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ASSOCIAÇÃO DE ENSINO E CULTURA PIO DÉCIMO LTDA

FACULDADE PIO DÉCIMO

FERNANDA GRACE LEMOS DE SOUZA

CONFERÊNCIAS DE MEIO AMBIENTE

ARACAJU

2020
FERNANDA GRACE LEMOS DE SOUZA

CONFERÊNCIAS DE MEIO AMBIENTE

Trabalho da disciplina de
Educação Ambiental do curso de
Pedagogia da Faculdade Pio
Décimo, para obtenção da nota
parcial da disciplina.

Orientador: Prof. Carlos Roberto


Britto Aragão

ARACAJU

2020
CONFERÊNCIAS DE MEIO AMBIENTE

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), com o fim da tumultuada


década de 1960, com seus mais altos ideais e visões como a visão ambiental
começou a ser considerada como um fenômeno global. Visto que começou a
preocupação universal sobre o uso saudável e sustentável do planeta e de seus
recursos continuou a crescer e em então em 1972 a ONU convocou a Conferência
das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano, em Estocolmo (Suécia).
O governo da Suécia recomendou à ONU a realização da conferência
internacional com o objetivo de buscar conter ou diminuir o nível de degradação
ambiental e suas consequências. O principal marco desta conferência foi o processo
de internacionalização do debate em torno dos temas ecológicos realizada na
Suécia, em 1972, e representa o primeiro grande encontro organizado pela ONU
para a discussão específica dos problemas ambientais que extrapolavam as
fronteiras nacionais, pois demonstrava a necessidade de uma ação conjunta entre
os diversos países atingidos para a busca de soluções (DIAS, 2017).
Ao fim do evento teve uma Declaração final que contém 19 princípios que
representam um Manifesto Ambiental. Um dos trechos marcantes do documento foi
expor a necessidade de inspirar e guiar os povos do mundo para a preservação e a
melhoria do ambiente humano, o Manifesto estabeleceu as bases para a nova
agenda ambiental do Sistema das Nações Unidas (ONU, 2020).
Neste contexto pode-se afirmar que a conferência foi o ponto inicial para o
debate em que as ações do mundo todo devem mudar em prol da diminuição das
consequências ambientais da qual depende a sobrevivência da vida e o bem-estar
do ser humano ao mesmo tempo em que foi a procura de maior conhecimento e
ações mais justas que conseguissem integrar as necessidades humanas com o
meio ambiente. Isto implicaria defender a natureza para as atuais e futuras
gerações.
Assim aproveitando a energia gerada pela Conferência em dezembro de
1972, foi criado o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (ONU Meio
Ambiente), que é responsável por coordenar os trabalhos da família ONU em nome
do meio ambiente global. As metas atuais são os aspectos ambientais das
catástrofes e conflitos, a gestão dos ecossistemas, a governança ambiental, as
substâncias nocivas, a eficiência dos recursos e as mudanças climáticas (ONU,
2020).
Somente após vinte anos depois que ocorreu a II Conferência das Nações
Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), no Brasil também que
ficou mais conhecida como Eco-92 ou Rio-92, pois ocorreu no Rio de Janeiro, em
1992. Esta conferencia ficou marcada pela adoção da “Agenda 21”, um programa
para a proteção do nosso planeta e seu desenvolvimento sustentável, a culminação
de duas décadas de trabalho que se iniciou em Estocolmo em 1972 (MARTINS et al,
2015).
A relação entre o meio ambiente e o desenvolvimento econômico, e a
necessidade voltada para o desenvolvimento sustentável foi finalmente reconhecida
em todo o mundo. Na Agenda 21, os governos detalharam um programa para a
ação com o intuito de afastar o mundo do atual modelo insustentável de crescimento
econômico, direcionando para atividades que protejam e renovem os recursos
ambientais o que incluem proteger a atmosfera, combater o desmatamento, a perda
de solo e a desertificação, prevenir a poluição da água e do ar, deter a destruição
das populações de peixes e promover uma gestão segura dos resíduos tóxicos
(ONU, 2020).
O interessante é que a Agenda 21 foi além das problemáticas ambientais,
pois questionaram os padrões de desenvolvimento que causam danos ao meio
ambiente como a pobreza e a dívida externa dos países em desenvolvimento,
padrões insustentáveis de produção e consumo, pressões demográficas e a
estrutura da economia internacional. Para assegurar o total apoio aos objetivos da
Agenda 21, a Assembleia Geral estabeleceu, em 1992, a Comissão para o
Desenvolvimento Sustentável como uma comissão funcional do Conselho
Econômico e Social (MARTINS et al, 2015).
Resumindo a Agenda 21 foi um dos principais documentos resultantes da
segunda Conferência, um programa de ações para o desenvolvimento sustentável
para o século XXI assinado por 179 países, estabelecendo assim o compromisso de
cada país a refletir, global e localmente, sobre a forma pela qual vários setores da
sociedade, governos, universidades, empresas e organizações não governamentais
(ONGs) podem cooperar na busca de soluções para os problemas socioambientais.
A importância da conferencia perpassa que durante o evento foram
aprovados também dois acordos essenciais: a Convenção da Biodiversidade que
tem como objetivo conservar a biodiversidade, fazer uso sustentável de seus
componentes e dividir de forma justa os benefícios gerados com a utilização de
recursos genéticos, e a Convenção sobre Mudanças Climáticas que serviu de base
para o Protocolo de Kyoto de 1997, que colocou metas de redução de emissão de
gases do efeito de estufa (GRECO, 2012).
Assim neste sentido a terceira conferência organizada pela ONU só ocorreu
dez anos depois da Rio-92 contando com representantes de governos de mais de
150 países além de grandes empresas, associações setoriais, organizações não-
governamentais e milhares de pessoas do mundo inteiro, uniram-se no final de
agosto de 2002, em Joanesburgo, maior cidade da África do Sul, a cimeira da terra,
a Rio+10, como ficou conhecido o evento, ocorreu trinta anos depois da Conferência
das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, sediada em Estocolmo, em 1972,
quando, pela primeira vez, a comunidade internacional se reuniu para discutir o meio
ambiente global e as necessidades de desenvolvimento.
O Rio+10 foi um evento que teve como objetivo principal revisar e rever as
metas propostas pela Agenda 21 e orientar as realizações às áreas que solicita um
esforço para sua implementação, assim como refletir sobre outros acordos e
tratados do Rio-92. Então a terceira Conferência Mundial levaria à definição de um
plano de ação global, capaz de associar as necessidades do desenvolvimento
econômico e social da humanidade, com a obrigação de manter o planeta habitável
para as gerações futuras (SEQUINEL, 2002).
O documento The Johannesburg Declaration (2002), obtido nessa terceira
conferência, tendo em vista os princípios já expressos no passado, vem com poucas
novidades. A diferença é que na declaração foram detalhados alguns objetivos
dentro dos princípios já conhecidos sendo assim menciona-se a continuidade de
diversos problemas ambientais de caráter global. Destaca-se, pela primeira vez,
os problemas associados à globalização, já que os benefícios e os custos a ela
associados estão distribuídos desigualmente(DINIZ, 2002).
As medidas detalhadas no documento encontra-se a vontade de aumentar a
proteção da biodiversidade e o acesso à água potável, ao saneamento, ao abrigo, à
energia, à saúde e à segurança alimentar. Também busca ter como prioridade o
combate a problemas sociais, econômicos, étnicos e religiosos. Para atingir os
objetivos, o documento ressalta a importância das instituições multilaterais e
internacionais mais efetivas, democráticas e responsáveis. Dentre alguns
compromissos firmados entre os países em Johannesburgo, em primeiro lugar,
considera-se a água e o saneamento na qual deve-se diminuir pela metade a
proporção de pessoas sem acesso a saneamento e a água potável até 2015 (DINIZ,
2002).
Nesse sentido para muitos autores a Conferência de Johanesburgo não
trouxe como resultado algo muito além do Rio-92, na verdade, foi considerada até
mesmo um retrocesso pela limitação da implementação do desenvolvimento
sustentável à erradicação da pobreza. Além disso, deixou clara ser uma repetição do
que já havia sido acordado em 1992 e ampliação nas Metas do milênio, sem
alterações que buscassem a implantação fática, a produção de documento que
espelhasse a determinação objetiva de prazos, metas e meios de execução,
frustrando assim o seu objetivo principal (SOUSA, CARMO, ROCHA, 2013).
Por fim, a quarta e ultima conferência, ocorreu depois de vinte anos do Rio-
92, no que foi o evento mundial mais significativo em prol do desenvolvimento
sustentável, a Rio+20, aconteceu no Rio de janeiro, no dia 13 de junho de 2012,
tinha como objetivo central que os governos renovassem o compromisso político
com o desenvolvimento sustentável firmado anteriormente nas principais cúpulas
sobre o tema, de forma a avaliar o progresso, identificar lacunas na implementação
das decisões adotadas, além do estabelecimento de emergentes (GUIMARAES,
FONTOURA, 2012a).
Em meio a uma recessão econômica global e mediante a constatação de que
pouco se avançou no que tange ao desenvolvimento sustentável nas últimas
décadas com uma contra tendência em querer resolvê-lo, a conferência teve a
participação dos chefes e representantes de Estado de mais de 190 países, da
sociedade civil global, cientistas de diferentes áreas, políticos e representantes do
setor privado. Os temas em discussão perpassaram pelo discurso da segurança
alimentar, a insuficiência do Produto Interno Bruto (PIB), a credibilidade científica, a
economia verde, e, por fim, a importância do setor privado para o desenvolvimento
sustentável (GUIMARAES, FONTOURA, 2012b).
No documento final da conferência não apresentou propostas concretas e
efetivas para a segurança alimentar, reconhecendo apenas a sua importância e a
necessidade de se repensar em um sistema que tenha como base uma agricultura
sustentável, que garanta a qualidade do ecossistema marinho, o direito universal à
alimentação, da importância da gestão de riscos de forma a evitar a alta volatilidade
dos preços dos alimentos, da adoção de estratégias que sejam internacionais,
regionais e locais, e por fim, reafirmam a necessidade de se estabelecer um sistema
de comércio multilateral mais equitativo, não discriminatório com regras bem
definidas que vise promover a agricultura em países em desenvolvimento
(GUIMARAES, FONTOURA, 2012a).
O resultado dessa conferência é que os governos presentes no Rio+20
deixaram o Rio de Janeiro sem compromissos claros para concretizar o
desenvolvimento sustentável, sem decisões internacionais vinculantes, sem metas
e, em definitiva, sem mecanismos para medir o avanço no sentido do “futuro que
queremos”. É preciso perceber que os governos estão hoje muito mais preocupados
com a manutenção da saúde do sistema financeiro privado internacional, a
preservação a qualquer custo de suas economias, e, portanto, não estiveram e não
estão dispostos a negociar seus padrões de consumo para melhorar a qualidade de
vida da grande maioria da população mundial em situação de pobreza, desemprego,
com disparidades crescentes de riqueza, de bens e de acesso aos recursos
naturais, e em situações de contínua discriminação e exclusão política
(GUIMARAES, FONTOURA, 2012b).

REFERÊNCIAS
DIAS, Edson dos Santos. Os (des) encontros internacionais sobre meio ambiente:
da conferência de Estocolmo à rio+ 20-expectativas e contradições. Caderno
Prudentino de Geografia, v. 1, n. 39, p. 06-33, 2017.

DINIZ, Eliezer Martins. Os resultados da Rio+ 10. Revista do Departamento de


Geografia, v. 15, p. 31-35, 2002.

GRECO, Alessandro. Conheça o histórico das conferências ambientais da ONU.


2012. Disponível em: https://ultimosegundo.ig.com.br/ciencia/meioambiente/2012-
06-15/conheca-o-historico-das-conferencias-ambientais-da-onu.html. Acessado em
01 de abril de 2020.

GUIMARÃES, Roberto; FONTOURA, Yuna. Desenvolvimento sustentável na Rio+


20: discursos, avanços, retrocessos e novas perspectivas. Cadernos Ebape. BR, v.
10, n. 3, p. 508-532, 2012a.

GUIMARÃES, Roberto Pereira; FONTOURA, Yuna Souza dos Reis da. Rio+ 20 ou
Rio-20?: crônica de um fracasso anunciado. Ambiente & Sociedade, v. 15, n. 3, p.
19-39, 2012b.

MARTINS, Clitia Helena Backx et al. Da Rio-92 à Rio+ 20: avanços e retrocessos da
agenda 21 no Brasil. Indicadores Econômicos FEE, v. 42, n. 3, p. 97-108, 2015.

ONU.ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. A ONU e o meio ambiente.


2020.Disponivel em : https://nacoesunidas.org/acao/meio-ambiente/. Acessado em
31 de março de 2020.

SEQUINEL, Maria Carmen Mattana. Cúpula mundial sobre desenvolvimento


sustentável-Joanesburgo: entre o sonho e o possível. Análise conjuntural, v. 24, n.
11-12, p. 12-15, 2002.

SOUSA, Mykaella Sales; CARMO, Rodrigo Ramos do; ROCHA, Suyene Monteiro
da. Rio+ 10: A influência da Rio-92 e os reflexos da conferência na política
mundial. Direito ambien tal, v.1, p. 179, 2013.

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