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GENOCÍDIO DO RUANDA
ÍNDICE
INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 2
1. LOCALIZAÇÃO E CARACTERÍSTICAS DO RUANDA .................................................... 3
2. CONTEXTUALIZAÇÃO ................................................................................................. 6
2.1 ANTECEDENTES DO CONFLITO………………………………………………………………………….6
2.2 GENOCÍDIO DO RUANDA………………………………………………………………………………….8
2.3 FIM DO CONFLITO…………………………………………………………………………….…………….11
3. PAPEL DA ATUAÇÃO DE PAÍSES E ORGANISMOS EM RUANDA E A DENÚNCIA DE
PROBLEMAS AOS DIREITOS HUMANOS ........................................................................ 12
4. ATUALIDADE DO PAÍS ............................................................................................. 18
5. HOMENAGEM ......................................................................................................... 19
5.1 EXCERTOS ................................................................................................................. 20
Umas das falas do locutor da rádio RTLM no filme Hotel Ruanda ................................. 21
Entrevista ao General Augustin Bizimungu no filme Hotel Ruanda ............................... 21
Pat Archer relata a atrocidade que vivenciou a Paul no filme Hotel Ruanda ................ 21
CONCLUSÃO ................................................................................................................... 23
WEBGRAFIA .................................................................................................................... 24
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INTRODUÇÃO
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1. LOCALIZAÇÃO E CARACTERÍSTICAS DO RUANDA
O Ruanda, um dos países mais pobres do
mundo, é um Estado da África Central e
encontra-se localizado na Região dos Grandes
Lagos da África e é confinado a Norte com o
Uganda, a Este com a Tanzânia, a Sul com o
Burundi e a Oeste com a República Democrática
do Congo. A capital deste país é Kigali, a única
cidade importante deste Estado.
Ademais, este país goza de um clima tropical
temperado, com chuvas abundantes e a
temperatura média anual ronda os 20 °C. O [http://g1.globo.com/mundo/noticia/2014/04/entenda-por-
que-o-mundo-nao-impediu-o-genocidio-de-ruanda.html]
[https://www.mountnyiragongo.com/information/mount-karisimbi/]
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sobrevivência, provenientes, por exemplo, da União Europeia e de organismos
internacionais operantes entre países africanos.
Devido à guerra civil, as culturas comerciais foram vertiginosamente afetadas e as
culturas de subsistência, sobretudo os cereais, demonstram-se insuficientes para cobrir as
necessidades alimentares internas.
Todavia, a exploração florestal assim como a criação do gado, como, por exemplo,
bovinos, ovinos e caprinos obtêm resultados significativos, graças às vastas pradarias de
que dispõem e à limitada difusão de glossina, a tão perniciosa mosca tsé-tsé,
respondendo, satisfatoriamente, às necessidades da população.
Bovinos 815
Suínos 180
Ovinos 260
Caprinos 760
Aves 1 200
Figura 4: Criação de gado
Trigo 15,3
Milho 78,9
Arroz 27,9
Sorgo 171,6
Mandioca 1 003,1
Batatas 1 099,5
Batatas-doces 868,2
Taro 138,8
Feijões secos 239,4
Ervilhas Secas 17,7
Amendoins 10,3
Soja 19,9
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Café 13,8
Chá 15,5
Cana-de-açúcar 40
Tabaco 3,8
Figura 5: Culturas
Relativamente à atividade mineira, iniciada durante o domínio belga, esta está pouco
desenvolvida, devido à falta de investimentos e de infraestruturas inadequadas, entre as
quais, por exemplo, uma rede ferroviária e limita-se à exploração de algumas jazidas de
cassiterite, berílio, estanho, tântalo, tungsténio, columbite, volfrâmio, ouro e, por fim, gás
natural, na qual as suas reservas, que se situam na área do lago Kivu são consideradas
entre as mais consistentes do mundo.
Quanto ao setor hidroelétrico, este é deveras importante, assegurando a quase
totalidade das necessidades do país, contrariamente à indústria que é muito débil e
abrange pequenos estabelecimentos metalúrgicos, têxtil, alimentar (farinhas, azeite e
açúcar) e saboeira.
O Ruanda importa maquinaria, veículos, combustíveis, produtos industriais e
alimentícios, exporta café, estanho, volfrâmio, chá, peles e píretro e os seus principais
mercados são a China, a Alemanha e os Estados
Unidos da América, porém, evidentemente, a sua
Religião
balança comercial é extremamente deficitária.
Católicos
As línguas oficiais são o francês, o inglês e o
1%
kynia ruanda e a religião mais praticada é a Animistas/Crenças
9% Tradicionais
católica (65%), seguida dos cultos animistas 25% [PERC Protestantes
ENTA
(25%), da protestante (9%) e, por último, da
GEM]
Muçulmanos
muçulmana (1%).
Ademais, apesar da atrocidade vivenciada no [Geografia Universal: África Central e Meridional]
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2. CONTEXTUALIZAÇÃO
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Na época deste último, chegaram ao país os primeiros árabes e,
https://pt.wikipedia.org/wiki/Gustav_Adolf_von_G%C3%B6tzen]
em 1894, o primeiro europeu, o explorador e conde Gustav Adolf Von
Götzen, mais tarde governador da África Oriental Alemã.
Posteriormente, em 1885, na Conferência de Berlim, o Ruanda-
Urundi foi introduzido na África Oriental Alemã e, depois, em 1899, a
Alemanha declarou o seu protetorado sobre o Ruanda e o Urundi e,
Figura 9: Conde Gustav
simultaneamente, introduziu o cristianismo e o desenvolvimento Adolf Von Götzen
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Com a abolição da monarquia, a 1 de julho de 1962, e o fim da união com o território
do Burundi proclamou-se uma república independente no Ruanda sob a presidência do
Hutu Grégoire Kayibanda, líder do PARMEHUTU.
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Um ano depois, é determinada uma
nova Constituição pondo em prática o
[https://www.dw.com/pt-002/ruanda-democracia-ou-repress%C3%A3o/a-48906681]
multipartidarismo e o reconhecimento das
principais liberdades civis e políticas, de
forma a acabar com as lutas étnicas.
Contudo, no dia 6 de abril de 1994,
ocorreu uma catástrofe que se tornou
numa das páginas mais negras da História
do Ruanda e da Humanidade, ou seja, o
avião em que viajavam o presidente Figura 13: Quedo do avião que matou o presidente de Ruanda e
Burundi
ruandês Habyarimana e o presidente do
Burundi é abatido perto da escala de Kigali por um míssil de origem desconhecida. Este
incidente originou o então conhecido genocídio de Ruanda.
Em primeiro lugar, é necessário entender o significado da palavra genocídio, ou seja, a
política sistemática de extermínio de um determinado grupo ou nação com base na raça
ou na origem ética.
Deste modo, apesar de inicialmente a ONU não concordar, a monstruosidade vivida
neste país é classificada como genocídio, pois em 1993, na cidade de Arusha, é negociado
um acordo de tréguas entre os Hutus e os Tutsis e a criação de um governo formado por
ministros de ambas as etnias, porém, não é posto em prática devido ao acidente
anteriormente mencionado.
Neste segmento, em agosto de 1994, a guarda presidencial inicia uma árdua
investigação à procura do culpado, contra os opositores do falecido presidente, e a
figuras do clero tal como aos membros da ONU e, essencialmente, à minoria Tutsi.
Devido a este facto, ao sinal: Cortem as árvores altas.
Cortem as árvores altas agora! dito pelo locutor da rádio
RTLM, a guerra civil reacendeu-se, porque, segundo os
Hutus, os Tustis eram os culpados pela morte de ambos os [https://observador.pt/2016/04/07/ruanda-22-
imagens-mundo-nao-deve-esquecer/]
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Como o Ruanda é um país extremamente
controlado e organizado, o então atual partido
[https://www.terra.com.br/noticias/mundo/africa/tpi-para-ruanda-confirma-pena-
governante, MRND, criou a mais importante das
milícias armadas composta maioritariamente pela
exercito,a2f24b504cce6410VgnCLD200000b2bf46d0RCRD.html]
etnia Hutu designada por Interahamwe, que tinha
como um dos líderes o general Augustin Bizimungu e
cujo objetivo era matar os Tutsis. É notável referir
de-ex-comandante-de-
que, de início, mais precisamente antes da morte dos
presidentes, o general Augustin Bizimungu negou
qualquer envolvimento com a Interahamwe após uma Figura 16: General Augustin Bizimungu
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2.3 FIM DO CONFLITO
Calcula-se que tenham morrido entre 800 mil a 1 milhão de pessoas e com mais de 2
milhões de exilados durante 100 dias entre 7 de abril e 15 de julho de 1994, tendo
acabado apenas no momento em que as milícias tutsis, sob liderança de Paul Kagame,
tomaram o controlo da capital ruandesa, Kigali.
[https://observador.pt/2016/04/07/ruanda-22-imagens-mundo-nao-deve-esquecer/]
[https://www.dw.com/pt-002/ruanda-democracia-ou-repress%C3%A3o/a-48906681]
Figura 18: Fluxo de refugiados Figura 19: Refugiados ruandeses esperam por comida no
campo de ajuda de Benako, fugindo da guerra entre os
rebeldes da Frente Patriótica Ruandesa e os soldados do
governo.
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3. PAPEL DA ATUAÇÃO DE PAÍSES E ORGANISMOS NO
RUANDA E A DENÚNCIA DE PROBLEMAS COM OS DIREITOS
HUMANOS
Como deixaram que isto acontecesse? Alguém ou algum Estado ou Organização tentou
impedir esta tragédia? Estas são algumas das perguntas colocadas em causa na época do
genocídio do Ruanda e nos dias de hoje.
Efetivamente, temos uns prós e contras, pois, verdadeiramente, houve, por exemplo,
organizações não-governamentais (ONG), que auxiliaram as vítimas desta atrocidade,
mais precisamente os Tutsis. Porém, houve, também, alguns meios de comunicação
social, que induziam o fim da etnia Tutsi.
Assim, destaca-se, negativamente, a Rádio Ruanda e a RTLM (Rádio Télévision des
Milles Collines) que transmitiram propagandas de ódio aos Tutsis.
Inicialmente, a Rádio Ruanda era a estação de rádio oficial do governo e, devido ao
Acordo de Arusha, foi proibida de continuar a disseminar esta propaganda de rancor
sobre a etnia em minoria.
Devido a este facto, o presidente Habyarimana e a sua esposa fundaram a estação de
rádio privada, a RTLM, popular pela música pop e pela cobertura desportiva e ainda pelas
identificações dos Tutsis ou das suas áreas específicas onde poderiam ser encontrados,
incentivando ao seu assassinato, ao genocídio e a congratular quem o fizesse.
Estima-se que, entre 8 de julho de 1993 a 31 de julho de 1994, as transmissões tenham
aumentado a violência, ocupando 9% das mortes, ou seja, 45.000 Tutsis.
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[https://www.dw.com/pt-002/ruanda-democracia-ou-repress%C3%A3o/a-48906681]
[https://www.newsmuseum.pt/pt/na-frente/genocidio-com-
Hutus”. De uma forma geral, representam o racismo anti Tutsi,
isto é, denunciavam as uniões interétnicas, responsáveis pelo
contágio da “pureza Hutu” e apelavam para o fim dos
“demoníacos Tutsis”.
embargo]
Para além disso, a história de um dos piores crimes do mundo
não estava a ter destaque na cobertura televisiva bem como a Figura 23: Jornal Kangura
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A revista Time, outro exemplo que apresentava conteúdos verdadeiros, a 1 de agosto
de 1994, divulgou uma capa onde se lia: Este é o início dos dias finais. Isto é o apocalipse.
[https://www.newsmuseum.pt/pt/na-frente/genocidio-com-
https://www.newsmuseum.pt/pt/na-frente/genocidio-
com-embargo]
embargo]
Figura 24: Jornalista Rui Araújo [ Figura 25: Capa da revista
Time
Ruanda vai receber recursos adicionais Figura 26: Presidentes de Ruanda e França
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A mais recente acusação foi a 16 de maio de 2020, ao residente francês Félicien
Kabuga de 84 anos que, em 1994, fazia parte do círculo próximo ao então presidente
ruandês porque uma das suas filhas era casada com um filho de Habyarimana. Este é
acusado de ter criado a milícia Interahamwe e o Fundo de Defesa Nacional (FDN) que
arranjava ajudas para financiar a logística e as armas da milícia Interahamwe bem como
de presidir a RTLM.
[https://g1.globo.com/mundo/noticia/2020/05/16/felicien-kabuga-um-dos-acusados-do-genocidio-de-ruanda-e-
detido-na-franca.ghtml]
Figura 27: Jornal de 12 de junho de 2002 de Nairóbi, no Quênia, traz foto de Félicien Kabuga
No que diz respeito à ONU, esta tinha um pequeno contingente militar no Ruanda, nos
meses que antecederam aos massacres, mas apesar dos alertas e denúncias
relativamente ao genocídio, nada foi feito para proteger a população. Devido a este fator,
em 2000, a ONU admitiu as responsabilidades, por não ter intervindo após o início da
matança de 1994.
[https://news.un.org/pt/story/2019/04/1667391]
Figura 28: Soldado da paz segura uma vela em memória das vítimas do genocídio de Ruanda
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Quanto os Estados Unidos da América, recusaram a interferência no Ruanda, pois não
pretendiam envolver-se noutra guerra africana, após a morte de soldados norte-
americanos no conflito da Somália.
Todavia, o principal motivo para a indignação da opinião pública mundial, para além
do horror causado pelo massacre e a falta de ajuda por parte dos organismos
anteriormente referidos, é a desigualdade, preconceito, discriminação e o oportunismo
por parte da Humanidade.
Para compreender melhor esta afirmação, tomemos em consideração a aposição entre
negro e preto bem como condição económica do Ruanda. Evidentemente, uma grande
parte da população mundial julga, incorretamente, que é mais certo chamar negro do que
preto a um africano. A palavra negro está associada à escravatura sendo ainda conotada
com características deveras negativas como, por exemplo, aquele que recebe a luz e não
a reflete, escuro e sombrio.
Por outro lado, a palavra preto aparece meramente relacionada com a cor, por isso é
considerada por pessoas, por exemplo, africanas, o mais correto, visto que é a sua cor de
pele.
Os países africanos, incluindo o Ruanda, são muito deficitários, já que não usufruem de
muitas riquezas. Neste sentido, vimos, essencialmente por parte da comunidade
internacional, que assistiu criminosamente impotente, a insensibilidade e insignificância
perante o Ruanda, pois era um país africano e não era um centro de poder mundial assim
como estava afastado das superpotências da época.
Além disso, assistimos também à hipocrisia da
[https://www.icrc.org/pt/doc/resources/documents/feature/2014/01-04-rwanda-20-
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etnia, outras idades.
Em 8 de novembro de 1994, foi criado o Tribunal Penal Internacional para o Ruanda
(TPIR) pelo Conselho de Segurança da ONU com sede em Arusha, na Tanzânia. Este
tribunal foi criado como o intuito de contribuir para o processo de reconciliação
interétnica no Ruanda e para julgar os responsáveis pelo genocídio e violações dos
direitos humanos cometidos no próprio país e nos países vizinhos entre 1 de janeiro e 31
de dezembro de 1994.
A condenação, em 2002, do general Augustin Bizimungu, que foi capturado em Angola
e julgado por crimes de guerra tal como a sentença de George Rutaganda, membro da
Interahamwe, a prisão perpétua são alguns exemplos do trabalho realizado pelo TPIR.
[https://canalcienciascriminais.com.br/tribunal-
penal-internacional-para-ruanda/]
[https://canalcienciascriminais.com.br/tribunal-penal-internacional-para-ruanda/]
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4. ATUALIDADE DO PAÍS
Atualmente, o presidente de Ruanda é Paul Kagame, que tem vencido as eleições
presidenciais desde 2003 com mais de 90% dos votos tal como a FPR continua a ser o
partido mais representado no parlamento ruandês.
Paralelamente, o país tem trabalhado com instituições como o Fundo Monetário
Internacional e o Banco Mundial para executar, de forma sustentada, reformas
económicas e estruturais para o desenvolvimento económico e de redução da pobreza.
Este crescimento a nível económico foi acompanhado pela melhoria a nível social, isto
é, elevados padrões de vida, queda da mortalidade infantil e aumento do acesso ao
ensino primário.
Para além disso, assistimos a um aumento da representatividade e da igualdade de
género em Ruanda, ocupando, em 2019, a sexta posição dos países com maior igualdade
de género. Um dos exemplos visíveis relativos à paridade neste país é a política, onde as
mulheres ocupam 67% dos lugares no parlamento, a maior participação feminina no
mundo.
Por fim, este país procura distanciar-se cada vez mais dos eventos e do cenário de
violência implementando leis como a proibição da terminologia étnica.
[https://www.brasildefato.com.br/2019/04/17/por-que-ruanda-e-o-pais-com-mais-
mulheres-na-politica-e-o-6o-em-igualdade-de-genero]
Figura 31: Ranking dos países com mais mulheres na política (esquerda) e com maior igualdade de género (direita)
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5. HOMENAGEM
Sr. Daglish (Jornalista): Mas afinal qual é a diferença entre um Hutu e um Tutsi?
Benedict (Jornalista): Os colonos belgas achavam os Tutsis mais altos e elegantes. Foram
eles a criar a divisão.
Benedict: Selecionando os de nariz mais fino, pele mais clara. Mediam a largura das
narinas. Os belgas governaram o país apoiados pelos Tutsis, mas ao irem-se, deixaram o
poder com os Hutus que, claro, vingaram-se dos anos de repressão nas elites Tutsi.
Conversa entre os jornalistas Sr. Daglish e Benedict sobre o genocídio de Ruanda no filme Hotel de Ruanda
Sr. Daglish (Jornalista): Desculpe, posso fazer-lhe uma pergunta indiscreta? É Hutu ou
Tustsi?
Conversa entre o jornalista Sr. Daglish e duas hóspedes do Hotel des Milles Collines sobre a etnia delas no filme Hotel de Ruanda
Locutor da RTLM (Radio Télévision Libre des Mille Collines): Quando perguntam-me,
ouvintes, “Porque é que eu odeio todos os Tutsis?”, responde-lhes: “Leiam a história deste
país.”. Os Tutsis colaboraram com os colonos belgas, roubaram-nos as terras Hutu,
chacinaram-nos. E agora estão de volta, esses rebeldes Tutsis. Eles são como insetos. São
assassinos. O Ruanda é nosso e terra Hutu, somos a maioria, eles uma minoria de
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traidores e invasores. Havemos de eliminar a praga, acabaremos com os rebeldes FPR.
Ouvem a RTLM, a estação do poder Hutu. Mantenham-se atentos, vigiem o vosso vizinho.
Locutor da RTLM (Radio Télévision Libre des Mille Collines): Ouvem a RTLM, a estação
do Poder Hutu. Tenho uma mensagem para o nosso Presidente. Cuidado, não confie nos
rebeldes Tutsis, não aperte a mão em que o apunhará, o enganará…
Locutor da RTLM (Radio Télévision Libre des Mille Collines): O nosso grande presidente
foi assassinado por insetos Tutsis! Levaram-no a assinar o falso Acordo de Paz deles e
depois abateram o avião em que viajava. É a hora de limpar a savana, bons Hutus do
Ruanda. […] Ao trabalho, leais Hutus.
Locutor da RTLM (Radio Télévision Libre des Mille Collines): Vamos, bons Hutus, ainda
há campas para encher.
General Augustin Bizimungu: Não temos treinado a milícia, a ONU engana-se nessa
acusação.
Pat Archer relata a atrocidade que vivenciou a Paul no filme Hotel Ruanda
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Coronel Oliver (Membro da ONU): Vocês são pó. Para nós não passam de pó.
Paul Rusesabagina (Gerente Hotel des Milles Collines): Para nós, quem?
Coronel Oliver (Membro da ONU): Podia ser dono deste hotel, se não fosse um pormenor.
Ser negro. Nem sequer é preto. É africano.
Sr. Tillens (Presidente da Saberna): […] o Ruanda para eles não vale um único voto. Para
os franceses, ingleses, americanos…
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CONCLUSÃO
Ao longo do tempo, fomos realizando inúmeros trabalhos a diversas disciplinas, porém
este foi sem dúvida um dos trabalhos mais árduos e, simultaneamente, dos mais
cativantes.
No que diz respeito ao genocídio do Ruanda, ao estudá-lo sentimos como se fôssemos
um ruandês, mais precisamente um Tutsi, mergulhado no medo, desespero e na incerteza
do amanhã. Podemos afirmar que foi um enorme privilégio aprender mais
aprofundadamente sobre este tema, repleto de aprendizagem e verdadeira reflexão
sobre o nosso mundo e o futuro do mesmo.
Para além disso, a História da Humanidade está carregada de capítulos trágicos de
ódio, falta de ação e indiferença que contribuiu para a extrema violência como, por
exemplo, o Genocídio do Ruanda.
Deste modo, devíamos ter como exemplo esta monstruosidade assim como a situação
que estamos a ultrapassar atualmente, ou seja, a pandemia “…para construir um futuro
de dignidade, tolerância e direitos humanos para todos nós.”, como António Guterres,
secretário-geral da ONU, disse no dia 7 de abril, Dia internacional de Reflexão sobre o
Genocídio de 1994 no Ruanda, uma vez que, como aparece mencionado na música We
are the world composta por grandes artistas com o intuito de ajudar África, “o mundo
precisa de ser um só”.
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WEBGRAFIA
https://www.newsmuseum.pt/pt/na-frente/genocidio-com-embargo
https://www.icrc.org/pt/doc/resources/documents/feature/2014/01-04-rwanda-20-
year-anniversary-genocide.htm
http://www.genocidearchiverwanda.org.rw/index.php/Radio_T%C3%A9l%C3%A9visi
on_Libre_des_Mille_Collines
https://books.google.pt/books?id=WmjTCgAAQBAJ&pg=PT307&lpg=PT307&dq=jornal+kang
ura+dez+mandamentos+hutus+1990&source=bl&ots=ezQku43CWQ&sig=ACfU3U0kkf62Fj8To
6uw9FfRUUwflMrnUg&hl=pt-
PT&sa=X&ved=2ahUKEwi2_KrGqbnpAhXa8OAKHS7oCE0Q6AEwAHoECAoQAQ#v=onepage&q
=jornal%20kangura%20dez%20mandamentos%20hutus%201990&f=false
https://ensina.rtp.pt/artigo/o-genocidio-no-ruanda/
https://observador.pt/2019/04/07/25-anos-de-genocidio-do-ruanda-as-fotografias-de-uma-
matanca-silenciosa/
https://news.un.org/pt/story/2019/04/1667391
https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2014/04/140407_ruanda_genocidio_ms
https://www.rtp.pt/noticias/mundo/genocidio-do-ruanda-foi-ha-25-anos_v1139850
https://www.dn.pt/mundo/ruanda-olha-para-o-futuro-25-anos-depois-do-genocidio-
10766839.html
Bibliografia
Linhas da História 12, História A – 12º Ano P1, Alexandra Fortes, Fátima Freitas Gomes, José
Fortes, Colaboração de António Luís Catarino; Página 147;
Geografia Universal: África Central e Meridional, Marcello Sacco.
Filmografia
Hotel Rwanda (Hotel Ruanda).
Imagens da capa
https://brasil.elpais.com/brasil/2019/04/05/album/1554460759_554970.html
https://pt.wikipedia.org/wiki/Bandeira_de_Ruanda
https://observador.pt/2016/04/07/ruanda-22-imagens-mundo-nao-deve-esquecer/
Imagens da homenagem
https://pt.wikipedia.org/wiki/H%C3%B4tel_des_Mille_Collines
https://www.illinoistimes.com/springfield/hero-of-hotel-rwanda-campaigns-for-truth-
about-genocide/Content?oid=11451616
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