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GESTÃO AMBIENTAL E

DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL

TRATAMENTO DE ESGOTO
ETE – FRANCA/SP

Rodrigo José P. Ferreira


Biocombustíveis - Manhã
TECNOLOGIAS PARA TRATAMENTO DE ESGOTOS SANITÁRIOS
No campo de tecnologias para o tratamento de esgotos sanitários, a escolha entre as
diversas alternativas disponíveis é ampla e depende de diversos fatores, dentre eles, podem ser
citados:

 Área disponível para implantação da ETE;

 Topografia dos possíveis locais de implantação e das bacias de drenagem e esgotamento


sanitário;

 Volumes diários a serem tratados e variações horárias e sazonais da vazão de esgotos;

 Características do corpo receptor de esgotos tratados;

 Disponibilidade e grau de instrução da equipe operacional responsável pelo sistema;

 Disponibilidade e custos operacionais de consumo de energia elétrica;

 Clima e variações de temperatura da região;

 Disponibilidade de locais e/ou sistemas de reaproveitamento e/ou disposição


adequados dos resíduos gerados pela ETE.

O tratamento de esgotos pode ser dividido em níveis de acordo com o grau de remoção
de poluentes ao qual se deseja atingir. O tratamento preliminar destina-se a remoção de sólidos
grosseiros em suspensão (materiais de maiores dimensões e os sólidos decantáveis como areia
e gordura). São utilizados apenas mecanismos físicos (gradeamento e sedimentação por
gravidade) como método de tratamento. Esta etapa tem a finalidade de proteger as unidades
de tratamento subsequentes e dispositivos de transporte como por exemplo bombas e
tubulações, além de proteção dos corpos receptores quanto aos aspectos estéticos. O
tratamento primário além dos sólidos sedimentáveis remove também uma pequena parte da
matéria orgânica, utilizando-se de mecanismos físicos como método de tratamento. O
tratamento secundário, geralmente constituído por reator biológico, remove grande parte da
matéria orgânica, podendo remover parcela dos nutrientes como nitrogênio e fósforo. Os
reatores biológicos empregados para essa etapa do tratamento reproduzem os fenômenos
naturais da estabilização da matéria orgânica que ocorreriam no corpo receptor. O tratamento
terciário, nem sempre presente, geralmente constituído de unidade de tratamento físico-
químico, tem como finalidade a remoção complementar da matéria orgânica, dos nutrientes, de
poluentes específicos e a desinfecção dos esgotos tratados.

De acordo com a área, com os recursos financeiros disponíveis e com o grau de eficiência
que se deseja obter, um ou outro processo de tratamento pode ser mais adequado. A estimativa
de eficiência esperada nos diversos níveis de tratamento incorporados numa ETE pode ser
avaliada no Quadro I.
Quadro I – Estimativa da eficiência esperada nos diversos níveis de tratamento incorporados
numa ETE.

Matéria
Sólidos em Nutrientes Bactérias
Tipo de orgânica
suspensão (% remoção (%
tratamento (% remoção de
(% remoção SS) nutrientes) remoção)
DBO)

Preliminar 5 – 10 5 –20 Não remove 10 – 20

Primário 25 –50 40 –70 Não remove 25 –75

Secundário 80 –95 65 –95 Pode remover 70 – 99

Terciário 40 - 99 80 – 99 Até 99 Até 99,999

Fonte: (CETESB, 1988)

As lagoas de estabilização são consideradas como uma das técnicas mais simples de tratamento
de esgotos. Dependendo da área disponível, topografia do terreno e grau de eficiência desejado,
podem ser empregados os seguintes tipos de sistemas de lagoas de estabilização:

- Lagoas facultativas
- Sistema de lagoas anaeróbias seguidas por lagoas facultativas (Sistema Australiano)
- Lagoas aeradas facultativas
- Sistema de lagoas aeradas de mistura completa seguida por lagoas de decantação

Um outro tipo de lagoa empregada no tratamento de esgoto é a lagoa de maturação. Porém


esta tem como objetivo a remoção de patogênicos ao contrário das demais citadas que são
destinadas a remoção de matéria orgânica.

As principais vantagens de um sistema de lagoas são a facilidade de construção, operação


e manutenção e respectivos custos reduzidos, além da sua satisfatória resistência a variações de
carga. Uma grande desvantagem é a necessidade de grandes áreas para a construção.
(SPERLING,1996)

LAGOAS FACULTATIVAS

O processo de tratamento por lagoas facultativas é muito simples e constitui-se unicamente


por processos naturais. Estes podem ocorrer em três zonas da lagoa: zona anaeróbia, zona
aeróbia e zona facultativa.

O efluente entra por uma extremidade da lagoa e sai pela outra. Durante este caminho, que
pode demorar vários dias, o esgoto sofre os processos que irão resultar em sua purificação. Após
a entrada do efluente na lagoa, a matéria orgânica em suspenção (DBO particulada) começa a
sedimentar formando o lodo de fundo. Este sofre tratamento anaeróbio na zona anaeróbia da
lagoa. Já a matéria orgânica dissolvida (DBO solúvel) e a em suspensão de pequenas dimensões
(DBO finamente particulada) permanecem dispersas na massa líquida. Estas sofrerão
tratamento aeróbio nas zonas mais superficiais da lagoa (zona aeróbia). Nesta zona há
necessidade da presença de oxigênio. Este é fornecido por trocas gasosas da superfície líquida
com a atmosfera e pela fotossíntese realizada pelas algas presentes, fundamentais ao processo.
Para isso há necessidade de suficiente iluminação solar, portanto, estas lagoas devem ser
implantadas em lugares de baixa nebulosidade e grande radiação solar. Na zona aeróbia há um
equilíbrio entre o consumo e a produção de oxigênio e gás carbônico. Enquanto as bactérias
produzem gás carbônico e consomem oxigênio através da respiração, as algas produzem
oxigênio e consomem gás carbônico na realização da fotossíntese. As reações são praticamente
as mesmas com direções opostas:

Fotossíntese:

CO2 + H2O + Energia Solar ==> Matéria Orgânica + O2

Respiração:

Matéria Orgânica + O2 ==> CO2 + H2O +Energia

À medida que se afasta da superfície da lagoa a concentração de oxigênio diminui devido a


menor ocorrência da fotossíntese. Também durante a noite não há realização de fotossíntese,
enquanto a respiração continua ocorrendo. Esta zona, onde pode ocorrer ausência ou presença
de oxigênio é denominada zona facultativa. Nela a estabilização de matéria orgânica ocorre por
meio de bactérias facultativas, que podem sobreviver tanto na ausência quanto na presença de
oxigênio.
As lagoas facultativas dependem da fotossíntese para a produção de oxigênio, como já foi
dito anteriormente. Desta forma, a eficiência desse tipo de sistema de tratamento depende da
disponibilidade de grandes áreas para que a exposição à luz solar seja adequada, podendo a
chegar a valores de 70 a 90 % de remoção de DBO. Como a atividade fundamental do processo
consiste no desenvolvimento das algas e estas da presença de luz, as profundidades das lagoas
restringem-se a valores variáveis entre 1,5 e 2,0 m, porém, com volumes elevados, de forma a
permitir a manutenção de grandes períodos de detenção, em geral de 15 a 20 dias.
Para conhecer exemplos de lagoas facultativas utilizadas para tratar esgotos sanitários no
estado de São Paulo.

SISTEMAS DE LAGOAS ANAERÓBIAS SEGUIDAS POR LAGOAS FACULTATIVAS


(SISTEMA AUSTRALIANO)

Este sistema de tratamento de esgoto constituído por lagoas anaeróbias seguidas por lagoas
facultativas, também conhecido como sistema australiano.
As lagoas anaeróbias são normalmente profundas, variando entre 4 a 5 metros. A
profundidade tem a finalidade de impedir que o oxigênio produzido pela camada superficial seja
transmitido às camadas inferiores. Para garantir as condições de anaerobiose é lançado uma
grande quantidade de efluente por unidade de volume da lagoa. Com isto o consumo de
oxigênio será superior ao reposto pelas camadas superficiais. Como a superfície da lagoa é
pequena comparada com sua profundidade, o oxigênio produzido pelas algas e o proveniente
da reaeração atmosférica são considerados desprezíveis. No processo anaeróbio a
decomposição da matéria orgânica gera subprodutos de alto poder energético (biogás) e, desta
forma, a disponibilidade de energia para a reprodução e metabolismo das bactérias é menor
que no processo aeróbio. A eficiência de remoção de DBO por uma lagoa anaeróbia é da ordem
de 50% a 60%. Como a DBO efluente é ainda elevada, existe a necessidade de uma outra unidade
de tratamento. Neste caso esta unidade constitui-se de uma lagoa facultativa, porém esta
necessitará de uma área menor devido ao pré-tratamento do esgoto na lagoa anaeróbia. O
sistema lagoa anaeróbia + lagoa facultativa representa uma economia de cerca de 1/3 da área
ocupada por uma lagoa facultativa trabalhando como unidade única para tratar a mesma
quantidade de esgoto. Devido a presença da lagoa anaeróbia, maus odores, provenientes da
liberação de gás sulfídrico, podem ocorrer como consequência de problemas operacionais. Por
este motivo este sistema deve ser localizado em áreas afastadas, longe de bairros residenciais.
(SPERLING,1996)
Para conhecer exemplos de ETEs que utilizam o Sistema Australiano para tratamento de
esgotos sanitários.

LAGOAS AERADAS FACULTATIVAS


A principal diferença entre este tipo de sistema e uma lagoa facultativa convencional é que
o oxigênio, ao invés de ser produzido por fotossíntese realizada pelas algas, é fornecido por
aeradores mecânicos. Estes constituem-se de equipamentos providos de turbinas rotativas de
eixo vertical que causam um grande turbilhonamento na água através de rotação em grande
velocidade. O turbilhonamento da água facilita a penetração e dissolução do oxigênio. Tendo
em vista a maior introdução de oxigênio na massa líquida do que é possível numa lagoa
facultativa convencional, há uma redução significativa no volume necessário para esse tipo de
sistema, sendo suficiente um tempo de detenção hidráulica variando entre 5 a 10 dias, e como
consequência, o requisito de área é menor.
O grau de energia introduzido na lagoa através dos aeradores é suficiente apenas para a
obtenção de oxigênio, porém não é suficiente para a manutenção dos sólidos em suspensão e
bactérias dispersos na massa líquida. Portanto ocorre sedimentação da matéria orgânica
formando o lodo de fundo que será estabilizado anaerobiamente como em uma lagoa
facultativa convencional.
A lagoa aerada pode ser utilizada quando se deseja um sistema predominantemente
aeróbio e a disponibilidade de área é insuficiente para a instalação de uma lagoa facultativa
convencional. Devido a introdução de equipamentos eletromecânicos a complexidade e
manutenção operacional do sistema é aumentada, além da necessidade de consumo de energia
elétrica. A lagoa aerada pode também ser uma solução para lagoas facultativas que operam de
forma saturada e não possuem área suficiente para sua expansão. (SPERLING,1996)

SISTEMAS DE LAGOAS AERADAS DE MISTURA COMPLETA SEGUIDAS POR LAGOAS DE


DECANTAÇÃO

O grau de energia introduzido é suficiente para garantir a oxigenação da lagoa e manter os


sólidos em suspensão e a biomassa dispersos na massa líquida. Devido a isto, o efluente que sai
de uma lagoa aerada de mistura completa, possui uma grande quantidade de sólidos suspensos
e não é adequado para ser lançado diretamente no corpo receptor. Para que ocorra a
sedimentação e estabilização destes sólidos é necessária a inclusão de unidade de tratamento
complementar, que neste caso, são as lagoas de decantação.
O tempo de detenção nas lagoas aeradas é da ordem de 2 a 4 dias e nas lagoas de decantação
da ordem de 2 dias. O acúmulo de lodo nas lagoas de decantação é baixo e sua remoção
geralmente é feita com intervalos de 1 a 5 anos. Este sistema ocupa uma menor área que outros
sistemas compostos por lagoas. Os requisitos energéticos são maiores que os exigidos por
outros sistemas compostos por lagoas. (SPERLING,1996)

LAGOAS DE MATURAÇÃO

A função desta lagoa é a remoção de patogênicos. Esta é uma alternativa mais barata à
outros métodos como por exemplo a desinfecção por cloração. (SPERLING,1996)
Para conhecer um exemplo de ETE que se utiliza de uma lagoa de maturação para a remoção
de patogênicos.

LODOS ATIVADOS

O sistema de lodos ativados não exige grandes requisitos de áreas como por exemplo as
lagoas. No entanto há um alto grau de mecanização e um elevado consumo de energia elétrica.
O tanque de aeração ou reator, o tanque de decantação e a recirculação de lodo são partes
integrantes deste sistema. O efluente passa pelo reator, onde ocorre a remoção da matéria
orgânica e depois pelo decantador, de onde sai clarificado após a sedimentação dos sólidos
(biomassa) que formam o lodo de fundo. Este é formado por bactérias ainda ávidas por matéria
orgânica que são enviadas novamente para o reator (através da recirculação de lodo). Com isso
há um aumento da concentração de bactérias em suspensão no tanque de aeração, para ser ter
uma ideia, esta é mais de 10 vezes maior que a de uma lagoa aerada de mistura completa sem
recirculação. Porém uma taxa equivalente ao crescimento das bactérias (lodo biológico
excedente) deve der retirada, pois se fosse permitido que as bactérias se reproduzissem
continuamente, alguns problemas poderiam ocorrer. A presença de biomassa no efluente final
devido à dificuldade de sedimentar em um decantador secundário sobrecarregado e a
dificuldade de transferência de oxigênio para todas as células no reator são exemplos destes.
A alta eficiência deste sistema é em grande parte devido a recirculação de lodo. Esta permite
que o tempo de detenção hidráulico seja pequeno e consequentemente também o reator
possua pequenas dimensões. A recirculação de sólidos também ocasiona com que os sólidos
permaneçam mais tempo no sistema que a massa líquida. Este tempo de permanência da
biomassa no sistema é chamado de Idade do Lodo.
Além da matéria orgânica carbonácea o sistema de lodos ativados pode remover também
nitrogênio e fósforo, porém a remoção de coliformes é geralmente baixa devido ao pequeno
tempo de detenção hidráulico e normalmente insuficiente para o lançamento no corpo
receptor.

O sistema de lodos ativados possui algumas variantes e pode ser:

Sistema de Lodos ativados Convencional (Fluxo Contínuo)


Sistema de Lodos Ativados de Aeração Prolongada (Fluxo Contínuo)
Sistema de Lodos Ativados de Fluxo Intermitente ou Batelada

SISTEMA DE LODOS ATIVADOS CONVENCIONAL

O sistema de lodos ativados convencional é constituído por reator e decantadores


primário e secundário. Este sistema possui decantador primário para que a matéria orgânica em
suspensão sedimentável seja retirada ante do tanque de aeração gerando assim uma economia
no consumo de energia. O tempo de detenção hidráulico é bem baixo, da ordem de 6 a 8 horas
e a idade do lodo em torno de 4 a 10 dias. Como o lodo retirado ainda é jovem e possui grande
quantidade de matéria orgânica em suas células, há necessidade de uma etapa de estabilização
do lodo. (SPERLING,1997).

Para conhecer o funcionamento de uma ETE que utiliza este sistema para tratar esgotos
domésticos.

SISTEMA DE LODOS ATIVADOS DE AERAÇÃO PROLONGADA (FLUXO CONTÍNUO)

A diferença deste sistema para o sistema convencional é que a biomassa permanece mais
tempo no reator (18 a 30 dias), porém continua recebendo a mesma carga de DBO. Com isso o
reator terá que possuir maiores dimensões e consequentemente existirá menor concentração
de matéria orgânica por unidade de volume e menor disponibilidade de alimento. Para
sobreviver as bactérias passam a consumir a matéria orgânica existente em suas células em seus
metabolismos. Assim, o lodo já sairá estabilizado do tanque de aeração, não havendo
necessidade de se ter um biodigestor. Este sistema também não possui decantador primário
para evitar a necessidade de uma unidade de estabilização do lodo resultante deste.
Como a estabilização do lodo ocorre de forma aeróbia no reator, há um maior consumo
de energia elétrica. Porém, este é um sistema de maior eficiência de remoção de DBO dentre os
que funcionam com lodos ativados. (SPERLING, 1997)

SISTEMA DE LODOS ATIVADOS DE FLUXO INTERMITENTE (BATELADA)

Neste sistema há apenas uma unidade e todas as etapas de tratamento do esgoto ocorrem
dentro do reator. Estas passam a ser sequências no tempo e não mais unidades distintas. A
biomassa permanece no tanque e não havendo necessidade de sistema de recirculação de lodo.
Um sistema de lodos ativados fluxo intermitente possui ciclos bem definidos de operação. São
estes: enchimento, reação, sedimentação, esvaziamento e repouso. Em sistemas que recebem
esgotos de forma contínua, como por exemplo as estações que recebem esgotos domésticos,
há a necessidade de ser ter mais de um tanque de aeração trabalhando em paralelo. Pois um
tanque que está no ciclo de decantação não pode estar recebendo esgotos e para isso deve
haver um outro tanque que esteja no ciclo de enchimento. Este sistema pode funcionar tanto
como um de lodos ativados convencional como um de aeração prolongada. (SPERLING, 1997)

FILTROS BIOLÓGICOS

O filtro biológico é constituído de um leito que pode ser de pedras, ripas ou material
sintético. O efluente é lançado sobre este por meio de braços rotativos e percola através das
pedras (ou outro material) formando sobre estas uma película de bactérias. O esgoto passa
rapidamente pelo leito em direção ao dreno de fundo, porém a película de bactérias absorve
uma quantidade de matéria orgânica e faz sua digestão mais lentamente. É considerado um
processo aeróbio uma vez que o ar pode circular entre os vazios do material que constitui o leito
fornecendo oxigênio para as bactérias. Quando a película de bactérias fica muito espessa, os
vazios diminuem de dimensões e a velocidade com que o efluente passa aumenta, devido a isso
surgem forças cisalhantes que fazem com que a película se desgarre do material. Os filtros
podem ser:

- Filtros Biológicos de Baixa Carga


- Filtros Biológicos de Alta Carga

FILTROS BIOLÓGICOS DE BAIXA CARGA

Neste sistema, como a carga de DBO aplicada é baixa, o lodo sai parcialmente estabilizado
devido ao consumo da matéria orgânica presente nas células das bactérias em seus processos
metabólicos por causa da escassez de alimento. Tem eficiência comparável ao sistema de lodos
ativados convencional. Ocupa uma maior área e possui uma menor capacidade de adaptação as
variações do efluente, porém consome menos energia e é mais simples operacionalmente.
(SPERLING, 1995)

FILTROS BIOLÓGICO DE ALTA CARGA

Este sistema é menos eficiente que o sistema de filtros biológicos de baixa carga e o lodo
não sai estabilizado. A área ocupada é menor e a carga de DBO aplicada é maior. Há uma
recirculação do efluente para que mantenha os braços distribuidores funcionando durante a
noite, quando a vazão é menor e, evitando assim que leito seque. Com isto há também um novo
contato das bactérias com a matéria orgânica melhorando a eficiência. Uma outra forma de
aumentar a eficiência é colocando filtros biológicos em série. Há diferentes formas de combinar
os filtros e a recirculação de efluentes. (SPERLING,1995)

BIODISCOS

Neste sistema um conjunto de discos, geralmente de plástico de baixo peso, giram em


torno de um eixo horizontal. Metade do disco é imerso no esgoto a ser tratado enquanto a outra
metade fica exposta ao ar. As bactérias formam uma película aderida ao disco que quando
exposta ao ar é oxigenada. Esta quando novamente em contato com o efluente contribui para a
oxigenação deste. Quando esta película cresce demasiadamente, ela se desgarra do disco e
permanece em suspensão do meio líquido devido ao movimento destes contribuindo para um
aumento da eficiência.

Este sistema é limitado para o tratamento de pequenas vazões. O diâmetro máximo dos
discos é reduzido sendo necessário um grande número de discos para vazões maiores.
(SPERLING, 1995)

SISTEMA FOSSA SÉPTICA - FILTRO ANAERÓBIO

Este sistema possui menores dimensões devido a sua condição anaeróbia. É menos
eficiente que os sistemas aeróbios, porém há uma baixa produção de lodo e este já sai
estabilizado. Por ser um processo anaeróbio há a possibilidade de geração de maus odores, mas
esta pode ser evitada por um projeto, planejamento e manutenção adequados.
A fossa séptica possui pouca eficiência e geralmente é utilizada como processo
complementar. O efluente passa através da fossa e a matéria orgânica sedimentável forma um
lodo de fundo que sofrerá digestão anaeróbia. Este já sai estabilizado, porém com muitos
patogênicos.
O filtro anaeróbio é constituído por um leito, normalmente de pedras, onde se forma uma
película de bactérias. O efluente entra na parte inferior do filtro e atravessa o leito em um fluxo
ascendente. Por isso o leito é afogado, ou seja, os vazios são preenchidos com o efluente. Este
motivo e também a alta concentração de matéria orgânica por unidade de volume fazem com
que as bactérias envolvidas neste processo sejam anaeróbias. Por ser um processo anaeróbio as
dimensões do filtro são reduzidas e a unidade é fechada. (SPERLING, 1995)

REATOR ANAERÓBIO DE MANTA DE LODO (REATOR ANAERÓBIO DE FLUXO ASCENDENTE -


RAFA OU UASB)

No reator a biomassa cresce dispersa no meio formando pequenos grânulos. A


concentração de bactérias é bastante elevada formando uma manta de lodo. O efluente entra
embaixo do reator e possui fluxo ascendente. No topo do reator há uma estrutura cônica ou
piramidal. Esta possibilita a separação dos gases resultantes do processo anaeróbio (gás
carbônico e metano) da biomassa, que sedimenta no cone sendo devolvida ao reator, e do
efluente. A área deste sistema é bastante reduzida devido à alta concentração das bactérias. A
produção de lodo é baixa e este já sai estabilizado. Os maus odores podem ser evitados com um
projeto adequado. (SPERLING,1995)
ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTO DE FRANCA-SP
A ETE- Franca ocupa uma área total de 200.000 m2, possui uma potência instalada de 3,5
kW e trata os esgotos provenientes do município de Franca através de um sistema de lodos
ativados convencional.

PROCESSOS UTILIZADOS PELA ETE FRANCA


SETOR 1

Gradeamento/Caixas de Areia/E.E.E.B.

O Esgoto chega à ETE através do Emissário dos Bagres. Nesta fase é


realizado um tratamento preliminar, que consiste na remoção de
materiais sólidos (pedras, gravetos, garrafas plásticas, estopa, etc). São
utilizadas 3 grades, sendo 1 grade grossa manual e 2 finas mecanizadas. Após o gradeamento, o
esgoto é enviado para as caixas de areia aeradas, onde remove-se areia e outros sólidos, que
causam desgaste nos equipamentos. Em seguida, o efluente é enviado para o poço de sucção
da estação elevatória de esgoto bruto (E.E.E.B.), de onde será bombeado até a torre de controle
de nível e, em seguida, para os decantadores primários (Setor 2).

SETOR 2

Decantadores Primários

Nos decantadores primários ocorre a remoção dos sólidos sedimentáveis,


que são encaminhados para o tratamento de lodo (tanque de mistura e
adensadores - setor 5). O lodo primário é descartado através de válvulas
motorizadas. O efluente que verte pela canaleta vai para os tanques de
aeração (tratamento biológico) - Setor 3.
SETOR 3

Tanques de Aeração

Após o tratamento primário, o efluente passa pelos tanques de aeração,


onde se dará a degradação da matéria orgânica. A aeração é necessária
para a homogeneização e para suprir necessidades de oxigênio para
demandas carbonáceas, e de nitrificação (demanda bioquímica).

SETOR 4

Decantadores Secundários e E.E.R.L.

Os decantadores secundários foram dimensionados para a clarificação do


efluente final e para propiciar a sedimentação do lodo floculado, composto de
bactérias vivas e mortas e matéria orgânica em suspensão. O lodo biológico,
decantado, é enviado para a Estação Elevatória de Recirculação de lodo
(E.E.R.L.) por gravidade. A elevatória envia o lodo para a torre de controle de
nível e, por gravidade, para os tanques de aeração. (Setor 3).

SETOR 5

Tanque de Mistura e Adensadores de Lodo

O tanque de mistura tem por objetivo preparar uma mistura homogênea do lodo
primário e do lodo secundário(biológico). O lodo primário, antes do tanque de
mistura, passa por um gradeamento fino, para reter aglomerados sólidos, estopas,
cabelos, etc. Nos adensadores ocorre a sedimentação do lodo que, através de bombas, é
enviado para os Biodigestores (Setor 6).

SETOR 6

Biodigestores

Nos biodigestores acontece a digestão anaeróbia do lodo. Nesses reatores


ocorre a transformação da matéria orgânica em gases, como o metano e o
gás carbônico. O sistema de gás coleta o gás produzido no topo dos
biodigestores, que segue até os queimadores. O lodo digerido é enviado
para os filtros-prensa para desaguamento.

SETOR 7

Filtros Prensa de Esteira

A remoção de umidade do lodo é feita por filtros prensa de esteira ("belt-press"),


onde se atinge uma porcentagem de sólidos secos de 20%. O lodo desidratado,
ou biossólido, é um produto composto d matérias orgânica, nitrogênio, fósforo e
potássio, e é posteriormente utilizado na agricultura.
Outras Informações sobre a Estação:

 A capacidade nominal do sistema existente é de 750 l/s e o volume diário médio de


esgoto tratado atualmente é de 25.000 m3/dia.

 O sistema possui uma área construída de 116.000 e tem um consumo mensal médio de
energia elétrica de 490.166,70 kWh.

 A ETE produz mensalmente 699,00 m3 de lodo com um teor médio de sólidos secos de
18,25 %. O lodo produzido é destinado a agricultura.

 Alguns produtos químicos são utilizados no processo de tratamento: Polímero - para a


desidratação de lodo - 349 kg/mês; Férrico - para adensamento do Lodo - 475 kg/ mês.

 Os parâmetros presentes na tabela abaixo são utilizados pela ETE para a avaliação do
desempenho do sistema.

DQO (mg / L) DBO (mg / L) SST (ml / L) RS (mg / L) N Total (mg / L)

Esgoto Bruto 751,00 366,01 294,00 4,40 63,00

Efluente Final 63,17 12,50 19,83 0,58 16,50

 A ETE atenderá 315.000 habitantes no final de plano e atende aos padrões de


lançamento.
Cidade do interior de SP passa a usar gás do esgoto como combustível
Em Meados de 2018, Franca no interior de SP passa a usar gás do esgoto como
combustível nos veículos da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).
A iniciativa - já em uso na Europa - é pioneira por aqui e foi possível graças a uma parceria da
Sabesp com o Instituto Fraunhofer, da Alemanha.

A Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) de Franca foi equipada com um biodigestor que capta diariamente 2.500 m³ de biogás,
capaz de produzir biometano suficiente para substituir 1.500 litros de gasolina Foto: Rene Moreira/Estadão

O sistema na estação de tratamento envolve a remoção das impurezas e umidade do


esgoto, com o aumento da concentração de metano. Após todo um processo, surge o
biometano, que será usado como combustível na cidade paulista de 350 mil habitantes. Ele
começou a ser desenvolvido através do convênio firmado pela estatal, e o custo é de R$ 7,4
milhões, sendo mais de R$ 5 milhões aplicados pelo governo alemão por meio da Iniciativa
Internacional de Proteção Climática. +++ Com dívida de R$ 100 bi, usinas apostam em etanol
para tentar se recuperar "Com o mesmo poder calorífico da gasolina, o biometano traz
vantagens no âmbito ambiental, pois polui até 90% menos", diz o presidente da Sabesp, Jerson
Kelman. +++ Brasil defende etanol em conferência do clima na Alemanha Ele lembrou que a
novidade também ajuda a reduzir o consumo de combustíveis fósseis. Para se tornar realidade,
no entanto, foi preciso importar tecnologia. Segundo um dos engenheiros envolvidos no projeto,
a Sabesp enfrentou entraves burocráticos para trazer equipamentos do exterior e dificuldades
com a montagem dessas peças e as interligações necessárias no caminho do gás até a bomba. A
Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) de Franca foi equipada com um biodigestor que capta
diariamente 2.500 m³ de biogás, capaz de produzir biometano suficiente para substituir 1.500
litros de gasolina. Mas estudos apontam que a produção em Franca será capaz de abastecer 200
veículos leves. Na Sabesp, 19 carros já estão adaptados e rodando com o gás do esgoto. O novo
combustível pode ser usado em qualquer veículo que conte com o kit de GNV. Na Sabesp, a
intenção é abastecer cerca de 50 automóveis com o biometano e no futuro distribuir o
excedente para empresas parceiras. O novo combustível será monitorado por órgãos
reguladores como a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que já
vinha discutindo regras para o gás produzido em estações de esgoto e aterros sanitários. A
Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) de Franca foi equipada com um biodigestor que capta
diariamente 2.500 m³ de biogás, capaz de produzir biometano suficiente para substituir 1.500
litros de gasolina Foto: Rene Moreira/Estadão 3/7 Franca foi escolhida para receber o projeto
em razão de sua elevada capacidade de processamento do esgoto. Neste ano, o município ficou
mais uma vez em primeiro lugar no Ranking do Saneamento Básico das cem maiores cidades do
país do Instituto Trata Brasil. Localizada a 400 quilômetros da capital paulista, a cidade tem 100%
de todos os dejetos domésticos tratados.

Estudos apontam que a produção em Franca será capaz de abastecer 200 veículos leves; na Sabesp, 19 carros já estão adaptados e
rodando com o gás do esgoto Foto: Rene Moreira/Estadão

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