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GENOCÍDIO DA ARMÉNIA

Geografia,
Prof. Conceição Guerra

30 DE ABRIL DE 2020
ESCOLA SECUNDÁRIA FRANCISCO DE HOLANDA

Trabalho Realizado por:


 Alexandra Pereira, nº1, 12LH2
 Cátia Coutinho, nº12, 12LH2
 Rita Cunha, nº , 12LH2
 Rúben Raposinho, nº28, 12 LH2
Índice
Introdução ..................................................................................................................................... 2
Localização e características da Arménia ...................................................................................... 3
Contextualização histórica do conflito .......................................................................................... 4
História da Arménia................................................................................................................... 4
Principais acontecimentos do genocídio....................................................................................... 5
O que foi o Genocídio da Arménia e as suas causas? ............................................................... 5
Deportações ocorridas durante o Genocídio ............................................................................ 6
O desfecho do massacre arménio ............................................................................................. 7
Como se deu o regresso a casa? ............................................................................................... 9
As razões que levaram ao desanimo mundial........................................................................... 9
A luta dos arménios pelo reconhecimento ............................................................................... 9
Papel da Cruz Vermelha no apoio à população envolvida no conflito........................................ 10
Situação atual do conflito ........................................................................................................... 10
Falsificação da História ............................................................................................................ 10
O que diz o governo turco relativamente ao genocídio? ........................................................ 11
O reconhecimento do Genocídio Arménio ............................................................................. 12
A denúncia do genocídio arménio feita pelo Papa aos Turcos ............................................... 13
Testemunhas ............................................................................................................................... 14
Conclusão .................................................................................................................................... 15
Webgrafia .................................................................................................................................... 16

1
Introdução
Neste trabalho iremos abordar o Genocídio da Arménia que foi, para muitos,
um dos mais marcantes da História. Esta proposta de trabalho permitiu-nos conhecer
melhor, não só o que foi o genocídio em si, mas também as suas causas,
consequências e acontecimentos que envolveram este ato de extermínio sistemático
de milhões de arménios.
A metodologia utilizada neste trabalho inclui a pesquisa de conteúdos, imagens
e gráficos em diversas fontes de informação.

2
Localização e características da Arménia
A República da Arménia é um país
localizado no sul do Cáucaso, faz fronteira
com o Azerbaijão, Turquia, Irão e Geórgia e
estima-se que possui cerca de 3 000 000 de
habitantes. A sua capital é Yerevan, e nela
situa-se o Memorial do genocídio. A sua
moeda local é o Dram. Podemos dizer que a
Arménia se localiza numa região conhecida
como Eurásia, que divide a Europa Oriental e https://www.istockphoto.com/pt/vetorial/arm%C3%A9nia-mapa-pol%C3%ADtico-gm537925587-57999052

Ásia Ocidental, e culturalmente o país é Figura 1. Mapa da Arménia

considerado parte integrante da Europa, a ponto de iniciar negociações em 2011 para


se tornar membro associado da União Europeia. Atualmente, os arménios vivem numa
república parlamentarista, cujo presidente e primeiro-ministro são Armen Sarkissian e
Nikol Pashinyan, respetivamente.
Apesar de uma independência bastante recente, conquistada em dezembro de
1991, com o colapso da União
Soviética, a Arménia possui uma
cultura milenar riquíssima. O país
dividia, na Antiguidade, um conjunto
de crenças com a Antiga Pérsia (Irão).
O cristianismo desenvolvido pelos
https://www.forbes.com/sites/tmullen/2019/11/04/yerevan-city-is-a-jewel-for-travel-food-
and-wine/#563396da1f84
arménios levou à criação da Igreja

Figura 2. Yerevan atualmente


Apostólica Arménia por volta do século
IV, que é também um identificador da sua
nacionalidade.

3
Contextualização histórica do conflito
História da Arménia
Ao longo dos séculos, dentro da vasta região do Oriente Médio, cercada pelos
mares Negro, Mediterrâneo e Cáspio nasceu uma rica comunidade arménia. Assim,
conhecida como Ásia Menor, esta área situa-se no cruzamento de três continentes:
Europa, Ásia e África, e foi, ao longo dos anos, governada por diferentes povos como
persas, gregos, romanos, bizantinos, árabes e mongóis.
A nação surgiu em 600 a.C., dando início a uma era de paz e prosperidade, marcada
pela invenção de um alfabeto e o surgimento da literatura, arte, comércio e
arquitetura. Em 301 d.C., foi o primeiro país no mundo a adotar o cristianismo como
religião oficial (antes mesmo de Roma) e, apesar das repetidas ocupações, o povo
arménio conseguiu conservar a sua identidade cultural e o seu patriotismo. Neste
sentido, a Arménia sofreu uma invasão do poderoso Império Turco-Otomano, ficando
sob o seu domínio. Contudo, a partir do século XIX, os exércitos turcos começaram a
perder força e a sofrer constantes derrotas em batalhas frente aos europeus. Desta
forma, pouco a pouco, gregos, sérvios, romenos e outros povos conquistaram a sua
aguardada independência.
Na década de 1890, os jovens
arménios, já com a ambição de
quererem obter totalmente a sua
independência, passaram a exigir
reformas políticas, pedindo um governo https://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_Turco-Arm%C3%AAnia

constitucional com direito a voto e o


Figura 3. Guerra entre turcos e arménios
fim das práticas discriminatórias. Em
Sason, por exemplo, partidários do partido político “Henchakian” disseminavam ideias
de autonomia e resistência, mas o sultão turco, como não ia ceder perante as
exigências dos arménios tão facilmente, começou a reprimir as iniciativas, estimulando
algumas cidades a organizar autodefesa, perseguindo brutalmente aqueles que se
opunham às suas ideias.

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Principais acontecimentos do genocídio
O que foi o Genocídio da Arménia e as suas causas?
Um genocídio é o extermínio deliberado de pessoas motivado por
diferenças étnicas, nacionais, raciais, religiosas e, por vezes, sociopolíticas e tem como
objetivo final o extermínio de todos os indivíduos integrantes de um mesmo grupo
humano específico.
O massacre arménio começou com a criação da política “panturquismo” com o
objetivo de instaurar no Império Otomano uma política que valorizasse os povos
turcos e turco-descendentes em detrimento de outras culturas, nomeadamente
aquelas que adotavam o cristianismo, como os arménios, gregos e assírios.
Assim, o dia 24 de abril de 1915 (conhecido como o “Domingo Vermelho”) é a data
consagrada como o dia em que o Império Otomano (posteriormente a República da
Turquia) iniciou o processo de extermínio sistemático dos arménios e que apenas
terminou em 1923, sendo esta hostilidade das autoridades otomanas para com os
arménios muito antiga.
Efetivamente, este grupo étnico era uma das várias minorias religiosas que havia
sido integrada no Império Otomano ao longo de vários séculos, contudo começou a
surgir um sentimento de nacionalismo exacerbado neste mesmo Império, que teve
como consequências revoltas e repressões recorrentes. Para além disso, o povo
arménio encontrava-se na fronteira entre os impérios otomano e russo, o que
suscitava interesse a ambos os impérios pela posição estratégica de guerra. Não só
este fator, como também a desagregação e declínio do Império Otomano na viragem
do século XX foram as causas mais próximas que se prendem com o genocídio
arménio.
Deste modo, como consequência destes
fatores resultaram massacres indiscriminados,
perseguições generalizadas, eliminação dos
líderes das comunidades arménias e até https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/historia-o-genocidio-armenio-
holocausto-turco.phtml

mesmo a deportação maciça deste grupo de Figura 4. Jovens arménios crucificados pelos
turcos

5
pessoas para campos de concentração, em condições apavorantes. De igual forma,
jovens foram recrutados pelo exército turco e, mais tarde, assassinados pelos próprios
colegas. Mulheres, crianças e idosos foram conduzidos para centros de realocação em
desertos estéreis da Síria e Mesopotâmia, e os restantes padeceram ou com a fome,
ou com a sede, ou até mesmo com doenças. Da população que sobreviveu a este
massacre, arménios adultos foram forçados a adotar o islamismo e milhares de
crianças foram separadas dos pais e criadas como turcas. Sendo ainda hoje objeto de
discussão, estima-se que entre 500 mil e 1 milhão morreram em virtude deste
acontecimento.

Deportações ocorridas durante o Genocídio


O genocídio foi realizado em duas fases: o massacre da população masculina
através do recrutamento obrigatório do exército para o trabalho forçado, seguida pela
deportação de mulheres, crianças, idosos e doentes com destino ao deserto sírio.
Outros grupos étnicos nativos e cristãos não ficaram imunes aos massacres. Também
os gregos otomanos foram perseguidos pelo governo otomano.
Os massacres, iniciados na noite de 24 de abril de 1915, priorizavam as elites. No
entanto, acabou por se alastrar, afetando a maior parte da comunidade arménia.
Nessa noite, o ministro do interior otomano emitiu a ordem de prisão de centenas de
intelectuais arménios de Constantinopla, hoje Istambul, que foram deportados para
dois campos de detenção perto de Ancara e onde a maior parte deles foi
posteriormente executado. Mehmed Talat (líderes do Comité de União e Progresso do
Império Otomano) declarou que os comités arménios perseguiam, há bastante tempo,
a autonomia administrativa e os arménios soviéticos assumiam uma posição contra o
Comité de Talat, através do Comité Dashnak, sedo essa a justificação para a
executação do massacre aqui abordado.
Em maio de 1915, Mehmed Talat pediu ao gabinete e ao grão-vizir (ministro e
conselheiro do monarca) Said Halim Paxá a implementação de medidas para a
transferência de arménios para outros lugares, mais especificamente para regiões em
que os massacres afetariam a segurança da zona de guerra da Campanha do Cáucaso.

6
A 29 de maio de 1915, o Comité para a União e o Progresso aprovou a Lei Temporária
de Deportação, mais conhecida por Lei de Tehcir, dando, assim, ao governo e a
militares otomanos a autorização para a deportação da população arménia do Império
Otomano. No entanto, a 13 de setembro do mesmo ano, foi aprovada, pelo
parlamento otomano, uma nova lei, a “Lei sobre propriedades e bens abandonados
por deportados”. Com esta lei, o governo otomano tomou posse de todas as
propriedades e bens de arménios abandonados.
Com efeito, a população arménia foi levada para a cidade síria de Deir ez-Zor.
Idosos, mulheres e crianças tinham, inicialmente, o privilégio de serem transportados
em comboios. No entanto, ao longo do tempo, limitavam-se a atravessar a pé o
deserto da Mesopotâmia. Existem relatos que os barcos, onde os arménios eram
transportados, afundavam-se no Mar Negro e no Rio Tigre. As ordens de deportação
eram anunciadas publicamente e as famílias tinham dois dias para juntar os seus
pertences. Quando as pessoas eram expulsas de suas casas, estas eram vendidas e os
pertences eram roubados. Noutros casos, queimavam as residências, mesmo com os
moradores dentro. Privados dos seus pertences e caminhando pelo deserto, centenas
de milhares de arménios morreram, por fome e sede extremas, doenças ou atacados
pelas tropas que estavam responsáveis pela sua integridade física.
O desfecho do massacre arménio
Durante o massacre os arménios começaram a adquirir armas e a lutar contra os
turcos, como forma de resistência ao extermínio total.
Na batalha de Sadarabad, em 1918, este massacre não foi aceite. Depois da vitória
dos arménios, os líderes do país expuseram o início de uma República Independente
da Arménia. Nesse mesmo ano, verificou-se a derrota da Alemanha e os poderes
centrais, incluindo na Turquia, mas não
só, esse ano foi também o fim da
Primeira Guerra Mundial. Antes do
conflito terminar e anteriormente à
vitória dos arménios, alguns líderes do https://www.acidigital.com/noticias/senado-dos-estados-unidos-aprova-resolucao-que-reconhece-genocidio-armenio-72817

Jovens Turcos como o Talaat, Enver e


Figura 5. Deportações dos arménios

7
o Djemal fugiram para território alemão, onde foram protegidos.
Contudo, durante o massacre, os turcos destruíram uma grande parte do
património cultural arménio, incluindo obras de arte, construções e antigas bibliotecas
e arquivos. A Arménia ficou completamente destruída e arrasada.
Em 1995 foi fundado, o Museu e Instituto do Genocídio Arménio e é a principal
instituição dedicada à pesquisa e reconhecimento do genocídio no mundo todo.

https://www.itinari.com/pt/tsitsernakaberd-armenian-genocide-memorial-57m8

Figura 6. Memorial do Genocídio da Arménia

8
Como se deu o regresso a casa?
A 30 de outubro de 1918, o Império Otomano entregou-se às forças da Tríplice
Entente (Grã-Bretanha, Rússia e França). Um pacto sobre o armistício permitiu assim
que os arménios deportados voltassem para casa.
Em 1919, um tribunal militar de Constantinopla declarou vários funcionários
otomanos de alto escalão culpados de crimes de guerra, nomeadamente contra os
arménios e, por esse motivo, condenou-os à morte.
Em 1920, o Império Otomano foi destruído, dois anos depois de ter sido criado o
Estado Independente Arménio, imediatamente absorvido pela União Soviética.

As razões que levaram ao desanimo mundial


As várias mortes no Império, por fragilidade, permitiram que as autoridades
defendessem que os arménios estavam a morrer por péssimas condições devido ao
cenário de guerra. As grandes potências ocidentais, que entraram na Primeira Guerra
Mundial, realizaram algumas manifestações formais, que pouco serviram para evitar
tantas mortes.
Deduz-se, então, que a estratégia do governo Otomano foi bem planeada.

A luta dos arménios pelo reconhecimento


Atualmente, a principal luta dos arménios é a luta pelo reconhecimento mundial do
abuso cometido pelos Jovens
Turcos, durante a Primeira
Guerra Mundial como um
genocídio arménio. Em 2005,
os arménios mobilizados já
exprimiam “Não há ódio, só https://pt.wikipedia.org/wiki/Jovens_Turcos

mágoa.”
Figura 7. Jovens Turcos

9
Papel da Cruz Vermelha no apoio à população envolvida no conflito
O auxílio da Cruz Vermelha, que até então não era considerada uma Organização
Não Governamental, foi essencial neste massacre. A Cruz Vermelha encaminhava as
pessoas mais frágeis, como crianças e idosos arménios. Direcionava as crianças para
um orfanato localizado na ilha grega de Corfu. Nesse local, as crianças, já fora de
perigo, aprendiam disciplinas em francês, mas também assistiam a aulas em arménio
para não perderem o vínculo às suas raízes culturais.

Situação atual do conflito


Falsificação da História
Depois de mais de um milhão e meio de mortes, a Turquia fala de uma guerra civil à
qual se juntaram a fome e um conjunto vasto de doenças.
Em abril de 2014, o atual presidente, Recep Tayyip Erdogan, que naquele ano se
encontrava no cargo de primeiro-ministro, expôs as suas condolências pelas vítimas
arménias de 1915 sem, no entanto, deixar
de desmentir qualquer vontade de
extermínio.
"Este governo fez mais do que todos os
anteriores para derrubar os tabus da
fundação da República, mas infelizmente https://middle-east-online.com/en/erdogan-says-turkey-wont-leave-syria-until-other-countries-do

foi detido em pleno movimento", estima


Figura 8. Recep Tayyip Erdogan
Cengiz Aktar, professor de Ciência Política
da universidade privada Sabanci de Istambul.
Em 2000, 126 especialistas, entre eles o Elie Wiesel (Prémio Nobel, 1986), o historiador
Yehuda Bauer e o sociólogo Irving Horowitz, afirmaram num comunicado publicado pelo
jornal "The New York Times" que "o genocídio arménio na Primeira Guerra Mundial é um
facto histórico inquestionável".

10
"A deportação arménia é uma verdadeira tragédia", reconhece Ilber Ortayli, professor
de História na Universidade Galatasaray de Istambul, e pede que os historiadores dos dois
países se ocupem desta questão e estudem ponto por ponto este período da história turco-
arménia para "ir ao fundo da questão".

https://g1.globo.com/mundo/noticia/2019/12/12/congresso-dos-eua-
reconhece-formalmente-genocidio-armenio-decisao-irrita-turquia.ghtml

Figura 10. Manifestantes arménio-americanos fizeram


marcha, na Califórnia, para pedir o reconhecimento do
genocídio arménio, em 2018

O que diz o governo turco relativamente ao genocídio?


Ainda nos dias de hoje, o governo turco não aceita a alegação que o país
antecessor da República da Turquia, o Império Otomano tenha executado,
efetivamente, o massacre contra
o povo arménio. Para além de se
basear em factos históricos e
alterados e dados premeditados,
o atual Estado turco criou
medidas para impedir que os
dissidentes apoiassem as
http://www.xn--opoderdoespritosanto-z4b.com/2015/09/a-setima-cabeca-da-besta-o-imperio.html

exigências arménias, como por


exemplo, a imposição do artigo Figura 9. Bandeira do Império Otomano

301 do Código Penal que castiga com prisão aqueles que ofendem os valores da nação
turca. Esta forma de censura já foi posta em prática inúmeras vezes contra intelectuais
que apontaram que os arménios foram vítimas de um genocídio.

11
O reconhecimento do Genocídio Arménio
Raphael Lemkin, um advogado judeu polaco, criou em 1944 a expressão
“Genocídio”. A sua família foi vítima do Holocausto. Além de fazer alusão ao
assassinato em massa dos judeus, o advogado Raphael Lemkin tencionava também
descrever o abuso realizado contra os arménios, a partir de 1915.
A ONU aprovou a “Convenção sobre a Prevenção e Punição do Crime de
Genocídio”, a 9 de dezembro de 1948, considerando-o um crime internacional que
deve ser combatido por todos os países membros. Para além da Organização
Internacional dos Direitos Humanos, instituições como o Mercosul, a Corte
Internacional de Justiça e a Associação Internacional dos Estudiosos do Genocídio já
reconheceram que este massacre arménio se refere a um Genocídio.
Para além da Arménia, os primeiros países a reconhecerem o Genocídio, em 1996,
foram a Grécia e o Canadá. Atualmente, já mais de 20 países o fizeram, além de 42 dos
50 Estados dos EUA.
A grande preocupação refere-se à possível premeditação dos atos de extermínio. “O
artigo número 2 da Convenção de Viena sobre Genocídio, de dezembro de 1948,
descreve-o como atitudes com a intenção de “destruir, parcial ou totalmente, um
grupo étnico, racial, religioso ou nacional”, ou seja, se for premeditada com essa
finalidade, o massacre se caracteriza como um genocídio.”. Embora muitos
historiadores e políticos julguem que abusos contra os arménios foram intencionais, a
autoridade turca declara que em nenhum momento houve uma tentativa sistemática
de destruir a nação. O governo do país dá especial destaque para vários muçulmanos
inocentes que também morreram durante a guerra.
O Senado Brasileiro reconheceu, em 2015, o Genocídio Arménio, tendo forçado
Governo Federal a reconhecê-lo também. Contudo, só algumas cidades e Estados
brasileiros o reconhecem, como a capital paulista, Campinas e o Estado do Paraná.

12
A denúncia do genocídio arménio feita pelo Papa aos Turcos
Quando regressou da sua visita apostólica à Arménia, o Papa Francisco comunicou aos
jornalistas: “neste genocídio
(arménio), tal como nos outros dois
(nazi e soviético), as grandes
potências internacionais, olharam
para o lado…” Por vingança, o vice-
primeiro ministro acusou o Papa de https://www.icatolica.com/2015/04/papa-francisco-chama-mortes-na-armenia.html

querer então ressuscitar “a


Figura 11. Papa Francisco numa visita à Arménia
mentalidade das cruzadas”.
É muito comum num Estado totalitário o “alívio” da sua culpa histórica. É natural que a
qualquer patriota lhe custe ouvir falar sobre alguns momentos mais obscuros do seu país,
mas o passado é o que é e não pode ser manipulado em função do que mais nos convém.
Dizer que o genocídio da Arménia, o holocausto do povo judeu ou as vítimas do estalinismo
não aconteceram é negar a realidade histórica. “Também não é razoável cair na
mesquinhez de comparar genocídios, porque nenhum povo, ideologia ou religião pode
presumir ser a única vítima, nem nenhuma ideologia ou nação está a salvo do juízo da
história que, pelos factos e não as intenções, julga o passado.”
Os regimes totalitários, como o soviético, achavam que podiam alterar o passado e, por
isso, os historiadores comunistas reescreviam a própria história. Também o governo turco
pretende, agora, apagar um milhão e meio de arménios mortos, pelo império otomano, em
1915.
“Por ocasião do 100 º aniversário da deportação dos arménios, em 2015 a ONU vai
adotar uma decisão afirmando que a Turquia cometeu o genocídio, em 1915. Uma vez que
tal decisão seja adotada, as terras e a compensação financeira da Turquia seguramente
serão cobradas. Um dos nossos erros é que nós nunca discutimos 1915”, observou Enver
Aysever. - ONU irá reconhecer o Genocídio Arménio em 2015”, afirma um jornalista turco.
A ONU define genocídio na Arménia como: “Qualquer dos seguintes atos cometidos
com o intuito de destruir, no todo ou em parte, um grupo nacional, étnico, racial ou
religioso, tais como: matar membros do grupo; causar graves danos físicos ou mentais a

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membros do grupo; impor ao grupo condições de vida destinadas à eliminação física, no
todo ou em parte; impor medidas destinadas a evitar nascimentos dentro do grupo;
transferir crianças para outro grupo, à força.”

Testemunhas
“Por que não nos matam logo? De dia não temos água e os nossos filhos choram de
sede; e pela noite os maometanos vêm aos nossos leitos e roubam as nossas roupas,
violam as nossas filhas e mulheres. Quando já não podemos caminhar mais, os
soldados espancam-nos. Para não serem violentadas, as mulheres lançam-se à água,
muitas abraçando a crianças de peito.”
“Em geral, as caravanas de arménios deportados não chegavam muito longe. À
medida que avançavam, o seu número diminuía com consequência da ação dos fuzis,
dos sabres, da fome e do esgotamento... Os mais repulsivos instintos animais eram
despertados nos soldados por essas desgraçadas criaturas. Torturavam e matavam. Se
alguns chegavam a Mesopotâmia, eram abandonados sem defesa, sem víveres, em
lugares pantanosos do deserto: o calor, a humidade e as enfermidades acabavam, sem
dúvida, com a vida deles.”
“Na sua tentativa de realizar seu propósito de resolver a questão arménia pela
destruição da raça arménia, o governo turco recusou-se a ser intimidado nem pelas
nossas representações, nem por aqueles da Embaixada Americana, nem pelo delegado
do Papa, nem pelas ameaças da Allied Powers, nem em deferência para a opinião
pública do Ocidente que representa metade do mundo” – Paul Wolff-Metternich
(Embaixador da Alemanha para o Império Otomano).
“O verdadeiro propósito da deportação foi o roubo e destruição, que realmente
representou um novo método de massacre. Quando as autoridades turcas deram as
ordens para estas deportações, eles estavam apenas a dar a sentença de morte para
toda uma raça”- Henry Morgenthau (Embaixador dos EUA para o Imperio Otomano)

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Conclusão
Concluindo, após termos analisado, com pormenor, as causas e consequências
deste ato que podemos caracterizar como desumano, apenas fica no pensamento a
dúvida de como há seres humanos que conseguem ser tão insensíveis e cruéis para
mandar exterminar seres vivos da mesma espécie.
É certo que todos temos as nossas diferenças e, por vezes, custa aceitá-las,
contudo, adotar uma postura racista ou discriminatória, ao ponto de executar alguém,
apenas para ter mais poder ou porque simplesmente consideramos a nossa raça
superior à dos outros, não pode ser uma solução.

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Webgrafia
 https://ensina.rtp.pt/artigo/o-genocidio-armenio/
 https://guiadoestudante.abril.com.br/blog/atualidades-vestibular/entenda-a-historia-da-
ocupacao-da-armenia-pela-turquia/
 https://www.politize.com.br/ocupacao-da-armenia-pela-turquia/
 https://www.portalsaofrancisco.com.br/turismo/armenia
 https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/historia-o-genocidio-
armenio-holocausto-turco.phtml
 http://g1.globo.com/mundo/noticia/2015/04/conheca-historia-os-fatos-e-versoes-do-
genocidio-armenio.html
 https://www.publico.pt/2015/04/13/mundo/opiniao/o-genocidio-armenio-um-seculo-
depois-1692224
 https://observador.pt/opiniao/o-genocidio-na-armenia-e-a-falsificacao-da-historia/
 https://pt.wikipedia.org/wiki/Genoc%C3%ADdio_arm%C3%AAnio
 https://guiadoestudante.abril.com.br/blog/atualidades-vestibular/entenda-a-historia-da-
ocupacao-da-armenia-pela-turquia/
 https://www.infoescola.com/historia/genocidio-armenio/
 http://www.rfi.fr/pt/franca/20190424-franca-comemorou-genocidio-armenio-armenia-
turquia-europa-massacre
 http://genocidioarmenio.com.br/o-que-e/
 https://pt.qwe.wiki/wiki/Witnesses_and_testimonies_of_the_Armenian_Genocide

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