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Volta às aulas pós pandemia

Em 24/04/2020, o governador do Estado de São Paulo, João Dória, articulado com o secretário
de Estado da Educação Rossieli Soares, anunciou a retomada gradual das aulas no ensino básico,
fundamental e médio da rede pública e privada. Isso, a partir dos cinco pilares do Plano São Paulo
(isolamento social, higiene pessoal, comunicação, sanitização de ambientes e monitoramento).

O governador informa que as medidas serão tomadas pelo Centro de Contingência montado
para enfrentar a pandemia de acordo com a saúde e a ciência, como tem sido feito em outros países que
passaram pelo mesmo processo. Lembra que essa volta às aulas se dará de forma gradual e escalonada,
de acordo com as “boas práticas” já adotadas no início da quarentena, a qual foi estabelecida de forma
gradual.

Anuncia início de aulas on line na segunda-feira, dia 27/04/2020 concomitante com a redução
de turnos por turmas, por rodízio, com volta gradual até o retorno normal.

Informa que para as aulas presenciais em formato de rodízio serão observados os critérios
geográficos e de necessidades, por exemplo, mães que trabalham terão prioridade.

Os protocolos específicos para alunos e funcionários no ensino fundamental e médio, em forma


de rodízios, em que os alunos não frequentarão a escola no mesmo dia, serão aplicados a partir de julho.

Isso vai acontecer para que os alunos guardem pelo menos um metro de distância entre si na
sala de aula. Não especifica se terão que usar máscaras na sala de aula.

O rodízio se articulará com as aulas remotas até uma liberação total “mais prá frente” (Rossieli
Soares, Secretário de Estado da Educação de São Paulo).

“É preciso manter o distanciamento de rodízios e mesas”. Disse.

As aulas on line começam dia 27/04/2020, com horários programado para o ensino público.

No retorno das atividades presenciais serão tomadas medidas de Avaliação diagnóstica,


Acolhimento, Reforço e Recuperação.

Como dissemos, não foi especificado se será necessário o uso de máscaras pelos alunos em salas
de aula.
Essa dúvida é importante, pois diz respeito ao fato de que se será necessário o rodizio é porque
existe realmente o perigo de contágio, o que significa que a pandemia ainda não está debelada no estado
e principalmente na cidade de São Paulo, epicentro nacional da crise e, mais grave ainda, no bairro de
Itaquera o qual está em quinto lugar no ranking de bairros com maior índice de contágios e mortalidade
na cidade.

O problema se aprofunda se nos indagarmos sobre como ficarão as crianças e os funcionários


expostos ao vírus em ambiente comum? Como ficarão por horas sentadas em posição austera, sem poder
conversar, tendo que ir ao banheiro, com medo sequer de tossir e interagir? Não ficarão em pânico diante
de qualquer espirro ou tosse de um colega? E como os profissionais irão lidar com eventuais crises de
pânico, angústias, ansiedades e medos por parte desses alunos? E até mesmo eles e seus familiares? Não
será traumático? E como ficarão as pessoas, independente de idade, uma vez portadoras de co-
morbidades como problemas cardíacos, asma, bronquite, diabetes, e outras?

Em seguida, como será a volta dessas crianças para casa, em espaço público, peruas etc. E,
também, como será a convivência das crianças com os pais, avôs e avós e outros familiares, idosos ou
não, uma vez tendo frequentado ambiente de risco? Por mais difícil que seja admitir, temos que enfrentar
a realidade de que, uma vez em circulação social, todos passarão a ser vetores do vírus.

O fato inegável é que enquanto houver vírus e vetores em qualquer nível de contágio, e sem a
vacina, pois essa ainda não existe, o risco de sempre existirá. Sem a testagem em massa, atitude que os
nossos governantes relutam em tomar, ninguém estará a salvo. Não adianta se iludir tentando se
convencer que só acontece com as outras famílias. No Brasil, a devastação que o covid-19 pode causar
tem sido negligenciada por parte da população que vem sendo influenciada por comunicadores
comprometidos apenas com uma elite que pode se proteger.

É preciso insistir que, se por um lado existe a imperiosa necessidade trabalhar para pagar as
contas – no Brasil não vem sendo aplicada a ajuda financeira devida às empresas -, por outro lado, a vida
é mais importante que o dinheiro. Insisto em lembrar que o vírus não faz distinção de idade, tal como
afirmaram mentirosamente as autoridades.

Desse modo, o que estamos assistindo é o governador cedendo a pressões com interesses
financeiros em prejuízo da saúde de todos: crianças, adolescentes e adultos.

A situação é muito grave porque já está provado com evidências cientificas que em outros
países os contágios voltaram a crescer após breve achatamento estatístico dos casos. Isso, em países com
índice de testagem muito maior que no Brasil.
Desse modo, o que o sr. Governador faz é relaxar a postura inicial de severidade quanto ao
isolamento social necessário para mitigar o aumento de casos de contaminação já que ele abriu mão de
aplicar os testes em massa para covid-19, o que se pode considerar grave omissão.

Agora, cedendo às pressões nefastas de grupos descompromissados com a vida dos


trabalhadores, começa a desdizer tudo o que havia afirmado sobre proteger a vida e não a economia.

Dória expõe, assim, seu verdadeiro projeto político e de poder: defender primeiro os mais ricos
e suas empresas e não as pessoas, os trabalhadores e os menos favorecidos, os quais ele apenas ludibria
com seu populismo retórico.

Pretendeu usar a crise do covid-19 para se promover como paladino candidato à presidência da
república. O que estamos prestes a ver em São Paulo, se esta proposta de flexibilização continuar, será a
morte em massa de pessoas desprotegidas, sem ar e sem ventiladores para socorrê-las pois o sistema
SUS, que seu partido persegue e ameaça de desmonte, irá colapsar. Não podemos esquecer que no Brasil
tem sido absurdo o nível de subnotificação de casos. Há especialistas que dizem que se trata de
considerar que os números de contágios vão de cinco a dez vezes mais o que declarado oficialmente.

A questão mais grave e que merece a nossa atenção é: como ficarão os alunos no meio de tudo
isso?

Para terminar, há alguns dias solicitei aos diretores do Colégio Estrela Guia um estudo visando a
possibilidade de redução do valor das mensalidades para os meses seguintes. Nada foi dito a respeito.
Certamente, parece haver por parte dos srs diretores a intenção de tomar como “normalidade financeira”
o fato de que teremos que pagar o valor integral da mensalidade presencial mesmo as aulas sendo on line
ou de rodízio.

Como eu disse anteriormente, a não necessidade de pagamento da mensalidade de abril ou


maio de 2020 é de grande ajuda, mas, não substitui a necessidade de se repensar o valor das
mensalidades não presenciais ou semi-presenciais, uma vez assim procedendo a instituição. Observe-se
que se julho ainda está um pouco adiante, maio está ás nossas portas e as aulas se iniciarão on line
mesmo cobrando as mensalidades como se fossem presenciais. Isso sem falar das apostilas que terão que
ser pagas mesmo sem precisar usá-las, pois estão disponíveis on line. No aguardo de um posicionamento
mais transparente,

Abenon Menegassi

25/04/2020.

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