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CONTEÚDO
Prefácio ....................................................
9
1 — O amor aos dezesseis anos ........... 13
2 — Escolha o homem que a tornará feliz.... 21
3 — O caminho para o casamento ...... 25
4 — Casar-se com uma virgem ........... 37
5 — Se você cometeu uma tolice ......... 45
6 — Noivado e sexualidade .................. 51
7 - A lua-de-mel ..................................... 63
8 — A aprendizagem do amor ............. 73
9 — Os esposos amantes ....................... 79
10 — O que uma mãe esquece de dizer . 91
11 — A cortesia na intimidade .............. 97
12 — Um perigo: o primeiro filho ......... 105
13 — Perigo para o amor: o ciúme ........ 123
14 — Conserve seu marido .................... 133
15 — Depois da confissão ...................... 143
À guisa de conclusão .............................. 161
Prefácio
Os conselhos dados neste livro não o são levi anamente. São fruto
da experiência de uma psicóloga-sexóloga que ouviu as
confidências de milhares de mulheres.
CAPÍTULO 1
A jovem emancipada
O primeiro, o mais grave, talvez, dos erros que as jovens ainda
ignorantes cometem ... é querer parecer emancipadas.
É verdade que vivemos numa época de grande liberdade e,
desde a escola, muitas jovens estão habituadas a estar lado a
lado com os rapazes, a falar de tudo, inclusive de amor e
sexualidade, sem o menor constrangimento.
Existe, porém, uma grande diferença entre o fato de ser
"amigo" de uma garota e o de pretender fazer-lhe a corte. Na
verdade, os rapazes mesmo os que fingem o contrário —
detestam as jovens de atitudes muito livres.
Segundo erro: querer ser, a todo custo, a mais bela e, para
conseguir tal objetivo imitar alguma vedete do "iê-iê-iê",
empetecar-se com trajes extravagantes, maquilar-se com
exagero, procurar chamar a atenção o mais possível.
O que possa divertir os homens no palco e mesmo fazer com
que se voltem na rua, envergonha-os quando se trata de uma
jovem que levam ao braço.
De qualquer modo os rapazes têm medo do ridículo... e
também das garotas lindas demais ! Ficam imaginando que,
como elas fazem muito sucesso, tenderão a ser infiéis.
Não procurar, a qualquer preço, ser a mais bela não quer dizer
prescindir de toda a coqueteria e pensar "Estou
suficientemente bem para agradá-lo".
Não se esqueça jamais que, mesmo quando a cumulam de
elogios, os rapazes têm olho vivo e registram seu menor
defeito ! Às vezes, este não lhes desagrada..., mas — atenção!
— condenam-no sem remissão.
A atração do natural
Antes de lhe falar de pequenos "truques", ainda um conselho
de base, mas que lhe peço observar estritamente.
Seja natural. Seja você mesma, não tente, sobretudo, copiar a
personalidade de outra... seja ela Françoise Hardy, Sylvie
Vartan, Mireille Mathieu, Georgette Lemaire... ou a da sua
melhor amiga.
E se você for a mais meridional das morenas, por natureza,
não se estrague com tinturas, no cabeleireiro, para se tornar a
mais nórdica das loiras.
Permanecendo você mesma, você terá real mente uma
personalidade sedutora. Direi mais ai nda: se você tiver algum
defeito grave — ao menos a seus olhos — realce-o e ele se
tornará uma qualidade, ele se tornará sua própria
personalidade.
Mas, preste atenção: se você for rechonchuda — não abuse de
doces para ficar obesa, não é isso que lhe aconselho!
Simplesmente lhe digo: não queira fazer da noite, dia.
Examine-se bem no espelho e conheça seu próprio tipo,
depois acentue-o.
De qualquer maneira, os artifícios são perigosos. É muito
bonito no palco usar cílios postiços, seios postiços e perucas.
Mas no dia em que você se casar e em que seu marido
perceber todo este artifício, acredite-me, será melhor agradar-
lhe com os meios naturais e não lhe jogar muita poeira nos
olhos.
Inspire confiança aos homens
Se você realmente se esforçou em seguir a linha de conduta
que acabo de lhe traçar, existem meios infalíveis de fazer
sucesso junto aos rapazes.
O primeiro é fácil. É um truque, mas creia-me, não falha
jamais.
Fale-lhes deles e ouça-os em silêncio, de preferência com
olhar de admiração: eles não resistem a isso.
Peça-lhes que falem de sua infância, juven tude, aventuras,
tanto sentimentais como as outras. De sua profissão. O
homem que fala de sua pro fissão é inesgotável.
Depois admire-os, diga-lhes que você está certa de que
conseguirão fazer g randes coisas ou, pelo menos, ganhar
muito dinheiro.
Isso lhes dará não apenas confiança em si mesmos, como
elevada opinião a seu respeito, uma vez que você foi capaz de
descobrir do que eles são capazes.
Outro pequeno "truque" compensador: pe ça-lhes conselhos.
Principalmente sobre a maneira de você se pentear, se vestir,
se divertir. Não receie aparecer insegura, um pouco
ignorante, quer num campo, quer noutro.
O que mais falta aos homens de nossos dias, com a
extraordinária promoção social e mental da mulher... é ainda
se sentirem o sexo forte !
Então, quando uma garota sorridente, jovial, dinâmica e que
não se parece com todas as outras, suspira, olhando um rapaz
bem nos olhos: "Não sei o que faria sem você!" Não tenha a
menor dúvida, ela estará certa de agradar. E não apenas ao
rapaz a quem olhar, mas a todos os outros que invejarão o
eleito.
Pois todos sonham ser o homem forte, em cujo ombro uma
mulher desejará apoiar-se por toda a vida.
Com maior razão ainda a jovem a quem se sentirão felizes de
revelar a vida e o amor.
CAPÍTULO 2
Escolha o homem que a tornará feliz
O homem tranqüilo
Em primeiro lugar e antes de mais nada, faça com que ele
tenha confiança em você. Uma mulher jamais deve perder de
vista que o que os homens mais desejam é sentir-se em paz.
Em seguida, fora o fato de serem admirados, eles querem ser
estimados.
Não existe meio melhor de conquistar e con servar um homem,
que lhe dar a impressão que se é extraordinariamente feliz
com ele, feliz com sua simples presença, pelo fato de que ele
existe e, pela razão ainda mais forte, do que o ama!
Enfim, eles precisam da sua compreensão, isto é, de ser
ouvidos por você. Uma jovem que saiba ouvir, não temo
predizê-lo, terá quantos pedidos de casamento quiser!
Quando você habituar, assim, um rapaz que, além disso, a
acha bonita, encantadora, a confiar em você, a contar-lhe suas
preocupações profissionais, seus projetos e esperanças, os
problemas que possa ter com os pais, até com alguma moça
que pensara amar e que não ama mais...
Quando ele pensar em você, não apenas como um flerte, mas
como amiga, o primeiro grande passo para o pedido de
casamento estará dado.
O príncipe e a pastora?
Um homem que pretende fundar um lar sabe, geralmente, de
tudo isso e se deixa cegar menos que uma moça por
considerações românticas; mesmo que você lhe agrade
bastante, que ele a deseje e descubra que você não é das que
cedem ao primeiro que aparece, pode acontecer que hesite em
pedi-la em casamento... simplesmente porque você lhe parece
muito infantil.
A não ser no caso de homens mais velhos e ricos, que não
vêem na mulher senão uma criança para mimar, um objeto
precioso, que se cerca de luxo, a maioria dos homens quer
encontrar na futura esposa uma verdadeira companheira.
É a sua oportunidade!
Não se deixe ofuscar pelos príncipes encantados que se casam
com pastoras. Não digo que isso não aconteça jamais. Não
afirmarei também que somente homens de idade sejam ricos e
dispostos a proporcionar uma vida de princesa às jovens
deslumbrantes...
Já encontrei muitas dessas jovens, tão invejadas por milhões
de moças, e que se casaram com miliardários, com homens
célebres.
Se você lhes conhecesse a verdadeira vida, suas relações
verdadeiras com os fabulosos maridos, na maioria dos casos,
teria pena e não desejaria estar no lugar delas.
Pois ter sido escolhida por ser um belo objeto, ser a mulher de
um homem muito mais idoso, muito mais rico, quase sempre,
de um meio social diferente, constituí, muitas vezes, um
inferno. E no dia em que seu "senhor e amo" descobre um
objeto mais jovem, mais belo, que lisonjeie mais sua vaidade...
Mas não falemos de coisas tão tristes.
Os futuros sogros
Sei que me dirijo a pessoas normais, de desejos razoáveis, de
esperanças realizáveis.
As moças que desejam, de modo muito louvável, encontrar
um bom marido, torná-lo feliz, dar-lhe belos filhos e ser feliz
também.
É a estas que aconselho ainda o seguinte:
Se deseja que um namorinho se transforme em grande amor e
que este grande amor se realize pelo casamento, apresse -se
em conhecer os pais do rapaz escolhido e, principalmente,
faça-se apreciar por eles, especialmente pela mãe.
Realmente, diga o que disser um rapaz, sobre seus pais,
mesmo que pareça querer sacudir o jugo familiar, você deve
saber que, salvo algum caso excepcional (desquite, mal-
entendidos no plano profissional ou político) um homem que
deseja fundar um lar, respeita, profundamente, o lar que seus
pais fundaram, antes dele e toma a mãe como exemplo da
mulher ideal, sem o saber.
Agradar aos pais dele também é garantia contra eventuais
críticas a seu respeito que, mesmo que ele não as leve em
conta, lhe serão desagradáveis.
Agradar à mãe dele que, apesar de tudo, ele adivinha ter
ciúmes da moça que lhe levará o filho, será apaziguar os
escrúpulos que muitos rapazes sentem à idéia de causar
desgosto à mãe. Será dar-lhe a impressão que, além das razões
exteriores que o fazem desejá-la, você possui qualidades
evidentes de verdade, para agradar ao juiz mais severo.
Seja diplomata
Se ele for tímido, mencione o futuro casa mento de alguma das
suas amigas, dando a enten der que você também gostaria de
formar um lar, ter filhos, partilhar a vida de um rapaz de
valor e ajudá-lo em seus projetos.
Pode chegar mesmo a lhe esboçar o retrato do marido ideal,
com o qual você sonha e esforce-se para que seja bastante
parecido com ele, de modo que se reconheça. Em seguida, se
ele não se decidir a engulir a isca, não tema causar-lhe um
pouquinho de ciúmes — não muito! — dando-lhe à entender
que lhe fizeram propostas, mas que você he sita, porque
aquele a quem ama... infelizmente, talvez, não a ame o
bastante, para desposá-la, não seria então melhor escolher o
caminho da razão? Qual a opinião dele?
Você verá! Se a ama sinceramente, encontrará, afinal,
coragem de se declarar.
Nos outros casos (situação, saúde, etc.) você pode agir quase
do mesmo jeito, falando, o mais sinceramente possível, dos
projetos para o futuro e como planeja sua vida.
Ao que se preocupa com as coisas materiais, você provará, se
se sentir com coragem, que o di nheiro não traz felicidade e
que, de resto, você é económica e capaz de trabalhar.
Ao que se preocupa com a saúde, mostrará que cuidará dele
melhor que ninguém, no caso, aliás, bem improvável, de que
ele caia doente.
Uma jovem apaixonada jamais tem dificuldade de convencer
um rapaz apaixonado de se casar com ela, sobretudo se para
ela o casamento não é um fim, mas um começo: o de sua vida.
CAPÍTULO 4
Casar-se com uma virgem
Os homens fingem que lhe dão cada vez menos atenção. Mas
as moças que se cuidem. Afirmando, em altas vozes, que não
crêem mais na virgindade das jovens, esperam, entretanto,
encontrar uma para seu uso pessoal.
Eles não esperam se casar para ter relações sexuais com outras
mulheres. Então que direito lhes assiste?
Agora as mulheres são iguais aos homens, dizem as moças.
Ao que, evidentemente, os homens respondem: Conosco não
é a mesma coisa!
Mas o problema é outro:
É preciso conservar a virgindade?
Uma moça terá mais possibilidade de ser feliz, conservando a
virgindade até o casamento ou, pelo menos, até o primeiro
amor?
Para encontrar o equilíbrio sexual, tão importante para o
equilíbrio mental e a futura felicidade de mulher e de mãe,
haverá interesse em ter experiências pré-nupciais? Seja com
vários rapazes, seja com o futuro marido?
Ou, ao contrário, perdendo, muito cedo a virgindade, correrá
o risco de perder o equilíbrio sexual futuro, a felicidade com o
homem cuja vida partilhará?
Poderia citar aqui, em apoio ao que vou dizer, testemunhos
de psiquiatras especialistas em neuroses femininas. Ou
contar-lhe certas confidências recebidas.
Quantos gritos de alarme, quantos avisos e quantos lamentos
não acompanham este ato, que a maioria das jovens realiza
mais para afirmar sua independência, que por verdadeiro
desejo!
Então, o que responder às que perguntam: — Devo
permanecer virgem até o casamento ou, ao contrário, ter
experiências que me permitam escolher, com conhecimento
de causa, o homem capaz de me fazer feliz, não apenas
sentimentalmente, mas também fisicamente?
O seguinte:
Não dramatize!
Senhorita, se já perdeu a virgindade, não fa çamos disso um
drama. É muito compreensível que uma jovem apaixonada,
diante de um rapaz ousado, tenha tido um momento de
fraqueza. Não è um crime, uma desonra, uma prova de má
conduta, mas, antes, de amor e confiança.
A carne é fraca, todos sabem disso. O mundo que nos cerca
está sempre solicitando os sentidos, excitando-os pela
publicidade, pela moda, pela qualidade dos lazeres que
oferece (cinema, leitura, dança).
Portanto, um momento de fraqueza é desculpável e o melhor
que tem a fazer é esquecer, não dramatizar seu caso... e não
recomeçar.
CAPÍTULO 5
Se você cometeu uma tolice
O drama do aborto
Creio que uma jovem que tem a coragem de criar o filho
sozinha e de recusar casar-se com um homem que não a ama,
terá mais oportunidades, logo, de refazer sua vida.
De qualquer maneira, infelizmente, existem as que são,
realmente, abandonadas.
A essas, aconselho-as a não se desesperar e, principalmente, a
não recorrer a manobras abortivas.
Não é apenas um conselho moral.
Mesmo que estivéssemos num país em que o aborto fosse
legal, eu lhe diria: resolva você mesma, em sua alma e
consciência, mas reflita bem!
De qualquer modo, em nosso país o a borto é ainda
considerado crime. Assim, as infelizes que se arriscam a se
desembaraçar do filho, geralmente fazem-no em condições
que as traumatizam por muito tempo, senão física, pelo menos
moralmente.
Poderia contar-lhes histórias terríveis de moças, enviadas a
consultórios suspeitos, de charlatães, cuja imperícia as
prejudicou para o resto da vida.
O que fazer, então?
Prefiro, uma vez que se trata de ajudar minhas leitoras, dar-
lhes conselhos positivos.
O primeiro é que, em caso de infelicidade, devem co ntá-la
logo aos pais.
É o que parece mais difícil, sei disso. Mas é a única coisa
certa a fazer. E se você não tem co ragem de se abrir com sua
mãe, nem com uma irmã mais velha, então encarregue uma
amiga de fazê-lo em seu lugar.
Depois, vá consultar um médico ginecologista e pergunte-lhe
em que condições poderá dar à luz, ser hospitalizada,
recebida num lugar que aceite mães solteiras.
Tudo depende, evidentemente, da situação dos seus pais ou da
sua situação material pessoal.
Uma vez tomada a decisão de criar seu filho, sozinha, verá
que as coisas se encaminharão. Não totalmente, é claro.
Nunca é fácil criar um filho e muito menos quando não se é
casada. Mas é possível. E também não impede, logo, que
encontre um homem que se case com você. O fato de você ter
tido a inteligência de criar seu filho inspirará confiança aos
homens e eles saberão mostrar-se pais excelentes para aquele,
a quem derem o nome.
Para as que não têm pais, nem amigas em quem confiar, a
primeira pessoa a visitar, depois do médico, é a assistente
social da empresa em que trabalha ou da prefeitura. Esta lhe
indicará todos os passos necessários, para conseguir auxílio
pré-natal, anterior ao parto, etc., ao qual a mãe solteira tem o
mesmo direito que a mulher casada.
Aceite a chegada
Terminada a parte administrativa... chegou o tempo de aceitar
a criança, com alegria, porque esta será a melhor maneira de
calar as observações desagradáveis ou piedosas, a melhor
maneira de sair, por si mesma, deste impasse impossível de
ocultar o que é tão difícil!
Tendo examinado o caso mais terrível, é preciso também
tratar daquele que o é menos.
Penso nos jovens que se amaram, porque as circunstâncias os
impediam de se casar, antes de muitos anos ainda... e eis que
um bebê se anuncia.
Será preciso lamentar-se, imaginar as soluções mais
absurdas... como esconder a gravidez ou praticar esportes
violentos, com o carro, esperando perder este embrião de
vida?
Não, mil vezes não. Chegou o momento e, paciência, se
chegou mais cedo que o esperado, de assumir
responsabilidades de adulto. Sejam quais forem as razões,
aparentemente válidas, para não se casarem, é preciso, agora,
apressar-se para fazê-lo. Que remédio, se não tiverem
apartamento, que remédio se ainda houver muitos anos de
estudos pela frente — existem creches, os pais irão ajudar e
tudo se arranjará, aos poucos.
Senão, um dia você se arrependerá de tê-lo recusado e seu
amor estará para sempre desperdiçado.
CAPÍTULO 6
Noivado e sexualidade
Relações pré-matrimoniais
E a maioria usa mesmo estes meses para melhor se conhecer?
Em todos os sentidos?
Não é o caso de lhes dizer: sejam amantes, para terem a
certeza de que se compreendem perfeitamente bem. Aliás,
nem sempre se incomodariam de sê-lo.
Não, não é o caso de lhes aconselhar um casamento de
experiência. . . Simplesmente porque essa experiência, muitas
vezes, não significaria grande coisa. Ser amantes é coisa
completamente diferente de ser marido e mulher.
Certamente, marido e mulher devem ser também amantes e
mais adiante lhe direi até que ponto. Mas, ser amantes não
basta para se tornarem um casal bem casado, um casal que se
entende.
Se falo em noivado que permite aos noivos se descobrirem,
perceberem se agradam realmente um ao outro, inclusive no
plano físico, é porque penso numa espécie de exame que o
rapaz e a moça deveriam fazer e passar.
Um exame difícil
Exame que deve versar tanto sobre questões sentimentais
como sobre gostos físicos, sobre o comportamento diário,
como sobre o conceito que cada um tem da vida.
Os noivos conversam muito. Fazem projetos, contam suas
esperanças, objetivos, os meios que pretendem usar para
serem felizes.
Infelizmente, se no decorrer dessas conversas descobrem
divergências de pontos de vista, incompatibilidades de gênios,
logo as repelem, tentando ignorá-las e dizem ou pensam:
"Ora, tudo isso vai mudar, quando nos casarmos".
Só que nada muda na natureza profunda de cada um; muito
pelo contrário, a vida em comum ainda corre o risco de
exacerbar essas divergências.
E, mais graves ainda, talvez, que as incompatibilidades de
gênio, são as incompatibilidades físicas, que os noivos
apresentam e que se recusam a ver. No entanto, poderiam
fazê-lo, mesmo sem "casamento de experiência".
A incompatibilidade de gênios
Entretanto, ura casal que não tem afinidade física, prepara,
para si, anos difíceis, mesmo que os dois se amem
perdidamente.
As razões são simples: o que não se encontra em casa...
procura-se fora. E o que se procura fora de casa, de um modo
ou de outro arrasa o casamento.
Eis porque insisto que jovens e rapazes aproveitem o noivado
para conhecer bem suas tendências e até seus gostos ou
aversões mais sem importância.
Exemplo? Determinada jovem adora perfumar-se.. . e o
noivo, ao contrário, tem horror de beijar uma pele
impregnada de perfume, por mais caro que seja... Creia-me,
esta oposição de gostos pode ser, mais tarde, origem de um
afastamento sexual.
Ou então, é o rapaz que fuma charutos e a noiva não tem
vontade de beijá-lo depois que fumou... Tome cuidado. Não é
tanto o charuto, como a boca que desagrada.
Esses pequenos sinais são, muitas vezes, índice de uma falta
de atração muito mais grave, que se cristaliza nestes
pormenores. Não se deve negligenciá-los, mas, ao contrário,
ter coragem de examinar, talvez até com um médico, as
razões profundas destas pequenas aversões.
Nada há de mau ou de vexatório nisso, relativamente ao rapaz
a quem se ama. Ao contrário, é uma prova de lucidez,
demonstrando que o casamento não será leviano e que se
deseja uma união perfeita!
E o médico — escolha, de preferência, o médico da família —
a orientará ou, se necessário, lhe aconselhará uma separação
momentânea. De qualquer maneira, será o primeiro a lhe
aconselhar que reflita: ele sabe melhor que ninguém quantas
jovens são mal casadas unicamente por terem sido fracas.
O êxtase é um mito?
A essa pergunta você deverá responder o que talvez você
mesma ignore e o que os médicos que consultei me
confirmaram:
— Filhinha, diz-se e escreve-se muito sobre a harmonia
sexual. Resultado: todas as mulheres que, por natureza, têm
muita imaginação, em lugar de compreender o que se lhes diz
com exatidão, sonham que a harmonia física, o prazer sexual
permitem conhecer êxtases indescritíveis. A verdade é bem
diferente. Seu pai e eu éramos totalmente casados — falo-lhe,
pois, com conhecimento de causa. Mas é um engano essa
harmonia física perfeita, paradisíaca e imediata! Você se
arrisca, pois, principalmente sendo ambos tão jovens, a ter
uma grande decepção. . . logo no início da sua ligação! Daí,
não estando unidos, acreditando que não foram feitos um
para o outro, não há senão um passo a transpor e vocês o
transporão rápido!
O que fará então? Recomeçará outra experiência? E depois
outra? E espera que de todas essas experiências não sairá
ferida, amargurada, neurastênica, por ter confundido amor
com harmonia física? Se você quiser, realmente, "levar sua
vida" antes de se casar, deve, ao menos, saber as armadilhas
que a esperam. É ótimo não arriscar ter filhos, mas a pílula
lhe garantirá, ao mesmo tempo, não mais ter decepções,
desgostos, tristezas? A harmonia física exige ausência total de
egoísmo, antes de mais nada, o desejo da felicidade do outro...
Eis porque os seres que se amam verdadeiramente encontram,
com mais facilidade que os outros, a harmonia sexual. E se
tantos casais da minha geração — você tem razão — não são
"amantes", é porque não estavam, antes de mais nada,
realmente apaixonados.
Tendo falado assim, gravemente e, sobre tudo, sem lágrimas,
nem exclamações de: "O que vão pensar de você, de mim?"
Sem ameaças: "Está bem, vou tirá-la do seu trabalho, mandá -
la para a sua avó, ela é que vai tomar conta de v ocê". Sem
recriminações, nem mesmo com respeito ao "rapaz": "Ele vai
arruiná-la! Vai recriminá-la a vida inteira, se algum dia a
desposar. Não deve gostar muito de você para lhe fazer
semelhante proposta", tente, com muita ternura e diplomacia,
saber quem "é" o par escolhido por sua filha. Não apenas seu
nome, idade, situação social, se trabalha ou se ainda estuda.
Isso é muito importante, mas não são as primeiras perguntas a
fazer, pois não se esqueça que sua filha defende,
primeiramente, seu direito à liberdade.
Portanto, se o rapaz ou o homem estiver em condições para se
casar (idade, situação estabelecida), observe a Helena que o
casamento também é bom... mesmo para a harmonia sexual.
Finalmente, se todos os argumentos que sua filha opôs aos
seus lhe parecem ditados pela honestidade e desejo de
estabelecer uma existência equilibrada, tenha a coragem de
responder:
—Muito bem, vou dar-lhe a autorização. Mas você irá ver um
médico ginecologista e lhe perguntará tudo o que fôr
necessário saber sobre as vantagens e os perigos da "pílula" ou
qualquer outro anticoncepcional.
E que sua filha lhe prometa, formalmente, refletir sobre todos
estes perigos, antes de tomar a decisão.
Pois uma coisa que, ao se falar na pílula, não se repete o
suficiente é que os médicos ainda estão reticentes,
principalmente no que se refere a mu lheres muito jovens.
Ainda não se conhecem, to talmente, as repercussões
fisiológicas da pílula sobre um organismo que a tenha
ingerido durante toda a vida — isto é, da puberdade à
menopausa
— ou além. Não mais que as repercussões sobre a mente. E
essa ignorância representa um perigo que sua filha deve
conhecer. Um bom médico o dirá a ela e ela o escutará com
mais atenção que a você. Ela o ouvirá principalmente, se você
foi capaz de lhe falar como amiga, sem "dramatizar" a
situação.
É ainda o melhor meio, sem dúvida, de fazê-la refletir que
talvez seja melhor para ela e para sua felicidade futura,
esperar um pouco, antes de se tornar mulher.
CAPÍTULO 7
A lua-de-mel
A noite de núpcias
Eis os nossos jovens unidos, como marido e mulher. A
cerimônia terminou, despediram-se dos pais, dos amigos,
ouviram os últimos conselhos, aceitaram os últimos votos.
O novo casal se encontra, pela primeira vez, num quarto: é o
começo da sua vida de amantes e também o começo da vida
conjugal.
Ainda na véspera, mesmo se durante o noivado se viam todos
os dias, viviam, cada qual do seu lado, num meio familiar e às
vezes social, diferentes. Só se encontravam em lugares mais
ou menos públicos, depois de se terem preparado, de uma
maneira ou de outra, para o encontro.
Agora estão sós e vão se pertencer. É o ato do amor, que o
homem deseja apaixonadamente e do qual a jovem espera
uma revelação inesquecível. O homem que ela ama mais que
tudo no mundo vai torná-la mulher.
É o minuto da verdade.
É também, muitas vezes, para o rapaz e para a moça, o minuto
de angústia. Um tem medo de decepcionar, a outra de se
decepcionar.
E, embora ambos desejem, apaixonadamente, essa intimidade,
ei-los tomados de pânico à idéia da consumação do ato carnal!
Não sorria: é muito comum.
Falo aqui, evidentemente, de jovens casais que não treinaram
em experiências pré-nupciais, tendo o rapaz aprendido com a
perturbação na qual seus beijos, muitas vezes, mergulharam
sua noiva.
O ato de amor, adquire, por esse fato, nesta noite, uma
importância muito grande, uma espécie de solenidade que
lhes faz avaliar a importância do amor físico.
É preciso então render-se à evidência de que é,
freqüentemente, por absurdas inabilidades nascidas nessa
noite, que os casais estragam sua viagem de núpcias primeiro,
depois toda a vida.
Que o homem arque, a maior parte das vezes, com a
responsabilidade deste fracasso, é inegável.
Quer sua experiência sexual pré-nupcial se limitasse a breves
aventuras de tipo "higiênico" e ele se mostre ignorante, quer
seu egoísmo o impeça de preocupar-se com o que não seja seu
único prazer, quer ainda que a força do seu amor o iniba.
O minuto da verdade
Para a jovem que se torna mulher, é o minuto da verdade.
Antes destas noites, ela ignora, geralmente, tudo à seu próprio
respeito, muito a respeito dos outros e mais ainda a respeito
da vida.
Essa ignorância cessa no instante em que ela se encontra a sós
com o homem que, daí por diante, na intimidade do quarto de
dormir, tem o direito incontestável de dispor do seu corpo.
Ela é obrigada a descobrir que se compõe, realmente, de
corpo e alma. Não há mais que fingir.
Conforme a maneira pela qual se conduzirem a partir deste
momento, marido e mulher edificarão sua felicidade ou
desventura.
Se são naturalmente generosos, não precisarão fazer nenhum
esforço para respeitar os sentimentos um do outro. Mas se o
interesse que demonstraram, até agora, era "só para inglês
ver", a decepção será imensa, especialmente para a moça, que
já tem bastante tendência a formar uma imagem bem
romântica das realidades conjugais.
Desta noite em diante, uma perigosa liberdade será dada a seu
marido, liberdade que lhe parece tanto mais natural, quanto
mais apaixonado estiver. Pode dispor, à vontade, do corpo da
mulher.
Entretanto, sua paixão não lhe permite sempre dominar os
ímpetos que, muitas vezes, amedrontam a jovem esposa e a
ferem.
Sejam pacientes
Aliás, existe a maneira boa e a má de simular. Nada será mais
nocivo ao equilíbrio da mulher e do casal que uma
dissimulação que implique uma resignação. A mulher que
aceitasse esse estado de coisas aniquilaria toda a possibilidade
de verdadeiro êxtase físico e mesmo sentimental, entre ela e o
marido. Pois ele acabaria, naturalmente, percebendo a
comédia representada e isso lhe destruiria a confiança. E a
mulher também acabaria não aceitando agrados dele.
Uma vida intima realmente harmoniosa diminui as dificuldades e
decepções qwe o marido e mulher encontram, inevitavelmente, na
vida comum.
CAPÍTULO 8
A aprendizagem do amor
CAPÍTULO 9
Os esposos amantes
O último recurso
Se, mesmo depois das confissões, nem um, nem outro
conseguem satisfazer o parceiro, resta um último recurso,
muitas vezes extraordinariamente eficaz, que é o de consultar
um sexologista ou talvez mesmo um psiquiatra. Pois o que
muita gente ignora é que a maioria das inibições que tornam
os homens impotentes e as mulheres frias se origina,
freqüentemente, não no corpo, mas na mente.
As anomalias, as deficiências são menos fisiológicas que
mentais. O homem teme ofender o pudor da jovem esposa.
Porque a ama, porque a desposou virgem ou muito menos
experiente que ele, inquieta-se, de repente, do que ousará
dizer-lhe ou exigir dela.
Por sua vez, a jovem esposa, que se sente mais ou menos
insatisfeita, não ousa, absolutamente, abordar as razões de sua
insatisfação, pois muitas vezes nem ela própria as conhece.
Infelizmente, todas as questões desta natureza, que os casais
não têm coragem de discutir, acabam por acumular neles
rancores, especialmente quando já passou o tempo da paixão,
da descoberta amorosa e uma insidiosa indiferença pelo corpo
atinge os casais, apesar do amor verdadeiro que os liga.
É que todos os casais, mesmo os mais apaixonados, não têm
armas contra o hábito e este mata o desejo físico.
Delicadeza e ternura
Para isso não é preciso ler livros muito complicados, que
falem de amor de maneira tão científica... que acabam por
estragá-lo! É melhor abandonar-se aos gestos instintivos, não
apenas do desejo, mas da ternura amorosa. Cada parcela do
corpo amado a reclama.
O desajustamento sexual provoca dramas, é verdade, mas
pode-se vencê-lo, esquecendo-lhe as falhas e os pudores
inúteis.
Basta, às vezes, uma coisa tão mínima quanto murmurar ao
jovem marido: "Veja, quando você me abraça, me acaricia, em
lugar de se "atirar" a mim, é extraordinário como me entrego
melhor. E você sabe que então somos muito mais felizes,
ambos."
O próprio fato de ousar evocar o amor, o ato sexual, os
prazeres é, para muitos homens e mulheres, uma preparação
maravilhosa para o amor. Os seres humanos não são,
simplesmente, animais impelidos pelo instinto sexual. O amor
físico, para eles, faz parte de todo um comportamento sexual,
que encontra, talvez, maior satisfação no cerimonial que cerca
o ato, que no próprio ato.
Para conseguir a harmonia desejada é conve niente
que cada um realize seus desejos e prefe rências.
Tanto o homem como a mulher. Tudo pode e deve
ser obtido com tato, para não ferir nem o pudor de
uma, nem o amor-próprio do outro.
CAPÍTULO 10
O que uma mãe esquece de dizer
CAPÍTULO 11
A cortesia na intimidade
Luzes apagadas
Chegamos ao momento, porém, em que, apagadas as luzes, a
mulher se aconchega ao marido... a não ser que o marido
atraia a mulher para ele, para o amor, que é a dádiva de dois
corpos, um ao outro e que é também a procura do prazer, que
todo homem e toda mulher, normalmente constituídos, têm
necessidade de experimentar.
Pois bem! Mesmo neste campo, certa "cortesia" é segurança de
harmonia e felicidade.
A primeira, dentre todas, é a essencial: é preciso preocupar-se
com o desejo do outro cônjuge. Nem todos os homens ou
todas as mulheres têm vontade, todos os dias, de praticar o
amor. Isso nada tem a ver com uma evolução no desejo e,
menos ainda, no amor.
Mas tanto a mulher, quanto o homem podem estar fatigados,
preocupados, até em mau estado de saúde... não estando, pois,
com disposição para cumprir o dever conjugal.
Forçar a companheira a ser dócil.. . Queixar-se de que o
marido seja apressado, é não ligar para a felicidade do outro, é
agir de maneira egoísta... e às vezes como pessoa grosseira.
No amor físico é preciso que nos obriguemos a não magoar
um ao outro, que nos obriguemos a agir com certo tato. Mas
isso exige delicadeza amorosa e eu creio que os que se amam
verdadeiramente têm esse cuidado, de modo quase instintivo.
Terminarei agora, com uma nota mais alegre.
Dizendo-lhes: sejam corteses na intimidade, mas não exijo
que se portem como estranhos. Conhecem o ditado: "Cortês
demais para ser honesto..."
No casamento, principalmente na intimidade, às vezes é
preciso deixar de ser cortês... para se dar prova de amor.
Exemplo:
Você está aborrecida. Está com alguma dor. Vira as costas ao
marido e:
— Não me toque, não quero nada com você, não o amo mais.
É claro que você está mentindo.
Espero que neste dia seu marido insista, que sinta necessidade
de desafiá-la um pouco e imponha sua vontade e seu amor.
Você ficará radiante.
E quanto à mulher, se o marido a ameaça, porque sorriu a
outro homem, de ter, dali por diante, um quarto à parte... não
concorde com sua exigência, não lhe prepare o sofá, mas
atire-se, em lágrimas, nos braços dele: ele cederá e também
ficará radiante.
CAPÍTULO 12
Um perigo: o primeiro filho
A vida a três
É tão fácil de compreender. Ele descobre, quase sempre, na
criança que acaba de nascer, um rival todopoderoso que lhe
arrebata, pelo menos em sua imaginação, uma parte da afeição
da mulher. Os homens muito passionais, muito possessivos e
ciumentos aceitam mal a partilha!
Mas em caso algum deve a jovem esposa prejudicá-los.
Se o ciúme se manifestar antes mesmo que se anuncie um
nenê, ela deve aceitar o ponto de vista do marido e tomar,
com ele, as precauções necessárias para que isso só ocorra na
hora desejada, quando então completará a felicidade, sem
prejudicá-la.
Censuras, realmente, seriam perigosas e só serviriam para
agravar o ciúme. Ele arranjará mil razões para crer que já não
é mais amado como o era há alguns meses, até há semanas,
mas que a mulher o considera apenas chefe de família, pai que
alimenta... tudo isso o aborrecerá e lhe dará vontade de
procurar em outro lugar a grande paixão exclusiva que
pensava viver com sua própria mulher.
Existe também o pavor que muitas jovens sentem diante da
gravidez. Esses temores, injustificados com os progressos
atuais da medicina, são, entretanto, perdoáveis.
Por outro lado, algumas jovens, muito apaixonadas pelo
marido, que sabem ser muito sensual e atraído pelas
mulheres, são tomadas de pânico à idéia de que a gravidez,
deformando-as, as torne menos desejáveis. Seguindo a mesma
ordem de idéias, outras se preocupam com o tempo que terão
de consagrar ao recém-chegado. Tempo durante o qual terão
de negligenciar, forçosamente, o marido que, por causa desta
negligência se afastará delas, por sua vez.
CAPÍTULO 13
Perigo para o amor: o ciúme
Tenha discernimento
Não vou tentar curá-lo do que lhe é natural. Quer você seja
homem, quer seja mulher, é normal que, vendo o ser que
mais ama ser atraído para outro, você sofra. Mesmo que não o
queira em espírito, seu corpo ficará com ciúmes e infeliz.
E se percebe que o homem a quem ama se interessa mais por
tudo que o afasta de você, em vez de se lhe aproximar,
compreendo que seja tomada de cólera e de angústia.
CAPÍTULO 14
Conserve seu marido
Não o culpe!
O mal-entendido se agrava bem depressa, pois quanto mais o
homem se esforça para se libertar, mais a mulher acumula os
sacrifícios, enquanto se irrita porque estes não são apreciados.
É então que, infelizmente, muitas dessas mulheres,
aparentemente sem culpa, cometem o erro irreparável:
invocam seus sacrifícios, cuja lista apresentam e este grito de
revolta marca sua derrota.
— Depois de tudo o que fiz por você, você tem a coragem de
não me amar mais?
Que pena! essas palavras, com as quais esperam salvar o
casamento, geralmente significam o naufrágio.
Falar dos sacrifícios feitos, agitá-los como armas capazes de
vencer o marido... ajustar contas, esperando que esse gesto
seja o preço de um beijo, um outro de uma atenção e que o
total lhes adquira o direito de comprar o amor de um
homem... cometer tal inabilidade é perder no jogo, de
antemão!
Lembrar o que se fez por qualquer pessoa — filho, marido ou
mulher — é o meio radical de lhe tirar os últimos escrúpulos.
Pois se nada viu, nada compreendeu, lembrar seu egoísmo lhe
será desagradável. Poderá pensar e lhe dizer:
"Se tudo o que você fez por mim só foi com o fim de me reter,
e não para me fazer feliz, não tem valor nenhum".
Resposta dura, mas merecida.
Os sacrifícios não são, talvez, senão um meio de reter, custe o
que custar, um homem, uma maneira de aprisioná-lo, de
conservá-lo apenas para si.
O mal, pois, está feito. Você não pode mais duvidar: seu
marido a enganou. O que fazer nesse momento?
Chorar, pensar "minha vida acabou, nunca mais serei feliz,
jamais terei confiança em ninguém"? Pensar em suicídio?
Perdoar ou lutar?
Pergunte a si mesma, o que deseja realmente: não rever o
infiel, nunca mais, ou retomá-lo à sua rival.
Tanto uma solução, como a outra, pode ser boa ou má. Tudo
depende da espécie de amor que você sente por seu marido,
dos princípios de vida a que se sujeita, das suas possibilidades
de perdoar ou de suas tendências rancorosas.
Eis porque não posso fornecer uma receita que convenha a
todas as mulheres enganadas, nem dizer que seja melhor
perdoar... ou, ao contrário, que é preferível se desquitar.
E eis porque, passado o tempo das lágrimas de cólera e de
desespero, você deve julgar, friamente, a situação.
A primeira coisa a considerar ê, evidentemente, a traição. É
preciso que, mais uma vez, as mulheres saibam disso: certas
traições masculinas são sem importância nenhuma.
Elas não ferem, em nada, o amor que dedicam à esposa. Sei
que para elas é difícil compreender, no entanto é verdade:
para eles, uma bela jovem que passa... e que não se mostre
arisca, é um prazer do tipo de uma refeição ou de uma bebida,
agradavelmente saboreadas e logo esquecidas. Por que privar-
se delas?
Se as mulheres admitissem o fato... desde antes do casamento,
eu já o disse, como lhes seria fácil esquecer o que eles mesmos
esquecem tão depressa !
Ele estava muito sério, muito triste, ao confessar: "Amo
outra"?
Seja por uma razão, seja por outra, por culpa sua ou dele, isso
importa muito no instante em que se trata de tomar a decisão
que orientará sua vida futura.
A aceitação
Por outro lado, existem mulheres que estão prontas a aceitar
tudo, desde que conservem a presença do marido. Há também
aquelas, cuja religião impõe que mantenham o casamento,
mesmo que este só o seja no nome.
A essas mulheres, que no fundo do coração, sonham em
reconquistar o marido, um dia, vou dar também razões para
esperar e alguns meios de alcançar esse objetivo.
Para isso, é preciso que essas mulheres se armem de paciência
e estejam animadas de grande força espiritual.
Pois antes de poder conquistar, será preciso que aceitem e que
compreendam.
E aceitar, compreender, neste caso, não é apenas uma atitude
do espírito e do coração, mas uma aceitação de certas
realidades sexuais. É preciso ter nervos de aço, para suportar
sem gritar, os mil pequenos pormenores que provam que um
homem... ama outra, a deseja, experimenta prazer com ela.
Uma paciência angelical para aceitar suas ausências, suas
despesas, suas inquietações com essa outra! E para reconhecer
que só tem piedade de você.
Ser, durante meses, às vezes até anos, somente a amiga a
quem ele acaba contando suas alegrias, suas angústias, seus
desejos, suas penas... não importa se você não é capaz nem de
continuar sorrindo, mas permanecendo perfeita dona de casa,
mãe de família infalível e, é claro, esposa fiel!
Em resumo, uma santa...
Mas é verdade que assim se pode ter esperança! Pois todas as
paixões se acalmam. E ainda uma vez, porque os homens
detestam as complicações, dia virá em que, fazendo a
comparação entre a outra e você, seu marido volte, talvez
definitivamente, ao lar, rompendo uma aventura que você
não deixou que se transformasse numa vida nova.
Ele o fará sem amargura? Isso já é outra história, que depende,
sobretudo, do que tenha sido a outra mulher.
E que depende, também, da idade do seu marido e da escolha
que tenha feito de determinada existência.
Na minha opinião, no caso em que um homem confessa: "Nós nos
enganamos, você sabe que nós não nos damos bem. Quero refazer
minha vida. Você poderá refazer a sua, com um homem que lhe
convenha mais", a única sabedoria verdadeira seria romper.
Amistosamente.
Esforçando-se em conservar os filhos e algumas boas recordações.
A pílula
Entre as que querem amar sem precisar, cada vez, temer o
nascimento de um filho, a maioria é casada e já mãe de
família. Não é com o objetivo de se livrar da imoralidade que
usam de meios anticoncepcionais, mas para que os filhos que
puserem no mundo nasçam em condições excelentes.
É a estas mulheres e à seus maridos, preocupados com as
conseqüências de seu desejo, que se destina esse capítulo.
A todas aquelas que não estão em condições ótimas para
educar um primeiro... ou um quinto bebê.
O planejamento familiar
O primeiro passo é procurar especialistas em planejamento
familiar. Eles é que poderão melhor orientá-la, guiá-la,
auxiliá-la.
Muitas mulheres sabem que esses centros de saúde existem,
mas nem todas. E as que sabem
muitas vezes têm medo de procurá-los, por uma espécie de
pudor injustificado, e sobretudo porque imaginam que eles,
como tantos outros, não lhes darão mais que palavras bonitas
ou lhes ensinarão algum método Ogino, praticamente
ineficaz.
Enganam-se. E se posso lhes dar um conselho, do qual tenho a
certeza que se beneficiarão, é de freqüentarem um centro, o
mais próximo possível de sua cidade ou localidade. As coisas
se passarão assim:
Não é necessário marcar entrevista. Basta conhecer as horas
de consulta e telefonar.
No centro paga-se uma pequena inscrição, cujo montante não
é muito alto. A inscrição vale por um ano e permite voltar
várias vezes, desde que necessário.
Acolhida por uma recepcionista, na verdade psicóloga profissional,
nada mais terá de fazer senão explicar-lhe, o mais honestamente
possível, com a maior sinceridade, seu problema particular.
A recepcionista também possui conhecimentos médicos.
Responderá a todas as perguntas que a preocupam. Evidentemente,
você será recebida a sós, ou acompanhada de seu marido e poderá
conversar quanto tempo desejar. Conversa essa que permanecerá
totalmente confidencial.
"Mas o que responderá a todas as perguntas que lhe fizer,
como resolverá meus problemas, quais os meios eficazes que
me fornecerá para estabelecer meu próprio planejamento?"
Os perigos
Não se trata apenas de certos riscos físicos, a que se expõem as
que utilizam errado e de qualquer maneira dos
anticoncepcionais e, em especial, da pílula (aumento de peso,
náuseas, perturbações circulatórias). Mas, antes, do perigo
psíquico que, para determinadas mulheres, representa o
emprego de métodos anticoncepcionais.
O fato de recusar, sistematicamente, a presença de uma
criança no lar tem seus inconvenientes. Torna egoístas os
esposos que se ignoram, mas que, no dia em que resolverem,
finalmente, ter um filho, se arriscam a não mais serem
capazes de criá-lo.
Por quê? Porque terão adquirido hábitos de casal "solteiro",
que o recém-chegado vem transtornar!
Além disso, a recusa de ter filhos causa, em certos casos,
terríveis complexos à mulher jovem que, qualquer dia se
sentirá frustrada e culpada até, à idéia de se ter furtado ao seu
dever essencial de mulher: o de ser mãe.
Q u e essas perturbações, esses complexos sejam absurdos, é
possível. Nem por isso deixam de existir e é preciso levá-los
em conta, se se deseja ser equilibrada, de modo particular,
sexualmente.
Muitos jovens casais foram educados na moral cristã. A Igreja
ainda não aceitou, pelo menos oficialmente, os únicos
métodos anticoncepcionais realmente eficazes.
Eis porque evitar filhos, elemento de felicidade na medida em
que ajuda o casal a preparar melhor a vida dos filhos, se torna
elemento de infelicidade quando utilizado para satisfazer o
egoísmo.
Na verdade e, principalmente no que diz respeito à pílula, os
métodos anticoncepcionais deveriam ser praticados mais por
mulheres que já tiveram filhos e que acham que num mundo
já super povoado, em que os problemas de alojamento e
alimentação estão cada dia mais difíceis, ter dois ou três filhos
é suficiente.
E quando uma jovem ou uma jovem casada quiser retardar o
momento de ser mãe, que aja com prudência e se informe
com especialistas do que lhe será mais conveniente.
À guisa de conclusão