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NBC TA 450 (R1) – AVALIAÇÃO DAS DISTORÇÕES IDENTIFICADAS DURANTE A

AUDITORIA

A letra R mais o número que identifica sua alteração (R1, R2, R3, ...) foram adicionados à sigla da norma para
identificarem o número da consolidação e facilitarem a pesquisa no site do CFC. A citação desta norma em outras
normas é identificada pela sua sigla sem referência a R1, R2, R3, pois essas referências são sempre da norma em
vigor, para que, em cada alteração da norma, não haja necessidade de se ajustarem as citações em outras normas.

Sumário Item
INTRODUÇÃO
Alcance 1
Data de vigência 2
OBJETIVO 3
DEFINIÇÕES 4
REQUISITOS
Acumulação de distorções identificadas 5
Consideração de distorções identificadas no decorrer da 6–7
auditoria
Comunicação e correção de distorções 8–9
Avaliação do efeito de distorções não corrigidas 10 – 13
Representação formal 14
Documentação 15
APLICAÇÃO E OUTROS MATERIAIS EXPLICATIVOS
Definição de distorção A1
Acumulação de distorções identificadas A2 – A6
Consideração de distorções identificadas no decorrer da A7 – A9
auditoria
Comunicação e correção de distorções A10 – A13
Avaliação do efeito de distorções não corrigidas A14 – A28
Representação formal A29
Documentação A30

Esta Norma deve ser lida no contexto da NBC TA 200 – Objetivos Gerais do Auditor Independente
e a Condução da Auditoria em Conformidade com Normas de Auditoria.

Introdução

Alcance

1. Esta Norma trata da responsabilidade do auditor independente em avaliar o efeito de


distorções identificadas na auditoria e de distorções não corrigidas, se houver, nas
demonstrações contábeis. A NBC TA 700 – Formação da Opinião e Emissão do Relatório
do Auditor Independente sobre as Demonstrações Contábeis trata da responsabilidade do
auditor, ao formar opinião sobre as demonstrações contábeis, para concluir se foi obtida
segurança razoável de que as demonstrações contábeis como um todo estão livres de
distorções relevantes. A conclusão do auditor requerida pela NBC TA 700 leva em
consideração a avaliação do auditor de distorção não corrigida, se houver, nas
demonstrações contábeis, de acordo com esta Norma, itens 10 e 11. A NBC TA 320 –
Materialidade no Planejamento e na Execução da Auditoria trata da responsabilidade do
auditor independente de aplicar apropriadamente o conceito de materialidade no
planejamento e na execução de auditoria de demonstrações contábeis.

Data de vigência

2. Esta Norma é aplicável a auditoria de demonstrações contábeis para períodos iniciados em


ou após 1º de janeiro de 2010.

Objetivo

3. Para efeito desta Norma, o objetivo do auditor é avaliar:


(a) o efeito de distorções identificadas na auditoria; e
(b) o efeito de distorções não corrigidas, se houver, nas demonstrações contábeis.

Definições

4. Para fins das normas de auditoria, os termos a seguir possuem os significados abaixo:
(a) Distorção é a diferença entre o valor, classificação, apresentação ou divulgação de um
item informado nas demonstrações contábeis e o valor, classificação, apresentação ou
divulgação requerido para que o item esteja de acordo com a estrutura de relatório
financeiro aplicável. Distorção pode ser decorrente de erro ou fraude (item A1).
(a) Distorção é a diferença entre o valor divulgado, classificação, apresentação ou
divulgação de um item nas demonstrações contábeis e o valor, classificação,
apresentação ou divulgação que é requerido para que o item esteja de acordo com a
estrutura de relatório financeiro aplicável. Distorção pode ser decorrente de erro ou
fraude (item A1). (Alterada pela NBC TA 450 (R1))
Quando o auditor expressa uma opinião sobre se as demonstrações contábeis estão
apresentadas adequadamente, em todos os aspectos relevantes, as distorções também
incluem aqueles ajustes de valor, classificação, apresentação ou divulgação que, no
julgamento do auditor, são necessários para que as demonstrações contábeis estejam
apresentadas adequadamente, em todos os aspectos relevantes.
(b) Distorções não corrigidas são as distorções que o auditor detectou durante a auditoria
e que não foram corrigidas.

Requisitos

Acumulação de distorções identificadas

5. O auditor deve acumular distorções identificadas durante a auditoria que não sejam
claramente triviais (ver itens A2 a A6).

Consideração de distorções identificadas no decorrer da auditoria

6. O auditor deve determinar se a estratégia global e o plano de auditoria precisam ser


revisados se:
(a) a natureza das distorções identificadas e as circunstâncias em que elas ocorreram
indicarem que podem existir outras distorções que, em conjunto com as distorções
detectadas durante a auditoria, poderiam ser relevantes (ver item A7); ou
(b) o conjunto das distorções detectadas durante a auditoria se aproxima da materialidade
determinada de acordo com a NBC TA 320 (ver item A8).

7. Se, por solicitação do auditor, a administração examinou uma classe de transações, saldos
contábeis ou divulgação e corrigiu distorções que foram detectadas, o auditor deve executar
procedimentos adicionais de auditoria para determinar se continua havendo distorções (ver
item A9).

Comunicação e correção de distorções

8. O auditor deve comunicar tempestivamente ao nível apropriado da administração todas as


distorções detectadas durante a auditoria, a menos que seja proibido por lei ou regulamento
(NBC TA 260 – Comunicação com os Responsáveis pela Governança, item 7). O auditor
deve requerer que a administração corrija essas distorções (ver itens A10 a A12).

8. O auditor deve comunicar, salvo se proibido por lei ou regulamento, tempestivamente, ao


nível apropriado da administração, todas as distorções detectadas durante a auditoria (NBC
TA 260 – Comunicação com os Responsáveis pela Governança, item 7). O auditor deve
requerer que a administração corrija essas distorções (ver itens de A10 a A129). (Alterado pela
Revisão NBC 03)

9. Se a administração recusar-se a corrigir algumas das distorções reportadas pelo auditor,


este deve obter o entendimento sobre as razões pelas quais a administração decidiu por
não efetuar as correções e deve considerar esse entendimento ao avaliar se as
demonstrações contábeis como um todo estão livres de distorções relevantes (ver item
A13).

Avaliação do efeito de distorções não corrigidas

10. Antes de avaliar o efeito de distorções não corrigidas, o auditor deve rever a materialidade
determinada de acordo com a NBC TA 320 para confirmar se ela continua apropriada no
contexto do resultado efetivo da entidade (ver itens A14 e A15).

11. O auditor deve determinar se as distorções não corrigidas são relevantes, individualmente
ou em conjunto. Ao fazer essa determinação, o auditor deve considerar:
(a) a magnitude e a natureza das distorções, tanto em relação a classes específicas de
transações, saldos contábeis ou divulgação quanto às demonstrações contábeis como
um todo, e as circunstâncias específicas de sua ocorrência (ver itens A16 a A22 e A24 a
A25); e
(b) o efeito de distorções não corrigidas relacionadas a períodos anteriores sobre as
classes relevantes de transações, saldos contábeis ou divulgação, e sobre as
demonstrações contábeis como um todo (ver item A23).

Comunicação com os responsáveis pela governança

12. O auditor deve comunicar as distorções não corrigidas aos responsáveis pela governança e
o efeito que elas, individualmente ou em conjunto, podem ter sobre a opinião no seu
relatório de auditoria, a menos que seja proibido por lei ou regulamento. (NBC TA 260, item
7) A comunicação do auditor deve identificar distorções não corrigidas individualmente
relevantes. O auditor deve requerer a correção das distorções não corrigidas (ver itens A26
a A28).

13. O auditor deve, também, comunicar aos responsáveis pela governança o efeito de
distorções não corrigidas relacionadas a períodos anteriores sobre as classes relevantes de
transações, saldos contábeis ou divulgação, e sobre as demonstrações contábeis como um
todo.

Representação formal

14. O auditor deve solicitar representação formal da administração e, quando apropriado, dos
responsáveis pela governança, sobre se acreditam que os efeitos de distorções não
corrigidas são não relevantes, individualmente e em conjunto, para as demonstrações
contábeis como um todo. O resumo desses itens (demonstrativo de ajustes não registrados)
deve estar incluído na representação formal ou anexo a ela (ver item A29).

Documentação

15. De acordo com NBC TA 230 – Documentação de Auditoria, itens 8 a 11 e A6, o auditor deve
incluir na documentação de auditoria (ver item A30):
(a) o valor abaixo do qual as distorções seriam consideradas claramente triviais (item 5);
(b) todas as distorções detectadas durante a auditoria e se foram corrigidas (itens 5, 8 e
12); e
(c) a conclusão do auditor sobre se as distorções não corrigidas são relevantes,
individualmente ou em conjunto, e a base para essa conclusão (item 11).

Em razão da inclusão dos itens A3, A4, A5, A17 e A18, a numeração existente é renumerada em
ordem sequencial, ou seja, A3 para A6, A4 para A7, A5 para A8; A13 para A16, A14 para A19,
A15 para A20; e assim sucessivamente. Além disso, as referências em outras normas também
são ajustadas em função dessas alterações de numeração.

Em razão dessas alterações, as disposições não alteradas desta norma são mantidas e a sigla da
NBC TA 450, publicada no DOU, Seção 1, de 3/12/2009, passa a ser NBC TA 450 (R1).

As alterações desta norma entram em vigor na data de sua publicação, aplicando-se às auditorias
de demonstrações contábeis para períodos que se findam em, ou após, 31 de dezembro de 2016.

Brasília, 19 de agosto de 2016.

Contador José Martonio Alves Coelho


Presidente

Aplicação e outros materiais explicativos

Definição de distorção (ver item 4(a))

A1. Distorções podem ser decorrentes de:


(a) imprecisão na coleta ou no processamento de dados usados na elaboração das
demonstrações contábeis;
(b) omissão de valor ou divulgação;
(b) omissão de valor ou divulgação, incluindo divulgações inadequadas ou incompletas, e
das divulgações requeridas para atingir os objetivos de divulgação de certas estruturas
de relatórios financeiros, conforme aplicável (por exemplo, NBC TG 40 – Instrumentos
Financeiros: Evidenciação, item 42H, determina que “a entidade deve divulgar
quaisquer informações adicionais que considerar necessárias para alcançar os objetivos
de divulgação do item...”); (Alterada pela NBC TA 450 (R1))
(c) estimativa contábil incorreta decorrente da falta de atenção aos fatos ou de
interpretação errada dos fatos;
(d) julgamentos da administração sobre estimativas contábeis que o auditor não considera
razoáveis, ou a seleção e aplicação de políticas contábeis que o auditor considera
inadequadas.
(e) classificação, agregação ou desagregação inadequada de informações; e (Incluída pela
NBC TA 450 (R1))
(f) para demonstrações contábeis elaboradas de acordo com a estrutura de apresentação
adequada, omissão de divulgação necessária para as demonstrações contábeis
alcançarem a apresentação adequada, além das divulgações especificamente
requeridas pela estrutura (por exemplo, as práticas contábeis adotadas no Brasil exigem
que a entidade forneça divulgações adicionais quando o cumprimento dos requisitos
específicos dessas práticas forem insuficientes para permitir que os usuários entendam
o impacto de transações específicas, outros eventos e condições sobre a posição
patrimonial e financeira e o desempenho da entidade (NBC TG 26 – Apresentação das
Demonstrações Contábeis, item 17(c))). (Incluída pela NBC TA 450 (R1))

A NBC TA 240 – Responsabilidade do Auditor em Relação a Fraude, no Contexto da Auditoria de


Demonstrações Contábeis, itens A1 a A6, apresenta exemplos de distorções decorrentes de
fraude.

Acumulação de distorções identificadas (ver item 5)

A2. O auditor pode definir um valor abaixo do qual as distorções seriam consideradas
claramente triviais e não precisariam ser acumuladas porque o auditor espera que a
acumulação desses valores não teria obviamente efeito relevante sobre as demonstrações
contábeis. “Claramente triviais” não é outra expressão para “não relevantes”. Assuntos que
são claramente triviais são de magnitude totalmente diferente (menor) que a materialidade
determinada de acordo com a NBC TA 320, e são assuntos claramente sem consequências,
sejam eles tomados individualmente ou em conjunto e julgados por qualquer critério de
magnitude, natureza ou circunstância. Quando há alguma incerteza sobre se um ou mais
itens são claramente triviais, o assunto é considerado como não sendo claramente trivial.

A2. O item 5 exige que o auditor acumule as distorções identificadas durante a auditoria que não
sejam claramente triviais. “Claramente triviais” não é outra expressão para “não relevantes”.
Distorções que são claramente triviais são de magnitude totalmente diferente (menor), ou de
natureza totalmente diferente do que aquelas que são determinadas como relevantes, e
serão distorções claramente sem consequências, sejam elas tomadas individualmente ou
em conjunto e julgadas por qualquer critério de magnitude, natureza ou circunstância.
Quando há alguma incerteza sobre se um ou mais itens são claramente triviais, a distorção
é considerada como não sendo claramente trivial. (Alterado pela NBC TA 450 (R1))

Distorção em demonstração individual

A3. O auditor pode definir um valor abaixo do qual as distorções de valores nas demonstrações
individuais seriam consideradas claramente triviais e não precisariam ser acumuladas
porque o auditor espera que a acumulação desses valores não teria obviamente efeito
relevante sobre as demonstrações contábeis. Contudo, distorções de valores acima do valor
definido são acumuladas, conforme requerido pelo item 5. Além disso, distorções
relacionadas com valores podem não ser claramente triviais quando julgadas com base em
critério de natureza ou circunstâncias e, se não forem claramente triviais, devem ser
acumuladas, conforme requerido pelo item 5. (Incluído pela NBC TA 450 (R1))

Distorção em divulgação

A4. Distorções em divulgações também podem ser claramente triviais, sejam elas tomadas
individualmente ou em conjunto, e julgadas por qualquer critério de magnitude, natureza ou
circunstâncias. Distorções em divulgações que não sejam claramente triviais também
devem ser acumuladas para ajudar o auditor a avaliar o efeito dessas distorções sobre as
divulgações relevantes e as demonstrações contábeis como um todo. O item A17 fornece
exemplos de distorções em divulgações qualitativas que podem ser relevantes. (Incluído pela
NBC TA 450 (R1))

Acumulação de distorção
A5. Distorções definidas por natureza ou circunstâncias, acumuladas conforme descrito nos
itens A3 e A4, não podem ser somadas como é possível no caso de distorções de valor.
Não obstante, o item 11 requer que o auditor avalie essas distorções individualmente e em
conjunto (ou seja, coletivamente com outras distorções) para determinar se são relevantes.
(Incluído pela NBC TA 450 (R1))

A6. Para auxiliar o auditor a avaliar o efeito das distorções detectadas durante a auditoria e a
comunicar as distorções à administração e aos responsáveis pela governança, pode ser útil
distinguir entre distorção factual, distorção de julgamento e distorção projetada.
 Distorção factual é aquela que não deixa dúvida.
 Distorções de julgamento são aquelas decorrentes de julgamento da administração sobre
estimativas contábeis que o auditor não considera razoáveis, ou a seleção ou aplicação
de políticas contábeis que o auditor considera inadequadas.
 Distorções de julgamento são aquelas decorrentes de julgamento da administração,
incluindo aquelas relacionadas a reconhecimento, mensuração, apresentação e
divulgação nas demonstrações contábeis (inclusive a seleção ou aplicação de políticas
contábeis que o auditor considera não razoáveis ou inadequadas. (Alterado pela NBC TA 450
(R1))
 Distorção projetada é a melhor estimativa do auditor de distorções em populações,
envolvendo a projeção de distorções identificadas em amostras de auditoria para
populações inteiras de onde foram extraídas as amostras. A orientação para a
determinação de distorções projetadas e avaliação dos resultados estão apresentadas na
NBC TA 530 – Amostragem em Auditoria, itens 14 e 15.

Consideração de distorções identificadas no decorrer da auditoria (ver itens 6 e 7)

A7. Uma distorção pode não ser uma ocorrência isolada. Evidências de que podem existir outras
distorções incluem, por exemplo, quando o auditor identifica a ocorrência de distorção
decorrente de falha no controle interno ou de premissas ou métodos de avaliação
inadequados largamente aplicados pela entidade.

A8. Se o conjunto de distorções detectadas durante a auditoria se aproxima da materialidade


determinada de acordo com a NBC TA 320, existe a possibilidade de risco maior do que o
risco baixo aceitável, de que eventuais distorções não detectadas, quando consideradas no
conjunto das distorções acumuladas durante a auditoria, venham exceder a materialidade.
Podem existir distorções não detectadas devido à presença do risco de amostragem e do
risco de não amostragem (NBC TA 530, item 5(c) e (d)).

A9. O auditor pode solicitar à administração que examine uma classe de transações, saldos
contábeis ou divulgação para que a administração entenda a causa de distorção identificada
pelo auditor, execute procedimentos para determinar o valor real da distorção nessa classe,
e faça os ajustes apropriados nas demonstrações contábeis. Essa solicitação pode ser feita
pelo auditor, por exemplo, com base na projeção de distorções identificadas em amostra de
auditoria para a população inteira de onde foi extraída a amostra.

Comunicação e correção de distorções (ver itens 8 e 9)

A7. A comunicação tempestiva de distorções ao nível apropriado da administração é importante,


pois permite à administração avaliar se os itens são efetivamente distorções, informar o
auditor caso não concorde, e tomar medidas quando necessário. Normalmente, o nível
apropriado da administração é o que tem a responsabilidade e a autoridade para avaliar as
distorções e tomar as medidas necessárias.

A10. A comunicação tempestiva de distorções ao nível apropriado da administração é importante,


pois permite à administração avaliar se as classes de transações, saldos contábeis e
divulgações estão efetivamente distorcidos; informar o auditor, caso não concorde; e tomar
medidas quando necessário. Normalmente, o nível apropriado da administração é o que tem
a responsabilidade e a autoridade para avaliar as distorções e tomar as medidas
necessárias. (Alterado pela NBC TA 450 (R1))

A11. Leis ou regulamentos podem restringir a comunicação do auditor de certas distorções à


administração, ou outros, dentro da entidade. Por exemplo, a legislação ou regulamentação
pode proibir especificamente a comunicação ou outra ação que possa prejudicar uma
investigação por autoridade competente de ato ilegal real ou suspeito. Em algumas
circunstâncias, eventuais conflitos entre as obrigações de confidencialidade e as obrigações
de comunicação do auditor podem ser complexos. Nesses casos, o auditor pode procurar
assessoria legal.

A11. Em algumas jurisdições, leis ou regulamentos podem restringir a comunicação do auditor de


certas distorções à administração, ou outros, dentro da entidade. A legislação ou a
regulamentação pode proibir, especificamente, a comunicação ou outra ação que possa
prejudicar a investigação por autoridade competente de ato ilegal, real ou suspeito, inclusive
alertando a entidade, por exemplo, quando o auditor tiver que comunicar a não
conformidade identificada ou suspeita de não conformidade à autoridade competente de
acordo com a lei de prevenção de crime de lavagem de dinheiro. Nessas circunstâncias, as
questões consideradas pelo auditor podem ser complexas e ele pode considerar apropriada
a obtenção de assessoria legal.
No Brasil, a Resolução CFC n.º 1.530/2017 dispõe sobre os procedimentos a serem
observados pelos profissionais e organizações contábeis, quando do exercício de suas
funções, para cumprimento das obrigações previstas na Lei n.º 9.613/1998 e alterações
posteriores, que dispõe sobre os crimes de "lavagem" ou ocultação de bens, direitos e
valores; a prevenção da utilização do sistema financeiro para ilícitos previstos nessa lei; e
cria o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). (Alterado pela Revisão NBC 03)

A12. A correção de todas as distorções pela administração, incluindo aquelas comunicadas pelo
auditor, possibilita à administração manter livros e registros contábeis precisos e reduz os
riscos de distorções relevantes de demonstrações contábeis futuras em decorrência do
efeito cumulativo de distorções não corrigidas não relevantes relativas a períodos anteriores.

A13. A NBC TA 700 requer que o auditor avalie se as demonstrações contábeis foram elaboradas
e apresentadas, em todos os aspectos relevantes, de acordo com os requerimentos da
estrutura de relatório financeiro aplicável. Essa avaliação inclui a consideração dos aspectos
qualitativos das práticas contábeis da entidade, incluindo indicadores de possível
tendenciosidade da administração nos julgamentos, que podem ser afetadas pelo
entendimento do auditor sobre as razões da administração para não fazer as correções
(NBC TA 700, item 12).

Avaliação do efeito de distorções não corrigidas (ver itens 10 e 11)

A14. A determinação de materialidade pelo auditor de acordo com a NBC TA 320 é


frequentemente baseada em estimativas dos resultados financeiros da entidade, porque os
resultados efetivos podem ainda não ser conhecidos. Portanto, antes de avaliar o efeito de
distorções não corrigidas, pode ser necessário revisar a materialidade determinada de
acordo com a NBC TA 320 com base nos resultados contábeis reais.

A15. A NBC TA 320, item 12, explica que, com o andamento da auditoria, a materialidade para as
demonstrações contábeis como um todo (e, se aplicável, o nível ou níveis de materialidade
para classes específicas de transações, saldos contábeis ou divulgação), é revista no caso
de o auditor tomar conhecimento de informações durante a auditoria que teriam levado o
auditor a determinar inicialmente um valor (ou valores) diferente (NBC TA 320, item 12).
Assim, é provável que qualquer revisão significativa tenha sido feita antes de o auditor
avaliar o efeito de distorções não corrigidas. Entretanto, se a revisão da materialidade pelo
auditor determinada de acordo com a NBC TA 320 (item 10 desta Norma) gerar um valor (ou
valores) inferior, a materialidade para execução de auditoria e a adequação da natureza,
época e extensão dos procedimentos adicionais de auditoria são reconsideradas de modo a
se obter evidência de auditoria apropriada e suficiente como base para a opinião de
auditoria.

A13. Toda distorção individual é considerada para avaliar seu efeito nas classes relevantes de
transações, saldos contábeis ou divulgação, incluindo se o nível de materialidade para a
classe específica de transações, saldos contábeis ou divulgação, se houver, foi excedido.

A16. Toda distorção individual de valor deve ser considerada para avaliar seu efeito nas classes
relevantes de transações, saldos contábeis ou divulgação, incluindo se o nível de
materialidade para a classe específica de transações, saldos contábeis ou divulgação, se
houver, foi excedido. (Alterado pela NBC TA 450 (R1))

A17. Além disso, cada distorção individual de divulgação qualitativa deve ser considerada para
avaliar seu efeito nas divulgações relevantes, bem como seu efeito geral nas
demonstrações contábeis como um todo. A determinação de se a distorção em divulgação
qualitativa é relevante, no contexto da estrutura de relatório financeiro aplicável e das
circunstâncias específicas da entidade, é questão que envolve o exercício de julgamento
profissional. Exemplos em que essas distorções podem ser relevantes incluem:
 descrições imprecisas ou incompletas de informações sobre os objetivos, as políticas e
os processos de gestão de capital para entidades com atividades de seguro e
bancárias;
 omissão de informações sobre eventos ou circunstâncias que levaram à perda do valor
recuperável (impairment) (por exemplo, declínio significativo de longo prazo na
demanda de metal ou mercadoria (commodity)) em entidade mineradora;
 descrição incorreta da política contábil relacionada com item significativo no balanço
patrimonial, nas demonstrações do resultado, do resultado abrangente, das mutações
do patrimônio líquido ou dos fluxos de caixa;
 descrição inadequada da sensibilidade da taxa de câmbio em entidade envolvida em
comércio internacional. (Incluído pela NBC TA 450 (R1))

A18. Para determinar se distorções não corrigidas definidas por natureza são relevantes,
conforme requerido pelo item 11, o auditor deve considerar distorções não corrigidas em
valores e divulgações. Essas distorções podem ser consideradas relevantes,
individualmente ou combinadas com outras distorções. Por exemplo, dependendo das
distorções identificadas em divulgações, o auditor pode considerar se:
(a) os erros identificados são persistentes ou generalizados; ou
(b) diferentes distorções identificadas são relevantes para o mesmo assunto e,
consideradas coletivamente, podem afetar o entendimento dos usuários sobre esse
assunto.
Essa consideração de distorções acumuladas também é útil na avaliação das
demonstrações contábeis, de acordo com o item 13(d) da NBC TA 700 – Formação da
Opinião e Emissão do Relatório do Auditor Independente sobre as Demonstrações
Contábeis, que requer que o auditor considere se a apresentação geral das demonstrações
contábeis foi prejudicada pela inclusão de informações que não são relevantes ou que
obscurecem o devido entendimento dos assuntos divulgados. (Incluído pela NBC TA 450 (R1))

A19. Se uma distorção individual é julgada relevante, é improvável que ela possa ser
compensada por outras distorções. Por exemplo, se a receita foi significativamente
superavaliada, as demonstrações contábeis como um todo serão distorcidas de maneira
relevante, mesmo se o efeito da distorção sobre o resultado for completamente compensado
por uma superavaliação equivalente de despesa. Pode ser apropriado compensar distorções
dentro do mesmo saldo contábil ou da mesma classe de transações; entretanto, antes de
concluir que a compensação é apropriada, mesmo entre distorções não relevantes, é
considerado o risco de que podem existir distorções não detectadas adicionais. A
identificação de diversas distorções não relevantes no mesmo saldo contábil ou na mesma
classe de transações pode requerer que o auditor reavalie o risco de distorção relevante
para esse saldo contábil ou essa classe de transações.

A20. Determinar se uma distorção de classificação é relevante envolve a avaliação de


considerações qualitativas, como o efeito da distorção de classificação sobre cláusulas
contratuais de dívida (covenants), o efeito sobre contas individuais ou subtotais, ou o efeito
sobre os principais índices. Pode haver circunstâncias em que o auditor conclua que uma
distorção de classificação não é relevante no contexto das demonstrações contábeis como
um todo, mesmo que ela exceda o nível ou níveis de materialidade aplicados na avaliação
de outras distorções. Por exemplo, a classificação errada de itens entre linhas do balanço
patrimonial pode não ser considerada relevante no contexto das demonstrações contábeis
como um todo quando o valor da classificação errada é pequeno em relação à magnitude
dos itens afetados nessas contas do balanço patrimonial e não afeta a demonstração do
resultado ou algum índice importante.

A21. As circunstâncias relacionadas a algumas distorções podem levar o auditor a avaliá-las


como relevantes, individualmente ou quando consideradas juntamente com outras
distorções acumuladas durante a auditoria, mesmo se forem inferiores à materialidade para
as demonstrações contábeis como um todo. As circunstâncias que podem afetar a avaliação
incluem a extensão em que a distorção:
 afeta o cumprimento de requerimentos regulatórios;
 afeta o cumprimento de cláusulas contratuais de dívidas (covenants) ou outros
requerimentos contratuais;
 refere-se à seleção ou à aplicação incorreta de política contábil que tem efeito não
relevante sobre as demonstrações contábeis do período corrente, mas tem
provavelmente efeito relevante sobre as demonstrações contábeis de períodos futuros;
 encobre mudança nos resultados ou outras tendências, especialmente no contexto das
condições econômicas gerais e do setor;
 afeta índices usados para avaliar a posição patrimonial e financeira, resultados das
operações ou fluxos de caixa da entidade;
 afeta informações por segmentos apresentadas nas demonstrações contábeis (por
exemplo, a importância do assunto para um segmento ou outra parte do negócio da
entidade que foi identificada como tendo papel significativo nas operações ou na
rentabilidade da entidade);
 tem o efeito de aumentar a remuneração da administração, por exemplo, possibilitando
que sejam satisfeitos os requerimentos para terem direito a bônus ou outros incentivos;
 é significativa considerando o entendimento do auditor de que foram feitas comunicações
anteriores a usuários, por exemplo, em relação a resultados previstos;
 refere-se a itens envolvendo partes específicas (por exemplo, se as partes externas da
transação têm relação com membros da administração da entidade);
 constitui uma omissão de informações não requeridas especificamente pela estrutura de
relatório financeiro aplicável, mas que no julgamento do auditor, é importante para que os
usuários entendam a posição patrimonial e financeira, o desempenho das operações ou
os fluxos de caixa da entidade; ou
 afeta outras informações que são comunicadas em documentos que contenham as
demonstrações contábeis auditadas (por exemplo, informações a serem incluídas no
comentário do desempenho constante do Relatório da Administração) que se pode
razoavelmente esperar que influenciem decisões econômicas dos usuários das
demonstrações contábeis. A NBC TA 720 – Responsabilidade do Auditor em Relação a
Outras Informações Incluídas em Documentos que Contenham Demonstrações
Contábeis Auditadas trata da consideração pelo auditor de outras informações sobre as
quais o auditor não tem obrigação de emitir relatório, em documentos que contenham
demonstrações contábeis auditadas.
 afeta outras informações que serão incluídas no relatório anual da entidade (por exemplo,
informações a serem incluídas no comentário do desempenho constante do relatório da
administração) que se pode razoavelmente esperar que influenciem decisões
econômicas dos usuários das demonstrações contábeis. A NBC TA 720 –
Responsabilidade do Auditor em Relação a Outras Informações trata das
responsabilidades do auditor relativas a outras informações. (Alterado pela NBC TA 450 (R1))
Essas circunstâncias são apenas exemplos; nem todas estão presentes em todas as
auditorias, nem a lista está necessariamente completa. A existência de qualquer
circunstância como essas não leva necessariamente à conclusão de que a distorção seja
relevante.

A17. A NBC TA 240, item 35, explica como as implicações de distorção que é, ou pode ser,
resultado de fraude devem ser consideradas em relação a outros aspectos da auditoria,
mesmo que a magnitude da distorção não seja relevante em relação às demonstrações
contábeis.

A22. A NBC TA 240, item 35, explica como as implicações de distorção, que são, ou podem ser,
resultado de fraude, devem ser consideradas em relação a outros aspectos da auditoria,
mesmo que a magnitude da distorção não seja relevante em relação às demonstrações
contábeis. Dependendo das circunstâncias, distorções em divulgações também podem
indicar fraude e, por exemplo, podem ser decorrentes de:
 divulgações enganosas resultantes de tendenciosidade nos julgamentos da
administração; ou;
 extensas divulgações duplicadas ou não informativas feitas com a finalidade de
obscurecer o devido entendimento de assuntos nas demonstrações contábeis.
Ao considerar as implicações de distorções em classes de transações, saldos contábeis e
divulgações, o auditor deve exercer ceticismo profissional, de acordo com a NBC TA 200, item
15. (Alterado pela NBC TA 450 (R1))

A23. O efeito cumulativo de distorções não relevantes não corrigidas relacionadas a períodos
anteriores pode ter efeito relevante sobre as demonstrações contábeis do período corrente.
Existem diferentes abordagens aceitáveis para a avaliação dessas distorções não corrigidas
nas demonstrações contábeis do período corrente pelo auditor. A utilização da mesma
abordagem de avaliação garante a consistência entre os períodos.

Considerações específicas de entidade do setor público

A24. No caso de auditoria de entidade do setor público, a avaliação da materialidade de distorção


também pode ser afetada por responsabilidade estabelecida para o auditor em lei, regulação
ou outra autoridade para relatar assuntos específicos, incluindo, por exemplo, fraude.

A25. Além disso, assuntos como interesse público, responsabilidade, integridade e, em particular,
garantia de supervisão geral legislativa eficaz, podem afetar a avaliação se um item é
relevante em virtude de sua natureza. Esse é especialmente o caso para itens relacionados
ao cumprimento de lei, procedimento regulatório ou outra autoridade.

Comunicação com os responsáveis pela governança (ver item 12)

A26. Se as distorções não corrigidas foram comunicadas para pessoa com responsabilidades
administrativas, e essa pessoa também tem responsabilidades de governança, ela não
precisa ser comunicada novamente para essa mesma pessoa no seu papel de governança.
O auditor deve, não obstante, ficar satisfeito quanto ao fato de que a comunicação com a
pessoa que tem responsabilidades administrativas venha a ser informada adequadamente a
todos aqueles com quem o auditor de outra forma se comunicaria no seu papel de
governança (NBC TA 260, item 13).

A27. No caso de haver grande número de distorções individuais não relevantes não corrigidas, o
auditor pode comunicar o número e o efeito monetário geral das distorções não corrigidas
em vez dos detalhes de cada distorção individual não corrigida.
A28. A NBC TA 260, item 16(c)(ii), requer que o auditor comunique aos responsáveis pela
governança as representações formais solicitadas pelo auditor (item 14 desta Norma). O
auditor pode discutir com os responsáveis pela governança as razões e as implicações de
não corrigir as distorções, considerando a magnitude e a natureza da distorção julgadas nas
circunstâncias vigentes, e possíveis implicações em relação a demonstrações contábeis
futuras.

Representação formal (ver item 14)

A29. Porque a elaboração das demonstrações contábeis requer da administração e, quando


apropriado, dos responsáveis pela governança que façam ajustes às demonstrações
contábeis para corrigir distorções relevantes, o auditor deve solicitar que eles forneçam
representação formal sobre as distorções não corrigidas. Em algumas circunstâncias, a
administração e, quando apropriado, os responsáveis pela governança podem não acreditar
que certas distorções não corrigidas são distorções. Por essa razão, eles podem querer
incluir em suas representações formais palavras como: “Não concordamos que os itens … e
… constituem distorções porque [descrição das razões].” A obtenção dessa representação,
contudo, não exime o auditor da necessidade de elaborar uma conclusão sobre o efeito das
distorções não corrigidas.

Documentação (ver item 15)

A30. A documentação do auditor sobre distorções não corrigidas pode levar em conta:
(a) a consideração do efeito agregado das distorções não corrigidas;
(b) a avaliação de se o nível ou os níveis de materialidade para classes específicas de
transações, saldos contábeis ou divulgação, se houver, foi excedido; e
(c) a avaliação do efeito de distorções não corrigidas sobre índices importantes ou
tendências, e do cumprimento de requerimentos legais, regulatórios e contratuais (por
exemplo, cláusulas contratuais de dívidas (covenants)).
NORMA BRASILEIRA DE CONTABILIDADE – NBC TA 450 (R1), DE 19 DE AGOSTO DE 2016

Altera a NBC TA 450 que dispõe sobre a


avaliação das distorções identificadas
durante a auditoria.

O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, considerando o processo de


convergência das Normas Brasileiras de Contabilidade aos padrões internacionais e que,
mediante acordo firmado com a IFAC que autorizou, no Brasil, o CFC e o IBRACON – Instituto
dos Auditores Independentes do Brasil, como tradutores de suas normas e publicações,
outorgando os direitos de realizar tradução, publicação e distribuição das normas internacionais
em formato eletrônico, no exercício de suas atribuições legais e regimentais e com fundamento no
disposto na alínea “f” do Art. 6º do Decreto-Lei n.º 9.295/1946, alterado pela Lei n.º 12.249/2010,
faz saber que foi aprovada em seu Plenário a seguinte Norma Brasileira de Contabilidade (NBC),
elaborada de acordo com a sua equivalente internacional ISA 450 da IFAC:

1. Altera os itens 4, A1, A2, A3, A7, A13, A16 e A17 e inclui os itens A3, A4, A5, A17 e A18
na NBC TA 450 – Avaliação das Distorções Identificadas durante a Auditoria, com as
seguintes redações:

Itens alterados:

4. Para fins das normas de auditoria, os termos a seguir possuem os significados abaixo:
(a) Distorção é a diferença entre o valor divulgado, classificação, apresentação ou
divulgação de um item nas demonstrações contábeis e o valor, classificação,
apresentação ou divulgação que é requerido para que o item esteja de acordo com a
estrutura de relatório financeiro aplicável. Distorção pode ser decorrente de erro ou
fraude (item A1).

Quando o auditor expressa uma opinião sobre se as demonstrações contábeis estão


apresentadas adequadamente, em todos os aspectos relevantes, ou fornecem uma visão
verdadeira e justa as distorções também incluem aqueles ajustes de valor, classificação,
apresentação ou divulgação que, no julgamento do auditor, são necessários para que as
demonstrações contábeis estejam apresentadas adequadamente, em todos os aspectos
relevantes ou forneçam uma visão verdadeira e justa.

A1. Distorções podem ser decorrentes de:


(a) imprecisão na coleta ou no processamento de dados usados na elaboração das
demonstrações contábeis;
(b) omissão de valor ou divulgação, incluindo divulgações inadequadas ou incompletas, e
das divulgações requeridas para atingir os objetivos de divulgação de certas estruturas
de relatórios financeiros, conforme aplicável (por exemplo, NBC TG 40 – Instrumentos
Financeiros: Evidenciação, item 42H, determina que “a entidade deve divulgar
quaisquer informações adicionais que considerar necessárias para alcançar os objetivos
de divulgação do item...”);
(c) estimativa contábil incorreta decorrente da falta de atenção aos fatos ou de
interpretação errada dos fatos;
(d) julgamentos da administração sobre estimativas contábeis que o auditor não considera
razoáveis, ou a seleção e a aplicação de políticas contábeis que o auditor considera
inadequadas;
(e) classificação, agregação ou desagregação inadequada de informações; e
(f) para demonstrações contábeis elaboradas de acordo com a estrutura de apresentação
adequada, omissão de divulgação necessária para as demonstrações contábeis
alcançarem a apresentação adequada, além das divulgações especificamente
requeridas pela estrutura (por exemplo, as práticas contábeis adotadas no Brasil exigem
que a entidade forneça divulgações adicionais quando o cumprimento dos requisitos
específicos dessas práticas forem insuficientes para permitir que os usuários entendam
o impacto de transações específicas, outros eventos e condições sobre a posição
patrimonial e financeira e o desempenho da entidade (NBC TG 26 – Apresentação das
Demonstrações Contábeis, item 17(c))).

A NBC TA 240 – Responsabilidade do Auditor em Relação a Fraude, no Contexto da


Auditoria de Demonstrações Contábeis, itens A1 a A6, apresenta exemplos de distorções
decorrentes de fraude.

A2. O item 5 exige que o auditor acumule as distorções identificadas durante a auditoria que
não sejam claramente triviais. “Claramente triviais” não é outra expressão para “não
relevantes”. Distorções que são claramente triviais são de magnitude totalmente diferente
(menor), ou de natureza totalmente diferente do que aquelas que são determinadas como
relevantes, e serão distorções claramente sem consequências, sejam elas tomadas
individualmente ou em conjunto e julgadas por qualquer critério de magnitude, natureza ou
circunstância. Quando há alguma incerteza sobre se um ou mais itens são claramente
triviais, a distorção é considerada como não sendo claramente trivial.

A3. Para auxiliar o auditor a avaliar o efeito das distorções detectadas durante a auditoria e
a comunicar as distorções à administração e aos responsáveis pela governança, pode ser
útil distinguir entre distorção factual, distorção de julgamento e distorção projetada.
 Distorção factual é aquela que não deixa dúvida.
 Distorções de julgamento são aquelas decorrentes de julgamento da administração,
incluindo aquelas relacionadas a reconhecimento, mensuração, apresentação e
divulgação nas demonstrações contábeis (inclusive a seleção ou aplicação de políticas
contábeis que o auditor considera não razoáveis ou inadequadas.
 Distorção projetada é a melhor estimativa do auditor de distorções em populações,
envolvendo a projeção de distorções identificadas em amostras de auditoria para
populações inteiras de onde foram extraídas as amostras. A orientação para a
determinação de distorções projetadas e avaliação dos resultados estão apresentadas
na NBC TA 530 – Amostragem em Auditoria, itens 14 e 15.

A7. A comunicação tempestiva de distorções ao nível apropriado da administração é


importante, pois permite à administração avaliar se as classes de transações, saldos
contábeis e divulgações estão efetivamente distorcidos; informar o auditor, caso não
concorde; e tomar medidas quando necessário. Normalmente, o nível apropriado da
administração é o que tem a responsabilidade e a autoridade para avaliar as distorções e
tomar as medidas necessárias.

A13. Toda distorção individual de valor deve ser considerada para avaliar seu efeito nas
classes relevantes de transações, saldos contábeis ou divulgação, incluindo se o nível de
materialidade para a classe específica de transações, saldos contábeis ou divulgação, se
houver, foi excedido.

A16. As circunstâncias relacionadas a algumas distorções podem levar o auditor a avaliá-las


como relevantes, individualmente ou quando consideradas juntamente com outras
distorções acumuladas durante a auditoria, mesmo se forem inferiores à materialidade para
as demonstrações contábeis como um todo. As circunstâncias que podem afetar a avaliação
incluem a extensão em que a distorção:
 afeta o cumprimento de requerimentos regulatórios;
 afeta o cumprimento de cláusulas contratuais de dívidas (covenants) ou outros
requerimentos contratuais;
 refere-se à seleção ou à aplicação incorreta de política contábil que tem efeito não
relevante sobre as demonstrações contábeis do período corrente, mas tem
provavelmente efeito relevante sobre as demonstrações contábeis de períodos futuros;
 encobre mudança nos resultados ou outras tendências, especialmente no contexto das
condições econômicas gerais e do setor;
 afeta índices usados para avaliar a posição patrimonial e financeira, resultados das
operações ou fluxos de caixa da entidade;
 afeta informações por segmentos apresentadas nas demonstrações contábeis (por
exemplo, a importância do assunto para um segmento ou outra parte do negócio da
entidade que foi identificada como tendo papel significativo nas operações ou na
rentabilidade da entidade);
 tem o efeito de aumentar a remuneração da administração, por exemplo, possibilitando
que sejam satisfeitos os requerimentos para terem direito a bônus ou outros incentivos;
 é significativa considerando o entendimento do auditor de que foram feitas comunicações
anteriores a usuários, por exemplo, em relação a resultados previstos;
 refere-se a itens envolvendo partes específicas (por exemplo, se as partes externas da
transação têm relação com membros da administração da entidade);
 constitui uma omissão de informações não requeridas especificamente pela estrutura de
relatório financeiro aplicável, mas que, no julgamento do auditor, é importante para que
os usuários entendam a posição patrimonial e financeira, o desempenho das operações
ou os fluxos de caixa da entidade; ou
 afeta outras informações que serão incluídas no relatório anual da entidade (por exemplo,
informações a serem incluídas no comentário do desempenho constante do relatório da
administração) que se pode razoavelmente esperar que influenciem decisões
econômicas dos usuários das demonstrações contábeis. A NBC TA 720 –
Responsabilidade do Auditor em Relação a Outras Informações trata das
responsabilidades do auditor relativas a outras informações.
Essas circunstâncias são apenas exemplos; nem todas estão presentes em todas as
auditorias, nem a lista está necessariamente completa. A existência de qualquer
circunstância como essas não leva, necessariamente, à conclusão de que a distorção seja
relevante.

A17. A NBC TA 240, item 35, explica como as implicações de distorção, que são, ou
podem ser, resultado de fraude, devem ser consideradas em relação a outros aspectos da
auditoria, mesmo que a magnitude da distorção não seja relevante em relação às
demonstrações contábeis. Dependendo das circunstâncias, distorções em divulgações
também podem indicar fraude e, por exemplo, podem ser decorrentes de:
 divulgações enganosas resultantes de tendenciosidade nos julgamentos da
administração; ou;
 extensas divulgações duplicadas ou não informativas feitas com a finalidade de
obscurecer o devido entendimento de assuntos nas demonstrações contábeis.
Ao considerar as implicações de distorções em classes de transações, saldos contábeis e
divulgações, o auditor deve exercer ceticismo profissional, de acordo com a NBC TA 200, item
15.

Itens incluídos:

Distorção em demonstração individual

A3. O auditor pode definir um valor abaixo do qual as distorções de valores nas
demonstrações individuais seriam consideradas claramente triviais e não precisariam ser
acumuladas porque o auditor espera que a acumulação desses valores não teria
obviamente efeito relevante sobre as demonstrações contábeis. Contudo, distorções de
valores acima do valor definido são acumuladas, conforme requerido pelo item 5. Além
disso, distorções relacionadas com valores podem não ser claramente triviais quando
julgadas com base em critério de natureza ou circunstâncias e, se não forem claramente
triviais, devem ser acumuladas, conforme requerido pelo item 5.

Distorção em divulgação

A4. Distorções em divulgações também podem ser claramente triviais, sejam elas tomadas
individualmente ou em conjunto, e julgadas por qualquer critério de magnitude, natureza ou
circunstâncias. Distorções em divulgações que não sejam claramente triviais também
devem ser acumuladas para ajudar o auditor a avaliar o efeito dessas distorções sobre as
divulgações relevantes e as demonstrações contábeis como um todo. O item A17 fornece
exemplos de distorções em divulgações qualitativas que podem ser relevantes.

Acumulação de distorção

A5. Distorções definidas por natureza ou circunstâncias, acumuladas conforme descrito


nos itens A3 e A4, não podem ser somadas como é possível no caso de distorções de
valor. Não obstante, o item 11 requer que o auditor avalie essas distorções individualmente
e em conjunto (ou seja, coletivamente com outras distorções) para determinar se são
relevantes.

A17. Além disso, cada distorção individual de divulgação qualitativa deve ser considerada
para avaliar seu efeito nas divulgações relevantes, bem como seu efeito geral nas
demonstrações contábeis como um todo. A determinação de se a distorção em divulgação
qualitativa é relevante, no contexto da estrutura de relatório financeiro aplicável e das
circunstâncias específicas da entidade, é questão que envolve o exercício de julgamento
profissional. Exemplos em que essas distorções podem ser relevantes incluem:
 descrições imprecisas ou incompletas de informações sobre os objetivos, as políticas e
os processos de gestão de capital para entidades com atividades de seguro e
bancárias;
 omissão de informações sobre eventos ou circunstâncias que levaram à perda do valor
recuperável (impairment) (por exemplo, declínio significativo de longo prazo na
demanda de metal ou mercadoria (commodity)) em entidade mineradora;
 descrição incorreta da política contábil relacionada com item significativo no balanço
patrimonial, nas demonstrações do resultado, do resultado abrangente, das mutações
do patrimônio líquido ou dos fluxos de caixa;
 descrição inadequada da sensibilidade da taxa de câmbio em entidade envolvida em
comércio internacional.

A18. Para determinar se distorções não corrigidas definidas por natureza são relevantes,
conforme requerido pelo item 11, o auditor deve considerar distorções não corrigidas em
valores e divulgações. Essas distorções podem ser consideradas relevantes,
individualmente ou combinadas com outras distorções. Por exemplo, dependendo das
distorções identificadas em divulgações, o auditor pode considerar se:
(a) os erros identificados são persistentes ou generalizados; ou
(b) diferentes distorções identificadas são relevantes para o mesmo assunto e,
consideradas coletivamente, podem afetar o entendimento dos usuários sobre esse
assunto.
Essa consideração de distorções acumuladas também é útil na avaliação das
demonstrações contábeis, de acordo com o item 13(d) da NBC TA 700 – Formação da
Opinião e Emissão do Relatório do Auditor Independente sobre as Demonstrações
Contábeis, que requer que o auditor considere se a apresentação geral das
demonstrações contábeis foi prejudicada pela inclusão de informações que não são
relevantes ou que obscurecem o devido entendimento dos assuntos divulgados.

2. Em razão da inclusão dos itens A3, A4, A5, A17 e A18, a numeração existente é
renumerada em ordem sequencial, ou seja, A3 para A6, A4 para A7, A5 para A8; A13 para
A16, A14 para A19, A15 para A20; e assim sucessivamente. Além disso, as referências em
outras normas também são ajustadas em função dessas alterações de numeração.

3. Em razão dessas alterações, as disposições não alteradas desta norma são mantidas e a
sigla da NBC TA 450, publicada no DOU, Seção 1, de 3/12/2009, passa a ser NBC TA 450
(R1).

4. As alterações desta norma entram em vigor na data de sua publicação, aplicando-se às


auditorias de demonstrações contábeis para períodos que se findam em, ou após, 31 de
dezembro de 2016.

Brasília, 19 de agosto de 2016.

Contador José Martonio Alves Coelho


Presidente

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