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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA – UNISUL

UNIDADE ACADÊMICA TECNOLÓGICA

MECÂNICA DOS SOLOS I


Origem e formação dos solos

Prof.º Ismael Medeiros


INTRODUÇÃO A ENGENHARIA DE SOLOS

1.0 - DEFINIÇÃO
A mecânica dos solos estuda as características físicas dos solos e as suas
propriedades mecânicas (equilíbrio e deformação) quando submetido a acréscimos ou
alívio de tensões.

1.1 - ORIGEM E FORMAÇÃO DOS SOLOS


Os solos são oriundos da decomposição da rocha através de um processo
denominado intemperismo, ou seja, a ação do tempo. As várias formas de
intemperismo podem ser classificadas em dois grandes grupos:

- Intemperismo Químico;
- Intemperismo Físico.

1.1.1 - INTEMPERISMO FÍSICO


Também conhecido como intemperismo mecânico, é o processo de
decomposição da rocha sem alteração química dos seus componentes. Os principais
agentes são:
• Variação de temperatura;
• Repuxo coloidal;
• Congelamento da água;
• Alívio de pressões;

1.1.2 - INTEMPERISMO QUÍMICO


É o processo de decomposição da rocha onde os vários processos químicos
alteram, solubilizam e depositam os minerais das rochas transformando-a em solo, ou
seja, ocorre a alteração química dos seus componentes. Neste caso há modificação
na constituição mineralógica da rocha, originando solos com características próprias.
Este tipo é mais freqüente em climas quentes e úmidos e, portanto muito comum no
Brasil.
Os tipos mais comuns são: Hidrólise, Hidratação, Oxidação e Carbonatação.

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• HIDRÓLISE
É o mais importante, pois leva a destruição dos silicatos.
• HIDRATAÇÃO
Penetração da água nos minerais, através de fissuras. A hidratação ocasiona
nos Granitos e Gnaisses a transformação de feldspato em argila.
• CARBONATAÇÃO
O carbonato de cálcio em contato com a água carregada de ácido carbônico se
transforma em bicarbonato de cálcio.
• OXIDAÇÃO
Mudança que sofre um mineral em decorrência da penetração de oxigênio na
rocha.

1.2.3 - INTEMPERISMO BIOLÓGICO


Ë processo no qual a decomposição da rocha se dá graças a esforços
mecânicos produzidos por vegetais através de raízes, escavação de roedores, etc.

2.0 - INFLUÊNCIA DO INTEMPERISMO NO TIPO DE SOLO


Os vários tipos de intemperismo e a intensidade com que atuam no processo de
formação dos solos dão origem a diferentes tipos de solo.

2.1 - CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS QUANTO A ORIGEM E FORMAÇÃO


Os solos classificam-se quanto a origem em solos residuais e sedimentares.

2.1.1 - SOLOS RESIDUAIS - AUTÓCTONES


Solos residuais são os solos que permanecem no local de decomposição rocha
que lhes deu origem. Para a sua ocorrência é necessário que a velocidade de
remoção do solo seja menor que a velocidade de decomposição da rocha.
A rocha que mantém as características originais, ou seja, a rocha sã é a que
ocorre em profundidade. Quanto mais próximo da superfície do terreno, maior é o
efeito do intemperismo. Sobre a rocha sã encontra-se a rocha alterada, em geral muito
fraturada e permitindo grande fluxo de água através das descontinuidades. A rocha
alterada é sobreposta pelo solo residual jovem, ou saprólito, que é um material
arenoso. O material mais intemperizado ocorre acima do saprólito e é denominado
solo residual maduro, que contém maior percentagem de argila.

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Figura 01 – Perfil Geotécnico típico de solo residual

2.1.2 - SOLOS SEDIMENTARES - ALÓCTONES


São os solos que necessitam de um agente transportador para sua formação. Os
principais agentes transportadores são:
• Vento (solos eólicos);
• Água (solos aluvionares);
• Água dos Oceanos e Mares (Solos Marinhos)
• Água dos Rios (Solos Fluviais)
• Água das Chuvas (Solos Pluviais)
• Geleiras (Solos Graciais);
• Gravidade (Solos Coluvionares)

2.1.2.1 - SOLOS EÓLICOS


Devido ao forte atrito entre os grãos dos solos transportados, estes possuem
forma arredondada. A ação do vento se restringe ao caso das areias e dos siltes. Um
exemplo clássico desta formação de solo, são as Dunas.

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2.1.2.2 - SOLOS ALUVIONARES
O agente de transporte é a água. A sua textura depende da velocidade de
transporte da água, podendo ser classificados de origem PLUVIAL, FLUVIAL ou
DELTAICO.

CARACTERÍSTICAS:
• Grãos de diversos tamanhos;
• Mais grossos que os eólicos;
• Sem coesão.

2.1.2.3 - SOLOS GLACIAIS


Formados pelas geleiras. São formados de maneira análoga aos fluviais.

2.1.2.4 - SOLOS COLUVIONARES


Formados pela ação da gravidade. Grande variedade de tamanhos. Dentre os
solos podemos destacar o TALUS, que é solo formado pelo transporte do material de
cotas mais altas para cotas menores através da influencia gravitacional.

2.1.2.5 - SOLOS ORGÂNICOS


Impregnação do solo por sedimentos orgânicos preexistentes, em geral
misturados de restos de animais e vegetais. Cor escura e cheiro forte.
As TURFAS são solos que incorporam florestas soterradas em estado avençado
de decomposição. Não se aplicam as teorias da mecânica dos solos.

2.1.2.5 - SOLOS TROPICAIS VERMELHOS


Geotécnicamente conhecidos como LATERÍTICOS, são os solos de evolução
pedogênica (sofrem no seu local de formação ou deposição uma série de
transformações físico-químicas). Formados por uma alternância de saturação e
secagem do solo original, aumentando a concentração de óxido de ferro e alumina na
parte superior.

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3.0 - TEXTURA E ESTRUTURA DOS SOLOS

3.1 - TAMANHO E FORMA DAS PARTÍCULAS

A TEXTURA de um solo é o tamanho relativo e a distribuição das partículas


sólidas que formam. O estudo da textura dos solos é realizado por intermédio do
ensaio de granulometria. Pela sua textura os solos podem ser classificados em solos
grossos e solos finos.

3.1.1 - SOLOS GROSSOS


Solos com φ ≥ 0,074mm e suas partículas tem forma arredondada poliédrica, e
angulosa.
Os solos grossos são os PEDREGULHOS e as AREIAS.

3.1.2 - SOLOS FINOS


Os solos finos são os SILTES e as ARGILAS. Solo com φ ≤ 0,074mm. Os solos
finos são os siltes e as argilas.
A fração granulométrica classificada como ARGILA possui diâmetro inferior a
0,002mm e se caracteriza pela sua plasticidade marcante elevada resistência quando
seca.
Segundo a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) os limites das
frações de solo pelo tamanho são os da tabela 1:

Tabela 1 - Escala Granulométrica


DESCRIÇÃO DIÂMETRO DAS PARTÍCULA
Argila < 2 µm
Silte 2 a 60 µm
Areia Fina 60 a 200 µm
Areia Média 200 a 600 µm
Areia Grossa 600 a 2 mm
Pedregulhos > 2 mm

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3.2 - COMPOSIÇÃO QUIMICA E MINERALÓGICA DOS SOLOS
Os solos são formados por agregados de um ou mais minerais.

3.2.1 - MINERAL
Substância inorgânica e natural, com composição química e estrutura definida.
Os minerais encontrados nos solos podem ser primários ou secundários. Os
PRIMÁRIOS, são os mesmos da rocha de origem, e os SECUNDÁRIOS são formados
quando ocorre a decomposição química.

3.2.2 - MINERAIS CONSTITUINTES DOS SOLOS GROSSOS E SILTES


Os solos grossos são constituídos basicamente de SILICATOS apresentam
também na sua composição ÓXIDOS, CARBONATOS E SULFATOS.

3.2.2.1 - SILICATO
Silicato é um composto salino resultante do óxido silício, são abundantes na
natureza e formam os FELDSPATOS, MICAS e QUARTZO e SERPENTINA.

FELDSPATO: São silicatos duplos de AL e de metal alcalino ou alcalino terroso “k”,


“Na” ou Ca, sofrem decomposição acentuada pela ação da água carregada de CO2 ,
produzindo argila branca (CAULIM).

MICA: Ortossilicatos de Al, Mg, K, Na ou Li e raramente Mn e Cr apresenta-se em


forma de lâminas flexíveis, e de fácil clivagem. Tem-se a muscovita (mica branca) e a
biotita (mica preta)

QUARTZO: é o mais importante do grupo dos silicatos. Sua composição é SIO2. São
identificados macroscopicamente e é o mineral mais abundante na crosta terrestre.
(SiO2) sílica cristalina pura, clorita e o talco.

3.2.2.2 - ÓXIDOS
Composto de metalóide e oxigênio, não se une com a água. Hematita (Fe2O3),
Magnetita (Fe2O4) e Limonita (Fe2O3. H2O).

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3.2.2.3 - CARBONATOS
Calcita (CaCO3), Dolomita [(CO3)2CaMg]. A calcita é o segundo mineral mais
abundante na crosta terrestre (δ).

3.2.2.4 - SULFATOS
(CaSO4.2H2O) e Anidrita (CaSO4)

3.2.3 - MINERAIS CONSTITUINTES DOS SOLOS ARGILOSOS


As argilas são constituídas basicamente por silicatos de alumínio hidratados,
podendo apresentar silicatos de magnésio, ferro ou outros metais. Os minerais que
formam as frações finas pertencem a três grupos: CAULINITA, ILITA e
MONTMORILONITA.

3.2.3.1 - CAULINITA
São formadas por unidades estruturais de silício e alumínio, que se unem
alternadamente, conferindo-lhes uma estrutura rígida. São relativamente estáveis em
presença de água.

3.2.3.2 - ILITAS
São estruturalmente semelhantes as Montmorilonitas. As substituições
isomórficas (não alteram o arranjo dos átomos) que ocorrem tornam ela menos
expansiva.

3.2.3.3 - MONTMORILONITAS
Unidades estruturais de alumínio entre duas unidades de silício, e entre as
unidades existem n moléculas de água. São instáveis em presença de água. Ex:
BENTONITA.
A presença de um determinado mineral de argila pode ser determinado por
análise TERMODIFERENCIAL, RAIO X, MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE
VARREDURA e ETC.

3.2.4 - SUPERFÍCIE ESPECIFICA


É a superfície total de um conjunto de partículas dividida pelo seu peso. Quanto
mais fino for o solo maior será a sua superfície especifica, o que constituí uma das
razões das diferenças entre as propriedades físicas solos finos e dos solos grossos.

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A superfície especifica dos argilominerais é:
CAULINITA S = 10m2/s de solo
ILITA S = 80m2/g de solo
MONTMORILONITA S = 800m2/g de solo

4.0 - CLASSIFICAÇÃO PEDOLÓGICA DOS SOLOS

Define-se Pedologia, como a ciência que classifica o solo segundo o


desenvolvimento do Horizonte B.
Os fatores que determinam as propriedades dos solos considerados na
pedologia são: (1) a rocha matriz, (2) o clima e a vegetação, (3) organismos vivos, (4)
topografia, e (5) o tempo de exposição a estes fatores. Na engenharia civil, as
classificações pedológicas são utilizadas principalmente pelos engenheiros
rodoviários, que lidam com solos superficiais e que encontram úteis correlações entre
o comportamento de pavimentos e taludes com estas classificações.

A classificação dos solos do ponto de vista pedológico, tradicionalmente


utilizada no Brasil e na qual se baseia a grande maioria dos levantamentos de solos
realizados no país, foi desenvolvida inicialmente por Baldwing,Kellog e Thorp em 1938
e posteriormente modificada por Thorp e Smith em l948. No sistema de classificação
de solos utilizado em levantamentos pedológicos, no Brasil, por Camargo e outros
(1987) são definidos os princípios básicos, horizontes diagnósticos e as definições das
principais classes de solos.

4.1 - TIPOS DE HORIZONTE

HORIZONTE A – Horizonte superficial da camada de solo, possuindo


aproximadamente 10 cm de espessura alojando plantas e raízes;
HORIZONTE B - Possui como característica principal a ausência dos minerais da
rocha de origem – horizonte argiloso;
HORIZONTE C – Apresenta a rocha em decomposição, facilmente escavável com pá
e picareta. Apresenta grande concentração dos minerais da rocha de origem;
HORIZONTE RA - Horizonte em que a alteração progrediu ao longo de fraturas ou
zonas de menor resistência deixando intactos grandes blocos da rocha original;
HORIZONTE R – Rocha Sã.

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4.2 - CLASSIFICAÇÃO DOS HORIZONTES
A classificação dos horizontes é subsidiado em relação à presença e
profundidade do horizonte B.

LATOSSÓLICO – Apresenta profundo horizonte B. Solos que apresentam grande


grau de homogeneidade;
CÂMBICO – Apresenta horizonte B incipiente, ou seja, pequeno horizonte B.
Horizonte comumente encontrado no Município de Tubarão;
LITÓLICO – Apresenta o afloramento da rocha junto a superfície. Ausência total do
horizonte B. Comum no cume de algumas elevações;
PLÍNTICO – Possui concreções de óxido de ferro (plintita).

4.3 - TIPOS DE SOLOS


As formações pedológicas apresentadas acima, dão origem a solos com
identidades e características próprias.

LATOSSOLO – Oriundo de ambiente latossólico. Caracteriza-se pela presença de


horizonte B bem desenvolvido.
CAMBISSOLO – Solo com pequena presença do horizonte B (horizonte B com
espessura inferior a 2,50 m);
LITÓLICO – Este tipo de solo é oriundo de ambiente litólico, apresentando ausência
total de horizonte B devido o afloramento da rocha na superfície;
PODZÓLICO – Apresenta horizonte B relativamente desenvolvido com espessuras
superiores a 2,50 m de profundidade. Caracterizam-se pelo alto índice de fração
argila, apresentando umidade natural (de campo) próximo da ótima;
GLEI – Apresenta alto índice de Hidromorfismo;
ORGÂNICO – São aqueles que contêm uma quantidade apreciável de matéria
decorrente de decomposição de origem vegetal ou animal, em vários estágios de
decomposição. Geralmente argilas ou areias finas, os solos orgânicos são de fácil
identificação, pela cor escura e pelo odor característico. A norma norte-americana
classifica como solo orgânico àquele que apresenta LL de uma amostra seca em
estufa menor do que 75% do LL de amostra natural sem secagem em estufa. Solos
orgânicos geralmente são problemáticos por serem muito compressíveis. Eles são
encontrados no Brasil principalmente nos depósitos litorâneos, em espessura de
dezenas de metros, e nas várzeas dos rios e córregos, em camadas de 3 a 10 m de

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espessura. Por sua característica orgânica, apresentam elevados índices de vazios, e
por serem de sedimentação recente, normalmente adensados, possuem baixa
capacidade de suporte e considerável compressibilidade. Em algumas formações,
ocorre uma importante concentração de folhas e caules em processo incipiente de
decomposição, formando as turfas. São materiais extremamente deformáveis, mas
muito permeáveis, permitindo que os recalques, devidos a carregamentos externos,
ocorram rapidamente.

5.0 – ÍNDICES FISICOS SOBRE AS TRÊS FASES

5.1 - FASE SÓLIDO ÁGUA E AR


Num solo, só parte do volume total é ocupado pelas partículas sólidas, que se
acomodam formando uma estrutura. O volume restante costuma ser chamado de
vazios, embora esteja ocupado por água ou ar. Deve-se reconhecer, portanto,que o
solo é constituído de três fases: partículas sólidas, água e ar.

.
Figura 2 – Estrutura do solo

5.1.1 - FASE SÓLIDA


Caracterizada pelo seu tamanho, forma, distribuição e composição mineralógica
dos grãos.

5.1.2 - FASE GASOSA


Ar, vapor d’água e carbono combinado. É bem mais compressível que as fases
liquida e sólida.

5.1.3 - FASE LIQUIDA


Preenche os vazios dos solos. Pode estar em equilíbrio hidrostático ou fluir
sob a ação da gravidade ou de outra forma.

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5.1.4 - ÁGUA CAPILAR
Se eleva pelos interstícios capilares formados pelas partículas sólidas, devido a
ação das tensões superficiais oriundas a partir da superfície líquida da água.

5.1.5 - ÁGUA ADSORVIDA (ADESIDA)


É uma película de água que adere às partícula de solos muito finos devido a
ação de forças elétricas desbalanceadas na superfície dos argilo-minerais.

5.1.6 - ÁGUA DE CONSTITUIÇÃO


Faz parte da estrutura molecular da parte sólida.

5.1.7 - ÁGUA HIGROSCÓPICA


A água que ainda se encontra no solo seco ao ar livre.

“As águas livres, Higroscópica e Capilar podem ser totalmente


eliminadas a temperatura prática de 100 ºC”.

O comportamento de um solo depende da quantidade relativa de cada uma das


três fases (sólido, água e ar). Diversas relações são empregadas para expressar as
proporções entre elas. Na figura 3 (a), estão representadas, simplificadamente, as três
fases que normalmente ocorrem nos solos, ainda que, em alguns casos, todos os
vazios possam estar ocupados pela água. Na Figura 3 (b), as três fases estão
separadas proporcionalmente aos volumes que ocupam, facilitando a definição e a
determinação das relações entre elas. Os volumes de cada fase são apresentados à
esquerda e os pesos à direita.

Figura 3 – As fases do solo; (a) no estado natural, (b) separadas em volumes.

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Em princípio, as quantidades de água e ar podem variar. A evaporação pode
fazer diminuir a quantidade de água, substituindo-a por ar, e a compressão do solo
pode provocar a saída de água e ar, reduzindo o volume de vazios. O solo, n o que
se refere às partículas que o constituem, permanece o mesmo, mas seu estado se
altera. As diversas propriedades do solo dependem do estado em que se encontra.
Quando diminui o volume de vazios, por exemplo, a resistência aumenta.
Para se determinar o estado dos solos, empregam-se índices que correlacionam
os pesos e os volumes das três fases:

1. Umidade Higroscópica (W) Onde:


γs = Peso Específico
W = Wt` - Wd` x 100 Ws = Peso das Partículas sólidas
Wd`
Onde: 5. Volume de Vazios (Vv)
Wt`= Peso Inicial
Wd`= Peso Final Vv = Vt - Vs

Onde:
2. Peso das Partículas
Vt = Volume Total
Sólidas (Ws)
Vs = Volume dos Sólidos

Ws = Wt
6. Índice de vazios (e)
1+W
Onde: e = Vv
W= Teor de umidade Vs
Wt = Peso Total
Onde:
Vv = Volume vazios
3. Peso da Água (Ww) Vs = Volume dos Sólidos

Ww = Wt - Ws 7. Porosidade (η)

η = Vv
Onde: Vt
Wt = Peso Total
Onde:
Ws = Peso das Partículas sólidas
Vv = Volume vazios
Vt = Volume total
4. Volume das Partículas
Sólidas (Vs)

Vs = Ws
γs
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8. Grau de Stauração (Sr) 10. Peso Específico Aparente

Sr = Ww Seco (γd)
γw.Vv γd= Ws
Onde: Vt
Ww = Peso de água
Onde:
Vv = Volume de vazios
Vt = Volume Total
γw = Peso específico da água
Ws = Peso partículas sólidas

9. Peso Específ. Natural (γ) 11. Grau de Areação (A)


γ = Wt A = 1 - Sr
Vt
Onde:
Onde:
Sr = Grau de saturação
Vt = Volume Total
Wt = Peso Total

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• Peso específico dos sólidos (ou dos grãos) – É uma característica dos
sólidos. Relação entre o peso das partículas sólidas e o seu volume. É
expresso pelo símbolo γg.

Figura 4 – Esquema de determinação do volume do peso específico dos grãos.

Este índice físico é determinado em laboratório. Coloca-se um peso seco


conhecido do solo (Ps) num picnômetro e completa-se com água, determinando o
peso total (Pp+Ps+Pa’). O peso do picnômetro completado só com água (Pp+Pa),
mais o peso do solo, menos o peso do picnômetro com solo e água, é o peso da
água que foi substituído pelo solo. Deste peso, calcula-se o volume de água que
foi substituído pelo solo e que é o volume do solo.

Com o peso e o volume, tem-se o peso específico.

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O peso específico dos grãos dos solos varia pouco de solo para solo e, por si,
não permite identificar o solo em questão, mas é necessário para cálculos de
outros índices.

• Peso específico da água – Embora varie um pouco com a temperatura,


adota-se sempre como igual a 10kN/m³, a não ser em certos procedimentos de
laboratório. É expresso pelo símbolo γa.

A expressão “peso específico natural” é, algumas vezes, substituída só por


“peso específico” do solo. Tratando-se de compactação do solo, o peso específico
natural é denominado peso específico úmido.

Para sua determinação, molda-se um cilindro do solo cujas dimensões


conhecidas permitem calcular o volume. O peso total dividido pelo volume é o peso
específico natural. O peso específico também pode ser determinado a partir de
corpos irregulares, obtendo-se o volume por meio do peso imerso n’água. Para tal,
o corpo deve ser previamente envolto por parafina.

O peso específico natural não varia muito entre os diferentes solos. Situa-se
em torno de 19 e 20 kN/m³ e, por isso, quando não conhecido, é estimado como
igual a 20 kN/m³. Pode ser um pouco maior (21 kN/m³) ou menor (17 kN/m³). Caso
especiais, como as argilas orgânicas moles, podem apresentar pesos específicos
de 14 kN/m³.

• Peso específico aparente saturado – Peso específico do solo se


viesse a ficar saturado e se isto ocorresse sem variação de volume. É de
pouca aplicação prática, servindo para a programação de ensaios ou a
análise de depósitos de areia que possam vir a se saturar. Expresso pelo
γsat, é da ordem de 20 kN/m³.

• Peso específico submerso – É o peso específico efetivo do solo


quando submerso. Serve para cálculos de tensões efetivas. É igual ao peso
específico natural menos o peso específico da água, portanto com valores
da ordem de 10 kN/m³. É expresso pelo símbolo γsub.

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5.2 – CÁLCULO DOS ÍNDICES DE ESTADO
Dos índices vistos anteriormente, só três são determinados diretamente em
laboratório: a umidade (W), o peso específico dos grãos (γg) e o peso específico
natural (γnat). Um é adotado, o peso específico da água. Os outros são calculados
a partir dos determinados. Algumas correlações resultam diretamente da definição
dos índices:

Outras resultam de fáceis deduções. A seqüência natural dos cálculos, a partir de


valores determinados em laboratório, ou estimado, é a seguinte:

5.2.1 – MASSAS ESPECÍFICAS


Relações entre pesos e volumes são denominados pesos específicos, como
acima definidos, e expressos geralmente em kN/m³.

Relações entre quantidade de matéria (massa) e volume são denominadas massa


específicas, e expressas geralmente em ton/m³, kg/ dm³ ou g/cm³.

A relação entre valores numéricos que expressão as duas grandezas é


constante Se um solo tem uma massa específica de 1,8 t/m³, seu peso específico
é o produto deste valor pela aceleração da gravidade, que varia conforme a
posição no globo terrestre e que vale em torno de 9,81 m/s² (em problemas de
engenharia prática, adota-se, simplificadamente, 10m/s²). O peso específico é,
portanto, de 18 kN/m³.

No laboratório, determina-se massas e as normas existentes indicam como se


obter massas específicas. Entretanto, na prática da engenharia, é mais
conveniente trabalhar com pesos específicos, razão pela qual se optou por
apresentar os índices físicos nestes termos.

Deve ser notado, por outro lado, que no Sistema Técnico de unidades, que
vem sendo paulatinamente substituído pelo Sistema Internacional, as unidades de

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peso tem denominação semelhante às das unidades de massa no Sistema
Internacional. Por exemplo, um decímetro cúbico de água tem uma massa de um
quilograma (1kg) e um peso de dez Newtons (10N) no Sistema Internacional e um
peso de um quilograma força no Sistema Técnico (1kgf).

Assim, ainda é comum que se diga no meio técnico, por exemplo, que a
“tensão” admissível aplicada numa sapata é de 5 t/m² (não é correto,mas se omite
o complemento força). Na realidade, a pressão aplicada é de 50kN/m², resultante
da ação da massa de 5 toneladas por metro quadrado.

6.0 - IDENTIFICAÇÃO DOS SOLOS POR MEIO DE ENSAIOS


Para identificação dos solos a partir das partículas que os constituem, são
empregados correntemente dois tipos de ensaios, a análise granulométrica e os
índices de consistência.

6.1 - Analise granulométrica


Num solo, geralmente convivem partículas de tamanhos diversos. Nem sempre
é fácil identificar as partículas porque grãos de areia, por exemplo, podem estar
envoltos por uma grande quantidade de partículas argilosas, finíssimas,
apresentando o mesmo aspecto de uma aglomeração formada exclusivamente por
estas partículas argilosas. Quando secas, as duas formações são dificilmente
diferenciáveis. Quando úmidas, entretanto, a aglomeração de partículas argilosas
se transforma em uma pasta fina, enquanto que a partícula arenosa revestida é
facilmente reconhecida pelo tato. Portanto, numa tentativa de identificação tátil-
visual dos grãos de um solo, é fundamental que ele se encontre bastante úmido.
Porcentagem Passante

100%

90%

PONTO_01
80% PONTO_02
PONTO_03
PONTO_04
70% PONTO_05
PONTO_06
PONTO_07
60% PONTO_08
PONTO_09
PONTO_10
50%
PONTO_11

40%

30%

20%

10%

0%
0,001 0,01 0,1 1 10 100
Diâmetro dos grãos (mm)

Figura 5 – Exemplo de curva de distribuição granulométrica do solo

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Para o reconhecimento do tamanho dos grãos de um solo, realiza-se a análise
granulométrica, que consiste, em geral, de duas fases: peneiramento e sedimentação.
O peso do material que passa em cada peneira, referido ao peso seco da amostra, é
considerado como a “porcentagem que passa”, e representado graficamente em
função da abertura da peneira, esta em escala logarítmica, como se mostra na Figura
acima. A abertura nominal da peneira é considerada como o “diâmetro” das partículas.
Trata-se, evidentemente, de um “diâmetro equivalente”, pois as partículas não são
esféricas.

A análise por peneiramento tem como limitação a abertura da malha das


peneiras, que não pode ser tão pequena quanto o diâmetro de interesse. A menor
peneira costumeiramente empregada é a de nº 200, cuja abertura é de 0,075 mm.
Existem peneiras mais finas para estudos especiais, mais são pouco resistentes e por
isso não são usadas rotineiramente.

Tabela 2 - Relação Peneiras


Relação Peneiras

Ø da malha
Nº Peneira
(mm)

4 4,8

8 2,4

10 2,0

16 1,2

30 0,6

40 0,42

50 0,30

100 0,15

200 0,075

Quando há interesse no conhecimento da distribuição granulométrica da


porção mais fina dos solos, emprega-se a técnica da sedimentação, que se baseia na
Lei de Stokes: a velocidade de queda de partículas esféricas num fluído atinge um

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valor limite que depende do peso específico do material da esfera, do peso específico
do fluído, da viscosidade do fluído, e do diâmetro da esfera.

Colocando-se uma certa quantidade de solo (uns 60g) em suspensão em água


(cerca de um litro), as partículas cairão com velocidades proporcionais ao quadrado de
seus diâmetros. Considere-se a Figura 6, na qual, à esquerda do frasco, estão
indicados grãos com quatro diâmetros diferentes igualmente representados ao longo
da altura, o que corresponde ao início do ensaio. À direita do frasco, está representada
a situação depois de decorrido um certo tempo. No instante em que a suspensão é
colocada em repouso, a sua densidade é igual ao longo de toda a profundidade.
Quando as partículas maiores caem, a densidade na parte superior do frasco diminui.
Numa profundidade qualquer, em um certo momento, a relação entre a densidade
existente e a densidade inicial indica a porcentagem de grãos com diâmetro inferior ao
determinado pela Lei de Stokes.

Figura 6 – Esquema representativo da sedimentação

As densidades de suspensão são determinadas com um densímetro, que


também indica a profundidade correspondente. Diversas leituras do densímetro, em
diversos intervalos de tempo, determinarão igual número de pontos na curva
granulométrica, conforme apresentada na figura 05, complementando a parte da curva
obtida por peneiramento. Novamente, neste caso, o que se determina é um diâmetro
equivalente, pois as partículas não são as esferas às quais se refere a Lei de Stokes.

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Diâmetro equivalente da partícula é o diâmetro da esfera que sedimenta com
velocidade igual à da partícula.

Deve-se frisar que uma das operações mais importantes é a separação de


todas as partículas, de forma que elas possam sedimentar isoladamente. Na situação
natural, é freqüente que as partículas estejam agregadas ou floculadas. Se estas
aglomerações não forem destruídas, determinar-se-ão os diâmetros dos flocos e não
os das partículas isoladas. Para esta desagregação, adiciona-se um produto químico,
com ação defloculante, deixando-se a amostra imersa em água por 24 horas e
provoca-se uma agitação mecânica padronizada. Mesmo quando se realiza só o
ensaio de peneiramento, esta preparação da amostra é necessária (destorroamento),
pois, se não for feita, ficarão retidas nas peneiras agregações de partículas muito mais
finas.

A seguir, as curvas características de alguns solos brasileiros.

Figura 7 – Curvas características de alguns solos brasileiros.

6.2 - Índices de consistência (Limites de Atterberg)


Só a distribuição granulométrica não caracteriza bem o comportamento dos
solos sob o ponto de vista da engenharia. A fração fina dos solos tem uma

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importância muito grande neste comportamento. Quanto menores as partículas,
maior a superfície específica (superfície das partículas dividida por seu peso ou
por seu volume). Já certos tipos de argilas chegam a apresentar 300 m² de área
por cm³.

À procura de uma forma mais prática de identificar a influência das partículas


argilosas, a engenharia a substituiu por uma análise indireta, baseada no
comportamento do solo na presença de água. Generalizou-se, para isto, o
emprego de ensaios e índices propostos pelo engenheiro químico Attemberg,
pesquisador do comportamento dos solos sob o aspecto agronômico, adaptados e
padronizados pelo professor de Mecânica dos Solos, Arthur Casagrande.

Os limites se baseiam na constatação de que um solo argiloso ocorre com


aspectos bem distintos conforme o seu teor de umidade. Quando muito úmido, ele
se comporta como um líquido; quando perde parte de sua água, fica plástico; e
quando mais seco, torna-se quebradiço. Este fato é bem ilustrado pelo
comportamento do mineral transportado e depositado por rio ou córrego que
transborda invadindo as ruas da cidade. Logo que o rio retorna ao seu leito, o
barro resultante se comporta como um líquido: quando um automóvel passa, o
barro é espirrado lateralmente. No dia seguinte, tendo evaporado parte da água,
os veículos deixam moldado o desenho de seus pneus no material plástico em que
se transformou o barro. Secando um pouco mais, os pneus dos veículos já não
penetram no solo depositado, mas sua passagem provoca o desprendimento de
pó.

Os teores de umidade correspondentes às mudanças de estado, como se


mostra na Figura 08 são definidos como: Limite de Liquidez (LL) e limite de
Plasticidade (LP) dos solos. A diferença entre estes dois limites, que indica a faixa
de valores em que o solo se apresenta plástico, é definida como o índice de
Plasticidade (IP) do solo. Em condições normais, só são apresentados os valores
do LL e do IP como índices de consistência dos solos. O LP só é empregado para
a determinação do IP.

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Figura 08 – Esquema plasticidade dos solos

O Limite de Liquidez é definido como o teor de umidade do solo com o qual


uma ranhura nele feita requer 25 golpes para se fechar numa concha, como ilustrado
na Figura 09.

Figura 09 – Esquema Aparelho de Casa Grande – Determinação LL

Diversas tentativas são realizadas, com o solo em diferentes umidades,


anotando-se o número de golpes para fechar a ranhura, obtendo-se o limite pela
interpolação dos resultados. O procedimento de ensaio é padronizado no Brasil pela
ABNT (Método NBR 6459).

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O Limite de Plasticidade é definido como o menor teor de umidade com o qual
se consegue moldar um cilindro com 3 mm de diâmetro, rolando-se o solo com a
palma da mão. O procedimento é padronizado no Brasil pelo Método NBR 7180.

Deve ser notado que a passagem de um estado para outro ocorre de forma
gradual, com a variação da umidade. A definição dos limites acima descrita é
arbitrária. Isto não diminui seu valor, pois os resultados são índices comparativos. A
padronização dos ensaios é que é importante, sendo, de fato, praticamente universal.

6.2.1 - Atividade das Argilas


Os Índices de Attemberg indicam a influência dos finos argilosos no
comportamento do solo. Certos solos com teores elevados de argila podem
apresentar índices mais baixos do que aqueles com pequenos teores de argila. Isso
pode ocorrer porque a composição mineralógica dos argilo-minerais é bastante
variável. Pequenos teores de argila e altos índices de consistência indicam que a
argila á muito ativa.

Mas os índices determinados são também função da areia presente. Solos de


mesma procedência, com o mesmo mineral-argila, mas com diferentes teores de
areia, apresentarão índices diferentes, tanto maiores quanto maior teor de argila,
numa razão aproximadamente constante. Quando se quer ter uma idéia sobre a
atividade da fração argila, os índices devem ser comparados com a fração argila
presente. É isto que mostra o índice de atividade de uma argila, definido na relação:

Índice de Atividade = IP .
fração argila

Tabela 3 - Classificação quanto Atividade


Ia Atividade

< 0,75 Inativa

0,75 – 1,25 Normal

> 1,25 Ativa

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6.2.2 - Índice de Liquidez

O índice de liquidez IL, utilizado para classificar as argilas, é definido pela


equação:

IL = W – LP
IP
O índice de liquidez é igual a 1, para argilas em que a umidade é igual ao
limite de liquidez LL, e maior que 1, quando W > LL.

7.0 - ESTADO DAS AREIAS – COMPACIDADE

O estado em que se encontra uma areia pode ser expresso pelo seu índice de
vazios. Este dado isolado, entretanto, fornece pouca informação sobre o
comportamento da areia, pois, com o mesmo índice de vazios, uma areia pode estar
compactada e outra fofa. É necessário analisar o índice de vazios natural de uma
areia em confronto com os índices de vazios máximo e mínimo em que ela pode se
encontrar.

Se uma areia pura, no estado seco, for colocada cuidadosamente em um


recipiente, vertida através de um funil com pequena altura de queda, por exemplo,
ficará no seu estado mais fofo possível. Pode-se, então, determinar seu peso
específico e dele calcular o índice de vazios máximo.

Vibrando-se uma areia dentro de um molde, ela ficará no seu estado mais
compacto possível. A ele corresponde o índice de vazios mínimo.

As areias se distinguem também pelo formato dos grãos. Embora as dimensões


dos grãos não sejam muito diferentes segundo três eixos perpendiculares, como
ocorre com as argilas, a rugosidade superficial é bem distinta.

O formato dos grãos de areia tem muita importância no seu comportamento


mecânico, pois determina como eles se encaixam e se entrosam, e, em contrapartida,
como eles deslizam entre si, quando solicitados por forças externas. Por outro lado,
como as forças se transmitem pelo contato entre as partículas as de formato mais
angulares são mais suscetíveis a se quebrarem. Os índices de vazios máximo e

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mínimo dependem das características da areia. Valores típicos estão indicados na
Tabela 4.1. Os valores são tanto maiores quanto mais angulares são os grãos e
quanto mais mal graduadas as areias.

Tabela 04 – Valores típicos de índices de vazios de areias.

Consideremos uma areia A com “e mínimo” igual a 0,6 e “e máximo” igual a 0,9
e uma areia B com “e mínimo” igual a 0,4 e “e máximo” igual a 0,7. Se as duas
estiverem com e= 0,65, a areia A estará compacta e a areia B estará fofa.

Figura 10 – Comparação de compacidades de duas areias com e=0,65

O estado de uma areia, ou sua compacidade, pode ser expresso pelo índice de
vazios em que ele se encontra, em relação a estes valores externos, pelo índice de
compacidade relativa:

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Quanto maior a CR, mais compacta é a areia. Terzaghi sugeriu a terminologia
apresentada na Tabela 4.2. Em geral, areias compactas apresentam maior resistência
e menor deformidade. Estas características, entre as diversas areias, dependem
também de outros fatores, como a distribuição granulométrica e o formato dos
grãos. Entretanto, a compacidade é um fator importante.

Tabela 05 – Classificação das areias segundo a compacidade

8.0 – Exercícios de fixação.

01) Num solo, só parte do volume total é ocupado pelas partículas sólidas, que se
acomodam formando uma estrutura. O volume restante costuma ser chamado de vazios,
embora esteja ocupado por água ou ar.

.
Dentro deste conceito, relate a influência do Índice de Vazios (e) nos solos.

02) ) Explique com suas palavras os seguintes tipos de solos:


a) Latossolo;
b) Litólico;
c) Orgânico.
03) Define-se Pedologia como a ciência que classifica o solo segundo o
desenvolvimento do Horizonte B. Dentro da pedologia, existem fatores determinantes
na propriedade dos solos. Quais são estes fatores? (citar no mínio 3).

04) Calcular os índices físicos solo considerando que uma amostra do mesmo pesa 970
N, possui um volume de 0,0650 m³ e Peso Específico das partículas sólidas de 27
kN/m³. Levar em consideração que uma pequena amostra pesando 103,32g foi seca em
estufa, pesando posteriormente 79,31g.

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05) Uma amostra de argila saturada com volume de 560cm³ apresentou massa de 850g.
Após secagem em estufa durante 24h, a massa resultante foi de 403g. Determinar os
índices físicos deste material.
0bs.: Alguns resultados
e = 3,0
γ = 14,9 kN/m³

06) Calcular os índices físicos do solo considerando que uma amostra do mesmo pesa
420 N, possui volume de 0,025 m³ e peso específico das partículas sólidas de 20 kN/m³.
Considere que uma amostra representativa deste material de 86,78g foi inserido em
estufa por 24 h , pesando posteriormente 75,32g.

0bs.: Alguns resultados


e = 0,37
Ws = 364,55 N.

07) Para uma amostra de argila, onde a porcentagem de argila é de 55%, obtiveram-se
os seguintes valores médios:
LL = 120%;
LP = 40%;
W = 150%;
Mediante os valores apresentados, determinar:

a) IP;
b) Ia;
c) IL.

08) O solo de uma jazida para uso de obra de terra tem as seguintes características:
LL = 60%, LP = 27% e W = 32%. Determinar:

a)O índice de Plasticidade


b)O índice de Consistência
c)Classificar o solo em função do índice de Consistência

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