Histórico
À medida que a prática e a Ciência Contábil foram sendo organizadas e estruturadas,
pesquisadores procuraram identificar e compilar quais os princípios que as orientavam,
em especial a função de registrar todos os fatos que afetam o patrimônio de uma
entidade. Os princípios contábeis ou contabilísticos tornaram-se regras que passaram a
ser seguidas e aceitas por todos e hoje constituem a principal teoria que sustenta e
fundamenta a Contabilidade.
Nos Estados Unidos, país que primeiro procurou compilar os princípios contábeis
(conhecidos pela sigla US-GAAP's), eles foram vistos durante um certo tempo como as
premissas para um Sistema de Certificação e Avaliação. Posteriormente foram o
conjunto de fatores que separaria a Contabilidade americana em duas vertentes:
contabilidade financeira (na qual deveria ser observado os princípios contábeis) e
contabilidade gerencial (ramo em que os princípios poderiam não ser seguidos e que por
isso poderia ser melhor traduzida também como administração contábil).
1. Entidade
2. Continuidade
3. Oportunidade
4. Registro pelo valor original
5. Atualização monetária
6. Competência
7. Prudência
PS: Em 29 de novembro de 2007 foi editada a Resolução CFC 1.111/2007 que aprova o
Apêndice II da Resolução CFC 750/93[1] e que trata sobre o "conteúdo e a abrangência
dos Princípios Fundamentais de Contabilidade sob a perspectiva do Setor Público
(Contabilidade Pública).
Entidade
A Contabilidade deve ter plena distinção e separação entre pessoa física e pessoa
jurídica. Enfim, o patrimônio da empresa jamais se confunde com o dos seus sócios. A
contabilidade da empresa registra somente os atos e os fatos ocorridos que se refiram ao
patrimônio da empresa e não os relacionados com o patrimônio particular de seus
sócios. Não se misturam transações de uma empresa com as de outra, mesmo que ambas
sejam do mesmo grupo empresarial, é respeitada a individualidade.
Continuidade
Tal princípio diz que a empresa deve ser avaliada e escriturada na suposição de que a
entidade nunca será extinta. As Demonstrações Contábeis não podem ser desvinculadas
dos períodos anteriores e subseqüentes, a vida da empresa é continuada going concern,
até circunstância esclarecedora em contrário. Seus Ativos devem ser avaliados de
acordo com a potencialidade que têm em gerar benefícios futuros para a empresa, na
continuidade de suas operações, e não pelo valor que se poderia obter se fossem
vendidos no estado em que se encontram.
Caso ocorra situação desfavorável a entidade poderá ser investigada pelo conselho de
contabilidade, podendo conseqüentemente ser encerrada, terminando suas atividades
empresariais.
Oportunidade
Determina que os registros contábeis sejam feitos no momento em que o fato ocorra
(tempestividade) e pelo seu valor completo (integralidade). Portanto, este Princípio
determina que o registro seja feito no momento da transferência de propriedade, através
da emissão da Nota Fiscal (oportunidade), e pelo seu valor total (totalidade).
Os elementos patrimoniais devem ser registrados pela contabilidade por seus valores
originais, expressos em moeda corrente do país. Assim, os registros da contabilidade
são efetuados com embasamento no valor de aquisição do bem ou pelo custo de
fabricação (vide contabilidade de custos), incluindo-se, ainda, todos os gastos que foram
necessários para colocar o bem em condições de gerar benefícios presentes ou futuros
para a empresa; caso ela efetue transações em moeda estrangeira, os valores
correspondentes devem ser convertidos à moeda nacional. Exemplo: o contador Sr.
Manoel deve registrar os fatos contábeis de encerramento da empresa X, na data de sua
ocorrência, de maneira íntegra e tempestiva, para que seus usuários, com base nessas
informações, também registrem esses fatos nas suas empresas em geral.
Atualização Monetária
Refere-se ao ajuste dos valores dos componentes patrimoniais, devido à perda do poder
aquisitivo num ambiente inflacionário. Portanto, a atualização monetária não representa
uma avaliação e sim apenas um ajuste dos valores originais, mediante aplicação de
indicadores oficiais, que reflitam a variação do poder aquisitivo da moeda. Serve
também para homogeneizar as diversas contas das mais variadas espécies.
No Brasil, com o advento do Plano Real (1994), que vetou a "correção monetária de
balanços" houve a mudança da denominação do Princípio. A antiga era "Princípio da
Correção Monetária". Também o art. 185 da Lei 6.404/76 já havia sido revogado pela
Lei n.º 7.730/89.
Mas apesar da falta de base legal, hoje em dia no Brasil existe uma tensão no meio
contábil, entre os órgãos reguladores (CFC e CVM) e a classe, por causa da resolução
que admite a correção monetária apenas se a inflação passar de um determinado
patamar: se a inflação superar 100% (em 3 anos) haveria a atualização. Na verdade, essa
resolução atende ao padrão internacional. Sucede entretanto, que mesmo uma inflação
baixa vai distorcer o real valor do patrimônio em poucos anos.
Competência
"As despesas e receitas devem ser contabilizadas como tais, no momento de sua
ocorrência, independentemente de seu pagamento ou recebimento". Este princípio está
ligado ao registro de todas as receitas e despesas de acordo com o fato gerador, no
período de competência, independente de terem sido recebidas as receitas ou pagas as
despesas. Assim, é fácil observar que o princípio da competência não está relacionado
com recebimentos ou pagamentos, mas com o reconhecimento das receitas auferidas e
das despesas incorridas em determinado período.
PATRIMÔNIO
2.1 - CONCEITO
Direitos (a Receber)
2.2 - BENS
Entendem-se por bens as coisas úteis, capazes de satisfazer as necessidades das pessoas
e das empresas. Se eles têm forma física, são palpáveis, denominam-se bens tangíveis:
veículos, imóveis, estoques de mercadorias, dinheiro, móveis e utensílios (moveis de
escritórios), ferramentas etc.
• Bens imóveis: são aqueles vinculados ao solo, que não podem ser retirados sem
destruição ou danos: edifícios, construções, árvores etc.
• Bens móveis: são aqueles que podem ser removidos por si próprios ou por outras
pessoas: animais, máquinas, equipamentos, estoques de mercadorias etc.
2.3 - DIREITOS
2.4 - OBRIGAÇÕES
São dívidas com outras pessoas. Em Contabilidade tais dívidas são denominadas
obrigações exigíveis, isto é, compromissos que serão reclamados, exigidos: pagamento
na data do vencimento.Em caso de um empréstimo bancário, você fica devendo ao
banco (empréstimo a pagar). Se a dívida não for liquidada na data do vencimento, o
banco exigirá o pagamento.
O patrimônio por si só não mede a efetiva riqueza de uma empresa. A empresa poderá
estar a um passo da falência ou totalmente endividada, embora os números do seu
patrimônio sejam elevados. Na verdade é necessário conhecer a riqueza liquida da
pessoa ou empresa: somam-se os bens e os direitos e, desse total, subtraem-se as
obrigações, o resultado é a riqueza líquida , ou seja, a parte que sobra do patrimônio
para a pessoa ou empresa. Ela é denominada patrimônio líquido ou situação líquida.
Balanço Patrimonial
ATIVO
Fazem parte do ativo: estoque, máquinas, prédio, gado, duplicatas a receber, título a
receber etc.
Balanço Patrimonial
Bens ?
estoque
máquinas
Direitos
títulos a receber
duplicatas a receber
PASSIVO
Balanço Patrimonial
máquinas Fornecedores
títulos a receber ?
duplicatas a receber
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Toda empresa necessita de uma quantia inicial de recursos (normalmente dinheiro) para
efetuar suas primeiras aquisições, seus primeiros pagamentos etc. Os proprietários,
então, concedem suas poupanças com o objetivo de proporcionar à empresa os meios
necessários ao início do negócio. Essa quantia inicial concedida pelos proprietários
denomina-se, contábilmente, capital social , que poderá ser aumentado a qualquer
momento.
Dessa forma, a empresa, pessoa jurídica, fica devendo (obrigação) para seus
proprietários, que, por lei, não podem exigir (para não extinguir a empresa) seu dinheiro
de volta, enquanto a empresa estiver em funcionamento (continuidade).
Por isso, o patrimônio é conhecido como obrigação não exigível ( que não se pode
reclamar, cobrar, exigir de volta. Se os proprietários quiserem retirar-se da sociedade,
devem vender sua participação no capital para outras pessoas, sem envolverem a
empresa.
Pelo fato de os proprietários não terem direito de reclamar seu dinheiro aplicado na
empresa, enquanto esta estiver em processo de continuidade, no mundo financeiro, o
patrimônio líquido é denominado de recurso próprio ou capital próprio, ou seja,
recursos que pertencem à própria empresa até a sua extinção. No encerramento da
empresa os recursos seriam devolvidos aos proprietários.
De maneira geral o termo capital significa recursos. Capital próprio, portanto, denota
recursos (financeiros ou materiais) dos proprietários ( sócios ou acionistas) aplicados na
empresa. Capital de terceiros, por seu lado, significa recursos de outras pessoas (físicas
ou jurídicas) aplicados na empresa.
Todos os recursos que entram numa empresa passam pelo passivo e patrimônio líquido.
Os recursos (financeiros ou materiais) são originados dos proprietários (PL),
fornecedores, governo, bancos, financeiras etc. que representam origens de recursos.
Através do passivo e do patrimônio líquido, portanto, identificam-se as origens de
recursos.
O ativo, por sua vez, evidencia, todas as aplicações de recursos: aplicação no caixa, em
estoque, em máquinas, em imóveis etc.
A empresa, na verdade, só pode aplicar (ativo) aquilo que tem origem (passivo e PL).
Evidentemente, havendo origem de $ 2.96 milhões , a aplicação deve ser de R$ 2.96
milhões. Dessa forma, fica bastante simples entender por que o Ativo será sempre igual
ao Passivo + PL.
Balanço Patrimonial
Aplicações De terceiros e
próprio
Se o total do Passivo + Patrimônio Líquido for R$ 10.000, qual o total do ativo? O total
é de R$ 10.000, só pode aplicar a quantia de R$ 10.000, nem um centavo a mais, nem
um centavo a menos.
Sem dúvida nenhuma, a principal origem de recurso para as empresa é o lucro obtido no
negócio.
Sendo o Patrimônio Líquido (PL) a diferença algébrica entre o Ativo (A) e o Passivo
(P), não tem sentido falarmos em Ativo ou Passivo negativos. Nestas condições, os
elemento patrimoniais poderão assumir somente os seguintes valores:
A ≥ 0 P ≥ 0 PL ≥ ou < 0
Diversas pessoas resolvem fundar uma sociedade anônima, denominada Garrincha S/A,
com o capital subscrito e integralizado em dinheiro de $ 4.000,00:
GARRINCHA S/A. - BALANÇO PATRIMONIAL EM 20/01/X1
TOTAL 4.000
b) AQUISIÇÃO DE EDIFÍCIO
c) COMPRA DE MATERIAIS
Para iniciar suas atividades mercantis, a empresa comprou no dia 13/02 materiais
eletrônicos no valor de $ 2.000,00 à prazo:
Capital 4.000
Foi vendido em 28/02/X1um pavimento do edifício por $ 600,00, representado por uma
nota promissória emitida pelo comprador:
g) RECEBIMENTO DE UM DIREITO
a. Bens
b. Bens e obrigações
c. Ativo e patrimônio líquido
d. Ativo + passivo + patrimônio líquido
e. Direitos + obrigações
a. Do ativo
b. Do passivo
c. Do patrimônio líquido
d. Das obrigações
e. N.D.A.
4) (FTE-MG/93) A representação gráfica dos estados patrimoniais que indica a existência de "Passivo a
Descoberto" é:
5) (FTE-MG/93) A empresa Cascata comprou uma máquina por R$ 350.000 em cinco prestações iguais,
sendo uma entrada no ato da compra e quatro pagamentos mensais. Após a contabilização da operação, o
patrimônio da empresa sofreu a seguinte alteração:
RESPOSTAS:
FATOS CONTÁBEIS
Exemplos:
• A retenção do IR dos empregados gera uma saída de valor dos salários a pagar e entrada de valor no
Ativo como IR a recolher.
• O pagamento de uma despesa sempre gera um fato modificativo diminutivo. Se o pagamento for
efetuado no mesmo período da ocorrência da despesa – PL / - A. Se o pagamento não for efetuado
(apropriação de salários) ou seja, for feito com atraso, ocorrerá uma obrigação de pagar o aluguel e
uma despesa com apropriação do mesmo – PL / + P. No mês seguinte, com o pagamento, gera um
fato permutativo – P / - A, pois a saída da obrigação é simultânea a saída de dinheiro = pagamento
de duplicatas.
• Reforma de dívida = sai antiga dívida e entra uma nova (maior ou menor).
• Emissão de debêndures abaixo do par = despesa de deságio / acima do par = reserva de capital.
• Fatos que NÃO alteram o valor do Ativo: Permutativos - +A/-A, +P/-P e +PL/-PL
• Apropriação = Ocorrência do FG = Obrigação. Ocorre uma despesa e entra uma obrigação.
• Modificativos - -P/+PL e –PL/+P
ESCRITURAÇÃO
De forma geral, envolve os registros de todos os acontecimentos relacionados com a gestão da entidade,
inclusive os não relacionados com modificações qualitativas / quantitativas. De forma específica, visa os
registros dos fatos contábeis.
MÉTODOS
MÉTODO DAS PARTIDAS SIMPLES: Para o registro de uma fato contábil, apenas um elemento
patrimonial é utilizado (Escrituração do Livro Caixa, visando apenas ao controle de dinheiro).
MÉTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS: o registro de cada fato envolve, pelo menos, um elemento
que será creditado e outro que será debitado, ou seja, para todo débito há um crédito e vice-versa.
Permite o controle de todos os elementos patrimoniais e de resultado envolvidos em cada fato.
SISTEMAS
MANUAL
MAQUINIZADO
MECANIZADO
INFORMATIZADO
LIVROS DE ESCRITURAÇÃO
LIVROS FISCAIS
LIVROS SOCIAIS
LIVROS TRABALHISTAS
LIVROS CONTÁBEIS
LIVROS CONTÁBEIS
Nesta teoria cada conta assume o papel de uma PESSOA no seu relacionamento com a
empresa ou entidade. Assim, Caixa, Bancos, Duplicatas a Receber, Fornecedores,
Capital, Receitas e Despesas, representam pessoas com as quais a entidade mantém
relacionamento de débito e crédito.
Assim, podemos concluir que as obrigações (PE) e o Patrimônio Líquido (PL) são
pessoas credoras (representam aquelas pessoas que têm a receber da sociedade),
enquanto que os bens e direitos são pessoas devedoras em relação à sociedade.
Contas contábeis
As contas contábeis devem ser expressas com títulos em conformidade com os atos e
fatos administrativos provocados, e figurar num Plano de Contas de acordo com as suas
características, similaridades ou eventos econômicos produzidos. Uma conta deve
representar facilmente a operação realizada por uma entidade.
História
Antes das inovações introduzidas nos estudos científicos pelos mestres italianos do
século XIX (Cerboni, Besta, Villa etc.), a escola dominante era a francesa, cujas teorias
da época foram chamadas de corrente contábil do contismo (vide contabilidade). A mais
popular teoria de contas, chamada de "teoria das cinco contas" dominou a contabilidade
prática durante quase dois séculos. Foi criada por Edmond Degrange (pai) no século
XVIII, que também introduziu o livro Diário-Razão, o qual teve grande aceitação nos
Estados Unidos, a ponto de ser mais conhecido como Diário Americano. Ao contismo
se sucederia ainda o Neocontismo.
Mas podem ser incluidas as contas auxiliares (centro de custo, contas de abertura e
encerramento) e as contas transitórias (despesas pré operacionais).
Plano de Contas
Dentro de uma visão abrangente, as contas fazem parte de um sistema contábil cujos
objetivos do ponto de vista da Estrutura de uma Entidade Contábil tanto podem ser
internos quanto externos, o que o torna de grande complexidade.
O primeiro passo para que as contas tenham como atender a maioria desses objetivos, é
a de organizá-las em um Plano de Contas (Também conhecido como Quadro de Contas
ou Estrutura de Contas). Antes do advento dos sistemas contábeis informatizados do
tipo ERP, na qual se mesclam objetivos contábeis com administrativos, os Planos de
contas eram elaborados para se possibilitar uma eficiente análise de contas, ou seja,
utilizava-se o método cartesiano e racional da seguinte maneira:
A partir dessa codificação inicial (que pode variar de acordo com a entidade. Por
exemplo, se a Entidade não for do tipo industrial, pode-se mudar o código 5 para
Despesas e o Código 6 para Outros Resultados), citamos como exemplo o código de
uma conta patrimonial:
• Código 1 - Ativo
• Código 12 - Ativo Circulante
• Código 121 - Clientes
• Código 1211 - Duplicata
• Código Extensão 0001 - (nome do cliente).
6111.0003:
PROVISÕES
Conceito
Provisões representam estimativas de perda de ativos ou de obrigações para com
terceiros. Esses eventos, embora já tenham seu fato gerador contábil ocorrido, não
podem ser medidos com exatidão e têm portanto caráter estimativo.
Classificação
As provisões podem ser classificadas em dois grupos a saber:
Provisões Passivas
Dedutíveis
São aquelas que a legislação do Imposto de Renda permite a sua dedutibilidade quando
da determinação do lucro real.
Indedutíveis
São aquelas que a legislação do Imposto de Renda não permite a sua dedutibilidade
quando da determinação do lucro real.
Elenco de Provisões
Provisões Retificadoras do Ativo
Provisões Passivas
Contabilmente, temos:
a.2) provisão para ajuste do custo dos bens do Ativo ao valor de mercado;
Transação financeira é a forma mais rápida de se pagar boletos, transferir dinheiro entre
outros, mas não é totalmente seguro. Há de se considerar que uma entidade é uma
personalidade jurídica sem existência física, apesar de possuir uma sede (uma
personalidade física também possui um endereço, mas sem esse endereço ela ainda é
uma pessoa física, mas a entidade sem a sede, é apenas um nome). Essa personalidade
jurídica tem personalidades físicas como proprietárias, que responderão por ela. Todo o
seu patrimônio pertence a seus proprietários ou a terceiros (também personalidades
físicas, proprietárias ou não de outras empresas credoras).
Assim, toda transação que ela faz está apenas alterando o seu patrimônio, ou seja, "algo
vai, outro algo vem em seu lugar". Uma compra de um bem à vista, por exemplo, esse
"haver" chegou à empresa e está representado por uma conta contábil, que será dada
entrada no patrimônio por um valor. Concomitantemente, outra conta contábil será
igualmente movimentada, a que representa os numerários que se foram (um "dever"), o
"Caixa".
Mesmo que a compra seja a prazo, essa outra conta (Caixa) será substituída por uma
que representa uma obrigação futura, outra conta contábil de "dever" chamada "Contas
a Pagar".
Considerando que o Ativo é "devedor", qualquer acréscimo de valor nas suas contas
representará um "débito", e qualquer decréscimo de valor, um "crédito". Ao mesmo
tempo, qualquer acréscimo de valor numa conta do Passivo ou do Patrimônio Líquido,
será levado a "crédito", e a "débito", se decrescer esse valor.
História
A idéia do método desenvolveu-se quando se criou a conta Capital (em dialeto vêneto,
Cavedal). A primeira transação financeira da entidade, qual seja, a colocação de
dinheiro nas contas da mesma pelos sócios, se escritura assim:
Débito Crédito
No Brasil, o método das partidas dobradas, foi definido como obrigatório para os
gestores públicos. Consta no art. 86 da Lei 4.320 de 1964[1] que "A escrituração sintética
das operações financeiras e patrimoniais efetuar-se-ão pelo método das partidas
dobradas".
Resumo
Cada transação normalmente consiste em 2 entradas, mas podem existir 3 ou mais
entradas ao se contabilizarem as taxas, por exemplo. Como é mais comum uma
transação conter somente 2 entradas, sendo uma entrada de crédito em uma conta e uma
entrada de débito em outra conta, daí a origem do nome "dobrado".
Livros contábeis[3]
Nos livros contábeis são registrados os fatos contábeis. Os mais conhecidos são:
• Diário
• Razão (contabilidade)
• Caixa
• Contas correntes
Livro Diário
O Livro Diário é:
• Obrigatório, pois é regido por lei (No Brasil, pelo Novo Código Civil);
• Principal, pois registra todos os fatos contábeis;
• Cronológico, pois os fatos contábeis são escriturados em ordem cronológica
(dia, mês e ano).
• Local e data;
• Conta(s) debitada(s);
• Conta(s) creditada(s);
• Histórico;
• Valor.
O Diário não é só um livro, mas também um documento. Por esta razão, deve observar
as formalidades impostas pela legislação pertinente. Tais formalidades podem se referir
ao livro antes de ser escriturado (formalidades extrínsecas), ou se referir ao próprio
conteúdo da escrituração (formalidades intrínsecas).
• Formalidades Extrínsecas
o livro Diário deve ser encardenado;
o As folhas devem ser numeradas;
o O livro Diário deve ser autenticado na Junta Comercial do Estado (no
caso de empresas mercantis) ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas
(no caso de empresas civis);
o No livro Diário deve haver termo de abertura e termo de encerramento.
• Formalidades Intrínsecas
o A escrituração no Diário deve seguir uma ordem cronológica (dia, mês e
ano);
o Na escrituração do Diário, não deve haver rasuras, borrões, sinais, linhas
em branco, entrelinhas, folhas em branco, etc.;
o A escrituração deve ser feita em língua e moeda nacionais.
Livro Razão
O livro Razão é:
Ao passo que os Livros Principais (Diário e Razão) registram todos os fatos contábeis,
os Livros Auxiliares (Caixa e Contas Correntes) registram alguns fatos contábeis. No
Livro Caixa, somente são registrados os fatos que envolvam movimentação de dinheiro.
No Livro Contas Correntes, normalmente, são registrados os fatos relacionados aos
Clientes, Fornecedores e Bancos, sendo estas contas analíticas.
BALANCETE DE VERIFICAÇÃO
1.9.1 Conceito
É o demonstrativo que relaciona cada conta com o respectivo saldo devedor ou credor,
de tal forma que se os lançamentos foram corretamente efetuados, de acordo com o
Método das Partidas Dobradas, o total da coluna dos saldos devedores é igual ao total
da coluna dos saldos credores.
1.9.2 Objetivo
O Balancete de Verificação tem como base o método das partidas dobradas: não há
crédito sem débito correspondente. Portanto se de um lado for somado todos os débitos,
do outro a soma dos créditos tem que somar um valor igual. Desse modo é verificado se
os lançamentos a débito e a crédito foram realizados corretamente.
Este demonstrativo deve ser levantado mensalmente segundo a NBC T 2.7, unicamente
para fins operacionais, não tendo obrigatoriedade fiscal, com suas informações extraídas
dos registros contábeis mais atualizados. O grau de detalhamento do balancete de
verificação deverá estar adequado a finalidade do mesmo. Caso o demonstrativo seja
destinado a usuários externos o documento deverá ser assinado por contador habilitado
pelo conselho regional de contabilidade (CRC).