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MÁRCIA DE VARGAS
CURITIBA
2016
MÁRCIA DE VARGAS
Produção didático-pedagógica
organizada em forma de Caderno
Pedagógico. Atividade prevista pelo
Programa de Desenvolvimento
Educacional – PDE 2016/2017.
Universidade Federal do Paraná.
Orientador: Professor Sandro Marlus
Wambier.
CURITIBA
2016
SUMÁRIO
OBJETIVO GERAL:
INTRODUÇÃO:
Nesta unidade será abordado sobre a luta das mulheres negras pela
conquista da liberdade durante o período da escravidão e como enfrentaram a
violência a que eram submetidas, tanto pela sociedade escravista, como pelos
seus companheiros que as usavam para comprar sua liberdade, para sustentá-
los, entre outras formas de exploração.
OBJETIVO GERAL:
Compreender como as mulheres negras lutavam pela sua liberdade e
resistiram à violência no período da escravidão, no fim do século XVIII e início
do XIX.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
Interpretar a luta das mulheres negras a partir do processo de
escravidão e as conquistas de alforrias;
Identificar as diversas formas de resistência realizadas pelas mulheres
negras ao longo da História;
Perceber como as mulheres Afrodescendentes entraram no mercado de
trabalho e alcançaram, em alguns casos, certa ascensão social.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Ser mulher e negra numa sociedade escravista era muito difícil. Elas
estavam à mercê de todo tipo de violência; tiveram que enfrentar a crueldade
da escravidão, o governo, a opressão dos homens, não só dos seus senhores,
mas também de companheiros violentos ou mesmo homens que viam nelas
uma forma de atingir seus objetivos (usando o trabalho das mulheres negras
para comprar sua liberdade, para sustentá-los, entre outros) e não mediam
esforços para alcançá-los.
Para as mulheres daquele período, liberdade significava o direito de ir e
vir, ficar com seus filhos, livrar-se de violências sexuais e físicas praticadas
pelos seus senhores, ter autonomia de trabalho, habitação, salário. Mesmo
depois de sua libertação, as mulheres negras passaram, e ainda passam, por
muitas dificuldades. Mesmo procurando outras oportunidades, acabam
seguindo o mesmo ramo de trabalho que realizavam quando escravas. Embora
esse trabalho fosse remunerado, não era suficiente para garantir todas as suas
necessidades.
Percebemos ainda hoje a permanência da estigmatização e o erotismo
do corpo da mulher negra; é preciso pesquisar mais sobre raça e gênero, pois
a historiografia deixa muitas “lacunas” sobre como viveram as mulheres negras
no período da escravidão, e como enfrentaram e enfrentam a discriminação e a
violência.
OBJETIVO GERAL:
Perceber como as mulheres negras enfrentavam a crueldade e a
violência que sofreram nesse período.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
Compreender como as mulheres negras se libertavam através do seu
trabalho, apesar de toda exploração e violência a que foram submetidas;
Entender que a conquista da liberdade era diferente, dependendo da
região em que eram escravizadas;
Identificar como os estereótipos e a discriminação se desenvolveram no
decorrer da História, partindo da escravidão.
CONTEÚDOS:
Mulheres Negras na luta pela liberdade e enfrentamento da violência no
final do século XVIII e início do século XIX.
ESTRATÉGIAS:
Aula expositiva dialogada sobre o tema da unidade e discussão do texto
de Nilma Bentes “Consciência Negra”; elaboração de uma narrativa histórica,
texto e ou ilustração utilizando bibliografia fornecida pelo professor.
CONSCIÊNCIA NEGRA
Ter consciência negra significa compreender que somos diferentes, pois
temos mais melanina na pele, cabelo pixaim, lábios carnudos e nariz achatado,
mas que essas diferenças não significam inferioridade.
Ter consciência negra significa que ser negro não significa defeito,
significa apenas pertencer a uma raça que não é pior e nem melhor que outra,
e sim, igual.
Ter consciência negra, significa compreender que somos discriminados duas
vezes: uma, porque somos negros, outra, porque somos pobres, e, quando
mulheres, ainda mais uma vez, por sermos mulheres negras, sujeitas a todas
as humilhações da sociedade.
Ter consciência negra significa compreender que não se trata de passar
da posição de explorados a exploradores e sim lutar, junto com os demais
oprimidos, para fundar uma sociedade sem explorados nem exploradores. Uma
sociedade onde todos tenhamos, na prática, iguais direitos e iguais deveres.
Ter consciência negra significa sobretudo, sentir a emoção indescritível,
que vem do choque, em nosso peito, da tristeza de tanto sofrer, com o desejo
férreo de alcançar a igualdade, para que se faça justiça ao nosso Povo, à
nossa Raça.
Ter consciência negra significa compreender que para ter consciência
negra não basta ser negro e até se achar bonito, e sim que, além disso, sinta
necessidade de lutar contra as discriminações raciais, sociais e sexuais, onde
quer que se manifestem. (BENTES, 2016)
ATIVIDADES:
TEMPO:
Quatro aulas.
A HISTÓRIA DAS MULHERES NEGRAS NO BRASIL, NO
ENFRENTAMENTO DA DISCRIMINAÇÃO E VIOLÊNCIA
INTRODUÇÃO:
Nesta unidade será evidenciada a representação das mulheres negras na
ficção no século XIX, que as caracterizavam como seres hipersexualizados,
sem caráter, entre outras tipologias que incentivavam ainda mais o preconceito
e a discriminação, tendo a mestiçagem (branqueamento), como fator
determinante para ascensão social e a definição de caráter.
OBJETIVO GERAL:
Compreender como as tipologias literárias do século XIX, reforçaram
estereótipos das mulheres negras, favorecendo a discriminação e o
preconceito.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA:
A Mulher Negra escrava também fez parte de um cenário fictício no RJ,
no século XIX. Segundo Giovana Xavier (2012), as narrativas ficcionais,
procuravam destacar as características físicas “anormais” das mulheres de cor
e do seu corpo, e seu caráter “duvidoso”. Nascendo assim as “tipologias
literárias”, como as da bela mulata, da crioula feia, da escrava fiel, da preta
resignada, da mucama sapeca ou ainda da mestiça virtuosa (XAVIER, 2012, p.
67).
As Mulheres Negras, em especial as mulatas, eram descritas na
literatura como prostitutas, amantes, levianas e sem caráter. A escravidão, a
propriedade, a liberdade e o paternalismo são o pano de fundo para essa
produção literária do século XIX. Características animalescas foram usadas
para descrever a população escrava, favorecendo a construção da imagem de
interiorização do negro e, claro, da superioridade do branco. A união dessas
ideias resultou no surgimento da Literatura Naturalista, onde o comportamento
dos indivíduos era determinado pelo meio em que viviam, como a resignação
das escravas em ficar com seus Senhores, que a Literatura narra como amores
(maternal, fraternal etc.), além da fidelidade cega das escravas domésticas.
Esses romances eram desprovidos de senso crítico e de humanidade.
Um dos vários exemplos dessa literatura é Rita Baiana, personagem da
obra “O Cortiço”. Há relato de vários anúncios de fuga, venda e compra de
escravas, descritos nos periódicos do país, como o caso de Joana, uma
“mulatinha puxando o saravá” que sua “cor alvacenta” e suas “pernas e mãos
muito finas seria uma verdadeira flor do pecado” (DIÁRIO DE
PERNAMBUCO,1865).
No caso de Escrava Isaura, o final feliz que o autor lhe deu, foi uma
exceção, um caso raro. Isso demonstra que a teoria do branqueamento queria
reforçar o racismo científico, onde a cor da pele define o caráter, ligada à
sedução, paixão, beleza, mas não para relacionamentos oficializados, pois,
para a sociedade, os brancos deveriam casar com mulheres da sua classe.
As Mulheres Africanas foram estereótipos de sexualização e a sua
classificação era de acordo com cor da pele; conforme se aproximavam do
branqueamento, ocuparam um lugar de destaque na literatura oitocentista.
Porém, foram sujeitos históricos participativos, que conseguiram muitas vitórias
no meio em que estavam inseridas, reivindicaram, apesar de todas as
adversidades, sua condição humana e seus direitos, como mulheres e
trabalhadoras.
Segundo Xavier (2012, p.79), “as tipologias literárias de morenas,
mestiças, crioulas”, eram baseadas em contradições, ao mesmo tempo que
defendiam a “nação mestiça”, eram preconceituosas, pois temiam as más
influências, a escravidão e a “herança africana”.
OBJETIVO GERAL:
Compreender como as mulheres negras eram representadas na
literatura oitocentista e como essas representações se fazem presente na
atualidade.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
CONTEÚDO:
Mulheres Negras na Literatura Oitocentista e os estereótipos produzidos
ESTRATÉGIAS:
Aula expositiva sobre as tipologias literárias criadas pela literatura
oitocentista; os alunos deverão assistir trechos da Escrava Isaura, e entrevista
com Djamila Ribeiro para debaterem sobre as permanências dessas
representações. Baseados nas imagens e diálogos apresentados, os alunos
farão uma análise crítica sobre a Imagem da Mulher Negra, no decorrer da
história e, sob orientação da professora, formarão duplas para preenchimento
de uma tabela, a qual apresentarão para a turma. Logo após, elaborarão
charges, as quais serão expostas no mural da escola.
ATIVIDADES:
TEMPO: 6 aulas
Fonte: CANAL DA IMPRENSA, 2016
A HISTÓRIA DAS MULHERES NEGRAS NO BRASIL, NO
ENFRENTAMENTO DA DISCRIMINAÇÃO E VIOLÊNCIA
INTRODUÇÃO:
Nesta unidade será analisada a trajetória das mulheres negras no
mercado de trabalho, antes e após a Emancipação. Destacando, segundo
pesquisas, as poucas mudanças que ocorreram na vida dessas mulheres, que
ainda se encontram no setor doméstico e braçal e que recebem os menores
salários, sofrendo com a discriminação e violência, sendo vistas como seres
fortes e muitas vezes desumanizadas.
OBJETIVO GERAL:
Entender porque as mulheres negras permaneceram no setor doméstico
e braçal e com pouco acesso a setores mais remunerados e que exigem maior
escolaridade.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA:
Mesmo depois de libertas, as mulheres negras continuaram ocupando
predominantemente o serviço doméstico, porque devido à escravidão, não
tiveram outras oportunidades e acabaram seguindo o mesmo ramo de trabalho
que realizavam quando escravas. Embora, esse trabalho fosse remunerado,
não era o suficiente para garantir todas as suas necessidades.
A relação entre senhores e escravos, no espaço doméstico, de acordo
com o autor, sempre foi de dominação. Por mais bondade que se queira
reproduzir em alguns relatos, eram relações “de autoridade, dependência e
hierarquia”; ao mesmo tempo que concedia privilégios, havia muitas práticas
abusivas, violência física e moral contra os escravos. Muitas vezes, o serviço
doméstico era considerado, em termos de relações pessoais, afetivas, de
amizade devido à convivência diária, que substituíam pagamentos para
cuidados com os prestadores de serviços (vestuário, alimentação, habitação
etc.).
Agora, com a passagem para o trabalho assalariado, começaram as
discussões para regulamentar o trabalho doméstico, visto que os trabalhadores
eram vistos como “marginais”, “imorais” que deveria ser regularizado para
organizar as relações de trabalho, e assim, combater o crescimento da
“vagabundagem”, protegendo assim os patrões e enfrentando esse problema
social.
OBJETIVO GERAL:
Compreender porque a situação das mulheres no mercado trabalho,
praticamente não foi alterada após a abolição.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
Entender que as mulheres negras sempre estiveram no mercado de
trabalho, por isso, sua luta é pela igualdade de direitos, por melhores
salários, contra a violência e a busca por melhores condições de vida;
Perceber como a discriminação prejudica o acesso das mulheres negras
no mercado de trabalho.
CONTEÚDO:
Mulheres negras no mercado de trabalho antes e após Emancipação.
ESTRATÉGIAS:
Aula expositiva dialogada sobre o conteúdo, discussão sobre o vídeo
assistido, sobre as mulheres negras no mercado de trabalho e a discriminação
que sofrem; preenchimento de tabela de pesquisa no bairro, sobre as
condições de trabalho e nível de escolaridade das mulheres não brancas;
discussão sobre o resultado da pesquisa realizada com elaboração de quadro
de sugestões dos alunos para mudar essa situação.
ATIVIDADES:
1) Desenvolva uma pesquisa no seu bairro, entrevistando as mulheres não
brancas (pardas e negras), preenchendo os dados abaixo relacionados para
analisar as condições de trabalho e nível de escolaridade das mesmas.
(Oriente os alunos sobre a forma de abordar estas pessoas para não
constrangê-las.)
Número de entrevistadas
Quantas têm Emprego formal
Quantas têm emprego informal
Condições Quantas são trabalhadoras domésticas
de trabalho Quantas ganham um salário
Quantas ganham dois salários
Quantas ganham mais de dois salários
TEMPO:
Cinco aulas.
HISTÓRIA DAS MULHERES NEGRAS NO BRASIL, NO ENFRENTAMENTO
DA DISCRIMINAÇÃO E VIOLÊNCIA
INTRODUÇÃO:
Nesta unidade, será evidenciada a importância das Políticas Públicas e
dos Movimentos Sociais no combate às desigualdades, como a lei 10639/03 e
a lei de cotas, entre outras ações governamentais que tentam de alguma forma
ressarcir a população afrodescendente por anos de trabalho forçado e não
remunerado, sofrendo todo tipo de violência, com consequências que perduram
até os dias atuais.
OBJETIVO GERAL:
Entender como as Políticas Públicas podem ajudar no combate e
enfrentamento da discriminação e desigualdades.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA:
Não se pode elaborar Políticas Públicas sem considerar as
desigualdades raciais existentes. Por isso, a importância de se analisar os
dados disponíveis que confirmam essa hipótese, como os dados oficiais de
1997, que demonstram a taxa de analfabetismo da população negra maior de
15 anos era de 20,8% e da população branca de 8,4%. Negros de 7 a 22 anos
que frequentavam a escola era de 77,7% e a branca era de 84,7%, todos
reconhecem a importância da educação como forma de alcançar autonomia,
conhecimento e acesso à qualificação profissional e, dessa forma, competir em
igualdade de condições com a população branca (CARNEIRO, 2011, p.51).
Vale lembrar que, trazer à luz a História e Cultura afro-brasileira e
africana no Brasil, é de suma importância para que todos conheçam e
respeitem esse povo que tanto fez pelo nosso país. A Lei 10639/03, alterada
pela Lei 11645/08, tornou obrigatório o ensino da História e cultura afro-
brasileira e africana para todas as escolas, públicas e particulares no Ensino
Fundamental e Médio, vindo de encontro a esse objetivo, propondo novas
diretrizes curriculares para se trabalhar esse conteúdo.
Desta forma, percebemos que a lei se faz necessária para garantir que
esse trabalho seja uma constante, que essa História faça parte do cotidiano
dos alunos, pois é a partir do conhecimento e valorização das matrizes
africanas na formação da diversidade cultural brasileira que podemos reforçar a
luta contra o preconceito e a discriminação nas escolas. É claro que, para isso,
todos precisam se conscientizar do seu papel dentro do cotidiano escolar,
porque não basta existir a lei, é preciso entender porque ela é importante e que
todos trabalhem para que ela seja efetivada.
Considerando que os recém-libertos não tiveram nenhuma garantia; a
sociedade brasileira foi marcada pela escravidão. O Estado não fez nada para
auxiliar esta população e pior, disseminou ideologias racistas, que prejudicaram
os afrodescendentes naquele período e que permanecem até hoje, através de
um racismo dissimulado.
Por isso, as cotas são muito importantes para o acesso e permanência
à educação, o que não é um favor, ou um fato desqualificador do grupo negro,
é uma Política Pública da qual o povo negro é credor social, pois foi através do
seu trabalho que o país se desenvolveu. Não lhes foram oportunizadas, de
forma igualitária e democrática, o acesso à educação, o que lhes
proporcionaria de maneira mais rápida e eficiente a inserção no mercado de
trabalho.
Os homens começam a trabalhar mais cedo, por isso as mulheres
aparecem em maior número no sistema educacional. A mesma oportunidade
no mercado de trabalho formal, precisa de 5 anos de vantagem na
escolaridade. Para as mulheres negras, esse número sobe para 7 anos a mais
para que alcancem os mesmos padrões salariais das mulheres brancas. De
acordo com a autora Sueli Carneiro (2011), a igualdade de raça e gênero no
mercado de trabalho está concentrada no fator educacional; o meio para que
as mesmas consigam o reconhecimento e as mesmas oportunidades que o
sexo oposto, é se dedicar aos estudos, principalmente as mulheres negras.
O mito da democracia racial e a luta de classes, tende a diminuir o
problema racial para as questões de direitos humanos, da justiça social e da
consolidação democrática, dificultando a erradicação das desigualdades raciais
nas Políticas Públicas, o que faz com que os Movimentos Sociais se tornem
muito necessários para combater essa discriminação, como por exemplo, a
aprovação Política Nacional de Saúde Integral da População Negra, essa
medida se deve em especial ao Movimento das Mulheres Negras, pois no
Brasil, os níveis de mortalidade de mulheres negras, é devido ao problema de
assistência à gravidez, ao parto e ao pós-parto, entre outras doenças que
podem ser prevenidas, por não terem um atendimento médico igualitário.
Percebe-se que, apesar do fim da escravidão, conquistas dos
Movimentos Sociais (Negros e Negras), Políticas Públicas e Leis, não foram o
bastante para garantir a igualdade de direitos das Mulheres Negras no Brasil,
pois ainda hoje, elas ocupam a maioria dos empregos domésticos, são o grupo
que se encontra mais à margem no mundo do trabalho, onde sua luta contra a
violência e a busca por melhores condições de vida, salários, acesso a cursos
de graduação, respeito e reconhecimento das suas contribuições é uma
constante para construção de uma igualdade social de gênero e raça.
OBJETIVO GERAL:
Reconhecer a importância das Políticas Públicas, Leis e Ações
Governamentais, para garantir o acesso e permanência dos afrodescendentes
à escolarização, mercado de trabalho e combate à discriminação e à violência.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
Perceber como a obrigatoriedade da lei 10639/03, trouxe visibilidade à
História e cultura afro-brasileira e africana no Brasil, promovendo o
conhecimento e a valorização das matrizes africanas na formação da
nossa diversidade cultural, e combatendo o racismo;
Entender como as cotas podem favorecer o acesso e a permanência
dos afrodescendentes à educação, com vistas a melhorar sua entrada
no mercado de trabalho formal.
CONTEÚDO:
Políticas Públicas no combate às desigualdades e ao racismo.
ESTRATÉGIAS:
Aula expositiva dialogada, sobre as leis voltadas a educação, assim como
outras Políticas Públicas, voltadas para gênero, racismo e classe, para diminuir
a discriminação e as desigualdades em que se encontram grande parte da
população brasileira, e promova o acesso e a permanência da população
afrodescendente nas escolas e universidades. Para isso, será realizada
pesquisa para apresentação, em grupo, os alunos escolherão um tema para
pesquisar e depois apresentar. Depois irão ouvir à música: Racismo é burrice
(Gabriel Pensador) e discutir a letra, com intuito de analisar a importância da
conscientização da população para ajudar no combate ao racismo e a
discriminação racial, os alunos deverão formar duplas para fazer suas
considerações sobre o assunto, e depois produzir folders combatendo o
racismo e em favor de Políticas Públicas para a população afrodescendentes.
A) Com base nas aulas e discussões sobre as Políticas Públicas, leis e ações
governamentais,os alunos formarão equipes e irão escolher um tema sugerido
para pesquisar, e depois apresentar para a turma.
ATIVIDADES:
INTRODUÇÃO:
Nesta unidade, será abordado como as mulheres negras sofrem com
o racismo, o sexismo e a violência, que não deixa de ser também um problema
de classe, e como se organizam para combater às diversas discriminações a
que são expostas.
Será feita uma análise do mapa da violência de 2015, e as leis criadas
para prevenir e punir crimes contra as mulheres, e percebendo que negras são
o grupo social que mais sofre violência no Brasil, é preciso reconhecer esse
problema para que se criem ações públicas para que a população se
conscientize do que está acontecendo em nosso país, para que se construa
uma sociedade com igualdade de direitos, sem distinções de qualquer tipo.
OBJETIVO GERAL:
Compreender como a luta das mulheres negras no Brasil, é importante
para combater o racismo, a discriminação e a violência que tanto prejudicam
essa grande parcela da população.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA:
Segundo Carneiro (2011), de 1 a 3 de setembro de 2001, reuniram-se no
Rio de Janeiro, treze organizações de mulheres negras brasileiras para
deliberar sobre a sua participação na III Conferência Mundial contra o racismo,
que resultou na seguinte declaração: o racismo e o sexismo produzem sobre
as mulheres negras muitos danos, ocasionando uma baixa autoestima, uma
expectativa de vida cinco anos menor que a da mulher branca, menor índice de
casamentos, ocupando cargos de menor prestígio e salários.
Desmistificar a representação da mulher como sexo frágil, não é uma
das preocupações do movimento das Mulheres Negras, pois depois de passar
por tantos abusos, no decorrer da sua História, nunca foram vistas como seres
frágeis, que precisam ser protegidas pelo gênero masculino. Essa
característica é formada a partir da representação da mulher branca, da elite e
relacionada ao ideal de pureza, delicadeza e fragilidade.
A herança cultural do patriarcado oprime, tanto mulheres brancas, como
negras; umas são vistas como frágeis e as outras por não serem consideradas
humanas. Mas, devido à história das mulheres afrodescendentes, elas têm
problemas específicos, o racismo precisa ser combatido. Desmistificar a
democracia racial é essencial para a construção de um país que promove a
igualdade de gênero e raça. A força das mulheres negras vem da sua luta, não
pelo processo desumanizador pelo qual passou, pois tem orgulho da sua
cultura e coragem de enfrentar esses desafios.
A mulher negra brasileira, sempre precisou de autonomia para garantir o
seu sustento e da sua família, passou por séculos de opressão, onde foi
submetida à escravidão sexual e trabalho braçal forçado, o que ocasionou, no
imaginário popular, a representação da mulher negra hipersexualizada e vista
como promíscua, reforçando a discriminação e a violência contra a mulher
afrodescendente.
"Marcha das Mulheres Negras 2015: contra o Racismo, a Violência e pelo Bem
Viver” fala sobre o movimento que está mobilizando negras em todo o Brasil. O
vídeo é um convite para que as mulheres negras participem do processo de
construção da Marcha, que vai acontecer em Recife, no dia 16 de novembro, e
em Brasília, no dia 18 de novembro de 2015. Desde o lançamento do Comitê
Impulsor de PE, em 2014, o movimento vem realizando encontros em todo o
Estado, rodas de diálogos e intervenções artísticas para chamar atenção das
bandeiras da Marcha, que são: pelo fim do Racismo, da Violência contra as
mulheres e pelo Bem Viver.
Produção e direção: Ilana Costa e Gaia Lourenço
Realização/Produção Executiva: SOS Corpo - Instituto Feminista para a
Democracia e Comitê Impulsor da Marcha das Mulheres Negras de PE
OBJETIVO GERAL:
Entender que as mulheres negras no Brasil têm uma luta histórica a
vencer, contra uma sociedade discriminadora, machista e que não mede
esforços para excluir essa grande parcela da população, que precisa ser
reconhecida como sujeito histórico, que tanto contribuiu para formação da
nação brasileira.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
ESTRATÉGIAS:
Aulas expositivas dialogadas, sobre a violência e a discriminação que as
mulheres negras sofrem, dados que afirmam essa hipótese, através do mapa
da violência de 2015, leis criadas para punir, prevenir e combater crimes
praticados contra mulheres, e a organização e a luta das mulheres negras para
conquista de seus direitos e pelo respeito a sua identidade. Depois das
discussões, serão assistidos vídeos para realização de debates sobre a
situação da mulher negra diante dessa luta contra o Racismo, violência e
classicismo. Os alunos se reunirão em grupos para elaboração de cartazes
contra a violência e em favor de um mundo mais justo, e para o encerramento
do Projeto será realizada uma oficina de penteados e turbantes africanos e um
desfile para apreciação da beleza da mulher negra e da identidade da mulher
negra.
No último dia 06/06, o Alma Preta conversou com a feminista negra Djamila
Ribeiro. A mestranda em filosofia pela UNIFESP explicou a singularidade da
luta das mulheres negras, reprimidas tanto pelo racismo quanto pelo
machismo.
Site: http://almapreta.com/
Facebook: https://www.facebook.com/pages/Alma-Preta/1557313474531421
Com um elenco formado 100% por mulheres negras, o filme KBELA conta a
história de uma menina que decide não alisar mais o cabelo e lutar contra o
preconceito. O curta idealizado pela aluna de jornalismo da PUC Yasmin
Thayná mobilizou mais de cinquenta colaboradores por meio de uma
campanha nas redes sociais e arrecadou cerca de R$ 5.000,00 em doações
feitas em um site de financiamento coletivo. Baseado em experiências de
Yasmin, o filme busca trazer à tona temas como racismo e machismo.
A representação das mulheres negras pela mídia. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=NV4_OTWf4J0.
Publicado em 29 de outubro de 2015.
ATIVIDADES:
TEMPO:
Doze aulas.
AVALIAÇÃO:
A avaliação será diagnóstica e cumulativa e irá considerar a participação
dos alunos e sua progressão nos conhecimentos estudados, analisando o que
ele sabe antes e após o estudo dos temas ou conteúdos.
Pretende-se formar um aluno pesquisador, autor de suas ideias e
questionador, não um simples reprodutor de conhecimentos, por isso, serão
avaliadas suas reflexões, argumentações e análise da sua interpretação do
conteúdo estudado. Para que assim, os alunos se percebam como sujeitos
históricos, capazes de se reconhecerem como seres sociais e de interpretar a
ação humana através do tempo.
Sabemos que existem diferentes formas de explicar as realidades
estudadas, através da experiência do dia a dia, ou através de pesquisas
científicas literárias, entre outras, para o estudo da mesma realidade. Assim,
permite-se que o aluno pense a sua aprendizagem, e para isso, serão
realizadas atividades diversificadas para avaliar e promover as diferentes
formas de aprendizagem.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este Caderno Pedagógico tem como objetivo trazer à luz a História das
Mulheres Negras no Brasil, que apesar de contribuírem de forma incessante
para construção da identidade nacional e para o desenvolvimento do país, não
têm sua participação reconhecida e devido as representações
desumanizadoras que foram construídas historicamente, hoje sofrem com a
discriminação e a violência.
Sabemos que a violência contra a mulher é algo antigo, mas a
preocupação em combater esse problema é algo novo. O reconhecimento da
sociedade sobre essa temática é muito importante para a criação de Políticas
Públicas que venham de alguma forma ajudar no enfrentamento ao racismo,
sexismo e classicismo no Brasil, para que a população afrodescendente tenha
acesso aos sistemas educacionais, mercado de trabalho e supere as
desigualdades raciais.
Ainda hoje, o “racismo científico” encontra seguidores na atualidade, que
tentam explicar cientificamente a inferioridade do negro diante do branco, como
é o caso de dois estudiosos: James Watson, Prêmio Nobel de 1962 e Arthur
Jenson, psicólogo da Universidade da Califórnia, que iniciaram uma discussão
pública, sobre essa questão. É preciso desconstruir essas ideologias, para que
a população afrodescendente possa se integrar na sociedade de forma
igualitária, o que para as mulheres negras é ainda mais difícil, porque além do
preconceito racial, tem o problema de gênero e classe a vencer.
É importante estudar e ensinar a História das mulheres negras no Brasil,
para que a partir do conhecimento os professores, alunos e comunidade
escolar passem a valorizar esses sujeitos históricos e se desconstrua as
representações e a desumanização dessas mulheres construídas ao longo do
tempo, para que, dessa forma, a identidade das mulheres negras seja
respeitada e reconhecida. As mulheres negras são vítimas da opressão de um
mundo machista e preconceituoso, por isso, é preciso lutar para alcançar uma
vida com liberdade e igualdade racial para todas e todos.
REFERÊNCIAS
MOREIRA, Paulo Roberto Staudt. Com ela tem vivido sempre como o cão com
o gato: alforria, maternidade e gênero na fronteira colonial. In In XAVIER,
Giovana; FARIAS, Juliana Barreto; GOMES; Flávio (Orgs). Mulheres Negras
no Brasil Escravista e do Pós-Emancipação. São Paulo: Editora Selo Negro,
2012.
SILVA, Cidinha da. Para onde caminha a marcha das mulheres negras.
Disponível em: <http://www.geledes.org.br> Acesso em: novembro de 2015.