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Jung no Espirito Santo – Site de Fabrício Moraes

Um pouco de Tipos Psicológicos

(Este texto foi publicado originalmente em 4 partes, nos dias 17, 28


de setembro e 04 e 27 de outubro de 2010)

Pensando a Teoria dos tipos

A teoria dos Tipos psicológicos ocupa um lugar especial na teoria junguiana. A


partir dela podemos vislumbrar aspectos importantes concernentes tanto a
epistemologia junguiana quanto a clinica junguiana.

De imediato devemos ressaltar que a teoria dos tipos não tem como objetivo
“classificar” as pessoas. Muito pelo contrario, ela é um instrumento para
compreendermos como os indivíduos se relacionam conscientemente com a
realidade. Em entrevista a Dr. Evans, Jung diz

Todo o meu plano tipológico consiste, meramente, numa


espécie de orientação. Existe um fator, a introversão; existe
outro fator, a extroversão. A classificação de indivíduos
nada significa. Trata-se apenas de um instrumento, ou
aquilo a que chamo ”psicologia” prática, usada para
explicar, por exemplo, o marido a uma esposa ou vice
versa. (EVANS, Entrevistas com Jung e as Reações de
Ernest Jones, p. 92)

A teoria dos “Tipos Psicológicos” foi publicada em 1921, no livro homônimo, e


desde então lançou conceitos(que se tornaram simplesmente termos) comuns
a toda população como “introversão” e “extroversão”. Antes de falarmos acerca
da descrição dos tipos, é importante considerar um ponto central, que antecede
a aplicação prática.

Devemos considerar que a teoria dos tipos psicológicos nos propõe questões
acerca da possibilidade do conhecimento. Isto é, podemos dizer as questões
que fundamentam a caracterização dos tipos são:

a) É possível conhecer um objeto ou a coisa em si?

b) Como se daria o processo de conhecimento?

Através da Teoria dos “Tipos Psicológicos” Jung responde ou indica que não é
possível conhecermos as coisas em si mesmas, nós conhecemos apenas

Fabricio Fonseca Moraes (CRP 16/1257) - Psicólogo Clínico de Orientação Junguiana,


Especialista em Teoria e Prática Junguiana(UVA/RJ), Especialista em Psicologia Clínica e da
Família (Saberes, ES). Membro da International Association for Jungian Studies(IAJS) Atua em
consultório particular em Vitória desde 2003.
Contato: 27 – 9316-6985. /e-mail: fabriciomoraes@yahoo.com.br/ Twitter:@FabricioMoraes
www.psicologiaanalitica.com
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aquilo que se manifesta a nossa percepção – ou o que apreendemos do objeto


por nossa percepção. Dessa forma, o processo de conhecer é limitado por
nossos sentidos, ao espaço e tempo. O processo de conhecimento seria
filtrado por algumas categorias subjetivas, essas categorias seriam as atitudes
e funções psicológicas

Nosso modo de ser condiciona nosso modo de ver. Outras


pessoas tendo outra psicologia vêem e exprimem outras
coisas e de outro modo. Isto o demonstrou logo um dos
primeiros discípulos de Freud: Alfred Adler. Ele
apresentava o mesmo material empírico de um ponto de
vista bem diferente, e sua maneira de ver é, no mínimo, tão
convincente quanto a de Freud, porque também Adler
representa um tipo de psicologia que encontramos com
freqüência. Sei que os seguidores de ambas as escolas me
consideram, sem mais, no caminho errado, mas a história e
os pensadores imparciais me darão razão. Não posso
deixar de criticar as duas escolas por interpretarem as
pessoas demasiadamente pelo lado patológico e por seus
defeitos. Exemplo convincente disso é a impossibilidade de
Freud de entender a vivência religiosa. (JUNG, Freud e a
Psicanálise, p.324-5 )

A divergência entre Adler e Freud é um exemplo interessante citado por Jung,


pois, um mesmo caso clinico era analisado por duas óticas bem distintas – e
ambos indicavam caminhos coerentes para se compreender o caso. Deste
modo, Jung compreendia que a percepção de Freud e de Adler eram
verdadeiras, pois, eles partiam de ângulos distintos, do mesmo modo que ele
próprio, Jung, partia de um ângulo distinto dos demais. Isso não implica em
erro ou acerto, isso quer dizer apenas apenas que cada teoria (seja de Jung,
Freud ou Adler) compreendia um aspecto parcial da experiência ou do
fenômeno psíquico. Do mesmo modo, quando trabalhamos na clinica devemos
considerar o que o nosso cliente nos diz como fruto de sua forma de perceber a
realidade, isto é, sua realidade. Devemos compreender seu modo de se
relacionar com o mundo, para assim intervir de forma clara e eficaz.

A teoria dos tipos se apresenta como um instrumento para compreender a


dinâmica da consciência (isto é, do Ego) em relação ao mundo dos objetos. De
certa forma, podemos dizer, que a a tipologia psicológica de um individuo é a
forma principal de adaptação que ele utiliza.

Fabricio Fonseca Moraes (CRP 16/1257) - Psicólogo Clínico de Orientação Junguiana,


Especialista em Teoria e Prática Junguiana(UVA/RJ), Especialista em Psicologia Clínica e da
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Quando nos referimos a um tipo psicológico nos deparamos com duas


categorias a atitude da libido e a função psicológica.

Atitude da Libido : Extroversão e Introversão

Entende-se por “atitude da libido” o movimento da libido ou da energia psíquica


em relação ao objeto.

Dessa forma, a extroversão significa que a tendência primária da libido é se


voltar ou direcionar ao objeto, o individuo conscientemente “se lança” em busca
de conhecer, compreender ou assimilar o objeto, se sente naturalmente
“atraída” pelo objeto . Por outro lado, a atitude compensatória do inconsciente é
retirar a libido do objeto. Conforme, o quadro abaixo

Pessoas do tipo extrovertido são pessoas que naturalmente tendem a ocupar


os espaços, são expansivas, se sentem instigadas a interagir com o meio,
possuindo uma facilidade um pouco maior para se adaptar a situações
externas.

Por outro lado, a introversão significa que a tendência primaria da libido é de


regredir frente ao objeto, isto é, ao retornar ao sujeito. É como se o objeto fosse
algo ameaçador e o individuo tenta se esquivar, o objeto é algo com o qual se
deve ter cautela. As impressões apreendidas do objeto são mais marcantes
que o objeto em si.

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Especialista em Teoria e Prática Junguiana(UVA/RJ), Especialista em Psicologia Clínica e da
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Devemos compreender que não existe uma atitude “pura”, isto é, ninguém é
introvertido ou extrovertido o tempo todo. São tendências naturais, ou seja,
quando falamos que um individuo é extrovertido, isso significa que a maior
parte do tempo sua atitude natural é assim, em outros momentos ele pode se
portar de forma introvertida – nessas horas as pessoas podem pensar que o
extrovertido está triste ou deprimido, mas, ele está apenas “quieto” (isto é, num
momento de introversão).

Do mesmo modo, uma pessoa introvertida em determinadas situações pode


parecer ansiosa, “quieta demais”, se sentir desconfortável (mesmo em
situações corriqueiras como supermercado cheio), em outras, com amigos (por
exemplo), pode ser falante e expansiva.

O ideal é compreendermos qual nossa atitude natural para não sermos


“dominados” por ela, de modo, a perdermos oportunidades. É importante
equilibrarmos as atitudes para termos uma melhor adaptação a realidade. Pois,
não há tipo melhor ou pior que o outro. Temos provérbios e ditos populares que
nos alertam para os perigos da radicalização das atitudes:

“Quem não chora, não mama”

Ou

“A curiosidade matou o gato”

Na clínica, é importante o psicoterapeuta perceber a atitude natural do cliente


para acolhe-lo da forma que permita que ele se sinta o mais confortável
possível. Por exemplo, um terapeuta introvertido pode parecer “frio”, “distante”
ou “indiferente” a um cliente extrovertido.

As funções Psiquicas

Como dissemos no post anterior acerca dos Tipos Psicológicos, a tipologia


psicológica proposta por Jung se caracteriza pelo movimento da libido, que
pode ser introvertido ou extrovertido, e pelas funções psicológicas que
descreveremos nesse post.

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Especialista em Teoria e Prática Junguiana(UVA/RJ), Especialista em Psicologia Clínica e da
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Jung compreendia como função psicológica uma “certa forma psíquica de


atividade que, em principio, permanece idêntica sob condições diversas”
(JUNG, 1991, p.412) Assim, uma função psicológica é um dinamismo comum a
todos os indivíduos, que caracteriza o funcionamento da consciência, ou seja, a
forma como o individuo se relacionaria ou apreenderia o meio externo.

Em seu trabalho, Jung, identificou 4 funções psicológicas, as quais designou


como pensamento, sentimento, sensação(que também encontraremos como
percepção) e intuição. Devemos tomar cuidado com os termos utilizados por
Jung. A denominação dada a função, significa uma forma de possibilitar a
melhor compreensão dessa dinâmica, ou seja, p. ex, quando falarmos de
“função pensamento” não estamos definindo ou conceituando o “pensar”, mas,
dizendo que essa dinâmica psíquica está mais associada aos processos
reflexivos/cognitivos relacionados ao pensamento ou pensar – o individuo se
orienta na relação com o meio sobretudo através das categorias cognitivas.

Desse modo, quando vemos “função pensamento” devemos compreender que


o pensamento adjetiva essa função, não a conceitua. É a principal
característica e, assim, não devemos confundir “função pensamento” com “ato
de pensar” ou com o “pensamento em si”, do mesmo modo que não devemos
confundir “função sentimento” com “ato de sentir” ou com um “sentimento em
si” como alegria.

As quatro funções são divididas em duas categorias: racionais e irracionais.

As funções racionais seriam as funções relacionadas aos processos de


conhecimento, julgamento, avaliação, interpretação e atribuição de valor a
realidade. Nesta categoria estariam as funções pensamento e sentimento.

A função pensamento se caracteriza pela interpretação da realidade, isto é, seu


direcionamento está em identificar, analisar, categorizar e definir a
realidade/objeto. Esta função tem como principio a distinção racional e logica
dos fenômenos.

Por outro lado, a função sentimento se caracteriza pela avaliação ou valoração


da realidade, isto é, esta função tem como principio avaliar os elementos de
valor, importância e significado do objeto. O afeto produzido na relação do
sujeito com o objeto, “torna-se, então, efetivamente, não a expressão de algo,
de uma atividade interna a um sujeito, mas uma episteme, um modo legítimo
para o conhecimento.” (DAMIÃO, 2003, p. 90)

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Essas funções são racionais por partirem do mesmo principio de


conhecimento. Mas, seu foco, é bem distinto, fazendo que essas funções
sejam opostas.

(…) O que pode acontecer com aquelas funções que ela


não utiliza diariamente de modo consciente e, portanto, não
desenvolve pelo exercício? Permanecem em situação mais
ou menos primitivo-infantil, apenas meio-consciente ou
totalmente inconscientes. E constituem, assim, para cada
tipo, uma inferioridade característica que é a parte
integrante de seu caráter geral. Ênfase unilateral no
pensamento vem sempre acompanhada de inferioridade do
sentimento; sensação diferenciada perturba a faculdade
intuitiva e vice-versa.

Se uma função é diferenciada ou não, é fácil de perceber


por sua força, estabilidade, consistência, confiabilidade e
ajustamento. Mas sua inferioridade nem sempre é tão fácil
de reconhecer e descrever. Um critério bastante seguro é
sua falta de autonomia e, portanto, sua dependência das
pessoas e das circunstâncias, sua caprichosa
suscetibilidade, sua falta de confiabilidade no uso, sua
sugestionabilidade e seu caráter nebuloso. Na função
inferior, estamos sempre por baixo; não podemos
comanda-la, mas somos inclusive suas vitimas (JUNG,
1991,p. 497)

As funções irracionais serias as funções estariam relacionadas com a


apreensão da realidade, onde foco não é a interpretação, mas, sim o contexto
ou situação objetiva. Estando nessa categoria a sensação e a intuição.

A Sensação se caracteriza pelo reconhecimento da realidade, esta função


localiza o individuo de forma precisa na realidade, através de uma
consideração precisa do que se apresenta a percepção.

Por outro lado, a intuição é designado por jung, como uma percepção por via
inconsciente. O prof. Dr. Maddi Damião Jr, nos dá uma metáfora bem
interessante para pensarmos a compreensão da intuição

Poderíamos utilizar de uma metáfora – digo metáfora, pois


não pretendo aqui fazer nenhuma comparação entre

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teorias psicológicas – para a Gestalt Theorie: toda forma é


apreendida sempre a partir de um conjunto de relações e
estas se organizam segundo um princípio nomeado
“relação figura-fundo”, ou seja, quando apreendemos ou
percebemos um determinado aspecto da realidade,
apreendemos um conjunto de relações significativas,
escapando, assim, uma série de outras possíveis. O todo
deste conjunto de relações seria aquilo que permite que
uma determinada configuração de forma se dê, se
constitua; aquilo que não percebemos é o que sustenta a
figura, ou seja, na figura, o que vigora com maior
intensidade, como uma forma organizada, somente tem
sua possibilidade de configuração porque existe um fundo,
que o mantém, um conjunto de relações que possuem,
para o observador, ou para com a relação do olhar que
constitui o campo intencional, uma baixa valência, pouca
pregnância. A intuição, ao nos utilizarmos desta metáfora,
seria a capacidade de percepção do fundo, em sua
totalidade. (DAMIÃO, 2003, p. 91-2 )

Assim, a intuição indica tendências para o futuro, a partir de insights derivados


da compreensão da totalidade.

As funções racionais são opostas entre si, assim como as funções irracionais
são opostas entre si. Se tomarmos por exemplo, uma pessoa que desenvolveu
a função pensamento prioritariamente, as funções irracionais seriam funções
auxiliares, e a função sentimento, conforme o esquema.

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É importante compreendermos que as funções racionais e irracionais se


complementam. Assim, quando uma função racional (pensamento ou
sentimento) se diferencia, como função principal, está é auxiliada por uma
função secundaria ou terciaria (de acordo com o grau de desenvolvimento) que
sera sensação ou intuição. Por mais que tenhamos uma função principal, ao
longo da vida temos que desenvolver as outras funções para termos uma
relação mais equilibrada com a realidade.

Assim, quando nos referimos a um tipo psicológico, três elementos são


necessários para compreendermos um tipo psicológico :

Atitude da libido : Se é introvertido ou extrovertido.

Função Psicológica Principal: o modo preferencial como se relaciona com a


realidade

Função Psicológica Secundaria: que complementa a função principal.

Assim teríamos como as 16 as possibilidades possibilidades de combinação


da tipologia psicológica.:

Tipo introvertido pensamento – intuição

Tipo Introvertido pensamento – sensação

Tipo Introvertido sentimento – intuição

Tipo Introvertido sentimento – sensação

Tipo Introvertido sensação – pensamento

Tipo Introvertido sensação – sentimento

Tipo Introvertido intuição – pensamento

Tipo Introvertido intuição – Sentimento

Tipo Extrovertido pensamento – intuição

Tipo Extrovertido pensamento – sensação

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Tipo Extrovertido sentimento – intuição

Tipo Extrovertido sentimento – sensação

Tipo Extrovertido sensação – pensamento

Tipo Extrovertido sensação – sentimento

Tipo Extrovertido intuição – pensamento

Tipo Extrovertido intuição – Sentimento

Nos próximos posts, discutiremos os tipos básicos (atitude e função principal).

Apresentarei algumas características gerais dos tipos, mas, em hipótese


alguma devemos compreender essas características como rótulos, são apenas
elementos comuns a esses indivíduos. Vamos começar pelos quatro tipos
extrovertidos.

Tipos Extrovertidos

Os tipos extrovertidos se caracterizam por uma peculiar relação com o mundo


externo. São como que atraídos pelos objetos, sua energia flui para o objeto.

Tipo pensamento extrovertido

O tipo pensamento extrovertido ou pensativo extrovertido tem como


característica fundamental a necessidade de identificar, classificar e ordenar a
realidade que o cerca, busca fatos. Tomam como referência os padrões
coletivos de racionalidade e lógica.O pensamento abstrato, subjetivo não são
atraentes a esses indivíduos, uma vez que não lógicos, se tornam entediantes,
para eles. Sobre esse tipo, von Franz nos diz que esses tipos

Limpam toda a poeira das velhas bibliotecas e acabam


com os fatores que inibem a ciência e que são causados
pela desordem, pela preguiça ou pela falta de clareza na
linguagem. O tipo pensativo extrovertido estabelece a
ordem tomando uma posição definida e dizendo: "Quando
digo isto quero dizer isto". Eles põem ordem clara nas
situações exteriores. Num encontro de negócios, o

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indivíduo dirá que o certo é ater-se aos fatos básicos e


depois decidir como proceder. Um advogado que precisa
ouvir todos os relatórios caóticos das partes é capaz de
ver, com sua função superior pensamento, quais são os
conflitos reais e quais as falsas alegações, conseguindo
então uma solução satisfatória para todos. A ênfase será
sempre colocada no objeto e não na idéia. (FRANZ, 2002,
p. 61)

O tipo pensamento extrovertido tendem a ser muito exatos, precisos, racionais.


Por estarem muito relacionados com os fatos e ordenação dos mesmos eles
tendem a parecer autoritários, secos e pedantes. Sua enfâse na racionalidade
e no mundo exterior faz com que tenham dificuldades por serem mal
compreendidos nos relacionamentos pessoais.

Eu me recordo de um colega de faculdade, que tinha uma característica


fortemente marcada pelo pensamento extrovertido, toda apresentação de
trabalhos, ele atravessava a fala dos demais dizendo “O que fulano quer dizer
é….” isso era constante, era algo que incomodava a todos, para mim, como
introvertido que sou, deixava ele falar, já que ele tinha essa necessidade. Até
que um dia, outro de nossos colegas, este com um tipo mais prático, que
acredito ser sensação introvertido, virou para ele antes do trabalho e disse “se
você interromper dizendo ‘o que ele quer dizer é…’ eu juro pra você que eu te
encho de porrada lá mesmo, por que ‘não quero dizer’ e ‘estou dizendo’”. Isso
foi suficiente para esse amigo pensamento extrovertido entender que seu
habito era incomodo, por mais que suas intenções fossem as melhores
possíveis.

O tipo pensamento extrovertido tem uma certa dificuldade tanto para identificar
quanto para lidar com os afetos, que não conseguem muitas vezes expressar,
parecendo assim que são frios e indiferentes. O fundamental é
compreendermos que apesar de parecerem frios, distantes, o sentimento
ocupa um lugar especial que os mobiliza de forma que eles não se dão conta.
Mas, falaremos disso em outro momento quando falarmos acerca da função
inferior.

Tipo sentimento extrovertido

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O tipo sentimento extrovertido é orientado pela avaliação do valor, mérito,


importância dos objetos/pessoas. Isso propicia que ele atribua um sentido ou
laço afetivo muito claro com a realidade. Segundo von Franz

O tipo sentimental extrovertido caracteriza-se pelo fato de


que a sua principal adaptação é conduzida por uma
adequada avaliação dos objetos exteriores e por uma
relação apropriada com eles. Por essa razão, esse tipo fará
amizades muito facilmente, terá poucas ilusões sobre as
pessoas, mas será capaz de avaliar os seus lados positivos
e negativos de maneira adequada. São pessoas bem
ajustadas, muito razoáveis, que se envolvem amavelmente
com o mundo, conseguem o que querem muito facilmente
e também conseguem, de alguma forma, levar todos a lhes
darem o que elas querem. Elas suavizam o ambiente tão
maravilhosamente que a vida transcorre com muita
facilidade. Esse tipo é muito freqüentemente encontrado
entre mulheres que de maneira geral têm uma vida familiar
muito feliz, entre muitos amigos. Contudo, se de alguma
forma estão dissociados neuroticamente, eles agem de
maneira um tanto teatral, um tanto mecânica e calculista.
Se se vai a um almoço festivo com um tipo sentimental
extrovertido, ele dirá coisas como: "Que lindo dia está
hoje"; "Estou feliz por vê-lo de novo": "Não o via há muito".
E ele realmente quer dizer isso! Com essa atitude o
ambiente fica cheio de calor e a festa vai em frente. As
pessoas se sentem felizes e entusiasmadas.(FRANZ, 2002,
p. 69)

Os tipos sentimento extrovertido são muito gentis e afetuosos e fazem questão


de expressar o valor, reconhecimento ou afeto que tem pelas pessoas, o que
faz que se preocupem muito com os relacionamentos e circunstâncias sociais.
Geralmente, os tipos introvertidos ficam meio sem saber como lidar com essa
expressão afetuosa. Muitas vezes, o tipo sentimento extrovertido é taxado
como “histérico” ou “histérica” pelo seu modo de agir, o que é um erro enorme,
nem todo tipo sentimento é histérico (categoria patológica). Pois, o
reconhecimento afetivo expressado pelo tipo sentimento é uma demonstração
de algo constatado, não uma tentativa de sedução.

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A capacidade do tipo sentimento em avaliar as pessoas, faz com que, muitas


vezes, sejam bem claros em suas relações: quando gostam de alguém são
como mães protegendo seus filhotes; quando são indiferentes, o são de forma
pura e objetiva; quando odeiam alguém, declaram guerra por muitas
“gerações”.

Tipo sensação extrovertida

O tipo sensação se caracteriza por uma relação objetiva e prática com o meio
circundante. Sua função principal está relacionada com o reconhecimento do
espaço imediatamente colocado ao individuo, assim, possuem uma percepção
espacial/situacional peculiar. A relação com afetiva ou interpretativa com o
meio é segundaria. Esse contato diferenciado com o meio, faz com que ele
tenha não só um senso “quase fotográfico” mas, uma habilidade pratica muito
diferenciada. Pessoas com a tipologia sensação tem capacidade de resolução
de problemas práticos e objetivos muito diferenciada, isto pois, ele não se
perde em abstrações, divagações teóricas, é bom ou não fazer, o que importa
realmente para ele é identificar : qual é o problema e qual é sua solução.
Segundo von Franz,

tipo perceptivo extrovertido é representado por alguém cujo


dom e função especializada é sentir e relacionar-se com os
objetos externos de uma forma concreta e prática. Esses
indivíduos observam todas as coisas, cheiram tudo e, ao
entrarem num ambiente, percebem quase que
imediatamente quantas pessoas estão presentes. Além
disso, eles notam se a sra. fulano de tal estava lá e o que
estava vestindo. (…) O tipo perceptivo extrovertido é um
mestre em perceber detalhes(FRANZ, 2002, p. 39)

Esse tipo se entedia facilmente com assuntos relacionados a abstratos,


contudo, sua percepção diferenciada lhe permite um senso estético muito
particular.

A praticidade e objetividade do tipo sensação faz com que ele pareça não se
importar com os outros. Mas, não devemos nos ater as aparências. Pois, os
suas ações e como ele as executa demonstram a consideração e o afeto que
muitas vezes não percebemos de imediato.

Tipo intuição extrovertida

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O tipo intuição extrovertido possui uma observação muito peculiar, cujo foco
não está na realidade objetiva, mas, na possibilidade inerente a realidade que
se apresenta. O tipo intuitivo está sempre aberto para as possibilidades futuras,
para as tendências. Isso não quer dizer que ele “adivinhe” as coisas, mas, que
ele está atendo para a configuração da realidade – não seus detalhes; assim,
ele tem como um “flash” ou um “insight” das possibilidades objetivas.

Para funcionar, a intuição precisa olhar as coisas de longe


ou de modo vago, a fim de captar um certo pressentimento
vindo do inconsciente, semicerrar os olhos e não olhar os
fatos muito de perto. Se se olhar com muita precisão para
as coisas, o foco serão os fatos e o pressentimento não
surgirá. É por isso que os intuitivos tendem a ser
imprecisos e vagos. A desvantagem de ter a intuição como
função principal é que o tipo intuitivo semeia, mas
raramente colhe. Assim, por exemplo, se alguém inicia um
negócio, surgem geralmente dificuldades iniciais, as coisas
não funcionam bem imediatamente, é preciso esperar um
certo tempo para que se torne lucrativo. (FRANZ, 2002, 51-
2)

Por estarem mais relacionados com as possibilidades futuras, sua capacidade


de se relacionar com o mundo objetivo tende a gerar situações de
constrangimento ou parecer que ele é uma pessoa muito desatenta ou
desleixada. Tenho um bom amigo com essas características intuitivas bem
acentuadas, ele era capaz de ir para a universidade de carro e simplesmente
voltar de ônibus para casa (e somente se recordar que foi de carro, perto de
casa) – fato que se repetiu algumas vezes; situações que acabam se tornando
folclóricas. A relação com o espaço é algo bem interessante do tipo intuitivo, eu
tive o prazer de ter aula com uma professora intuição extrovertida, era como se
ela captasse os anseios da turma, fazendo da aula um show, por outro lado,
quando ela passava, era como se um furacão passasse, pois, ela derrubava
tudo, esbarrava em tudo, teve uma cena engraçada, pois o data show não
funcionava, depois de algum tempo tentando resolver a situação, eu notei o
problema – a tomada não estava ligada. Um detalhe objetivo e pratico, mas,
para o intuitivo não é muito atrativo.

Poderíamos dizer, que enquanto o tipo sensação desloca-se no espaço


objetivo, o tipo intuitivo extrovertido desloca-se no tempo. São criativos,

Fabricio Fonseca Moraes (CRP 16/1257) - Psicólogo Clínico de Orientação Junguiana,


Especialista em Teoria e Prática Junguiana(UVA/RJ), Especialista em Psicologia Clínica e da
Família (Saberes, ES). Membro da International Association for Jungian Studies(IAJS) Atua em
consultório particular em Vitória desde 2003.
Contato: 27 – 9316-6985. /e-mail: fabriciomoraes@yahoo.com.br/ Twitter:@FabricioMoraes
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visionários, mas, não se atém ao aspecto prático da realidade, muitas vezes


não se dão conta do próprio corpo.

Tipos introvertidos

Os tipos introvertidos se caracterizam por evitar meio externo, isto é, a energia


recua diante dos objetos, como se, o individuo se sentisse ameaçado pelo
meio. De forma geral, a impressão ou representação que têm dos objetos lhes
são mais importantes do que os objetos em si. Falar dos tipos introvertidos é
mais complicado, pois, no geral, eles se voltam para seu mundo interior se
expondo pouco, leva mais tempo para identificar a função de um tipo
introvertido

Tipo pensamento introvertido

O tipo pensamento introvertido se caracteriza por valorizar sobre tudo as


ideias. Os fatos são sempre menos importantes que as ideias, estão sempre
buscando os conceitos e os fundamentos das ideias. Marie-Louise que também
pertencia a essa categoria, nos descreve bem esse tipo,

Pertence ao tipo pensativo introvertido alguém que diria


que não se parte dos fatos, mas, primeiramente, se
esclarecem as ideias. O seu desejo de ordenar a vida se
exterioriza pela ideia de que, se alguém começar errado,
jamais chegará a lugar algum. Primeiro é necessário
conhecer as ideias a serem seguidas e de onde elas vêm;
é preciso eliminar a estupidez, cavando nas profundidades
do pensamento. Toda a filosofia está preocupada com os
processos lógicos da mente humana, com a construção de
idéias. Esse é o domínio em que o pensamento introvertido
mais atua. Na ciência, são essas pessoas que
permanentemente estão tentando evitar que os seus
colegas se percam em experimentos e que, de vez em
quando, tentam voltar aos conceitos básicos e perguntam o
que de fato estamos fazendo mentalmente. (Franz, 2002,p)

O tipo pensamento visa a logica das ideias e dos conceitos. Muitas vezes, no
meio de uma discussão é o que se volta para os “princípios fundamentais”,
questiona se os dois estão “falando do mesmo assunto”, dá muito valor as

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palavras, não pela forma estética, mas, pela idéia que elas
representam. Geralmente produzem “teorias” sobre tudo, muitas vezes
ignorando os fatos concretos.

Tipo sentimento introvertido

O tipo sentimento introvertido caracteriza-se por seu julgamento diferenciado


de pessoas e valores. Contudo, não há uma expressão formal desses
julgamentos. Seu caráter introvertido faz parecer ser apáticas, um pouco
mornas, distantes. Em suas relações, as pessoas não conseguem perceber o
quanto significam para pessoas dessa tipologia. Essas pessoas são percebidas
como corretas, éticas, bem quistas, fiéis, mas, muitas vezes deslocam-se pela
vida sem deixar grandes impressões. Quando se permitem se destacar na vida,
elas são pessoas admiradas, respeitadas pela forma quase que impecável de
de lidar com outros, mas, são sempre vistas como enigmáticas.

Sobre esse tipo, von Franz nos fala,

É um tipo muito difícil de ser entendido. Jung, nos


Psychological Types, afirma que a expressão "as águas
paradas correm no fundo" se aplica a esse tipo. Pessoas
desse tipo têm uma escala altamente diferenciada de
valores, mas não os expressam exteriormente; são
afetadas por eles no íntimo. É freqüente achar-se o tipo
sentimental introvertido nos bastidores de acontecimentos
importantes e valiosos, como se o seu sentimento
introvertido lhes tivesse dito "o importante está aqui". Com
uma espécie de lealdade silenciosa e sem nenhuma
explicação, eles surgem em lugares onde valiosos e
importantes fatos interiores, constelações arquetípicas, são
encontrados. Exercem também uma secreta influência
positiva à sua volta, estabelecendo padrões. Os outros os
observam e, embora não digam nada porque são muito
introvertidos para se expressarem muito, eles estabelecem
padrões. Assim, por exemplo, o tipo sentimental introvertido
muito freqüentemente forma a base ética de um grupo:
Sem irritar os outros com a pregação de preceitos morais
ou éticos, ele próprio tem padrões éticos tão corretos que
emanam secretamente uma influência positiva sobre
aqueles que estão à sua volta; as pessoas têm de se

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comportar corretamente porque o tipo sentimental


introvertido possui a espécie correta de padrão de valores,
o que, sugestivamente, sempre força as pessoas a serem
decentes se eles estão presentes. O seu sentimento
introvertido diferenciado sente interiormente qual o fator de
real importância. (FRANZ, 2002, p.75-6)

Tipo sensação introvertida

O tipo sensação introvertido se caracteriza por uma relação diferenciada com o


meio, ele e impactado pelo meio. É como se o meio o invadisse os sons,
odores, cores, formas. Mas, esse tipo fica como que impassível, não
transborda ou expressa claramente essa relação com o meio. Esse tipo, é tão
enigmático e quase insondável quanto o sentimento introvertido. Sobre esse
tipo, von Franz nos diz

Há muitos anos, no Psychological Club, tivemos uma


reunião na qual os membros, em lugar de apenas citarem o
livro de Jung sobre os tipos, foram instados a descreverem
os seus tipos com as suas próprias palavras. Eles deviam
descrever a sua experiência da própria função superior.
Nunca esquecerei o depoimento dado pela Sra. Jung.
Somente após tê-la ouvido é que senti haver entendido o
tipo perceptivo introvertido. Fazendo a descrição de si
mesma, ela disse que o tipo perceptivo introvertido era
como uma chapa fotográfica, altamente sensível. Esse tipo,
quando alguém entra numa sala, percebe o modo como a
pessoa entra, o cabelo, a expressão do rosto, as roupas e
a maneira de caminhar. Tudo isso dá uma impressão muito
precisa do tipo perceptivo introvertido; cada detalhe é
absorvido. A impressão vem do objeto para o sujeito; é
como se uma pedra caísse em águas profundas — a
impressão cai mais fundo, mais fundo, e afunda. Por fora,
esse tipo mostra-se totalmente estúpido. Ele apenas se
senta e olha, e não se sabe o que está
acontecendo dentro dele. Fica parecido com um pedaço de
madeira, sem nenhuma reação — a não ser que reaja
através de uma das funções auxiliares: pensamento ou

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sentimento. Porém, interiormente, a impressão está sendo


absorvida.

O tipo perceptivo introvertido, portanto, dá a impressão de


ser muito lento, o que não é verdade. O que acontece é
que a reação interna, que é rápida, caminha por baixo, e a
reação externa se exterioriza de maneira atrasada. Assim é
o jeito dessas pessoas; se lhes contamos uma piada pela
manhã, provavelmente só irão rir à meia noite. Esse tipo
muitas vezes é mal interpretado e mal entendido pelos
outros, porque não se compreende o que acontece com
ele. Se conseguir expressar as suas impressões
fotográficas artisticamente, eles poderão reproduzi-las
através de pinturas ou por escrito. Tenho uma forte
suspeita de que Thomas Mann era um tipo perceptivo
introvertido. Ele descreve todos os detalhes de uma cena e
nas suas descrições expressa plenamente a atmosfera de
um ambiente ou de uma personalidade. Essa é uma
espécie de sensibilidade que absorve os menores matizes
e os mais íntimos detalhes. (Franz, 2002, p.46-7)

Para mim falar do tipo sensação introvertido me remete a várias lembranças,


pois, minha esposa é sensação introvertido. E assim, eu pude aprender melhor
essas peculiaridades. Eu me recordo de dois momentos onde o traço sensação
se colocou muito presente. Num desses momentos foi quando fizemos
especialização juntos, em algumas aulas foi no intervalo quando ela me falava
de como estava irritada com as murmurinhos de conversas paralelas que a
atrapalhavam prestar atenção (isto porque, sua atenção é guiada pela função
principal, que prioritariamente mapeia o meio, como um radar)– depois, que ela
me chamou atenção para isso, que no retorno do intervalo, eu percebi que
realmente havia alguns alunos que não paravam de falar no fundo. Eu não
havia percebido nada. Isso porque sou tipo pensamento com função auxiliar
intuição. Com os anos de convívio, eu me apercebi do quanto minha percepção
com o meio era(ou é) deficiente.

Outra cena que me deixou me chamou a atenção para essas características do


tipo sensação, foi durante uma aula de terapia de casal, onde fomos
convidados a um exercício onde um deveria “imitar” o outro, em suas ações,
falas, trejeitos etc… quando ela começou a me imitar, foi absurdamente
estranho, foi como me olhar no espelho. Ninguém conseguia segurar a

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gargalhada, pois, ela reproduziu com exatidão meu jeito de sentar, falar, vícios
de linguagem, enfim, era meu espelho. Não tivemos muito tempo para preparar
nada, era improviso, mas, ela me reproduzia em detalhes que nem eu mesmo
percebia. Nem preciso dizer o fiasco que foi a imitação, eu reles e tipo
pensamento – intuição introvertido, me vi incapaz desse tipo de reprodução da
realidade.

Tipo intuição introvertida

A função intuição introvertida possui como característica uma capacidade de


apreensão da realidade intimamente relacionada com tendências futuras. Sua
característica introvertida faz com que sua intuição se volte para um campo
subjetivo que muitas vezes identificamos como “espiritual”. São pessoas que
passam pela vida sem se apegar ao concreto, percebendo a tendências como
“vontade divina”. O tipo intuitivo é encontrado frequentemente em pessoas que
vivem de modo excêntrico, que aderem a uma realidade simbólica que se
distancia da realidade prática e concreta dos fatos. Os “sinais” são mais
importantes que os fatos. Seu caráter introvertido, faz com que não tenhamos
clareza dos significados atribuídos inconscientemente aos fenômenos, fatos e
pessoas.

Segundo von Franz,

O tipo intuitivo introvertido tem a mesma capacidade do


intuitivo extrovertido no sentido de pressentir o futuro,
fazendo as conjeturas ou as premonições certas sobre as
possibilidades futuras, ainda não vistas, de uma situação.
Contudo, a sua intuição é voltada para dentro e ele é
primariamente o tipo do profeta religioso, o tipo do vidente.
Num nível primitivo, ele é o xamã que sabe o que os
deuses, os espectros e os espíritos ancestrais estão
planejando e que transmite as suas mensagens à tribo. Na
linguagem psicológica, poderíamos dizer que ele conhece
os lentos processos que ocorrem no inconsciente coletivo,
as mudanças arquetípicas, e que os comunica à
sociedade.(…)(FRANZ, 2002, 54-55)

O intuitivo introvertido freqüentemente é tão inconsciente


no que diz respeito a fatos externos que os seus relatos

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têm de ser tratados com o maior cuidado. Assim, embora


não minta conscientemente, ele pode contar as mais
espantosas mentiras simplesmente porque não percebe o
que está bem à sua frente. Muitas vezes desconfio dos
relatos sobre fantasmas, por exemplo, ou parapsicológicos,
por essa razão. Os intuitivos introvertidos se interessam
muito por esses campos, mas por causa da sua fraqueza
em observar os fatos e da sua falta de concentração nas
situações externas podem contar os maiores disparates e
jurar que são verdadeiros. Eles passam por um número
absolutamente espantoso de fatos externos e não os
assimilam.(Ibid, p.56-7)

O tipo intuição introvertido são pessoas tem um contato com o mundo dos
arquétipos (muitas vezes, expressos na religiosidade), isso possibilita que eles
tenham abertura ao mistério da vida, sendo promotores de reavivamentos
espirituais em suas comunidades.

Neste post apresentamos de forma breve uma compreensão básica dos tipos
psicológicos, devemos considerar falamos sobretudo da função principal,
quando lidamos na realidade associar elementos da função principal e da
função segundaria para percebermos é a tendência geral de relação desse
individuo.

outubro 27, 2010 4:09 pm por Fabricio | Editar

Ao longo desses posts acerca dos tipos psicológicos discutimos acerca do


papel da tipologia junguiana para um perspectiva epistemológica; acerca das
atitudes (introversão e extroversão) e das funções psicológicas (pensamento,
sensação, sentimento e intuição). Nesse post, nosso foco será função inferior.

Jung chamou de “função inferior” a função psíquica menos desenvolvida, isto é,


a que ao longo do desenvolvimento foi menos utilizada, por ser oposta a função
principal. Devido a isto, a função inferior ocupa um espaço menor na
consciência, na maioria das vezes, a atitude e funcionamento do Ego ignora a
função inferior, deixando-a num estado quase bruto ou primitivo, ficando assim
muito mais próxima do inconsciente.

“Nossa esfera consciente é como uma sala com quatro


portas, e a quarta porta será aquela através da qual
entrarão a sombra, o animus, a anima e a personificação

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do Si-mesmo. Não entrarão com tanta freqüência pelas


outras portas, o que é, de certa maneira, evidente, porque
a função inferior está tão próxima do inconsciente, e
permanece tão selvagem e inferior, que ela é naturalmente
o ponto fraco da consciência através do qual as figuras do
inconsciente podem forçar a penetração. Na consciência
ela é vivenciada como um ponto fraco, como aquela coisa
desagradável que nunca nos deixa em paz, mas que
sempre causa problemas, porque todas as vezes que
sentimos que adquirimos certo equilíbrio ou ponto de vista
interior, alguma coisa dentro ou fora de nós acontece, que
nos desequilibra novamente, e isso sempre se á através da
quarta porta, a que não conseguimos fechar. Podemos
manter fechadas as três portas do aposento interno, mas,
na quarta porta a chave não funciona, e ali, quando menos
esperamos, o inesperado mais uma vez se
manifesta. Graças a Deus, podemos dizer, caso contrário
todo o processo da vida se petrificaria e estagnaria em um
tipo errado de consciência. Ela é a ferida da
personalidade consciente que nunca fecha, mas através
dela o inconsciente pode entrar, expandir a consciência e
produzir nova experiência”. (FRANZ,1999, 136-7)

Desse modo, devemos compreender que a função inferior é considerada


um risco para o individuo na medida em que não a controlamos, já que em
grande parte estamos inconscientes dela. Por outro lado, é justamente o nosso
ponto fraco que se torna nossa possibilidade de desenvolvimento, pois, ao
lidarmos com a função inferior, estamos nos abrindo movimento do
inconsciente em nós mesmos.

Von Franz nos chama atenção para o fato que é através da quarta função ou
função inferior, que o inconsciente penetra no mundo da consciência. Isso
significa uma tendência das figurações do inconsciente(sombra, self, anima e
animus) se associar a função inferior, assumindo assim o aspecto desta ultima.
Isso se torna claro quando o inconsciente se projeta, seja pela sombra ou pela
anima/us, pois, no caso da sombra a pessoa sobre a qual se recai a projeção,
será julgada não só pelos atributos da sombra(lembrando que a tendência
natural é que a sombra se projete em pessoas do mesmo sexo), mas, pelo
preconceito consciente. Por ex., um tipo pensamento introvertido, terá uma
forte tendência a julgar uma pessoa sentimento extrovertido como uma pessoa

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superficial, desprovido raciocínio, imatura, dado a “ataques emotivos”, ou cheio


de “estrelismos”, isso devido a incapacidade de compreender o funcionamento
do tipo oposto, por outro lado, quando falamos da anima ou
do animusassociada a função inferior, podemos compreender alguns casais
“incomuns” que se foram aparentemente opostos, mas, que se completam.

É importante a gente entender, que nesses casos, apesar desses


relacionamentos permitir um relacionamento com a anima/função inferior, eles
são “desejáveis”, pois, se pautam numa inconsciência, na projeção do
inconsciente. Mais cedo ou mais tarde esta projeção deve ser assimilada, ou
seja, deve ser incorporada, pois é necessária ao desenvolvimento do Si-
mesmo. Quando ela está projetada, o individuo muitas vezes não se confronta
com esses aspectos em si mesmos, se tornando de certo modo dependente
dessa outra pessoa.

Compreender a dinâmica da função inferior não significa “controla-la” mas, sim


respeita-la. Isto é, quando compreendermos nossa função inferior e a dos
outros poderemos ser mais tolerantes com os outros e ficarmos atentos as
nossas projeções. Nos possibilita o exercício de humildade de reconhecermos
que em nós há aspectos que não somos hábeis e que nos incomodamos com
pessoas que têm desenvolvida a nossa função inferior, justamente, por ser
nosso calcanhar de Aquiles.

Assim, devemos fazer uma breve descrição da função inferior:

Função inferior dos tipos Racionais

Pensamento Extrovertido Inferior (do tipo sentimento introvertido). A função


pensamento se caracteriza por avaliar e identificar os objetos e situações. O
pensamento extrovertido inferior do tipo sentimento introvertido, tende a ligado
com a variedade dos fatos que acontecem no mundo exterior. Apesar do tipo
sentimento introvertido ser “silencioso”, “quieto” ou “na dele” tende a apresentar
uma série de interesses diversificados. Pelo pensamento não ser bem
desenvolvido, a tendência é ter uma certa dificuldade a lidar com essa
variedade de opções, isto é, tendo uma certa dificuldade para estabelecer
prioridades, por outro lado, o pensamento extrovertido, pode se caracterizar ao
que von Franz chamava de “monomania”, isto é, eles apresentem ou possuem
poucas idéias básicas (como premissas) e com as quais são capazes de
produzir um grande volume de material.

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Pensamento Introvertido Inferior (do tipo sentimento extrovertido) – O


pensamento introvertido inferior se manifesta muitas vezes através de
pensamentos que invadem a consciência do tipo sentimento extrovertido.
Esses pensamentos tendem a ser negativos/depreciativos geralmente
relacionados a si mesmos, achando-se incapazes, errados, incompetentes.
Muitas vezes, esse tipo tende a evitar ficar sozinho, para não ser tomado ou
invadido pelos pensamentos inferiores.

Sentimento Introvertido Inferior (do tipo pensamento extrovertido) – O tipo


sentimento introvertido possui uma manifestação muito discreta, no geral,
aparece como uma fidelidade (quase devocional), apesar desse tipo não
expressar seus sentimentos, quando ele avalia algo como justo ou bom, essa
avaliação o guia de modo quase infantil. Na maioria das vezes, o individuo não
se dá conta. Quando ama, esse individuo ama de forma profunda e
verdadeira, mas, o mais provável é que a pessoa amada perceba esse amor,
pois, esse amor não encontra vias de expressão.

Sentimento extrovertido Inferior (do tipo pensamento introvertido) - “O


sentimento extrovertido, sua função compensatória, atormentará os casos
extremos desse tipo [pensamento introvertido] com reações emocionais
bizarras e inadequadas, e com avaliações errôneas e ingênuas em relação as
pessoas. Podem ser egoístas sentimentais que ignoram de modo desumano os
sentimentos daqueles próximos a eles, em nome do amor pela humanidade ou
a serviço de uma grande idéia” (WHITMONT, 1995, p.135)

O tipo pensamento introvertido é tomado por ondas de emoções que o levam a


reações inadequadas ou excessivas ou infantis. Por ser extrovertida, sempre
será direcionada a uma situação ou objeto externo, geralmente tem
dificuldades para avalia-los.

Função inferior dos tipos irracionais

Intuição Introvertida Inferior (do tipo sensação extrovertido) – “esse tipo está
cheio de intuições negativas sobre si próprio e normalmente projeta sobre os
outros. Ele vivencia então as intuições projetadas sob a forma de vagos
ciúmes, ansiedades e medos, superstições e pressentimentos. (WHITMONT,
1995, p. 135)

Assim, a intuição introvertida inferior se caracteriza por intuições negativas e


muitas vezes equivocadas. Por outro lado, quando se manifesta de uma forma
produtiva, podemos notar nesses indivíduos sensação extrovertidos, no geral

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tão pragmáticos, um interesse incomum por assuntos como o sobrenatural,


histórias de fantasmas, ficção e seitas esotéricas. Quando guiados pela função
inferior, são convincentes acerca desses assuntos. Quando retornam, a função
principal, eles riem e fazem como se não fosse importante, se atendo a
realidade objetiva. No geral, o mundo arquetípico penetra em sua realidade
através dessas crenças religiosas, esotéricas ou superstições, as quais ele não
pode ignorar.

Intuição extrovertida inferior (do tipo sensação introvertido) – A intuição


extrovertida inferior do tipo sensação está direcionada para a relação objetiva
com o mundo exterior. Isso significa, que os acontecimentos relacionados ao
mundo exterior dispararão essa intuição. Por ser inferior, essa intuição tende a
ser negativa e, quando o individuo é muito inconsciente desse caráter, pode se
tornar pessimista em relação a realidade exterior. Criando muitas vezes
expectativas que fogem um pouco a realidade.

Sensação Introvertida Inferior (do tipo Intuição Extrovertido) – a sensação


introvertida inferior do tipo intuição extrovertida, se caracteriza por uma
dificuldade na auto-percepção. Isto é, não conseguem perceber as sensações
do próprio corpo, como se estivessem desconectados. A tendência é não se
atentar para os cuidados básicos do corpo ou em perceber seus limites
corporais, seja com alimentação, cansaço. A sensação inferior implica uma
dificuldade de perceber e se relacionar tanto com os movimentos do
inconsciente quanto com a relação com o corpo.

Sensação extrovertida Inferior ( do tipo Intuição introvertido) - A sensação


inferior se caracteriza por uma relação inadequada com o campo relacional
próximo, imediato, podendo ser interior ou exterior. No caso da sensação
extrovertida, há uma tendência há um contato inadequado com a realidade o
individuo não percebe o que está próximo, derrubando as coisas, no geral, o
individuo é visto como distraído, desatento, pois sua relação objetiva é pouco
desenvolvida.

Algumas Considerações Finais

É importante termos atenção para alguns aspectos básicos que podem


comprometer a aplicação dos tipos psicológicos na pratica do dia a dia :

1-Não existe “tipo puro”, por isso, quando descrevemos a tipologia nos
referimos a uma tendência prioritária. Mesmo um individuo muito “unilateral”,
possui uma função auxiliar que complementa sua atitude. Ou seja, é tão

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importante saber qual é a função secundária quanto a função principal. Pois,


são dois aspectos complementares : como o individuo avalia ou julga a
realidade (função racional) e como ele percebe a realidade(função irracional).

2 – Quando a função terciaria é pouco desenvolvida ela pode possuir as


mesmas características da função inferior. Assim, não podemos ter uma visão
rígida acerca da tipologia, não é uma classificação, mas, uma compreensão
dinâmica do funcionamento da consciência.

3 – A tipologia pode “mudar” na medida em que o individuo se empenhe em


desenvolver da função secundária e terciária. O individuo poderá ter uma
capacidade mais ampliada de lidar com a realidade.

4 – A função inferior está sempre fora do domínio do Ego e da consciência. O


que podemos fazer é justamente dar espaço para experimentarmos o
inconsciente através da função inferior (para não sermos tomados de assalto
por ela), por exemplo, um tipo pensamento pode dar espaço a função inferior
através de filmes (comédias românticas, dramas),ou um tipo intuição através
de trabalhos manuais (como argila), a tipo sensação se permitir o contato com
o sagrado das religiões, são possibilidades de dar espaço a função inferior,
pois, no geral, a tendência é a negação dessa função.

5 – Percebemos a função principal de uma pessoa é importante para não


atacarmos a sua função inferior. Pois, é o ponto fraco de uma pessoa, onde ele
se defenderá com unhas e dentes. A forma mais prática (e mais adequada)
quando percebemos uma excessiva unilateralidade da função principal é usar
as funções auxiliares(secundárias ou terciarias), pois, no geral, possibilitam um
reavaliação de uma dada situação sem que o individuo se sinta tão inseguro.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS,

FRANZ, Marie-Louise von, Psicoterapia. .São Paulo: Paulus, 1999.

WHITMONT, Edward C. A busca do símbolo. Cultrix; São Paulo, 1995

SILVEIRA, Nise. Jung Vida e Obra. 19.ed., São Paulo: Editora Paz e Terra
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JUNG, C.G. Tipos Psicológicos Petrópolis, RJ: Vozes, 1991

SHARP, D. Léxico junguiano. São Paulo: Cultrix, 1997.

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DAMIÃO, Maddi, Jr. A Psicologia da Matemática e a Matemática da


Psicologia. Tese (Doutorado em Psicologia) – Universidade Federal do Rio de
Janeiro, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico,
2003.

Fabricio Fonseca Moraes (CRP 16/1257) - Psicólogo Clínico de Orientação Junguiana,


Especialista em Teoria e Prática Junguiana(UVA/RJ), Especialista em Psicologia Clínica e da
Família (Saberes, ES). Membro da International Association for Jungian Studies(IAJS) Atua em
consultório particular em Vitória desde 2003.
Contato: 27 – 9316-6985. /e-mail: fabriciomoraes@yahoo.com.br/ Twitter:@FabricioMoraes
www.psicologiaanalitica.com

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