC (1999) para a confecção do
tijolo, e analisando os valores do custeio do material no estado do Rio Grande do Norte,
tem-se expresso na tabela 2:

Tabela 2 - Custo do tijolo de solo cimento


Material Unid. Quant. P. Unitário (R$) V. Total (R$)
Solo m³ 2,00 10,00 20,00
Cimento kg 168,00 0,38 63,84
Maquinário Um 1,00 9,00 9,00
M. obra (04 serv.) h 20 2,80 56,40
Total (R$) 149,24

Fonte: Autoria Própria

Onde: h = horas; m= metros;


Sabendo que o cálculo é baseado de acordo com os valores propostos para o ano
de 2013, de acordo com o novo salário de R$ 678,00 e tendo o valor do cimento a preço
estipulado por uma fábrica no estado potiguar.
34

Considerando-se que a fabricação será com uma utilização de cerâmica montada,


devem-se incluir os seguintes encargos:

▪ Encargos patronais: 17%


▪ Manutenção da fábrica: 4%
▪ Despesas Administrativas e lucro: 25%
Logo,
149,24 x 0,17 + 149,24 x 0,04 + 149,24 x 0,25= 68,65
149,24 + 68,65 = 217,89
O custo do milheiro então será R$ 217,89(duzentos dezessete reais, e oitenta e
nove centavos).

2.5.2.1.2 Tijolo de solo cimento com dois orifícios

Através dos dados fornecidos (168 kg de cimento e 2 m³ de solo) para um tijolo


maciço de solo-cimento (23x11x6) pela FUNTAC (1999), e considerando os mesmos
fatores de umidade ótima, empolamento e traço 1:10, utilizados pela FUNTAC (1999)
para fabricação de 1 milheiro de tijolo maciço é possível ser encontrado os valores
necessários de solo e cimento para a confecção de 1 milheiro de tijolo (25x12,5x6,25)
com dois orifícios medindo 6,66 cm de diâmetro.
Os cálculos realizados para os valores desejados podem ser feitos através de uma
simples regra de três, ou seja, por proporção de volumes dos tijolos, sendo em relação
ao cimento ou solo, visto que já tem-se os valores dos volumes dos dois modelos de
tijolos ( maciço/com dois orifícios), e tendo os valores de solo e cimento para 1 milheiro
de tijolo maciço baseado na FUNTAC (1999), encontra-se a quantidade necessária de
cada insumo (solo- cimento) para 1 milheiro de tijolo com dois orifícios. Como
verifica-se passo a passo a seguir:

1ª passo: Calcular o volume real do tijolo com dois orifícios

▪Volume do tijolo com dois orifícios (25x12,5x6,25):


35

Onde:
Diâmetro do furo (D) =0,0666cm
Raio(R) = 0,0333m
Comprimento (A) = 0,25m
Largura(B) = 0,125m
Altura (h) = 0,0625m

▪Encontrando o volume total (para mil tijolos):


Volume total =1000x A x B x h
Volume total =1000x 0,25 x 0,125 x 0,0625
Volume total = 1,953m³

▪Como o tijolo tem dois orifícios (NO) calcula-se o volume vazio (para mil tijolos):
Onde: NO = Número de orifícios
Volume vazio = 1000 x NO x 3,14 x R² x h
Volume vazio = 1000 x 2 x 3,14 x (0,0333)² x 0.0625
Volume vazio = 0,435m²

▪Tendo a soma depois por diferença destes volumes encontra-se o volume real do tijolo
com dois orifícios (para mil tijolos):
Volume Real com orifício = Volume total – Volume vazio
Volume Real com orifício = 1,953- 0,435
Volume Real com orifício = 1,518 m³

2º Passo: Calcular o volume do tijolo maciço (23 x 11 x 6).


Onde:
Comprimento (A) = 0,23 m
Largura (B) = 0,11 m
Altura (h) = 0.06 m

▪Volume de 1 milheiro de tijolo maciço:


Volume real maciço =1000 x A x B x h
Volume real maciço = 1000 x 0,23 x 0,11 x 0,06
Volume real maciço = 1,518 m³
36

3º Passo: finalmente encontra-se por proporção os valores de cimento e solo necessário


para fabricá-lo 1 milheiro de tijolo com dois orifícios, com os resultados dos volumes e
os valores da quantidade de cimento e solo fornecidos pela FUNTAC (1999) necessário
para 1 milheiro, tem-se:

▪Volume em relação ao cimento por proporção:


(Volume tijolo) (Cimento)
Volume real maciço Quantidade de cimento conhecida
Volume real com orifício Quantidade desconhecida (C)

(Volume tijolo) (Cimento)


1,518 m³ 168 kg
1,518 m³ C
Logo, C = 168 kg

É necessário uma quantidade de168 kg de cimento para a confecção de 1


milheiro de tijolo com dois orifícios.

▪Volume em relação ao solo por proporção:


(Volume tijolo) (Solo)
Volume real maciço Quantidade de cimento conhecida
Volume real com orifício Quantidade desconhecida (S)

(Volume tijolo) (Solo)


1,518 m³ 2 m³
1,518 m³ S
Logo, S = 2 m³

É necessário uma quantidade de 2m³ de solo para a confecção de 1 milheiro de


tijolo com dois orifícios.
Após a realização dos cálculos percebe-se que os valores do solo e cimento
encontrados para o tijolo com dois orifícios são iguais aos valores fornecidos pela
FUNTAC (1999) para o tijolo maciço, pois os dois tipos tem a mesma quantidade de
volume.
37

Visto que o tijolo será produzido na mesma fabrica onde foi produzido o
maciço, podem-se considerar os valores iguais para o maquinário, mão de obra,
encargos patronais, manutenção da fábrica, despesas administrativas e lucro,
estabelecidos no custo do tijolo maciço. Logo se percebe que o valor de 1 milheiro do
tijolo com dois orifícios será o mesmo do maciço custando R$ 217,89 (Duzentos e
dezessete reais e oitenta e nove).

2.5.2.2 Comparação de custo (Solo-Cimento x Convencional furado).

Para os custos uma habitação popular de 45m², no estado do Rio Grande do


Norte, considerando-se a construção de alvenarias com tijolos de solo-cimento e outras
feita com tijolos convencional furado, iremos fazer um comparativo de custos para a
elaboração do projeto por m².

▪ Custos por m²:


O tijolo modular de solo-cimento foi fabricado no estado potiguar, com as
dimensões de 12,5 x 25 x 6,25 cm, O custo do milheiro conforme o valor calculado
anteriormente R$ 217,89, e sua aplicação por m² de 64 peças, gerando um custo de R$
13,94/m².
O tijolo convencional com furo fabricado no Vale do Açu-RN, com suas
dimensões 9 x 19 x 19 cm, o milheiro custa em media R$ 320,00. Sua aplicação por m²
de 25 peças, acarretando um custo de R$ 8,00/m².

▪ Custos de cimento

A utilização do tijolo de solo-cimento em alvenarias proporciona um custo bem


menor de cimento, pois o mesmo é produzido com traço de 1:10, 1:11, 1:12. E utiliza-se
cimento para colunas em concreto cujo seu diâmetro segundo Pires (2004) é de 0,066m,
com uma área de secção aproximadamente 0,0136 m². Para o seu reboco é necessária
uma camada de apenas 5 mm devido seu design.
Segundo Pires (2004) O tijolo do tipo convencional não possui a utilização de
cimento na sua composição apenas o solo que é levado ao forno e cozinhado em altas
temperaturas, mais, no entanto precisa de uma grande quantidade de cimento para o seu
assentamento, sendo necessário no enchimento de pilares de amarração de paredes de
38

15 x 15 cm, e em vigas de amarrações nas paredes externas de 15 x 20 cm, tendo


também um grande uso no reboco da alvenaria que pega uma camada de
aproximadamente 2 cm, ou seja, 20mm, correspondendo a 4 vezes mais cimento
utilizado para reboco da alvenaria em relação ao solo-cimento-modular.

2.6. VANTAGENS E DESVANTAGENS

2.6.1 Vantagens

O tijolo modular com a mistura de solo- cimento difere dos tijolos tradicionais,
pois dispensa a queima. Esse processo deixa o tijolo modula de solo- cimento em
vantagem, colaborando muito com o meio ambiente não precisando cortar árvores para
fazer a queima, consequentemente não emite gases tóxicos. Outro aspecto importante é
o design do tijolo modular de solo – cimento que é produzido de maneira a reduzir o
valor da mão de obra e o tempo gasto na hora da construção. Segundo a revista Meio
Ambiente Industrial ( 2007, p. 70 ) “ O maior desafio no atual cenário industrial em
relação ao meio ambiente é enxergar a longo prazo. Muitas ações que estão sendo
tomadas agora podem refletir de maneira negativa ou positivas em um futuro próximo.”
Este tijolo possui inúmeras vantagens na sua utilização, pois de acordo com a
empresa Vimaq Prensas, ao termino de sua construção é possível ter uma economia de
35 a 45 % do custo total da obra. Como esta representada na fig. 16.

Figura 16 - Economia na construção com Tijolo Ecológico

Fonte: www.vimaqprensas.com.br (2013).


39

Algumas das vantagens de utilizar o tijolo modular de solo – cimento estão


expressa a seguir:
▪ Não passa pelo processo de queima;
▪ Como os tijolos são perfeitamente encaixados, gera uma economia no cimento, pois
elimina o desperdício entre os tijolos;
▪ Pode ser utilizado o próprio tijolo a vista, ficando um acabamento perfeito;
▪ Caso opte pelo reboco, 5mm de espessura é suficiente;
▪ Elimina o uso da madeira, pois as vigas e pilares são feitos dentro do próprio tijolo;
▪ O tijolo apresenta furos em seu interior, onde são formadas câmaras de ar, oferecendo
isolamento térmico e acústico;
▪ Apresenta maior resistência mecânica;
▪ Maior uniformidade de fabricação;
▪ E acima de tudo combate a umidade, proporcionado uma evaporação de ar, evitando a
formação de ar nas paredes e no interior da construção, não causando danos a saúde e a
construção;
▪ Toda a instalação hidráulica e elétrica é feita pelos orifícios dos tijolos;
▪ Pode ser feito o assentamento de azulejos diretamente sobre o piso;

2.6.2 Desvantagens

O tijolo de solo-cimento tem como sua principal desvantagem a falta de estudo


sobre ele, podendo influenciar em algumas patologias como já foi citado no tópico que
aborda este tema, outro fator é falta de mão de obra qualificada para a execução de o
processo construtivo acarretando vários problemas ao longo da obra. A seguir outras
desvantagens do tijolo:

▪ Não pode ser fabricado em locais com muita umidade;


▪ Solo sujeito a altas variações de composição de acordo com o local;
▪ A presença de substâncias deletérias para o processo de cimentação, como o húmus,
cloretos e sulfatos inviabilizam a aplicação do solo;
▪ Composição do tijolo solo-cimento está sempre sujeito a análises em laboratório
encarecendo o processo de fabricação;
40

2.7 RESISTÊNCIA A COMPRESSÃO MECÂNICA

O ensaio de resistência à compressão mecânica do tijolo de solo-cimento, é


realizado com base na NBR 8492 onde esta prescreve que o valor de resistência média
do tijolo, precisa ser maior ou igual a 2 MPa, vendo a norma analisamos o gráfico
representado na fig. 17. Onde os dados destas de resistência média por idade do tijolo é
de acordo com Souza et al,. (2006).
Na fig. 17 pode-se perceber que a mistura contendo um teor de 6% de cimento
ao sétimo dia ainda não tem o valor de resistência média de 2 MPa estipulado pela NBR
8492, já os corpos de prova com teor de 8 e 10% estão acima do valor, estando com
resistência a compressão adequada na norma.
Observa-se também que para todas as amostras, houve um aumento da
resistência em função do tempo de cura e também em função do aumento da quantidade
de cimento.

Figura 17 - Resistência média a compressão dos tijolo sem resíduos

Fonte: Souza et al,. (2006)

2.8 ASPECTOS AMBIENTAIS E SOCIAIS

2.8.1 Ambientais

O tijolo convencional gera um custo maléfico ao ambiente, trazendo consigo o


impacto ambiental negativo, pois este precisa ser cozinhado no forno onde é necessário
o uso da lenha, ocasionando assim a derrubada de árvores destruindo o habitat dos seres
que reside no ambiente devastado. Outro custo negativo gerado no ambiente são fornos
41

das cerâmicas de tijolo convencional que emitem poluentes ao ar podendo ocorrer sérios
danos ao meio ambiente.
O tijolo modular de solo - cimento gera um impacto ambiental positivo, no qual
as empresas se preocupam em fazer investir em busca de inovação para reduzir a
emissão de poluentes no ambiente. O tijolo modular diferentemente do convencional
não produzido a partir da queima, e sim de uma mistura que tem solo em maior
proporção e cimento em menor quantidade com água tem como ganho resistência no
período de cura não precisando de ser cozinhado através de lenha obitida da derrubada
de árvores, tendo um menor custo, econômico e também menor impacto negativo ao
ambiente: matas e solos

2.8.2 Sociais

O tijolo convencional provoca um custo social muito negativo, onde na maioria


das vezes os lenhadores exercem esta função em condições desumana de trabalho. A
utilização da lenha para a fabricação de tijolos convencionais apresenta diversos
problemas tanto na extração quanto no transporte do produto onde ambos os processos,
muitas vezes, acontecem de maneira irregular infringindo normas de caráter ambiental,
de trânsito e trabalhista.
O tijolo de solo-cimento ao contrário do convencional não gera esse tipo
desgaste social, pois não necessita de lenha para a sua produção.

2.9 TIJOLOS DE SOLO-CIMENTO NO RN

2.9.1 Estudo de Mercado

O tijolo modular de solo-cimento não conseguiu ainda ganhar espaço no Rio


Grande do Norte, pois é desconhecido pela população devido à falta de conhecimento
do mesmo: a falta de mão de obra qualificada no assentamento de tijolo modular de solo
cimento, que se utiliza de meios diferentes dos tijolos convencionais; não tendo também
incentivo por parte do governo para a produção do tijolo, criando assim uma resistência
da sociedade a essa inovação que vem contribuir de forma benéfica com o ambiente.
A população potiguar opta por alvenarias com o tijolo tradicional onde é
necessária a queima da lenha, para que os tijolos venham ser cozinhados, gerando um
42

desgaste ao ambiente principalmente a mata com toda sua complexidade de ecossitemas


–solo,planta, atmosfera.
No estado do RN não existe nenhuma cerâmica que produza o tijolo modular de
solo-cimento, pois não tem mercado para a venda deste tijolo devido à tradição da
população Norte rio-grandense.

2.9.2 Solução para implantação do tijolo

Para superar as barreiras impostas ao tijolo de solo-cimento no Rio Grande Do


Norte é necessário que haja mais estudos na região sobre este, visto que a principal
dificuldade é convencer a população a adotar o sistema ecológico. Uma saída para
superar estas dificuldades seria buscar incentivo do governo e algumas entidades
privadas para mostrar estudos realizado sobre, o processo de produção e viabilidade do
tijolo modular de solo-cimento, afim de ter o governo e algumas entidades privadas
como ponte de ligação para a implantação desse tijolo no estado.
O governo pode ainda atuar no estado de forma que venha disponibilizar cursos
e estudos a população sobre o tijolo modular de solo-cimento, de modo a qualificar o
profissional, fazendo assim que a população norte rio-grandense fique bem informada
das vantagens que esta inovação traz para o método construtivo e para meio ambiente.
Visto o conhecimento fornecido pelo governo a população sobre o tijolo
modular as entidades privadas pode adotar o novo sistema construtivo, pois irá enfrentar
uma resistência bem menor por parte da população.
Em um contexto geral, a iniciativa da implantação do tijolo modular de solo
cimento no município de Mossoró precisa ser tomada através de parcerias entre
entidades privadas do ramo da construção civil e o governo. Tal iniciativa poderia ser
empregada em obras públicas, como: hospitais, escolas, secretarias museus e entre
outras, Também se deveria investir em propagandas com o objetivo de apresentar o
sistema inovador a população mossoroense, de modo que as pessoas tomem como
exemplos as obras publicas e venham a adotar este método sustentável.
43

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

De modo geral, constatou-se a viabilidade do tijolo de solo-cimento quando


comparado com o tijolo convencional,.
Em termos de Brasil verificou-se um índice muito baixo quanto ao emprego
tijolo modular de solo-cimento.
Em relação ao município de Mossoró, e em todo estado do Rio Grande do Norte,
não se encontrou nenhuma empresa produtora do tijolo modular de solo-cimento..
As empresas investidoras na área da construção civil, assim como os órgãos
governamentais, precisam ter mais atenção em assuntos que abordem a redução dos
impactos ambientais e os custos de produção.
44

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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