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Revisão Teórica da Fratura Exposta da Tíbia

Anatomofisiologia da Tíbia

Segundo Pina (2010), a tíbia é um osso longo situado na porção interna da perna, constituído
por duas epífises (osso esponjoso) e uma diáfise (osso compacto). Articula-se com o fémur,
formando a articulação femorotibial, uma articulação secundária da articulação do joelho, com
o perónio, dando origem a duas articulações: articulação tíbio-peroneal superior e articulação
tíbio-peroneal inferior e, por fim com o astrágalo formando a articulação tibiotársica.

A tíbia tem um papel fundamental na deambulação, através da contração dos músculos que
têm origem e inserção no osso. Quando ocorre lesão (fratura), toda a marcha fica
comprometida, pois as articulações das quais a tíbia faz parte são responsáveis pelo
movimento de flexão e extensão do joelho (articulação do joelho), movimento de flexão,
extensão, inversão e eversão do pé (tibiotársica), indispensáveis no processo da deambulação.

Figura 1- Anatomofisiologia da Tíbia e Perónio

Legenda: esquema de Netter (2003).

Fratura Exposta da Tíbia

Segundo Cunha (2008), a fratura óssea é a perda total ou parcial da continuidade do osso e
ocorre quando o osso é submetido a uma força superior àquela que é capaz de suportar.

A perna é formada por dois ossos: a tíbia e a perónio. A tíbia é o maior dos dois ossos. Ele
suporta a maioria do peso corporal e é uma parte importante da articulação do joelho e do
tornozelo.
A fratura diafisária da tíbia ocorre longitudinalmente ao osso. A gravidade da fratura
geralmente depende da quantidade de força que causou a fratura. O perónio é muitas vezes
fraturado em simultâneo com a tíbia.

“Quando ocorre a fratura dos dois ossos, o tratamento é mais favorável do que quando é só a
tíbia a ser fraturada, pois o perónio faz uma pressão com tendência para separar os topos
ósseos fraturados” (Cunha, 2008).

Para além do osso, outras estruturas podem ser afetadas pois a força que a fratura provoca é
dispersa pelo tecido mole circundante, podendo pequenos fragmentos ósseos ficar alojados no
músculo ou nervo dando origem a edema dos tecidos moles, hemorragias, ruturas musculares
e tendinosas.

A fratura exposta ou aberta ocorre quando há rutura da pele e dos tecidos moles subjacentes
que permite a comunicação direta entre a ferida e a fratura. As fraturas expostas envolvem
muitas vezes danos em músculos, além de tendões e ligamentos. Existe um elevado risco de
contaminação neste tipo de fraturas, o que influencia o tratamento e dificulta a consolidação.

É importante uma classificação adequada e precisa da fratura para que melhor se possa
direcionar o tratamento, definir o prognóstico e o risco de infeção. A classificação mais
utilizada atualmente é o Método de Gustillo e Anderson (Santin, 2007).

A fratura exposta pode ser classificada em 3 tipos segundo a gravidade e os tecidos moles
envolvidos:

 Tipo 1 – É uma fratura simples e limpa, com lesões mínimas das partes moles e
exposição à pele menor de 1cm. O dano muscular é mínimo ou ausente, assim como a
contaminação bacteriana.
 Tipo 2 – Fratura com ferida maior que 1 cm; Moderada lesão de partes moles e
músculos devido a uma maior absorção de energia durante a fratura.
 Tipo 3 – Fratura normalmente cominutiva (existência de diversos fragmentos ósseos) e
desviada. Ferimento maior que 10 cm com grande contaminação e grave lesão dos
tecidos moles.
o Tipo 3A – Quando é possível recobrir o osso ao término da cirurgia.
o Tipo 3B – Importantes lesões das partes moles que necessita de cirurgia
reconstrutiva.
o Tipo 3C – Quando há compromisso neurovascular, que necessita de reparo.

Causas

A fratura óssea é resultante de um impacto no corpo, queda ou acidente.

Segundo Santin (2007), a sua incidência é maior em jovens e as causas mais comuns são
acidentes de viação e traumas desportivos. Em idosos, a causa mais frequente é a queda,
muitas vezes devido a instabilidade neuromuscular. Nos acidentes de viação, devido à elevada
energia envolvida, 40% das fraturas da diáfise da tíbia são expostas, também as quedas são
causas frequentes de fraturas expostas.
Contudo, a fratura pode ocorrer quando os músculos não são capazes de amortecer a força do
impacto, como é normal. Estas fraturas são classificadas como fratura por fadiga ou stress.

O osso pode também fraturar após um mínimo acidente caso o osso esteja enfraquecido, por
exemplo com uma doença ou osteoporose (causa mais comum de fraturas dos ossos longos).
Este tipo de fratura é chamada de patológica.

Existem ainda as fraturas por avulsão que ocorre quando uma parte dos ligamentos e tendões
puxa um fragmento do osso, desviando-o do resto do osso.

Sintomas

As manifestações clínicas da fratura diferem tendo em conta a localização, o tipo de fratura e


lesões dos tecidos moles associados (Phipps, 2003).

Os sinais e sintomas mais comuns de uma fratura da tíbia são:

 Dor;
 Diminuição ou perda de função (incapacidade de realizar movimentos voluntários);
 Deformidade óssea – visível, palpável;
 Edema;
 Crepitação;
 Calor - chamada de sangue à área lesada, segundo MONAHAN, et al (2007);
 Equimoses;
 Parestesias (por lesão ou compressão do nervo);
 Diminuição ou ausência de pulsos (lesão vascular);
 Sinais de choque (por lesão tecidual grave, perda de sangue e dor intensa);
 Evidência radiológica.

Complicações

Segundo Phipps (2003), a falha de consolidação de uma fratura no tempo devido é chamado
de consolidação retardada, se a consolidação não ocorrer ao fim de 6 meses é designada de
não-consolidada.

“ A evidência de não-consolidação em fraturas da tíbia é mais elevada do que nos outros ossos
longos, especialmente quando a fratura ocorre em resultado de uma lesão de energia
elevada.” (Phipps, 2003)

Segundo Cunha (2008) e Phipps (2003), diversas complicações podem ocorrer durante a
consolidação e cicatrização das fraturas ósseas, tais como:

 Hemorragia;
 Infeção (fraturas expostas);
 Alterações eletrolíticas;
 Complicações da mobilidade (alterações respiratórias e drenagens posturais, ulceras
de decúbito, tromboses venosas);
 Pseudartrose (falsa articulação no local fratura);
 Consolidação viciosa;
 Rigidez articular;
 Embolia gorda;
 Perturbações neurológicas e funcionalidade dos membros.

Fixador Externo de Ilizarov


A fixação externa é um método que assenta na imobilização através do uso de fios ou pinos
percutâneos posicionados no tecido ósseo que estão ligados a hastes externas de sustentação,
sendo uma técnica muito utilizada no tratamento de fraturas, deformidades congénitas e
diversas patologias osteoarticulares.

O fixador externo de Ilizarov tem como função anular as forças que tendem a desviar os
fragmentos ósseos, possibilitando a consolidação, a correção de deformidades, o
preenchimento de falhas ósseas e o alongamento do membro afetado. Proporcionando uma
maior estabilidade e a realização de carga total no membro inferior afetado, permitindo ainda
o início precoce da fase de reabilitação.

Figura 1 - Fixador externo de Ilizarov

Legenda: esquema de Cunha, E. L. (2008), in Enfermagem Em Ortopedia. Portugal: Lidel.


Objetivos

O principal objetivo do Fixador de Ilizarov é proporcionar a consolidação da fratura, para


restabelecer a função mecânica, a capacidade de suportar o peso e devolver movimento às
articulações adjacentes.

Relativamente à sua função de alongamento é importante salientar que o fixador externo de


Ilizarov possui uma capacidade de corrigir diversas dissimetrias dos membros. Para uma
correta ação deste fixador é necessário induzir uma osteotomia prévia, que tem como intuito o
alongamento do osso.

Esta osteotomia vai desencadear o “pseudocrescimento” de uma placa sem comprometer a


cavidade medular, assegurando o aporte sanguíneo e, permitindo a formação de novo tecido
ósseo (através da “invasão” de osteoblastos na região fraturada), obtendo assim o
preenchimento do espaço existente entre os topos ósseos.

Indicações

O fixador de Ilizarov atua em diferentes níveis podendo ser usado em diversos tipos de
tratamento, nomeadamente: na perda de substância óssea; sequelas de processos infeciosos
ósseos; alongamentos ósseos; deformidades e contraturas articulares; fraturas, inclusive as do
anel pélvico e pseudartroses.

Os fixadores externos circulares são colocados de forma a suportar a carga axial parcial sendo
necessária uma avaliação clinica. Quando existe instabilidade por falha óssea, por fratura
cominutiva ou perda de substância óssea, pode ser indicado um tratamento adjuvante que
consiste num enxerto ósseo.

Contraindicações

Existem algumas condicionantes que devem ser tidas em consideração, para a seleção da
melhor opção de tratamento:

 Prática de atividades desportivas no pós-operatório;


 Obesidade (pacientes com mais de 102 kg);
 Doentes com doenças sistémicas ou locais que provoquem alterações ósseas como a
osteoporose.

Complicações

Segundo Alves (2010), os doentes submetidos à técnica do fixação de Ilizarov podem sofrer
consequências prejudiciais á sua recuperação, tais como: edema do membro acometido;
inflamação do local de inserção dos pinos; rigidez articular temporária; limitação da amplitude
de movimento das articulações adjacentes e défice de força muscular.

A utilização deste fixador externo pode acarretar algumas complicações que comprometem o
tratamento eficaz da fratura, tais como:
 Infeções profundas e superficiais nos pinos que podem causar processos infeciosos das
partes moles ou osteomielites;
 Falhas ou quebras precoces do material devido a instabilidade do fixador;
 Sobrecarga do fixador devido a doenças neurológicas que causem alterações na
resistência óssea, ou atividade neuromuscular;
 Dor não controlada por analgesia;
 Obstrução do trajeto na formação do calo ósseo;
 Atraso na consolidação devido a instabilidade do fixador;
 Presença de osteoclastos sobrepostos aos osteoblastos;
 Ausência de estímulo osteogénico no extremo distal do fragmento transportado.

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