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ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. CÂMARA FRIA.

A norma regulamentadora, ao não fixar limites de tolerância para exposição


ao frio, estabelece o critério qualitativo para caracterização da insalubridade
em decorrência de tal agente. Constatada a exposição habitual do
trabalhador, é devido o adicional de insalubridade em grau médio
independentemente de considerações sobre a intensidade do contato, seja
em relação à frequência ou ao tempo de exposição ao frio

NR 15 - ANEXO Nº 9

FRIO

1. As atividades ou operações executadas no interior de câmaras frigoríficas,


ou em locais que apresentem condições similares, que exponham os
trabalhadores ao frio, sem a proteção adequada, serão consideradas
insalubres em decorrência de laudo de inspeção realizada no local de
trabalho. (115.013-8 / I2)

NR 32 - 36.2.10 CÂMARAS FRIAS

36.2.10.1 As câmaras frias devem possuir dispositivo que possibilite abertura


das portas pelo interior sem muito esforço, e alarme ou outro sistema de
comunicação, que possa ser acionado pelo interior, em caso de emergência.

36.2.10.1.1 As câmaras frias cuja temperatura for igual ou inferior a -18º C


devem possuir indicação do tempo máximo de permanência no local.

CLT - SEÇÃO VII

DOS SERVIÇOS FRIGORÍFICOS

Art. 253 - Para os empregados que trabalham no interior das câmaras


frigoríficas e para os que movimentam mercadorias do ambiente quente ou
normal para o frio e vice-versa, depois de 1 (uma) hora e 40 (quarenta) minutos
de trabalho contínuo, será assegurado um período de 20 (vinte) minutos de
repouso, computado esse intervalo como de trabalho efetivo.

Parágrafo único - Considera-se artificialmente frio, para os fins do


presente artigo, o que for inferior, nas primeira, segunda e terceira zonas
climáticas do mapa oficial do Ministério do Trabalho, Industria e Comercio, a
15º (quinze graus), na quarta zona a 12º (doze graus), e nas quinta, sexta e
sétima zonas a 10º (dez graus).

(Cesar atenção. As Zonas estão no final do documento dentro de uma


contestação de laudo pericial)
INTERVALO PARA RECUPERAÇÃO TÉRMICA EM CÂMARAS
FRIGORÍFICAS E AFINS
As novas alterações jurisprudenciais do TST representam ampliação de direitos
trabalhistas com reflexos diretos nos custos das empresas, sendo que em Alguns
temas as alterações causarão mais discussão do que pacificação das
controvérsias, pois remanescem celeumas sobre a interpretação de algumas normas
legais.

Uma alteração polêmica diz respeito ao direito ao intervalo de 20 minutos para cada
uma hora e quarenta minutos de trabalho contínuo, que é assegurado aos
trabalhadores que atuam em Câmara Frigorífica.

Dispõe a CLT que:

Art. 253. Para os empregados que trabalham no interior das câmaras frigoríficas e
para os que movimentam mercadorias do ambiente quente ou normal para o frio e
vice-versa, depois de uma hora e quarenta minutos de trabalho contínuo será
assegurado um período de vinte minutos de repouso, computado esse intervalo como
de trabalho efetivo.

A recente redação da Súmula 438 trata da recuperação térmica prescrevendo que o


empregado submetido a trabalho contínuo em ambiente artificialmente frio, nos termos
do parágrafo único do artigo 253 da CLT, tem direito ao intervalo previsto no “caput” do
art.253 da CLT, ainda que não labore em câmara frigorífica.

O objetivo foi de proteger a saúde do trabalhador, que mesmo não trabalhando em


câmara frigorífica, mas em ambiente considerado artificialmente frio, também deve
usufruir do intervalo de 20 (vinte) minutos de repouso a cada 01h40min de labor.

A súmula, entretanto, não estabelece o conceito de “ambiente artificialmente


frio”, o que certamente suscitará inúmeras polêmicas. Por certo que a intenção
do Tribunal Superior do Trabalho é permitir que empregados que trabalhem em
situação análogas aos que atuem em câmaras frigoríficas recebam o intervalo
para recuperação térmica.

Para que se tenha ideia do problema, decisão do Estado de Mato Grosso proferida
pelo Desembargador Tarcísio Valente assevera que abaixo de 15º graus o trabalho já
deve ser considerado equivalente ao de Câmara Frigorífera. Já para o Desembargador
Nicanor de Araújo Lima, do Mato Grosso do Sul, o descanso de 20 minutos a cada
01h40 só deve ser assegurado para o trabalhador que atua em ambiente abaixo de
12º C.

Vejamos:

INTERVALO – TRABALHO EM AMBIENTE ARTIFICIALMENTE FRIO – NÃO


CONCESSÃO – HORAS EXTRAS – PAGAMENTO DEVIDO – Intervalo previsto no
art. 253 da CLT. Trabalho prestado em ambiente artificialmente frio. Pagamento da
parcela como se horas extras fossem. A fim de que se proteja a saúde do trabalhador,
o empregado que labora em ambiente considerado artificialmente frio, nos termos do
parágrafo único do art. 253 da CLT, ainda que não trabalhe especificamente em
câmara fria, também deve usufruir do intervalo de 20 (vinte) minutos de repouso a
cada 01h40min de labor.

No Estado de Mato Grosso, que se situa na zona climática quente, deve ser
considerado artificialmente frio o ambiente cuja temperatura seja inferior a 15ºC.
“O desrespeito patronal à previsão contida no art. 253 da CLT rende ensejo ao
pagamento dos intervalos sonegados como se horas extras fossem.” (TRT 23ª R. –
RO 0099100-90.2009.5.23.0 – 1ª T. – Rel. Des. Tarcísio Valente – DJe 18.08.2010)

JORNADA DE TRABALHO – AMBIENTE ARTIFICIALMENTE FRIO – INTERVALOS


– OBRIGATORIEDADE –
Artigo 253 da CLT. Labor em ambiente artificialmente frio. Intervalo
obrigatório. Comprovado o trabalho em ambiente artificialmente frio, em
temperaturas inferiores a 12ºC, é devido o descanso de vinte minutos a cada uma
hora e quarenta minutos de labor previsto no art. 253 da Consolidação das Leis do
Trabalho. “Recurso ordinário não provido, por maioria.” (TRT 24ª R. – RO
00695/2008-096-24-00-8 – 2ª T. – Rel. Des. Nicanor de Araújo Lima – DJe
09.12.2008)

Diante dessas alterações ressaltamos a importância de uma advocacia preventiva nas


empresas para que alguns procedimentos sejam reavaliados de sorte a evitar
elevação dos encargos trabalhistas e eventuais condenações judiciais.

CONDIÇÕES DE TRABALHO EM CÂMARAS FRIGORÍFICAS PARA ARMAZENAMENTO DE


ALIMENTOS

FRANCISCO NEJAR ABBOTT 1

PAULO FERNANDO SOARES 2

RESUMO
Os ambientes frigoríficos expõem os trabalhadores a esforços
repetitivos, posturas estereotipadas e desconforto térmico. Esses
riscos estão associados a problemas muscoloesqueléticos devidos às
respostas dos tecidos moles ao excesso de solicitação das estruturas
dos membros superiores, e, ainda, aos acidentes de trabalho causados
pela diminuição da destreza, que tem como origem, provavelmente, a
isquemia provocada pela queda da temperatura do tecido
musculoesquelético. O resfriamento de todo o corpo ou de partes dele
resulta em desconforto, distúrbio da sensibilidade da função
neuromuscular e, por último, lesão por frio. A prevenção do
resfriamento através de uso de roupas protetoras, sapatos, luvas e
capacetes ou gorros interfere na mobilidade e na destreza do
trabalhador. Há um custo de proteção, de modo que os movimentos se
tornam restritos e exaustivos. Deve-se enfatizar a tríade: proteção,
formação e ergonomia. Conclui-se com este trabalho que desde que
observados os procedimentos de segurança disponíveis, como a
utilização de equipamentos de segurança apropriados, métodos de
trabalho seguro como o controle do tempo máximo de permanência em
ambiente frio, o trabalho em câmara de resfriamento e de congelamento
pouco reflete na saúde do trabalhador exposto.

Palavras Chave: Segurança no Trabalho, Câmaras Frigoríficas,


Desconforto Térmico, Esforços Repetitivos.
1. INTRODUÇÃO

Um ambiente frio se define pelas condições que causam perdas de calor


corporal maiores que o normal. Neste contexto, “temperatura normal” se
refere àquela que uma pessoa experimenta em sua vida diária, comumente
em espaços internos, dentro de um ambiente que pode variar em função
de fatores sociais, econômicos e climáticos.
O trabalho em ambientes frios engloba diversas atividades laboriais em
diferentes condições climáticas. No caso de países tropicais como o
Brasil a ocorrência do frio é característica de algumas atividades da
indústria alimentícia e frigorífica, ao contrário das regiões frias,
em que muitos trabalhos precisam ser realizados ao ar livre, sob
temperaturas abaixo de zero. A exposição do trabalhador brasileiro ao
frio dá-se, então, através das atividades que ele desenvolve junto as
câmaras frias, com a finalidade de manusear e estocar produtos
resfriados.
Existem vários tipos de câmaras. Num grande supermercado, por exemplo,
há três tipos básicos: as câmaras de refrigeração, que têm temperatura
superior a 10ºC e servem para guardar frutas, verduras e legumes; as
câmaras frigoríficas, cuja temperatura vai de 0º a 10ºC onde são
colocados todos os perecíveis como carne de gado, suíno, peixes,
lacticínios e embutidos; e as câmaras de congelamento que armazenam
gelo e alimentos congelados em que a temperatura é sempre inferior a
0ºC, podendo chegar até –70ºC. No caso dos frigoríficos, há que se
distinguir as câmaras frias das câmaras de congelamento. Nesta última,
a temperatura média costuma ser de –25ºC. Nas câmaras frias as
temperaturas oscilam entre 0ºC e 5ºC. Em ambientes como estes, em que
o frio é gerado artificialmente, as condições ficam relativamente bem
definidas e a exposição é mais ou menos a mesma de um dia para o
outro.
O ser humano, no desempenho de suas atividades, quando submetido a
condições de estresse térmico, tem entre outros sintomas, a
debilitação do estado geral de saúde, alterações das reações
psicosensoriais e a queda da capacidade de produção. Em vista disso, é
fundamental o conhecimento a respeito das condições ambientais que
possam levar a esse estado, bem como observar o tipo de trabalho e o
tempo de exposição do homem a tal situação.

2. OBJETIVO

Este trabalho tem como objetivo analisar o trabalho em ambientes


frios, especificamente o caso das câmaras frigoríficas nos abatedouros
de aves e reses. Enfatiza o trabalho a descrição de alguns conceitos,
métodos de avaliação e controle, segundo as normas nacionais e
internacionais.
A pesquisa foi desenvolvida em duas etapas. A primeira envolve a
revisão da literatura, buscando em autores específicos, materiais para
embasamento teórico sobre o assunto. A segunda etapa se refere à
pesquisa de campo que foi desenvolvida nos setores de câmaras de
congelamento e câmaras frias nos abatedouros de forma a levantar dados
sobre o perfil dos funcionários destes setores, o grau de exposição
aos quais os funcionários estão expostos e os procedimentos de
segurança implementados pelas Empresas.

3. REVISÃO DA LITERATURA

3.1 O Estresse Térmico e Sensação Térmica

O estresse térmico pode ser considerado como o estado psicofisiológico


a que está submetida uma pessoa quando exposta a situações ambientais
extremas de frio ou calor (PATRÍCIO, 1996).
Sensação térmica é a temperatura que realmente sente a nossa pele
quando é resfriada pelo vento. Nos dias frios e com vento, a
temperatura da sensação térmica é sempre menor que a indicada pelo
termômetro. Pode-se verificar, desta forma, que a sensação térmica é
uma temperatura “imaginária” que percebe nossa pele não constituindo
mais que uma medida da sensação de frio que experimentamos frente ao
vento. As taxas de resfriamento do vento e de refrigeração do ar são
fatores críticos. A taxa de resfriamento do vento é definida como a
perda de calor do corpo, expressa em watts por metro quadrado, e é uma
função da temperatura do ar e da velocidade do vento sobre o corpo
exposto. Quanto maior for à velocidade do ar e quanto mais baixa for a
temperatura da área de trabalho, maior deverá ser o valor de
isolamento da roupa protetora necessária (TORREIRA, 2004).
A melhor defesa “contra a sensação de frio” consiste em utilizar a
roupa adequada. A tabela 1 apresenta um quadro de temperaturas
equivalentes de resfriamento, em função da temperatura de bulbo seco e
da velocidade do ar. A temperatura equivalente deve ser utilizada para
estimar o efeito combinado do vento e das temperaturas baixas do ar
sobre a pele exposta, ou para determinar os requisitos de isolamento
da roupa para manter a temperatura interior do corpo.

Tabela 1 – Poder de Resfriamento do Vento sobre o Corpo Exposto,


Expresso como Temperatura Equivalente (em condições de calma).
Velocidade estimada do vento (Km/h)
Leitura da Temperatura Real (°C)

10
4
-1
-7
-12
-18
-23
-29
-34
-40
-46
-51

TEMPERATURA EQUIVALENTE DE RESFRIAMENTO (°C)


Em calma
10
4
-1
-7
-12
-18
-23
-29
-34
-40
-46
-51

9
3
-3
-9
-14
-21
-26
-32
-38
-44
-49
-56

16

4
-2
-9
-16
-23
-31
-36
-43
-50
-57
-64
-71

24

2
-6
-13
-21
-28
-36
-43
-50
-58
-65
-73
-80

32

0
-8
-16
-23
-32
-39
-47
-55
-63
-71
-79
-85

40
-1
-9
-18
-26
-34
-42
-51
-59
-67
-76
-83
-92

48

-2
-11
-19
-28
-36
-44
-53
-61
-70
-78
-87
-96

56

-3
-12
-20
-29
-37
-46
-55
-63
-72
-81
-89
-98

64

-3
-12
-20
-29
-37
-46
-55
-63
-72
-81
-89
-98
(Velocidade do vento maiores que 64 km/h têm pequeno efeito adicional)
POUCO PERIGOSO
PERIGO CRESCENTE
MUITO PERIGOSO

Em < horas com a pele seca.


Perigo de que o corpo exposto se congele em um minuto.
O corpo pode congelar em 30 segundos.

Perigo máximo de falsa sensação de segurança

Em qualquer ponto deste ábaco podem ocorrer o pé de trincheira e o pé


de imersão.

Desenvolvido por: U.S. Army Research Institute of Environmental


Medicine, Natick, MA.
Fonte: Revista Proteção, fevereiro, 2000, p. 31.

A Environment Canadá (agosto, 2002) apresentou a equação que Siple e


Passel desenvolveram para o cálculo da Taxa de Resfriamento do Vento
ou Perda de Calor do Corpo (C), baseados nos trabalhos feitos pelos
mesmos na Antártida em 1940. Eles mediram o tempo em que a água
congelava dentro de um cilindro plástico sob diferentes condições de
vento e temperatura. A equação está descrita a seguir:
C = 0,323 x (18,97 x ?V – V + 37,62) x (33 – T), onde:
C – taxa de resfriamento do vento ou perda do calor do corpo (W/m2);
V – velocidade do vento (km/h);
T – temperatura do ar (ºC).
A partir desta equação, desenvolveu-se a fórmula que calcula a
Temperatura Equivalente (Te), descrita a seguir:
Te = 33 - ? 18,97 x ?V – V + 37,62 ? x (33 – T), onde:
18,97 x ?Vr – Vr + 37,62
Te – temperatura equivalente (ºC);
T – temperatura do ar (ºC);
V – velocidade do vento em (km/h);
Vr – velocidade de referência em que uma pessoa assume quando está
caminhando rapidamente (valores adotados de 6 a 8 Km/h).

Obs: 18,97 e 37,62 são constantes matemáticas e 33 é a temperatura


definida para a pele.
O corpo humano gozando o indivíduo de excelente saúde conserva sua
temperatura interior oscilando entre 36,5ºC e 37,5ºC. No entanto a
superfície da pele exposta ao ambiente externo se mantém ao redor de
32ºC, seja qual for à temperatura do ar. Isso se deve a nossa pele ser
rodeada por uma camada de ar “microatmosfera” com espessura aproximada
de 8mm. Conjuntamente com a vestimenta apropriada, a citada
“microatmosfera” protege-nos do resfriamento dos ambientes que se
encontram a baixa temperatura (TORREIRA, 2004).
Se a produção de calor é insuficiente para manter o equilíbrio, a
temperatura do corpo vai decrescendo, resultando no fenômeno da
hipotermia. Os sintomas clínicos apresentados pelas vítimas de
hipotermia são dados na tabela 2.

Tabela 2 – Sintomas Clínicos Progressivos de Hipotermia


Temperatura

Interna (°C)
Sinais Clínicos
37,6
Temperatura retal “normal”
37
Temperatura oral “normal”
36
Taxa metabólica aumenta para compensar as perdas de calor
35
Tremor máximo
34
Vítima consciente e com resposta, com pressão arterial normal
33
Hipotermia severa abaixo desta temperatura
32

Consciência diminuída; dificuldade de tomar a pressão sangüínea;


dilatação da pupila, mas ainda reagindo à luz; cessa o calafrio
31

30

Perda progressiva da consciência; aumento da rigidez muscular; pulso e


pressão arterial difícil de determinar; redução da freqüência
respiratória
29

28
Possível fibrilação ventricular, com irritabilidade miocáridica
27
Parada do movimento voluntário; as pupilas não reagem à luz; ausência
de reflexos profundos e superficiais

26
Vítima raramente consciente
25
Fibrilaçào ventricular pode ocorrer espontaneamente
24
Edema pulmonar
22
Risco máximo de fibrilação ventricular
21

Parada cardíaca
20

18
Vítima de hipotermia acidental mais baixa de recuperar
17
Eletroencefalograma isoelétrico
9
Vítima de hipotermia por resfriamento artificial mais baixa de
recuperar
Situações relacionadas de forma aproximada com a temperatura interna
do núcleo do corpo. Reprodução da revista de janeiro de 1982,
"American Family Physician", publicada pela American Academy of Family
Physicians.

3.2 Normas Brasileiras para Trabalho em Câmaras Frigoríficas

Conforme a NR-15 – anexo nº 9 da Portaria nº 3.214/78 do Ministério do


Trabalho e Emprego que trata das atividades e operações insalubres em
ambiente frio:
“As atividades executadas no interior de câmaras frigoríficas ou em
locais que apresentem condições similares, que exponham os
trabalhadores ao frio, sem a proteção adequada, serão consideradas
insalubres em decorrência de laudo de inspeção realizado no local de
trabalho”.
Portanto, a Norma Regulamentadora considera o frio como agente
insalubre, mas não o conceitua quantitativamente.
No Art. 253 da CLT, seção VII, que trata da questão, estabelece:
“Para os empregados que trabalham no interior das câmaras frigoríficas
e para os que movimentam mercadorias do ambiente quente normal para o
frio e vice-versa, depois de 1 (uma) hora e 40 (quarenta) minutos de
trabalho contínuo, será assegurado um período de 20 (vinte) minutos de
repouso, computado esse intervalo como trabalho efetivo. Considera-se
artificialmente frio, para fins do presente artigo, o que for
inferior, nas primeira, segunda e terceiras zonas climáticas do mapa
oficial do Ministério do Trabalho, a 15 (quinze) graus, na quarta zona
a 12 (doze) graus e na quinta, sexta e sétima zonas a 10 (dez) graus”.

Figura 1: Divisões do mapa oficial por zonas climáticas,


conforme ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).

Na NR-9 da Portaria nº 3.214/78 do Ministério do Trabalho e Emprego


que trata do programa de prevenção dos riscos ambientais, no item
9.3.5.1:
“Deverão ser adotadas as medidas necessárias e suficientes para a
eliminação, a minimização ou o controle dos riscos ambientais sempre
que forem verificadas uma ou mais das seguintes situações:
c)Quando os resultados das avaliações quantitativas da exposição dos
trabalhadores excederem os valores dos limites previstos na NR-15 ou,
na ausência destes, os valores limites de exposição ocupacional
adotados pela ACGIH – American Conference of Governmental Industrial
Hygyenists, ou aqueles que venham a ser estabelecidos em negociação
coletiva de trabalho, desde que mais rigorosos do que os critérios
técnico-legais estabelecido”.
Na Tabela 3, são apresentados os limites de exposição recomendados
para trabalhos em ambientes frios pela Fundacentro.

Tabela 3 – Limites de Exposição para Trabalhadores em Ambientes Frios


Faixas de
Máxima Exposição Diária Permissível para Pessoas
Temperatura de
Adequadamente Vestidas para Exposição ao Frio
Bulbo Seco (ºC)

15,0 a -17,9*
Tempo total de trabalho no ambiente frio de 6 horas e 40 minutos
12,0 a -17,9**
sendo quatro períodos de uma hora e 40 minutos alternados com 20
10,0 a -17,9***
minutos de repouso e recuperação térmica fora do ambiente frio

Tempo total de trabalho no ambiente frio de 4 horas alternando-se


-18 a -33,9
uma hora de trabalho com uma hora para recuperação térmica fora

do ambiente frio

Tempo total de trabalho no ambiente frio de uma hora, sendo dois


-34,0 a -56,9
períodos de trinta minutos com separação mínima de 4 horas para
recuperação térmica fora do ambiente frio

Tempo total de trabalho no ambiente frio 5 minutos, sendo o restante


-57,0 a -73,0
da jornada cumprida obrigatoriamente fora do ambiente frio
Abaixo de -73,0
Não é permitida exposição ao ambiente frio, seja qual for a vestimenta
utilizada
* Faixa de temperatura válida para trabalhos em zona climática quente,
de acordo com o mapa oficial do IBGE
** Faixa de temperatura válida para trabalhos em zona climática sub-
quente, de acordo
Com o mapa oficial do IBGE
*** Faixa de temperatura válida para trabalhos em zona climática
mesotérmica, de
acordo com o mapa oficial do IBGE
Fonte: Apostila - "Riscos Físicos" da Fundacentro, 1994.

4. METODOLOGIA

A pesquisa de campo foi desenvolvida nos setores de câmaras de


congelamento e câmaras frias um determinado abatedouro de aves e de um
frigorífico, de forma a levantar dados sobre o perfil dos funcionários
destes setores, através de um questionário respondido individualmente;
avaliação do grau de exposição aos quais os trabalhadores estão
expostos, medidos in loco nos locais citados através de equipamentos
especiais; e os procedimentos de segurança implementados pelas
Empresas, observados e transmitidos no trabalho.
O questionário foi aplicado para os indivíduos, funcionários dos
setores citados, no turno do dia, num total de 15, sendo 8 destes
indivíduos da Avícola e 7 do Frigorífico.
Os funcionários foram escolhidos aleatoriamente, não havendo,
portanto, um critério de escolha.
Para coleta dos dados relativos à velocidade do vento e a temperatura
ambiente foi utilizado um equipamento termo – anemômetro, modelo
Airflow “TA3”, marca HT – Hidroterm, cedido pelo laboratório de
conforto ambiental e ergonomia – LACAE, do Departamento de Arquitetura
da Universidade Estadual de Maringá.
A temperaturas internas dos túneis de congelamento e câmaras de
refrigeração foram obtidos pela leitura, fornecida pelos próprios
equipamentos de refrigeração do local, devido ao nosso equipamento não
dispor de medidas negativas de temperatura em Graus Celsius.
Durante a realização dos trabalhos, foram obtidas leituras no termo-
anemômetro, a uma altura de aproximadamente um metro e sessenta do
piso, que corresponde aproximadamente a altura do tórax de uma pessoa
normal. Esta altura foi definida conforme cita a Norma de Higiene
Ocupacional – NHO 06 – Avaliação da Exposição Ocupacional ao Calor, da
Fundacentro ( 2002, p. 25 ): a altura de montagem dos equipamentos
deve coincidir com a região mais atingida pelo corpo. Quando esta não
for definida, o conjunto deve ser montado a altura do tórax do
trabalhador exposto.

5. RESULTADOS

Nos abatedouros visitados o processo é basicamente o mesmo.


Inicialmente os cortes já embalados vão para o túnel de congelamento e
permanecem no mesmo por um período de vinte quatro horas e após isto
são remanejados para as câmaras de resfriamento onde permanecem nos
mesmos até transporte para o consumidor final.
No abatedouro de aves visitado existem dois tipos de túnel de
congelamento. Um automático e dois manuais. No automático o período
máximo aproximado que o operador permanece dentro deste túnel para
realizar tarefas é de dez minutos. Neste ambiente a temperatura medida
foi de -29,0 ºC, com uma velocidade do vento de 5,0 metros por segundo
ou 18,0 km/h que geram segundo a fórmula da Environment Canadá uma
temperatura equivalente de - 46,49 ºC e uma taxa de resfriamento do
vento ou perda do calor do corpo de 2004,6 W/m2.
No túnel de resfriamento manual, os operadores não ultrapassam o
período de aproximadamente cinco minutos, segundo as informações
obtidas, dentro do túnel. Neste túnel a temperatura lida estava em -
28ºC e a velocidade do vento de 8,0 m/s ou 28,8 km/h que geram segundo
a fórmula de Siple-Passel uma temperatura equivalente de - 53,42 ºC e
uma taxa de resfriamento do vento ou perda do calor do corpo de 2179,6
W/m2.
Nas câmaras de resfriamento, na qual a temperatura é de -26ºC e a
velocidade do vento é próxima de zero. O tempo de permanência máxima
dos operadores dentro destas câmaras é de aproximadamente quinze
minutos.
No abatedouro de bovinos visitado só existem os túneis de congelamento
manuais. Nestes túneis a temperatura é de -30ºC e a velocidade do
vento de aproximadamente 1,8 m/s ou aproximadamente 6,5 km/h que geram
segundo a fórmula de Siple-Passel uma temperatura equivalente de –
31,1 ºC e uma taxa de resfriamento do vento ou perda do calor do corpo
de 1617,4 W/m2, o tempo de permanência máximo do funcionário dentro do
túnel é de até trinta minutos.
Nas câmaras de armazenagem e/ou resfriamento o período máximo de
permanência do funcionário dentro do mesmo é de quinze minutos. A
temperatura no local é de -6ºC e a velocidade do vento medida próxima
de zero.
A seguir transcreve-se o resultado dos questionários aplicados aos
funcionários.

-Quanto tempo você trabalha nesta função?

Local
Menos de 6 meses
6 meses a 1 ano
1 a 2 anos
Mais de 2 anos
Avícola
43%
0%
43%
14%
Frigorífico
25%
50%
25%
0%

-Qual o período máximo de permanência no ambiente frio?

Local
5 min
10 min
15 min
20 min
30 min
Avícola
14%
14%
14%
29%
29%
Frigorífico
0%
13%
13%
50%
25%

-Você já se afastou do serviço por motivo de alguma doença relacionada


ao trabalho no ambiente frio?

Local
Sim
Não
Sem resposta
Avícola
34%
66%
0%
Frigorífico
13%
62%
25%

Foi-se levantado os equipamentos de segurança disponíveis nas


indústrias visitadas e utilizados pelos funcionários do setor. Os
dados foram apresentados a seguir graficamente.

Figura 2: Avícola – Tipo de Roupa Utilizada nas Câmaras

Figura 3: Frigorífico – Tipo de Roupa Utilizada nas Câmaras

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nos dois abatedouros não foi constatado nenhum problema mais


sério aos trabalhadores expostos ao frio. De todas as entrevistas,
poucos citaram problemas relacionados à exposição ao frio, como gripes
e resfriados.
Nas duas indústrias foi observada a existência de equipamentos
de proteção individual aos indivíduos expostos. Também ambas as
indústrias possuem técnicos em segurança que fazem o seu
monitoramento.
O tempo em que os funcionários permanecem dentro das câmaras
não ultrapassa os limites estabelecidos em norma, porém não se faz
qualquer tipo de controle sobre o tempo que o mesmo permanece dentro
das câmaras, nem quantas vezes o faz durante seu turno de serviço.
Como recomendação, fazer-se o monitoramento do tempo em que o
trabalhador fica exposto a estas câmaras e ao número de vezes que o
faz durante o seu turno. Sugere-se a inserção de uma “visão
prevencionista” no exame pré-admissional voltada ao indivíduo
interessado em trabalhar no setor, conforme recomendações da
Fundacentro (Riscos Físicos, p. 52): quando é realizada a seleção de
profissionais para a execução de trabalhos em câmaras frias, devem-se
excluir os portadores de diabetes, epilépticos, fumantes, alcoólatras,
aqueles que já tenham sofrido lesões devidas ao frio, os que possuem
“alergia” ao frio, os portadores de problemas articulares e os que
tenham doenças vasculares periféricas.
Também se faz necessário realizar treinamentos específicos de
primeiros socorros e utilização de EPI’s para os funcionários do setor
e também a aplicação de vacina anti-gripal aos mesmos. É importante
que para se adentrar e durante a permanência nestes ambientes, sejam
exigidos no mínimo duas pessoas, para que uma possa monitorar o bem
estar da outra.
Nos intervalos de almoço, evitar exercícios violentos, como
jogos coletivos, para não haver dispersão de calor excessivo, e para
evitar choques térmicos quando retornar ao trabalho.

REFERÊNCIAS
ACGIH Limites de Exposição (TLVs) para Substâncias Químicas e Agentes
Físicos & Índices Biológicos de Exposição (BEIs). (ABHO-Associação
Brasileira de Higienistas Ocupacionais, Trad.). 2003.
FUNDACENTRO Riscos Físicos, São Paulo, 1994.
PATRÍCIO, Z. M. Ser saudável - uma abordagem ética e estética pelo
cuidado holístico-ecológico. Florianópolis: Editora Universitária.
1996, 153p.
TORREIRA, Raul P. Os efeitos do frio. São Paulo: Revista Cipanet, nº
299, janeiro 2004.
FUNDACENTRO, Norma de Higiene Ocupacional, Avaliação da Exposição
Ocupacional ao Calor – NHO 06 – 2002.

1Graduado em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Paraná -


UFPR e Pós-Graduado em Engenharia de Segurança do Trabalho pela
Universidade Estadual de Maringá – UEM. E-mail: modulo@fornet.com.br
2Graduado em Engenharia Civil pela Universidade Estadual de Maringá –
UEM/Doutor em Engenharia Civil pela Escola Politécnica da Universidade
de São Paulo – USP. Email: pfsoares@uem.br

V ENCONTRO TECNOLÓGICO DA ENGENHARIA CIVIL E ARQUITETURA – ENTECA


2005

V ENCONTRO TECNOLÓGICO DA ENGENHARIA CIVIL E ARQUITETURA – ENTECA


2005

Parecer Técnico de Contestação de um


Laudo Pericial Sobre Insalubridade por Frio
Parecer Técnico de Contestação de um Laudo Pericial Sobre Insalubridade por Frio – Por
Heitor Borba
Cada vez mais as empresas recorrem aos Assistentes Técnicos Periciais na busca de defesa
em reclamações trabalhistas relacionadas à insalubridade, periculosidade e acidentes de
trabalho, impedindo a farra dos Peritos em relação à concessão indevida de benefícios. [1]
O Assistente Técnico Pericial deve ser indicado nos autos no prazo previsto na lei, para
orientação técnica da empresa, acompanhamento da perícia, estudo do Laudo Pericial e
elaboração da peça de defesa, conhecida como Contestação ou Parecer Técnico.
Os honorários do Assistente Técnico Pericial variam em decorrência do grau de dificuldade da
assessoria. O valor mínimo cobrado é de um salário mínimo por perícia.
A perícia abaixo é referente à reclamação de ex-funcionário de um supermercado sobre
insalubridade por exposição ao frio, em câmaras frigoríficas.
Trata-se de mais uma peça da defesa, por mim elaborada, entregue ao advogado da empresa
para composição do processo e análise por meio do magistrado e que obteve sucesso. O
magistrado, analisando o Laudo Pericial e a argumentação constante da Contestação,
desconsiderou o Laudo Pericial que concedia insalubridade ao trabalhador e bateu o martelo
em favor da Contestação, que negava o benefício. Mais um Laudo Pericial que foi derrubado.
Interessante que a defesa por mim utilizada na Contestação se encontra numa das edições do
HBI na íntegra.[2] Bastava o perito ter lido o meu artigo e utilizado a argumentação constante do
mesmo para minhas chances de sucesso serem bastantes reduzidas. Mas o Perito não leu o
meu artigo (ainda bem) e deu no que deu.
Vamos ao Parecer Técnico Contestatório do Laudo Pericial:
***************************************************************
RECLAMANTE: A J S
Contestação do Laudo Pericial emitido pelo Perito do Trabalho Engenheiro de Segurança
do Trabalho M A L C.

I – DA ARGUMENTAÇÃO UTILIZADA PELO PERITO


Em análise a argumentação utilizada pelo Perito para caracterização da insalubridade percebe-
se total falta da fundamentação legal conferida pela CLT (Arts. 189, 190 e 200), [3] NR-15[4] e
Súmula 460 do STF:[5]
No item “6.1” do Laudo, encontramos a citação:
“6.1 RISCOS FÍSICOS: FRIO: Durante 1 (um) mês.”
As temperaturas citadas referem-se as temperaturas das câmaras de congelados (-18o C) e
das câmaras de refrigerados (> 6 o C). Verificamos que as câmaras frigoríficas não constituem
postos de trabalho fixo do Reclamante, situação essa que perdurou apenas por um mês,
quando tirou as férias de um trabalhador que adentrava nas câmaras frigoríficas, para serviços
de armazenagem e retirada de alimentos. Apenas por senso comum constatamos que não se
trata de atividades de grande repetição ou de grande demanda de tempo em relação a jornada
de trabalho. Não há necessidade de permanência no interior da câmara, mas apenas quando
da necessidade de realização dos serviços, pois não existe trabalhador exclusivo das câmaras.
No item “7.2” letra “a” do Laudo o Perito cita alguns EPI fornecidos ao Reclamante, como botas
de PVC, luvas impermeáveis e respirador e a atividade do Reclamante que era de arrumação e
limpeza do Supermercado, a exceção de um mês que necessitou adentrar as câmaras.
No item “9” há uma conclusão arbitrária e completamente subjetiva em virtude da total
ausência quanto a definição da real exposição do trabalhador ao agente nocivo frio, ou seja,
não houve dimensionamento da exposição do trabalhador ao agente nocivo.
II – DO DIMENSIONAMENTO DA EXPOSIÇÃO DO TRABALHADOR (RECLAMANTE)
O Anexo 09 da NR-15[6] aparenta ser subjetivo. Daí, peritos e advogados fazem a festa e
concluem conforme seus interesses.
O fato é que apenas o texto do Anexo 09 não oferece condições para conclusão de Laudos
confiáveis, obrigando o avaliador a lançar mão de outros recursos para consolidar a sua
conclusão.
O texto do Anexo 09[6] não diz muita coisa:
“NR 15 – ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES
ANEXO N.º 9 – FRIO
1. As atividades ou operações executadas no interior de câmaras frigoríficas, ou em locais que
apresentem condições similares, que exponham os trabalhadores ao frio, sem a proteção
adequada, serão consideradas insalubres em decorrência de laudo de inspeção realizada no
local de trabalho.”
No entanto, o artigo 253 da CLT[3] lança alguma luz sobre o assunto:
“Para os empregados que trabalham no interior das câmaras frigoríficas e para os que
movimentam mercadorias do ambiente quente ou normal para o frio e vice-versa, depois de 1
(uma) hora e 40 (quarenta) minutos de trabalho contínuo, será assegurado um período de 20
(vinte) minutos de repouso, computado esse intervalo como de trabalho efetivo.
Parágrafo único – Considera-se artificialmente frio, para os fins do presente artigo, o que for
inferior, nas primeira, segunda e terceira zonas climáticas do mapa oficial do Ministério do
Trabalho e Emprego, a 15ºC (quinze graus), na quarta zona a 12ºC (doze graus), e nas quinta,
sexta e sétima zonas a 10ºC (dez graus).”
O mapa oficial do Ministério do Trabalho e Emprego foi definido pela Portaria 21, de 26/12/
1994.[7] Nessa Portaria, mais luz é lançada sobre o assunto:
“Art. 2º Para atender ao disposto no parágrafo único do art. 253 da CLT, define-se como
primeira, segunda e terceira zonas climáticas do mapa oficial do MTb, a zona climática quente,
a quarta zona, como a zona climática subquente, e a quinta, sexta e sétima zonas, como a
zona climática mesotérmica (branda ou mediana) do mapa referido no art. 1º desta Portaria.”
Então:

Ou seja:
Tempo de trabalho máximo permitido = 1 hora e 40 minutos;
Tempo de descanso = 20 minutos;
Ambiente artificialmente frio, temperaturas (T):
T < 15oC nas 1a, 2a e 3a zonas climáticas (quente);
T < 12o C na 4a zona climática (sub quente);
T < 10oC, nas 5a, 6a e 7a zonas climáticas (mesotérmicos brando e mediano);
Conforme Mapa Brasil Climas:
MAPA BRASIL CLIMAS
Para visualizar o Mapa com detalhes acesse: [8]
ftp://geoftp.ibge.gov.br/mapas_tematicos/mapas_murais/clima.pdf

Simulando a situação real de exposição ocupacional do Reclamante, temos:


O Reclamante se encontrava exposto ao agente frio de modo intermitente nos serviços de
reposição e retirada dos produtos no interior das câmaras;
As exposições máximas ao frio (permanência do Reclamante dentro da câmara frigoríficas)
possuíam duração máxima de 40 minutos e realizadas por no máximo 4 vezes ao dia, a
intervalos superiores a 120 minutos ou 2 horas (40/120 = 5/15);
Ou seja, após cada 40 minutos de trabalho contínuo no interior das câmaras repousava um
mínimo de 120 minutos, realizando as atividades de arruação e limpeza do Supermercado no
ambiente quente ou normal;
A CLT estabelece que para cada 100 minutos de trabalho haja um período de descanso
mínimo de 20 minutos, ou 100/20 = 50/10 = 25/5 > 5/15, ou seja, as exposições ocorrem dentro
do intervalo mínimo previsto na CLT, não havendo exigência quanto ao uso de EPI para
exposições dentro do limite de tolerância prescrito na Lei;
Em analogia com o risco físico ruído, não há necessidade de indicação do EPI para eliminação
da insalubridade tendo-se em vista não haver nocividade a ser eliminada. Em todos os casos
de agentes nocivos possuidores de limites de tolerâncias definidos na NR-15, cujas exposições
ocorrem abaixo desses limites, não há exigência legal quanto a utilização de EPI como critério
para eliminação de uma insalubridade inexistente. Para o frio não é diferente, pois não há
exposições acima dos limites de tolerância e a proteção individual fornecida é eficaz para
redução das exposições ocorridas pelo Reclamante.
Análise:
A insalubridade deve ser caracterizada em função de três fatores:
1) Tempo de exposição contínua em função do tempo de descanso (> 100/20) – Atende;
2) Temperatura da câmara ou do ambiente artificialmente frio (>15 oC) – Não atende;
3) Proteção eficaz para frio (Jaqueta com capuz, máscara para proteção da respiração tipo
invanhoé/balaclava, calça, botas, meias e luvas) – Não exigido para exposições abaixo dos
limites de tolerância – Atende;
4) Para exposições aos produtos químicos (cáusticos) utilizados na limpeza das instalações,
cuja única via de penetração no organismo é a cutânea, o EPI deve impedir o contato entre o
agente nocivo e o trabalhador por meio da utilização de botas e luvas impermeáveis – Atende.

III – DA CONCLUSÃO
Considerando que:
a) Não há exposições contínuas ao agente nocivo superiores ao limite de tolerância
estabelecido que é de 100 minutos de exposição para cada 20 minutos de descanso;
b) Não há exposições acima dos limites de tolerância e por esse motivo a atividade não
apresenta nocividade ao Reclamante, mesmo sem a utilização de EPI mais eficazes que os
citados no Laudo;
c) O Laudo foi elaborado parcialmente e não aborda todos os aspectos da legislação
aplicável;
d) O Laudo não apresenta de forma empírica a real exposição do trabalhador, demonstrando
como as exposições foram dimensionadas;
e) O perito, propositalmente ou não, desconsiderou o Art. 253 da CLT, corroborado com a
Portaria 21, de 26/12/1994, dispositivos legais essenciais para fundamentação desse tipo de
Laudo;
f) A ação nociva dos produtos químicos (cáusticos) utilizados pelo Reclamante na limpeza
das instalações (item “6.3” do Laudo) é neutralizada pelas botas de PVC e luvas de látex (item
“7.2”, “a” do Laudo), tendo-se em vista que a única via de penetração no organismo desses
agentes nocivos é a cutânea e os EPI fornecidos são impermeáveis;
Concluímos que as exposições ocupacionais ao frio sofridas pelo Reclamante não se
encontram acima dos níveis permitidos e a ação dos produtos cáusticos utilizados é cem por
cento neutraliza pelo uso dos EPI fornecidos, devendo a atividade ser caracterizada
como salubre, não fazendo o Reclamante jus ao adicional de insalubridade conforme
exaustivamente demonstrado nesta contestação.
***************************************************************
O Laudo Pericial pode induzir o magistrado a emitir sentenças erradas, lesando a empresa
inclusive em processos futuros. Para isso, basta que o advogado do reclamante futuro
considere a sentença anterior e formate a defesa na mesma linha de pensamento utilizada
fraudulentamente pelo Perito responsável (ou irresponsável).
Devemos levar em conta também que a indicação de Assistentes Técnicos despreparados
pode até prejudicar a empresa, seja por ação ou omissão, motivada pelo desconhecimento da
função.
Para o exercício da função de Assistente Técnico Pericial, confiança, experiência e
conhecimento específico se sobrepõem a títulos. Verdade essa ainda desconhecida por muitas
empresas.
Webgrafia:
[1] Atuação dos Assistentes Técnicos Periciais
http://heitorborbasolucoes.com.br/tecnicos-em-seguranca-estao-mais-atuantes-em-pericias-
trabalhistas/
[2] Edição do HBI com a Contestação (Artigo exposições ocupacionais ao frio)
http://heitorborbainformativo.blogspot.com.br/2014/11/heitor-borba-informativo-n-75-
novembro.html
[3] CLT
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm
[4] NR-15
http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C816A47594D040147D14EAE840951/NR-
15%20(atualizada%202014).pdf
[5] Súmula 460 do STF
http://www.stf.jus.br/portal/cms/verTexto.asp?servico=jurisprudenciaSumula&pagina=sumula_4
01_500
[6] Anexo 09 da NR-15
http://portal.mte.gov.br/data/files/FF8080812BE914E6012BEF3F94D3513D/nr_15_anexo9.pdf
[7] Portaria 21, de 26/12/ 1994
http://portal.mte.gov.br/data/files/FF8080812C12AA70012C12D8C07F6B06/p_19941226_21.pd
f
[8] Mapa Brasil Climas do IBGE
ftp://geoftp.ibge.gov.br/mapas_tematicos/mapas_murais/clima.pdf

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