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CÁLCULO I – DERIVADAS

E SUAS APLICAÇÕES

autor
ALEXANDRE JOSÉ MIRANDA ANTUNES

1ª edição
SESES
rio de janeiro  2018
Conselho editorial  roberto paes e gisele lima

Autor do original  alexandre josé miranda antunes

Projeto editorial  roberto paes

Coordenação de produção  gisele lima, paula r. de a. machado e thamyres mondim


pinho

Projeto gráfico  paulo vitor bastos

Diagramação  bfs media

Revisão linguística  bfs media

Revisão de conteúdo  josé antonio farias coelho

Imagem de capa  jaboo2foto | shutterstock.com

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida
por quaisquer meios (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em
qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Editora. Copyright seses, 2018.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (cip)

A636c Antunes, Alexandre José Miranda


Cálculo I: derivadas e suas aplicações / Alexandre José Miranda Antunes.
Rio de Janeiro: SESES, 2018.
152 p: il.

isbn: 978-85-5548-603-6.

1. Cálculo. 2. Derivadas. 3. Funções. 4. Aplicações matemáticas.


I. SESES. II. Estácio.
cdd 515

Diretoria de Ensino — Fábrica de Conhecimento


Rua do Bispo, 83, bloco F, Campus João Uchôa
Rio Comprido — Rio de Janeiro — rj — cep 20261-063
Sumário
Prefácio 5

1. Conceituação de derivadas 7
Interpretação cinemática 9

A derivada como taxa de variação 18

Interpretação geométrica 23

Continuidade de uma função em um ponto 30

Derivadas laterais 32
Determinar derivadas laterais 33
Identificar e determinar graficamente as derivadas laterais 35
Analisar graficamente a existência da derivada em um ponto 35

2. Técnicas de derivação 39
Regras de derivação 42

Derivadas de funções exponencial, logarítmica e trigonométricas 47

Derivada de Funções Compostas 51


Teorema (Regra da Cadeia) 54

Equação de reta tangente e normal 68

Derivadas de ordem superior 70

Derivada de função implícita 72

Derivada de função na forma paramétrica 74

3. Aplicações de derivadas 77
Diferencial: interpretação de
dy como um quociente 79
dx
Taxas de variação 85
Análise marginal 87

Teorema de rolle, teorema do valor médio, funções crescentes


e decrescentes 90

Determinação dos extremos de uma função, máximos e mínimos 94

Pontos de inflexão e concavidade 97

4. Aplicações de derivadas – parte II 103


Aplicações envolvendo problemas de minimização e maximização 104

Regra de L´Hopital 111

Fórmula de Taylor 115

5. Análise e esboço de gráficos 123


Construção e análise de gráficos de funções 124
Prefácio

Prezados(as) alunos(as),

Você já avançou bastante em seus estudos, que bom!


Nesse momento, dando prosseguimento em seus estudos de Cálculo
Diferencial e Integral, agora já está ingressando no estudo das derivadas e suas
aplicações. Dessa forma convido-o a interagir com o nosso material e comigo, para
avançarmos nesse tema. Seguiremos o seguinte roteiro:
No capítulo I, vamos apresentar e conceituar a derivada. Todos os capítulos
são importantes, mas nesse você precisará terminar entendendo claramente o que
é uma derivada, inclusive com a sua interpretação geométrica. No capítulo II,
apresentaremos diversas técnicas de derivação. Nesse momento você aprenderá,
dada uma função, a determinar a sua derivada. No capítulo III e IV, veremos as
aplicações (apenas algumas, pois esta área é bem extensa) das derivadas. E, por fim,
no capítulo V, trabalharemos a análise e esboço dos gráficos das funções com essa
poderosa ferramenta, a derivada.
Esse trabalho foi feito com muito carinho e empenho, visando levar a você
o melhor trabalho possível, contudo não temos a pretensão de esgotar todas as
possibilidades e demandas desse extenso conteúdo. Dessa forma, para aprofun-
dar seus conhecimentos, recomendo que pesquise em todas as referências citadas
nesse material. E, é claro, todo o material disponível em nossa plataforma. Além
disso, existem vários conteúdos de vídeo aulas gratuitas disponíveis na internet.
Deixo para vocês a indicação do canal Na Onda da Matemática, disponível no
YouTube, no qual estou trabalhando a resolução de questões básicas e avançadas
de matemática.
“Que a derivada da sua função estudo seja maior que zero.”

Bons estudos!

5
1
Conceituação de
derivadas
Conceituação de derivadas
É fundamental que se veja a Matemática, não somente como um fim em
si mesma, mas também como um instrumento de compreensão de outras áreas
de conhecimento. O Cálculo Diferencial é tema fundamental no estudo da
Matemática, uma vez que possui aplicações em diversas áreas, tais como física,
química, estatística, economia dentre outras. O Cálculo Diferencial pode ser
considerado uma ferramenta de pensamento essencial para qualquer ciência pura
e aplicada.
Veremos, a partir desse momento, um limite especial que chamamos de deri-
vada. Antes de apresentar à derivada, introduziremos o conceito de continuidade.
Em seguida, apresentaremos a definição da derivada num ponto e suas interpre-
tações: geométrica e cinemática. Finalizamos a unidade com a função derivada,
derivadas das funções elementares e as demais regras de derivação.
Antes de apresentar à derivada, introduziremos o conceito de continuidade.
Em seguida, apresentaremos a definição da derivada num ponto e suas interpre-
tações: geométrica e cinemática. Finalizamos a unidade com a função derivada,
derivadas das funções elementares e as demais regras de derivação.

OBJETIVOS
•  Identificar e determinar a aplicação da derivada no contexto físico;
•  Identificar e determinar a derivada como uma taxa de variação;
•  Identificar o contexto geométrico da derivada;
•  Determinar a condição de continuidade de uma função em um ponto a partir da existência
da derivada;
•  Determinar derivadas laterais;
•  Identificar e determinar graficamente as derivadas laterais;
•  Analisar graficamente a existência da derivada em um ponto.

Imagine uma grandeza qualquer, considerando que uma grandeza é tudo


aquilo que pode ser medido ou contado. Essa grandeza pode estar relacionada a
comprimento, área, tempo, ângulo, volume entre tantas outras.
Em matemática, engenharia e demais ciências exatas, podemos pensar numa
grandeza como uma função: y = f (x).

capítulo 1 •8
Pense agora, como podemos calcular a variação média da grandeza represen-
tada por essa função. Pensou?
A variação média dessa grandeza é dada por:

∆f ( x ) f ( x 2 ) − f ( x1 )
=
∆x x 2 − x1

Agora, pense como podemos calcular a variação instantânea (ou taxa de varia-
ção) da grandeza representada por essa função. Pensou?
A variação instantânea dessa grandeza é dada por:

∆f ( x ) f ( x 2 ) − f ( x1 )
lim = lim
∆x →0 ∆x ∆x →0 x 2 − x1

Interpretação cinemática

Considere o espaço, em função do tempo, dada pela função s = s (t) que é cha-
mada equação horária. Lá no Ensino Médio aprendemos que a velocidade média
∆s
é a divisão do espaço percorrido pelo tempo decorrido, ou seja, v m = . Mas,
∆t
observe que, a velocidade média é uma grandeza que depende de dois instantes de
tempo: tempo inicial (ti) e tempo final (tf ).

∆s ( t i , t f ) s(tf ) − s(ti )
vm (ti ,tf ) = = , ∀t i , t f ∈ Dom s ( t ) 
∆t tf − ti

ATENÇÃO
Normalmente, em questões que envolvem tempo, trabalhamos com Domínio no
intervalo = [0, +∞]. Entretanto, destacamos que deva ser observado, para os casos mais
gerais, a condição que está sendo imposta pelo domínio da função algébrica (a expressão da
função) que estará sendo analisada.

Dessa forma, chamando ti = t e tf = t + Δt temos que a velocidade escalar média


entre os instantes ti e tf é o quociente

capítulo 1 •9
∆s s ( t + ∆t ) − s ( t )
vm = =
∆t ∆t

O limite dessa função no ponto t, ou seja, com Δt tendendo a 0 (t e t+Δt


pertencentes ao domínio da função s = s(t)) é igual à velocidade escalar do móvel
num instante t qualquer. Portanto apresentamos a seguinte definição.

•  Definição 1: Se s = s(t) é uma função horária da posição, então a velocidade


instantânea da partícula no instante t será v(t), onde:

∆s s ( t + ∆t ) − s ( t )
v ( t ) = lim = lim
∆t →0 ∆t ∆t →0 ∆t

caso esse limite exista.

EXEMPLO
1. Suponha que uma pedra foi deixada cair de uma janela de apartamento, 50 m acima do
solo.
Qual a velocidade da pedra após 2 segundos?
Com qual velocidade a pedra chega ao solo?

Solução:
Para iniciar, vamos lembrar que a distância (em metros) percorrida após t segundos em
queda livre é dada por:

1
s(t) = a ⋅ t2 , ondea = g = 9, 8 m / s2 (aceleração da gravidade)
2

Dessa forma, s (t) = 4,9 · t2

s ( t + ∆t ) − s ( t ) 4, 9 ⋅ ( t + ∆t ) − 4, 9t2
2
4, 9 ⋅ ( t2 + 2 ⋅ t ⋅ ∆t + ∆t2 ) − 4, 9t2
v ( t ) = lim = lim = lim
∆t →0 ∆t ∆t →0 ∆tt ∆t →0 ∆t
4, 9 ⋅ t2 + 9, 8 ⋅ t ⋅ ∆t + 4, 9 ⋅ ∆t2 − 4, 9t2
v ( t ) = lim
∆t →0 ∆t
4, 9 ⋅ t2 + 9, 8 ⋅ t ⋅ ∆t + 4, 9 ⋅ ∆t2 − 4, 9t2
v ( t ) = lim
∆t →0 ∆t
9, 8 ⋅ t ⋅ ∆t + 4, 9 ⋅ ∆t2 ∆t ⋅ ( 9, 8 ⋅ t + 4, 9 ⋅ ∆t )
v ( t ) = lim = lim
∆t →0 ∆t ∆t →0 ∆t
v ( t ) = lim 9, 8 ⋅ t + 4, 9 ⋅ ∆t ∴ v ( t ) = 9, 8 ⋅ t
∆t →0

capítulo 1 • 10
s ( t + ∆t ) − s ( t ) 4, 9 ⋅ ( t + ∆t ) − 4, 9t2
2
4, 9 ⋅ ( t2 + 2 ⋅ t ⋅ ∆t + ∆t2 ) − 4, 9t2
v ( t ) = lim = lim = lim
∆t →0 ∆t ∆t →0 ∆tt ∆t →0 ∆t
4, 9 ⋅ t + 9, 8 ⋅ t ⋅ ∆t + 4, 9 ⋅ ∆t − 4, 9t
2 2 2
v ( t ) = lim
∆t →0 ∆t
4, 9 ⋅ t2 + 9, 8 ⋅ t ⋅ ∆t + 4, 9 ⋅ ∆t2 − 4, 9t2
v ( t ) = lim
∆t →0 ∆t
9, 8 ⋅ t ⋅ ∆t + 4, 9 ⋅ ∆t2 ∆t ⋅ ( 9, 8 ⋅ t + 4, 9 ⋅ ∆t )
v ( t ) = lim = lim
∆t →0 ∆t ∆t → 0 ∆t
v ( t ) = lim 9, 8 ⋅ t + 4, 9 ⋅ ∆t ∴ v ( t ) = 9, 8 ⋅ t
∆t →0

Quando o tempo for 2s, temos:

v (2)=9,8 · 5=19,6 ∴ v (2) = 19,6 m/s

É fácil observar que, se a pedra foi deixada cair de uma altura de 50 m, ou seja, 50 m
acima do solo, significa que a pedra chegará no solo quando s (t1) = 50. Dessa forma,

s ( t1) = 4, 9 ⋅ ( t1) = 50
2

50
( t1) ⇒ ( t1) = 10, 2040 ⇒ t1 = 10, 2040 ⇒ t1 = 3,19 s
2 2
=
4, 9

Para saber a velocidade, basta substituir t = t1 = 3,19 s em v (t) = 9,8 · t

v (3,19) = 9,8 · 3,19 = 31,262 ∴ v (3,19) ≅ 31,3 m/s

ATENÇÃO
Dessa forma, pedimos cuidado e atenção! Observe que essa pedra atingirá o solo em
3,19 s com uma velocidade maior que 31 m/s2 ... Pode machucar se acertar algum ser vivo
ou danificar outros objetos!

Novamente, relembrando ensinamento do Ensino Médio, aprendemos que a


∆s
aceleração média é a divisão da velocidade pelo tempo decorrido, ou seja, a m = .
∆t
Mas, observe que, a aceleração média é uma grandeza que depende de dois instan-
tes de tempo: tempo inicial (ti) e tempo final (tf ).

∆v ( t i , t f ) v (tf ) − v (ti )
am ( t i , t f ) = = , ∀t i , t f ∈ Dom s ( t ) 
∆t tf − ti

capítulo 1 • 11
Dessa forma, chamando ti = t e tf = t + Δt temos que a aceleração escalar média
entre os instantes ti e tf é o quociente

∆v v ( t + ∆t ) − v ( t )
am = =
∆t ∆t

O limite dessa função no ponto t, ou seja, com Δt tendendo a 0 (t e t + Δt


pertencentes ao domínio da função v = v (t)) é igual à aceleração escalar do móvel
no instante t. Portanto apresentamos a seguinte definição.

•  Definição 2: Se v = v(t) é uma função horária da velocidade, então a acele-


ração instantânea da partícula no instante t será a(t), onde:

∆v v ( t + ∆t ) − v ( t )
a ( t ) = lim = lim
∆t →0 ∆t ∆t → 0 ∆t

caso esse limite exista.

EXEMPLO
2. Retomando o exemplo 2, calcule a expressão da aceleração em função do tempo, ou
seja, a = a (t).

Solução:
A expressão da velocidade em função do tempo encontrada no exemplo 1 é v(t)=9,8.t.
Dessa forma,

∆v v ( t + ∆t ) − v ( t ) 9, 8 ⋅ ( t + ∆t ) − 9, 8 ⋅ t
a ( t ) = lim = lim = lim
∆t →0 ∆t ∆t →0 ∆t ∆t →0 ∆t
9, 8 ⋅ t + 9, 8 ⋅ ∆t − 9, 8 ⋅ t
a ( t ) = lim
∆t →0 ∆t
9, 8 ⋅ t + 9, 8 ⋅ ∆t − 9, 8 ⋅ t 9, 8 ⋅ ∆t 9, 8 ⋅ ∆t
a ( t ) = lim = lim = lim = 9, 8 ∴ a ( t ) = 9, 8
∆t →0 ∆t ∆t →0 ∆t ∆t →0 ∆t

Portanto, a = a (t) = 9,8m/s2 que é o mesmo valor da aceleração da gravidade apresen-


tada no início do exemplo 1.
3. Uma partícula move-se ao longo de uma linha reta de acordo com a equação do movi-
mento, em unidades do SI, s = t2 – 12t + 36.

capítulo 1 • 12
Determine os intervalos de tempo quando a partícula se move para a direita, quando se
move para a esquerda e o instante em que a partícula inverte o seu sentido.
Analise também o comportamento da velocidade e da aceleração.

Solução:

s = s (t) = t2 – 12t + 36

Em relação a velocidade, temos:

s ( t + ∆t ) − s ( t ) ( t + ∆t ) − 12. ( t + ∆t ) + 36 − ( t2 − 12t + 36 )
2
v ( t ) = lim = lim 8
∆t →0 ∆t ∆t →0 ∆t
t2 + 2 ⋅ t ⋅ ∆t + ∆t2 − 12 ⋅ t − 12 ⋅ ∆t + 36 − t2 + 12 ⋅ t − 36
v ( t ) = lim
∆t →0 ∆t

Observe que t2 – t2 = 0, –12 t + 12 t = 0, 36 – 36 = 0. Sendo assim,

t2 + 2 ⋅ t ⋅ ∆t + ∆t2 − 12 ⋅ t − 12 ⋅ ∆t + 36 − t2 + 12 ⋅ t − 36
v ( t ) = lim
∆t →0 ∆t
2 ⋅ t ⋅ ∆t + ∆t2 − 12 ⋅ ∆t
v ( t ) = lim
∆t →0 ∆t

Agora, perceba que podemos colocar o Δt em evidência. Dessa forma,

∆t ⋅ ( 2 ⋅ t + ∆t − 12 )
v ( t ) = lim
∆t →0 ∆t

Como Δt ≠ 0, podemos simplificar (ou “cortar”) a expressão Δt do numerador com a do


denominador. Dessa forma,

∆t ⋅ ( 2 ⋅ t + ∆t − 12 )
v ( t ) = lim = lim 2 ⋅ t + ∆t − 12 = 2t − 12 ∴ v ( t ) = 2 ⋅ t − 12
∆t →0 ∆t ∆t →0

Em relação a aceleração, temos:

v ( t + ∆t ) − v ( t ) 2 ⋅ ( t + ∆t ) − 12 − ( 2t − 12 )
a ( t ) = lim = lim
∆t →0 ∆t ∆t →0 ∆t
2 ⋅ t + 2 ⋅ ∆t − 12 − 2 ⋅ t + 12
a ( t ) = lim
∆t →0 ∆t

capítulo 1 • 13
Observe que 2 · t – 2 · t = 0 e –12 + 12 = 0.

2 ⋅ ∆t
a ( t ) = lim
∆t →0 ∆t

Além disso, como Δt ≠ 0, podemos simplificar (ou “cortar”) a expressão Δt do numerador


com a do denominador. Dessa forma,

2 ⋅ ∆t
( t ) = ∆lim = lim 2 = 2 ∴ a ( t ) = 2
t →0 ∆t ∆t →0

Vamos observar o comportamento dessas funções espaço, velocidade


e aceleração.
Primeiro representamos na figura 1.1 o gráfico da função deslocamento (espa-
ço), s (t)= t2 – 12t + 36, para que possamos analisar o seu comportamento.
Observe na Figura 1 que quando t = 0 s (início do movimento) a partícu-
la encontra-se na posição s = 36 m. A medida que o tempo avança, a partícula
desloca-se de forma contrária ao sentido definido como positivo, chegando em
s = 0 m, no instante t = 6 s. A partir desse instante, passa a seguir no sentido posi-
tivo do movimento, retornando a posição s = 36 m, no instante t = 12 s.
S(m)

35

30

25

20

15

10

0 t(s)
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Figura 1.1  –  Gráfico da função deslocamento (espaço).

capítulo 1 • 14
Podemos também representar o comportamento desse movimento, con-
forme a figura 1.2, destacando a posição da partícula para os instantes de tem-
pos desejados.
S = 36 S=0 S = 36 Posição (m)

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Tempo (s)

Figura 1.2  –  Deslocamento em função do tempo.

Podemos concluir, em relação ao deslocamento, que nos seis primeiros se-


gundos a partícula desloca-se para a esquerda e nos próximos seis segundos para a
direita, retornando à posição na qual estava no início do movimento.
Agora, vamos analisar os gráficos das funções velocidade (v(t)= 2 · t – 12) e
aceleração (a (t) = 2).

10
2
5 a
5 10
0 0 2 4 6 8 10 12
–5
–2
–10
v

Figura 1.3  –  Gráficos das funções: Velocidade em (a) e aceleração em (b).

Para a função velocidade é fácil observar que t = 6 é raiz (ou zero) da função,
ou seja, para esse valor temos que v (6) = 0. Além disso, fazendo o estudo do sinal
algebricamente ou analisando o gráfico, figura 1.3 (a), percebemos que v (t) < 0
para t < 6 e v (t) > 0 para t > 6.
Já em relação a aceleração, ela é constante e igual a 2 durante todo o movi-
mento estudado.
Como a aceleração é maior que zero, ou seja, positiva, ocorreu um aumento
da velocidade com o passar do tempo. Além disso, podemos ampliar a análise
conforme apresentado na tabela 1.1.

capítulo 1 • 15
TEMPO VELOCIDADE ACELERAÇÃO CONCLUSÃO
•  Como v (t) < 0 e a (t) > 0, ou
seja, a velocidade e a aceleração
tem sinais contrários, o movi-
t<6 v (t) < 0
mento é retardado.
•  A partícula move-se para a
esquerda.

•  A partícula está invertendo o


t=6 v (t) = 0 a (t) > 0 seu sentido do movimento da
esquerda para a direita.

•  Como v (t) > 0 e a (t) > 0, ou


seja, a velocidade e a aceleração
tem o mesmo sinal, o movimento
t>6 v (t) > 0
é acelerado.
•  A partícula move-se para a
direita.

Tabela 1.1  –  Conclusão da análise do movimento.

EXEMPLO
4. Encontre, usando a definição de limite, as expressões das funções horárias de v e de a
(velocidade e aceleração), em unidades do SI, de uma partícula que obedece a função horária
s (t) = t3 + 5 t.

Solução:
s ( t + ∆t ) − s ( t ) v ( t + ∆t ) − v ( t )
Basta encontrar os limites v ( t ) = lim e a ( t ) = lim
∆t → 0 ∆t ∆t → 0 ∆t
( t + ∆t )3 + 5 ⋅ ( t + ∆t ) − ( t3 + 5t )
v ( t ) = lim
∆t → 0 ∆t

Antes de prosseguir vamos pontuar assuntos que os alunos das disciplinas dos Cálculos I
(e outras denominações), devem estudar: fatoração e produtos notáveis... Fica a dica!

t 3 + 3 ⋅ t2 ⋅ ∆t + 3 ⋅ t ⋅ ∆t2 + ∆t 3 + 5 ⋅ t + 5 ⋅ ∆t −t 3 − 5 ⋅ t
v ( t ) = lim
∆t → 0 ∆t

capítulo 1 • 16
Observe que t3 – t3 = 0 e 5 · t – 5 · t = 0.

3 ⋅ t2 ⋅ ∆t + 3 ⋅ t ⋅ ∆t2 + ∆t 3 + 5 ⋅ ∆t
v ( t ) = lim
∆t → 0 ∆t
∆t ⋅ ( 3 ⋅ t + 3 ⋅ t ⋅ ∆t + ∆t2 + 5)
2
v ( t ) = lim
∆t → 0 ∆t

Além disso, como Δt ≠ 0, podemos simplificar (ou “cortar”) a expressão Δt do numerador


com a do denominador. Dessa forma,

∆t ⋅ ( 3 ⋅ t2 + 3 ⋅ t ⋅ ∆t + ∆t2 + 5)
v ( t ) = lim
∆t → 0 ∆t
v ( t ) = lim 3t2 + 3 ⋅ t ⋅ ∆t + ∆t2 + 5 ∴ v ( t ) = 3 ⋅ t2 + 5
∆t → 0

Considerando agora que v (t)=3 · t2 + 5

3 ⋅ ( t + ∆t ) + 5 − ( 3 ⋅ t2 + 5)
2
v ( t + ∆t ) − v ( t )
a ( t ) = lim = lim
∆t → 0 ∆t ∆t → 0 ∆t
3 ⋅ ( t + 2 ⋅ t ⋅ ∆t + ∆t ) + 5 − 3 ⋅ t − 5
2 2 2
a ( t ) = lim
∆t → 0 ∆t
3 ⋅ t2 + 6 ⋅ t ⋅ ∆t + 3 ⋅ ∆t2 + 5 −3 ⋅ t2 − 5
a ( t ) = lim
∆t → 0 ∆t

Observe que 3 · t2 – 3 · t2 = 0 e 5 – 5 = 0.

3t2 + 6 ⋅ t ⋅ ∆t + 3 ⋅ ∆t2 + 5 −3 ⋅ t2 − 5 6 ⋅ t ⋅ ∆t + 3 ⋅ ∆t2


a ( t ) = lim = lim
∆t → 0 ∆t ∆t → 0 ∆t
∆t ⋅ ( 6 ⋅ t + 3 ⋅ ∆t )
a ( t ) = lim
∆t → 0 ∆t

Além disso, como Δt ≠ 0, podemos simplificar (ou “cortar”) a expressão Δt do numerador


com a do denominador. Dessa forma,

∆t ⋅ ( 6 ⋅ t + 3 ⋅ ∆t )
a ( t ) = lim = lim 6 ⋅ t + 3 ⋅ ∆t ∴ a ( t ) = 6 ⋅ t
∆t → 0 ∆t ∆t → 0

Por fim, note que nos três exemplos apresentados, encontramos expressões
para calcular os valores da velocidade e aceleração, dada uma equação do movi-
mento (deslocamento) e função de t. Dessa forma, se quisermos saber seus valores

capítulo 1 • 17
para um determinado ponto t0, basta substituir t pelo valor desejado, ou seja,
t = t0, desde que t0 pertence ao domínio das respectivas funções deslocamento,
velocidade e aceleração.
Você já deve ter percebido que estamos utilizando (e utilizamos muito, mes-
mo que conceitualmente), esse limite específico. De tão utilizado, tão comum e
importante, o definiremos de uma forma e com um nome especial.

•  Definição 3: Seja f: ]a, b[⊂ R → R com c ∈ ]a, b[, dizemos que f é derivável
em c se existir e for finito o limite
f ( x ) − f (c)
lim
x →c x −c

O chamaremos de derivada de f(x) no ponto c e o representaremos por:


d df
f ′(c) = f ( c )  = ( c ) = y ′ ( c )
dx dx

Em outras palavras, a derivada de uma função f(x) no ponto c será dada por:
f ( x ) − f (c)
f ′ ( c ) = lim
x →c x −c

Como x≠c podemos escrever x = c + Δx

" x → c " é equivalente a " ∆x → 0 "


e concluir que 
 ∆x = x − c
Dessa forma, podemos escrever que:
f ( c + ∆x ) − f ( c )
f ′ ( c ) = lim
∆x → 0 ∆x

A derivada como taxa de variação

Vamos tomar duas funções, comuns na Educação Básica, de exemplo:


f (x) = 3x + 3 e g (x) = x2 – 4. A taxa de variação de uma função f num certo inter-
valo [a, b] é o número Tv dado por:
f ( b) − f ( a )
Tv =
b−a

capítulo 1 • 18
g
18
16
14
12
10
8
6
4
2

–5 –4,5 –4 –3,5 –3 –2,5 –2 –1,5 –1 –0,5 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5
–2
–4
f

Figura 1.4  –  Gráficos das funções f (x) = 3x + 3 (em laranja) e g (x) = x2 – 4 (em azul).

Vamos analisar a sua taxa de variação, por exemplo, no intervalo [–2, 0]

TAXA DE VARIAÇÃO POSITIVA TAXA DE VARIAÇÃO NEGATIVA


f ( x ) = 3x + 3 g ( x ) = x2 − 4
f (b ) − f ( a ) f ( 0 ) − f ( −2 ) 3 − ( −3) g (b ) g ( a ) g ( 0 ) g ( −2 ) −4 0
Tv = = = Tv = = =
b−a 0 − ( −2 ) 0+2 b a 0 ( −2 ) 0+2
6 −4
Tv = = 3∴Tv = 3 > 0 Tv = = −2 ∴ Tv = −2 < 0
2 2

Podemos afirmar que, nesse intervalo, a


Podemos afirmar que, nesse intervalo, a cada uma unidade de variação no valor de
cada uma unidade de variação no valor de x, o valor da função g (x), ou seja, o valor
x, o valor da função f (x), ou seja, o valor do y, diminui em média 2 unidades.
do y, aumenta em média 2 unidades. A função é crescente nesse intervalo. A
função é decrescente nesse intervalo.

Mas, cuidado!
Observe esse caso, vamos calcular a taxa de variação da função g (x)= x2 – 4
no intervalo [–2, 2].
g ( b ) g ( a ) g ( 2 ) g ( −2 ) 0 0 0
Tv = = = = = 0 ∴ Tv = 0
b a 2 ( −2 ) 2+2 4

capítulo 1 • 19
Isso pode acontecer em duas situações:
I. Num intervalo onde a função é constante;
II. Num intervalo onde a função cresce o mesmo tanto que decresce.

Essas duas situações podem ser consolidadas nas funções que tem o mesmo
valor no início e no final do intervalo.
Com base nessa breve recordação podemos resumir a ideia da taxa de variação
de uma função f no intervalo [a, b] da seguinte forma:
A taxa de variação é a variação média (aumento ou diminuição) de uma fun-
ção num determinado intervalo. E ainda, se:

A função aumenta de valor. E quanto


Tv > 0 maior T, mais expressivo é este aumento.

A função diminui de valor. E quanto me-


Tv < 0 nor T, mais expressivo é o decréscimo.

A função tem o mesmo valor no início e


Tv = 0 no final do intervalo, ou seja, a variação
final é nula.

Agora podemos ampliar o nosso conceito de derivada associada a uma taxa de


variação. Vimos que:
f ( x ) − f (c)
f ′ ( c ) = lim
x →c x −c

Como x ≠ c, podemos escrever que x = c + Δx ⇒ x – c = Δx.


∆f f ( c + ∆x ) − f ( c )
Ou seja, f ′ ( x ) = lim ou ainda, f ′ ( c ) = lim , caso esse li-
∆x →0 ∆x ∆x →0 ∆x
mite exista e seja finito. Portanto, a derivada é a taxa de variação pontual de uma
função, ou seja, numa determinada vizinhança do valor x = c, ou ainda, é a taxa de
variação Tv num intervalo [c – h, c + h] ⊂ D (f ), com h > 0, sendo, este intervalo,
centralizado em c.

Sabendo que a derivada é uma taxa de variação, fica mais fácil de entender e
interpretar o significado por trás da definição.

capítulo 1 • 20
Existe uma vizinhança de c em que f é
f' (c) > 0 crescente.

Existe uma vizinhança de c em que f é


decrescente. Quanto maior |f' (a)|, mais
f' (c) < 0 expressiva é a variação da função em tor-
no de a.

A função não é crescente, nem decres-


f' (c) = 0 cente em c.

Para finalizar esse conceito, observe a tabela 1.2. Nela apresentamos uma asso-
ciação entre algumas funções e a derivada como taxa de variação.

FUNÇÃO DERIVADA
Posição Velocidade

Velocidade Aceleração

Aceleração Aceleração da aceleração

Preço Inflação

População Crescimento populacional

Figura 1.5  –  Funções e suas derivadas (taxa de variação).

EXEMPLO
5. A função f (x) = 3x4 é derivável em todos os pontos de R.

Solução:
Aplicando a definição de derivada, vamos calcular o limite para c ∈ R.

f ( x ) − f (c ) 3x4 − 3c4 3 ⋅ ( x 4 − c4 )
f′ ( c ) = lim = lim = lim
x →c x−c x →c x−c x →c x−c
3 ⋅ ( x − c ) ⋅ ( x 3 + x 2 ⋅ c + x ⋅ c2 + c 3 ) x−c
f′ ( c ) = lim = lim ⋅ 3 ⋅ ( x 3 + x 2 ⋅ c + x ⋅ c2 + c 3 )
x →c x−c x →c x − c

f′ ( c ) = lim 3 ⋅ ( x3 + x2 ⋅ c + x ⋅ c2 + c3 ) = 3 ⋅ ( c3 + c2 ⋅ c + c ⋅ c2 + c3 ) = 3 ⋅ 4 ⋅ c3 = 12c3
x →c
f′ ( c ) =12c3 , ∀c ∈ 

capítulo 1 • 21
Toda função derivável é contínua. Porém, nem toda função contínua é derivável. Observe
os próximos exemplos.

6. A função f ( x ) = 3 x não é derivável em c = 0.


Solução: Aplicando a definição de derivada, vamos calcular o limite para c = 0.
1
f ( x ) − f (0) 3
x −0 3
x x3
f′ ( 0 ) = lim = lim = lim = lim
x →0 x−0 x →0 x − 0 x →0 x x →0 x

1
1 2
x3 −1 − 1 1
Uma simples manipulação algébrica nos leva a concluir que = x3 = x 3 = 2 = 3
x x2
x3
1
f′ ( 0 ) = lim 3
x →0 x2

1 1
Como lim− = lim = +∞ , temos que f' (0)= +∞. Logo, f ( x ) = 3 x não é deri-
x →0 3
x 2 x → 0+ 3 x 2
vável em c = 0. Entretanto, observe que, para todo c ≠ 0, existirá f’ (x). Dessa forma, veremos

mais a frente (pela aplicação das regras de derivação), que a derivada de f ( x ) = 3 x será

dada por
d 3
dx
( ) 1
x = 3 , ∀x ≠ 0 (observe a figura 1.6).
3 x2
+∞

–16 –14 –12 –10 –8 –6 –4 –2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18


Figura 1.6  –  Gráfico da função
d
dx
( x ) = 3 1x
3
3 2
(derivada de f ( x ) = 3 x ).

7. A função f (x) = |x| não é derivável em c = 0.

capítulo 1 • 22
Solução:
Aplicando a definição de derivada, vamos calcular o limite para c = 0.

x−0 x
f′ ( 0 ) = lim = lim
x →0 x − 0 x →0 x

x x x x
Como lim− = lim− = −1 e lim+ = lim+ = 1, temos que não existe f' (0), pois
x →0 x x →0 − x x →0 x x →0 x
os limites laterais são diferentes. Logo, f (x) = |x| não é derivável em c = 0. Entretanto, obser-
ve que, para todo c ≠ 0, existirá f' (x).

 x, ∀x tal que x > 0


f (x) = x = 
− x, ∀x tal que x < 0
1, ∀x tal que x > 0
f′ ( x ) = 
−1, ∀x tal que x < 0

1
0,8
0,6
0,4
0,2

–4 –3,5 –3 –2,5 –2 –1,5 –1 –0,5 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5


–0,2
–0,4
–0,6
–0,8
–1

d 1, ∀x tal que x > 0


Figura 1.7  –  Gráfico da função
dx
( x ) = −1, ∀x tal que x < 0 (derivada de f (x) = |x|).

Interpretação geométrica

Veremos, na sequência das figuras 1.8 a 1.12, a interpretação geométrica da


derivada. Essa interpretação tem início observando o gráfico de uma função qual-
quer f(x) e o de uma reta r = AB . Especificamente, a reta escolhida é secante ao
gráfico dessa função.

capítulo 1 • 23
ATENÇÃO
Recordando:
•  Uma reta (ou “linha”) secante a uma curva é qualquer reta que cruze dois ou mais dos
seus pontos.
•  Uma reta (ou “linha”) tangente é aquela que tem um único ponto em comum com uma
curva (chamamos de ponto de tangência).

Observe na figura 1.8 que essa reta r, secante ao gráfico de f (x), intercepta-o
nos pontos (a,f (a)) e (b, f (b)). Mesmo sem saber as expressões algébricas da fun-
ção e da reta, podemos afirmar, pelo gráfico, que o coeficiente angular (inclinação)
da reta é negativo, ou seja, menor que zero, pois, a reta é decrescente para todo x
real.

f(b)–f(a) = –1.3997

fa A
–0.19997
1 Reta tangente no ponto A
fb B

a b
b–a = 6.9998
f(b) – f(a) –1.3997
Inclinação da reta secante AB: = = –0.19997
b–a 6.9998
a = 2.0000
b = 8.9998
f(a) = 3.2000
f(b) = 1.8003

Figura 1.8  –  Gráfico de uma função (em amarelo) cortada por uma reta secante (em verde).

Na figura 1.9 acrescentamos a reta t (em vermelho), tangente ao gráfico de


f (x) no ponto A. Note que, nesse caso, a reta tangente tem inclinação crescente,
ou seja, o seu coeficiente angular é positivo (maior que zero).

capítulo 1 • 24
f(b)–f(a) = –1.3997

fa A
–0.19997
1 Reta tangente no ponto A
fb B

a b
b–a = 6.9998
f(b) – f(a) –1.3997
Inclinação da reta secante AB: = = –0.19997
b–a 6.9998
a = 2.0000
b = 8.9998 Inclinação da reta tangente no ponto A: 1.2000
f(a) = 3.2000
f(b) = 1.8003

Figura 1.9  –  Acrescentado a reta tangente ao gráfico no ponto (a, f (a)) (em vermelho).

Você já deve ter observado que podem existir várias, na verdade infinitas, retas
secantes a um gráfico passando pelo ponto A. Entretanto, observe que a reta tangen-
te a um gráfico num ponto é única. Dessa forma, vamos tentar determinar a inclina-
ção dessa reta tangente ao gráfico dessa função f (x). Para isso, precisamos encontrar
uma forma de coincidir essa reta r, secante ao gráfico, com a reta tangente t. Nessa
situação poderemos usar o coeficiente da reta tangente como o da seta secante.
Para atingir nosso objetivo, vamos tentar fazer a = b. Portanto, a partir de ago-
ra, o nosso objetivo é aproximar o valor de b ao valor de a (figuras 1.10 a 1.12), ou
seja, fazer o valor de b tender ao de a.

B
fb
f(b)–f(a) = 1.3760
fa A 0.30879
1 Reta tangente no ponto A

a b
b–a = 4.4561
f(b) – f(a) 1.3760
Inclinação da reta secante AB: = = 0.30879
b–a 4.4561
a = 2.0000
b = 6.4561 Inclinação da reta tangente no ponto A: 1.2000
f(a) = 3.2000
f(b) = 4.5760

Figura 1.10  –  Aproximando o valor de b ao de a (b tendendo a a, ou seja, x = b → a).

capítulo 1 • 25
fb B

f(b)–f(a) = 1.8000
fa A 0.60026
1 Reta tangente no ponto A

a b
b–a = 2.9987
f(b) – f(a) 1.8000
Inclinação da reta secante AB: = = 0.60026
b–a 2.9987
a = 2.0000
b = 4.9987 Inclinação da reta tangente no ponto A: 1.2000
f(a) = 3.2000
f(b) = 5.0000

Figura 1.11  –  Aproximando o valor de b ao de a (b tendendo a a, ou seja, x = b → a).

fb B
f(b)–f(a) = 0.98784
fa A 1.0030
1 Reta tangente no ponto A

a b
b–a = 0.98486
f(b) – f(a) 0.98784
Inclinação da reta secante AB: = = 1.0030
b–a 0.98486
a = 2.0000
b = 2.9849 Inclinação da reta tangente no ponto A: 1.2000
f(a) = 3.2000
f(b) = 4.1878

Figura 1.12  –  Aproximando o valor de b ao de a (b tendendo a a, ou seja, x = b → a).

Você deve ter observado que, ao aproximar o valor de b ao de a, em nos-


so exemplo, estamos aproximando a reta secante r da reta tangente t. Veja, na
figura 1.13, que ao igualar a e b, ou seja, quando a = b, a reta secante deixa de
existir, pois nesse ponto existe apenas a tangência a curva no ponto (a, f (a)). Dessa
forma, podemos imaginar (ou considerar) que a reta secante s é coincidente a reta
tangente t e, nessas condições, podemos supor que o coeficiente da reta tangente t
e a mesma da reta secante r = AB .

capítulo 1 • 26
f(b)–f(a) = 0.0000
fb A
fa B
Reta tangente no ponto A

ab
b–a = 0.0000
f(b) – f(a) 0.0000
Inclinação da reta secante AB: = =?
b–a 0.0000
a = 2.0000
b = 2.0000 Inclinação da reta tangente no ponto A: 1.2000
f(a) = 3.2000
f(b) = 3.2000

Figura 1.13  –  Valor de b igual ao de a (x = b = a) – Somente reta tangente.

Entretanto, observe que temos uma indeterminação a ser resolvida, ao tentar


calcular a inclinação (ou coeficiente angular) da reta secante quando a = b

f ( b) − f ( a ) 0
= (indeterminação)
b−a 0

Esse fato gera um impasse, ou seja, quero calcular a inclinação da reta tan-
gente, baseada na aproximação da reta secante, ao aproximar o valor de b ao do a.
Entretanto, o cálculo desse valor gera uma indeterminação!
Antes de prosseguir o estudo desse material, vamos avaliar a situação: consi-
derando o que iniciamos a estudar, ou seja, considerando o conceito de derivada,
você vislumbra alguma forma de resolver esse impasse? Ou seja, como podemos
determinar a inclinação da reta tangente?
Se você pensou em utilizar o conceito de derivada, calculada utilizando o
limite da função f(x) quando x tende a, você acertou!
Dessa forma, seja a reta t, tangente a curva f(x), com m, n ∈ R tal que:
m : coeficiente angular
t : mx + n o u t ( x ) = mx + n, onde 
 n : cooeficiente linear

capítulo 1 • 27
A inclinação da reta tangente a f (x) no ponto x = a, será a derivada de f (x)
em x = a, ou seja,
f ( a + ∆x ) − f ( a )
m = f ( a ) = lim
∆x → 0 ∆x

Com outras palavras, podemos observar, nas figuras 1.8 a 1.11, que o ângulo
α das retas secantes com a horizontal é:
f ( a + ∆x ) − f ( a )
m = f ( a ) = lim
∆x → 0 ∆x

Onde Δy e Δx são os catetos do triângulo retângulo que está representado


nas figuras.
Como b ≠ a, pois b está tendendo ao valor a, podemos assumir que, na figura
1.12, para a reta t, tangente a curva em x = a, também exista um pequeno triân-
gulo, nessas mesmas condições.

MULTIMÍDIA
Acesse pera ver a Interpretação Geométrica 1 (Geogebra) e Interpretação Geométrica
2 (IF/USP) da derivada.
•  <https://www.geogebra.org/m/GCDPTbUz>.
•  <http://ecalculo.if.usp.br/derivadas/popups/interp_geom.htm>.

Dessa forma, generalizando, a derivada de uma função f (x) no ponto x0,

f ( x ) − f ( x0 )
f ′ ( x 0 ) = lim
x → x0 x − x0

é igual ao coeficiente angular da reta tangente ao gráfico de f(x) no ponto de


abscissa x0, tg α = f' (x0).
De maneira prática, quando queremos a equação da reta tangente t ao gráfico
de uma função f (x) no ponto (x0, y0), em que f (x) é derivável no ponto x0, basta
fazer y0 = f (x0) e m=f' (x0). A equação da reta t será dada por.

y – y0 = f ’ (x0) · (x – x0)

capítulo 1 • 28
EXEMPLO
8. Qual a equação da reta tangente ao gráfico da função y = x2 em x = 2?

Solução:
Basta fazer y0 = f (x0) e m=f' (x0).

y 0 = f( x0 ) ⇒ y 0 = f ( 2 ) = 22 = 4 ∴ y 0 = 4
f ( x0 + ∆x ) − f ( x0 ) f ( 2 + ∆x ) − f ( 2 )
m = f′( x0 ) = lim ⇒ m = f′ ( 2 ) = lim
∆x → 0 ∆x ∆x → 0 ∆x
(2 + ∆x )2 − 22 4 + 4 ⋅ ∆x + ∆x2 − 4 4 ⋅ ∆x + ∆x2
m = f′ ( 2 ) = lim = lim = lim
∆x → 0 ∆x ∆x → 0 ∆xx ∆x → 0 ∆x

Podemos colocar o ∆x em evidência no numerador e, como ∆x ≠ 0, na sequência, podemos


simplificar (ou “cortar”) a expressão ∆t do numerador com a do denominador. Dessa forma,

4 ⋅ ∆x + ∆x2 ∆x ⋅ ( 4 + ∆x ) ∆x ⋅ ( 4 + ∆x )
m = f′ ( 2 ) = lim = lim = lim = lim 4 + ∆x
∆x → 0 ∆x ∆x → 0 ∆x ∆x → 0 ∆x ∆x → 0

m = f′ ( 2 ) = lim 4 + ∆x ∴ m = f′ ( 2 ) = 4
∆x → 0

E, finalmente, a reta tangente é:

y – y0 = f’ (x0) · (x – x0)
y – 4 = 4 · (x – 2)

Podemos fazer algumas manipulações algébricas

y – 4 = 4 · (x – 2) ⇒ y – 4 = 4x – 8 ⇒ y = 4x – 8 + 4

E chegar a expressão da reta tangente

y = 4x – 4

capítulo 1 • 29
ATENÇÃO
No estudo de formas de equações da reta aprendemos várias maneiras de escrever a
equação de uma reta. Fiquem atentos a forma que for solicitada num exercício ou questão
da avaliação.
Se não for solicitada uma forma específica, você terá a liberdade de escolher a forma de
apresentar essa reta tangente.

Continuidade de uma função em um ponto

Este é um conceito fundamental no estudo do Cálculo Diferencial no estudo


das funções. Para iniciar, vamos revisar e consolidar a ideia de domínio de uma
função. Podemos dizer que o domínio de uma função y = f (x) é o conjunto dos
valores possíveis das abscissas (x) que satisfazem a expressão de f (x). Em outras
palavras, são os valores x que tornam válidos os valores f (x), ou seja, os valores
que garantem a sua condição de existência. Vamos exemplificar para auxiliar o
entendimento. Verifique o domínio das funções a seguir:
a) f (x) = x2 – 3
Note que, para qualquer valor de x que escolhermos, existe (ou podemos cal-
cular) o respectivo valor de y = f (x), ou seja, não existe restrição na escolha da
abscissa x.
Então, Dom [f (x)] = R (Conjunto dos números reais)

1
b) g ( x ) =
x
Note que, neste caso, existe uma restrição bem clara! Você já percebeu?
Não podemos dividir um número por zero. Dessa forma, não podemos esco-
lher o valor 0, para substituir no lugar do x.
Portanto, vamos dizer que existe uma Condição de Existência (C.E.) para g (x).
C.E. para g (x): x ≠ 0
Então, Dom [g (x)]= R – {0} (Conjunto dos números reais menos o elemento 0 : R*)

c) h (x) = x
Note que, neste caso, existe uma restrição bem clara! Você já percebeu?
Não podemos encontrar a raiz quadrada de números negativos. Dessa forma,
não podemos escolher um valor menor que 0, para substituir no lugar do x.

capítulo 1 • 30
Portanto, vamos dizer que existe uma Condição de Existência (C.E.) para h (x).
C.E. para h(x): x ≥ 0
Então, Dom [g (x)]= R+ (Conjunto dos números reais não negativos, ou seja,
todos os números positivos e o zero)

Sugerimos, para complementar, que seja feita uma revisão ampliada de domínio de fun-
ções em livros da Educação Básica (Ensino Médio).

Com o que vimos até o momento, podemos afirmar que se for conhecido o
valor de f (x) num determinado ponto, por exemplo em x = x0 podemos encon-
trar as variações de Δy, considerando uma variação Δx, a partir de x0, da seguin-
te forma:
I. Para x = x0, temos y0 = f (x0);
II. Para x = x0 +Δ x, temos y0 + Δy = f (x0 + Δx).
Isolando o Δy em II, temos:

Δy = f(x0 + Δx) – y0
Δy = f (x0 + Δx) – f (x0) (1)

E observe que se Δx tender a zero, f (x0 + Δx) tenderá a f (x0). Portanto, Δy


tenderá a zero. Em símbolos, calculando o limite na expressão (1)

lim ∆y = lim  f ( x 0 + ∆x ) − f ( x 0 ) 
∆x → 0 ∆x → 0

Perceba também que, f (x0 + Δx) – f (x0) → 0, quando Δx → 0 equivale dizer


que f (x0 + Δx) = f (x0). Portanto,

lim f ( x 0 + ∆x ) = f ( x 0 )
∆x → 0

Este fato caracteriza uma particularidade importante de função que denomi-


namos continuidade.

•  Definição 4: Dizemos que uma função f (x) é contínua em x0 se:


– A função deve estar definida em x0;
– Deve existir o limite de f (x) quando x → 0;
– O limite de f (x) quando x → x0 deve ser igual a f (x0).

capítulo 1 • 31
Ou, em símbolos:
f ( x 0 ) = L = lim f ( x 0 )
x → x0

CURIOSIDADE
Uma forma intuitiva de reconhecer a continuidade no gráfico é: "enquanto caminhamos
no domínio da função sem interromper temos que poder traçar o gráfico da função sem tirar
o lápis do papel".

EXEMPLO
9. Considere a função a seguir, para determinar se ela é contínua em x = 2

 x2 − x − 2
 , se x ≠ 2
f (x) =  x − 2
 1, se x = 2

Solucão:
Temos que testar as condições que garantem a continuidade.
I. f (x) está definida em x = 2 e f (2) = 1;
x2 − x − 2
II. lim f ( x ) = lim .
x →2 x →2 x −2

Aqui vamos resolver, fatorando o numerador:

x2 − x − 2 ( x − 2 ) ( x + 1)
lim = lim = lim x + 1 = 3
x →2 x −2 x → 2 x −2 x →2

x2 − x − 2
III. Entretanto, lim = 3 ≠ 1= f (2 )
x →2 x −2

Então, f (x) não é contínua em x = 2.

Derivadas laterais

A continuidade de uma função num ponto não implica (garante) na diferen-


ciabilidade da função neste ponto. Entretanto a diferenciabilidade implica conti-
nuidade, ou seja, se uma função tem derivada num ponto, ela é contínua.

capítulo 1 • 32
Teorema: Se a função f(x) é diferenciável em x_0, então f(x) é contínua em x_0.
Entretanto, a recíproca desse teorema não é verdadeira. Vamos introduzir o
conceito de derivada lateral. Como a derivada é um limite, a derivada lateral está
associada ao conceito de limite lateral.

Determinar derivadas laterais

Para determinar os limites laterais, calcularemos os limites à esquerda e à direi-


ta de x0. Quando existem, eles são, respectivamente, denominados derivada lateral
de f (x) à esquerda em x0

f ( x 0 + ∆x ) − f ( x 0 ) f ( x ) − f ( x0 )
f− ( x 0 ) = lim − ou f− ( x 0 ) = lim−
∆x → 0 ∆x x → x0 x − x0

e derivada lateral de f (x) à direita no ponto x0.

f ( x 0 + ∆x ) − f ( x 0 ) f ( x ) − f ( x0 )
f+ ( x 0 ) = lim + ou f+ ( x 0 ) = lim+
∆x → 0 ∆x x → x0 x − x0

Se ambos os limites existem e são iguais, dizemos que f (x) possui derivada no
ponto x0.

EXEMPLO
10. Considere a função a seguir, para determinar se ela é contínua em seu domínio e se
existe derivada em x = –4.

 x + 2 , se x ≤ −4
f (x) = 
− x − 6, se x > −4

Solução:
Essa é uma função definida por partes, dessa forma, precisamos analisar cada uma des-
sas partes, ou seja, para x ≤ –4, x = –4 e x > –4
É fácil observar que para x ≤ –4 e x > –4 não existe restrição, pois são duas funções
do primeiro grau (graficamente representadas por retas), sendo válidas (ou existentes) para
qualquer valor de x ∈ R. Além disso, o valor do limite de f (x) para cada um desses intervalos
é igual ao valor de f (x), fazendo atender a definição de continuidade (demonstrar/comprovar
esse resultado fica como exercício).

capítulo 1 • 33
Falta analisar o comportamento de f (x) para x = –4
I. f (x) está definida em x = –4 e f (–4) = –2;
II. lim f ( x ) = lim x + 2 = −2 ;
x → −4 x → −4
III. lim x + 2 = −2 = f ( −4 ) .
x → −4

Logo, f (x) é contínua em x = –4.


Para saber se existe a derivada em x = –4, precisamos calcular as derivadas laterais.
Aproximando pela esquerda

f ( −4 + ∆x ) − f ( −4 ) −4 + ∆x + 2 − ( −4 + 2 ) ∆x
f−’ ( −4 ) = lim = lim − = lim −
∆x → −4− ∆x ∆x → −4 ∆x ∆x → −4 ∆x

Como ∆x ≠ 0 podemos simplificar (ou “cortar”) ∆x do numerador e do denominador.

∆x
f−’ ( −4 ) = lim = lim 1 ∴ f−’ ( −4 ) = 1
∆x → −4− ∆x ∆x → −4−

Aproximando pela direita

f ( −4 + ∆x ) − f ( −4 ) − ( −4 + ∆x ) − 6 −  − ( −4 ) − 6 
f+’ ( −4 ) = lim = lim +
∆x → −4+ ∆x ∆x → −4 ∆x
− ∆x
f+’ ( −4 ) = lim
∆x → −4+ ∆x

Como ∆x ≠ 0 podemos simplificar (ou “cortar”) ∆x do numerador e do denominador.

− ∆x −1
ff+’ ( −4 ) = lim = lim = lim − 1 ∴ f+’ ( −4 ) = −1
∆x → −4+ ∆x ∆x → −4+ 1 ∆x → −4+

Como as derivadas laterais são diferentes

f−’ ( −4 ) = 1 ≠ −1 = f+’ ( −4 )

f (x) não tem derivada em x = –4.

capítulo 1 • 34
Identificar e determinar graficamente as derivadas laterais

Por exemplo qual a equação da reta tangente ao gráfico da função y = x2 em x = 2?


Basta fazer y0 = f (x0) e m = f' (x0).

Analisar graficamente a existência da derivada em um ponto

Vimos nesse capítulo que, do ponto de vista geométrico, a derivada resolve o


problema da determinação da reta tangente a uma curva num ponto, onde anali-
saremos o que acontece no entorno (vizinhança) desse ponto. Em outras palavras,
perceba que a existência da derivada de uma função y = f (x) num ponto x0, está
associado a uma simples ideia de conseguir “apoiar” uma única reta tangente ao
gráfico dessa função no ponto de coordenada (x0, y0). Observe o gráfico referente
ao exemplo 8, correspondente a função e perceba que não é possível apoiar uma
reta tangente em x = –4
 x + 2 , se x ≤ −4
f (x) = 
− x − 6, se x > −4

–8 –6 –4 –2 0 2 4 6 8
–2

–4

–6

–8

Figura 1.14  –  Gráfico da função f (x), definida por partes.

Portanto, a derivabilidade equivale à possibilidade de se apoiar uma reta tan-


gente em cada ponto da curva.

capítulo 1 • 35
ATIVIDADES
01. Usando a definição de derivada, encontre as expressões das equações horárias da velo-
cidade e aceleração, em unidades do SI, respectivamente, v (t) e a (t). Depois, determine seus
valores para o valor particular dado de t0.
a) s = 3t2 + 1; t0 = 3
1 1
=
b) s = ; t0
4t 2

02. Se o lado de um quadrado aumentar 3%, qual será o aumento aproximado da área
do quadrado?

03. Encontre, para cada caso, as equações das retas tangente e normal a curva, no pon-
to dado.
a) y = x2 – 4x + 3, em x = 4
b) y = y = x − 3 , em x = 5

04. Determine se as funções a seguir são contínuas.

x2 − 1
a) f (x) =
x2 + 1
x + 1 , se x <1
b) f (x) = 
2 − x, se x ≥1

 x2 , 0 ≤ x ≤ 1
05. Calcule a derivada da função f( x ) =  em x = 1.
( x − 2 ) ,1< x ≤ 2
2

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Na Onda da Matemática. Playlist Cálculo I. Disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=5o3cOTZKCE4&list=PLfryS2M1zbkY5e72eB5fxm7vsW6K2Oafj>. Acesso em: 26 de maio
de 2018.
Fundamentos de matemática elementar, Vol 4, Gelson Iezzi, Samuel Hazzan. – 7. ed. – São Paulo,
Atual, 2004.
Fundamentos de matemática elementar, Vol 8, Gelson Iezzi, Carlos Murakami, Nilson José
Machado. – 6. ed. – São Paulo, Atual, 2005.

capítulo 1 • 36
LEITHOLD, Louis. O cálculo com geometria analítica. Vol. 1. ed. Harbra, São Paulo: 1994.
Custo. Disponível em: <https://hpdemat.apphb.com/Custo >. Acesso em: 20 de dezembro, às 21h.
Stewart, James. Cálculo, Volume I / James Stewart. – 5 ed. – Tradução Antonio Carlos Gilli Martins. –
São Paulo: Cengage Learning, 2008.

capítulo 1 • 37
capítulo 1 • 38
2
Técnicas de
derivação
Técnicas de derivação
O cálculo e a matemática estão presentes em tudo, ou seja, de alguma forma
direta ou indireta, utilizamos a matemática para resolver ou modelar um proble-
ma. Estudamos, no capítulo 1, uma parte da matemática onde apresentamos o
cálculo diferencial como a matemática dos movimentos e das variações. Onde
há movimento ou crescimento e onde forças variáveis agem produzindo acele-
ração, podemos empregar a matemática e, em especial, o cálculo diferencial e
integral (essa parte você estudará em breve). Portanto, podemos dizer que, com
o Cálculo Diferencial determinamos o quanto está variando uma grandeza em
relação à outra.
Ao fazer pesquisas históricas percebemos que, inicialmente, o cálculo diferen-
cial lidou com o problema de calcular taxas de variação. Ele permitiu que as pes-
soas definissem os coeficientes angulares de curvas, calculassem grandezas como
a velocidade e a aceleração de corpos em movimento. Com a ajuda do cálculo foi
possível, por exemplo, prever quando planetas estariam mais próximos ou mais
distantes entre si etc.
Muito do conhecimento de várias ciências e, o conhecimento matemático,
tiveram grande evolução em tempos relacionados às guerras, tanto com a coleta de
informações e conhecimentos que os vitoriosos obtinham dos derrotados, quanto
na busca de um desenvolvimento maior que de seus adversários. Podemos exem-
plificar, por exemplo, com os estudos e pesquisas que ajudassem a determinar os
ângulos a que seus canhões deveriam ser disparados para obter o maior alcance.
Dentro desse contexto, daremos sequência ao estudo do cálculo diferencial
com os assuntos relacionados às técnicas de derivação.

OBJETIVOS
•  Deduzir as regras de derivação básicas;
•  Determinar derivadas a partir das regras de derivação básicas: regra da constante, regra
da potência, derivada do produto de uma constante por uma função, derivada de uma soma,
derivada de um produto, derivada de um quociente;
•  Determinar a derivada de funções compostas com o auxílio da regra da Cadeia.

capítulo 2 • 40
Você perceberá que essas fórmulas são suficientes para derivar qualquer função
elementar. Mais à frente, ainda nesse curso, aprenderemos a derivação de funções
nem tão elementares Demonstrações destas fórmulas podem ser obtidas em livros
de cálculo diferencial e integral
Vamos apresentar as regras de derivação com exemplos, mas deixamos aqui a
indicação de duas listas disponíveis na internet que gostamos bastante:
•  Derivadas, Integrais - Instituto Física da UFRGS (https://www.if.ufrgs.br/
tex/fisica-4/tab-integrais.pdf );
•  Derivadas, Integrais - UFABC (http://professor.pucgoias.edu.br/SiteDocente
/admin/arquivosUpload/17601/material/tabela-derivadas-e-integrais.pdf )

Apresentamos, no capítulo anterior, que o cálculo das derivadas pode ser feito
aplicando o limite

d f ( x + ∆x ) − f ( x )
f ( x )  = f ′ ( x ) = lim
dx ∆x → 0 ∆x

Todas as regras a seguir podem ser demonstradas utilizando essa definição de


derivada. Entretanto, alguns processos podem ficar extensos e cansativos, pelo
caminho da definição de derivada. Dessa forma, essas regras facilitaram e muito
o nosso trabalho.
Na nossa apresentação, vamos considerar f (x) e g (x) funções reais deriváveis
em R, c um número real de valor constante (c = cte ∈ R), n, m ∈ N*, (n é intei-
ro positivo).

ATENÇÃO
Nem todas as regras é de fácil memorização. E, na verdade, não recomendo tentar me-
morizar fazendo leitura da lista.
A dica é, ao resolver os exercícios, recorrer a lista para encontrar as respectivas deriva-
das. A medida que avançar na quantidade de questões (e, a princípio, quanto mais melhor) vai
“decorar” e ficar com menos dependência de olhar a lista de fórmulas/regras.

capítulo 2 • 41
Regras de derivação

Apresentamos, inicialmente, as três regras mais básicas da derivação.

EXEMPLO
Função 1
f (x) = c
•  Regra da Derivada
f' (x) = 0
•  Exemplo 1
f (x) = 6 ⇒ f' (x) = 0
•  Exemplo 2

df
f ( x ) = −2 ⇒ =0
dx

Função 2

f (x) = x
•  Regra da Derivada
f' (x) = 1
•  Exemplo 1
f (x) = x ⇒ f' (x) = 1

Função 3
f (x) = c · x
•  Regra da Derivada
f' (x) = c
•  Exemplo 1
f (x) = 10 · x ⇒ f' (x) = 10
•  Exemplo 2

df
f ( x ) = −3x ⇒ = −3
dx

A partir daí, seguiremos com mais algumas regras, ainda básicas.

capítulo 2 • 42
EXEMPLO
Função 4
f (x) = xn
•  Regra da Derivada
f' (x) = n · x(n – 1)
•  Exemplos/Aplicação
– Exemplo 1
f (x) = x2
f' (x) = 2 · x(2 – 1) = 2 · x1 = 2 · x
f (x) = x2 ⇒ f' (x) = 2 · x

– Exemplo 2
f (x) = x7

df
= 7 ⋅ x7−1 = 7 ⋅ x6 = 7 ⋅ x6
dx
df
f ( x ) = x7 ⇒ = 7 ⋅ x6
dx

Função 5

f (x) = x

Lembre-se que
1
x = x2

•  Regra da Derivada

Aplicando a regra 4, temos



 1  1 1 −1
f′ ( x ) =  x 21 ’ = ⋅ x 21
  2 1 −1
f′ ( x ) =  x 2  = ⋅ x 2
 1 2
1 −
f′ ( x ) = ⋅ x 21
2
1 −
f′ ( x ) = ⋅ x 2 1
2 1
−  1 2 1
Note que, x 21 =   1 =
− 
 x
1 
 2 1x
Note que, x 2 =   =
x
  x

capítulo 2 • 43
•  Aplicação
f (x) = x
1
f′ ( x ) =
2 x

Função 6
f ( x ) = n xm

Lembre-se que
m
n
xm = x n

•  Regra da Derivada

É uma generalização da regra 5


 m  m m −1
f′ ( x ) =  x n  = ⋅ x n

  n
m mn−n
f′ ( x ) = ⋅x
n

•  Exemplos/Aplicação
– Exemplo 1

f ( x ) = 3 x4
4 −3 1
4 4 3 4 3
f′ ( x ) = ⋅x 3 =
⋅x = ⋅ x
3 3 3
4
f ( x ) = 3 x 4 ⇒ f′ ( x ) = ⋅ 3 x
3

– Exemplo 2

f ( x ) = 5 x3
f ( x ) = 5 x3
3 −5 2
df 3 3 −5 3 1
= ⋅x 5 = ⋅ = ⋅ 2
dx 5 5 5
x5
df 3 1
= ⋅
dx 5 5 x2
df 3 1 3
f ( x ) = 5 x3 ⇒ = ⋅5 = 5
dx 5 x 2 5 x2

capítulo 2 • 44
Função 7
f (x) = c · g (x)

•  Regra da Derivada
f' (x) = c · g' (x)
•  Exemplos/Aplicação

– Exemplo 1
f (x) = 8x
f' (x) = 8 · [x]' = 8 · (1) = 8
f (x) = 8x ⇒ f' (x) = 8
– Exemplo 2

f ( x ) = 5x3
df
= 5 ⋅  x3  = 5 ⋅ ( 3 ⋅ x3−1)

dx
df
= ( 5 ⋅ 3) ⋅ x2 = 15 ⋅ x2
dx
df
f ( x ) = 5x3 ⇒ = 15 ⋅ x2
dx

Com as regras já apresentadas, podemos evoluir e começar a pensar em fun-


ções h(x) que são “combinações” (soma, subtração, multiplicação e divisão) de
outras funções, por exemplo, f (x) e g (x).

EXEMPLO
Função 8
h (x) = f (x) ± g (x)

•  Regra da Derivada
h' (x) = f' (x) ± g' (x)
•  Exemplos/Aplicação

– Exemplo 1
h (x) = x2 + 8x
h' (x)= [x2 ]' + [8x]'
h' (x) = 2(2 – 1) +8
h' (x) = 2x + 8

capítulo 2 • 45
– Exemplo 2

h ( x ) = x7 − 5x3
dh ’ ’
=  x7  − 5x3 
dx   
dh
= 7x7−1 − 5 ⋅ ( 3x3−1)
dx
dh
= 7x6 − 15x2
dx

Observe que a regra 8 é aplicada tanto para a soma de duas funções [h (x) = f (x) + g (x) ],
quanto para a diferença de duas funções [h (x) = f (x) – g (x)].

Função 9

h (x) = f (x) · g (x)

•  Regra da Derivada

h (x) = f' (x) · g (x) + f (x) · g' (x)


•  Exemplos/Aplicação

h (x) = (x2 + x) · (x3 – x2)


h' (x) = (x + x)' · (x3 – x2) + (x2 + x) · (x3 – x2)'
2

h' (x) = (2x + 1) · (x3 – x2) + (x2 + x) · (3x2 – 2x)

Aplicando a propriedade distributiva e fazendo as manipulações algébricas


h' (x) = 5x4 – x2

Função 10
f (x)
h( x ) =
g( x )

•  Regra da Derivada

f′ ( x ) ⋅ g ( x ) − f ( x ) ⋅ g′ ( x )
h( x ) = 2
g ( x ) 

capítulo 2 • 46
•  Exemplos/Aplicação

x +1
h( x ) =
x2x −+2
1x
h( x ) = 2
1)x ⋅ ( x2 − 2x ) − ( x + 1) ⋅ ( x2 − 2x )

x( x −+ 2

h′ ( x ) =
( x + 1)’ ⋅ ( x2 −2xx2 )−−2(xx+ 1) ⋅ ( x2 − 2x )
2 ’

h′ ( x ) =
(1) ⋅ ( x2 − 2x )−x2(−x 2+x1) ⋅ (2x − 2 )
2

( )
h′ x =
(1) ⋅ ( x2 − 2x)x2− −(2xx+1) ⋅ (2x − 2 )
2

h′ ( x ) = 2
x2 − 2x − (xx+ 21−) 2⋅ (x2x − 2 ) 
h′ ( x ) = 2
x2 − 2x − x2( x−+21x)⋅ ( 2x − 2 ) 
h′ ( x ) = 2
 x2 − 2x 

Aplicando a propriedade distributiva

x2 − 2x − 2x2 − 2x + 2x − 2 
h′ ( x ) = 2
 x2 − 2x 

E fazendo as manipulações algébricas

− x2 − 2x + 2
h′ ( x ) =
x4 − 4 x 3 + 4 x2

Derivadas de funções exponencial, logarítmica e trigonométricas

Mesmo não sendo obrigatório saber (ou lembrar) o comportamento das fun-
ções para determinação de sua derivada, acreditamos que pode ajudar, sob deter-
minados aspectos, na solução de exercícios futuros. Dessa forma, sugerimos essa
breve revisão sobre as funções exponencial, logarítmica, trigonométrica e trigono-
métrica inversa.
Essas regras são de aplicações diretas, sem muitos “rodeios” sendo, portanto,
fáceis de serem aplicadas.
Nas derivadas das funções exponenciais e logarítmicas devemos observar que
as regras (12 e 14) envolvendo o número irracional e, chamado de número nepe-
riano, são aplicações específicas das regras (11 e 13), respectivamente, regra geral
para a função exponencial e para a função logarítmica.

capítulo 2 • 47
EXEMPLO
Função 11
f (x) = ax

•  Regra da Derivada

f' (x) = ax · ln a
•  Exemplos/Aplicação

f (x) = 2x
f' (x) = 2x · ln 2

Função 12

f (x) = ex

•  Regra da Derivada

Aplicando a regra 11, temos


f' (x) = ex · ln e

Como ln e= loge e = 1, então


f' (x) = ex

•  Exemplos/Aplicação

f (x) = ex
f' (x) = ex

Função 13

f (x) = loga x

•  Regra da Derivada

1
f′ ( x ) = ⋅ loga e
x

Como

capítulo 2 • 48
loge e 1
=
logae =
loge a ln a

Podemos escrever

1
f′ ( x ) =
x ⋅ ln a

•  Exemplos/Aplicação

f ( x ) = log3 x
1
f′ ( x ) = ⋅ log3 e
x

Função 14

f (x) = ln x

•  Regra da Derivada

Como ln x= loge x
Podemos aplicar a regra 13

1
f′ ( x ) = ⋅ loge e
x

Como ln e= loge e = 1, então

1
f′ ( x ) =
x

•  Exemplos/Aplicação

f ( x ) = ln x
1
f′ ( x ) =
x

As regras das derivadas das funções trigonométricas para funções reais na va-
riável x são diretas e, por si só, aplicações das regras.

capítulo 2 • 49
FUNÇÃO REGRA DA DERIVADA
15 f (x) = sen x f' (x) = cos x

16 f (x) = cos x f' (x) = –sen x

17 f (x) = tg x f' (x) = sec2 x

18 f (x) = cotg x f' (x) = –cossec2 x

19 f (x) = sec x f' (x) = sec x · tg x

20 f (x) = cossec x f' (x) = cossec x · cotg x

1
21 f (x) =arc sen x f′ ( x ) =
1− x2

1
22 f (x) = arc cos x f′ ( x ) = −
1− x2

1
23 f (x) = arc tg x f′ ( x ) =
1+ x2

1
24 f (x) = arc cotg x f′ ( x ) = −
1+ x2

1
f (x) = arc sec x f′ ( x ) =
25 Com |x| ≥ 1
x⋅ x2 − 1
Com |x|> 1

1
f (x) = arc cossec x f′ ( x ) = −
26 Com |x| ≥ 1
x⋅ x2 − 1
Com |x|> 1

Acabamos de ver as fórmulas básicas da derivação de uma função. Antes de


prosseguir é fundamental que você as reveja e tente memorizar (aos poucos você
conseguirá) essas regras.

capítulo 2 • 50
A partir de agora, vamos introduzir essas mesmas regras para o que chamamos
de funções compostas. Mas, você lembra o que é uma função composta?
Uma função composta de duas funções f (x) e g (x) é uma função que utiliza
o conjunto imagem da primeira como conjunto domínio da segunda, formando
uma terceira função do tipo fog(x)= f [g (x)]

f g

g(x)

x f(g(x))

A B C

Figura 2.1  –  Diagrama de função composta.

CONEXÃO
•  Para complementar o entendimento (revisão) de função composta, sugerimos que aces-
sem o link Função Composta - Instituto de Química/UNESP.
•  Acessem o link Função Composta. Nele é possível visualizar o comportamento de uma
função composta. Você pode, inclusive, alterar as funções para novas experiências.

Derivada de Funções Compostas

Dessa forma, ao derivar uma função composta, devemos considerar as duas fun-
ções, ou seja, a função externa (ou de fora) f e a função interna (ou de dentro) g.
Derivada da Derivada da
Função externa função externa função interna
( ou de fora ) ( ou de fora ) ( ou de dentro )

d  
f  g ( x )  = f  g ( x )  ⋅ g (x)
dx  
Calculada na Calculada na
função interna função interna
( de dentro ) ( de dentro )

capítulo 2 • 51
Que, em palavras, significa que a derivada de uma função composta é a de-
rivada da função externa (ou de fora) aplicada na função interna (ou de dentro)
multiplicada pela derivada da função interna (ou de dentro).

EXEMPLO
1. Calcule a derivada da função f (x) = (x2 – 2)3

Solução:
Perceba que f(x) pode ser escrita como uma função composta. Note que podemos cha-
mar de g(x) a expressão interna x2 – 2, ou seja, g (x) = x2 – 2. Então,

f (x) = (x2 – 2)3 ⇒ f [g (x)] = [g (x)]3

Observe que nenhuma das regras apresentadas pode ser utilizada para calcular a deriva-
da de f (x) = (x2 – 2)3. Dessa forma, para encontrar essa derivada, aplicaremos a derivada da
função composta, ou seja, {f [g (x)]}'

Derivada da Derivada da
Função externa função externa função interna
( ou de fora ) ( ou de fora ) ( ou de dentro )
d  
f g ( x )  = f’ g ( x )  ⋅ g ’ ( x )
dx  
Calculada na Calculada na
função interna função interna
( de dentro ) ( de dentro )

Derivada da
função externa
( ou de fora )


  Derivada da
Função externa   função interna
( ou
de fora )   ( ou

de dentro )
  
d  3 
f g ( x )  =  g ( x )   ⋅ g ’ ( x ) 
dx  
 
 Calculada 
Calculada na na
 
função interna
 função interna 
( de dentro )  ( de dentro ) 

capítulo 2 • 52
Derivada da
função externa
( ou de fora )
  
’ Derivada da
 
Função externa   função interna
( ou 
de fora )   ( ou de dentro )

  
d  3 
f g ( x )  =  g ( x )   ⋅ g ’ ( x ) 
dx  
 
 Calculada 
Calculada na na
 
função interna função interna
 
( de dentro ) (de dentro ) 

Aplicando a regra 4
3−1 2
3⋅ g( x )  = 3⋅ g( x ) 

Derivada da
Função externa função interna
( ou de fora ) ( ou de dentro )
 
  
d 2
f g ( x )  = 3 ⋅ g ( x )  ⋅ g ’ ( x ) 
dx 
Calculada na
função interna
( de dentro )

Derivada da
Função externa função interna
( ou de fora ) ( ou de dentro )
  
d 2
f g ( x )  = 3 ⋅ g ( x )  ⋅  x2 − 2  ’
dx   
Calculada na Combinando as regras 1, 4 e 8
função interna  x2 −2 = ( x2 ) − ( 2 ) = ( 2 x2−1 ) − 0 = 2 x
’ ’ ’

( de dentro )

Função externa
( ou de fora )

d d
g ( x )  = 3 ⋅ ( x2 − 2 ) ⋅ ( 2x ) ∴ f g ( x )  = 6 ⋅ x ⋅ ( x2 − 2 )
2 2
f
dx  dx
Calculada na
função interna
( de dentro )

Com essa introdução, onde revisamos o conceito da função composta e apre-


sentamos a sua respectiva derivada, será a base para um dos principais teoremas do
Cálculo Diferencial.

capítulo 2 • 53
Teorema (Regra da Cadeia)

Se f e g forem diferenciáveis e F = fog for a função composta definida por


F (x) = f [g (x)], então F é diferenciável e F' é dada por

F' = f' [g (x)] · g' (x)

Na notação de Leibniz, se y = f (u) e u = g (x) foram funções diferenciáveis,


então
dy dy du
= .
dx du dx

Dessa forma, podemos reescrever todas as regras que foram apresentadas em


função de x, ou seja, y = f (x), generalizando para funções da forma y = f [u (x)]
para as quais aplicaremos a Regra da cadeia.
As regras 1 a 3 não serão atualizadas para a Regra da Cadeia por serem fór-
mulas básicas e diretas. Da mesma forma, as regras 8 a 10, que tratam de funções
h(x) que são “combinações” (soma, subtração, multiplicação e divisão) de outras
funções, por exemplo, f (x) e g (x), não serão atualizadas por serem regras opera-
tórias. Entretanto, vale ressaltar que, quando for o caso, todas essas regras poderão
ser utilizadas no decorrer de uma solução que envolva a Regra da Cadeia.

EXEMPLO
Função 4
f (x) = u (x)n

•  Regra da Derivada

f' (x) = n · u (x)(n – 1) · u' (x)


•  Exemplos/Aplicação

– Exemplo 1
f (x) = (x5 – 2x)2
f' (x) = 2 · (x5 – 2x)(2 – 1) · (x5 – 2x)'
f' (x) = 2 · (x5 – 2x) · (5x4 – 2x)

capítulo 2 • 54
– Exemplo 2

f ( x ) = ( 3x − 2 )
7

df 7 −1
= 7 ⋅ ( 3x − 2 ) ⋅ ( 3x − 2 )

dx
df
= 7 ⋅ ( 3x − 2 ) ⋅ 3 = 21⋅ ( 3x − 2 )
6 6
dx
df
f ( x ) = ( 3x − 2 ) ⇒ = 21⋅ ( 3x − 2 )
7 6
dx

Função 5

f ( x ) = u( x )

Lembre-se que
1
u ( x ) = u ( x )  2

•  Regra da Derivada
Aplicando a regra 4, temos

 1
1 1
−1
f′ ( x ) =  u ( x )  2  = ⋅ u ( x )  2
  2
1
1 −
f′ ( x ) = ⋅ u ( x )  2
2

Note que,
1

1  1 2 1
u ( x )  2 =   =
 u( x )  u( x )

•  Exemplos/Aplicação

f ( x ) = 2x
1
f′ ( x ) = ⋅ ( 2x )

2 2x
1 2 1
f′ ( x ) = ⋅ (2 ) = =
2 2x 2 2x 2x
1
f ( x ) = 2 x ⇒ f′ ( x ) =
2x

capítulo 2 • 55
Função 6
m
f ( x ) = n u ( x ) 

Lembre-se que
m
m
n u ( x )  = u ( x )  n

•  Regra da Derivada
É uma generalização da regra 5

 m 
f′ ( x ) =  u ( x )  n 
 
m
m −1
f′ ( x ) = ⋅ u ( x )  n ⋅u′ ( x )
n
m −n
m
f′ ( x ) = ⋅ u ( x )  n ⋅u′ ( x )
n

•  Exemplos/Aplicação

– Exemplo 1

f ( x ) = 3 ( 2x − 1)
4

4 −3
4
f′ ( x ) = ⋅ ( 2x − 1) 3 ⋅ ( 2x − 1)

3
1
4
f′ ( x ) = ⋅ ( 2x − 1) 3 ⋅ ( 2x )
3
8x 3
f′ ( x ) = ⋅ 2x − 1
3
8x 3
f′ ( x ) = ⋅ 2x − 1
3

– Exemplo 2

f ( x ) = 5 ( x − 3)
3

3 −5
df 3
= ⋅ ( x − 3) 5 ⋅ ( x − 3)

dx 5
2
df 3 −
= ⋅ ( x − 3) 5 ⋅ (1)
dx 5
df 3 1 3 1
= ⋅ 2
= ⋅
dx 5 5 5 ( x − 3)2
( x − 3) 5
df 3 1
f ( x ) = 5 ( x − 3) ⇒
3
= ⋅
dx 5 5 ( x − 3)2
capítulo 2 • 56
2
df 3 −
= ⋅ ( x − 3) 5 ⋅ (1)
dx 5
df 3 1 3 1
= ⋅ 2
= ⋅
dx 5 5 5 ( x − 3)2
( x − 3) 5
df 3 1
f ( x ) = 5 ( x − 3) ⇒
3
= ⋅
dx 5 5 ( x − 3)2

Função 7
f (x)=c · g [u (x)]

•  Regra da Derivada

f' (x) =c · g' [u (x)] · u' (x)


•  Exemplos/Aplicação

– Exemplo 1
f (x) = 82
f' (x) = 8 · [x2]' = 8 · (2x) = 16x
f (x) = 8x2 ⇒ f' (x) = 16x
– Exemplo 2

f ( x ) = 5 ( x − 1)
3

df 3 ’
= 5 ⋅ ( x − 1) 
dx  
df 3 −1
= 5 ⋅ 3 ⋅ ( x − 1)  ⋅ ( x − 1)

dx  
df
= ( 5 ⋅ 3) ⋅ ( x − 1) ⋅ (1) = 15 ⋅ ( x − 1)
2 2
dx
df
f ( x ) = 5 ( x − 1) ⇒ = 15 ⋅ ( x − 1)
3 2
dx

A seguir, considerando a Regra da Cadeia, as derivadas para a função expo-


nencial e para a função logarítmica.

EXEMPLO
Função 11
f (x) = au (x)

•  Regra da Derivada

f' (x) = ax · ln a · u' (x)

capítulo 2 • 57
•  Exemplos/Aplicação

f (x) = 23x – 1
f' (x) = 23x – 1 · ln 2 · (3x – 1)'
f' (x) = 23x – 1 · ln 2 · (3)
f' (x) = 3 · 23x – 1 · ln 2

Função 12
f (x) = eu (x)

•  Regra da Derivada

Aplicando a regra 11, temos

f' (x) =eu(x) · ln e · u' (x)

Como ln e = loge e = 1, então

f' (x) = eu(x) · u' (x)

•  Exemplos/Aplicação

f ( x ) = e4 x
2 +x

. ( 4 x2 + x )

f ′ ( x ) = e4 x
2 +x

f ′ ( x ) = e4 x . ( 8x + 1)
2 +x

f (x) = e 4 x2 + x ⇒ f ′ ( x ) = e4 x . ( 8x − 1)
2 +x

Função 13
f (x) = loga u (x)

•  Regra da Derivada

1
f′ ( x ) = ⋅ loga e ⋅ u′ ( x )
u( x )

Como

loge e 1
=
logae =
loge a ln a

capítulo 2 • 58
Podemos escrever

1
f′ ( x ) = ⋅ u′ ( x )
x ⋅ ln a

•  Exemplos/Aplicação

f ( x ) = log3 ( x2 − 1)
1
⋅ log3 e ⋅ ( x2 − 1)

f′ ( x ) =
x2 − 1
1
f′ ( x ) = 2 ⋅ log3 e ⋅ ( 2x )
x −1
2x 2x
f′ ( x ) = 2 ⋅ log3 e =
x −1 ( x2 − 1) ⋅ In 3

Função 14
f (x) = ln u (x)

•  Regra da Derivada

Como ln x = loge x
Podemos aplicar a regra 13

1
f′ ( x ) = ⋅ loge e ⋅ u′ ( x )
u( x )

Como ln e = loge e = 1, então

1
f′ ( x ) = ⋅ u′ ( x )
u( x )

•  Exemplos/Aplicação

f ( x ) = ln( x3 − 2)
1
⋅ ( x3 − 2 )

f′ ( x ) =
x3 − 2
1 3x2
f′ ( x ) = 3 ⋅ ( 3x2 ) = 3
x −2 x −2
3x2
f ( x ) = ln( x − 2) ⇒ f′ ( x ) = 3
3
x −2

As regras das derivadas das funções trigonométricas para funções reais na va-
riável x são diretas e, por si só, aplicações das regras.

capítulo 2 • 59
EXEMPLO
Função 15
f (x) = sen u(x)

•  Regra da Derivada
f' (x) = cos u (x) · u' (x)

•  Exemplos/Aplicação
f (x) = sen (x2)
f' (x) = cos (x2) · (x2)'
f' (x) = cos (x2) · (2x)
f' (x) = 2 · x · cos (x2)

Função 16
f (x) =cos u (x)

•  Regra da Derivada
f' (x) = –sen u (x) · u' (x)

•  Exemplos/Aplicação
f (x) = cos(2x + 1)
f' (x) = –sen (2x + 1) · (2x + 1)'
f' (x) = –sen (2x + 1) · (2)
f' (x) = –2 · sen (2x + 1)

Função 17
f (x) = tg u (x)

•  Regra da Derivada

f' (x) = sec2 u (x) · u' (x)

•  Exemplos/Aplicação

f (x) = tg (sen x)
f' (x) = sec2 (sen x) · (sen x)'
f' (x) = sec2 (sen x) · cos x

capítulo 2 • 60
Função 18
f (x) = cotg u (x)

•  Regra da Derivada

f' (x) = –cossec2 u (x) · u' (x)

•  Exemplos/Aplicação

f (x) = cotg (x + cos x)


f' (x) = –cossec2 (x + cos x) · (x + cos x)'
f' (x) = –cossec2 (x + cos x) · (1 – sen x)

Função 19
f (x) = sec u (x)

•  Regra da Derivada

f' (x) = sec u(x) · tg u (x) · u' (x)

•  Exemplos/Aplicação

f (x) = sec (e2x)


f' (x) = sec (e2x) · tg (e2x) · (e2x)'
f' (x) = sec (e2x) · tg (e2x) · e2x · (2x)'
f' (x) = sec (e2x) · tg (e2x) · e2x · (2)
f' (x) = 2 · e2x · sec (e2x) · tg (e2x)

Função 20
f (x) = cossec u (x)

•  Regra da Derivada

f' (x) = cossec u(x) · cotg u(x) · u' (x)

•  Exemplos/Aplicação

f (x) = cossec (ex)


f' (x) = cossec (ex) · cotg (ex) · (ex)'
f' (x) = ex · cossec (ex) · cotg (ex)

capítulo 2 • 61
Função 21
f (x) = arc sen u (x)

•  Regra da Derivada

1
f′ ( x ) = ⋅u′ ( x )
2
1− u ( x ) 

•  Exemplos/Aplicação

f ( x ) = arc sen ( 4x )
1
f′ ( x ) = . (4x )

1− [4x ]
2

1
f′ ( x ) = .4
1− 16x2
4
f′ ( x ) =
1− 16x2
Função 22
f (x) = arc cos u (x)

•  Regra da Derivada

1
f′ ( x ) = − ⋅ u′ ( x )
2
1− u ( x ) 

•  Exemplos/Aplicação

x
f ( x ) = arc cos  
2

Aplicando a regra da derivada



1 x
f′ ( x ) = − ⋅ 
x
2 2
1−  
2 
1  1
f′ ( x ) = − ⋅   ⋅ (x)

x2  2 
1−
4
1  1
f′ ( x ) = − ⋅   ⋅ (1)
x2  2 
1−
4

capítulo 2 • 62
Manipulando algebricamente

1 1
f′ ( x ) = − ⋅
4 − x2 2
4
1 1
f′ ( x ) = − ⋅
4 − x2 2
2
2 1
f′ ( x ) = − ⋅
4−x 2 2
2 1
f′ ( x ) = − ⋅
4 − x2 2
1
f′ ( x ) = −
4 − x2

Função 23
f (x) = arc tg x

•  Regra da Derivada

1
f′ ( x ) = 2
⋅u′ ( x )
1+ u ( x ) 

•  Exemplos/Aplicação

x
f ( x ) = arc tg  
4

Aplicando a regra da derivada



1 x
f′ ( x ) = ⋅
2  
x 4
1+  
4 
1  1
f′ ( x ) = ⋅ (x)


x2  4 
1+
16
1  1
f′ ( x ) = ⋅ ⋅ (1)
x2  4 
1+
16

capítulo 2 • 63
Manipulando algebricamente

1 1
f′ ( x ) = ⋅
16 + x2 4
16
16 1
f′ ( x ) = ⋅
16 + x2 4
16 1
f′ ( x ) = ⋅
16 + x2 4
4
f′ ( x ) =
16 + x2

Função 24
f (x) = arc cotg x

•  Regra da Derivada

1
f′ ( x ) = − 2
⋅ u′ ( x )
1+ u ( x ) 

•  Exemplos/Aplicação

x
f ( x ) = arc cot g  
2

Aplicando a regra da derivada



1 x
f′ ( x ) = − ⋅
2  ’
1x   2 x 
f′ ( x ) = − 1+  2 ⋅  
 2 
x   2
1+  
1 2   1  ’
f′ ( x ) = − 2  ( )
⋅ x
1+1x  2 1  ’
f′ ( x ) = − ⋅ (x)
x42  2 
1+1  1 
f′ ( x ) = − 2  ( )
4 ⋅ 1
1+1x  2 1 
f′ ( x ) = − ⋅ (1)
x42  2 
1+
4

capítulo 2 • 64
Manipulando algebricamente

1 1
f′ ( x ) = − ⋅
4 + x2 2
4
4 1
f′ ( x ) = − ⋅
4 + x2 2
4 1
f′ ( x ) = − ⋅
4 + x2 2
2
f′ ( x ) = −
4 + x2

Função 25
f (x) = arc sec x
Com |x| ≥ 1

•  Regra da Derivada

1
f′ ( x ) = ⋅ u′ ( x )
2
u( x ) ⋅ u ( x )  − 1

Com |u (x)| > 1


•  Exemplos/Aplicação

f ( x ) = arc sec ( 3x )
1
f′ ( x ) = ⋅ ( 3x )

3x ⋅ [3x ] 2
−1
1
f′ ( x ) = ⋅ 3 ⋅ (1)
3x ⋅ 9x2 − 1
3
f′ ( x ) =
3 ⋅ x ⋅ 9x2 − 1
1
f′ ( x ) =
x ⋅ 9x2 − 1

capítulo 2 • 65
Função 26
f (x) = arc cossec x
Com |x| ≥ 1

•  Regra da Derivada

1
f′ ( x ) = − ⋅u′ ( x )
2
u( x ) ⋅ u ( x )  − 1

Com |u (x)| > 1


•  Exemplos/Aplicação

f ( x ) = arc cossec ( 2x )
1
f′ ( x ) = − ⋅ ( 2x )

2x ⋅ [2x ] 2
−1
1
f′ ( x ) = − ⋅2 ⋅ ( x )

2x ⋅ 4 x2 − 1
1
f′ ( x ) = − ⋅ 2 ⋅ (1)
2x ⋅ 4 x2 − 1
2
f′ ( x ) = −
2 ⋅ x ⋅ 4 x2 − 1
1
f′ ( x ) = −
x ⋅ 4 x2 − 1

Acabamos de ver as fórmulas básicas da derivação de uma função, aplicando


a Regra da Cadeia. Antes de prosseguir é fundamental que você as reveja e tente
memorizar (aos poucos você conseguirá). Note que, aos poucos, você se sentirá
mais seguro em aplicá-las para determinar a derivada de uma função.
A matemática está, de certa forma, muito associada a prática de exercícios
físicos ou de um esporte. Geralmente, em ambos, aprimoramos o nosso desenvol-
vimento ao praticar exercícios. Vamos nos exercitar?
E lembre-se, “Quanto mais eu treino, mais sorte eu tenho” Frase atribuída ao
Pensador Arnold Palmer.

capítulo 2 • 66
EXERCÍCIO
1. Desenvolva as derivadas das funções f (x) e verifique se estão corretas as respectivas
df
respostas, f ( x ) = , de cada item.
dx

f ( x ) = ( x4 + 3x ) ⇒ f′ ( x ) = 3 ⋅ ( x4 + 3x ) ⋅ (4x3 + 3)
3
a)

df
f ( x ) = ( 2x − 1) ⇒ = 12 ⋅ ( 2x − 1)
6 5
b)
dx
3
c) f ( x ) = 3x ⇒ f′ ( x ) =
2 3x
10x 3
f ( x ) = 3 ( 2x − 1) ⇒ f′ ( x ) = ⋅ ( 2x − 1)
5 2
d)
3
df 2 1
f ( x ) = 5 ( x − 3) ⇒
2
e) = ⋅
dx 5 5 ( x − 3)3

f ( x ) = ( 2x ) ⇒ f′ ( x ) = 24x2
3
f)

df
g) f ( x ) = 5 ( x − 1) ⇒ = 20 ⋅ ( x − 1)
4 3
dx

f ( x ) = 2x ⇒ f′ ( x ) = 23x −1 ⋅ ln2 ⋅ ( 2x − 1)
2 −x
h)

f ( x ) = ex − sen x ⇒ f′ ( x ) = e x − sen x ⋅ ( 2x − cos x )


2 2
i)

3x2 + senx 3x2 + senx


j) f ( x ) = log5 ( x3 − cos x ) ⇒ f′ ( x ) = ⋅ log5 e = 3
x − cos x
3
( x − cos x ) ⋅ ln5
2x
k) f ( x ) = ln( x2 − 2) ⇒ f′ ( x ) =
x2 − 2

l) f ( x ) = sen ( x3 ) ⇒ f′ ( x ) = 3 ⋅ x2 ⋅ cos ( x2 )

m) f ( x ) = cos ( −3x + 1) ⇒ f′ ( x ) = 3 ⋅ sen ( −3x + 1)

n) f ( x ) = tg ( cos x ) ⇒ f′ ( x ) = − sec2 ( cos x ) ⋅ senx

o) f ( x ) = cot g ( e x ) ⇒ f′ ( x ) = e x ⋅ ossec2 ( e x )

1
p) f ( x ) = sec (ln x ) ⇒ f′ ( x ) = ⋅ sec (ln x ) ⋅ tg (ln x )
x

capítulo 2 • 67
q) f ( x ) = cossec ( x2 ) ⇒ f′ ( x ) = 2 ⋅ x ⋅ cossec ( x2 ) ⋅ cot g ( x2 )

2
r) f ( x ) = arc sen ( 2x ) ⇒ f′ ( x ) =
1− 4x2
3
s) f ( x ) = arc cos ( 3x ) ⇒ f′ ( x ) = −
1− 9x2
4
t) f ( x ) = arc tg ( 4x ) ⇒ f′ ( x ) =
1+ 16x2
5
u) f ( x ) = arc cot g ( 5x ) ⇒ f′ ( x ) = −
1+ 25x2
2x
v) f ( x ) = arc sec ( x2 ) ⇒ f′ ( x ) =
x2 ⋅ x4 − 1
1
w) f ( x ) = arc cossec ( 3x ) ⇒ f′ ( x ) = −
x ⋅ 9x 2 − 1

Equação de reta tangente e normal

Aprendemos no capítulo anterior que a interpretação geométrica da derivada


de uma função f(x) no ponto x0,

f ( x ) − f ( x0 )
f ′ ( x 0 ) = lim
x → x0 x − x0

é igual ao coeficiente angular da reta tangente ao gráfico de f(x) no ponto de


abscissa x0, tg α = f' (x0).
De maneira prática, quando queremos a equação da reta tangente t ao gráfico
de uma função f (x) no ponto (x0, y0), em que f(x) é derivável no ponto x0, basta
fazer y0 = f (x0) e determinar a inclinação da reta tangente: mt = f' (x0). A equação
da reta t será dada por

y – y0 = f ’ (x0) · (x – x0)

capítulo 2 • 68
CONEXÃO
Acesse o site Derivada da função do 3º grau, <https://www.geogebra.org/m/mCwFBeCk>.
A primeira derivada da função do 3º grau. Com esse aplet é possível observar a obtenção
da primeira derivada da função do 3º grau com a declividade da reta tangente ao gráfico da
função por um ponto.

Por sua vez, para determinar a reta normal, sabemos que seu coeficiente é
dado por
1
mn = −
mt

Convido você a fazer uma revisão sobre a interpretação geométrica da deriva-


da, apresentada no Capítulo I.
Vamos a um exemplo:

EXEMPLO
1. Encontre a declividade das retas tangente e normal à curva y = x2 – 4x + 3 no ponto (4,3).

Solução:
Como as retas tangentes passam no ponto (4,3), então x0 = 4 e y0 = 3.
Além disso, temos que y' = 2x – 4
A inclinação da reta tangente é dada por

mt =f' (x0) ⇒ mt = f' (4) = 2 · (4) – 4 = 8 – 4 = 4 ∴ mt = 4

Dessa forma, a reta tangente é dada por

t: y – y0 = f’ (x0) · (x – x0)
t: y – 3 = 4 · (x – 4)
y – 3 = 4x – 16 ⇒ y = 4x – 13

capítulo 2 • 69
E a inclinação da reta normal é dada por

1 1
mn = − ⇒ mn = −
mt 4

Dessa forma, a reta normal é dada por

n :y y 0 = mn ⋅ ( x x0 )
1
n :y 3 = − . ⋅ ( x 4)
4
x x
y 3= − +1 ⇒ y = − + 4
4 4

f t

16
14
12
10
8
n
6
4
2

–10 –8 –6 –4 –2 0 2 4 6 8 10

Figura 2.2  –  Gráfico da função y = x2 – 4x + 3, e das retas tangente e normal em (4,3).

Derivadas de ordem superior

Já vimos que denotamos por f'(x) (lemos f linha) a derivada da função


f(x) · f'(x) é chamada de função derivada primeira ou derivada primeira de f(x).
Se existir a derivada da função f'(x) será chamada de segunda derivada de f(x) ou
função derivada segunda e será denotada por f''(x) (lemos f duas linhas). Seguindo
esse raciocínio, se existir a derivada da função f''(x) será chamada de terceira

capítulo 2 • 70
derivada de f(x) ou função derivada terceira e será denotada por f'''(x) (lemos f
três linhas). Em sequência, podemos seguir derivando (enquanto for possível e
existir a próxima derivada) até a n-ésima derivada da função f(x) que será denotada
por fn(x).
Derivada de ordem superior é a derivada de uma função que já foi anterior-
mente derivada. Dessa forma, se f é a função definida por y = f(x), podemos
denotar a derivada primeira e a sequência de derivadas superiores conforme des-
crevemos a seguir.

dy df
f ′( x ) = = = D x y é a derivada de f(x)
dx dx
d2 y d2 f
f ′′ ( x ) = = = D2x y é a derivada de f'(x)
dx 2 dx 2
d3 y d3 f
f ′′′ ( x ) = = = D3x y é a derivada de f''(x)
dx3 dx3
d4 y d4f
f ( 4) ( x ) = = = D4x y é a derivada de f'''(x)
dx 4 dx 4
d5 y d5 f
f (5 ) ( x ) = = = D5x y y é a derivada de f(4)(x)
dx5 dx5

dn y dn f
f (n) ( x ) = = = Dnx y é a derivada de f(n – 1)(x)
dx n dx n

ATENÇÃO
Se você perceber, já falamos de derivadas de ordem superior no Capítulo I. Você lembra?
Na interpretação cinemática da derivada, a velocidade é a primeira derivada da função
horária da posição, sendo v(t) = r'(t). Como a aceleração é a derivada da função horária da
velocidade, a (t) = v'(t), podemos dizer que a aceleração é a segunda derivada da função
horária da posição, ou seja, a (t) = r''(t).

EXEMPLO
2. Encontre, derivando sucessivamente, todas as derivadas da função f definida por
f(x) = 8x3 + 5x2 – x + 7

capítulo 2 • 71
Solução:
Como mencionado no enunciado, vamos derivar sucessivamente
f'(x) = 24x2 +10x – 1
f''(x) = 48x + 10
f'''(x) = 48
f(4)(x) = 0

Note que, a partir da quarta derivada da função f(x), todas as demais derivadas serão
iguais a zero. Portanto

f(n)(x) = 0, n ≥ 4

Derivada de função implícita

Sempre que temos uma função escrita na forma y = f(x), dizemos que y é uma
função na forma explícita de x. Porém nem sempre isso é possível ou conveniente
e, caso isso ocorra, dizemos que y é uma função implícita de x. Ou seja, quando
não conseguimos isolar y, dizemos que y é uma função implícita de x, ou que a
relação dada define y implicitamente como uma função de x.
Espero que já saibamos derivar uma função explícita! Vamos aprender, agora,
a derivar uma função implícita. Para isso, basta lembrar que y é uma função de x
e usar a Regra da Cadeia.

EXEMPLO
3. Dada a equação 4 · x2 – 2 · y = 6, determine y'(x).

Solução:
Dado que a equação está na forma implícita, então y = y(x) e

4 ⋅ x2 − 2 ⋅ y ( x ) = 6 ( I)
d d
4 ⋅ x2 − 2 ⋅ y ( x )  = ( 6 ) ⇒ 8 x − 2 ⋅ y′ ( x ) = 0 ⇒ 2 ⋅ y′ ( x ) = 8x ⇒ y′ ( x ) = 4x (II)
dx dx

Note que, neste caso, seria simples transformar da forma implícita para a explícita. Ob-
serve o desenvolvimento

capítulo 2 • 72
4 ⋅ x2 − 6
4 ⋅ x2 − 2 ⋅ y = 6 ⇒ 4 ⋅ x2 − 6 = 2 ⋅ y ⇒ y= ⇒ y = 2 ⋅ x2 − 3 (III)
2

Agora, podemos calcular a derivada da expressão em (III)

y = 2 · x2 – 3 ⇒ y' = 4x (IV)

Note que a derivada, pelos dois caminhos (II) e (IV) são iguais.
Mas se eu posso, dada uma equação na forma implícita (I) a reescrever como explícita
(III). Você poderia perguntar: para que fazer a derivação implícita? Vamos responder com o
próximo exemplo.

4. Dada a equação x2 y – 2 · y3 = 3x + 2y, determine y' (x).

Solução:
Dado que a equação está na forma implícita, tente reescrevê-la na forma explícita.
Será possível?!!?
Pode até ser possível, mas você perceberá que não é simples, nem conveniente.
Dessa forma, podemos determinar y' (x) usando o processo de derivação implícita. Para
começar, vamos considerar y = y (x).

x2 y(x) + 2 · y (x)3 = 3x + 2y (x)

E fazer a derivada em relação a x

d  2 d
x y ( x ) + 2 ⋅ y ( x )  = 3x + 2y ( x ) 
3
dx   dx
2 x ⋅ y ( x ) + x2 ⋅ y ′( x ) 2⋅3 ⋅[ y ( x ) ] 2 ⋅ y ′( x ) 2. y ( x )

    3 
x2 y ( x ) + 2 ⋅ y (x) = 3x + 2y ( x )
3

Isolando o termo y' (x), temos:

d  2 d
x y ( x ) + 2 ⋅ y ( x )  = 3x + 2y ( x ) 
3
dx   dx
2 x ⋅ y ( x ) + x2 ⋅ y ′( x ) 2⋅3 ⋅[ y ( x ) ] 2 ⋅ y ′( x ) 2. y ( x )

    3 
x2 y ( x ) + 2 ⋅ y (x) = 3x + 2y ( x )
3

2x ⋅ y ( x ) + x2 ⋅ y′ ( x ) + 6 ⋅ [ y ( x ) ]2 ⋅ y′ ( x ) = 3 + 2 ⋅ y′ ( x )

capítulo 2 • 73
Ou seja, como y = y (x)

dy 3 − 2x ⋅ y
= y′ ( x ) = 2
dx x + 6 ⋅ y2 − 2

Derivada de função na forma paramétrica

Seja y = f (x) uma função definida parametricamente pelas equações

x = x (t )
 , t ∈I ⊂ 
y = y (t )

sendo x = x(t) uma função inversível em I e D (f )={x ∈ x (t),t ∈ I}.


Nessas condições,
dy ( t ) d
y
dy
= dt = dt
dx dx ( t ) d x
dt dt

EXEMPLO
x = sent
5. Dada a função y = f (x) na forma paramétrica  , 0 < t < π , determine y' (x).
 y = cos t

Solução:
É uma aplicação direta da derivada de uma função na forma paramétrica.

dy ( t )
dy ( cos t )’ −sent
= dt = = = −tgt
dx dx ( t ) ( sent )’ cos t
dt

capítulo 2 • 74
ATIVIDADES
01. Encontre as derivadas:
a) y = 12
b) y = 6x8
c) y = 6x3 – 3x2 + 7x – 4
d) y = (2x3 – 4x2) · (3x5 + x2)
2x 3 + 4
e) y =
x − 4x + 1
2

02. Encontre as derivadas:


a) f (x) = x – 3 · sen x
b) y = t3 · cost
x
c) y =
sent
d) y = ex · sen x

03. Encontre as derivadas:


a) f (x) = sen 4x
b) y = (1 – x2)10
c) y = tg (sen x)
d) y = sen (ex)

1
04. Prove, utilizando derivação implícita, que se y = arc sen x, então y′ = .
1− x2

05. Qual a equação da reta t, que tangencia a parábola y = x2, no ponto P = (–1, 1)? Qual é
a equação da reta normal n, a essa parábola nesse mesmo ponto?

 x = cos t
06. Dada a função y = f (x) na forma paramétrica  , 0 < t < π , determine y' (x).
 y = sent

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Na Onda da Matemática. Playlist Cálculo I. Disponível em: <https://www.youtube.com
watch?v=5o3cOTZKCE4&list=PLfryS2M1zbkY5e72eB5fxm7vsW6K2Oafj>. Acesso em: 26 de maio
de 2018.

capítulo 2 • 75
Fundamentos de matemática elementar, Vol 4, Gelson Iezzi, Samuel Hazzan. – 7. ed. – São Paulo,
Atual, 2004.
Fundamentos de matemática elementar, Vol 8, Gelson Iezzi, Carlos Murakami, Nilson José
Machado. – 6. ed. – São Paulo, Atual, 2005.
LEITHOLD, Louis. O cálculo com geometria analítica. Vol. 1. ed. Harbra, São Paulo: 1994.
Custo. Disponível em: <https://hpdemat.apphb.com/Custo >. Acesso em: 20 de dezembro, às 21h.
Stewart, James. Cálculo, Volume I / James Stewart. – 5 ed. – Tradução Antonio Carlos Gilli Martins. –
São Paulo: Cengage Learning, 2008.

capítulo 2 • 76
3
Aplicações de
derivadas
Aplicações de derivadas
As Aplicações das Derivadas estão presentes em diversos problemas do cotidia-
no, principalmente nos problemas que requerem a modelagem matemática. Em
especial, podemos destacar a sua utilização nas seguintes áreas: problemas de oti-
mização em geral, Matemática, Economia, Física, Engenharia, Ciências Biológicas
entre várias outras. Inegavelmente, a Matemática e os conceitos específicos da
Derivada, fazem parte da história e do desenvolvimento do ser humano.
Teve sua construção, com a contribuição de vários matemáticos, cientistas,
pesquisadores e admiradores, sedimentada ao longo dos séculos. Ao fazer esse ma-
terial, ampliei a minha participação nessa construção histórica. E, acredite, ao
estudar o assunto você também estará fazendo parte dessa construção.
A diferenciação resultou de problemas sobre tangentes e de questões sobre
máximos e mínimos. Neste capítulo vamos destacar algumas das aplicações das
derivadas. Este material que apresentamos não tem a pretensão de esgotar todas
as aplicações das derivadas, nem de abordar todos os detalhes. Apenas esperamos,
humildemente, que seja um pequeno passo motivador para nossos avanços futu-
ros nos estudos acadêmicos.

OBJETIVOS
dy
•  Interpretar como um quociente entre dois acréscimos;
dx
•  Identificar a derivada como taxa de variação e vice-versa;
•  Calcular taxas de variação com o auxílio da derivada;
•  Identificar a análise marginal como derivada;
•  Calcular o custo marginal, receita marginal e elasticidade;
•  Determinar máximos e mínimos de funções;
•  Determinar os extremos de uma função;
•  Determinar a concavidade e pontos de inflexão do gráfico de uma função.

capítulo 3 • 78
Diferencial: interpretação de dy como um quociente
dx
Como os demais livros e referências acadêmicas mostramos, até o momento,
dy
como a notação da derivada primeira de y em relação a x. Mostramos, tam-
dx
bém, que a interpretação geométrica dessa derivada está associada a reta tangente
dy
num determinado ponto. Nesta seção, apresentaremos essa notação. inter-
dx
pretada como um quociente entre dois acréscimos. Para isso, vamos iniciar obser-
vando um gráfico, que poderia ser de uma função f(x) genérica, ou seja, qualquer
função. Mas para ajudar na ilustração dessa interpretação, vamos considerar que a
nossa função é f(x) = x3 + x2 – 2x + 1.
f(x + dx) 3,5

2,5

1,5

f(x) 1

0,5

–2 –1,5 –1 –0,5 0 0,5 1 1,5 2


x x + dx

Figura 3.1  –  Gráfico de f(x) = x3 + x2 – 2x + 1.

É fácil observar que essa função polinomial é derivável em todo o domínio e, é


claro, que f (x) é derivável em x = 1 (pois toda função polinomial é derivável em R).
Observando a figura 3.1, se tomássemos um ponto genérico (x, f (x)) sobre
o gráfico e denotaríamos por dx um acréscimo em x, ou seja, dx = x + Δx. Dessa
forma, teríamos o ponto genérico (x + Δx , f (x + Δx)). Associando ao exemplo de

capítulo 3 • 79
nossa função, temos que o ponto (x, f (x)) corresponde ao ponto (1 ,1) e o ponto
(1.5 ,3.5). Sendo que o acréscimo dx será a distância entre esses pontos, ou seja,
entre (1 ,1) e (1.5 ,3.5). Note que apesar de ser fácil calcular o valor numérico
dessa distância, isso não importa no momento. Pedimos, por ora, para observar a
construção gráfica do nosso exemplo, na figura 3.2.
f(x + dx) 3,5

2,5

1,5

f(x) 1
dx

0,5

–2 –1,5 –1 –0,5 0 0,5 1 1,5 2


x x + dx

Figura 3.2  –  Gráfico de f (x) = x3 + x2 – 2x + 1 com o acréscimo dx.

Agora, sabemos (pois já foi apresentado no capítulo I – revise se necessário)


que o coeficiente da reta tangente ao gráfico de f num ponto x qualquer é dado
pela sua derivada primeira nesse ponto x, ou seja,
dy
f (x) = = tg α
dx

Em nosso exemplo, estamos utilizando o valor de 1 para x, ou seja, x = 1 e a


inclinação da reta tangente será dada por tg α = f ’ (1) .

Se f(x) = x3 + x2 – 2x + 1 então f' (x) = 3x2 + 2x – 2. Por sua vez,


f' (1) = 3(1)2 + 2 (1) – 2 = 3 ⇒ tg α = 3 ⇒ α =arc tg 3 ≅ 71.57o

capítulo 3 • 80
Para entender a ideia que estamos apresentando, nem precisamos, obrigato-
riamente, calcular todos os valores (como por exemplo o valor de α ou a expressão
da reta tangente t). Entretanto, a título de revisão, vamos calcular a expressão da
reta tangente?

t: y – y0 = f' (x0) · (x – x0)


y – 1 = 3 · (x – 1)
y – 1 = 3x – 3 ⇒ y = 3x – 2

t
f(x + dx) 3,5

2,5

1,5

f(x) 1
dx

0,5

α = 71.5º

–2 –1,5 –1 –0,5 0 0,5 1 1,5 2


x x + dx

Figura 3.3  –  Gráfico da figura 3.2 com a reta tangente em x = 1.

Se chamarmos dy como sendo o acréscimo na ordenada da reta tangente,


correspondente ao acréscimo dx, teremos que:
dy
= tg α = f ′ ( x )
dx
dy = f ′ ( x ) ⋅ dx (1 )

capítulo 3 • 81
dy
ou ainda que: = tg α = f ′ ( x )
dx
dy = f ′ ( x ) ⋅ dx (1 )

dy
Note que estamos tratando como a divisão do acréscimo dy pelo acrés-
dx
cimo dx. E que podemos calcular o acréscimo na ordenada da reta tangente dy,
multiplicando a derivada da função num valor x pelo respectivo acréscimo na
abscissa dx.
1
Além disso, em nosso exemplo, f' (x) = 3 e dx
= 0=
,5 .
2
Daí,
1
dy = 3 ⋅ = 1,5
2

Este valor deverá ser marcado acima do valor de f(x). Em nosso exemplo,
x = 1 e, portanto, f (1) = 1. Dessa forma, f (x) + dy será o valor 2,5, conforme pode
ser verificado na figura 3.4.

f(x + dx) 3,5 t

2,5

2
dy
1,5

f(x) 1
dx

0,5

α = 71.5º

–2 –1,5 –1 –0,5 0 0,5 1 1,5 2


x x + dx

Figura 3.4  –  Gráfico da figura 3.3 com o acréscimo dy.

capítulo 3 • 82
Tomando Δy = f (x + dx) – f (x), podemos argumentar que dy é uma aproxi-
mação para Δy, principalmente quando x + dx tende para o valor de x. Fixando x,
podemos entender ( I ) como uma função que associa cada valor de
dx ∈ R a dy ∈ R dado por

dy = f' (x) · dx

Essa função é chamada diferencial de f em x ou de y = f (x).

f(x + dx) 3,5 t

2,5
∆y
2
dy

1,5

f(x) 1
dx

0,5

α = 71.5º

–2 –1,5 –1 –0,5 0 0,5 1 1,5 2


x x + dx

Figura 3.5  –  Figura 3.4 com a inclusão do Δy.

Ainda com a função apresentada em nossa abordagem, f (x) = x3 + x2 – 2x + 1,


resolva o exemplo 1 (aplicação).

capítulo 3 • 83
EXEMPLO
1. Compare os valores de Δy e dy se x varia de 2 para 2,05.

Solução:
Nesse caso, temos x= 2 e x+dx= 2,05. Como Δy = f( x + dx) – f(x), então,

f (x + dx)= f (2,05)= (2,05)3 + (2,05)2 – 2 (2,05) + 1

f (x + dx) = f (2,05) = 8,615125 + 4,2025 – 4,1 + 1

f (x + dx) = f (2,05) = 9,717625 (I)

f (x) = f (2)= (2)3 + (2)2 – 2 (2) + 1

f (x) = f (2) = 8 + 4 – 4 + 1

f (x) = f (2) = 9 (II)

Dessa forma, Δy = (I) – (II)

Δy = f(x + dx) – f(x) = 9,717625-9=0,717625 ∴ Δy = 0,717625

Por outro lado, podemos calcular esse valor por meio de sua aproximação diferencial dy

dy = f'(x) · dx

Observe que, em nosso exemplo, dx = 2,05 – 2 = 0,05 ∴ dx = 0,05


Dada a função f (x) de nosso exemplo, f’ (x) = 3x2 + 2x – 2. Dessa forma,

dy = (3x2 + 2x – 2) · dx
dy =[3(2)2 + 2 (2) – 2] · 0,05
dy = [12 + 4 – 2] – 0,05
dy = [14] · 0,05 ∴ dy = 0,7

capítulo 3 • 84
Ao comparar o valor exato Δy = 0,717625 com o valor aproximado dy = 0,7 observamos
uma boa aproximação, pois o erro absoluto pode ser calculado como o módulo da diferença
entre os respectivos valores.

Erro = |y – dy|
Erro = |0,717625 – 0,7| = 0,017625

Taxas de variação

Esse conteúdo já foi abordado, intuitivamente, no primeiro capítulo. Nesse


momento, com mais maturidade no assunto, sugerimos que você revise esse con-
teúdo, antes de continuarmos os nossos estudos.

ATENÇÃO
Essas pausas para revisão de conteúdo são de fundamental importância.
Faça isso sempre que possível!

Agora que você já revisou a forma intuitiva que apresentamos a derivada como
taxa de variação, vamos formalizar uma definição desse conceito.
•  Definição: Se y = f(x) é uma função derivável em x0, então o valor da deri-
vada de f nesse ponto x0, f ’(x0), mede, portanto, o número de unidades de variação
de y por unidade de variação de x no instante x0 e, por esse motivo, chamamos essa
derivada de taxa de variação de y em relação à x em x0.
Chegou a hora de aplicar esse conceito, vamos resolver um exemplo?
Vamos juntos!!!

EXEMPLO
2. Suponha que por efeito de algum fator externo (não nos importa definir qual fator) o raio
r de um círculo está aumentando a uma razão de 2 mm/min. Ache a taxa de variação da área
quando:
a) r = 10 mm
b) r = 36 mm

capítulo 3 • 85
Solução: Ao ler o problema, podemos observar que ele “nos dá” a taxa de variação do
raio r, em relação ao tempo, que é de 2mm/min. Essa informação, em linguagem matemática,
pode ser escrita como a derivada do raio r em relação ao tempo t, ou seja,

dr
=2mm / min
dt

Dada essa informação, deseja que determinemos a taxa de variação da área (que será
dA
também em relação ao tempo), ou seja, , para determinados valores do raio r. Temos,
dt
do ensino básico (fundamental e médio) que a expressão para calcular a área do círculo é
dada por:

A = π · r2

Derivando ambos os lados dessa expressão em relação ao tempo, temos:

dA d ( π ⋅ r 2 )
=
dt dt
dA d (r 2 )
= π⋅
dt dt

E, finalmente, derivando r2 em relação ao tempo, aplicando a regra da cadeia e organi-


zando a expressão, temos:

dA dr dA dr
= π ⋅2 ⋅r ⋅ ⇒ = 2π ⋅ r ⋅
dt dt dt dt

dr
Como = 2 , ficamos com:
dt
dA
= 4π ⋅ r
dt

Para essa condição, basta substituir o valor do raio.


a) r = 10 mm

dA dA
= 4π ⋅ r = 4π ⋅10 ⇒ = 40π mm2 / min
dt dt

b) r = 36 mm

dA dA
= 4π ⋅ r = 4π ⋅ 36 ⇒ = 144π mm2 / min
dt dt

capítulo 3 • 86
Que representam a taxa de aumento da área em relação ao tempo, respectivamente,
quando r = 10 mm (letra a) e r = 36 mm (letra b).
A mesma questão também poderia pedir o valor do raio r, quando a taxa de aumento da
área em relação ao tempo é de 96π mm2 /min. Apenas mudaríamos, na parte final do exer-
dA
cício, substituindo por 96π. Portanto,
dt
dA
= 4π ⋅ r ⇒ 96 ⋅ π = 4 ⋅ π ⋅ r ⇒ 96 ⋅ π = 4 ⋅ π ⋅ r
dt
96
r= ∴ r = 24 mm
4

Análise marginal

As funções, ditas marginais, são funções derivadas em relação a uma outra fun-
ção existente. Na verdade, utiliza-se o conceito de função marginal para avaliar o
efeito causado em f(x) por uma pequena variação de x. Essa ideia pode até, de certa
forma, ser relacionada a ideia de diferencial, apresentada no início desse capítulo.

ATENÇÃO
Diferencial dy de f em x é uma aproximação para Δy, principalmente quando x + dx tende
para o valor de x.
Função marginal para avaliar o efeito causado em f por uma pequena variação de x.

Dessa forma,
•  A função custo marginal é a derivada da função custo;
Esta função está associada, por exemplo, aos gastos efetuados, ou seja, como
o próprio nome diz, os custos para produção ou aquisição de alguma mercadoria
ou produto, tais como: aluguel, transporte, salário, matéria prima, impostos etc.
O custo pode possuir duas partes:
I. um custo fixo "CF" que não depende da quantidade produzida;
II. um custo variável "CV(x)", que está ligado diretamente a quantidade
produzida.

capítulo 3 • 87
Dessa forma, pode-se representar a função custo, por exemplo, pela expressão:

C(x) = CF + CV (x)

Podemos, ainda, precisar trabalhar com o conceito de Custo Médio, CM (x),


que é o custo dividido pela quantidade total produzida x
C( x )
CM ( x ) =
x

•  A função receita marginal é a derivada da função receita.


Esta função está associada ao faturamento bruto, R (x), que é arrecadado na
venda de determinado produto. Considerando "p" é preço do produto e "x" é o
número de mercadorias vendidas, tem-se:

R (x) = p · x

•  A função lucro marginal é a derivada da função lucro.


Esta função está associada ao lucro líquido, L (x), das empresas (ou das opera-
ções financeiras e de negócios), que se obtém pela subtração entre a função receita,
R (x), e a função custo, C (x).

L (x) = R (x) – C (x)

•  E pode ser aplicada a algumas outras funções.


Dessa forma a análise marginal é feita fazendo a derivada da função desejada,
pois a dada função marginal (Fmg(x)) tem valor aproximado ao derivado da respec-
tiva função (F'(x)).

Fmg(x) ≅ F'(x)

EXEMPLO
3. O custo, em reais, de fabricação de "x" unidades de um produto é

C (x) = x2 + 6x – 5

capítulo 3 • 88
Atualmente, o nível de produção é de 35 unidades. Calcule, aproximadamente, de quanto
varia o custo se forem produzidas 36 unidades.

Solução:
A solução convencional, sem utilizar o conceito de derivada, necessita de três cálculos:

I. Para x = 35, calcular C (35) ⇒ C (35) = (35)2 + 6 (35) – 5


C (35) = 1225 + 210 – 5 ⇒ C (35) = 1430

II. Para x = 36, calcular C (36) ⇒ C (36) = (36)2 + 6 (36) – 5


C (36) = 1296 + 216 – 5 ⇒ C (36) = 1507

III. O Custo marginal será a diferença entre esses valores


Cmg (35) = C (36) – C (35) = 1507 – 1430 = 77 ⇒ Cmg (35) = 77
Entretanto, podemos utilizar o conceito de custo marginal, para calcular um va-
lor aproximado.

Cmg (x) = C'(x)


Cmg (x) = 2x + 6

Dessa forma, o custo marginal para a produção para o aumento de produção de 35 para
36 unidades será, aproximadamente, calculado por Cmg (35)

Cmg (35) = 2 (35) + 6 = 70 + 6 = 76 ⇒ Cmg (35) = 76

CONEXÃO
Perceba que os cálculos ficam bem mais simples utilizando a análise marginal.
Recomendamos que acessem a indicação da referência “Custo” que está disponível em:
<https://hpdemat.apphb.com/Custo>. Tem vários exercícios para que possa aprofundar
esse tema.

capítulo 3 • 89
Teorema de rolle, teorema do valor médio, funções crescentes e
decrescentes

Vamos iniciar essa seção revisando a definição de quando uma função é cres-
cente ou decrescente.
•  Definição 1: Seja f uma função definida em um intervalo I.
I. f é crescente nesse intervalo se, para quaisquer x1, x2 ∈ I tais que
x1 < x2 ⇒ f (x1) < f (x2)

II. f é decrescente nesse intervalo se, para quaisquer x1, x2 ∈ I tais que
x1 < x2 ⇒ f(x1) > f(x2)

–4 –3 –2 –1 0 1 2 3 4

–1

–2

–3

–4

–5

Função crescente

capítulo 3 • 90
g

–4 –3 –2 –1 0 1 2 3 4

–1

–2

–3

–4

–5

Função decrescente
Figura 3.6  –  Função crescente e decrescente.

Apresentaremos agora, dois teoremas importantes no estudo do Cálculo


Diferencial: Teorema de Rolle e Teorema do Valor Médio (TVM). Uma das apli-
cações do primeiro é na demonstração do TVM.
O Teorema de Rolle afirma que dada uma função contínua f definida num
intervalo fechado [a,b]e diferenciável em ]a, b[, se f(a) = f(b) então existe algum
ponto c em ]a, b[ onde a tangente ao gráfico de f é horizontal, isto é,

f'(c) = 0

capítulo 3 • 91
Teorema de Rolle: Se f é contínua em [a, b], f é derivável em ]a, b[ e
f ( a ) = f (b), então ∃x0 ∈ ]a, b[ tal que f' (x0) = 0.
Agora vamos apresentar um conceito importante, dado pelo Teorema do
Valor Médio - TVM. Uma aplicação desse teorema está relacionada com a análise
de crescimento e decrescimento de uma função.
Observe a figura 3.7, que apresenta uma função qualquer em [a, b]. Note que
existirá um valor c para o qual a inclinação da reta tangente nesse ponto será o
mesmo da reta que passa por (a, f(a)) e (b, f(b)).
y

f(b)

f(a)

a x0 b x

Figura 3.7  –  TVM – Interpretação Geométrica.

Essa é a interpretação geométrica do Teorema do valor médio, que enuncia-


mos na sequência.
O Teorema do valor médio (TVM): Se f é uma função contínua em [a, b]
e derivável em ]a, b[ então existe c pertencente a ]a, b[ tal que a reta tangente ao
gráfico de f traçada pelo ponto (c, f(c)) é paralela à reta que passa por (a,f(a)) e
(b, f(b)), isto é,
f ( b ) −f ( a )
f ′(c) =
b−a

Como mencionamos anteriormente, uma primeira consequência (ou aplica-


ção) do TVM, é a que relaciona o sinal da primeira derivada da função com o seu
crescimento/decrescimento.

capítulo 3 • 92
•  Proposição 1: Seja f uma função contínua no intervalo [a, b] e derivável
em ]a, b[.
I. Se f' (x) > 0 para todo x ∈ ]a, b[, então f é crescente em [a, b];
II. Se f' (x)< 0 para todo x ∈ ]a, b[, então f é decrescente em [a, b];

EXEMPLO
4. Determine os intervalos nos quais a função f (x) = x4 – 4 x2 + 4 é crescente ou decres-
cente.
Solução:
Em primeiro lugar, vamos determinar a derivada de f (x)

f′ ( x ) = 4 x 3 8x
 x =0
f′ ( x ) = 0 ⇒ 4 x 3 8x = 0 ⇒ x ⋅ ( 4 x2 − 8 ) = 0 ⇒  2
 4x − 8 = 0

x = 0 já “está resolvido”, precisamos resolver 4x2 – 8 = 0

8
4 x2 = 8 ⇒ x2 = ⇒ x2 = 2 ⇒ x = ± 2 = ±14
,
4

Dessa forma, definimos 4 intervalos

]–∞, – 2 [ , ] – 2 , 0 [ , ] 0, 2 [ e ] 2 , + ∞[

Como é o comportamento de f (x) nesses intervalos?


•  f' (x) < 0 em ]–∞, – 2 [ então f (x) é decrescente nesse intervalo;
•  f' (x) > 0 em ]– 2 , 0[ então f (x) é crescente nesse intervalo;
•  f' (x) < 0 em ]0, 2 [ então f (x) é decrescente nesse intervalo;
•  f' (x) > 0 em ] 2 , + ∞[ então f (x) é crescente nesse intervalo.

Situação que podemos resumir, graficamente, com o esquema:

–3 –2 –1 0 1 2 3

capítulo 3 • 93
Determinação dos extremos de uma função, máximos e mínimos

Podemos dizer que máximos e mínimos são os pontos em que uma função
passa de crescente a decrescente, ou vice-versa. Em tais pontos, a função tem um
extremo relativo.

ATENÇÃO
Se f(c) é um extremo relativo de f, dizemos que ocorre um extremo relativo em x = c.

Intuitivamente, podemos imaginar que se um valor é máximo num deter-


minado intervalo, significa que esse valor é maior (ou igual) que todos os demais
valores nesse intervalo.
•  Definição 2: Uma função f tem um valor de máximo relativo em c, se exis-
tir um intervalo aberto I, contendo c, tal que f(c) ≥ f(x) para todo x ∈ I.
Analogamente, podemos imaginar que se um valor é mínimo num determi-
nado intervalo, significa que esse valor é menor (ou igual) que todos os demais
valores nesse intervalo.
•  Definição 3: Uma função f tem um valor de mínimo relativo em c, se exis-
tir um intervalo aberto I, contendo c, tal que f(c) ≤ f(x) para todo x ∈ I.
•  Proposição 2: Suponha que f(x) exista para todos os valores de x ∈ I = ] a, b[
e que f tenha um extremo relativo em c, tal que a < c < b
Se f ’ (c) existe,então f ’(c) = 0
•  Definição 4: O ponto c ∈ D (f ) tal que f ’(c) = 0 ou ∃f ’(c), é chamado
Ponto Crítico de f.
•  Proposição 3: Seja f: [a, b] ∈ R uma função contínua, definida em um
intervalo fechado [a,b], então f possui um máximo e mínimo absoluto em [a, b].
As definições e as proposições introduzidas nessa seção nos permitem apre-
sentar o primeiro teorema que trata da determinação de um ponto de máximo e
mínimo local.

Teorema 1 (Teste da derivada primeira): Seja f(x) uma função contínua num
intervalo fechado [a, b] que possui derivada em todo ponto do intervalo aberto
]a, b[, exceto possivelmente num ponto c

capítulo 3 • 94
I. Se f'(x) > 0 para todo x < c e f'(x) < 0 para todo x > c então c é um
ponto de máximo local;
II. Se f'(x) < 0 para todo x < c e f'(x) > 0 para todo x > c então c é um
ponto de máximo local.

EXEMPLO
5. Determine os intervalos nos quais a função f(x) = x2 – x + 5 é crescente ou decrescen-
te, seus pontos críticos e se existem mínimos/máximos locais.

Solução:
Note que essa é uma questão bem fácil, pois sabemos pelo conhecimento do Ensino Bá-
sico que o gráfico dessa função é uma parábola com a concavidade voltada para cima (pois
a = 1 > 0). Logo, o vértice dessa parábola será o ponto que definirá o valor mínimo de f em
R. Vamos verificar o procedimento utilizando os recursos desta disciplina?

Mesmo que apareçam questões que possam ser resolvidas com conhecimentos prévios,
anteriores ao da graduação, faz-se necessários utilizar os conceitos, definições, teore-
mas e aplicações da disciplina.

Podemos resumir esse procedimento em quatro passos:


1. calcular a derivada de f(x);
2. fazer o estudo do sinal de f'(x);
3. analisar o estudo do sinal;
4. concluir usando o Teorema da Derivada Primeira.

No primeiro passo, precisamos calcular a derivada de f(x) que, nesse caso, é direto.

f'(x) = 2x – 1

O segundo passo é fazer o estudo do sinal para saber em quais intervalos f'(x) > 0 (que
indica onde a função é crescente) e f'(x) < 0 (que indica onde a função é decrescente). A raiz
1
(ou zero) da função derivada é o valor, pois x =
2
f′ ( x ) = 0
1
2x −1 = 0 ⇒ 2x = 1 ⇒ x=
2

capítulo 3 • 95
1
Com isso, concluímos que x = é um ponto crítico de f (x).
2

No terceiro passo, fazemos a análise (estudo) do sinal de f (x)

f’(x) < 0 f’(x) > 0

–3 –2,5 –2 –1,5 –1 –0,5 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3

1
x=
Como f'(x) < 0 em ] –∞, [ concluímos que, nesse intervalo, f(x) é decrescente.
2
1
Como f'(x) > 0 emx =] , +∞[ concluímos que, nesse intervalo, f(x) é crescente.
2

Então, finalmente no quarto passo, concluímos, pelo Teorema da derivada primeira que
1
x = é um ponto onde f(x) tem o valor mínimo local.
2

•  Teorema 2 (Teste da derivada segunda): Sejam f uma função derivável num


intervalo aberto (a, b) e c um ponto crítico de f nesse intervalo, isto é, f'(c) = 0,
com a < c < b. Se f admite a derivada segunda em (a, b) então
Se f''(c) < 0, f tem um valor máximo relativo em c;
Se f''(c) > 0, f tem um valor mínimo relativo em c.

EXEMPLO
6. Aplicar o teste da segunda derivada para a função do exemplo 5.

Solução:
Podemos resumir esse procedimento em quatro passos:
1. Calcular a derivada de f(x);
2. Encontrar a raiz (ou zero) da f'(x) para determinar a existência de pontos críticos;
3. Calcular a derivada segunda de f(x) (que é o mesmo que calcular a derivada da f' (x);
4. Concluir usando o Teorema da Derivada Segunda.

capítulo 3 • 96
No primeiro passo, precisamos calcular a derivada de f(x) que, nesse caso, é direto.

f'(x) = 2x – 1

O segundo passo é encontrar a raiz (ou zero) da função derivada. Neste caso, como
1
visto anteriormente, é o valor x = , pois
2
f′ ( x ) = 0
1
2x −1 = 0 ⇒ 2x = 1 ⇒ x=
2

1
Com isso, concluímos que x = é um ponto crítico de f(x).
2

No terceiro passo, precisamos calcular a derivada de f'(x) (que é a derivada segunda de


f) que, nesse caso, é direto.

f''(x) = 2

Então, finalmente no quarto passo, concluímos, pelo Teorema da derivada segunda que
1
x = é um ponto onde f(x) tem o valor mínimo local, pois
2
 1
f′′   = 2 > 0
2

Pontos de inflexão e concavidade

Esses conceitos estão associados a curvatura de um gráfico, sendo que esta


curvatura (ou seja, a curva do gráfico) pode estar voltada para baixo ou para cima.
Dando um sentido para esses conceitos, podemos dizer que um ponto de inflexão
ou simplesmente inflexão, é um ponto sobre uma curva na qual a curvatura (a
derivada de segunda ordem) troca o sinal. Dessa forma, nesse ponto de inflexão, a
curva muda sua curvatura côncava para cima (positiva) para concavidade para bai-
xo (curvatura negativa), ou vice-versa. Esse é um conceito aplicado em várias dis-
ciplinas (incluindo engenharia, economia e estatística) para determinar variações
de dados. Apresentaremos, a seguir, uma definição para quando a concavidade está
voltada para cima ou para baixo. Para isso, considere uma função contínua f em
um intervalo aberto I, e c um ponto qualquer de I tal que existe f'(c).

capítulo 3 • 97
•  Definição 5: Dizemos que f tem concavidade voltada para baixo em I se, e
somente se, para todo x ∈ I, sendo x diferente de c, o ponto P(x, f (x)) do gráfico
de f se encontra abaixo da reta tangente ao gráfico de f no ponto Pc(c, f (c)).
•  Definição 6: Dizemos que f tem concavidade voltada para cima em I se, e
somente se, para todo x ∈ I, sendo x diferente de c, o ponto P(x, f (x)) do gráfico
de f se encontra acima da reta tangente ao gráfico de f no ponto Pc(c, f (c)).

A forma de determinar a concavidade do gráfico de uma função está associa-


da com a análise da respectiva derivada segunda dessa função. Primeiro determi-
namos a segunda derivada da função, em seguida fazemos o estudo do sinal de
f''(x). Feito isso, se f''(x) > 0 a concavidade está voltada para cima e se f''(x) < 0 a
concavidade está voltada para baixo. Tudo isso, conforme o Teorema da Segunda
Derivada para ponto de inflexão.

•  Teorema 3 (segunda derivada para ponto de inflexão): Seja f uma função


derivável num intervalo aberto (a,b). Então:
I. Se f''(x) > 0, ∀x ∈ (a, b), então a curva y = f(x) tem a sua concavidade
voltada para cima (a curva é côncava) neste intervalo.
II. Se f''(x)< 0, ∀x ∈ (a, b), então a curva y = f(x) tem a sua concavidade
voltada para baixo (a curva é convexa) neste intervalo.

EXEMPLO
7. Aplicar o teste da segunda derivada para a função do exemplo 5, para determinar a sua
concavidade.

Solução:
Em primeiro lugar determinamos as derivadas primeira e segunda.

f(x) = x2 – x + 5
f'(x) = 2x –1
f''(x) = 2

Em segundo lugar, analisamos o estudo do sinal da segunda derivada.

capítulo 3 • 98
Note que f''(x) = 2 > 0, ou seja, a segunda derivada é sempre maior que zero para todo
x. Dessa forma, pelo teste da segunda derivada, concluímos que a concavidade de f(x) está
voltada para cima.

8. Aplicar os testes da primeira e segunda derivada para a função do exemplo 4, para de-
terminar os extremos, máximos/mínimos e sua concavidade.

Solução:
Em primeiro vamos calcular as derivadas.

f(x) = x4 –4 x2 + 4
f'(x) = 4x3 – 8 x

No exercício 4, encontramos os pontos críticos de f, que são x = 0 e x = ± 2 . Além


disso, fizemos o estudo do sinal de f', que o reapresentamos neste exemplo:

–3 –2 –1 0 1 2 3

Aplicando o teste da primeira derivada, temos que os pontos definidos pelos valores de
x = ± 2 , são mínimos locais, enquanto o ponto definido pelo valor de x = 0 é um máxi-
mo local.
Ao usar o teste da segunda derivada para máximos e mínimos locais, vamos confirmar o
nosso resultado, pois dado que:

f''(x) = 12x2 – 8

Devemos aplicar os pontos críticos em f'' (x)


•  Para x = – 2 , f''(– 2 )= 12 (– 2 )2 – 8 = 12 · 2 – 8 = 24 – 8 = 16 > 0
Como f''(– 2 ) = 16 > 0 ⇒ o ponto definido por x = – 2 é um mínimo local;
•  Para x = 0, f''(0) = 12 (0)2 – 8 = 0 – 8 = –8 < 0
Como f''(0) = –8 < 0 ⇒ o ponto definido por x = 0 é um máximo local;
•  Para x = 2 , f''( 2 ) = 12 ( 2 )2 – 8 = 12 · 2 – 8 = 24 – 8 = 16 > 0
Como f''( 2 )=16 > 0 ⇒ o ponto definido por x = 2 é um mínimo local.

capítulo 3 • 99
Para usar o teste da segunda derivada para determinar os pontos de inflexão, devemos
fazer o estudo do sinal

f′′ ( x ) = 12x2 − 8 = 0
2 2 2
12x2 − 8 = 0 ⇒ 12x2 = 8 ⇒ 3x2 = 2 ⇒ x2 = ⇒ x=± =±
3 3 3
2 6
x=± ⇒ x=± ≅ ±0, 82
3 3

f’’(x) > 0 f’’(x) < 0 f’’(x) > 0

–3 –2 –1 0 1 2 3

As inflexões estão em x = –0,82 e em x = 0,82

3,5

2,5

1,5

0,5

–2 –1,5 –1 –0,5 0 0,5 1 1,5 2

Gráfico da função f (x) = x4 – 4 x2 + 4

capítulo 3 • 100
ATIVIDADES
01. Utilizando a função f (x) = x3 + x2 – 2x + 1, compare os valores de Δy e dy se x varia de
2 para 2,05.

02. A areia cai de uma esteira transportadora a razão de 20 m3/min, formando uma pilha
cônica. O diâmetro da base do cone é aproximadamente três vezes a altura do cone. A que
taxa a altura da pilha está variando quando a sua altura é de 10 m?

03. Seja R (x) = x2 + 200 x + 20 a receita total da venda de "x" unidades de um produto.
Calcule a receita marginal para x = 10.

04. Dada a função f (x) = x – x² – 2x determine os intervalos de crescimento e decrescimen-


to, seus pontos críticos e se existem máximos/mínimos locais.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Na Onda da Matemática. Playlist Cálculo I. Disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=5o3cOTZKCE4&list=PLfryS2M1zbkY5e72eB5fxm7vsW6K2Oafj>. Acesso em: 26 de maio
de 2018.
Fundamentos de matemática elementar, Vol 4, Gelson Iezzi, Samuel Hazzan. – 7. ed. – São Paulo,
Atual, 2004.
Fundamentos de matemática elementar, Vol 8, Gelson Iezzi, Carlos Murakami, Nilson José
Machado. – 6. ed. – São Paulo, Atual, 2005.
LEITHOLD, Louis. O cálculo com geometria analítica. Vol. 1. ed. Harbra, São Paulo: 1994.
Custo. Disponível em: <https://hpdemat.apphb.com/Custo >. Acesso em: 20 de dezembro, às 21h.
Stewart, James. Cálculo, Volume I / James Stewart. – 5 ed. – Tradução Antonio Carlos Gilli Martins. –
São Paulo: Cengage Learning, 2008.

capítulo 3 • 101
capítulo 3 • 102
4
Aplicações de
derivadas – parte II
Aplicações de derivadas – parte II
As Aplicações das Derivadas estão presentes em diversos problemas do cotidia-
no, principalmente nos problemas que requerem a modelagem matemática. Em
especial, podemos destacar a sua utilização nas seguintes áreas: problemas de oti-
mização em geral, Matemática, Economia, Física, Engenharia, Ciências Biológicas
entre várias outras. Inegavelmente, a Matemática e os conceitos específicos da
Derivada, fazem parte da história e do desenvolvimento do ser humano.
Teve sua construção, com a contribuição de vários matemáticos, cientistas,
pesquisadores e admiradores, sedimentada ao longo dos séculos. Ao fazer esse ma-
terial, ampliei a minha participação nessa construção histórica. E, acredite, ao
estudar o assunto você também estará fazendo parte dessa construção.
A diferenciação resultou de problemas sobre tangentes e de questões sobre má-
ximos e mínimos. Dando continuidade ao capítulo II, destacaremos mais algumas
das aplicações das derivadas. Em especial, trabalharemos problemas de maximi-
zação e minimização, regra de L´Hopital e a utilização da Fórmula de Taylor para
aproximar funções.
Este material que apresentamos não tem a pretensão de esgotar todas as apli-
cações das derivadas, nem de abordar todos os detalhes. Apenas esperamos, hu-
mildemente, que seja um pequeno passo motivador para nossos avanços futuros
nos estudos acadêmicos.

OBJETIVOS
•  Resolver problemas de maximização e minimização;
•  Utilizar a regra de L´Hopital;
•  Utilizar a Fórmula de Taylor para aproximar funções.

Aplicações envolvendo problemas de minimização e maximização

Já vimos em nosso estudo que a derivada em um ponto para uma função f (x)
representa a taxa de variação instantânea em relação ao ponto e pode ser deduzida
através do limite da função na tangente daquele ponto. Além disso, estudamos

capítulo 4 • 104
que podemos utilizar a derivada para o cálculo de máximos e mínimos de uma
função. Uma das grandes aplicações prática das derivadas é na maximização e na
minimização de funções, ou melhor, de problemas reais que possam ser modela-
dos matematicamente por funções.

ATENÇÃO
Essa é uma daquelas seções de estudo em que a parte da matéria “atual” é, às vezes,
mais fácil do que a interpretação do problema. Antes da solução utilizando o Cálculo Diferen-
cial, você precisará seguir os seguintes passos:
•  Leia as questões com atenção;
•  Visualize o problema em questão;
•  Faça a correta modelagem matemática.

Aí sim, estará apto a encontrar a solução do problema utilizando as derivadas.

Otimizar é ocasionar circunstâncias mais proveitosas para retirar o que há de


melhor em alguma situação, problema, estudo etc., ou seja, aprimorar, melhorar.
Observe que nem sempre queremos o maior valor. Se você pensar na grandeza
lucro, desejamos o maior. Entretanto, se a grandeza em questão for o custo, vamos
desejar o menor. Vinculando o assunto a um conteúdo do Ensino Médio, lem-
bre-se que você já viu esse assunto. Quando estudou função do 2o grau (conhe-
cida também como função quadrática), foi abordado o tema vértice da parábola.
Você lembra?

CURIOSIDADE
Recordando... As funções do segundo grau possuem ponto de máximo ou ponto de míni-
mo. O candidato a um desses pontos, na parábola, é chamado de vértice.
Sendo y = a · x2 + b · x + c, quando o coeficiente a > 0 ("a" for maior que zero), a parábola
possui valor mínimo e quando a < 0 ("a" menor que zero), valor máximo.
Observe que se aplicar as técnicas de derivação em problemas relacionados a essas
funções, encontrará os mesmos resultados.

capítulo 4 • 105
ATENÇÃO
Podemos dizer que a sociedade, de um modo geral e, em especial, as empresas e indús-
trias, estão sempre preocupadas em maximizar lucros e minimizar despesas.

Logo, nesse contexto, você se depara com o que chamamos de problemas de


otimização (encontrar a solução ótima), onde as soluções (maiores ou menores
valores) encontradas com esta técnica são as melhores possíveis para cada caso
(utilizaremos técnicas de máximos e mínimos).

EXEMPLO
1. Uma caixa com base quadrada e sem tampa tem o volume de 32.000 cm2. Encontre as
dimensões da caixa para minimizar a quantidade de material utilizada.

Solução:
Podemos expressar as medidas de uma caixa pelos lados da base e altura. Note que se
a base da caixa é um quadrado, dessa forma as medidas de seus lados são iguais, portanto:
•  x: lado da base da caixa
•  y: altura da caixa

E, para calcular o volume, podemos fazer a área da base multiplicado pela altura

V = x2 · y (I)

Podemos expressar a quantidade de material utilizado (a qual desejo minimizar) pode


ser expressa pela soma da área da base (a base é um quadrado) mais a área lateral (quatro
vezes a área de um retângulo).

A = x2 + 4xy (II)

O problema informa que o volume de 32.000 cm2, ou seja, V = 32.000, que pode ser
substituído na expressão em (I)

32.000
32000 = x2 y ∴ y =
x2

capítulo 4 • 106
Esse valor pode ser substituído em (II)

 32.000   32.000 
A = x2 + 4 x  2  = x + 4
2
=
 x   x 
128.000 128.000
A = x2 + ∴ A ( x ) = x2 +
x x

Após modelar o problema, precisamos aplicar os conceitos das derivadas. Em problemas


de maximização/minimização, precisamos derivar, verificar a existência do ponto crítico e
analisar (fazendo o estudo do sinal).

128.000 128.000
A ( x ) = x2 + ⇒ A′ ( x ) = 2x −
x x2
128.000 2x − 128000
3
A′ ( x ) = 0 ⇒ 2x − =0 ⇒ =0
x2 x2

Para uma divisão (quociente) dar zero, obrigatoriamente, o numerador tem que ser igual
a zero.

2x3 – 128000 = 0 ⇒ 2x3 = 128000 ⇒ x3 = 64.000 ⇒ x = 40

x = 40 cm é um ponto que gera o valor mínimo para a quantidade de material (área


da caixa).

MULTIMÍDIA
Um arame de 170 cm de comprimento é dividido em duas partes. Com uma das partes
quer se formar um quadrado e com a outra parte um retângulo cuja a base é o dobro da altu-
ra. Calcular os comprimentos das duas partes que se deve dividir para que a soma das áreas
do quadrado e do retângulo seja mínima.
Veja a solução com animação em Minimização das áreas, <https://www.geo-
gebra.org/m/wdTyrGm8>.

capítulo 4 • 107
EXEMPLO
2. Uma loja tem vendido 200 discos Blu-ray por semana, a 35 reais cada. Uma pesquisa
de mercado indica que para cada 1 real de desconto oferecido aos compradores, o número
de unidades vendidas vai aumentar em 20 por semana. Encontre a função preço unitário e a
função da receita. Qual deve ser o desconto para que a receita seja maximizada?

Solução:
 x : número de Blu - Ray vendidos por semana
Considere que 
O crescimeento semanal das vendas é dado x − 200

Para cada crescimento de 20 unidades nas vendas o preço cai 1 real. Assim para cada
1
unidade adicional vendida, o decaimento do preço é de ⋅1. A medida que aumentam as
20
vendas, temos que esse desconto será:

1
⋅ ( 2 unidades )
20
1
⋅ ( 3 unidades )
20

Até chegar ao crescimento semanal das vendas de x – 200 unidades, gerando um des-
conto de:

1
⋅ ( x − 200 )
20

e, portanto, a função desconto, D (x), é dada por:

1
D(x) = ⋅ ( x − 200 )
20

e a função preço unitário, p (x), é dada por:

p ( x ) = 35 − D ( x )
1 x x
p ( x ) = 35 − ⋅ ( x − 200 ) = 35 − + 10 ∴ p ( x ) = 45 −
20 20 20

Portanto, a função receita é dada por

 x  x2
R ( x ) = x ⋅ p ( x ) ⇒ R ( x ) = x ⋅  45 −  ⇒ R ( x ) = 45x −
 20  20

capítulo 4 • 108
Após a análise e modelagem do problema, podemos iniciar a solução do problema, ou
seja, responder o que o problema está perguntando: qual deve ser o desconto para que a
receita seja maximizada?
Para isso, vamos derivar a função receita, visando encontrar o ponto de máximo (deve-
mos encontrar R' (x) = 0.

2x x x
R′ ( x ) = 45 − = 45 − ∴ R′ ( x ) = 45 −
20 10 10
R′ ( x ) = 0
x x
45 − =0 ⇒ = 45 ⇒ x = 450
10 10

Portanto, a receita será máxima para a venda de 450 unidades do produto.


Utilizando a função desconto, D (x), para o valor de x = 450 encontraremos o respecti-
vo desconto:

1 1 1
D(x) = ⋅ ( x − 200 ) ⇒ D ( 450 ) = ⋅ ( 450 − 200 ) ⇒ D ( 450 ) = ⋅ 25
50
20 20 20
D ( 450 ) = 12, 50

MULTIMÍDIA
Suponha que temos um papelão (ou outro tipo de papel para confecção de caixa) no
formato de um quadrado com 10 cm de lado. Qual a medida da altura para que consigamos
montar uma caixa, sem tampa, de volume máximo? Qual será esse volume máximo?
Veja a animação em Maximização Volume de uma caixa sem tampa, <https://www.
geogebra.org/m/ErQDnnAj>.
Após observar atentamente essa ilustração, tente resolver algebricamente usando os
recursos apresentados nessa seção.

No livro Cálculo (Stewart, James) é apresentado um roteiro interessante para


ser utilizado como estratégia de resolução desse tipo de problema. Por julgar im-
portante, vamos incluir em nosso texto, fazendo alguns comentários adicionais.

capítulo 4 • 109
1. Compreendendo o problema – Leia cuidadosamente o problema
até que ele seja claramente entendido. Procure responder as seguintes
perguntas:
• O que é desconhecido?
• Quais as quantidades dadas?
• Quais as condições dadas?

Pode parecer óbvio, mas devemos frisar que para resolver esse ou qualquer
outro tipo de problemas devemos saber todas as informações de forma correta e
precisa. Se falharmos nessa etapa inicial podemos encontrar um resultado “certo”,
segundo os cálculos, mas errado na aplicação específica do nosso problema.

2. Faça um diagrama – Na maioria dos problemas é proveitoso fazer um


diagrama e identificar as quantidades dadas e pedidas no diagrama.
Fazer diagramas, esquemas, mapas conceituais ajudam, e muito, na solução de
problemas, pois (muitos de nós) temos uma capacidade de entender melhor um
problema se conseguimos contextualizá-lo através de uma imagem.

Os passos seguintes (3 ao 6) refere-se à álgebra do problema. São esses passos


que nos darão as expressões algébricas e, por fim, os valores numéricos que nos
permitirão ter consciência de nossa tomada de decisão. Ou seja, estão associados a
problemas reais. Por exemplo:
• Num problema de minimização de custos, qual o valor (ou
condição) que devo utilizar para que o custo seja mínimo. Ou (e
analogamente)
• Num problema de maximização do lucro, qual o valor (ou con-
dição) que devo utilizar para que o lucro seja máximo.

3. Introduzindo uma notação – Atribua um símbolo para a quantidade


que deve ser maximizada ou minimizada (por ora vamos chamá-lo de Q).
Selecione também símbolos (a, b, c, ..., x, y) para outras quantidades des-
conhecidas e coloque esses símbolos no diagrama.

4. Expresse Q em termos de outros símbolos da etapa 3.

capítulo 4 • 110
5. Se Q for expresso como uma função de mais de uma variável na etapa
4, use as informações dadas para encontrar relações (na forma de equa-
ções) entre essas variáveis. Use então essas equações para eliminar todas,
menos uma das variáveis para a expressão Q. Dessa forma, teremos:

Q = f (x)

Determine o domínio dessa função.

6. Use os métodos anteriores para encontrar os valores máximo e míni-


mo absolutos de f.

Regra de L´Hopital

A regra de L’Hopital nos ajuda a resolver limites indeterminados, ou seja,


aqueles limites cujo os resultados são da forma:
0 ∞
ou
0 ∞

Considere o conjunto da forma I – {a} (sendo I um intervalo, e a ∈ R uma


extremidade ou ponto interior de I).

f (x) 0
•  Definição 7: o limite lim tem a forma indeterminada , se o quo-
x →a g(x) 0
f (x)
ciente de funções reais
lim está definido em um conjunto da forma I – {a}, com
x →a g(x)
f (x) e g (x) contínuas e deriváveis para x ≠ a, e lim f ( x ) = lim g ( x ) = 0 .
x →a x →a

f (x) 0 ∞
•  Definição 8: o limite lim tem a forma indeterminada
ou , se o quo-
x →a g(x) 0 ∞
ciente de funções reais f(x)/g(x) está definido em um conjunto da forma I – {a}, com
f (x) e g (x) contínuas e deriváveis para x ≠ a, e lim f ( x ) = ±∞ e lim g ( x ) = ±∞ .
x →a x →a

A ideia consiste em perceber que, na vizinhança de um ponto podemos com-


parar o quociente de duas funções com o quociente de suas derivadas, desde que
determinadas hipóteses estejam satisfeitas. Apresentaremos a regra de L’Hopital
em quatro teoremas. De maneira precisa, temos:

capítulo 4 • 111
Sejam f e g duas funções contínuas num intervalo I, deriváveis (diferenciáveis)
no interior de I, exceto possivelmente no número a em I. Suponhamos que, para
todo x ≠ a em I, g' (x) ≠ 0.
•  Teorema (Primeira Regra de L'Hopital): Se
f ′( x ) f (x)
lim f ( x ) = 0, lim g ( x ) = 0 e lim = L segue que lim =
x →a x →a x → a g ′( x ) x →a g(x)

•  Teorema (Segunda Regra de L'Hopital): Se


f ′( x ) f (x)
lim f ( x ) = ±∞, lim g ( x ) = ±∞ e lim = L segue que lim =L
x →a x →a x → a g ′( x ) x →a g(x)

EXEMPLO
x2 − x − 12 7
3. Use a regra de L’Hopital para mostrar que lim =
x → 4 x2 − 3x − 4 5

Solução:
Note que lim x2 − x − 12 = 0 e lim x2 − 3x − 4 = 0 .
x →4 x →4

x2 − x − 12 0
Dessa forma, lim = (forma indeterminada). Portanto, podemos aplicar a
x → 4 x2 − 3x − 4 0
regra de L’Hopital.

x2 − x − 12 2x − 1 2 ( 4 ) − 1 7 x2 − x − 12 7
lim = lim = = ∴ lim =
x → 4 x2 − 3x − 4 x → 4 2x − 3 2 (4 ) − 3 5 x → 4 x2 − 3x − 4 5

ATENÇÃO
Lembre-se de que quando utilizamos a regra de L’Hopital, derivamos, em separado, o
numerador e o denominador.

f (x) f′ ( x )
lim = lim =L
x →a g ( x ) x → a g′ ( x )

Ou seja, a regra de L’Hopital diz que o limite de uma função quociente é igual ao limite
dos quocientes de suas derivadas, desde que as condições dadas sejam satisfeitas.

capítulo 4 • 112
A regra de L’Hopital é válida também para os limites laterais e para os limites
no infinito (negativo ou positivo). Ou seja,

"x → a"

Pode ser substituído por:

x → a+ ou x → a– ou x → –∞ ou x → +∞

EXEMPLO
ln x
4. Encontre lim , se existir.
x → 0+ 1
x
Solução:
1
Note que lim ln x = −∞ e lim = +∞
x → 0+ x → 0+ x
ln x − ∞
Dessa forma, lim = (forma indeterminada). Portanto, podemos aplicar a regra
x → 0+ 1 +∞
de L’Hopital. x
1
ln x 1 ln x
lim = lim + x = lim + ⋅ ( −x2 ) = lim + ( − x ) = 0 ∴ lim =0
x → 0+ 1 x →0 1 x →0 x x →0 x → 0+ 1
− 2
x x x

Sejam f e g duas funções contínuas num intervalo I, deriváveis (diferenciáveis)


para todo x > N, onde N é uma constante positiva e suponhamos que para todo
x > N, g' (x) ≠ 0.

•  Teorema (Terceira Regra de L'Hopital): Se


f ′( x ) f (x)
lim f ( x ) = 0, lim g ( x ) = 0 e lim = L segue que lim =L
x → ±∞ x → ±∞ x → ±∞ g ′ ( x ) x → ±∞ g ( x )

•  Teorema (Quarta Regra de L'Hopital): Se


f ′( x ) f (x)
lim f ( x ) = ±∞, lim g ( x ) = ±∞ e lim = L segue que lim =L
x → ±∞ x → ±∞ x → ±∞ g ′ ( x ) x → ±∞ g ( x )

capítulo 4 • 113
EXEMPLO
 1
sen  
5. Encontre lim  x  , se existir.
x → +∞  1
arc tg  
x
Solução:
 1  1
Note que lim sen   = 0 e lim arc tg   = 0
x → +∞ x x → +∞ x

 1
sen  
x = 0
Dessa forma, lim (forma indeterminada). Portanto, podemos aplicar a
x → +∞  1 0
regra de L’Hopital. arc tg  
x
 1  1  1   1  1 
sen   cos   ⋅  − 2  cos   ⋅  − 2 
 x  x  x  x  x 
lim = lim = lim
x → +∞  1  x → +∞   x → +∞  
arc tg    1   1  1   1
x  ⋅ − ⋅ −
1   x2   1   x2 
 1+   1+ 
 x2   x2 
 1  
1  
1  1
sen   cos   cos   cos  
lim  x  = lim  x  = lim  x  = lim x
x → +∞  1  x → +∞   x → +∞   x → +∞  x2 
arc tg    1   1   2 
x   x + 1
1   2
x + 1

 1+   
 x2   x2 
 1  1  1  1
sen   cos   lim cos   sen  
 x  x  x → +∞  x 1 ∴  x  =1
lim = lim = = lim
x → +∞  1  x → +∞   1 1 x → +∞  1
arc tg    1  lim arc tg  
x x → +∞ 1 x
 1+ 2
1  x
 1+ 
 x2 

x2
6. Encontre lim , se existir.
x → +∞ e x

Solução:
Note que lim x2 = +∞ e lim e x = +∞
x → +∞ x → +∞

x2 + ∞
Dessa forma, lim = (forma indeterminada). Portanto, podemos aplicar a regra
x → +∞ e x +∞
de L’Hopital.

x2 2x
lim = lim
x → +∞ e x x → +∞ e x

capítulo 4 • 114
Entretanto, observe que neste caso, ainda não conseguimos encontrar o valor do limite,
pois lim 2x = +∞ e lim e x = +∞ .
x → +∞ x → +∞

2x + ∞
Dessa forma, como lim = , note que podemos, novamente, aplicar a regra de
x → +∞ e x +∞
L’Hopital.

Sempre que forem atendidas as condições da regra de L’Hopital, podemos aplicá-la


repetidas vezes.

x2 2x 2 x2
lim = lim = lim x = 0 ∴ lim =0
x → +∞ e x x → +∞ e x x → +∞ e x → +∞ e x

ATENÇÃO
É especialmente importante verificar as condições com respeito aos limites das funções
f e g (do numerador e do denominador).

f (x) f′ ( x )
lim ou lim
x →a g( x ) x → ±∞ g′ ( x )

antes de aplicar a regra de L’Hopital.

Fórmula de Taylor

dy
Quando apresentamos, por exemplo, a notação interpretada como um
dx
quociente entre dois acréscimos e a análise marginal, estávamos de certa forma,
querendo calcular o efeito da variação de um valor perto de um ponto. Ou seja,
um valor aproximado!
Podemos resumir que o conceito da fórmula de Taylor consiste num méto-
do de aproximação de uma função por um polinômio, com um erro possível de
ser estimado.

capítulo 4 • 115
•  Teorema: Seja f (x) uma função tal que f (x) e suas n primeiras derivadas
sejam contínuas no intervalo fechado [a,b]. Além disso, f(n + 1) (x) existe para todo
x no intervalo aberto ]a, b[. Então existe um número ξ no intervalo aberto ]a,b[
tal que
f ′( a ) f ′′ ( a ) f (n) ( a ) n f
( n +1 ) ( ξ )
n +1
f ( b) = f ( a ) + ⋅(b − a ) + ⋅ ( b − a ) +…+ .( b − a ) + ⋅(b − a )
2
1! 2! n! n + 1!

Para generalizar, podemos substituir b = x, obtemos a Fórmula de Taylor


f ′( a ) f ′′ ( a ) f (n) ( a ) n f
( n +1 ) ( ξ )
n +1
f ( x ) = f (a) + ⋅( x − a) + ⋅ ( x − a ) +…+ ⋅( x − a) + ⋅( x − a )
2
1! 2! n! n + 1!

Essa expressão pode ser escrita como:

f (x) = Pn (x) + Rn (x)

Pn (x): polinômio de Taylor de n-ésimo grau da função f no número a.

f ′( a ) f ′′ ( a ) f (n) ( a )
Pn ( x ) = f ( a ) + ⋅( x − a) + ⋅ ( x − a ) +…+ ⋅( x − a)
2 n
1! 2! n!

E Rn (x): forma de Lagrange do resto

f ( n +1 ) ( ξ ) n +1
Rn ( x ) = ⋅( x − a)
n + 1!

Onde ξ está entre a e x.

EXEMPLO
π
7. x = . Encontre:
Considere a função y = cos x em
4
a) Polinômio de Taylor de terceiro grau;
π π 2
f   = cos   =
b) Forma de Lagrange do resto;  
4 4
  2
c) Valores aproximados de cos 47o;
d) Determine a precisão do resultado.

capítulo 4 • 116
Solução:
Primeiro vamos calcular o valor de f(x) em:

π
x=
4
π π 2
f   = cos   =
4
  4
  2

π
Agora as respectivas derivadas até a terceira ordem, bem como seus valores em x =
4
π π 2 π π 2
f′ ( x ) = −sen ( x ) ⇒ f′   = −sen   = − f   = cos   =
4 4 2 4 4 2
π π 2
f′′ ( x ) = − cos ( x ) ⇒ f′′   = − cos   = −
4 4 2
π π 2
f′′′ ( x ) = sen ( x ) ⇒ f′′′   = sen   =
4 4 2

Portanto,
a) O polinômio de Taylor de terceiro grau é:

π π π


f′   f′′   2 f′′′   3
π 4  π  4  π  4  π
P3 ( x ) = f   +   ⋅  x −  +   ⋅  x −  +   ⋅  x − 
4 1!  4 2!  4 3!  4
 2  2
 −   −  2
2 3
2  2   π  2   π 2  π
P3 ( x ) = + ⋅x −  + ⋅x −  + ⋅x − 
2 1  4 2  4 6  4

Após as manipulações algébricas, temos que:


2 33
2 2  π 2  π 2  π
P3 ( x ) = − ⋅x −  − ⋅x −  + ⋅x − 
2 2  4 4  4 12  4

Para calcular a forma de Lagrange do resto, precisaremos da próxima derivada, aplicada


π
em ξ, sendo que < ξ < x
4

f(iv) (x) = cos (x) ⇒ f''' (ξ) = cos (ξ)

capítulo 4 • 117
b) Dessa forma, temos que a forma de Lagrange do resto é dada por:

f (n+1) ( ξ ) n +1
Rn ( x ) = ⋅ (x − a)
n + 1!
cos ( ξ )  π
4
cos ( ξ )  π
4
R3 ( x ) = ⋅  x −  ∴ R3 ( x ) = ⋅x − 
4!  4 24  4

Como |cos (ξ)| ≤ 1, podemos concluir que:


4
1  π
R3 ( x ) ≤ ⋅  x −  , ∀x ∈
24  4

Para calcular o valor aproximado de cos 47o devemos transformar o ângulo de grau
para radiano

47
47o ≈
π rad e
180
π 47 π  47 1   47 45   2  1
x− = π− = −  ⋅ π = − ⋅π =  ⋅π = ⋅π
4 180
Agora basta aplicar as soluções das letras 4  180
a e b, sendo que: 4   180 180   180  90

47
47o ≈ π rad e
180
π 47 π  47 1   47 45   2  1
x− = π− = −  ⋅ π = − ⋅π =  ⋅π = ⋅π
4 180 4  180 4   180 180   180  90

c) Dessa forma,
2 3
2 2  1  2  1  2  1 
P3 ( x ) = − ⋅ ⋅ π − ⋅ ⋅ π + ⋅ ⋅ π e
2 2  90  4  90  12  90 
 47  cos ( ξ )  1
4

R3  π = ⋅ ⋅ π
 180  24  90 

Como 0 < cos (ξ) < 1,


4
 47  1  1 
0 < R3  π < ⋅ ⋅ π
 180  24  90 
1
Adotando, ⋅ π = 0, 34906585 , obtemos:
90
2 2 2 2
P3 ( x ) = ⋅ ( 0, 34906585 ) − ⋅ ( 0, 34906585 ) + ⋅ ( 0, 34906585 )
2 3

2 2 4 12
P3 ( x ) = 0, 68156721 e
4
 47  1  1 
0 < R3  π < ⋅ ⋅ π  = 0, 00000006
 180  24  90 

capítulo 4 • 118
2 2 2 2
P3 ( x ) = ⋅ ( 0, 34906585 ) − ⋅ ( 0, 34906585 ) + ⋅ ( 0, 34906585 )
2 3

2 2 4 12
P3 ( x ) = 0, 68156721 e
4
 47  1  1 
0 < R3  π < ⋅ ⋅ π  = 0, 00000006
 180  24  90 

Se utilizarmos a expressão que escrevemos nessa seção como:

f (x) = Pn (x) + Rn (x)

Temos que,

Rn (x) = f (x) – Pn (x) ⇒ |Rn (x)| = |f (x) – Pn (x)|

Podemos obter um limitante superior para o erro dessa aproximação fazendo

E > 0, |Rn (x)| ≤ E

Ou seja,

|f (x) – Pn (x)| ≤ E ⇒ Pn (x) – E ≤ f (x) ≤ Pn (x) + E

Dessa forma, a precisão do resultado

Pn (x) – E ≤ f (x) ≤ Pn (x) + E


0,68156721 – 0,00001 ≤ f (x) ≤ 0,68156721 + 0,00001
0,68155715 ≤ f (x) ≤ 0,68157726
0,68156 ≤ f (x) ≤ 0,68158

Utilizando a calculadora, obtemos que cos 47o ≈ 0,68199836 e o resultado aproximado,


utilizando a fórmula de Taylor, dada por f (x) = P3 + R3 é

f (x) ≈ 0,68156727

Que é um resultado com aproximação de 8 casas decimais.

capítulo 4 • 119
ATIVIDADES
01. Um edifício de 2.000 m2 de piso deve ser construído, sendo exigido recuos de 5 m na
frente e nos fundos e de 4 m nas laterais. Ache as dimensões do lote com menor área onde
esse edifício possa ser construído.

A modelagem é parte da resolução do problema (inclusive e, principalmente, nas ques-


tões de prova). Entretanto vamos ilustrar esse exercício para ajudá-lo na resolução).

5m

y + 10 2000 m2 y
4m 4m

5m

y+8

Uma dica: Antes de iniciar a solução algébrica tente, sempre que possível, visualizar um
esboço da situação problema.
Nesse caso, o quadrilátero correspondente a área do edifício (2.000 m2), está dentro da
área do terreno (lote).
Note no esquema ao lado que estamos respeitando os respectivos recuos (5 m na fren-
te e nos fundos e de 4 m nas laterais).

02. Uma lata cilíndrica é feita para receber um (1) litro de óleo. Encontre as dimensões que
minimizarão o custo do metal para produzir essa lata.

A modelagem é parte da resolução do problema (inclusive e, principalmente, nas ques-


tões de prova). Entretanto vamos ilustrar esse exercício para ajudá-lo na resolução).
O que precisamos saber para iniciar a solução?
Considerando o formato da lata:
r: raio e h: altura (ambos em centímetros);
ATotal: área total da lata em termos de r e h, sendo que:
ATotal = ALateral + 2 · ABase
Ou seja,
ATotal = 2πrh + 2πr2
Além disso,
O volume do cilindro é dado por:
Vcilindro = πr2 h e 1L = 1000 cm3

capítulo 4 • 120
03. Encontre, aplicando L’Hopital, os limites abaixo, se existirem.

x sen ( 4x ) 2x3 + 3x
a) lim b) lim c) lim
x →0 1− e x x →0 sen ( 3x ) x → +∞ x3 + 3x2 − 1

04. Encontre o polinômio de Taylor de grau n = 3 com a forma de Lagrange do resto em


π
α = para f (x) = sen x.
6

05. Calcule lim x ⋅ ln x


x → 0+

Para aplicar L’Hopital devemos ter um quociente de funções.

1
Dica: substitua x por 1 , pois
x 1
x=
1
x

06. Calcule lim ( sec x − tgx )


π−
x →
2

Primeiro atente para o fato de que


lim − sec x = +∞ e
π
x →
2
lim − tgx = +∞
π
x →
2

Dessa forma, lim ( sec x − tgx ) é indeterminado.


π−
x →
2

Além disso, para aplicar L’Hopital devemos ter um quociente de funções.

Dica: considere as seguintes relações trigonométricas

1 senx
=sec x = e tgx
cos x cos x

capítulo 4 • 121
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Na Onda da Matemática. Playlist Cálculo I. Disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=5o3cOTZKCE4&list=PLfryS2M1zbkY5e72eB5fxm7vsW6K2Oafj>. Acesso em: 26 de maio
de 2018.
Fundamentos de matemática elementar, Vol 4, Gelson Iezzi, Samuel Hazzan. – 7. ed. – São Paulo,
Atual, 2004.
Fundamentos de matemática elementar, Vol 8, Gelson Iezzi, Carlos Murakami, Nilson José
Machado. – 6. ed. – São Paulo, Atual, 2005.
LEITHOLD, Louis. O cálculo com geometria analítica. Vol. 1. ed. Harbra, São Paulo: 1994.
Custo. Disponível em: <https://hpdemat.apphb.com/Custo >. Acesso em: 20 de dezembro, às 21h.
Stewart, James. Cálculo, Volume I / James Stewart. – 5 ed. – Tradução Antonio Carlos Gilli Martins. –
São Paulo: Cengage Learning, 2008.

capítulo 4 • 122
5
Análise e esboço de
gráficos
Análise e esboço de gráficos
Ter uma ideia do comportamento de uma função pode nos ajudar a antecipar
possibilidades em problemas, cujas as modelagens não são as funções mais simples
e conhecidas. Nesse capítulo, vamos trabalhar os principais conceitos do limite e
derivada no sentido de prever, tecnicamente, o comportamento da função e, com
isso, fazer o esboço do gráfico da função.

OBJETIVOS
•  Analisar o gráfico de uma função;
•  Esboçar o gráfico de uma função.

Construção e análise de gráficos de funções

Construir e analisar gráfico de funções é, antes de tudo, uma atividade de


observação. Ao se deparar com um problema desse tipo, devemos olhar para a
função e nos perguntar:
•  Qual o domínio dessa função?
•  Existem pontos de interseções com os eixos?
•  Existem simetrias?
•  Existem assíntotas?

PERGUNTA
Você não sabe o que é uma assíntota?
Se já sabe, tudo bem. Caso não saiba, fique calmo, já iremos apresentar a definição e do
que se trata.

•  Existem valores de máximo e mínimos?


•  Em quais intervalos a função cresce ou decresce?
•  Para onde está a concavidade do gráfico e, caso existam, seus pontos
de inflexão?

capítulo 5 • 124
•  Como a função se comporta quando x tende ao infinito (negativo e positivo)?
Se essas 8 perguntas forem respondidas, significa que você já sabe (ou tem
uma boa ideia) fazer (ou construir) o esboço do gráfico de uma função. Exceto o
termo assíntota, acredito que, pelo que já estudamos até aqui, você já saiba a ideia
das demais perguntas, mas vamos detalhar todas a partir de agora.
Faremos esse capítulo bem prático. Dessa forma, acompanhe a nossa sequência.
Vamos iniciar com uma função simples e conhecida por todos. Ou seja, essa já
conhecemos o seu gráfico e será utilizada para ganharmos confiança na utilização
desse processo. Dessa forma, faça um esboço do gráfico da função f (x) = x2. Um
aluno de Cálculo já sabe o resultado, ou seja, a forma dessa parábola. Por isso,
vamos mostrar esses passos para que a cada resultado você acompanhe bem e para
que, reforçando, você ganhe confiança para fazer funções menos conhecidas.

EXEMPLO
Passo 1: Qual o domínio dessa função?

Solução:
O domínio de uma função de uma variável real são os valores de x ∈ R que, efetivamente,
podem ser utilizados na função, lembra?
Neste passo é a verificação de restrições (ou condições de existência), como por exem-
plo a divisão por zero, ser um radicando (termo dentro de uma raiz) etc....
Para f(x) = x2, podemos notar que não existem restrições ou condições de existência
(C.E.) a serem satisfeitas. Portanto,

Dom [f(x)] = R

Passo 2: Existem pontos de interseções com os eixos?

Solução:
Interseções com os eixos podem ser definidas como os pontos em que o gráfico corta
(toca ou intercepta) os eixos.
•  Interseção com o eixo x é o mesmo que raiz (ou zero) da função, ou seja, é o ponto do
gráfico no qual y = 0. São os pontos da forma (x, 0), sendo que y = f (x) = 0.
•  Interseção com o eixo y é o ponto do gráfico no qual x = 0. São os pontos da forma (0, y),
sendo que y = f (0).

capítulo 5 • 125
Dependendo da função a solução das raízes é simples, neste caso encontrar os in-
terceptos (ou interseções) no ponto x será de grande importância, porém se for uma
função mais complexa, onde teremos dificuldades para encontrar as raízes, este passo
pode ser omitido.

Para f (x) = x2, devemos calcular as raízes e determinar o valor de y para x = 0.


Numa função do segundo grau “mais complexa”, para determinar as raízes, precisaríamos
utilizar a fórmula de Bhaskara (lê-se báscara), regra da soma e produto das raízes etc... Nesse
caso, em especial, podemos identificar diretamente as raízes, pois temos que fazer

y = f (x) = 0 ⇒ x2 = 0 ∴ x' = x'' = 0

Portanto, existem duas raízes reais iguais. Então, temos o ponto (0, 0) ∈ Gráfico de f (x).
Para determinar o valor de y quando x = 0, basta substituir o valor de x por 0. Portanto,

y = f (x) = 02 = 0, (x, y) = (0, 0)

Então, temos o ponto (0, 0) ∈ Gráfico de f (x).


Os dois casos podem nos fornecer até três pontos diferentes (duas raízes reais diferen-
tes e o ponto onde o eixo corta o eixo y), nesse caso, f (x) = x2 temos apenas um ponto do
gráfico, que é o ponto (x, y) = (0, 0). Dessa forma, o ponto (0, 0) ∈ Gráfico de f (x)

Passo 3: Existem simetrias?

Solução:
Este passo nos informa onde a função se comporta de forma espelhada ou de forma
repetida, veremos três casos para a análise da simetria:
a) Se f (–x) = f (x) para todo x pertencente ao domínio, ou seja, a equação não muda
se x for substituído pelo seu valor simétrico, então a função se caracteriza como Função
Par, e a curva é simétrica em relação ao eixo y. Isto implica que ao descobrirmos como
a curva se comporta para todo domínio maior ou igual a zero, ela será espelhada pelo
eixo y.
b) Se f (–x) = –f (x) para todo x pertencente ao domínio, f é dita Função Ímpar e a curva
será simétrica em relação à origem, ou seja, ao conhecermos como a curva se comporta
para todo domino maior ou igual a zero, basta rotacionar 1800 a curva conhecida em
torno da origem, formando a curva completa.

capítulo 5 • 126
c) Se h é um valor constante positivo e, f (x + h) = f (x) para todo x pertencente ao
domínio, f é dita Função Periódica, e o menor número h, é chamado período. Por exem-
plo, a função f (x) = sin (x) o período h é 2π. Se soubermos como se comporta o gráfico
durante o intervalo h, então ele se repetirá infinitamente de h em h.

Para f (x) = x2, temos que analisar se é uma função par, impar ou periódica.
Dado um x0 e o seu simétrico, –x0, ambos pertencentes ao domínio da função, ou seja,
considere

x0, –x0 ∈ Dom [f (x)]

•  Supondo x0 > 0, podemos substituir x = x0 em f (x), f (x0) = (x0)2,

f (x0) = x02

•  Supondo x0 < 0, podemos substituir x = –x0 em f (x), f (–x0) = (–x0)2,

f (–x0) = x02

Podemos observar que f (x0) = f (–x0). Ou seja, a função f (x) = x2 é uma função par,
simétrica em relação ao eixo y.

Passo 4: Existem assíntotas?

Solução:
Como prometido, vamos definir o que são assíntotas.
Definição: As assíntotas são retas que tangenciam a curva de determinadas funções no
infinito, ou seja, quando x tende ao infinito. Podem ser horizontais (que interceptam apenas
o eixo y), verticais (que interceptam somente o eixo x) e inclinadas (oblíquas, nem vertical
nem horizontal).
As condições para cada caso são:
a) Assíntotas horizontais: Se o limite de f (x) tendendo ao infinito negativo ou posi-
tivo é igual a L, então a reta y = L é uma assíntota horizontal de f (x).

lim f ( x ) = L ou lim f ( x ) = L
x → +∞ x → −∞

capítulo 5 • 127
b) Assíntotas verticais: A função f (x) possui uma assíntota vertical, num ponto x0, se
alguma das relações for verdadeira:

lim f ( x ) = ±∞ ou lim f ( x ) = ±∞
x → x0− x → x0+

Devemos observar que numa função racional, ou seja, aquelas da forma

p(x)
f (x) = , com q ( x ) ≠ 0
q(x)

onde p (x) e q (x) são polinômios. São os casos mais comuns de assíntota vertical. Se
c é um número real tal que q (c) = 0 e p (c) ≠ 0, então o gráfico de f (x) tem uma assíntota
vertical em x = c.

c) Assíntotas inclinadas: Existem assíntotas oblíquas se o limite tendendo ao infinito


de [f (x) – (mx + n)] = 0, ou seja,

lim  f ( x ) (mx + n) = 0


x → ±∞

Dessa forma, a reta y = mx + n é chamada de Assíntota Inclinada.


Note que se m = 0, ficamos com y = n que será uma Assíntota horizontal, sendo uma
outra forma de encontrar (ou determinar) esse tipo de Assíntota.
Mas, aparece uma pergunta.
Como suspeitar de alguma reta para ser assíntota y = L (horizontal), x = x0 (vertical) ou
y = mx + n (oblíqua)?
Primeiro determine m, caso exista, através do limite

f (x)
m= lim
x → ±∞ x

Em seguida, calcule

n= lim  f ( x ) − m ⋅ x 
x → ±∞

Se m,n forem finitos, então y = mx + n será assíntota para x → ± ∞.

capítulo 5 • 128
Para f (x) = x2, note que não aparenta ter assíntotas horizontal (pois a função aparenta
não ser limitada. A cada valor de x aumentando, aumenta o y = f (x)), nem vertical (pois essa
assíntota está normalmente associada a condição de existência no denominador de uma
função racional). Pode ter assíntota oblíqua? Vamos ver!

f (x) x2
m = lim = lim = lim x = ± ∞
x → ±∞ x x → ±∞ x x → ±∞

Como não existe um valor finito para m, não temos assíntotas nessa função.

Passo 5: Existem valores de máximo e mínimos?

Solução:
A interpretação destes pontos da função é importante, pois ajuda a que o esboço da
função tome forma, pois essa análise está diretamente relacionada aos intervalos de cresci-
mento e decrescimento da função.
Primeiro devemos determinar a derivada da função f (x), ou seja, determinar f’ (x). E, com
base na derivada da função encontrar os pontos críticos c ∈ Dom [f (x)] ⊂ R, ou seja, os valo-
res c (pontos críticos) onde a derivada é nula ou não existe. De posse desses pontos críticos,
devemos utilizar o Teste da Primeira Derivada ou o Teste da Segunda Derivada.

Se, no sentido de crescimento do eixo dos x, os valores


da função próximos de f’ (c) mudarem de sinal de positivo
TESTE DA PRIMEIRA para negativo, então é um máximo local, da mesma forma
DERIVADA se os valores da função próximos de f’ (c) mudarem de
sinal de negativo para positivo, então é um mínimo local.

Se c for um número crítico cuja segunda derivada é di-


TESTE DA SEGUNDA ferente de zero, então f’’ (c) < 0 diz que c é um máximo
DERIVADA local, da mesma forma, se f’’ (c) > 0, f (x) tem um mínimo
local em c.

Para f (x) = x2, temos


f' (x) = 2x
f'' (x) = 2

Pelo Teste da Primeira Derivada, precisamos fazer f' (x) = 0

f' (x) = 2x = 0 ⇒ 2x = 0 ⇒ x = 0 (ponto ou número crítico)

capítulo 5 • 129
Note que para valores de x < 0, f' (x) < 0 e para valores de x > 0, f' (x) > 0. Dessa forma,
os valores da função próximos de f’ (0) mudam de sinal de negativo (f' (x) < 0) para positivo
(f' (x) > 0), então x = 0 é um mínimo local.
Pelo Teste da Segunda Derivada, precisamos substituir x por 0 em f'' (x) e verificar se o
seu valor é positivo ou negativo. Como f'' (x) = 2, temos que:

f'' (0) = 2 > 0 (a segunda derivada é positiva em x = 0)

Então, pelo Teste da Segunda Derivada concluímos que x = 0 é um mínimo local.


Dessa forma, concluímos que em x = 0 temos um mínimo local, sendo o ponto (0, 0).

Passo 6: Em quais intervalos a função cresce ou decresce?

Solução:
Análise dos intervalos do domínio em que a primeira derivada é positiva ou negativa. O
teste de crescimento determina onde a curva é crescente (f’ (x) > 0) ou decrescente (f’ (x) < 0)
utilizando a primeira derivada da função.
Para f (x) = x2 esta resposta está associada ao Teste da Primeira Derivada (feita no pas-
so anterior), sendo que agora precisamos fazer o estudo do sinal da f' (x)

f’(x) < 0 f’(x) > 0


em ]– , 0[ em ]0,+ [

–3 –2 –1 0 1 2 3
f’(0) = 0
x = 0 é um ponto de mínimo

Figura 5.1  –  Estudo do sinal de f’ (x).

O esquema das setas dá uma boa visão geométrica de onde a derivada da função indica
a declividade de f (x):
•  O intervalo de decrescimento, com f' (x) < 0: ] –∞, 0[
•  O intervalo de crescimento, com f' (x) > 0: ] 0, +∞[

capítulo 5 • 130
Passo 7: Para onde está a concavidade do gráfico e, caso existam, seus pontos de infle-
xão?

Solução:
Estas informações são obtidas analisando os valores da segunda derivada.
•  Se f’’ (x) > 0, a curva é côncava para cima;
•  Se f’’ (x) < 0, a curva é côncava para baixo.

O ponto em que a curva muda a direção da concavidade é chamado de Ponto de Inflexão.


Para f (x) = x2

f' (x) = 2x
f'' (x) = 2

O que significa que a concavidade de f (x) = x2 e côncava (popularmente dizemos “volta-


da”) para cima, pois f'' (x) = 2 > 0, ∀x

Passo 8: Como a função se comporta quando x tende ao infinito (negativo e positivo)?

Solução:
A resposta a essa pergunta é calcular os limites

lim f ( x ) e lim f ( x )
x → +∞ x → −∞

Para f (x) = x2

lim x2 = +∞ e lim x2 = +∞
x → +∞ x → −∞

Passo 9: Ao reunir todo o conjunto de informações necessárias para a construção do grá-


fico, o que resta é o esboço da curva, a partir dos sete passos citados anteriormente, o estu-
dante pode começar a construir o gráfico

Solução:
Para f (x) = x2, temos:
Dom [f (x)] = R

capítulo 5 • 131
O ponto (0, 0) ∈ Gráfico de f (x).
A função f (x) = x2 é uma função par, simétrica em relação ao eixo y.
Não temos assíntotas nessa função.
Em x = 0 temos um mínimo local, sendo o ponto (0, 0).

A declividade de f (x):
•  O intervalo de decrescimento, com f' (x) < 0: ] –∞, 0[
•  O intervalo de crescimento, com f' (x) > 0: ] 0, +∞[

Sua concavidade é côncava para cima para todo o domínio.


A função y = f (x) tende para o infinito, quando x tende para ±∞.

Observe na figura 5.2 que todas as informações coletadas nesse processo resultam,
como esperado, nessa parábola com vértice na origem e concavidade para cima.

10
f
9

–4 –3 –2 –1 0 1 2 3 4
–1

Figura 5.2  –  Esboço do gráfico da função f (x) = x2.

capítulo 5 • 132
Portanto, se seguirmos esses nove passos, teremos informações suficientes para
ter uma ideia do esboço de qualquer gráfico.
•  Passo 1: Qual o domínio dessa função?
•  Passo 2: Existem pontos de interseções com os eixos?
•  Passo 3: Existem simetrias?
•  Passo 4: Existem assíntotas?
•  Passo 5: Existem valores de máximo e mínimos?
•  Passo 6: Em quais intervalos a função cresce ou decresce?
•  Passo 7: Para onde está a concavidade do gráfico e, caso existam, seus pon-
tos de inflexão?
•  Passo 8: Como a função se comporta quando x tende ao infinito (negativo
e positivo)?
•  Passo 9: Ao reunir todo o conjunto de informações necessárias para a cons-
trução do gráfico, o que resta é o esboço da curva, a partir dos sete passos citados
anteriormente, o estudante pode começar a construir o gráfico

Antes de prosseguir revise todos os pontos apresentados até o momento.


Perceba cada detalhe e busque sanar as dúvidas de entendimento das questões.
Agora que você revisou o conteúdo e assistiu a atividade apresentada no Box
Multimídia, vamos a um desafio. Estou confiante em seu desempenho.

EXERCÍCIO RESOLVIDO
x2
1. Faça o esboço do gráfico da função f ( x ) = .
x −1

Solução:
Reforço a ideia de seguirmos os nove passos apresentados, pois ao responder as oito
perguntas poderemos, no nono passo, reunir todas as informações e ter uma ideia do esboço
do gráfico.

Siga os nove passos apresentados.

Passo 1: Qual o domínio dessa função?


Passo 2: Existem pontos de interseções com os eixos?
Passo 3: Existem simetrias?
Passo 4: Existem assíntotas?
Passo 5: Existem valores de máximo e mínimos?
Passo 6: Em quais intervalos a função cresce ou decresce?

capítulo 5 • 133
Passo 7: Para onde está a concavidade do gráfico e, caso existam, seus pontos
de inflexão?
Passo 8: Como a função se comporta quando x tende ao infinito (negativo e positivo)?
Passo 9: Ao reunir todo o conjunto de informações necessárias para a construção do
gráfico, o que resta é o esboço da curva, a partir dos sete passos citados anteriormente,
o estudante pode começar a construir o gráfico.

Pode estar parecendo repetitivo a orientação de seguir esses passos, mas é fundamental
que você leia e releia para poder fixar essa sequência e seus objetivos para a construção do
esboço do gráfico.
Tente fazer sozinho cada etapa, antes de conferir a resposta!!!

Passo 1: Qual o domínio dessa função?


Para

x2
f (x) =
x −1

temos que verificar se existe alguma condição de existência (C.E.). Nesse caso, observe
que o denominador tem que ser diferente de zero. Portanto,
C.E.: x – 1 ≠ 0 → x ≠ 1. Dessa forma, o domínio da função são todos os números reais,
exceto o 1. Ou seja,

Dom [f (x)]={x ∈ R/x ≠ 1} = R – {1}

Passo 2: Existem pontos de interseções com os eixos?

x2
Para f ( x ) = , temos:
x −1

•  Interseção com o eixo x (raiz ou zero da função): São os pontos da forma (x, 0), sendo que
y = f (x) = 0.

x2
=0
x −1

Como o denominador não pode ser zero, é fácil observar que para essa expressão ter
resultado zero, precisamos ter o numerador igual a zero. Portanto, basta fazer

x2 = 0 ⇒ x=0

capítulo 5 • 134
Chegamos à conclusão que o ponto em que essa função intercepta o eixo x é o
ponto (0, 0).

•  Interseção com o eixo y: São os pontos da forma (0, y), sendo que y = f (0).

02 0
f (0) = = =0 ⇒ y=0
0 − 1 −1

Chegamos à conclusão que o ponto em que essa função intercepta o eixo y é o ponto
(0, 0).

Note que o ponto (0, 0), para o gráfico de uma função, é interseção aos dois eixos, x e y.

Passo 3: Existem simetrias?


Tratamos a simetria da seguinte forma:
•  Simetria em relação ao eixo y – se f (x) for uma função par
Se f (–x) = f (x) a equação não muda se x for substituído pelo seu valor simétrico.

Para f ( x ) =
x2
, temos: f ( − x ) =
( −x )
2
x2 x2 x2
= =− ⇒ f ( −x ) = −
x −1 − x − 1 − ( x + 1) x +1 x +1

Como f (x) ≠ f (–x), essa função não é uma função par.

•  Simetria em relação a origem – se f (x) for uma função ímpar.


Se f (–x) = –f (x) ao conhecermos como a curva se comporta para todo domino maior
ou igual a zero, basta rotacionar 1800 a curva conhecida em torno da origem, formando a
curva completa.

− x2 x2
Para f( − x ) = (cálculo feito no início desse passo), temos: − f ( x ) = −
x +1 x −1

Como f (–x) ≠ –f (x), essa função não é uma função ímpar.

•  Simetria periódica – se f(x) for uma função periódica


Se h é um valor constante positivo e, f (x + h) = f (x) o gráfico da função se repetirá a
partir desse valor h e o menor número h, é chamado período.

x2 ( x + h)
2
x2
Para f ( x ) = , temos: f ( x + h) = ⇒ f ( x + h) =
x −1 ( x + h) − 1 x + h −1

capítulo 5 • 135
Como f (x + h) ≠ f (x), essa função não é uma função periódica.
Concluímos, portanto, que não existem simetrias para essa função.

Passo 4: Existem assíntotas?


•  Assíntotas horizontais: A reta y = L é uma assíntota horizontal de f (x) se

lim f ( x ) = L ou lim f ( x ) = L
x → +∞ x → −∞

x2
Para f ( x ) = , temos:
x −1
x2
x2 2 1 lim 1
lim = lim x = lim = x → +∞
x → +∞ x − 1 x → +∞ x − 1 x → +∞ 1 1 1 1 
− lim −
x2 x x2 x → +∞  x x2 
x2 lim 1 1
x → +∞
lim = = = +∞
x → +∞ x − 1 1 1 1 1
lim − lim 2 lim − lim 2
x → +∞ x x → +∞ x x → +∞ x x → +∞ x

•  O numerador tende para 1 e, as parcelas do denominador, tendem para 0.


•  Portanto, o denominador tende para zero e o denominador está se aproximando de
zero através de valores positivos.

Ou
x2
Para f ( x ) = , temos:
x −1
x2
x2 2 1 lim 1
lim = lim x = lim = x → −∞
x → −∞ x − 1 x → −∞ x − 1 x → −∞ 1 1 1 1 
− lim −
x2 x x2 x → −∞  x x2 
x2 lim 1 1
x → −∞
lim = = = −∞
x → −∞ x − 1 1 1 1 1
lim − lim 2 lim − lim 2
x → −∞ x x → −∞ x x → −∞ x x → −∞ x

•  Assíntotas verticais: A função f (x) possui uma assíntota vertical, num ponto x0, se alguma
das relações for verdadeira:

lim f ( x ) = ±∞ ou lim f ( x ) = ±∞
x → x0− x → x0+

capítulo 5 • 136
x2
Para f ( x ) = , temos:
x −1

O candidato natural para esse teste é o número 1, pois ele zera o denominador. Dessa
forma, tomemos x0 = 1

x2 lim + x2
lim + = x →1 = +∞
x →1 x − 1 lim + ( x − 1)
x →1

x2 lim − x2
lim − = x →1 = −∞
x →1 x − 1 lim − ( x − 1)
x →1

Portanto, a reta x = 1 é uma assíntota vertical.

•  Assíntotas inclinadas: Existem assíntotas oblíquas se o limite tendendo ao infinito de


[f (x) – (mx + n)] = 0, ou seja,

lim  f ( x ) (mx + n) = 0


x → ±∞

Primeiro determine m, caso exista, através do limite

f (x)
m= lim
x → ±∞ x

Em seguida, calcule

n= lim  f ( x ) − m ⋅ x 
x → ±∞

Se m,n forem finitos, então y = mx + n será assíntota para x → ±∞.

x2
Para f ( x ) = , temos:
x −1
x2 x
x − 1 x2 1 x x = lim 1
m = lim = lim ⋅ = lim lim =
x → ±∞ x x → ± ∞ x −1 x x → ± ∞ x − 1x → ± ∞ x − 1 x → ± ∞ 1
1−
x x
lim 1 lim 1 1
x → ±∞ x → ±∞
m= = = =1
 1 1 1− 0
lim 1−  lim 1− lim
x → ±∞ x  x → ±∞ x → ±∞ x

capítulo 5 • 137
1
•  O lim tende para 0 e, as parcelas do denominador, tendem para 1.
x → ±∞ x
•  Portanto, o numerador e o denominador tendem para 1.

 x2   x2 
n=  f ( x ) − m.x  = lim 
lim − 1.x  = lim  − x =
x → ±∞ x → ± ∞  x −1  x → ± ∞  x − 1 
 x 
 x2 − x2 + x   x   
n = lim   = lim   = lim  x  =
x → ±∞ x −1  x → ± ∞  x − 1 x → ± ∞ x − 1
 
 x 
 
 1 
n = lim  =1
x → ±∞ 1
1− 
 x

Como m = 1 e n=1 são valores finitos, então y = 1 · x + 1, ou seja, y = x + 1 é uma


assíntota para x → ±∞.
x2
Vamos calcular a derivada de f (x), ou seja, para f ( x ) = , temos:
x −1
2x ⋅ ( x − 1) − x2 ⋅ (1) 2x2 − 2x − x2 x2 − 2x x ⋅ ( x − 2 )
f′ ( x ) = = = = ,
( x − 1)2 ( x − 1)2 ( x − 1)2 ( x − 1)2

Portanto,

x ⋅ ( x − 2)
f′ ( x ) =
( x − 1)2

’ ’
 x ⋅ ( x − 2 )  ⋅ ( x − 1) −  x ⋅ ( x − 2 )  ⋅ ( x − 1) 
2 2

f′′ ( x ) =  
( x − 1)4
( x )’ ⋅ ( x − 2 ) + x. ( x − 2 )’  ⋅ ( x − 1)2 −  x ⋅ ( x − 2 )  ⋅ 2 ⋅ ( x − 1) ⋅ ( x − 1)’ 
  
f′′ ( x ) =   
( x − 1)4

1⋅ ( x − 2 ) + x ⋅1 ⋅ ( x − 1) −  x ⋅ ( x − 2 )  ⋅ 2 ⋅ ( x − 1) ⋅1


2
f′′ ( x ) = 
( x − 1)4
2 ( x − 1)  ⋅ ( x − 1) −  x2 − 2x  ⋅ 2 ⋅ ( x − 1) 
2
f′′ ( x ) = 
( x − 1)4
2 ( x − 1) ⋅ ( x − 1) −  x2 − 2x 
2

f′′ ( x ) =
( x − 1)4
2 ⋅ x2 − 2x + 1− x2 + 2x 2
f′′ ( x ) = f′′ ( x ) =
( x − 1) 3
( x − 1)
3

capítulo 5 • 138
f′′ ( x ) =
{
2 ( x − 1) ⋅ ( x − 1) −  x2 − 2x 
2
}
( x − 1) 4

2 ⋅{ x2 − 2x + 1− x2 + 2x} 2
f′′ ( x ) = ∴ f′′ ( x ) =
( x − 1) 3
( x − 1)3

Usaremos essas informações

x ⋅ ( x − 2) 2
f′ ( x ) = e f′′ ( x ) =
( x − 1) 2
( x − 1)3

nos passos 5 a 7.

Passo 5: Existem valores de máximo e mínimos?


•  Teste da primeira derivada
Temos que fazer

x ⋅ ( x − 2)
f′ ( x ) = =0
( x − 1)2

Como o denominador é sempre positivo para os valores de x no domínio, f' (x) será igual
a zero somente de o numerador for igual a zero. Ou seja, precisamos avaliar

x · (x – 2) = 0

Que nos dá que a derivada primeira será zero quando x' = 0 ou x'' = 2.
No sentido de crescimento do eixo dos x, os valores da função próximos de f’ (0) mudam
de sinal de positivo para negativo, então é um máximo local, e os valores da função próximos
de f’ (2) mudam de sinal de negativo para positivo, então é um mínimo local.
Portanto, f (x) tem um máximo local em x = 0 e um mínimo local em x = 2.

•  Teste da segunda derivada


Devemos aplicar o(s) número(s) crítico(s) na segunda derivada da função

2 2
f′′ ( 0 ) = = = −2 < 0
( 0 − 1)3 −1

capítulo 5 • 139
Como f’’ (0) < 0, o valor c = 0 é um máximo local para f (x)

2 2
f′′ ( 2 ) = = =2>0
(2 − 1) 3
1

Como f’’(2) > 0, o valor c = 0 é um mínimo local para f (x).


Os dois testes, é claro, indicam o mesmo resultado.

Passo 6: Em quais intervalos a função cresce ou decresce?


A curva é crescente quando (f’ (x) > 0) ou decrescente (f’ (x) < 0) utilizando a primeira
derivada da função. Ou seja, o teste da primeira derivada (feita no passo anterior) apresen-
ta esses intervalos, sendo que agora precisamos fazer o estudo do sinal da f' (x)

f’ (x) > 0 f’ (x) > 0 f’ (x) > 0


x ] – , 0[ x ] 0, 2[ x ]2, + [

–2 –1 0 1 2 3 4

Figura 5.3  –  Estudo do sinal de f’ (x).

O esquema das setas dá uma boa visão geométrica de onde a derivada da função indica
a declividade de f (x):
•  O intervalo de decrescimento, com f' (x) < 0: ] 0, 2[
•  O intervalo de crescimento, com f' (x) > 0: ] –∞, 0 [∪] 2, +∞[

Passo 7: Para onde está a concavidade do gráfico e, caso existam, seus pontos de infle-
xão?
Analisando os valores da segunda derivada

2
f′′ ( x ) =
( x − 1)3

capítulo 5 • 140
f’’ (x) > 0 f’’ (x) > 0
x ] – , 1[ x ]1, + [

–1 0 1 2 3 4

Figura 5.4  –  Estudo do sinal de f'' (x).

•  Se f’’ (x) < 0 em ]–∞, 1[, a curva de f (x) é côncava para baixo, nesse intervalo;
•  Se f’’ (x) > 0 em ]1, +∞ [, a curva de f (x) é côncava para cima, nesse intervalo.

O ponto em que a curva muda a direção da concavidade é chamado de Ponto de Inflexão.

Passo 8: Como a função se comporta quando x tende ao infinito (negativo e positivo)?


Basta calcular os limites

lim f ( x ) e lim f ( x )
x → +∞ x → −∞

E esses limites já foram calculados no Passo 4 (Reveja, antes de prosseguir):

lim f ( x ) = +∞ e lim f ( x ) = −∞
x → +∞ x → −∞

Passo 9: Ao reunir todo o conjunto de informações necessárias para a construção do grá-


fico, o que resta é o esboço da curva, a partir dos sete passos citados anteriormente, o estu-
dante pode começar a construir o gráfico

Dom [f (x)] = {x ∈ R/x ≠ 1} = R – {1}

O ponto em que essa função intercepta os eixos é o ponto (0, 0)


Não existem simetrias para essa função.
A reta x = 1 é uma assíntota vertical.
y = x + 1 é uma assíntota para x → ±∞.
f (x) tem um máximo local em x = 0 e um mínimo local em x = 2.

capítulo 5 • 141
A declividade de f (x):
•  O intervalo de decrescimento, com f' (x) < 0: ]0, 2[
•  O intervalo de crescimento, com f' (x) > 0: ]–∞, 0 [∪] 2, +∞[

A concavidade de f (x):
•  Se f’’ (x) < 0 em ]–∞, 1[, a curva de f (x) é côncava para baixo, nesse intervalo;
•  Se f’ ’(x) > 0 em ]1, +∞ [, a curva de f (x) é côncava para cima, nesse intervalo.

No infinito, a função tem o seguinte comportamento

lim f ( x ) = +∞ e lim f ( x ) = −∞
x → +∞ x → −∞

Agora, com essas informações reunidas, podemos chegar a um esboço do gráfico.

15

10

–15 –10 –5 0 5 10 15

–5

–10

x2
Figura 5.5  –  Esboço do gráfico da função f ( x ) = .
x −1

capítulo 5 • 142
ATIVIDADES
01. Desenvolva os nove passos, conforme apresentado nesse capítulo, para fazer, ao final, o
x
esboço do gráfico de f ( x ) = 2 .
x 2

02. Desenvolva os nove passos, conforme apresentado nesse capítulo, para fazer, ao final, o
ex
esboço do gráfico de f ( x ) = 2 .
x 4

03. Desenvolva os nove passos, conforme apresentado nesse capítulo, para fazer, ao final, o
x
esboço do gráfico de f ( x ) = .
9 − x2

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Na Onda da Matemática. Playlist Cálculo I. Disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=5o3cOTZKCE4&list=PLfryS2M1zbkY5e72eB5fxm7vsW6K2Oafj>. Acesso em: 26 de maio
de 2018.
Fundamentos de matemática elementar, Vol 4, Gelson Iezzi, Samuel Hazzan. – 7. ed. – São Paulo,
Atual, 2004.
Fundamentos de matemática elementar, Vol 8, Gelson Iezzi, Carlos Murakami, Nilson José
Machado. – 6. ed. – São Paulo, Atual, 2005.
LEITHOLD, Louis. O cálculo com geometria analítica. Vol. 1. ed. Harbra, São Paulo: 1994.
Custo. Disponível em <https://hpdemat.apphb.com/Custo >. Acesso em: 20 de dezembro, às 21h.
Stewart, James. Cálculo, Volume I / James Stewart. – 5 ed. – Tradução Antonio Carlos Gilli Martins. –
São Paulo: Cengage Learning, 2008.

GABARITO
Capítulo 1

01.
a) v (t) = 6t e a (t) = 6
v (3) = 18 m/s e a (3) = 6 m/s2

capítulo 5 • 143
1 1
b) v (t) = − e a (t) = 4
4t2 4t

 1  1
v   = −1m / s e a   = 4 m / s2
2 2

02. =6%

03.
1
a) t: y – 3 = 4 (x – 4) e n : y − 3 = − ( x − 4)
4
1
b) n : y − 3 = − ( x − 4 ) e n : y − 2 = −2 2 ( x − 5)
4
04.
a) Sim b) Não

05. Não existe derivada nesse ponto, pois as derivadas laterais são diferentes.

Capítulo 2

01. Encontre as derivadas

a) y' = 0
dy
b) = 48x7
dx
c) y' = 18x2 – 6x + 7
dy
d) = 48x7 − 84x6 + 4x4 − 16x3
dx
2x4 − 16x3 + 6x2 − 8x + 16
e) y′ =
( x2 − 4x + 1)
2

02. Encontre as derivadas


dy sent − x ⋅ cos t
a) f' (x) = 1 – 3 · cos x c) =
dx sent
b) y' = t2 · (3 · cos t – t · sen x)
d) y' = ex · (sen x + cos x)

03. Encontre as derivadas


a) f (x) = 4 · cos 4x c) y = sec2 (sen x) · cos x
b) y = –20 · x · (1 – x2)9 d) y=ex · cos (ex)

capítulo 5 • 144
04. Dada a função y = arc sen x, podemos escrever que sen y = x
Observe que y é uma função de x, ou seja, y = y (x).

sen y (x) = x (I)

Então, vamos derivar implicitamente

d d 1
sen y ( x )  = [ x ] ⇒ cos y ( x ) ⋅ y′ ( x ) = 1 ⇒ y′ ( x ) = (II)
dx  dx cos y ( x )

Note que a derivada apresentada em (II) está em função de y = y (x).


Lembre-se que, sen2 y (x) + cos2 y (x) = 1 então, cos2 y (x) = 1 – sen2 y (x). Dessa forma,

2
cos y ( x ) = 1− sen2 y ( x ) ⇒ cos y ( x ) = 1− sen y ( x )  (III)

Substituindo (I) em (III), temos:

cos y ( x ) = 1− x2 (IV )

Então, para finalizar, substituindo (IV) em (II) e chamando y (x) = y, chegamos a

1
y′ = cqd
1− x2

Obs.: tente usar essa mesma estratégia para encontrar as demais derivadas das fun-
ções trigonométricas inversas.

x 3
05. t: y = –2x – 1 e n : y = +
2 2
dy
06. = − cot gt
dx

Capítulo 3

01. Δy = 0,1025 e dy = 0,1

dh 4
02. = m / min
dt 45 ⋅ π

capítulo 5 • 145
03. A receita marginal para a produção de 10 unidades é de aproximadamente R$ 240,00.

04. A função é decrescente em ]–∞, 1[ e crescente em ]1, +∞ [, x = 1 é ponto de mínimo


6
local e x = ± são pontos de inflexão.
6

Capítulo 4
01. As dimensões do lote são 48 m (frente e fundo) por 60 m (laterais).

500
02. Dessa forma podemos garantir que r = 3 é o valor que minimiza o custo de produ-
π
500
ção dessa lata. Além disso, a altura h = 2 ⋅ 3 = 2r é duas vezes o raio, isto é, o diâmetro.
π

h=2r

r r

03. Encontre, aplicando L’Hopital, os limites a seguir, se existirem.


x sen ( 4x ) 4 2x3 + 3x
a) lim = −1 b) lim = c) lim =2
x →0 1− e x x →0 sen ( 3x ) 3 + 3x2 − 1
x → +∞ x 3

04.
2 3
1 1  π  1 π 1  π
P3 ( x ) = + 3x −  − x −  − + 3x − 
2 2  6 4 6 12  6
4
sen ξ  π π
R3 ( x ) = x −  , ≤ ξ ≤ x
24  6 6

05. Considerando o limite inicial,

lim x = 0 e lim+ x ⋅ ln x
x → 0+ x →0

1 ln x
Dessa forma, lim+ x ⋅ ln x = lim+ ⋅ ln x = lim+
x →0 x →0 1 x →0 1
x x

capítulo 5 • 146
É indeterminado. Fazendo a substituição sugerida, temos:

1 ln x
lim x ⋅ ln x = lim+ ⋅ ln x = lim+
x → 0+ x →0 1 x →0 1
x x

Atendendo, agora, às condições para aplicação da regra de L’Hopital, pois:

1
lim = +∞ e lim ln x = +∞
x → 0+ x x → 0+
lnx +∞
lim x ⋅ In x = lim+
x → 0+ x →0
=
1 +∞
( forma inderteminada )
x
·
1  1 1
Como (ln x ) =
·
e   =− 2
x x x
1
ln x 1  x2 
lim+ x ⋅ ln x = lim+ = lim+ x = lim+ ⋅  −  = lim+ ( −x ) = 0
x →0 x →0 1 x →0 1 x →0 x  1  x →0
− 2
x x

Portanto,

lim x ⋅ ln x = 0
x → 0+

1
Outra substituição possível, análoga a resolução apresentada, seria fazer ln x por 1 ,
pois lnx

1
ln x =
1
ln x
Dessa forma,

1 x
lim x ⋅ In x = lim x ⋅ = lim
+ + 1 + 1
x→ 0 x→ 0 x→ 0
ln x ln x
Tente continuar por esse caminho.

06.
lim ( sec x − tgx ) = 0
π−
x →
2

capítulo 5 • 147
Capítulo 5

01. As respostas aos nove passos devem o5conduzir ao gráfico.

9 –8 –7 –6 –5 –4 –3 –2 –1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
–1

–2

–3

–4

02. As respostas aos nove passos devem o–5conduzir ao gráfico.

–5 –4 –3 –2 –1 0 1 2 3 4 5
–1

–2

–3

–4

–5

capítulo 5 • 148
03. As respostas aos nove passos devem o conduzir ao gráfico.

–1 0 f 1 2 3 4 5 6 7
–1

–2

–3

–4

capítulo 5 • 149
ANOTAÇÕES

capítulo 5 • 150
ANOTAÇÕES

capítulo 5 • 151
ANOTAÇÕES

capítulo 5 • 152

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