Sei sulla pagina 1di 18

"Chegou a hora de darmos a luz a nós mesmas" - Situando-nos

enquanto mulheres e negras

Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva**

RESUMO: O artigo, ao analisar manifestações de mulheres negras, busca entender


como se constituem cidadãs numa sociedade que discrimina seu grupo e etnia. À
indagação sobre o que significa ser mulher e negra, formulada a mulheres militantes
do Movimento Negro nos estados do sul do país, mostrou que o configurar-se como
mulheres negras implica enfrentar atitudes e posturas discriminatórias, além de
exigir combatividade, introspecção, auto-imagem positiva, crítica a relações sociais
e propostas para transformá-las. Buscando elucidar sua presença na sociedade, o
estudo mostra que lutam para superar a invisibilidade conferida aos descendentes de
africanos, bem como para ter suas necessidades atendidas por políticas públicas que
resolvam os problemas que os afligem e suprimam as opressões que lhes são
impingidas. Assim, lutam por justiça para todos que são marginalizados pela
sociedade. O artigo conclui com a afirmativa de que as fontes mais genuínas de
conhecimento sobre as mulheres negras são elas mesmas, sendo necessário que
estudos que as tomem por temática, considerem seus pontos de vista de mulheres e
negras.

Palavras-chave: Mulheres negras, relações raciais e de gênero, educação,


desvantagens, políticas públicas

Este texto focaliza manifestações de mulheres negras a respeito de


vivências suas que situam as dimensões do constituirem-se cidadãs numa
sociedade que discrimina o grupo de gênero e o de raça/etnia que as
inclui. Temos aqui, seguindo encaminhamentos propostos por Collins1 e por
Christian,2 como centro das análises, a experiência de ser mulher e negra.
Melhor dizendo, o propósito deste trabalho é o de compreender, a partir de
seu ponto de vista as relações que as mulheres negras vivem na sociedade,
entre si, com mulheres não-negras, e com homens negros e não-negros.

Também é intenção fortalecer o entendimento de que nós, mulheres,


não somos apenas fonte de conhecimento sobre nossa condição; muito mais:
somos agentes de conhecimento. Por isso elegi, como meio para atingir o
objetivo do trabalho, palavras de mulheres negras, quer tenham sido
registradas durante coleta sistemática de dados, ouvidas aqui e ali, em
palestras, no decorrer de conversas prolongadas ou casuais, na expressão de
desabafos, contrariedades, dor, satisfação, alegria, quer tenham sido lidas
em textos. Estes atos de fala, sobretudo como mirada que nós mulheres
dirigimos para nossa própria experiência, falando sobre o já vivido, o
experimentado agora, o que planejamos vir a ser são, assinala Ama,3 a
expressão do movimento feito no sentido de deixarmos de ser objeto para
sermos sujeito, para nos constituirmos em vozes libertadas.

Falar, para as mulheres negras, se constitui, pois, num ato de


destruição gradativa da identidade imposta pela sociedade racista e machista,
bem como num gesto decisivo de rompimento com o que as oprime enquanto
seres humanos. Por isso, deixam "os brancos e os homens negros
assustados", quando falam; por isso são "olhadas com indiferença", "postas
de lado".4

A fala dessas mulheres, de um modo geral, longe está de ser um


discurso individual e em busca de benefícios e reconhecimento meramente
pessoais. Sobretudo entre aquelas que militam em prol da causa negra, essa
fala significa estarem atentas a discriminações que possam sofrer seja "lá
quem for, mulher ou homem, negro ou não, deficiente, gordo, velho,
homossexual, pobre, analfabeto".5 Se "colocamos a mão no arado da luta
contra toda forma de discriminação... não podemos voltar atrás".6

Partindo do que a vida ensina, vamos ajeitando nosso modo de ser, de


atuar na sociedade, vencendo estágios de alienação e concretizando lutas
silenciosas ou abertas, formando-nos cidadãs. É esta a maneira como
interpreto a exortação de Eliad, adotada como título deste artigo7 e que foi,
em parte, assim traduzida, por outra mulher: "somos mulheres, somos
negras e queremos descobrir mais sobre nós mesmas, sobre as outras
mulheres..."8 O que conduz, antes de mais nada, à indagação sobre o que
significa ser mulher e negra.

O que é ser mulher negra, hoje?

Esta pergunta, formulada a mulheres militantes, lideranças ou não, do


Movimento Negro nos estados do sul do país obteve respostas que indicam o
configurar-se como mulheres negras implicando fazer face permanentemente
a atitudes e posturas discriminatórias, além de exigir combatividade,
introspecção, auto-imagem positiva, bem como crítica a relações sociais e
propostas para transformá-las.9

Eis falas que expressam enfrentamento constante de discriminações:


Ser mulher negra significa

"não viver e agüentar discriminação todos os dias"; "engolir duro para


não chorar em público, especialmente sendo pobre"; "ser discriminada pelo
sexo e pela cor", "pelo homem negro e pelos brancos"; "ser oprimida...
colocada em lugar de submissão"; "ter dificuldade em arrumar emprego";
"ser explorada pela mulher branca que não paga o mínimo para a empregada
doméstica"; "não ser reconhecida pela sua capacidade intelectual"; "ser
olhada com indiferença"; "ser vista como `mulata' para ser exibida"; ter que
mostrar que é igual aos outros".

Vejamos expressões que ilustram a combatividade: A mulher negra é

"guerreira"; "vive lutando, minuto a minuto, para mudar o estado das


coisas"; "exige o seu espaço"; "luta contra tudo e contra todos, por um lugar
ao sol"; "luta para mudar alguma coisa"; "tem que ter uma força incrível para
vencer todos os obstáculos, sobretudo se é viúva, sozinha"; "enfrenta barra
pesada, uns apoiam outros não"; "deixa os brancos e o homens assustados,
porque fala"; "tem posicionamentos firmes"; "influi através de denúncias";
"discute, em todas as formas de organização civil, a problemática racial";
"luta contra o racismo"; "trabalha para ser sujeito no processo histórico";
"tem consciência de seus direitos políticos, profissionais,
emocionais/sexuais".

A introspecção, muitas vezes confundida com timidez, atitude


submissa, medo de se expor e incapacidade de se expressar, é entendida
pelas mulheres negras como necessidade de "refletir muito antes de agir". A
auto-imagem positiva está representada pelas afirmativas de que ser mulher
negra implica "gostar da sua figura", "acreditar em si própria"; "não se sentir
inferior, apesar das pressões"; "não abaixar a cabeça, empinar o nariz,
gostem ou não gostem"; "dizer o que pensa"; "assumir posições mesmo que
pareça desaforada". A crítica às relações sociais e às propostas para
transformá-las exige das mulheres negras:

"ter consciência e abraçar a questão do negro"; "perceber o tipo


de democracia existente"; "romper barreiras e
relacionamentos"; "despertar fé, fazer com que as pessoas
acreditem no ser humano"; "valorizar outros negros,
conscientizá-los de sua importância, orientá-los para que
mudem"; "realizar atividades que resgatem a cultura negra";
"despertar a consciência da sociedade"; trabalhar as diferenças
sem desigualdades".

Dessas palavras de mulheres negras de diferentes classes sociais,


escolaridade e atividades profissionais se depreende que a participação das
mulheres negras demanda expressão dos sofrimentos, reivindicações,
anseios e metas do seu grupo racial/étnico.

Da invisibilidade ao reconhecimento

Superar "a invisibilidade" conferida aos descendentes de africanos "nas


diferentes esferas da vida nacional" bem como "a displicência com que a cor
tem sido tratada" nas estatísticas e nos estudos oficiais em geral, conforme
propuseram-se Carneiro e Santos10 em trabalho pioneiro sobre as mulheres
negras brasileiras, continua sendo, mais de dez anos depois, objetivo a ser
cumprido. Quanto a isso, ilustrativas são a indignação e a decepção de uma
aluna da habilitação magistério, no estado de São Paulo, ao criticar palestras
feitas em sua escola a respeito de fracasso escolar:

É estranho, todo mundo sabe... mas parece que os professores não


enxergam... só quando é para reclamar, é claro: as crianças negras saem da
escola muito cedo, muitas mal vencem as primeiras séries. Pois é, as
estatísticas que nos mostraram e o que os palestrantes disseram faz pensar
que não tem diferença de negro pra branco no Brasil. O pior é que quando
comentei com minhas colegas, disseram que eu era negra racista. O pior
ainda é que perguntei a um professor de geografia se no censo os dados não
levavam em conta a cor das pessoas, ele respondeu que sim. Então, por que
os palestrantes não mostraram?!

Desnecessário tecer considerações a respeito da discriminação que


sofre a população negra, em particular a mulher, ao ser-lhe negada a
possibilidade de realizar estudos e ao ser afastada dos bancos escolares, seja
por necessidade de trabalhar para auxiliar no sustento da família, seja por
ver desconsiderado seu modo de ser, viver, a cor da sua pele, a cultura de
seu grupo étnico. Entretanto, a experiência de Lígia, aluna de escola de 1º
grau na cidade de São Carlos,11 mostra o quanto ainda é imprescindível
repetir e comprovar tais considerações:

...não levando para o lado pessoal, aqui há um incentivo ao


preconceito, e é bem aberto, dá pra perceber, até professores
incentivam e maltratam pessoas negras. Infelizmente essa é a
realidade. Na cabeça das pessoas brancas (existem exceções)
o negro continuará escravo, para servi-lo até o fim dos tempos.
Na minha classe o preconceito não é só racial, existe
preconceito até entre eles mesmos (dependendo da escola que
cada um veio).

A situação de desvantagem da população negra diante da oferta de


educação escolar é de tal modo gritante que os dados estatísticos de que
dispomos, embora escassos e não suficientemente discriminados, por si sós
fazem a denúncia. É importante destacar que, durante boa parte deste
século, ofertas de educação destinadas a meninas negras, órfãs ou de famílias
não podendo tê-las na casa familiar estavam em orfanatos (para estas,
internatos), locais criados para educar futuras empregadas domésticas e, na
melhor das hipóteses, costureiras12 Algumas delas transformadas em "filhas
de criação", isto é, babás, copeiras, cozinheiras em casa de famílias
abastadas, recebiam parca remuneração, e era-lhes, às vezes, proporcionada
alguma instrução escolar.

Mostram os dois últimos censos, com alguma melhora neste último,


que grande parte das mulheres negras com dez anos ou mais de idade não
atinge quatro anos de estudos; muito poucas chegam a freqüentar o ensino
superior e entre estas significativo número busca diploma de licenciatura,
encaminhando-se para o magistério como profissão. Esse fato, no entanto,
não garante que nas escolas em que estejam presentes a problemática
enfrentada pelos descendentes de africanos no Brasil seja de alguma forma
tratada.

Talvez por não serem muitas e por não se sentirem encorajadas, nem
todas assumem, ou o fazem com muita dificuldade, uma atitude aberta de
combate ao racismo e às discriminações como escolha ideológica e
pedagógica.13

O desafio de construir uma auto-imagem positiva da mulher negra em


uma sociedade que a exclui e discrimina é uma marca do processo de
construção da identidade racial das professoras. Tarefa difícil mas não
impossível. Tarefa que não apaga a força e a dignidade dessas mulheres.

Esse processo desafiador e conflituoso nos revela que as professoras,


de um modo geral, encontram-se despreparadas para lidar com a questão
racial na escola. A opção é pelo silêncio e pelo ocultamento. No caso da
professora negra, somam-se ao despreparo a dificuldade e o desafio que este
trabalho representa, pois a remete à sua própria história de vida e às marcas
deixadas pelas experiências com racismo e discriminação.14

A "fragmentação da identidade racial" sublinhada por Carneiro e


Santos15 ao analisarem as relações da mulher negra com a população branca
e com homens negros parece ser menos corrosiva e causar menos males
entre professoras do que em outras profissões em que as negras são menos
numerosas, como, por exemplo, nas áreas de medicina, engenharia e
ministério religioso. É o que indicam experiências pedagógicas no sentido de
combate ao racismo, seja em nível de sala de aula, de formação continuada
de professores ou de elaboração de leis municipais, lideradas por professoras
negras ou por elas conduzidas isoladamente16. Salienta-se, entretanto, que
embora encabeçadas em sua maioria por mulheres negras, tais propostas
não têm dado ainda a ênfase necessária à problemática que aflige todas as
mulheres deste grupo étnico-racial.

Se na escola se tomasse conhecimento e se analisasse as


discriminações sofridas por todas as mulheres, em particular as mulheres
negras, estariam sendo combatidas injustiças e haveria possibilidade de
construir novas relações entre grupos sociais distintos. Assim, a abordagem
de tais questões ensinaria serem inúmeras as mulheres negras que são
arrimo de família, ou que participam decisivamente de sua manutenção.
Mostraria que muitas vivem nas periferias das regiões metropolitanas, em
casebres ou malocas que não recebem serviços de saneamento, nem de
água, luz e raramente contam com serviços de saúde e escassamente de
educação para crianças ou jovens, muito menos para adultos. Mostraria
também que a oferta de tais serviços, muitas vezes, passa a existir diante de
pressões e reivindicações que têm à frente mulheres, entre elas as negras.

Saberíamos todos que de um modo geral as mulheres negras, nas


zonas urbanas, desempenham atividades remuneradas na prestação de
serviços domésticos ou de faxina e limpeza. Tomaríamos conhecimento de
que aquelas com o 1º grau costumam encontrar emprego como operárias,
comerciárias, atendentes em hospitais. E de que entre as que completaram
o 2º grau, a grande maioria é composta por professoras em escolas do ensino
fundamental; seguidas por auxiliares de escritório, bancárias, supervisoras
de produção, e bem mais raramente profissões como técnica-eletricista,
torneira-mecânica e tipógrafa.

Se tais questões fossem tratadas na escola, aqueles que por ela


passassem teriam conhecimento de que nas zonas rurais, as mulheres
negras, não diferente de outras mulheres, exercem atividades na lavoura
familiar ou nas fazendas, nas estâncias, nas empresas rurais, onde realizam
atividades ligadas à produção ou tarefas como empregadas domésticas.

Sendo as discriminações vividas pelas mulheres objeto de discussão


nas escolas, como esconder que as condições de trabalho e os salários
oferecidos às mulheres negras, em muitas situações, são inferiores aos
proporcionados às brancas, segundo indicam dados dos censos, embora
tenham a mesma escolaridade, a mesma experiência, o mesmo treinamento
e desempenhem as mesmas funções?

Seriam desnecessárias pesquisas para mostrar que a jornada de


trabalho da mulher negra dura de oito horas até "dia e noite, enquanto as
forças permitam"; e que, conforme a atividade desenvolvida, o vínculo
empregatício e o apoio com que possa contar para o trabalho doméstico, sua
jornada é qualificada, por elas próprias, "quase sempre como duríssima,
estafante, pesada, cansativa, com poucos frutos e, na melhor das hipóteses,
razoável".17
Ficaria mais difícil desrespeitar as trabalhadoras, especialmente as
negras, cuja vida de trabalhadora muitas vezes é iniciada precocemente, em
muitos casos ainda durante a primeira infância, e que para a maioria "é
péssima, muito difícil quanto à remuneração, agitada, de muita
preocupação", sejam elas empregadas, trabalhem como autônomas ou por
conta própria,18 sendo que quase unicamente as portadoras de diploma de
curso superior dizem encontrar satisfação e realização pessoal no trabalho,
mesmo que sejam obrigadas a duplo ou triplo emprego como as professoras.

Quão surpresos não ficariam todos ao aprender que nem sempre são
os homens os que mais discriminam as mulheres negras, que "às vezes as
mulheres tomam posições assustadoras em relação a outras mulheres!" E
será que causaria impacto a afirmativa segura de uma empregada doméstica
branca, a uma pesquisadora do mesmo grupo racial, ao ser-lhe feita pergunta
sobre seu relacionamento com colegas negras? Eis a resposta:

Eu só sei dizer que não trato igual uma negra como uma branca... Não
tenho colegas pretas, só vizinhos, são todos muito bons, mas para conviver
não dá. Já não me dou igual como com um branco... Nas casas que já
trabalhei, vi que quando chegava uma negra ela não era tratada igual que
eu... Às vezes aparecia alguma procurando emprego onde eu trabalhava de
faxina, mas nunca conseguiram o emprego.

Não haveria espanto diante da explicitação do fato amplamente


conhecido na sociedade de que os homens brancos procuram desvalorizar a
competência da mulher negra, procurando "seduzi-la, em nome do exotismo
sexual" que lhe seria próprio. Assim como não espantaria a atitude
igualmente machista dos homens negros procurando ignorar a presença da
profissional mulher negra, até mesmo discriminando-a seja aberta, seja
camufladamente.

Seria uma boa lição para os docentes das habilitações para o


magistério darem-se conta de que as professoras negras têm manejado com
mais presteza e força, muitas vezes interpretada como agressividade, do que
mulheres negras em outras profissões e tarefas, as situações de
discriminação racial que sofrem no local de trabalho, reagindo criticamente.
E seriam instados a comprometer-se com a questão, ao constatarem que se
algumas são tão combativas, outras se desajustam, não conseguindo
enfrentar o problema como o faz uma das batalhadoras: "Tu tens que
enfrentar e batalhar, mostrar que tu tens os mesmos direitos, que podes
ocupar as mesmas posições do que as outras colegas."

Se realmente as instituições de ensino estivessem empenhadas em


combater as tensas relações raciais que caracterizam o dia-a-dia dos
brasileiros, tomariam cuidado de, em profissões em que mulheres são
raridade, mormente as negras, prepará-las para enfrentar as pressões
futuras que chegam a ser de tal sorte, a ponto de comprometer a saúde
mental, ou de levar ao abandono da carreira na qual investiram muitos anos
de estudo. Na formulação dos currículos, o desabafo desta mãe seria
considerado:

É duro, a minha filha é engenheira civil... Tanto esforço de todo


mundo... mas infelizmente ela não foi forte para não ligar quando apontavam
a "negrona, a tição"... acho que não foram tanto os colegas, mas também
foram... o pior ela achava eram os peões: mulher querendo fazer trabalho de
homem era demais, além disso negra! O caso é que hoje ela é dona de casa
e faz pão para vender. Tem sentido uma coisa destas? Mas como diz meu
marido: - É melhor uma filha padeira sã do que uma engenheira no hospital.

A preocupação dos currículos dos diferentes graus de ensino em


combater o racismo e as discriminações levaria à constatação de maneiras
mais ou menos delicadas e conscientes e de se relacionar com os negros
preconceituosamente. E depoimentos como os que seguem seriam,
atentamente levados em conta. Vejamos as palavras de uma negra,
advogada: "Tu tens que ser muito competente no teu trabalho, então te
respeitam, muitas vezes querem te usar, fazendo trabalhar pra eles e elas;
mas o convívio não admitem, visitar, sair junto pra uma diversão." E de outra,
faxineira: "Elas, as brancas, são deitadas, se tu não te cuidas, o serviço delas
acaba sobrando pra gente."

Em todos os níveis de ensino seriam analisadas as condições de


trabalho e se engajariam, todos, na busca de formas de corrigir situações,
como a dos baixos salários, que obrigam mulheres, sobretudo negras,
independentemente do nível de preparo, a buscar um segundo emprego, a
se dedicar à produção de objetos, de alimentos para vender, a enfrentar a
prostituição. Seriam denunciadas e questionadas situações como a das
empregadas domésticas, quase todas negras, que além de receberem muito
freqüentemente baixos salários, às vezes complementados com alimentação
e algumas roupas, fazem face a diversas formas de exploração e/ou
dificuldades. Por exemplo, entre as que "dormem" no emprego, muitas
denunciam não ter hora para acabar de trabalhar, quando não sofrem
agressões do patrão ou filhos da casa; entre as que "não dormem", boa parte
necessita levantar ainda de madrugada para chegar cedo ao emprego, pois
residem em locais distantes, além de ter de deixar almoço preparado para os
próprios filhos; as que trabalham por dia nem sempre recebem como
pagamento o que cobraram, mas o que a patroa quer pagar; faxineiras se
queixam de ter de providenciar o próprio almoço, não tendo, entretanto,
liberdade para aquecê-lo.

E, neste quadro, verificar-se-ia que grande parte das mulheres negras


aprende a trabalhar ou aprende um ofício com a mãe, uma parente, uma
vizinha, assim como com as patroas. Não com muita freqüência,
paralelamente ao ensino regular (ou em conjunto com ele), são-lhes
oferecidas oportunidades de cursos para aprendizagem e qualificação
profissional. Verificar-se-ia, ainda, que o preparo requerido para exercer
profissões e assumir funções não garante à mulher negra oportunidade de
emprego, visto ser, com certa regularidade, preterida diante de uma
concorrente de cor branca, mesmo com menor qualificação, sob "o pretexto
de não ter boa aparência", isto é, de ser negra.

Seria verificado também que a maioria das trabalhadoras mães e


negras vive em vilas da chamada periferia urbana, onde são poucas as
instituições para deixar seus filhos durante a jornada de trabalho, devendo
valer-se da ajuda de alguma parente ou vizinha, ou do trabalho de mulheres
que, mediante pagamento mensal, tomam conta de algumas crianças em sua
própria casa. Em muitos casos, sendo as crianças já crescidas, tomam conta
delas próprias e dos irmãos menores, enquanto a mãe trabalha para garantir
sua sobrevivência biológica, comprometendo às vezes seu desenvolvimento
emocional.

Diante de tudo isso, é de se perguntar como pode a grande maioria


das mulheres negras no Brasil ser sadia. A tendência manifesta entre elas à
pressão alta tem causa na constituição biológica, em hábitos nutricionais ou
no racismo e no machismo que determinam as relações entre as
pessoas? Como não ter a saúde afetada, tendo em vista o estado de
pauperização em que vivem, a precariedade das moradias e as condições de
higiene dos bairros onde residem? Até quando a falta de informação e apoio
à mulher pobre, na sua maioria negra, para decidir e controlar o número de
filhos levará à prática do aborto, nas piores condições de higiene e segurança
e a custo muitas vezes da vida?

E, finalmente, se currículos escolares levarem professores e alunos a


deparar com as amargas circunstâncias de vida das mulheres negras,
permitirão que conheçam formas de organização dessas mulheres.19 Então
estarão sendo conhecidas e lembradas desde a liderança de Luiza de Nahim,
na revolta dos malês; a de Felipa, chefiando quilombo na Amazônia; a de Tia
Ciata, no Rio de Janeiro, proporcionando apoio a artistas, como mãe-de-santo
e descendente de africanos, o que resultou na criação do samba; e de outras
tantas mães-de-santo, como Mãe Menininha do Gantois, que corajosamente
enfrentaram investidas no sentido de extermínio das religiões de raiz
africana. Será destacado o papel das quituteiras nas lutas abolicionistas; o
de todas as mulheres negras, no pós-abolição, para a manutenção física e
psicológica da população negra; o das mulheres de hoje, nos grupos e
associações de interesse mútuo e de classe, nas organizações populares, em
grupos do Movimento Negro e de organização de mulheres, inclusive de
mulheres negras.

É claro que não há ingenuidade em propor que toda essa experiência


de vida, calcada na violência, se objeto de estudos na escola, provocará
consciência da sociedade e melhoria de vida para as mulheres, as negras em
particular. Há, sim, a esperança de que se professores e estudantes, em todos
os níveis de ensino, dedicarem-se ao estudo dos sérios problemas sociais em
nosso país nesse trabalho centralizado na mulher negra, serão preparados
cidadãos aptos a construir uma sociedade justa para todos. Sobretudo se
formos a fundo na contribuição que cada um de nós, com seus grupos de
raça/etnia, vimos dando para a construção da nação brasileira, buscando
entender como nossos grupos foram e vão recriando-se nas relações de uns
com os outros, mostrando o quanto aprendemos uns com os outros. Em
outras palavras, a superação da invisibilidade dos grupos marginalizados pela
sociedade, entre eles as mulheres negras, e o reconhecimento de seu papel
de cidadãos serão valorizados e reconhecidos através da educação de todos
os brasileiros, inclusive da oferecida pelas escolas.

Elucidando nossa presença

Queremos nos fazer ver e conhecer tal qual somos e para que isso
aconteça o mais desprovidamente possível de preconceitos são necessárias
muitas iniciativas, desde fazer conhecer nossa história, até nos sentirmos
representadas nas estatísticas. Queremos que nossas necessidades sejam
atendidas por políticas públicas que busquem resolver os problemas que nos
afligem, suprimir as opressões que nos são impingidas.

E para tanto fazem-se necessários estudos sobre as condições de vida


biológia e psicológica das mulheres negras, tanto nos bairros das periferias
urbanas como nos de classe média, aí presentes como integrantes desta
classe social ou como trabalhadoras para esta classe. Para contar com tais
dados, necessitamos da participação de prefeituras municipais, conselhos da
condição feminina, delegacias da mulher, secretarias de educação, trabalho,
saúde, instituições de ensino superior e escolas de todos os graus de ensino,
especialmente as freqüentadas por significativo número de estudantes
negros.

Há muitos aspectos das situações enfrentadas pelas mulheres negras


que precisam ser explicitados. Nossa proposta, que evidentemente não é
exaustiva, aponta necessidades fundamentais de coleta de dados para
formulação de políticas públicas coerentes. Desnecessário se faz insistir que
os dados e informações colhidos deverão sempre possibilitar o confronto
entre as variáveis: cor, ou melhor, descendência étnica/racial, sexo, faixa
etária, situação do domicílio - rural, urbano, e, se urbano, periferia, não-
periferia. A ambigüidade do termo periferia, bem como a localização de
agrupamentos com características de periferia nos centros das cidades, exige
discussão cuidadosa e explicitação do sentido do termo conforme os
levantamentos.

Assim, os dados gerais sobre população, além dos quesitos já


apontados, deverão ser discriminados por credo religioso, sendo incluídas
todas as denominações, portanto também as afro-brasileiras às quais
pertencem significativo número da população negra, assim como a
muçulmana, a budista e outras tantas quantas houver.

Tendo em vista necessidades da população negra, em especial das


mulheres, tais dados gerais precisam ser coletados, incluindo tipos de
habitação utilizados, área total ocupada por número de habitantes, bem como
meios de transporte disponíveis no bairro, freqüência de atendimento e
distâncias médias entre habitação e trabalho.

Relativamente à educação será importante conhecer da população


escolarizada: quantos são atendidos em classes, serviços especiais,
especificando, quando for o caso, os tipos de deficiência; a matrícula de
alunos novos e repetentes; o número de alunos aprovados e reprovados ao
final do ano; de alunos transferidos e evadidos; de alunos concluintes de grau
de ensino; de alunos que trabalham por tipo de atividade exercida, aprovação
e reprovação ao final do ano; de alunos que trabalham e número de anos de
estudos até a conclusão do grau de ensino. Ainda sobre o ensino regular,
deverão ser coletados dados a respeito do corpo docente, discriminando
formação, carga horária, número de professores removidos durante o ano.
Quanto aos estabelecimento de ensino, haverá interesse em conhecer o tipo
de mantenedora, a área física a as condições dos prédios, estado de
conservação das instalações; metro quadrado por aluno em sala de aula;
tipos de salas especiais; recursos didáticos. Os mesmos quesitos deverão ser
considerados para o ensino supletivo.

Será também importante dispor de dados sobre matrícula, abandono e


conclusões ou níveis/tipos de aprendizagens conseguidos, em
estabelecimentos que oferecem cursos de qualificação e profissionalização,
em instituições que cuidam da formação de deficientes, assim como em
albergues e outras instituições de programas destinados a meninas/meninos
de rua, por tempo de permanência na instituição.

Imprescindível será conhecer a população de zero a seis anos atendida


em creches e estabelecimentos de educação infantil e outros, por entidade
mantenedora, número de crianças atendidas, funcionários, segundo a
formação; relação atendentes/crianças; condições dos prédios e instalações;
metro quadrado por criança; tipos de atendimentos oferecidos.

No que diz respeito ao mercado de trabalho, serão necessários dados


sobre mulheres economicamente ativas, por número de filhos e faixa etária
destes; população desempregada; população por número de empregos já
ocupados; população por tipo de atividade, por exemplo, serviços domésticos
e similares, construção civil; população em atividade insalubre, por tipo de
insalubridade; população trabalhando no setor informal da economia, por tipo
de atividade, por exemplo: biscateiro, artesão, prostituta; empregados em
serviços domésticos e similares, na construção civil.

Tendo em vista a oferta dos serviços de saúde, interessará conhecer a


localização de hospitais e postos de saúde, e respectivas instituições
mantenedoras; a relação população/ofertas de atendimento de saúde;
pessoas atendidas, por tipo de atendimento e causa; população por tipo de
doenças de que é acometida, por recursos que busca para tratar doenças;
tipos de medicamentos e mezinhas mais usados, por causa do uso;
planejamento familiar: mulheres que usam anticoncepcionais e outros
recursos para evitar ou se livrar da concepção.

Situações de violência agridem física e/ou psicologicamente, causando


danos à saúde e ao equilíbrio emocional; portanto, os registros de
atendimentos médico e hospitalar, bem como de denúcias em delegacias
policiais e outras instituições precisam conter informações, pelo menos, sobre
tipos de agressão e causas.

Como se pode ver, a obtenção de dados requererá mais do que


levantamentos estatísticos. Muitas vezes exigirá entrevistas e observações
do modo de vida das pessoas, principalmente quando os dados buscados
forem relativos à saúde e à violência. A não-disponibilidade de informações
para o atendimento de necessidades prementes demanda aos órgãos
responsáveis a definição, execução e avaliação de políticas e consulta às
mulheres das comunidades a serem atendidas, a fim de que prioridades
possam ser definidas. Esta é a perspectiva de mulheres, como manifestam
Roland e Carneiro,20 a respeito da saúde, que entendem depender a melhoria
das condições de vida "de nós próprias mulheres negras, da nossa ação
política organizada, assumindo cada vez mais o controle sobre as
informações..." Por isto, "a luta das mulheres negras passa... pela exigência
da coleta e análise do quesito cor em todos os rencenseamentos oficiais,
porque temos o direito de saber quantos somos e como vivemos."21

Então, "saber-se negra é viver... a experiência de comprometer-se a


resgatar sua história e recriar-se em suas potencialidades", buscando
mudanças que criem novas relações de poder na sociedade.

Não se trata do poder representado pelo dinheiro, por influência, por


autoridade vista como comando de uns sobre outros, pelo predomínio de
valores e concepções de uma classe social, pelo atendimento exclusivo de
interesses pessoais e de classe ou grupo. Trata-se do poder que se exprime
em liberdade, assumida com os grupos e classe social a que pertence, de
cada um ser o que é, de participação, de colaboração nas escolhas e decisões,
de eqüidade que toma o critério da justiça para lidar com a pluralidade, a
diversidade dos grupos e classes, de autoridade originada no diálogo e
respeito, de solidariedade não confundida com tolerância, de empenho em
atender a necessidades de todos.22

Mulheres negras, hoje, buscamos educar-nos para a liderança, tal


como a entendem nossas raízes africanas:23 todo o mundo deve ser líder, não
necessariamente chefe, diretor, mas um líder na família, no trabalho, na
comunidade, isto é uma pessoa que contribui para o progresso e o
fortalecimento de todos. Liderança, neste caso, implica educação escolar,
acadêmica e sabedoria edificada no convívio com as comunidades de destino,
a dos descendentes de africanos, a das mulheres.
Mulheres negras vivendo, entre nós, as tensões dos confrontos de nossas
diferenças de classe social, escolarização, faixa etária, entre outras, vivendo
contraditórios sentimentos e discordâncias quanto a estratégias a adotarmos,
vamos lutando por justiça para nós, para todos os que são marginalizados
pela sociedade. Não admitimos as equivocadas análises que fazem de
circunstâncias que nos são impostas, tampouco aceitamos limitadas
definições do que sejam as mulheres negras. Somente nós mesmas podemos
nos definir. Somos as fontes mais genuínas de conhecimento sobre nós;
exigimos que estudos que nos tomem por temática tenham como
centralidade nossos pontos de vista de mulheres negras.

Notas

1. COLLINS, Patricia Hill. Black feminist thougt: Knowledge, consciousness, and


politics of empowerment. Nova York, Routledge, 1991, p. 221. [ Links ]

2. CHRISTIAN, Barbara. "Diminishing returns: Can black feminism(s) survive the


academy"? In: GOLDBERG, David Theo (org). Multiculturalism: A critical reader.
Oxford-UK, Cambridge, USA, 1994, pp. 168-179, (p. citada 172). [ Links ]

3. AMA, Ata Aidoo. "Ghana: To be a woman". In: KWAME, Safro (org.). Readings in
African philosophie; An Akan Collection. Mariland, University Press of America, 1995,
p. 260. [ Links ]

4. SILVA, Petronilha B.G. e. A mulher negra nos anos 80: Proposta para elucidação
da presença e diagnóstico dos problemas da mulher negra nos estados do sul. UFRGS
- Núcleo Interdisciplinar de Estudos da Mulher, Fundação Carlos Chagas, 1988, pp.
40-41. [ Links ]

5. Palavras de professora negra, ao concordar em participar de estudo sobre a


situação de crianças negras na escola onde trabalha.

6. LIMA SILVA, Sílvia Regina. "Teologia negra feminista latino-


americana". In: ATABAQUE, ASSET. Teologia afro-americana. São Paulo, Paulus,
1997, p. 127. [ Links ]

7. A interpretação não é arbitrária, uma vez que participei das discussões que
ensejaram a exortação referida.

8. Op. cit. nota 2, p. 127.

9. Op. Cit. nota 4, pp. 37-40.

10. CARNEIRO, Sueli e SANTOS, Thereza. Mulher negra. São Paulo, Nobel, Conselho
Estadual da Condição Feminina, 1985, pp. 3-4. [ Links ]
11. LOPES, Ademil. Escola, Socialização e Cidadania: Um estudo da criança negra
numa escola pública de São Carlos. São Carlos, EDUFSCar, 1995,
p.106. [ Links ]

12. SILVA, Petronilha B.G. e. Histórias de operários negros. Proto Alegre, EST, Nova
Dimensão, 1987, p. 6 e pp. 68-80. [ Links ]

13. SILVA, Petronilha B.G. e. "Quebrando o silêncio: Resistência de professoras


negras ao racismo". In: SERBINO, Raquel V. e GRANDE, Maria A.L. A Escola e seus
alunos: Estudos sobre a diversidade cultural. São Paulo, Ed. da UNESP, 1995, pp.
91-105. [ Links ]

14. GOMES, Nilma Lino. A mulher negra que vi de perto: O processo de construção
da identidade racial de professoras negras. Belo Horizonte, Maza, 1995, p.
188. [ Links ]

15. Op. cit. nota 10.

16. Op. cit. nota 4 e nota 13.

17. Op. cit. nota 4, p. 24.

18. Op. cit. nota 4, p. 42.

19. CARNEIRO, Sueli. "A organização nacional das mulheres negras e as perspectivas
políticas". Revista de Cultura Vozes, nº 2. Petrópolis, mar./abr. 1990, v. 84, pp. 211-
219. [ Links ]

20. ROLAND, Edna e CARNEIRO, Sueli. "A saúde da mulher no Brasil - A perspectiva
da mulher negra". Revista de Cultura Vozes, nº 2. Petrópolis, mar./abr. 1990, v. 84,
pp.204-210 (p. citada 210). [ Links ]

21. CARNEIRO, op. cit. nota 19.

22. SILVA, Petronilha B.G. e. "Vamos acertar os passos? Referências afro-brasileiras


para os sistemas de ensino". In: LIMA, Ivan C. e ROMÃO, Jeruse (org.). As idéias
racistas, os negros e a educação. Florianópolis, Núcleo de Estudos Negros, 1997,
pp.39-57 (pp. citadas 46-47). [ Links ]

23. SILVA, P.B.G. e. "Em busca de compreensão de pensamentos africanos em


educação". Pretoria, 1996, p. 11 (datilografado). [ Links ]
"The moment has come for us to bring ourselves forth" Positioning
ourselves as women and as Black

ABSTRACT: The article focuses on disclosures made by black women in an attempt


to establish dimensions of their self construction as citizens in a society that
discriminates against the gender and race/ethnic group to which they belong.

Militant women belonging to the Black Movement in the southern states of the
country were queried on the meaning of being women and black. The responses
highlight that self representation as black women implies to permanently confront
discriminatory attitudes and postures. In addition, it requires combativeness,
introspection, positive self image, as well as a critical stance towards social relations
while putting forward proposals for their transformation. The study points out that in
search of construing their presence in society, these women struggle to overcome
the invisibility imposed on the descendants of Africans. The women also struggle to
have the needs of this group met by social policies that would address the problems
that afflict it and would eliminate the oppressions that are inflicted upon it, fighting
in this manner, for justice for all those who are marginalized by society. The article
concludes with the assertion that the most genuine sources of knowledge concerning
the black women are themselves, indicating the need for studies that address this
theme, to have at center, the former's points of view as women and blacks.
Cadernos Cedes, ano XIX, nº 45, Julho/98

* Palavras da pastora Eliad D. Santos, durante oficina sobre "Teologia Negra


Feminista Latino-Americana". In: ATABAQUE, ASSET. Teologia afro-americana; II
consulta ecumênica de teologia e culturas afro-americana e caribenha. São Paulo,
Paulus, 1997.

** Docente do Departamento de Metodologia do Ensino/ UFSCar; integrante do


Núcleo de Estudos Afro-brasileiros da mesma universidade; professora-visitante,
junto ao Departamento de Didática de University of South África, durante o primeiro
semestre de 1996.

Potrebbero piacerti anche