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“Nem todos os magros comem pouco nem muito menos de um modo saudável
e nem todo gordo come em grande excesso e de modo não saudável. Essa
generalização é uma das fontes do grande preconceito contra o gordo e deve ser
prontamente abandonada”.
A obesidade
Em 2005:
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Em 2015:
O que é a obesidade?
Diagnóstico da Obesidade
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De acordo com o IMC, as pessoas podem ser subdividas em seis categorias:
Classificação IMC
Etiologia da obesidade
Por ser uma doença de caráter multifatorial, devemos levar em conta um grupo de
fatores que provocam o surgimento e o desenvolvimento da doença.
Tais fatores podem ser fisiológicos ou não (comportamentos, hábitos, estilo de vida
e personalidade).
Fatores fisiológicos:
Regulação metabólica do gasto energético;
Tamanho e número dos adipócitos (células gordurosas);
Alterações endócrinas;
Suscetibilidade genética (gene da obesidade/leptina).
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Fatores não fisiológicos:
Contexto sociocultural:
Para ilustrar:
Alimentação motivada por fatores externo-emocionais: “Se eu ficar sozinha corro pra
geladeira mesmo... Se meu marido brigar comigo então, aí qualquer tentativa de dieta
vai por água abaixo!”.
Aspectos psicológicos:
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Hiperfagia como produto do hábito
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A dificuldade de entrar em contato com a angústia: “Vou ser sincera,
tem horas que eu nem sei mais o que estou comendo, mas me sinto
angustiada e preciso colocar qualquer coisa para dentro, nem me
importo se é gostoso. Dá uma vontade de gritar, eu pego um pacote
de bolacha, não sei nem te dizer o sabor... Como inteirinho e pronto,
gritei”.
A fome do bebê
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Relação Mãe-bebê:
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“Provavelmente, a obesidade em si seja uma expressão através do corpo de
algo que realmente não pode ser expresso pela via da fantasia e nem pela do
pensamento ou da linguagem” (LOLI, 2000, p.78).
Além das implicações na saúde física, a obesidade irá atingir as esferas sociais e
psíquicas do sujeito. As considerações feitas até o momento sobre a etiologia da
obesidade nos possibilitam desconstruir o estigma que cerca o obeso, frequentemente
visto como alguém incapaz de se controlar, preguiçoso e responsável por sua própria
doença.
Observa-se nestes pacientes uma dificuldade de transformar conhecimento em
prática, o que pode gerar nos profissionais que o atendem um sentimento de
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impotência e até mesmo de raiva frente ao cliente que, no seu entender, não se
empenha em colaborar com o tratamento.
Atualmente, vivemos em uma sociedade que privilegia o símbolo e que coloca
como padrão o corpo magro. Somos constantemente confrontados com a imagem de
um corpo ideal, magro e saudável, que não comporta qualquer tipo de falha. Os
avanços tecnológicos da medicina e da farmacologia parecem ter deslocado este ideal
como algo possível e atingível a todos, como se o corpo perfeito, utopicamente sem
falhas, dependesse apenas de esforço e vontade: a perfeição está logo ali.
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O estigma que acompanha a obesidade tem grande impacto para a organização
da identidade do obeso, já que a construção identitária se dá também na relação com
o outro, na forma que o outro reage ao seu corpo.
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O significado de ser obeso
“Você sabe o que é ter que ir numa loja só pra gordo porque você não
cabe numa roupa normal? Ter que entrar pela porta de trás do ônibus
porque não passa na catraca como uma pessoa normal? Ficar em pé
porque não sabe se a cadeira não vai quebrar com o seu peso e ficar
com dor, mas a dor é menor que a humilhação de quebrar uma
cadeira de gente normal. É isso, é tanta coisa ‘normal’ que a gente
não pode fazer que eu me sinta uma aberração, um monstro”.
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“Quando você é gordo você perde as coisas mais básicas.
Não consegue amarrar um sapato, não consegue nem se
lavar direito. Sexo então, deus me livre! Eu queria sair mais
de casa, mas tenho muita vergonha”.
Observa-se ainda nestes pacientes uma relação muito peculiar com a comida,
muito dependente das emoções, podendo o alimento ocupar lugar de “válvula de
escape”, de gratificação substitutiva (“meu único prazer é comer”), de gratificação,
companhia ou mesmo forma de expressão desta agressividade voltada para si mesmo,
uma espécie de mecanismo de autodestruição.
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Não me resta muita coisa na vida... Aí eu como. Como
bastante, como qualquer coisa. Meu jeito de me machucar é
pela comida, eu como até doer, como até sangrar minha boca,
às vezes até passar mal, não consigo nem me mexer, tenho
que deitar e ficar imóvel. Eu não preciso me matar, eu não
quero morrer, mas assim eu me machuco aos pouquinhos”.
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Obesidade X Normalidade:
O obeso não se sente normal pelos parâmetros de nossa sociedade e tal vivência
traz diversas formas de sofrimento psíquico.
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“Agir feito gordo é assim: é você ter uma caixa de bombons,
enfiar a caixa de baixo do braço e quanto não tem ninguém em
casa, sentar no sofá pra comer sozinha e não ter que dividi-la
com ninguém”.
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As indicações para a Cirurgia Bariátrica
Terapêutica
No entanto, a obesidade, como doença crônica, traz vários prejuízos à saúde física,
social e mental. Até o presente momento, as principais abordagens de tratamento
existentes são:
a) controle da dieta;
b) aumento da atividade física;
c) intervenção medicamentosa;
d) intervenção psicoterapêutica;
e) intervenção cirúrgica.
Controle da dieta
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B) Aumento da Atividade Física
C) Intervenção medicamentosa
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Tabela 1 – Características dos medicamentos para o tratamento da obesidade
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eventualmente RECOMENDADO
aumento da pressão
arterial
Cafeína Aumento da ação da Gastrite e taquicardia USO NÃO
noradrenalina em RECOMENDADO
terminações nervosas
potencializando o
efeito da efedrina
Aminofilina Aumento da ação da Gastrite e taquicardia USO NÃO
noradrenalina em RECOMENDADO
terminações nervosas
potencializando o
efeito da efedrina
Inibidor da absorção intestinal de gorduras
Orlistat Atua no lúmen Esteatorréia (diarreia Xenical
intestinal inibindo a gordurosa),
lipase pancreática que incontinência fecal,
é uma enzima interfere na absorção
necessária para a das vitaminas A, D, E e
absorção de K.
triglicerídeos
D) Intervenção Psicoterapêutica
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E) Intervenção Cirúrgica
Requisitos médicos
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Requisitos Psicológicos
Contraindicações psíquicas?
Sinais de Alerta
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Histórico de abuso de álcool e drogas ou histórico de comportamentos
compulsivos (compras, jogos, sexo, dentre outros);
Transtornos de personalidade acompanhados por uma equipe especializada;
Pouca motivação para a mudança – por exemplo, indisponibilidade para
efetuar mudanças no seu estilo de vida antes da CB.
Avaliação Psicológica
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O objetivo neste primeiro momento é compreender a história do paciente, o
significado de seu engordar e suas estratégias de enfrentamento para as dificuldades
que imergirão no período pós-cirúrgico;
As perguntas-chave são:
A quais recursos o paciente poderá recorrer quando impossibilitado de comer
em excesso como via de resolução de seus problemas?
Ele será capaz de se ater às orientações médicas e nutricionais?
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A metáfora do cristal:
“ Assim como uma corda ou um cristal, que, quando submetido a uma pressão
“... Porém, quando um amigo lança um ovo e o quebra sobre o corpo do inimigo
invisível, este se torna algo possível de ser localizado e, assim, pode atacá-lo em cheio.
Você lançou ovos sobre alguns dos problemas da minha esposa nos possibilitando
permanecer atentos para eles e não sermos surpreendidos por eles”.
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A Psicologia na preparação e acompanhamento perioperatório na
CB
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O acompanhamento pré-operatório: momento de orientação
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O acompanhamento pré-operatório: momento de mudança
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A aliança com o nutricionista responsável aqui é vital:
orientar o paciente a mastigar melhor seus alimentos, a reservar
tempo adequado para alimentação e prestar atenção em sua
própria alimentação pode prevenir ou diminuir a ocorrência dos
vômitos e entalamentos pós-cirúrgicos.
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A tendência à grandes períodos sem se alimentar pode acarretar picos de
hipoglicemia após a cirurgia, bem como complicações nutricionais. A preparação para
a cirurgia deve, então, orientar o paciente a alimentar-se em intervalos constantes.
Pesquisas associam a presença de TCAP no paciente candidato à CB com
possível reganho de peso e surgimento de comportamentos compulsivos após a
cirurgia.
“É muito duro pensar que pra viver, primeiro você tem que
morrer”.
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“O dia seguinte da cirurgia foi meu pior dia. Só conseguia chorar
e pensar que eu ia ter que parar de comer pelo resto da vida.
Ficava pensando, o que eu fiz? Era uma sensação de que eu
podia ter feito mais... É uma sensação de fracasso, sabe? Eu
achava que tava passando por aquilo porque tinha fracassado,
como se se eu tivesse força de vontade não ia precisar ter feito
algo tão radical. Mas aí já tinha feito né, tinha que me adaptar.
Mas que deu medo, deu.”
Sentir as incisões.
Transtornos do sono;
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A saída do hospital e entrada na dieta
líquida, ainda que acompanhada de
ansiedade e frustração pela restrição
alimentar, traz também o início do
emagrecimento, fase que costuma ser
bastante motivadora para os pacientes.
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O retorno à alimentação
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“Eu sempre fui muito de comer doce. Logo depois da
cirurgia, percebi que cada vez que eu comia doce eu
passava muito mal, parecia que ia morrer. Mas descobri
que com vinho eu não passava mal... E quando vi tava
tomando duas garrafas de vinho toda noite”.
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“Eu perdi metade do meu peso nos primeiros meses. Sabe
qual foi minha sensação? Que eu tinha perdido metade
de mim. Foi como chegar em casa e perceber que metade
da minha casa tinha desmoronado não tava mais lá.
Levei um tempo pra me acostumar.”
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A capacidade de adaptação está orientada para o futuro, ou seja, a atenção e as
expectativas voltam-se para as recompensas que podem ser obtidas – neste contexto,
a expectativa do obeso em relação aos benefícios que o emagrecimento lhe trará tem
papel fundamental no enfrentamento das dificuldades inerentes ao tratamento.
O período mediato (iniciado após o retorno a dieta sólida e que dura até seis
meses a um ano após a CB) é o momento de maior perda de peso e também de
maiores transformações, o que traz diversos aspectos a serem trabalhados junto ao
paciente.
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Momento de adaptação
Este momento é vivenciado por muitos pacientes com certa euforia, uma espécie
de “lua de mel”. A acentuada perda de peso reduz/compensa a percepção das
dificuldades inerentes ao processo.
É marcado pela melhora da qualidade de vida, diminuição ou eliminação das
comorbidades, melhora das relações sociais e da autoimagem.
“Eu não fui operado pra ficar diferente. Eu era diferente e fui
operado pra ser normal”.
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A “cabeça de gordo”
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É importante que a equipe acolha os ‘deslizes’ do paciente sem julgamento.
Não é esperado do paciente perfeccionismo ou adesão ao programa sem eventuais
falhas – quebrar a ideia de “tudo ou nada” é fundamental para uma adaptação ao
novo estilo de vida sem sofrimentos ou angústias excessivas.
Se a “cabeça de gordo” domina os pensamentos e comportamentos do
paciente operado, pode trazer sentimentos de frustração, de fracasso, de vazio e
depressão.
Já nesta fase o medo de engordar e a estabilização do peso podem mobilizar no
paciente uma angústia que o pressiona para o retorno aos “velhos hábitos”, podendo,
por exemplo, adotar o comportamento de “beliscar” o dia todo ou optar por alimentos
calóricos e com pouco valor nutricional.
“Eu nem tenho fome, mas fico o dia todo comendo alguma
coisa. Eu não consigo comer muito de uma vez, mas às vezes
fico duas, três horas na mesa comendo. Estou engordando de
novo e me dá um desespero, porque eu já fiz tudo, já fiz até a
cirurgia e nem isso foi capaz de me controlar... Eu fiz tudo
errado”.
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A responsabilidade do paciente na perda e manutenção do peso
Momento de estabilização
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Expectativas:
Muitos pacientes procuram a CB com a expectativa de resolver problemas de
outras esferas que não o seu peso, acreditando, por exemplo, que sua vida social e
profissional mudará dramaticamente após o emagrecimento.
Ainda que em alguns casos esta mudança se efetue, ela é fruto da mudança de
postura e comportamento do indivíduo, mas não apresenta relação direta com a
cirurgia em si.
Responsabilização:
Neste caso, a paciente não teve o suporte necessário para efetuar as mudanças
em sua própria vida, se mantendo em uma posição de passividade e esperando “que
as coisas se resolvessem por si”.
Entendemos que, por diversos fatores, paciente não conseguiu se
responsabilizar por seu próprio tratamento.
Loli (2000) destaca que alguns pacientes utilizam-se de racionalizações para
explicar o fato de não aderirem aos tratamentos propostos, colocando a culpa “nos
outros” como justificativa para a não adesão ao tratamento.
“Enquanto o obeso continuar neste processo de delegação de sua
responsabilidade de emagrecer para outros, certamente inviabilizará qualquer
tratamento de emagrecimento” (LOLI, 2000).
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Responsabilização X Culpabilização:
Neste período (após o primeiro ano da cirurgia), o psicólogo irá trabalhar junto
com o paciente:
Sucesso cirúrgico?
Por vezes o paciente encontra-se frustrado com os resultados de sua CB.
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O que é considerado sucesso quando tratamos de
CB?
Em geral, a remissão de doenças metabólicas ou de comorbidades, a melhora na
qualidade geral de vida e a perda de peso que fica entre 60% e 90% do excesso
de peso são índices que marcam o sucesso do procedimento cirúrgico.
Ferramenta para avaliação de resultados
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É um questionário de auto percepção, no qual o paciente avalia seis aspectos,
em uma escala de 1 a 10.
Os aspectos abordados são:
1. Geralmente eu me sinto...
2. Eu gosto de atividades físicas...
3. Eu tenho relações sociais satisfatórias...
4. Eu sou capaz de trabalhar...
5. O sexo me é prazeroso...
6. O jeito que eu vejo a comida é... (Vivo para comer ou como para viver?).
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4. Maior preocupação com a perda de peso do que com os padrões alimentares;
5. Ingestão alimentar excessiva e vinculada a estados emocionais intensos;
6. Dificuldades de implementar mudanças no estilo de vida duradouras, devido à
passividade ou dificuldade de organização pessoal;
7. Procura de ajuda para perder mais peso, não na equipe multidisciplinar, mas em
clínicas estéticas ou chás, revelando uma contínua procura por soluções de controle
externo do peso;
8. Atribuição das mudanças apenas à restrição imposta pela cirurgia e não a um maior
autocontrole, o que pode alimentar o medo do descontrole caso “a cirurgia se
desfaça” e reforça a falta de responsabilização pelo seu processo de emagrecimento.
O insucesso da cirurgia
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Recuperando o controle da própria vida: “É muito
complicado... Você tem que se adaptar sempre, à comida,
ao emocional, aos outros, até a você mesmo. E não é
pouco, é uma montanha de coisas e tudo de uma vez,
tudo ao mesmo tempo. Teve dias que eu fiquei
sobrecarregada, dava vontade de largar tudo, até teve
dias que eu comia mais do que devia... Mas uma hora
você percebe que é você que tem que fazer, tem que ver o
que tá acertando e o que tá errando, tem que cuidar de
você, mas cuidar mesmo, não só brigar consigo mesma o
tempo todo. Não adianta querer só que os outros mudem.
A gente tem que mudar também”.
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As marcas da cirurgia plástica
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“Se eu pudesse, eu apagava todas as fotos de mim
gorda, apagava da memória das pessoas, tudo.
Minhas roupas de gorda já doei tudo. As pessoas
que eu conheço hoje que emagreci, tento nem
contar que eu era gorda, mas às vezes o assunto
surge... Daí eu falo sobre a cirurgia e tudo que
passei. Não me arrependo da cirurgia, mas me
arrependo de ter sido gorda. Queria ter sido
sempre assim, não magra, mas normal. Queria ter
sido sempre normal”.
O corpo “normal”
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“Eu fui pra cirurgia achando que tudo na minha vida ia
mudar que eu ia arranjar um namorado que me amasse,
um bom emprego, praticamente que ia estar tudo resolvido
assim que saísse do centro cirúrgico. Já faz oito anos que
eu operei e essas coisas ainda não se resolveram... Já
emagreci e já recuperei quase todo o peso que eu tinha
perdido e ainda continua tudo ruim”.
Expectativa e realidade
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corpo, apesar de emagrecido, mantém as marcas da obesidade (flacidez, sobras de
pele e cicatrizes).
“A mesma questão da vergonha que antes era atribuída à obesidade passa
agora a ser articulada com a flacidez, as sobras de pele e com as cicatrizes”
(MAGDALENO JR, 2011).
A cirurgia plástica pode ser benéfica para o paciente operado, desde que este a
encare como mais uma ferramenta para a manutenção de sua qualidade de vida e não
como garantia de felicidade.
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Normalidade
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REFERÊNCIAS:
SEGAL, A. (2011) Obesidade, cirurgia e emagrecimento. In: Revista Psique, n. 67.
FRANQUES, A.R. M; LOLI, M.S.A. (org.) Novos corpos, novas realidades: reflexões sobre
o pós-operatório da cirurgia da obesidade. São Paulo: Vetor, 2006.
LOLI, M.S.A. Da mesa farta à mesa de cirurgia: reflexões quanto ao preparo emocional
com foco na cirurgia da obesidade. São Paulo: Vetor, 2007.
LOLI, M.S.A. Obesidade como sintoma: uma leitura psicanalítica. São Paulo: Vetor,
2000.
CAPITÃO, C.G; TELLO, R.R. Traço e estado de ansiedade em mulheres obesas. Revista
Psicologia Hospitalar, v. 2, n. 2, 2004.
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MINERBO, M. Neurose e não-neurose. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2009.
OLIVEIRA, V.M. LINARDI, R.C; AZEVEDO, A.P. Cirurgia bariátrica: aspectos psicológicos
e psiquiátricos. Revista de Psiquiatria Clinica v. 31, n. 4, p. 199-201, 2004
STALLONE, D.D; STUNKARD. Obesity. Biological Bases of Brain Function and Disease.
Raven Press. New York, 1994.
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