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UNIDADE 2
Responsabilidade Social
Cidadania e Responsabilidade Social Graduação | UNISUAM
Questões
étnico-raciais
Objetivo do estudo
Esperamos que ao final do estudo dessa unidade você seja capaz de assimilar
questões étnico-raciais, assim como compreender suas características histórico
culturais, o conceito de raça, os critérios adotados e principalmente aqueles que se
baseiam na cor da pele como fundamento para a as diferenças existentes.
Apresentação
Questões étnico-raciais
“Comunidades negras, indígenas, quilombolas, ciganos e
ribeirinhos, são comunidades étnicas que, somente a partir
das últimas décadas, passaram a ser tratadas pelo Estado
brasileiro, não como inimigo dentro do próprio território nacional,
nem numa perspectiva de isolamento e marginalização,
raça
mas como sujeitos de direitos constitucionais e símbolos da
resistência aos regimes escravocratas e às ideologias racistas
que marcam a nossa história. “ (PASSOS, 2013)
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Unidade 02 Questões Étnico-raciais
aprofundando negros etc. Esses povos seriam iguais aos europeus? Não,
eram de uma raça diferente.
Para se aprofundar mais sobre o tema leia o texto Os europeus não atribuíam humanidade a esses povos e a
de referência. forma de adquirirem essa humanidade seria a conversão ao
cristianismo. Assim, a escravidão se justificaria, como forma
textoUNESCO.PDF
de converter índios e negros ao cristianismo e dar a essas
raças a “humanidade” europeia.
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Com o iluminismo, surge outra perspectiva que diz que através da razão explicar essas
diferenças: São raças como nós, mas diferentes pela cor da pele.
O conceito de raça atualmente deixou de ser biológico e passou a ser histórico, político e social.
O preconceito se justifica pelas diferenças, que mesmo quando não existem naturalmente,
são inventadas para dificultar o acesso dos diferentes aos espaços.
Etnia – Um conceito
Uma etnia é um conjunto de indivíduos que possuem em comum um ancestral, um território
geográfico, uma língua, uma história, uma religião e uma cultura.
As diferenças
percebidas
entre “nós”
e os “outros”
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Unidade 02 Questões Étnico-raciais
Racismo - Um conceito
O racismo é uma ideologia que se realiza nas relações
entre pessoas e grupos, no desenho e desenvolvimento das
políticas públicas, nas estruturas de governo e nas formas de
organização dos Estados. Ou seja, trata-se de um fenômeno
de abrangência ampla e complexa que penetra e participa
da cultura, da política e da ética.
Aprofundando o conceito e
refletindo
Se a ciência já abandonou a teoria da
divisão de raças humanas, então onde está
o problema?
Os estudos mostram que o conceito de raça não tem mais um
fundamento biológico e que as ciências sociais o utiliza como
uma construção teórica utilizada para fazer uma melhor
análise de um sistema social. No entanto, não se pode
afirmar, por isso, que essa utilização deste conceito pelas
ciências sociais tem uma intenção da divisão das raças.
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Essas desigualdades possuem fortes raízes, porque foram sendo construídas ao longo da
formação histórica da sociedade brasileira. Hoje elas fazem parte dos processos sociais,
econômicos, culturais.
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NÃO É
Trata do direito de integridade física, psíquica e moral e dos casos em que os Estados que
tenham pena de morte podem aplica-la.
Artigo 24:
LEGAL
“Todas as pessoas são iguais perante a lei. Por conseguinte, têm direito, sem discriminação,
a igual proteção da lei. ”
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T2
Refazendo os passos das desigualdades na
formação da sociedade brasileira
O pós-abolição e a condição do negro
A abolição da escravatura no Brasil esteve longe de atender aos interesses da população
escrava. Exatamente por isso, o Brasil foi o último país a abolir a escravidão e o fez apenas
para atender aos interesses das elites regionais da época. Além das questões políticas as
quais essas elites estavam ligadas, como independência
http://letras.mus.br/gilberto-gil/574045/
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Unidade 02 Questões Étnico-raciais
Assim, podemos dizer que o Estado deixou de cumprir o seu papel quando relegou o negro
à condição de excluídos da sociedade. Na verdade não havia espaço para os ex-escravos
e seus descendentes. As novas condições sociais e econômicas contemplam e amparam
apenas os ex-donos de escravos, que podem contar com subsídios financeiros e toda uma
estrutura que reorganiza a vida social, política e econômica.
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Aqui cabe uma critica ao pensamento de Freyre, e para isso precisamos questionar sobre
a possibilidade de harmonia em um sistema que nega a humanidade de um dos setores da
sociedade, partindo do pressuposto de que a situação de desvantagem da população negra
em todos os índices socioeconômicos é resultado, apenas, do passado escravocrata que
posicionou os negros na camada social destituída de direitos.
Ainda, para contribuir com a disseminação do mito da democracia racial, tendemos a pensar
a questão da raça, em termos exclusivamente sociais, deixando de lado outros parâmetros,
como o racial, propriamente dito. Todo povo tem uma forma específica de imaginar sua
comunidade e construir um sentimento de pertencimento a este grupo. No caso do Brasil,
forjado e alimentado o entendimento de uma comunidade que vive a tranquilidade da
democracia racial.
Desfazendo o mito
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O que os dados nos apontam é que, em 2003, de um país de aproximadamente 174 milhões
de brasileiros, 82 milhões, ou 47%, são pessoas pretas ou pardas, as brancas representam
52%, as amarelas 4% e os indígenas 2%. Isso significa que quase metade da população
brasileira é potencialmente vítima das discriminações raciais e sofre com as desigualdades
– educacionais, no mercado de trabalho, no acesso a bens e serviços.
Tal fenômeno está relacionado, dentre outros fatores, ao menor acesso a bens e serviços
de saúde, a educação, a uma maior incidência da pobreza e indigência – que leva a uma
menor presença de infraestrutura adequada em seus domicílios, como abastecimento de
água, esgoto, etc - e à maior mortalidade por causas externas (homicídios, acidentes) a que
estão sujeitos.
Disfarçando o racismo
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Unidade 02 Questões Étnico-raciais
O que resta?
Resta a esses grupos: INVISIBILIDADE, DESRESPEITO,
VIOLÊNCIA e POBREZA
leitura obrigatória
Os dados comprovam o que até aqui exposto. Os Dados Da Questão Racial No
Para se aprofundar no tema não deixe de Brasil
ler a reportagem O racismo em números.
Disponível em:
Cotas Raciais
http://www.cartacapital.com.br/revista/767/
o-racismo-em-numeros-6063.html Segundo o Censo Demográfico de 2010, pela primeira vez
música de Caetano Veloso: Haiti o Brasil deixou de ser um país majoritariamente branco. Os
negros (soma de “pretos” e “pardos”) somam 50,75%. Essa
representação, contudo, não se espelha da forma igualitária
em toda a sociedade.
https://www.youtube.com/
watch?v=nSJHrHrBkPI
soma de “pretos” e
brasileiros/as do ensino superior, por
sexo e cor/raça, de todas as idades.
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As cotas raciais apresentam-se como uma possível medida a fim de equiparar, em parte,
essas históricas desigualdades.
É essencial que fique claro que a inexistência de uma “raça biológica” não elimina a
possibilidade de um racismo, de origem social.
FONTE:https://ensaiosdegenero.wordpress.com/category/raca-cor-etnia/page/2/
Mais que realizar um diagnóstico, nossa intenção é fornecer subsídios para que as
diversas instâncias da sociedade civil e do aparelho governamental aprofundem
a leitura de uma realidade que, como os próprios dados evidenciam, é altamente
preocupante. ” (Waiselfisz,2012)
Fonte: SIM/SVS/MS
* soma das categorias preta e parda
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Unidade 02 Questões Étnico-raciais
Fonte: SIM/SVS/MS
* soma das categorias preta e parda
A tabela a seguir mostra dos números nas capitais brasileiras. Não por coincidência, Salvador
é a capital com umas das maiores populações negras do país, e podemos observar que o
número de vítimas negras, por homicídio é o maior, nesta capital. No entanto, em termos
percentuais, Maceió apresenta um dado significativo na vitimização das pessoas negras.
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T3 Relações étnico-raciais e
cidadania: a matriz indígena
O índio que teve o seu território invadido, suas crenças
violentadas, seus hábitos transformados e sofreram diversas
investidas contra a sua liberdade.
pare e reflita É relevante lembrarmos que nos primeiros anos de
colonização os índios eram escravizados para as tarefas
O preconceito racial no Brasil é provocado pela mais árduas, porem por conhecerem bem o território, eles
diferença de classe econômica OU pela crença na conseguiam se articular mais facilmente, tanto para a defesa
superioridade do branco e na Inferioridade do negro? quanto para o resgate de índios aprisionados.
Existe uma democracia racial brasileira?
Quem são?
Em pleno século XXI a grande maioria dos brasileiros ignora
a imensa diversidade de povos indígenas que vivem no
país. Estima-se que, na época da chegada dos europeus,
fossem mais de 1.000 povos, somando entre 2 e 4 milhões de
pessoas. Atualmente encontramos no território brasileiro 241
povos, falantes de mais de 150 línguas diferentes.
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Proporção da população não branca em relação à população total por região do Brasil em 2010
Fonte: http://pib.socioambiental.org/pt/c/quadro-geral
Processo de aculturação
O contato com a nossa sociedade certamente trouxe muitas mudanças no modo de viver dos
povos indígenas. Em relação a esse assunto, é preciso ter em mente pelo menos dois pontos.
1º) As culturas indígenas não são estáticas. Ao contrário, elas são, como qualquer outra
cultura, dinâmicas. Assim transformam-se ao longo do tempo, mesmo sem uma influência
estrangeira. Por outro lado, é inegável que as mudanças decorrentes do contato com a nossa
sociedade podem, muitas vezes, alcançar escalas preocupantes. Esse é o caso, por exemplo,
de povos que perderam suas línguas maternas e, hoje, só falam o português.
2º) É preciso dizer que por trás das mudanças, cujo ritmo e natureza são diferentes em
cada caso, há um aspecto fundamental: mesmo travando relações com os não-índios, os
povos indígenas mantêm suas identidades e se afirmam como grupos étnicos diferenciados,
portadores de tradições próprias. E isso vale também para os povos que vivem em situações
de contato mais intenso.
Saiba mAIS
Vídeo
https://www.youtube.com/watch?v=7m-
yuzFljpc
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Fonte: http://www.fundacioncarolina.es/wp-content/uploads/2014/08/AI76.pdf
Já a formação dos professores não recebeu a atenção devida para a discussão do racismo,
foram problematizados em um segundo momento. Assim há um certo descompasso no
combate ao preconceito racial no espaço escolar: Por um lado os materiais didáticos
foram, revistos visando o combate aos preconceitos, mas no âmbito das relações
interpessoais, a presença do racismo ainda é um poderoso elemento, exatamente pela
falta da formação do profissional.
O professor termina por ser produtor e mantenedor do preconceito racial, pois ainda que os
livros didáticos tragam outras perspectivas para as relações interpessoais, apresentando
representações heterogêneas da sociedade brasileira, terminam sendo subutilizados em
razão do despreparo do professor.
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aprofundando
Escola é lugar de todos!
Leia o texto abaixo e reflita sobre o tema.
Disponível em:
http://portal.aprendiz.uol.com.
br/2015/05/12/escola-e-o-espaco-onde-
criancas-de-religioes-afro-mais-se-sentem-
discriminadas-afirma-pesquisadora/
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REFERÊNCIAS
BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil – 1988 – Brasília
CADERNOS PENESB, Organizadores Maria Elena Viana Souza e Iolanda Oliveira. Niterói,
n. 9, 2007.
MUNANGA, Kabengele. Uma abordagem conceitual das noções de raça, racismo, identidade
étnica e etnia. Cadernos Penesb, Niterói, n. 5, p. 17-34, 2000.
UNESCO:
http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/social-and-human-sciences/ethnic-and-racial-
relations/
http://unesdoc.unesco.org/images/0023/002321/232103POR.pdf
IPEA: http://www.ipea.gov.br/desafios/index.php?option=com_content&id=2673%3Acatid%
3D28&Itemid=23
Fundacion Carolina:
Educação e população afro descendente no Brasil: avanços, desafios e perspectivas:
Pablo Gentili, Mary Garcia Castro Miriam Abramovay y Shayana Busson, in http://www.
fundacioncarolina.es/wp-content/uploads/2014/08/AI76.pdf - acesso em: 15/03/2105.
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